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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS
BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA

ACHILLES PINHEIRO BASTOS JUNIOR

ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA DO MÉTODO CONSTRUTIVO


INSULATED CONCRETE FORMS PARA CONSTRUÇÃO DE HABITAÇÕES

MOSSORÓ
2018
ACHILLES PINHEIRO BASTOS JUNIOR

ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA DO MÉTODO CONTRUTIVO


INSULATED CONCRETE FORMS PARA CONSTRUÇÃO DE HABITAÇÕES

Monografia apresentada a Universidade


Federal Rural do Semi-Árido como requisito
para obtenção do título de Bacharel em
Ciência e Tecnologia.

Orientadora: Prof.a Dra. Marineide Jussara


Diniz

MOSSORÓ
2018
AGRADECIMENTOS

 Aos meus pais, Achilles Pinheiro Bastos e Genesia Maria Alice da Fonseca Bastos, e
irmãos por me incentivarem em todos os aspectos nessa longa caminhada pela
universidade.

 A Professora Doutora Marineide Jussara Diniz, pela forma exemplar, atenciosa e


entusiástica, com que orientou e transmitiu os seus profundos conhecimentos sobre
Técnicas Construtivas e Sustentabilidade no decorrer da elaboração do trabalho de
conclusão;

 Ao Prof. Doutor Matheus Menezes, por todo o apoio e entusiasmo transmitido;

 Ao João Felipe da Rocha da empresa ICF Construtora Inteligente, que mesmo na


correria do dia-a-dia, se fez presente e contribuiu com informações importantes;

 Ao pessoal da empresa ARXX sede em Vila Velha – ES, pela ajuda com detalhamento
dos custos e benefícios do método construtivo ICF;
“As pessoas não sabem o que querem, até
mostrarmos a elas”.

Steve Jobs
RESUMO

O uso de blocos ou fôrmas de poliestireno expandido na construção civil é de origem européia


(Alemanha). Foi desenvolvido para regiões sujeitas a terremotos e baixas temperaturas na
década de 1950, com a intenção de criar uma estrutura simples, inovadora, sustentável e de
baixo custo que não colapsaria e acrescentaria elementos térmicos e acústicos ao ambiente
construído. Deste modo, com o avanço das tecnologias de materiais de construção e as
preocupações com a incerteza econômica e a oferta, as empresas de construção optaram por
materiais e métodos inovadores. O trabalho pretende apresentar um estudo de caso a fim de
analisar a viabilidade econômica de implementação do sistema construtivo, com o objetivo
realizar uma comparação com o método convencional. Desse modo pretende-se mostrar no
presente trabalho que o sistema construtivo Insulated Concret Forms é viável mesmo tendo
diferenças de valores consideráveis quanto ao sistema convencional, porém as vantagens e
benefícios se estendem a longo prazo.

Palavras-chave: ICF, Construção Sustentável, Análise Comparativa, Sistema Construtivo.


ABSTRACT

The use of expanded polystyrene blocks or structures in civil construction is of European


origin (Germany). It was developed for regions subject to earthquakes and low temperatures
in the 1950s, with the intention of creating a simple, innovative, sustainable and low-cost
structure that would not collapse and add thermal and acoustic elements to the built
environment. Thus, with the advancement of construction materials technologies and
concerns about economic uncertainty and supply, construction companies have opted for
innovative materials and methods. The paper intends to present a case study in order to
analyze the economical feasibility of the implementation of the construction system, with the
objective to make a comparison with the conventional method. In this way, we intend to show
in the present work that the Insulated Concret Forms construction system is feasible even
though it has considerable differences in the conventional system, but the advantages and
benefits extend in the long term.

Keywords: ICF, Sustainable Construction, Comparative Analysis, Construction System.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Obra executada em concreto armado com fechamento em alvenaria. ..................... 21


Figura 2 - Anatomia de uma parede de ICF ............................................................................. 25
Figura 3 - Processo produtivo do EPS (Poliestireno Expandido)............................................. 27
Figura 4 - Confecção das fôrmas ou blocos de EPS ................................................................. 28
Figura 5 - Processo de reciclagem do EPS ............................................................................... 29
Figura 6 - Categorias de paredes planas do sistema ICF. ......................................................... 29
Figura 7 - Categorias de paredes grade-waffle do sistema ICF. ............................................... 30
Figura 8 - Categorias de paredes grade de tela do sistema ICF. ............................................... 30
Figura 9 - Bloco Termoacústico ARXX VEDA ....................................................................... 31
Figura 10 - Bloco Termo - acústico ARXX STEEL ................................................................ 32
Figura 11 - Especificações Fôrma de EPS................................................................................ 32
Figura 12 - Fôrma de EPS concretada ...................................................................................... 33
Figura 13 - Corte esquemático de uma laje radier .................................................................... 36
Figura 14 - Corte esquemático de fundação sapata corrida ...................................................... 37
Figura 15 - Fundações e 1a fiada de fôrmas ............................................................................. 38
Figura 16 - Montagem da estrutura de vedação com fôrmas de EPS ....................................... 39
Figura 17 - Demonstrativo furação e fechamento das fôrmas .................................................. 39
Figura 18 - Revestimento de fôrmas de EPS ............................................................................ 40
Figura 19 - Lajes e Forros de lajotas de EPS ............................................................................ 40
Figura 20 - Cobertura sistema tradicional ................................................................................ 41
Figura 21 - Não propagação de chama no ICF ......................................................................... 44
Figura 22 - Primeiras fiadas de blocos ARXX ......................................................................... 48
Figura 23 - Primeiras fiadas de fôrmas ICF ISOCRET ............................................................ 48
Figura 24 - Parede enquadrada e escorada prestes a receber concreto ..................................... 49
Figura 25 - Molduras de janelas e portas .................................................................................. 49
Figura 26 - Concretagem e vibração ........................................................................................ 50
Figura 27 - Laje com vigas em concreto armado e lajotas em EPS ......................................... 50
Figura 28 - Instalações hidráulicas e elétricas em paredes ICF ................................................ 51
Figura 29 - Corte e Preenchimento ........................................................................................... 51
Figura 30 - Tela de poliestireno com reboco ............................................................................ 52
Figura 31 - Renderização empreendimento ARXX Veda ........................................................ 69
Figura 32 - Renderização Empreendimento ICF Isocret .......................................................... 69
Figura 33 - Renderização Empreendimento Sistema Convencional ........................................ 70
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Comparativo de valores de transmissão térmica (U), ICF e Sistema Convencional


________________________________________________________________________ 42
Tabela 2 - Descrição das classes de transmissão de ruído ___________________________ 43
Tabela 3 - Distribuição de áreas empreendimento categoria ARXX ___________________ 46
Tabela 4 - Distribuição de áreas residência categoria ICF ISOCRET __________________ 46
Tabela 5 - Distribuição de áreas Sistema Construtivo Convencional __________________ 47
Tabela 6 - Quantitativo de blocos ARXX Estrutural por etapa de construção ____________ 47
Tabela 7 - Quantitativo de fôrmas ICF Construtora Inteligente ISOCRET ______________ 48
Tabela 8 - Detalhamento de quantitativos e custo de materiais ARXX _________________ 53
Tabela 9 - Detalhamento de quantitativos e custo de materiais ICF ISOCRET___________ 53
Tabela 10 - Detalhamento dos quantitativos e custos Sistema Convencional Alvenaria ____ 53
Tabela 11 - Custos envolvidos em cada etapa de construção categoria ARXX ___________ 54
Tabela 12 - Custos envolvidos em cada etapa de construção categoria ICF ISOCRET ____ 54
Tabela 13 - Custos envolvidos em cada etapa de construção categoria Sistema Convencional
________________________________________________________________________ 54
Tabela 14 - Custos de mão-de-obra ambos sistemas construtivos apresentados __________ 54
Tabela 15 - Custos totais e do m2 ARXX ________________________________________ 55
Tabela 16 - Custos totais e do m2 ICF ISOCRET _________________________________ 55
Tabela 17 - Custos totais e do m2 Convencional __________________________________ 55
Tabela 18 - Detalhamento de custos de transporte de blocos ARXX Veda ______________ 55
Tabela 19 - Detalhamento de custos de transporte de fôrmas ICF Construtora – ISOCRET 55
Tabela 18 - Comparativo de custos totais das edificações ___________________________ 58
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ICF Insulated Concrete Forms (Concreto isolado em fôrmas)


EPS Poliestireno Expandido
mm Milímetros
cm Centímetros
IPEA Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada
PVC Policloreto de Vinila
PATH Partnership for Avancing Technology in Housing
NAHB National Association of Home Builders
CUB Custo Unitário Básico
SINDUSCON Sindicato da Indústria da Construção Civil
LISTA DE SÍMBOLOS

@ Arroba
© Copyright
® Marca registrada
% Porcentagem
$ Cifrão
m2 Metro quadrado
m3 Metro cúbico
W Watts
o
C Graus Célsius
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 16
2. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 18
2.1 Objetivo Geral ........................................................................................................................... 18
2.2 Objetivo Específico.................................................................................................................... 18
2.3 Justificativa ................................................................................................................................ 18
3. REFERÊNCIAL TEÓRICO ............................................................................................ 20
3.1 Sistema Construtivo Convencional .......................................................................................... 20
3.2 Histórico da Construção Modular ........................................................................................... 22
3.3 Insulated Concrete Forms (ICF) .............................................................................................. 24
3.4 Origem........................................................................................................................................ 25
3.5 Características ........................................................................................................................... 26
3.6 Vantagens Sistema ICF ............................................................................................................. 33
3.7 Etapas Construtivas .................................................................................................................. 35
3.7.1 Aspectos e Fundação ............................................................................................................ 35
3.7.2 Ancoragem das Fôrmas ou Blocos na Fundação .................................................................. 37
3.7.3 Estrutura ............................................................................................................................... 38
3.7.4 Instalações e Revestimentos ................................................................................................ 39
3.7.5 Lajes e Forros........................................................................................................................ 40
3.8 Isolamento Termo-Acústico ..................................................................................................... 41
3.8.1 Térmico................................................................................................................................. 41
3.8.2 Acústica ................................................................................................................................ 42
3.9 Impermeabilidade ..................................................................................................................... 43
3.10 Durabilidade ............................................................................................................................ 43
3.11 Anti-Chamas ............................................................................................................................ 44
4. METODOLOGIA.............................................................................................................. 45
4.1. Dados da Obra ......................................................................................................................... 45
4.2. Demonstração dos Processos Construtivos ........................................................................... 47
4.3. Detalhamento Orçamentário ................................................................................................... 52
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 57
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 59
6.1 Trabalhos Futuros ..................................................................................................................... 60
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 62
APÊNDICE A – PLANTA BAIXA EMPREENDIMENTO RESIDENCIAL .................. 68
APÊNDICE B – RENDERIZAÇÃO EMPREENDIMENTOS .......................................... 69
16

1. INTRODUÇÃO

Nos últimos anos a indústria da construção civil vem passando por grandes mudanças
em seu aspecto diretamente ligado a vida quotidiana das sociedades contemporâneas. Onde se
precisa de casas e prédios para viver, pubs para socializar, escritórios para trabalhar e
rodovias para viajar. Dessa maneira, a indústria da construção civil gasta mais de 60% dos
recursos naturais mundiais, tornando-se assim altamente insustentável. Atualmente as
atividades econômicas e sociais são capazes de promover profundas transformações no
sistema global em uma escala complicada, mútua e consequentemente acelerada (IPEA,
2010).
A principal fundamentação da indústria da construção civil do século XXI é a
sustentabilidade. O aquecimento global, proveniente dos desmatamentos, variações
climáticas, efeito estufa, aumento da poluição e emissão descontrolada de gases tem sido uma
das questões as quais vem pressionando as sociedades, que têm na tecnologia uma forma de
agir e transformar esse paradigma ao qual nos encontramos, reconciliando-se assim a natureza
e o habitat humano. Tendo em vista que as construções têm o seu tempo proficiente de vida, e
cabe aos projetistas e profissionais da área de construção civil visar a durabilidade das
mesmas, proporcionando que o investimento seja o mais sólido possível (LUEBLE, 2004).
A implementação de medidas sustentáveis é extremamente urgente e necessária para a
sociedade ao qual nos encontramos. Deste modo, no final da década de 1950 foi disseminado
na Europa um novo método construtivo, utilizando fôrmas de EPS na construção civil.
Tentando diminuir o índice de construções destruídas devido à terremotos e as baixas
temperaturas. Com a intenção de criar algo inovador, simples, de baixo custo, sustentável e
autoportante, e que agregasse elementos térmicos e acústicos ao ambiente (ICF Builder
Magazine, 2011).
Neste caso, segundo Hass e Martins (2011), tendo em vista que atualmente o processo
de construção civil no Brasil não é um dos mais adequados ao presente cenário, abre-se assim
portas para possíveis investimentos em novas formas de construção que agregue melhorias de
vida para a sociedade em relação: a qualidade, a durabilidade, a segurança e a
sustentabilidade, bem como desatar os mitos e cessar os preconceitos devido à cultura.
O desenvolvimento de construções sustentáveis que englobam a aplicação de fôrmas de
EPS, malha de aço e concreto auto adensável ou concreto usinado, vem pouco a pouco sendo
disseminada pelo Brasil, mesmo que de forma modesta, uma vez que a alvenaria de tijolo
17

cerâmico ou bloco de concreto ainda domina o mercado construtivo. O sistema construtivo


Insulated Concrete Forms (ICF) apresenta grande potencialidade nas construções, baixa
condutividade termo/acústica, impermeabilidade, bem como a redução de prazos de
execuções de obras, grande eliminação de desperdícios, e um melhor aproveitamento de mão-
de-obra. Com o intuído de diminuir possíveis problemas como: a demora no processo de
colocação, execução correta de aplicação, custos da edificação e incidência de problemas
patológicos, se faz necessário a interação e utilização de mão de obra qualificada, mesmo o
processão não sendo muito complexo (LUEBLE, 2004).
A adequação ao uso completo do ICF reduz o custo de retirada de entulho das obras em
até 98%. Tendo como base uma construção convencional, que quando sem controle de
qualidade e produtividade, chega a desperdiçar entre 35 a 40% do material empregado na
obra. Podendo ser implementados os mais variados tipos arquitetônicos, além de seus
elementos possuírem dimensões maiores, comparados aos tipos de modulações tradicionais
como tijolos e blocos cerâmicos (LUEBLE, 2004).
Com base nisso, há a necessidade da racionalização do sistema construtivo no país, uma
vez que o setor da construção civil é um dos setores que mais se desperdiçam matérias primas,
tanto no país, bem como mundialmente, se tornando com o passar do tempo altamente
insustentável. Logo, se faz necessário o incentivo a novas pesquisas sobre sistemas
construtivos que reduzam esse desperdício de matérias primas e atribuam características
superiores aos sistemas que hoje atuam. Bem como a restrição do uso dos tijolos de alvenaria
cerâmica, uma vez que os mesmos são utilizados apenas como função de vedação da obra, e
possuem alta condutividade térmica, isto é, aquecem o meio interno, favorecendo o uso
excessivo de equipamentos de refrigeração artificial. Sendo que na região nordeste do país,
em específico no município de Mossoró/RN por ser de clima quente, o quesito é a eficiência
energética das edificações construídas na região.
18

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Apresentar a concepção e etapas do método construtivo ICF, e procura demonstrar sua


importância para o setor da construção civil no país através de um estudo de caso. Onde nesse
estudo de caso, procura-se demonstrar a eficiência e a produtividade do método, descrevendo
suas etapas desde a fase inicial de projeto até a finalização da obra, de modo a mostrar sua
viabilidade técnica, econômica e sustentável, sendo comparada ao sistema construtivo
convencional / alvenaria.

2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

a) Apresentar os fundamentos do sistema construtivos ICF, abordando suas


características, etapas de construção e materiais empregados;
b) Verificar o atual estado de utilização do sistema construtivo ICF no Brasil;
c) Realizar um estudo de caso empregando o método ICF e o método em Alvenaria num
empreendimento residencial, descrevendo todos os processos construtivos, desde o
projeto até a finalização da obra, apresentando um comparativo de custos envolvidos e
os benefícios em si;
d) Concluir se é vantajosa a utilização do sistema construtivo, realizando uma breve
comparação de custos, mão de obra, desperdícios em relação ao sistema construtivo
convencional em alvenaria.

2.3 JUSTIFICATIVA

O sistema construtivo ICF é comumente empregado em países como Estados Unidos da


América (EUA), Canadá e no continente Europeu. Nestes lugares é muito amplo o
conhecimento a respeito das inúmeras vantagens que o ICF oferece, bem como a sua
industrialização, racionalização de material, reciclagem, rapidez de execução e a alta redução
de impactos ambientais e proveniente conforto térmico e acústico.
Sua utilização no Brasil, é relativamente recente, de modo que a quantidade de obras
realizadas com este sistema construtivo ainda é pouco significativa, estando em sua maioria
concentradas nos estados do Mato Grosso – MT, Espírito Santo – ES, São Paulo – SP, Paraná
19

– PR. Deste modo, dispõe-se de poucas informações sobre suas potenciais aplicações e dos
obstáculos enfrentados para sua implementação e disseminação na construção civil brasileira.
Salvo do conhecimento das vantagens proporcionadas pelo sistema construtivo ICF em
aplicações fora do país, compreende-se que a consciência de que inovações devem ser
adequadas ao local, clima, viabilidade econômica e ser compatível com condicionantes
nacionais. Deste modo, o estudo de caso realizado neste trabalho, busca apresentar
informações detalhadas a respeito da construção de um empreendimento residencial,
empregando o sistema ICF.
20

3. REFERÊNCIAL TEÓRICO

É realizado nesse capítulo, uma abordagem a respeito dos sistemas construtivos


empregados no setor da construção civil nacional, em específico o sistema convencional em
concreto armado com fechamento em alvenaria e o sistema industrializado ICF que utiliza
fôrmas ou blocos em EPS (poliestireno expandido) e concreto armado.

3.1 SISTEMA CONSTRUTIVO CONVENCIONAL

O sistema construtivo convencional em concreto armado no Brasil, é amplamente


utilizado na construção de empreendimentos e residências. Esse sistema é comumente usado
junto à alvenaria composta por blocos cerâmicos, responsável pelo fechamento e isolamento
da obra. É uma forma tradicional de se construir, utilizada há milhares de anos, sendo
constituída por um conjunto de unidades, tais como tijolos cerâmicos ou composta por blocos
de concreto e argamassa. (Culturalmente a construção com alvenaria possui maior
durabilidade, porém essa afirmação com o passar dos anos e avanços tecnológicos, ela vem
sendo questionada). Pois a mesma apresenta apenas características viáveis em seu baixo
custo, por outro lado é responsável por não isolar bem o meio, proporcionando alta
condutividade térmica e ser detentora de índices de desperdícios muito altos
(BORTOLOTTO, 2015).
Segundo Rodrigues (2000), o concreto armado é constituído pela junção de concreto e
aço, ao qual ambos os materiais apresentam características correspondentes entre si e
coeficientes de dilatação térmica praticamente iguais. Essa união resulta do fato que o
concreto possui baixa resistência a tração, sendo função do aço, absorver os esforços de tração
e cisalhamento que atuam nos elementos de concreto.
Dessa forma, o método construtivo convencional é o sistema construtivo onde toda a
carga da estrutura é absorvida pelas lajes, vigas, pilares e a fundação. As paredes não possuem
nenhuma função estrutural, de todo modo não são autoportantes e servem apenas como
fechamento e vão de separação de ambientes internos, como é mostrado na Figura 1.
21

Figura 1: Obra executada em concreto armado com fechamento em alvenaria.

Fonte: Fórum da construção, 2014.

Sendo tratado como um sistema completamente artesanal, e caracterizado pela baixa


produtividade, esforços repetitivos pelos colaboradores, e grande desperdício de matérias
primas. Para Hass e Martins (2011), isso é devido a todas as etapas da construção em si serem
in loco tornando a execução da obra consideravelmente mais demorada, pois grande parte da
mão de obra é despreparada acarretando assim níveis de desperdício maiores e o retrabalho.
De forma geral um dos processos construtivos mais econômicos no país, a estrutura de
concreto armado moldado in loco apresenta elevada quantidade de mão de obra, comparando
com outros métodos construtivos, como: Light Steel Framing (LSF), Insulated Concrete
Forms (ICF), entre outros sistemas modulares. Desse modo, a falta de especialização dos
colaboradores, e a natureza artesanal dos processos construtivos acabam sendo considerados
como falhas ao sistema, cujo qual perde em eficiência e tempo (BORTOLOTTO, 2015).
A atenção com as questões ambientais e a necessidade de se buscar alternativas mais
sustentáveis para o setor de construção civil, comprova que os processos construtivos devem
se tornar mais eficientes e racionalizados. Ainda assim, o sistema construtivo tradicional
oferece certas limitações, pois é de difícil reaproveitamento determinadas matérias primas
quando ultrapassam sua vida útil, além de que a produção dos blocos cerâmicos serem
extremamente nocivos ao meio ambiente (GONÇALVES, 2013).
Deste modo, mesmo apresentando vantagens econômicas em sua utilização, o mesmo
se encontra em um patamar tecnológico inferior em relação aos demais sistemas construtivos,
baixos níveis de impermeabilização, condutividade térmica alta, patologias futuras em
decorrência das mudanças climáticas, sendo assim é necessário aumentar o nível de
industrialização e racionalização dos processos envolvidos.
22

3.2 HISTÓRICO DA CONSTRUÇÃO MODULAR

A construção modular é um conceito que, de acordo com a história, provém já de alguns


séculos atrás. Ao longo de todo esse tempo tem vindo a sofrer várias evoluções, sobretudo
relacionadas aos fatores sociais e econômicos (GONÇALVES, 2013).
Este longo percurso da construção modular se deu origem nos primórdios da
humanidade e com início das primeiras civilizações humanas até o início do século XVIII,
onde a industrialização exerceu grande influência sobre os sistemas construtivos, deste modo
a partir da Revolução Industrial. Anterior a isso a construção civil se baseava apenas em
técnicas manuais e artesanais e extremamente imprecisas. Ao decorrer dos séculos XVII e
XIX novos materiais foram surgindo no mercado, como o aço, ferro fundido, vidro, EPS
(poliestireno expandido), concreto armado, incorporados aos já tradicionais como pedra, tijolo
cerâmico e madeira. Novas ferramentas construtivas também foram desenvolvidas, passando
a realizar tarefas antes não realizadas pelo homem, trazendo maior produtividade no canteiro
de obras (BRUNA, 1976).
Segundo a Modular Construction Solutions (2012), até o presente momento, a
construção modular tem vindo a evoluir consideravelmente. Muita dessa evolução se deu
devido ao aumento da qualidade e inovação dos materiais que se podem utilizar e dos
equipamentos de auxílio.
De acordo com Gonçalves (2013), a construção modular pode ser considerada uma
unidade pré-fabricada que é construída em fábrica e transportada até o local de construção.
Estas unidades podem ser usadas individualmente ou serem adicionadas formando
construções maiores. Apresentando vasto leque de vantagens entre elas uma construção
ecológica e rápida, o que pode levar em conta que em um futuro próximo esse método
construtivo se possa sobrepor à construção convencional.
No que diz respeito ao método de construção e aos materiais utilizados ao nível
estrutural, existem várias soluções para a construção modular, sendo elas em madeira, aço ou
betão. O tempo de construção desse tipo de habitações ou empreendimentos pode variar entre
dez dias e a seis meses, dependendo claro do sistema modular a ser utilizado.
A construção modular permite que se ergam simultaneamente paredes, pisos, tetos e
cobertura, o que na construção convencional é impossível, pois só é possível iniciar uma fase
após se concluir a anterior.
De acordo com Lawson (2007), este tipo de construção pode ou não apresentar a
possibilidade de adição de módulos futuros:
23

 Sistema modular fechado – apresenta como principal aspecto a impossibilidade


de se adicionar qualquer outro módulo, devido a isso apresenta elevado grau de
padronização e podem ser empilhados;
 Sistema modular parcialmente aberto – apresenta certa semelhança ao anterior,
porém possibilita a ligação lateral de módulos, possibilitando assim a colocação
de módulos empilhados;
 Sistema modular aberto – possibilita a ligação de outros módulos em qualquer
um dos seus lados, apresentando assim maior número de disposições;
 Sistema construtivo de elementos modulares – o módulo não é definido como
uma caixa, apresentando a denominação de modular pois os elementos são
construídos em fábrica e apresentam dimensões padronizadas, sendo
caracterizados como de rápida montagem em obras;
 Sistema construtivo misto – apresentam junções de alguns dos sistemas
anteriores.

A construção modular é considerada como um método construtivo do futuro, desta


forma são apresentadas elevadas vantagens. As quais na maior parte são apresentadas fazendo
comparações com o sistema construtivo convencional. Desta forma, as vantagens do sistema
segundo Gonçalves (2013), são:
 Custo reduzido pelo fato de serem pré-fabricadas, e pela redução de tempo de
construção, diminuindo assim a mão-de-obra e seu custo, inflacionando o preço
na construção convencional;
 Tempo de construção reduzido;
 Prazo de execução de 1 a 6 meses, dependendo do porte do empreendimento;
 Eficiência energética superior, diminuindo consideravelmente o consumo de
energia;
 Aspectos de montagem são controlados em fábrica;
 Método construtivo não sujeito a problemas e defeitos, pois atende as normas
regulamentadoras;
 Fixação do preço total da habitação ou empreendimento antes do início da obra,
o que ocasiona a não variação de valores de mercado ou acréscimos de trabalho;
 Possibilidade de construção em condições climáticas adversas;
 Redução drástica dos resíduos produzidos.
24

Como em todos os métodos construtivos também apresenta algumas desvantagens,


como:
 Possibilidade do não financiamento da obra;
 Menor flexibilidade criativa;
 Distância entre a fábrica e o local da obra, gerando possíveis gastos com
transportadoras até o local de implantação;
 Aceitação da sociedade em ser uma solução construtiva do futuro.

Um fator importante na aquisição de habitações ou empreendimentos, é o conforto. Seja


ele térmico, acústico, sustentável, etc. No que se refere a este campo, este sistema construtivo
apresenta características que muitas das vezes superam a construção convencional. Este
conforto é possível graças ao vasto leque de materiais, que podem ser utilizados, seja a nível
de isolamento do ambiente (térmico e acústico), seja a nível de automatização da habitação ou
empreendimento, seja a nível de redução de gastos com energia, aumentando a eficiência
energética do mesmo em questões como geração da própria energia proveniente do sol ou por
fontes de iluminação natural (LAWSON, 2007).
De acordo com Gonçalves (2013), a evolução da construção leva a que o sistema
construtivo modular seja executado de diferentes tipos de soluções e com diferentes materiais,
tendo sempre o mesmo objetivo e princípio a ser seguido: construção rápida, de fácil
execução, em grande maioria realizada em fábrica, necessário apenas o transporte dos
módulos para o local de implantação. Os sistemas construtivos modulares existentes na
atualidade são:
 Light Steel Framing (LSF) – construção em aço;
 Structural Insulated Panels (SIP´s) – EPS isolado em painéis de madeira, aço,
argamassa projetada, painéis de OSB ou de MgO (Óxido de Magnésio);
 STEKO – Bloco de madeira maciça fabricados industrialmente;
 Insulated Concrete Forms (ICF´s) – concreto isolado em fôrmas ou blocos de
EPS.

3.3 INSULATED CONCRETE FORMS (ICF)

O ICF é um sistema constituído por dois painéis em “esferovite” (EPS), uma espécie de
cofragem não recuperável que tem como principal função o isolamento térmico e acústico.
25

Sendo por si só painéis leves formados por camadas de material isolante, normalmente utiliza-
se em sua confecção o EPS (poliestireno expandido), unidos por ligações de aço ou plástico
integrante do mesmo material isolante. Os painéis foram elaborados com a intenção de se
criar uma estrutura simples, inovadora, de baixo custo, sustentável e autoportante, que não
desmoronasse e que agregasse propriedades térmicas e acústicas ao ambiente construído. Vem
ganhando adeptos nos Estados Unidos da América (EUA), Canadá, Reino Unido e América
do Sul (ICF Builder Magazine, 2011).
Na Figura 2, é mostra como funciona um bloco de Insulated Concrete Forms (ICF),
constituída de dois painéis de EPS em conjunto, suportes estruturais de aço ou polipropileno
de alta densidade. As dimensões do bloco são de 122 cm (centímetros) de comprimento por
40,6 cm (centímetros) de altura. A espessura do centro de concreto auto adensável ou
concreto usinado encontra-se entre 10,2 cm e 30,5 cm (centímetros). Os suportes estruturais
são concebidos para que possam servir de reforço ao aço em alguns locais, antes da
concretagem, servindo também como ponto de fixação para o material de acabamento das
paredes (Revista Téchne, 2016).

Figura 2: Anatomia de uma parede de ICF

Fonte: Autoria própria.

3.4 ORIGEM

Embora seja considerada uma tecnologia nova, ou pode-se dizer que seja um método
construtivo do futuro. O sistema construtivo ICF (Insulated Concrete Forms) teve origem e
primeira aplicação na Europa, após a Segunda Guerra Mundial, como uma maneira barata e
durável de reconstruir estruturas danificadas. Foi desenvolvido para regiões sujeitas a
terremotos, furacões, e baixas temperaturas no início da década de 1940, onde teve sua
primeira patente registrada por August Schnell e Alex Bosshard na Suíça, onde utilizavam
resíduos de madeira reciclada e cimento como material isolante. As primeiras fôrmas de EPS
(poliestireno expandido), surgiram por volta da década de 1960 como uma inspiração da
26

patente original, inovando o processo para o advento dos modernos plásticos de espuma.
Deste modo o empreiteiro canadense Werner Gregori apresentou a primeira patente para uma
fôrma de concreto de espuma na década de 1966 com um bloco, cujas especificações eram de
16 polegadas de altura por 48 polegadas de comprimento, com ranhuras internas, laços de aço
e um núcleo de grade estilo waffle (ICF Builder Magazine, 2011).
Com isso, desde a década de 1970 houve uma crescente adoção do sistema construtivo
ICF, embora inicialmente tenha sido prejudicada pela falta de conscientização e laços
culturais, além das normas construtivas não serem compatíveis na época, e pela falta de
padronização o que acarretou a reformulação de novas normas e padronizações ao sistema.
Deste modo, o sistema construtivo ICF hoje em dia faz parte da maioria das normas
padronizadoras da construção, é aceita em várias jurisdições ao redor do mundo, e atende as
normas de desempenho e eficiência energética, pois se trata de um sistema construtivo
sustentável no quesito de paredes de Poliestireno Expandido (Isocret do Brasil, 2017).
Segundo a Isocret do Brasil (2017), o sistema construtivo chegou ao país em 1998, com
a fundação da empresa. A qual trouxe dos Estados Unidos da America, que de acordo com
suas características estruturais se tratava de um avanço na concepção construtiva em concreto
e vedação da época. O sistema em si foi avaliado por testes do Instituto de Pesquisas
Tecnológicas de São Paulo – SP (IPT-SP) e pela Universidade de Campinas (Unicamp) com o
objetivo de promover um salto qualitativo em termos de inovações tecnológicas no setor da
construção civil do país. De todo modo a empresa Isocret do Brasil é responsável pela
disseminação do sistema construtivo no país, contribuindo de várias formas para o
desenvolvimento sustentável.

3.5 CARACTERÍSTICAS

O sistema construtivo ICF (Insulated Concrete Forms) aplicado a obra reduz em grande
parte o índice de resíduos se comparado com sistemas convencionais, além do tempo total de
obra. Dependendo do tipo de edifício ou empreendimento, ele pode gerar uma economia
considerável, sendo que o EPS diminui o peso que a fundação deverá suportar, além de obter
um coeficiente de transmissão térmica (U) com valores entre e os
(GONÇALVES, 2013).
O sistema construtivo ICF é composto por paredes estruturais, escadas, lajes estruturais
e cobertura. Tendo como objetivo a diretriz das paredes internas e externas, as quais
27

constituem a vedação vertical, tendo função estrutural e autoportante. O mesmo é constituído


no caso dos blocos por uma estrutura moldada por EPS (Poliestireno Expandido) e no caso
das fôrmas e blocos, por duas camadas de material isolante EPS unidos por ligações de aço,
plástico ou teia integrante do mesmo material isolante.
O EPS (Poliestireno Expandido) é um material rígido e de peso reduzido, um
hidrocarboneto puro composto somente de carbono, hidrogênio e por 98% de ar. É formado
pela expansão de pequenas esferas de estireno (BERTOLDI, 2007). Sua matéria prima é o
poliestireno, são esferas bem pequenas 0,5 mm a 2,4 mm, o mesmo é um tipo de plástico que
internamente possui um gás pentano (C5H12), cujo gás que terá a função de expansão dessas
esferas, como é mostrado na Figura 3.

Figura 3: Processo produtivo do EPS (Poliestireno Expandido)

Fonte: EPS Brasil, 2014

De acordo com a EPS Brasil (2014), no depósito as esferas de poliestireno são


encaminhadas para uma pré-expansora, onde as mesmas começaram a crescer por causa da
saída do gás pentano que há dentro em uma temperatura que pode chegar a , isto é, irão
ganhar volume e ao mesmo tempo irão perder densidade, se tornando leves esferas de
poliestireno expandido. Esta pré-expansora é alimentada por vapor de água que vem de uma
caldeira (transforma água em vapor). Quando o poliestireno sai da pré-expansora, nota-se que
está menos denso e maior em questão de volume. Após isso, o poliestireno é encaminhado
para grandes silos armazenadores, através de tubulações que passam pelo teto da fábrica, o
poliestireno é transportado através de ar comprimido que vem de compressores. Assim o
poliestireno com auxílio do ar comprimido é injetado em grandes moldes, entrando vapor e
prensando-os. Isto é, o vapor que entra nos moldes, fazendo com que o restante do gás
pentano dentro das esferas se expanda um pouco mais, e com a temperatura elas irão soldar
uns nos outros, resultando assim nas fôrmas, blocos, como é mostrado na Figura 4.
28

Figura 4: Confecção das fôrmas ou blocos de EPS

Fonte: EPS Brasil, 2014

A resistência do poliestireno depende do quanto ele é expandido, isto é, quanto mais ele
for expandido menos denso ele ficará e mais fraco em questão de resistência, o qual é muito
utilizado para fabricação dos mais variados tipos de embalagens comerciais. Por outro lado
quanto menos expandido ele for, mais denso ele ficará e mais resistente, o qual é muito
utilizado para a fabricação de capacetes e objetos resistentes a impactos. Assim, no processo
todo o propano vai-se embora, resultando apenas em 98% de ar e 2% de plástico, comumente
conhecido como EPS.
De acordo com a EPS Brasil (2014), o processo de reciclagem do EPS é bem simples, e
consiste no processo de coleta do material, seja em canteiros de obras onde é utilizado o
material, ou em depósitos ou coperativas. Em seguida o material é transportado para uma
máquina de compactação, onde o mesmo é triturado e é feito a retirada do ar das esferas de
EPS. Após essa etapa o material reduzido é transportado para a fábrica, onde será
reprocessado e irá gerar novos produtos, como é mostrado na Figura 5.
29

Figura 5: Processo de reciclagem do EPS

Fonte: EPS Brasil, 2014

Segundo Path (2002), existem três categorias de sistemas ICF, baseados na forma
resultante de parede estrutural autoportante. Esses três tipos de paredes são:
(1) ICF de parede plana: possui uma parede de concreto sólida de espessura uniforme,
tendo espessura de concreto nominal de 10cm, 15cm, 20cm e 25cm. A espessura real da
parede de concreto é tipicamente a espessura nominal reduzida em 1,27cm, como mostra a
Figura 6. A preparação do dimensionamento dos vergalhões de aço, é realizado pelo
engenheiro estrutural da obra, bem como pode ser consultado aproximações dadas pelo
fabricante.

Figura 6: Categorias de paredes planas do sistema ICF.

Fonte: PATH, 2002.

(2) Sistema ICF em Grade de Waffle: possui parede de concreto sólida de espessura
variável, sua espessura varia de 15cm a 20cm para núcleos de concreto horizontais e verticais.
Os espaçamentos máximos entre cada núcleo de concreto são de 30cm. Sendo que o
espaçamento máximo dos núcleos horizontais é de 40cm, como é demonstrado na Figura 7. O
30

reforço estrutural composto por vergalhões de aço é dimensionado e calculado pelo


engenheiro estrutural responsável pela obra, ou pode ser consultado de acordo com os dados
técnicos do fabricante.

Figura 7: Categorias de paredes grade-waffle do sistema ICF.

Fonte: PATH, 2002.

(3) Sistema ICF em Grade de Tela: possui uma parede de concreto perfurada de
espessura variada. Suas espessuras de concreto nominal variam entre 15 a 20cm para os
componentes horizontais e verticais da parede. Seu espaçamento máximo entre cada núcleo
vertical e horizontal é de 30cm. Diferentemente do sistema (2) Grade de Waffle, esse em
questão não possui “teias”, isto é, possuí um núcleo oco, como mostra na Figura 8. Seu
reforço estrutural de vergalhões de aço, como nos sistemas anteriores, necessita que o
engenheiro estrutural responsável pela obra faça o devido dimensionamento, que pode ser
consultado nos dados técnicos dispostos pelo fabricante.

Figura 8: Categorias de paredes grade de tela do sistema ICF.

Fonte: PATH, 2002


No país, as empresas que trabalham com o método construtivo ICF, adotam as
características (1) ICF categoria parede plana sendo utilizado pela empresa ARXX
Construtora, situada no município de Vila Velha – ES, e (3) ICF categoria grade de tela,
sendo utilizada pela empresa ICF Construtora Inteligente e Isocret do Brasil, situadas no
31

município de Sinope – MT e Campo Belo - SP. Deste modo, segue abaixo as características
das categorias de blocos e fôrmas adotados no Brasil:

 “Bloco Termoacústico para paredes de vedação ARXX VEDA”: são blocos retos em
formato de fôrma, possuem medidas 40,6 cm (altura) x 60 cm (comprimento) x 14 cm
(largura), possuindo um núcleo para concreto com espessura de 4 cm. Suas estruturas
embutidas permitem a fixação do acabamento interno e externo, resultando em
máxima flexibilidade ao projeto. Possuem peso de , coeficiente de
produtividade de , desempenho acústico de , desempenho térmico de
e um rendimento por bloco de , como mostra a Figura 9.

Figura 9: Bloco Termoacústico ARXX VEDA

Fonte: ARXX, 2017

 “Blocos Termo acústicos para paredes estruturais ARXX STEEL”: são blocos retos
em formato de fôrma, possuem medidas de 60 cm (altura) x 120 cm (comprimento) x
23 cm (largura). Possuindo um núcleo de espessura de 10 cm. Possuem estruturas
embutidas de aço galvanizado a cada 15 cm, a fim de criar pontos de fixação mecânica
para todos os tipos de acabamentos. Tendo camadas de EPS com espessura de 6,5 cm
permitindo que componentes elétricos e hidráulicos sejam instalados diretamente após
a concretagem. O bloco com largura de 23 cm, faz com que seja ideal para projetos
institucionais, empresariais e industriais. Possuem um coeficiente de produtividade de
, desempenho acústico de 6 , desempenho térmico de
e um rendimento por bloco de , como mostra a Figura 10.
32

Figura 10: Bloco Termo - acústico ARXX STEEL

Fonte: ARXX, 2017

Há apenas um modelo de fôrma do sistema construtivo ICF, sendo que o molde para a
sua confecção é disponibilizado pela empresa Isocret ICF, tendo como característica o fato de
não haver variação da espessura da fôrma:
 “Fôrma para Concreto Armado Eco Sustentável”: são fôrmas retas moldadas por EPS,
com medidas de 30 cm (altura) x 120 cm (comprimento) x 14 cm (largura). Possuem
linhas demarcadas para que facilite o corte caso haja necessidade. Possuindo camadas
de EPS (poliestireno expandido) de 4 cm e núcleo de concreto de 6 cm, permitindo
que após a concretagem as paredes internas e externas sejam chapiscadas com
argamassa de cimento colante com resina polimérica projetada sobre tela de poliéster
com malha mínima de 3x3 mm (PVC) de alta densidade, como mostra a Figura 11.

Figura 11: Especificações Fôrma de EPS

Fonte: ICF Construtora Inteligente, 2017.

Ressaltando que a escolha da espessura afeta somente em questões acústicas e custo


por m2 do EPS. Onde os blocos ou fôrmas são encaixados em forma de encaixes macho e
fêmea, não necessitando de fundações superficiais, onde os varões de aço são colocados
verticalmente a cada 30 cm (centímetros) espaçados uns dos outros, e a cada 30 cm
33

(centímetros) de altura espaçados um dos outros com o objetivo de reforço estrutural das
paredes, em seguida o concreto é projetado/bombeado ou inserido manualmente, como mostra
a Figura 12.

Figura 12: Fôrma de EPS concretada

Fonte: BuildBlock, 2017.

3.6 VANTAGENS SISTEMA ICF

Segundo ICF Construtora Inteligente (2017), bem como a ISOCRET do Brasil com
base nos resultados obtidos pelo IPT-SP em conjunto com a UNICAMP-SP o sistema
construtivo apresenta inúmeros benefícios nas edificações, sendo as principais:
 Atende as normas: NBR 6.118:2004 – Estruturas de Concreto Armado, NBR
16.055:2012 – Parede de Concreto e supera integralmente a NBR 15.575:2013 -
Desempenho das edificações habitacionais;
 Redução de 35°C externos para 15°C internos;
 Redução de até 2,4oC/w/m2 (Graus Celsius por watt por metro quadrado);
 Absorção de impacto para densidade 30Kg/m3 e de ;

 Índice de redução sonora ponderada (Rw) é de 35dB;


 Possui índice de resistência à compressão da argamassa em (MPa – Mega Pascal) de
28dd = 9,2;
 As cargas de ruptura para ensaios de compressão excêntrica de paredes é de 314,9
KN/m;
 A composição do EPS utilizado nas formas é de classe F, além de anti-chamas, é
100% reciclável e não contém CFC;
 Parede estrutural e estrutura de vedação simultâneos;
 Alívio de cargas de pilares e vigas;
34

 Compatível com todos sistemas de construção convencionais;


 Redução de cargas estruturais;
 Redução de uso de madeira para moldagem;
 Agilidade e rapidez na execução da obra;
 Economia de custos energéticos durante toda vida útil da edificação;
 Redução de consumo de energia com sistemas de refrigeração artificial (ar
condicionado);
 Isolante térmico e acústico;
 Sem necessidade de mão de obra especializada, pois já é padronizado de fábrica;
 Racionalização de custos totais de obra (precisão para orçamentos);
 Comprovação de informações em testes realizados junto ao Instituto de Pesquisas
Tecnológicas de São Paulo (IPT);
 Contribui com maior eficiência e certificação de construções ecologicamente corretas,
incluindo: Referencial Casa GBC, LEED, PROCEL Edifica, CAIXA Selo Azul,
AQUA;
 Redução significativa de produção de entulho, desperdícios de matérias primas (mais
de 80%) e retrabalho;
 Material Hidrófugo – Resistente a: mofo, bolor, umidade de parede, cupim e
infestação de insetos;

Em todo caso, o sistema não é perfeito, e possui sim desvantagens. Sendo que a
principal desvantagem está em alguns casos na distância em relação local de obra e fábrica,
geralmente tendo a necessidade de um gasto a mais com variáveis decorrente ao transporte.
Bem como sendo um sistema autoportante, possuindo tal fator como uma vantagem, mas
também se tornando uma desvantagem, pois caso não se siga os procedimentos corretos e ao
concretar as paredes juntamente com tubulações hidráulicas ou conduítes das instalações
elétricas, não terá acesso as mesmas.
O ICF apresenta inúmeras vantagens sobre o sistema construtivo convencional, pois o
mesmo não se trata de um processo pré-fabricado e por isso tecnologicamente avançado se
comparando a sistemas convencionais. Pois promove grande durabilidade, facilidade de
manuseio e montagem. Além dos benefícios térmicos e acústicos, e resistente a várias
patologias de construção.
35

De acordo com Isocret ICF (2017), o sistema proporciona benefícios únicos na


construção, atendendo os padrões de sustentabilidade o que inclui a redução das emissões de
carbono, economia dos custos de operações de edificações, melhoria das condições de bem-
estar dos funcionários e usuários do sistema construtivo, reciclagem dos resíduos de EPS,
estando diretamente ligado a redução de impactos sócios ambientais, aumento considerável na
vida útil do edifício construído, apresentando assim tais vantagens temos a possibilidade de
obtenção de financiamentos direcionados a sistemas construtivos sustentáveis e responsáveis.
Tendo impacto diretamente na otimização de custos finais de obra, promovendo uma
economia global e reduzindo o consumo de energia elétrica devido ao alto desemprenho
térmico do sistema construtivo, tendo qualidade superior aos sistemas convencionais de
construção atualmente existentes no mercado.
Colaborando com a redução do impacto ambiental da construção e operação de
edificações, por meio de esforços gerais tanto dos proprietários, bem como de arquitetos,
engenheiros, e demais colaboradores do sistema construtivo, desse modo consegue-se reduzir
consideravelmente o desperdício de materiais, energia e melhorar a eficiência física e
energética das construções utilizando o sistema construtivo.

3.7 ETAPAS CONSTRUTIVAS

As etapas do processo construtivo Insulated Concrete Forms (ICF), consiste em:


 Aspectos e fundação;
 Ancoragem das Fôrmas ou Blocos na Fundação;
 Estrutura;
 Instalações e Revestimento;
 Laje e Forro.

3.7.1 Aspectos e Fundação

Qualquer tipo de fundação requer uma boa impermeabilização, a fim de se evitarem


problemas futuros como infiltrações e umidade. É de suma importância salientar que a
eficiência estrutural depende de um bom projeto e execução da fundação, mesmo que as
condições climáticas do local não sejam propícias a infiltrações ou umidade. A qualidade da
fundação está diretamente ligada ao bom funcionamento dos subsistemas que formam a obra a
36

ser construída. Desta forma, por ser um sistema autoportante, a fundação deve estar
perfeitamente nivelada e esquadrada, permitindo desse modo a correta transmissão das ações
da estrutura e maior precisão na montagem da estrutura e dos demais componentes
(GONÇALVES, 2013).
É importante salientar que tanto para regiões onde o clima é muito frio ou muito quente,
é interessante, e ao mesmo tempo obrigatório se fazer o isolamento impermeabilizante da
fundação, a fim de evitar problemas futuros com a mesma. Nos Estados Unidos da América,
Canadá ou Suíça onde as temperaturas são bem baixas, é obrigatório segundo as normas
regulamentadoras dos mesmos ser realizado a impermeabilização tanto das fundações, bem
como das paredes externas, a fim de se evitar possíveis infiltrações decorrentes do degelo.
Geralmente as fundações são executadas de forma convencional. As soluções mais
empregadas para construções que adotam método modular ICF, consiste em radier ou sapata
corrida, seja qual for a especificação para a fundação. Porém é necessário ficar atento as
condições climáticas da região em que se encontra a obra a ser realizada.

3.7.1.1 Radier

O radier é um tipo de fundação rasa, constituída de uma laje em concreto armado com
cotas bem aproximadas da superfície do terreno, isto é, onde a estrutura irá se apoiar.
Basicamente é uma estrutura que distribui seu peso por toda a base da construção
uniformemente, como mostra a Figura 13.

Figura 13: Corte esquemático de uma laje radier

Fonte: FREITAS; CASTRO, 2006.


37

3.7.1.2 Sapata Corrida

Segundo Freitas; Castro (2006), se trata de um tipo de fundação indicado para


construções com paredes portantes, onde a distribuição de carga é contínua ao longo das
paredes. Constitui-se de vigas, que podem ser de concreto armado, blocos de concreto ou
alvenaria que são locados sob os painéis estruturais, bem similar ao Baldrame.
É indicada para locais onde os terrenos apresentam grande resistência a cerca de 60cm
da superfície, e executada abaixo e ao longo das paredes com função estrutural. Geralmente é
construída em uma vala sobre um solo cuja resistência é condizente com a intensidade de
carregamento transmitido pela aba da sapata. O contra piso do pavimento térreo pode ser feito
de concreto, ou de perfis galvanizados apoiando nas sapatas, como mostra a Figura 14.

Figura 14: Corte esquemático de fundação sapata corrida

Fonte: Construtor Civil, 2012.

3.7.2 Ancoragem das Fôrmas ou Blocos na Fundação

A ancoragem é uma característica construtiva que a estrutura deve se prender à


fundação e permitir que a transmissão dos esforços impeça qualquer deslocamento indesejável
no futuro, isto é, torna-la autoportante.
Segundo Gonçalves (2013), a ancoragem é realizada após a execução da fundação,
onde será deixado a cada 30 cm (centímetros) de distância uns dos outros, varões de aço CA-
60 ou bitola definida após cálculo do engenheiro estrutural responsável pela obra, onde terão a
função de arranque, como mostra a Figura 15. A partir disso será realizado a colocação da 1a
fiada de fôrmas de EPS, as quais darão origem a estrutura/vedação do sistema construtivo.
38

Figura 15: Fundações e 1a fiada de fôrmas

Fonte: Canteiro de obra ICF Construtora Inteligente, 2017.

De acordo com ICF Contrutora Inteligente (2017), para que o conjunto


estrutura/fundação interaja de modo satisfatório, e evite o movimento indesejado das fôrmas
antes da betonagem, devido à pressão do vento, a ancoragem da estrutura deve ser bem
dimensionada e executada.
O tipo de ancoragem é definido devido ao tipo de fundação adotado, as solicitações
que ocorrem na estrutura devido as cargas, as condições climáticas, ocorrência de abalos
sísmicos ou furacões. Suas dimensões e espaçamentos são definidos segundo cálculo
estrutural do engenheiro responsável pela obra.

3.7.3 Estrutura

Segundo Gonçalves (2013), após a 1a fiada de fôrmas ou blocos perfeitamente


alinhados, nivelados e esquadrejados, como pode ser visto na Figura 16. Em seguida inicia-se
o processo de colocação das fôrmas ou blocos nas demais fiadas, juntamente com os aços CA-
50 horizontais a cada 30 cm (centímetros) de altura, até que chegue na altura de paredes
desejada. Respeitando os espaços de portas e janelas. Após isso é realizado o processo de
concretagem das fôrmas e blocos, onde o mesmo consiste no bombeamento do concreto
usinado e a vibração do mesmo, a fim de evitar a possível segregação do mesmo entre os aços
verticais e horizontais cofrados nas fôrmas ou blocos.
39

Figura 16: Montagem da estrutura de vedação com fôrmas de EPS

Fonte: Canteiro de obra ICF Construtora Inteligente, 2017.

3.7.4 Instalações e Revestimentos

Com base em BuildBlock (2015), após a montagem das paredes estruturais e de


vedação, já com os devidos varões horizontais e verticais colocados. É necessário colocar os
escoramentos das paredes, de modo que as mesmas não saiam do nivelamento, podendo
também ser feita as aberturas para passagem de instalações elétricas, hidráulicas e telefônica a
qual é muito simples de ser realizado. A operação de abertura requer pouco tempo, e não
necessita de assistência de pedreiros ou ajudantes, podendo ser realizada pelo próprio
instalador das fôrmas ou blocos, sendo uma operação bastante limpa. Sabendo os trajetos dos
mesmos, basta com auxílio de um gerador de ar quente ou serra quente para serem feitos os
furos no EPS, como mostra a Figura 17.

Figura 17: Demonstrativo furação e fechamento das fôrmas

Fonte: QuadLock, 2017.

De acordo com a ICF Construtora Inteligente (2017), para tubulações com dimensões
superiores a 100 mm (milímetros), as mesmas não devem ser colocadas dentro das fôrmas ou
blocos do sistema construtivo. Para esse caso, é realizado o procedimento similar ao sistema
construtivo convencional, onde no projeto da planta baixa da habitação é destinado locais de
40

passagem desses dutos (Shaft´s). Com a conclusão desse processo, inicia-se o processo de
revestimento das paredes, que serão chapiscadas com argamassa de cimento colante com
resina polimérica projetada sobre Tela de Poliestireno (PVC) de alta densidade, como mostra
a Figura 18. Nas paredes internas pode ser utilizado diretamente argamassa colante com
resina polimérica. Essa argamassa de revestimento utilizada externamente e internamente nas
paredes são de cimento, areia e resina polimérica com traço de 1:3: ½ ou podendo ser
revestimento acrílico texturizado colorido, fazendo com que se elimine o processo de pintura.

Figura 18: Revestimento de fôrmas de EPS

Fonte: Canteiro de obra ICF Construtora Inteligente, 2017.

3.7.5 Lajes e Forros

As lajes e forros dependem muito do tipo de projeto a ser executado, as áreas de forro
poderão ser em laje painel ou lajotas de EPS ou material cerâmico e vigas treliçadas
unidirecionais. Ao fim a concretagem das paredes estruturais serão deixados arranques com a
função de negativas as treliças das lajes pré-moldadas, podendo também fazer o uso de laje
protendida sem dificuldade alguma, como mostra a Figura 19.

Figura 19: Lajes e Forros de lajotas de EPS

Fonte: Canteiro de obra ICF Construtora Inteligente, 2017.


O sistema construtivo utilizando fôrmas de EPS, utiliza o sistema tradicional de
cobertura. Isto é, as estruturas são formadas por peças convencionais, fazendo com que sejam
41

realizadas uma ligação rígida, obtendo-se assim seções padronizadas. Podendo ser utilizada
qualquer sistema de cobertura, seja estrutura de madeira ou metálicas, como mostra a Figura
20.

Figura 20: Cobertura sistema tradicional

Fonte: Canteiro de obra ICF Construtora Inteligente, 2017.

3.8 ISOLAMENTO TERMO-ACÚSTICO

A capacidade de proporcionar condições adequadas de qualidade para as atividades ao


qual foi projetada, determina o seu desempenho térmico e acústico. Esse isolamento é uma
maneira encontrada para impossibilitar a transmissão de sons e os ganhos ou perdas de calor
para o meio externo, impedindo de certa forma que as condições externas tenham influência
sobre as internas.

3.8.1 Térmico

A ação termo isolante é uma vantagem do uso do EPS nos painéis de ICF,
possibilitando uma redução de até 15°C do ambiente externo para o ambiente interno, pois
possui um coeficiente de transmissão térmica como mostra no comparativo da Tabela 1,
resultando em um ambiente agradável, e consequentemente evitando gastos com sistemas de
refrigeração. Isso é devido a estrutura das células fechadas que compõe o EPS, pois são cheias
de ar, e dificultam a passagem do calor, o que confere ao produto um grande poder isolante.
Por ser um material que possui com baixa absorção de água, é insensível à umidade. Pois
como o EPS não é higroscópio mesmo quando imerso em água, o mesmo absorve pequenas
quantidades de água. Garantindo assim suas características térmicas e mecânicas mesmo sob a
ação da umidade.
42

Tabela 1: Comparativo de valores de transmissão térmica (U), ICF e Sistema Convencional


Sistemas Construtivos Coeficientes de transmissão térmica (U) (W/m2oC) (%)
Parede exterior Cobertura
ICF 0,230 0,325 45 a 80
Convencional 0,480 0,325 15 a 40
Fonte: GONÇALVES, 2013.

A resistência térmica é a capacidade da estrutura da parede (ou material da cavidade)


se abster da transmissão de calor pela parede. A mesma é denotada como valor “R”, e
expressa em (°C/w/m2), ao qual também pode ser referida como o inverso da condutividade
de um material. Isto é, paredes com alto valor “R” mantém o calor dentro da estrutura, o que
resulta em um maior conforto térmico e menor desperdício de energia. O contrário, resulta em
um aumento de transferência de calor, redução de conforto térmico e um considerável
aumento de energia, o que é o caso das paredes de alvenaria cerâmica.

3.8.2 Acústica

Com o passar dos anos a poluição sonora tem se agravado de maneira agressiva e
intolerante, dessa forma o sistema construtivo ICF traz benefícios em minimizar as agressões
sonoras que partem do ambiente externo urbano para dentro da privacidade do ambiente.
De acordo com o estudo da Path (2002), a capacidade de uma parede diminuir a
quantidade de som (ou ruído) que passa para dentro do ambiente é medida testando a parede
para dar uma classificação. Essa classificação é conhecida com Classe de Transmissão Sonora
(STC), e pode ser usada para comparações de controle de ruído ou a privacidade
proporcionada pelo método construtivo utilizado. No caso das paredes de ICF, o principal
benefício é a redução do ruído derivado de fontes externas. O controle de fontes de ruídos
dentro da residência ou empreendimento pode exigir um detalhamento especial devido as
paredes divisórias e os sistemas de piso dentro do mesmo. De acordo com o mesmo estudo,
nos Estados Unidos da América (EUA) geralmente é exigido uma classificação mínima de
STC de 45, que equivale ao nível de frequência do ruído, conforme demonstrado na Tabela 2.
43

Tabela 2: Descrição das classes de transmissão de ruído


Classificação STC Privacidade
25 Fala normal facilmente entendida
30 Fala normal ouvida, mas não entendida
35 Alto discurso ouvido e pouco entendido
40 Discurso alto ouvido, mas não entendido
45 Fala alta, mal ouvida
50 Grito mal ouvido
55 Grito não ouvido
Fonte: Costs and benefits of ICF for residential construction, 2002.

3.9 IMPERMEABILIDADE

A matéria-prima utilizada para a composição das fôrmas do sistema construtivo, traz


características e vantagens especiais quanto a umidade, pelo fato da sua baixa absorção de
água e resistência a difusão do vapor. Fazendo com que a fôrma não seja higroscópica
(propriedade de absorção de umidade do ambiente). Garantindo que o produto mantenha suas
características térmicas e mecânicas sob a ação da umidade. Mesmo após a aplicação dos
revestimentos, não gera patologias (salito, mofo, bolor, etc), como é muito comum em obras
construídas no sistema convencional.
É necessário salientar que dependendo do clima, há de se levar em consideração a
quantidade de água que se armazena nesses locais. Pois o controle de impermeabilidade exige
que se impermeabilize desde o topo da fundação utilizada, seja radier ou sapata corrida, até a
altura final do primeiro piso a ser exposto ao solo. De acordo com NAHB Research Center
(1997), a barreira de proteção contra a umidade não deve ser a base de petróleo, pois o mesmo
deteriora o EPS. Segundo dados fornecidos pelos próprios fabricantes, podem ser listados os
produtos indicados a serem utilizados como impermeabilizantes.

3.10 DURABILIDADE

Todas as propriedades do EPS se mantem inalteradas ao longo da vida do material, por


ser um material inerte e resistente ao envelhecimento. E toda a estrutura de concreto armado
que se encontra cofrada dentro das fôrmas, não sofre com intempéries climáticas, o que evita
44

a oxidação e corrosão do aço, aumentando ainda mais a vida útil da edificação em


comparação ao sistema convencional, onde em decorrência desses intempéries resulta em
trincas pelas paredes.

3.11 ANTI-CHAMAS

No Brasil o sistema construtivo atende perfeitamente os critérios de avaliação


estabelecidos pela Norma MB-1192/77, a qual determina o grau de resistência de fogo para
componentes construtivos. Constituído de material anti-chamas, tendo a sua classificação
como EPS-F. Isto é, além de ser não inflamável, a chama não se propaga sobre o material,
sendo denominado “auto extinguível”, contém ainda um inibidor de combustão em sua
composição. Ao ser exposto a chama, o material se contrai, dificultando a ignição da
combustão. Por isso é de suma importância se atentar aos materiais utilizados como
revestimento, de modo a não serem tóxicos. A exemplo de argamassas, reboco, revestimentos
de cerâmica, pedras (granito, mármore, ardósia, etc), o EPS não constitui qualquer risco
suplementar de incêndio para uma edificação, devido a sua baixa densidade e por ser não
inflamável, possibilitando a não propagação da chama.
De acordo com a norma NFPA 286-11, o EPS classe F, suporta uma interação de mais
de 15 minutos em testes feitos pelo Institutos de Pesquisa da Empresa QuadLock, localizada
no Canadá. Atendendo perfeitamente a ISO 9705:1993, em equivalência para a maior parte do
mundo. O teste foi realizado com fôrmas EPS de 12.5 polegadas (317,5mm) e ½ in (12,5mm)
de espessura de revestimento em gesso, como mostra a Figura 21, durante e após o teste.

Figura 21: Não propagação de chama no ICF

Fonte: QuadLock, Canadá 2012.


45

4. METODOLOGIA

Neste capítulo será apresentado um estudo de caso com o objetivo de abordar a


construção de um modelo habitacional empregando o sistema ICF e o sistema convencional
de construção, apresentando dados econômicos, técnicos e orçamentários, detalhando e
comparando os mesmos. Por meio de contato com as empresas que atuam com o método
construtivo. Foi realizado o contato com os representantes das empresas ICF Construtora
Inteligente e ARXX Redefinindo Construção a fim de se obter dados de custos envolvidos no
processo de construção utilizando o sistema, bem como custos de transporte para outras
regiões do país. O Estudo de caso foi realizado em forma de estudo orçamentário, com o
objetivo de qualificar os quantitativos utilizados, bem como através dos resultados obtidos
fazer um comparativo entre os sistemas construtivos.

4.1. DADOS DA OBRA

O modelo de empreendimento residencial aqui apresentado possui um terreno de


244,67 m2. Será realizado o orçamento em duas empresas brasileiras que adotam o sistema
construtivo, sendo elas: ICF Construtora Inteligente ISOCRET, a qual adota a categoria de
paredes ICF Grade-Tela e ARXX Redefinindo Construção, a qual adota a categoria de
paredes ICF Plana.
O modelo de empreendimento adotando para o Sistema Construtivo ICF, pela empresa
ARXX Redefinindo Construção, utiliza os blocos ARXX Veda, onde às paredes tem
espessura de 14 cm, comprimento de 60 cm e altura de 41 cm. O empreendimento possui um
pé direito de 3,28 m e área construída de 215,8 m2, na Figura 31 do Apêndice B, encontra-se a
renderização do empreendimento em questão. A residência construída pela empresa é
distribuída pela Tabela 3:
46

Tabela 3: Distribuição de áreas empreendimento categoria ARXX


 Varanda/Garagem  63,4238 m2
 Entorno:  74,1509 m2
 Copa/Estar:  17,5971 m2
 Cozinha:  22,8103 m2
 Hall:  7,9156 m2
 Banheiro Social 1:  6,5456 m2
 Banheiro Social 2:  4,7908 m2
 Quarto Solteiro 1:  10,5691 m2
 Quarto Solteiro 2:  11,1542 m2
 Quarto Suíte:  14,3540 m2
 Banheiro Suíte:  6,6483 m2
Total: 215,7896 m2
Fonte: Autoria própria

Em Apêndice A, encontra-se a planta baixa dos três modelos apresentados (Arxx


Veda, ICF Construtora Inteligente ISOCRET, e Alvenaria.
O modelo de empreendimento adotando para o Sistema Construtivo ICF, pela empresa
ICF Construtora Inteligente ISOCRET, a qual possui fôrmas com dimensões de 14 cm de
espessura, 120 cm de comprimento e altura de 30 cm. O empreendimento possui um pé direito
de 3,00 m e área construída de 215,8 m2, na Figura 32 do Apêndice B, encontra-se a
renderização do empreendimento em questão. A residência de padrão médio construída pela
empresa é distribuída pela Tabela 4:

Tabela 4: Distribuição de áreas residência categoria ICF ISOCRET


 Varanda/Garagem  63,4238 m2
 Entorno:  74,1509 m2
 Copa/Estar:  17,5971 m2
 Cozinha:  22,8103 m2
 Hall:  7,9156 m2
 Banheiro Social 1:  6,5456 m2
 Banheiro Social 2:  4,7908 m2
 Quarto Solteiro 1:  10,5691 m2
 Quarto Solteiro 2:  11,1542 m2
 Quarto Suíte:  14,3540 m2
 Banheiro Suíte:  6,6483 m2
Total: 215,7896 m2
Fonte: Autoria própria
47

O modelo de empreendimento adotando para o Sistema Construtivo Convencional,


possui um pé direito de 3,00 m e área construída de 215,8 m2, na Figura 33 do Apêndice B,
encontra-se a renderização do empreendimento em questão. A residência de padrão médio
construída é distribuída pela Tabela 5.

Tabela 5: Distribuição de áreas Sistema Construtivo Convencional


 Varanda/Garagem  63,4238 m2
 Entorno:  74,1509 m2
 Copa/Estar:  17,5971 m2
 Cozinha:  22,8103 m2
 Hall:  7,9156 m2
 Banheiro Social 1:  6,5456 m2
 Banheiro Social 2:  4,7908 m2
 Quarto Solteiro 1:  10,5691 m2
 Quarto Solteiro 2:  11,1542 m2
 Quarto Suíte:  14,3540 m2
 Banheiro Suíte:  6,6483 m2
Total: 215,7896 m2
Fonte: Autoria própria

4.2. DEMONSTRAÇÃO DOS PROCESSOS CONSTRUTIVOS

Após concluída a definição do projeto arquitetônico, o mesmo foi enviado para as


empresas específicas, sendo elas: ARXX Redefinindo Construção, situada na cidade de Vila
Velha – ES; ICF Construtora Inteligente ISOCRET, situada em Sinop – MT e uma
Construtora em Mossoró RN. Onde as mesmas após receberem o projeto, realizaram o cálculo
de estruturas e os quantitativos de blocos e acessórios a serem usados, além de fornecer a
estrutura para a execução do projeto, sendo que as paredes, lajotas, e telhado são constituídos
de EPS.
Como é demonstrado na Tabela 6 e 7, onde contém o quantitativo necessário de blocos
e fôrmas de EPS para a construção do empreendimento residencial pelas empresas ARXX e
ICF Construtora Inteligente ISOCRET.

Tabela 6: Quantitativo de blocos ARXX Estrutural por etapa de construção


Estrutura Quantidade
Blocos Paredes Térreo 1451
Fonte: Autoria própria
48

Tabela 7: Quantitativo de fôrmas ICF Construtora Inteligente ISOCRET


Estrutura Quantidade
Fôrmas Paredes Térreo 902
Fonte: Autoria própria

Sabendo dos quantitativos dos blocos e fôrmas a serem utilizados na obra, os mesmos
chegam prontos ao canteiro de obra, não necessitando de pilares e vigas sendo necessário
apenas a sua colocação devidamente correta e conectá-los aos aços verticais de arranque da
fundação, CA-60 ou bitola definida após cálculo estrutural, bem como a colocação do aço
CA-50 horizontal ou bitola definida após cálculo estrutural a cada 30 cm de altura. Após a
etapa de fixação da 1a fiada de fôrmas ou blocos é aconselhável ligá-las entre si, utilizando
presilhas “enforca gato”, com a finalidade de que as mesmas não saiam do prumo. As Figuras
22 e 23 exemplificam a montagem da estrutura da 1a fiada de blocos e fôrmas do
empreendimento sobre a fundação do tipo radier.

Figura 22: Primeiras fiadas de blocos ARXX

Fonte: ARXX, 2018

Figura 23: Primeiras fiadas de fôrmas ICF ISOCRET

Fonte: ICF ISOCRET, 2017

De acordo com NAHB Research Center (1997), o empilhamento das fôrmas e blocos
de EPS é de montagem do tipo macho e fêmea, após é realizando o enquadramento interno,
49

bem como é conferido o prumo das paredes e com as escoras montados e fixadas
provisoriamente nas paredes para o vazamento do concreto, como é mostrado na Figura 24.

Figura 24: Parede enquadrada e escorada prestes a receber concreto

Fonte: Adaptado ARXX, 2017

As molduras tanto das janelas, bem como das portas são feitas de madeira ou de aço.
São utilizados suportes tanto de madeira como de aço verticais para sustentação e prumo das
molduras, como é mostrado na Figura 25. Em seguida, é realizada a concretagem das paredes.

Figura 25: Molduras de janelas e portas

Fonte: Quad-Lock, 2017

A concretagem das paredes de ICF devem ser realizadas com o auxílio de duas
pessoas que estarão sobre o andaime, sendo que uma terá a função de guiar o concreto
bombeado, e a outra terá a função de vibrar o concreto a fim de que o mesmo não crie “ninhos
de concreto” dentro das formas. Isto é, é utilizado uma bomba vibratória de concreto para que
o mesmo preenche uniformemente toda a parede, sem deixar partes ocas, e não segregue entre
os aços verticais e horizontais como é mostrado na Figura 26.
50

Figura 26: Concretagem e vibração

Fonte: NAHB Research Center (1997).

A laje desse estudo possui uma espessura de 15 cm e composta por lajotas de EPS,
com o objetivo de gerar menos peso/carga e mais resistência a tensões de tração e compressão
que irão sofrer no decorrer de sua vida útil, como mostra a Figura 27.

Figura 27: Laje com vigas em concreto armado e lajotas em EPS

Fonte: ICF ISOCRET, 2017.

Segundo NAHB Research Center (1997), os eletrodutos corrugados das instalações


elétricas, bem como os canos das instalações hidráulicas passam em pontos estratégicos
situados e distribuídos na planta hidráulica e elétrica da edificação. Desse modo, eles são
instalados de forma similar ao método de construção convencional em alvenaria. Porém não
há desperdícios de materiais na quebra de paredes. Sendo feito cortes, utilizando uma faca
quente sobre a parede de EPS, em seguida é colocado os eletrodutos e canos, como é
exemplificado nas Figuras 28 e 29. Após essa etapa, os espaços vazios que foram abertos são
cobertos com espuma do mesmo material ou de poliuretano. E os resíduos de EPS são
retornados para a fábrica, onde são reprocessados e viram novamente blocos ou fôrmas.
51

Figura 28: Instalações hidráulicas e elétricas em paredes ICF

Fonte: Quad-Lock, 2017.

Figura 29: Corte e Preenchimento

Fonte: Quad-Lock, 2017.

De acordo com Maria et. al. (2017), as instalações hidráulicas cujo diâmetros que são
superiores as 100 mm, devem passar em pontos estratégicos, descritos nas plantas hidráulicas
da edificação. O método de passagem desses canos com diâmetros superiores, é similar as
instalações realizadas no método de construção em alvenaria de vedação convencional. Não é
aconselhável passar os mesmos por dentro dos blocos e fazer a concretagem, pois em caso de
futuras manutenções isso será impossível. Tendo assim vantagens significativas em questões
de tempo de execução dos cortes, desperdício de materiais, fácil reaproveitamento de
possíveis desperdícios, redução da mão de obra e redução de impactos gerados por materiais
descartados.
Os acabamentos das paredes de ICF, laje e outras partes da edificação podem ser feitas
similar ao método de construção em alvenaria, podendo ser utilizados desde um simples
reboco ou até mesmo acabamentos mais pesados. Na Figura 30 é exemplificado uma técnica
muito utilizada por construtores cujas fôrmas e blocos não possuem as ranhuras, para que seja
feito a colocação de telas de poliestireno e em seguida a realização do chapiscar da parede e
em seguida o reboco.
52

Figura 30: Tela de poliestireno com reboco

Fonte: ICF ISOCRET, 2017.

Após todas essas etapas, a construção dos modelos ARXX e ICF ISOCRET chegam
em sua fase final de acabamentos. Que são as pinturas e acabamentos estéticos tanto de
interior, como de exterior. O tempo previsto de duração de obra depende da quantidade de
colaboradores no canteiro de obras, em média o tempo previsto para esse modelo de
empreendimento residencial é de no máximo 3 meses. Dependendo do nível de acabamento
estético é possível que esse tempo aumente.
Deste modo, foi provado que o sistema construtivo ICF é realmente um método
construtivo rápido, produtivo e eficiente.

4.3. DETALHAMENTO ORÇAMENTÁRIO

Segundo NAHB Research Center (1997), as etapas mais complexas para a construção
utilizando o sistema ICF, são a fundação, onde é necessário ter certo conhecimento do solo ao
qual será construído e qual o tipo de obra será executado sobre o mesmo, bem como a devida
montagem e fixação dos blocos nos aços de arranque. Desta forma, sabendo às áreas do
empreendimento a ser construído, é determinado o quantitativo de materiais a serem usados.
Por exemplo, com as áreas das paredes externas e internas é possível ser realizado o
quantitativo de blocos a serem usados. Portanto, o orçamento deixa de ser uma previsão
insegura e se aproxima muito da exatidão de custos. Nas tabelas 8 e 9 será mostrado
detalhadamente a quantidade de blocos e fôrmas, aços verticais e horizontais, lajotas de EPS,
vigas de concreto armado, telas de aço das lajes e concreto usinado para os dois tipos de
empreendimentos residenciais que adotam o sistema ICF.
53

Tabela 8: Detalhamento de quantitativos e custo de materiais ARXX


Estrutura Unid Quantidade Unitário (R$) Total (R$)
Blocos casa e muro Bloco 1451 17,00 24.667,00
Vigas de conc. arm. Unit 34 22,00 748,00
Lajotas EPS Unit 276 6,00 1.656,00
Tela de aço m2 25 20,00 500,00
Concreto Usinado m3 104,47 305,00 31.863,35
Aço horizontal CA-60 Unit 160 8,49 1.358,40
Aço vertical CA-50 Unit 140 26,90 3.766,00
Total (R$) 64.558,75
Fonte: Autoria própria

Tabela 9: Detalhamento de quantitativos e custo de materiais ICF ISOCRET


Estrutura Unid Quantidade Unitário (R$) Total
Fôrmas casa e muro Fôrmas 902 30,00 27.060,00
Vigas de conc. arm. Unit 34 22,00 748,00
Lajotas EPS Unit 276 6,00 1.656,00
Tela de aço m2 25 20,00 500,00
Concreto Usinado m3 64,944 305,00 19.807,92
Aço horizontal CA-60 5mm Unit 160 8,49 1.358,40
Aço vertical CA-50 3/8 Unit 140 26,90 3.766,00
Total (R$) 54.896,32
Fonte: Autoria própria

Na Tabela 10, é apresentado um orçamento simplificado para o método construtivo


convencional em alvenaria cerâmica, como o quantitativo aproximado de tijolos (milheiro),
areia, cimento, pedregulhos, cal, escada em EPS, vigas de concreto armado para as lajes,
lajotas de EPS, telas de aço, bem como o concreto usinado para a concretagem das lajes.

Tabela 10: Detalhamento dos quantitativos e custos Sistema Convencional Alvenaria


Estrutura Unid Quantidade Unitário (R$) Total (R$)
Tijolos Milh. 8.510 0,30 2.553,00
Concreto piso m3 5 305,00 1.525,00
Concreto pilares e vigas m3 4.20 305,00 1.281,00
Concreto laje m3 12.19 305,00 3.717,95
Vigas de conc. arm. Unit 34 22,00 748,00
Lajotas EPS Unit 276 6,00 1.656,00
Tela de aço Unit 25 20,00 500,00
Aço CA-60 3/8 Unit 100 8,49 849,00
Aço CA-50 (5mm) Unit 100 26,90 2.690,00
Tábuas (caixarias) Unit - - -
Total: 15.519,95
Fonte: Autoria própria
54

Nas Tabelas 11 à 17 é apresentado o orçamento de forma simplificada dos custos


finais de obra dos três modelos de empreendimentos residenciais.

Tabela 11: Custos envolvidos em cada etapa de construção categoria ARXX


Etapas Valor (R$)
Topografia do solo e Sondagem 7.424,73
Limpeza e Terraplanagem 1.600,00
Instalações provisórias 2.144,40
Fundação Sapata Corrida 7.482,76
Blocos ARXX VEDA 24.667,00
Concretagem e Vibração das paredes 31.863,35
TOTAL R$ 75.182,24
Fonte: Autoria própria

Tabela 12: Custos envolvidos em cada etapa de construção categoria ICF ISOCRET
Etapas Valor (R$)
Topografia do solo e Sondagem 7.424,73
Limpeza e Terraplanagem 1.600,00
Instalações provisórias 2.144,40
Fundação Sapata Corrida 7.482,76
Fôrmas ICF ISOCRET 27.060,00
Concretagem e Vibração das paredes 19.807,92
TOTAL R$ 65.519,81
Fonte: Autoria própria

Tabela 13: Custos envolvidos em cada etapa de construção categoria Sistema Convencional
Etapas Valor (R$)
Topografia do solo e Sondagem 7.424,73
Limpeza e Terraplanagem 1.600,00
Instalações provisórias 2.144,40
Fundação Sapata Corrida 7.482,76
Blocos Cerâmicos (14x19x19) 2.553,00
Concretagem (pisos, paredes, cintas, laje, 12.966,95
colunas)
TOTAL R$ 34.171,84
Fonte: Autoria própria

Tabela 14: Custos de mão-de-obra ambos sistemas construtivos apresentados


Serviços Área Preço (m2) Total
Execução do Empreendimento 244,67 m2 R$ 150 R$ 36.700,50
Fonte: Autoria própria
55

Tabela 15: Custos totais e do m2 ARXX


Estimativa Total Empreendimento R$ 120.931,14
Estimativa do m2 R$ 806,21
Fonte: Autoria própria

Tabela 16: Custos totais e do m2 ICF ISOCRET


Estimativa Total Empreendimento R$ 110.248,71
Estimativa do m2 R$ 735,00
Fonte: Autoria própria

Tabela 17: Custos totais e do m2 Convencional


Estimativa Total Empreendimento R$ 70.872,34
Estimativa do m2 R$ 932,25
Fonte: Autoria própria

É importante salientar que os valores totais de obra utilizando o sistema construtivo


ICF podem ser influenciados com os valores de transporte, caso a obra esteja muito distante
da fábrica de fôrmas e blocos. No caso, como o estudo de caso situa-se no município de
Mossoró/RN se faz necessário a cotação dos valores de transporte, como é demonstrado nas
Tabelas 18 e 19.

Tabela 18: Detalhamento de custos de transporte de blocos ARXX Veda


Ítem a ser transportado Empresa Valor Transporte
Blocos ARXX Veda Itapemirim Transportes R$ 9.300,00 + Seguro
Fonte: Autoria própria

O quantitativo é de 1451 blocos ARXX Veda, com dimensões de (14 centímetros de


largura, 60 centímetros de comprimento e 40,6 centímetros de altura) e peso unitário de
(±1500 gramas) a ser transportado do município de Vila Velha – ES para o destino de
Mossoró – RN.

Tabela 19: Detalhamento de custos de transporte de fôrmas ICF Construtora – ISOCRET


Ítem a ser transportado Empresa Valor Transporte
Fôrmas ICF Construtora Itapemirim Transportes R$ 12.600,00 + Seguro
Fonte: Autoria própria
56

O quantitativo é de 902 fôrmas ICF Construtora Inteligente, com dimensões de (14


centímetros de largura, 120 centímetros de comprimento e 30 centímentros de altura) e peso
unitário de (±850 gramas) a ser transportado do município de Sinop – MT para o destino de
Mossoró – RN. Tendo em vista que o valor final é diretamente influenciado pelo fator
distância da fábrica, e encargos de gastos com motorista, combustível e lucro da empresa a
qual está realizando o transporte.
57

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

As fundações em ambos os métodos apresentam distribuições com cargas pontuais, de


certa forma que no sistema convencional ela representa entre 10% a 15% do custo total da
obra, podendo sim atingir valores maiores em terrenos cujo solo é acidentado. No sistema
ICF, a fundação representa 5% a 7% do custo total da obra, não ocorrendo margem de
porcentagens em terrenos acidentados.
A estrutura do sistema convencional é basicamente pilares de concreto armado e
alvenaria cerâmica com principal função apenas para vedação, sua qualidade é determinada
com fatores inconstantes como mão-de-obra, temperatura, umidade do ar e a própria matéria-
prima. Por outro lado, o sistema ICF possui paredes de concreto armado moldadas “in loco”,
isto é, são autoportantes e são intercaladas por duas camadas de material isolante EPS,
produto com certificação internacional e com rigorosos conceitos de qualidade.
As paredes, portas e janelas no sistema construtivo convencional, sua precisão é dada
em centímetros, já no sistema ICF sua precisão é em milímetros, o que garante uma maior e
melhor precisão. Em questões de sustentabilidade, o grande apelo do sistema ICF é o
potencial para reduzir o consumo de energia derivados de sistemas de regrigeração artificiais.
Estimativas colocam a redução do consumo em 20% podendo chegar até mais, dependendo
claramente da região e clima predominante. O valor R para uma fôrma ou bloco típico de
concreto isolante é de cerca de 20. Geralmente apresentam alta estanqueidade ao ar de 10% a
30%. Mesmo apresentando uma estrutura autoportante em concreto armado, um
empreendimento residencial ou comercial tem potencial de economizar cerca de 110
toneladas de CO2. Por outro lado, no sistema convencional, suas paredes de vedação não
apresentam valores satisfatórios de redução de consumo de energias para aquecimento ou
refrigeração do meio, bem como a alvenaria é responsável por permitir a passagem e
armazenamento de calor pelas paredes.
Nas etapas de instalação de eletrodutos e instalações hidráulicas no sistema
convencional é necessário que se faça recortes nas paredes de vedação, resultando em
entulhos diversos e nem sempre reutilizáveis, bem como o gasto em retrabalho pelos
colaboradores para fechar o local aberto. Por outro lado, no sistema ICF, essas instalações se
encaixam em aberturas executadas com qualquer ferramenta de corte quente, os quais são
encaminhados para caçambas coletoras do resíduo de EPS das fôrmas e blocos, e
reencaminhados para a fábrica, onde os mesmos são reprocessados e retornam à composição
das fôrmas e blocos, isto é, não há desperdícios, impactos ambientais e o retrabalho, para o
58

preenchimento dos vazios onde foi cortado para a instalação é preenchido com espuma do
mesmo material ou poliuretano.
O canteiro de obras do sistema ICF é de certa forma bem organizado e limpo,
enquanto no sistema convencional há a necessidade de grandes manutenções de limpeza e
organização das matérias primas.
O prazo de execução de sistemas convencionais em alvenaria é maior e impreciso, por
outro lado o sistema ICF é estimado o tempo de conclusão da obra desde o projeto de
execução da fundação.
Segundo dados da Sinduscon – RN (2018), o custo unitário básico (CUB) para a
construção de um empreendimento residencial de padrão normal R 1-N, de 23 de maio de
2018 no Sistema Construtivo Convencional é de R$ 932,25 o metro quadrado, tendo em vista
que em outros estados do Brasil esse valor é relativamente mais alto, cerca de 50% maior. Na
Tabela 18 é feito o comparativo entre o custo total para a edificação estudada com ambos os
métodos construtivos abordados.

Tabela 18: Comparativo de custos totais das edificações


ARXX ICF ISOCRET Alvenaria
2
Custo/m R$ 806,21 R$ 735,00 R$ 932,25
Transporte R$ 9.300,00 R$ 12.600,00 -
Custo Total R$ 130.231,14 R$ 122.848,71 R$ 70.872,34
Fonte: Autoria própria

Deste modo, nota-se que o sistema construtivo ICF tem um custo mais elevado em
comparação à construção convencional em alvenaria, especificamente a construção em ICF
ficou 55% mais caro. Porém, esse custo mais elevado será convertido em eficiências a longo
prazo, sustentabilidade na construção, bem como conforto térmico/acústico e diminuição do
consumo de energia com equipamentos de refrigeração artificial do meio construído.
59

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com o embasamento teórico realizado a respeito do sistema construtivo


Insulated Concrete Forms apresentado neste trabalho, procurou-se reunir informações a
respeito de suas particularidades, demonstrando uma visão ampla sobra as etapas construtivas
e as vantagens de sua aplicação comparadas ao sistema construtivo convencional, porém com
uma certa precariedade de referências do sistema no país.
Por meio deste, evidenciou-se que obras que utilizam o sistema construtivo Insulated
Concrete Forms oferecem inúmeros benefícios técnicos e construtivos, como a flexibilidade
de projeto, redução de mão de obra, redução de desperdícios no canteiro de obras, retrabalho
de atividades, alto grau de industrialização e sustentável no quesito do reaproveitamento do
Poliestireno Expandido. Tornando assim o método atrativo para o construtor, investidor e
cliente que visam o futuro das construções sustentáveis e duráveis.
Vale ressaltar que tanto através de pesquisas o sistema construtivo convencional ele se
sobressai em termos econômicos, pois seu valor é cerca de 20% a 25% inferior sobre o custo
do sistema Insulated Concrete Forms, porém o método convencional é um sistema artesanal e
não dispõe de tecnologias favoráveis em tornar as matérias primas utilizadas duráveis.
Com base nisso, o sistema de concreto isolado em fôrmas ou blocos apresentam
encaixes laterais em forma de macho e fêmea, saliências e entrances que consistem no
intervalo dos mesmos, sendo assim não é necessário o uso de argamassa para a união dos
blocos ou fôrmas. Após serem acentados a fundação eles se estabelecem no lugar, sem a
necessidade de remoção de materiais como madeiramento ou quaisquer outros, substituindo
integralmente as formas convencionais de construção.
Além de ser um sistema versátil e eficiente em seu manuseio, oferece praticidadade de
adequação para qualquer estilo de edificação. Ao contrário do sistema construtivo
convencional em alvenaria, ao qual essa praticidade não é tão fácil de ser suprida. O sistema
aceita quaisquer tipos, conceitos e formas arquitetônicas diversas, desde as mais simples até
as mais ousadas. Promovendo um acabamento fácil e uniforme, por meio de cerrotes e
ferramenta “quente” as quais beneficiam a sua moldagem.
No quesito das instalações elétricas e hidráulicas, quando instaladas no sistema
Insulated Concrete Forms promove uma conveniência tanto para os arquitetos, bem como
para os engenheiros e construtores. Pois as aberturas e rotas desejadas podem ser realizadas
com muita facilidade e praticidade, gerando econômias de custos na obra. São muito leves e
fáceis de serem transportados, promovendo em larga escala a locomoção no canteiro de obras,
60

sem a necessidade de gastos com máquinas ou equipamentos para carga e descarga ou


deslocamento. Resultando assim em uma economia em média de 50% do tempo de execução
das obras.
Quanto ao cronograma das obras que utilizam o sistema Insulated Concrete Forms, o
mesmo não é alterado por questões de chuvas, temporais ou similares. Pois o sistema permite
a continuidade dos serviços requerendo o mínimo de material de proteção.
O sistema Insulated Concrete Forms, tanto para regiões quentes ou frias, oferece
excelentes resultados provenientes de economia do uso de energia para conveniência de
aquecimento ou resfriamento artificial das habitações, garantindo assim uma maior qualidade
e alto desempenho estrutural.
De certa forma o sistema construtivo de concreto isolado em fôrmas ou blocos de
Poliestireno Expandido, é relativamente mais caro que o sistema construtivo convencional em
alvenaria. Porém, as eficiências que o mesmo propõe em sua vida útil, isto é, a longo prazo,
não são supridas pelo sistema convencional.
Desse modo tem-se a constatação de que o sistema construtivo Insulated Concrete
Forms corresponde a uma importante alternativa para o mercado da construção civil na região
do semi-árido, bem como em todo o país, pois além da otimização de recursos e contribuição
direta com a fidelidade orçamentária, os prazos de entrega se tornam menores, garantindo
uma ocupação e um retorno financeiro mais rápido de forma a tornar o sistema construtivo
uma ótima forma de investimento.

6.1 TRABALHOS FUTUROS

Ultimamente no setor da construção civil vem se notando que é essencial a economia


de materiais utilizado em suas obras, e muitas das vezes esse quesito é negligenciado. Em se
tratando da tecnologia presente no sistema Insulated Concrete Forms, nota-se que o mesmo é
um produto industrializado, e no canteiro de obras seu uso gera menos que 2% de
desperdícios. Com o crescimento desse sistema construtivo, o mercado e o setor nacional tem
mais opções de execução.
Mesmo apresentando inúmeras vantagens, o sistema construtivo de concreto isolado
em fôrmas ou blocos de Poliestireno Expandido, ainda está em crescimento no Brasil. Com as
demandas e avanços tecnológicos dos materiais eleva cada vez mais as buscas por soluções
mais resistentes, duráveis e sustentáveis da obra.
61

Desse modo, sendo a pesquisa parte de um projeto maior, sua continuação será
imprescindível para determinação de fatores relativos ao desempenho térmico das habitações,
resistência ao fogo, resistência a intempéries, fatores de absorção de água, e a possibilidade de
utilização de outra matéria prima que não seja derivada do petróleo e que agregue as mesmas
particularidades que o Poliestireno Expandido propõe, bem como ser inerte e não poluir o
meio ambiente devido à má gestão de resíduos.
62

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68

APÊNDICE A – PLANTA BAIXA EMPREENDIMENTO RESIDENCIAL


69

APÊNDICE B – RENDERIZAÇÃO EMPREENDIMENTOS

Figura 31: Renderização empreendimento ARXX Veda

Fonte: Autoria própria

Figura 32: Renderização Empreendimento ICF Isocret

Fonte: Autoria própria


70

Figura 33: Renderização Empreendimento Sistema Convencional

Fonte: Autoria Própria

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