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UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL

CAMPUS CHAPECÓ

CURSO DE MEDICINA
DISCIPLINA: SAÚDE COLETIVA I
DOCENTE: Graciela Fonseca
DISCENTE: Vitor Assmann da Rosa

RESUMO BIBLIOGRÁFICO

Resumo do texto “Saúde Pública ou Saúde Coletiva?” de Luis Eugenio Portela Fernandes de
Souza:

O artigo “Saúde Pública ou Saúde Coletiva?” é um registro da fala do Professor Luis Eugênio Portela
Fernandes de Souza no II Congresso Paranaense de Saúde Pública, em agosto de 2014, na qual ele
analisa qual o fundamento da crítica feita pela Saúde Coletiva à Saúde Pública. Para responder essa
questão, o autor faz uma retomada de alguns momentos ideológicos e político-institucionais, iniciando
pela formação dos Estados nacionais modernos, onde segundo ele a população começou a ser tratada
como uma riqueza a ser preservada, então surge o movimento da Medicina Social na França e
Alemanha. É relatado que, na mesma época, acontecia o período de industrialização na Inglaterra, e a
preocupação com as condições dos trabalhadores culminou no surgimento do Sanitarismo. Já em 1879,
de acordo com o texto, os Estados Unidos inspiram-se nos ingleses para criarem o Departamento
Nacional de Saúde, buscando o controle de infecções baseado na bacteriologia. No Brasil, de acordo
com Souza, a preocupação com a saúde da coletividade surgiu durante a República Velha, foi
institucionalizada no Estado Novo, quando também surge o Ministério da Saúde em 1953. Em
sequência, o texto relata o primeiro encontro nacional de cursos de pós-graduação em Medicina Social,
Preventiva, Saúde Comunitária e Saúde Pública, ocorrido em 1970, quando se adotou o termo “Saúde
Coletiva”, logo após é fundada a Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, em 1979.
Nesse sentido, o professor define Saúde Coletiva como área de conhecimento analisa as necessidades
sociais de saúde, entendendo esse campo como um processo social, além de destacar a importância da 8ª
Conferência Nacional de Saúde para a criação do capítulo da Saúde da Constituição Federal de 1988.
Sintetizando a existência do SUS, o articulista ressalta avanços na universalidade do sistema e de seus
serviços, citando o acesso à atenção primária, atenção à urgências e a assistência farmacêutica,
entretanto, também aponta retrocessos e problemas como a destinação de recursos ineficaz que torna o
sistema, apesar de público, ainda desigual entre classes. É reiterada a diferença entre a Reforma
Sanitária, que delimita um processo de avanços e atrasos, e a Saúde Coletiva, que cresce e se efetiva
como uma área de saber. Logo após, são trazidos pontos como as opções teóricas, que na Saúde Pública,
segundo o autor, são autônomas e formam uma história linear da matéria, já na Saúde Coletiva, são
claramente adeptas ao materialismo histórico. Por fim, o artigo conclui que a Saúde Pública tem uma
abordagem biomédica, sua concepção de saúde é a ausência de doença, prioriza o método positivista
para analisar riscos e o estrutural-funcionalista para a realidade social; já a Saúde Coletiva busca, além
de evitar a doença e prolongar a vida, melhorar sua qualidade, alia-se as ciências sociais, estuda as
desigualdades, abrange saberes distintos e apesar de ter guiado a Reforma Sanitária que criou o SUS,
ainda é o conceito alternativo.
Palavras-chave: Saúde Pública, Saúde Coletiva, Reforma Sanitária, saúde, social.

Referência Bibliográfica
Souza LEPF. Saúde pública ou saúde coletiva? Espaç Saúde. 2014;15(4):7-21.
UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL
CAMPUS CHAPECÓ

CURSO DE MEDICINA
DISCIPLINA: SAÚDE COLETIVA I
DOCENTE: Graciela Fonseca
DISCENTE: Vitor Assmann da Rosa

RESUMO BIBLIOGRÁFICO

Resumo de “Retomar o debate sobre a reforma Sanitária para avançar o Sistema Único de Saúde
(SUS)” de Sônia Maria Fleury Teixeira:

A professora Sônia Maria Fleury Teixeira, em seu artigo intitulado “Retomar o debate sobre a reforma
Sanitária para avançar o Sistema Único de Saúde (SUS)”, publicado em 2019 traz para discussão o
histórico da proteção social no Brasil, passando pela Reforma Sanitária para chegar nos dilemas que
integraram a instituição do SUS. Inicialmente a autora afirma que a partir do século passado,
configurou-se no Brasil um padrão de proteção social que unia seguro social previdenciário à assistência
para a população sem trabalho formal, o qual perdurou até a Constituição Federal de 1988. Nesse
sentido, o texto traz também a diferenciação entre formas de proteção social como o modelo assistencial
que agia emergencialmente e o modelo de seguro social que reflete uma espécie de direito contratual, a
qual atende necessidades específicas. É relatado que ao longo da década de 1970 a luta pela democracia
expandiu o debate sobre proteções sociais, alcançando significativa transformação após a Constituição,
universalizando a cobertura de benefícios, tratando estes como essenciais para o exercer da cidadania.
Ainda segundo a articulista, a Reforma Sanitária no Brasil surgiu da busca pela democracia, garantiu o
direito universal à saúde constitucionalmente e a efetivação do Sistema Único de Saúde (SUS). Cita que
tal reforma foi construída em um cenário de crise, associando os problemas emergentes à saúde com
suas causas sociais, além de destacar a ineficácia da medicina mercantilizada. Em sequência são
elencados pontos chaves do processo de reforma, tais como: a concepção ampla do que é saúde, o
reconhecimento da classe trabalhadora como indivíduos políticos, o uso de métodos institucionais para
assegurar a justiça social e a divulgação da consciência sanitária. É apresentada uma síntese de que a
Reforma Sanitária brasileira se fundou no conceito duplo de saúde, como valor universal e como fator
dependente da estrutura social, o qual representa uma oportunidade contínua de contribuir com a
formação de uma utopia democrática. No trecho final, onde discute dilemas, Fleury afirma que o
movimento reformista projetou um novo nível de civilização, traçando uma mudança cultural, política e
institucional para tornar a saúde um bem de todos. De acordo com ela, observam-se princípios que
guiaram o processo, destacando a saúde como fragmento dos direitos humanos, o impacto da
determinação social, a necessidade da saúde para a cidadania democrática e a integralidade dos
elementos no que diz respeito à promoção, ação de cura até a reabilitação. Descreve também, que um
retrocesso impactante na luta pelo reconhecimento da saúde como um valor público é que esta passa a
ser vista como um bem de consumo, supondo que não apresente dor e sofrimento, culmina na procura
pelo prazer infinito e a construção de um padrão estético no próprio corpo por meio de técnicas
invasivas. Como impasses atuais do SUS, a professora indica problemas dos atores de gestão,
responsáveis pelo executivo que acabam por vezes distribuindo o orçamento ao contrário da
necessidade, concentrando recursos que poderiam ajudar a coletividade em procedimentos individuais,
além do tratamento da democratização da saúde como utopia, visto que hoje tal mudança é possível.
Palavras-chave: Reforma; sanitária, saúde; SUS; Constituição.

Referência Bibliográfica
Fleury, Sonia. (2009). Retomar o debate sobre a reforma sanitária para avançar o sistema único de saúde
(SUS). RAE : Revista de Administração de Empresas. 49. 10.1590/S0034-75902009000400010.

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