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A evolução das teorias interpretativas do

processo saúde-doença e as
consequentes respostas sociais e
institucionais destacam uma jornada
histórica profundamente enraizada tanto
na cultura quanto na ciência. Esse
percurso, marcado por distintas
concepções e práticas, reflete não apenas
mudanças na compreensão médica, mas
também transformações nas estruturas
sociais e políticas de apoio à saúde.

• A Visão Ontológica e a Dinâmica da


Doença

A noção ontológica de doença, como uma


entidade externa ao corpo que invade e
causa dano, remonta a uma época em que
a compreensão dos agentes patogênicos
ainda era incipiente. Essa visão, apesar de
limitada, serviu como base para o
desenvolvimento de práticas de
intervenção inicialmente focadas no
combate direto aos sintomas ou aos
supostos agentes causadores sem
considerar o contexto mais amplo do
indivíduo.

Em contrapartida, a concepção dinâmica,


que vê a doença como resultado de
desequilíbrios das forças vitais, incorporou
desde cedo a ideia de que a saúde não é
apenas a ausência de doença, mas um
estado de equilíbrio e harmonia. Essa
approach promoveu práticas voltadas à
prevenção e ao fortalecimento do corpo
para resistir às enfermidades, antevendo
conceitos modernos de saúde pública.

•A Emergência dos Paradigmas


Socioambientais

No fim do século XVIII, surgem fortes


evidências dos determinantes sociais da
saúde, com os paradigmas
socioambientais ganhando espaço. Essa
perspectiva destacava como as condições
sociais, econômicas e ambientais
influenciam diretamente na saúde da
população, pavimentando o caminho para
intervenções mais sistêmicas e
preventivas na saúde pública.

•A Saúde no Brasil: Da Filantropia ao


Sistema Único de Saúde

No Brasil, o cuidado com a saúde iniciou


com um forte componente de filantropia e
caridade religiosa, evoluindo gradualmente
para ações de saúde mais estruturadas
por parte do Estado, especialmente em
resposta a epidemias. Este trajeto
culminou na instituição do Sistema Único
de Saúde (SUS) na Constituição de 1988,
representando um marco histórico na
consolidação de um sistema de saúde
público, universal e descentralizado

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