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Artigo Original
Território e diversidade: trajetórias da terapia
ocupacional em experiências de arte e cultura
Eliane Dias de Castro, Erika Alvarez Inforsato, Renata Monteiro Buelau,
Isabela Umbuzeiro Valent, Elizabeth Araújo Lima
Resumo: Neste artigo apresenta-se um panorama de ações territoriais marcado pelos movimentos sociais em torno
da desinstitucionalização da loucura e da construção dos direitos das pessoas com deficiência, que configuram um
novo campo de práticas de Terapia Ocupacional voltadas às complexas demandas das populações atendidas com
o objetivo de ampliação da participação sociocultural. São ações e estratégias desenvolvidas pelos participantes
do Laboratório de Estudos e Pesquisa Arte, Corpo e Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, que estão
articuladas às políticas públicas de saúde mental, humanização e cultura, instauradas no Brasil a partir dos anos
2000, desenvolvidas na cidade de São Paulo. Elas integram ensino, pesquisa e extensão, contribuem para a qualidade
de serviços ofertados à comunidade e fortalecem as redes de atenção e participação social. Os principais métodos
de acompanhamento e avaliação das intervenções estão relacionados à pesquisa qualitativa, à construção de uma
reflexão intensiva que busca construir um conhecimento local em Terapia Ocupacional orientado por ações criativas
e pela conjunção de referenciais clínicos, artísticos e culturais. Os projetos desenvolvidos ampliam o acesso da
população atendida às experiências artísticas e culturais do território, contribuem para a construção de políticas
da vida, dinamizando formas de participação, convivência e produção de subjetividade. Configuram-se, assim,
tecnologias socioculturais consonantes à importância de fortalecer e sustentar novas propostas para populações
expropriadas de suas redes de vida sustentadas pela significativa intervenção de terapeutas ocupacionais.
Palavras-chave: Terapia Ocupacional/Tendências, Arte, Saúde, Cultura, Políticas Públicas.
Abstract: This article presents a view of territorial actions marked by social movements related to the
de‑institutionalization of insanity and the development of rights of physically-and mentally handicapped people,
which configures a new field of occupational therapy practices oriented towards the complex demands of assisted
population and targeted on increasing sociocultural participation. Those are actions and strategies, implemented by
the participants of the Laboratory of Studies and Research Art, Body and Occupational Therapy of the University
of São Paulo, which are articulated with the public policies of mental health, humanization and culture set up in in
Brazil as of 2000. They involve teaching, research and extension; contribute to the quality of services offered to the
community and strengthen the assistance and social participation networks. The main follow up and interventions
assessment methods are related to qualitative research, development of an intensive reflection in that seek to build
up local knowledge of occupational therapy guided by creative actions and by crossed clinical, artistic and cultural
references. The projects implemented have broaden the access of the population assisted to artistic and cultural
experiments in the territory, they have contributed to the construction of life policies enabling ways of participation,
Autor para correspondência: Eliane Dias de Castro, Curso de Terapia Ocupacional, Universidade de São Paulo, Rua Cipotânea, 51, Cidade
Universitária, CEP 05360-160, São Paulo, SP, Brasil, e-mail: elidca@usp.br
Recebido em Maio 23, 2015; 1ª Revisão em Jul. 31, 2015; 2ª Revisão em Out. 10, 2015; Aceito em Out. 30, 2015.
4 Território e diversidade: trajetórias da Terapia Ocupacional em experiências de arte e cultura
of living together and subjectivity producing. Thus, sociocultural technologies are configured in agreement with the
importance of strengthening and supporting new proposals for populations expropriated from their life networks,
supported by significant intervention of occupational therapists.
Keywords: Occupational Therapy/Trends, Art, Health, Culture, Public Policies.
mas priorizam interesses e necessidades singulares situações limites vividas por sujeitos e populações
relacionadas às atividades em desenvolvimento. que, no enfrentamento de estados clínicos e/ou de
A intenção é engendrar com os participantes a total desvantagem social, não deixam de encontrar
potência de um conjunto que evita anular ou achatar um fio que articula fragmentos de suas histórias a
as diferenças, direcionando-as para que sejam motores momentos criativos que dão origem a produções
de encontro e pertença social. artísticas e imprimem transformações fundamentais
Para oferecer suporte aos projetos grupais, um em suas vidas (CASTRO, 2001).
conjunto de ações voltadas a demandas específicas Esses projetos implementam transformações
das pessoas atendidas constitui a Rede de no cotidiano dos participantes e favorecem sua
Sustentação, dispositivo que oferece apoio a alguns colaboração em atividades culturais no território
dos participantes através de acompanhamentos através da pesquisa e experimentação, da construção
terapêuticos, atendimentos individuais e familiares, de um repertório artístico, do fortalecimento do
agenciamento de equipamentos de saúde, auxílio à crescimento pessoal, da experiência relacional
frequentação dos grupos e inserção em outras propostas e do incremento de suas possibilidades de vida,
artístico-culturais. Ressalta-se o fato de que fazem incluindo-se aí o acesso a equipamentos e serviços
parte de todos os projetos estudantes dos campos nos quais exercem seus potenciais criativo, artístico,
da saúde – sobretudo de Terapia Ocupacional – e intelectual e relacional (LIMA et al., 2009b).
das artes, que contribuem para seu funcionamento, Pouco a pouco, as experiências do laboratório
e são, concomitantemente, formados pelo Pacto em transitam por territórios de diferentes disciplinas e
seus serviços de ensino e pesquisa. inventam modos de compor com ou a partir delas, seja
Desde o momento de sua implantação, o Pacto por parceria, interferência, contaminação ou desvio.
tem acompanhado grupos que utilizam como Nessas aproximações, são criadas e desenvolvidas
dispositivo as artes e os trabalhos com o corpo práticas clínicas, educacionais, artísticas e culturais
em ateliês cuja metodologia compreende o fazer que buscam atingir o principal ponto de interesse,
artístico, a potencialização da convivência e das a saber, a participação da população atendida em
trocas sociais, a atualização cultural e a divulgação Terapia Ocupacional em espaços socioculturais da
das produções realizadas em exposições, feiras e coletividade urbana.
mostras de arte, engendrando, assim, a participação
De forma bastante artesanal, quando necessário,
dos usuários e de suas produções no circuito da
projetos de vida são elaborados em conjunto com
cidade (CASTRO et al., 2005).
usuários e familiares, com fortes investimentos na
Entendem-se as atividades artísticas, as práticas garantia dos direitos e da cidadania, na atenção aos
do corpo e a circulação cultural como construções trajetos da afetividade e na reconstrução de histórias
e experimentações capazes de acolher e dar forma a de vida. Os terapeutas ocupacionais do programa
vivências singulares que extravasam e tensionam os têm a função de interlocutores e mediadores entre os
limites hegemônicos de entendimento e elaboração participantes e os espaços sociais, criando as condições
na linguagem verbal, possibilitando outras formas de necessárias para a ampliação das possibilidades de
expressão e de construção de linguagens. Circunscritos atendimento às questões clínicas, a circulação no
ao âmbito das atividades e produções humanas, os território da cidade e a restauração ou inauguração
exercícios deste trabalho constituído na interface de laços sociais.
entre a Terapia Ocupacional, as artes e a cultura,
ao deslocar a clínica para o campo da invenção,
desloca simultaneamente o foco da atuação da 3.2 Relações territoriais: parcerias
doença para a potencialização de diferentes modos Com o intuito de fortalecer o lugar da
de vida e permite novas possibilidades de atuação experimentação desses modos de fazer na interface
e de encontro para técnicos e usuários. das artes, da saúde e da cultura, sempre enfatizando
O olhar atento e o cuidado com as atividades as diferentes maneiras de existir e participar dos
realizadas auxiliam no processo de participação processos socioculturais, o Pacto desenvolve projetos
sociocultural das pessoas envolvidas. Desenho, diretamente vinculados ao espaço da universidade,
pintura, modelagem, colagem, música, poesia, e também se dedicou à construção e colaboração
narrativa, dança, performance, entre outras com projetos no território da cidade. Atualmente
manifestações artísticas presentes na produção suas ações migraram por completo para o território,
e na vida destes sujeitos e grupos, desencadeiam distribuídas por várias regiões da cidade de São Paulo.
movimentos de compromisso com o exercício clínico, Através de parcerias e acordos de colaboração com
indispensável para um trabalho que considera as experiências desenvolvidas em equipamentos e serviços
da rede pública, em iniciativas da sociedade civil e das maneiras de fazer, instaurar processos de
organizações não governamentais com finalidade experimentação de linguagens e fazeres artísticos
pública de saúde e de cultura, o Pacto ampliou sua e articular um estado de produção‑processo
rede de atenção e formação. Em sua trajetória muitos pautado nos afetos, na convivência e na
projetos fizeram parte dessa rede: setores educativos horizontalidade do conhecimento.
de museus e mostras de arte; oficinas de associações
para pessoas com deficiência; grupos autônomos de • C
oral Cênico Cidadãos Cantantes: Oficinas
teatro, artes plásticas, dança e canto coral; grupos que promovem o trânsito entre canto coral,
de atividades artísticas e corporais em Centros de artes e saúde, com propostas de agenciamentos
Atenção Psicossocial (CAPS) e de Convivência e relacionais e territoriais, com participação de
Cooperativa (Cecco); oficinas e projetos em centros usuários de serviços de saúde mental, pessoas
culturais e bibliotecas, entre tantos outros. em situação de vulnerabilidade social e outras
Atualmente, o desenho da rede do Pacto compõe-se da população em geral interessadas nesta
pelos dispositivos grupais abaixo relacionados, que construção artística.
são coordenados por equipes multiprofissionais de
• C
ia. Teatral Ueinzz: Experimentações
terapeutas e artistas e oferecidos à população em
composições heterogêneas (pessoas em situação performáticas e teatrais que reúnem atores
de vulnerabilidade em função de deficiências, com histórico de circulação por serviços e
sofrimento psíquico e/ou risco social e população instituições de tratamento de saúde mental e
em geral). São eles: criam espetáculos que compõem a cena cultural
da cidade.
• A
genciamento Lapa: Proposta intersetorial
• P
onto de Cultura É de Lei: Atividades
estabelecida no território da Lapa (zona
culturais e artísticas a partir da fotografia,
oeste da cidade de São Paulo), articulando
do audiovisual e de intervenções urbanas que
três segmentos institucionais – o Centro de
compõem estratégias de redução de riscos e
Atenção Psicossocial da Lapa (CAPS-Lapa),
danos sociais e à saúde associadas ao uso de
o Pacto/USP, a supervisão de ação cultural do
drogas no centro da cidade de São Paulo.
Tendal da Lapa – e a comunidade atendida.
Caracteriza-se por encontros que buscam • G
rupo de Trabalho Arte, Saúde, Cultura:
discutir as demandas de participação nos Constituído por representantes das Secretarias
equipamentos de saúde, educação, assistência de Saúde e Cultura do Município de São Paulo,
social e cultura, de populações vulneráveis e em da sociedade civil organizada, de trabalhadores
processo de exclusão social. São encontros para da rede de saúde e cultura e da comunidade
acompanhar e discutir projetos em andamento acadêmica, este grupo desenvolve ações que
e/ou formular propostas transdisciplinares, que visam à construção de políticas intersetoriais
viabilizem condições de trabalho conjunto para no município.
enfrentar os complexos temas que atravessavam
o cotidiano da população que vive e circula Em cada um desses dispositivos, vários projetos
pela região. Incentivam a participação em artístico-culturais são desenvolvidos, com atividades
eventos culturais do território e a articulação preparadas por terapeutas ocupacionais, artistas
colaboradores, estagiários e bolsistas, produzidas
de redes intersetoriais de atenção e participação
com os participantes, de acordo com a característica
da população atendida.
de cada coletivo e suas proposições históricas e
• C
entro de Convivência e Cooperativa contingentes. Com isso, o Pacto tem contribuído
(Cecco) Parque da Previdência: Oficinas e para a realização de muitos passeios a exposições
projetos com atividades artístico-culturais, com em museus e centros culturais da cidade de São
população heterogênea, visando experiências Paulo, a parques públicos e a espetáculos de teatro,
com as atividades em situações coletivas que música e dança; também tem colaborado e oferecido
estimulem a exploração do território, o contato oficinas de atividades artísticas (pintura, escultura,
e as trocas de convivialidade. xilogravura, desenho etc.) e corporais (dança, teatro,
performance), bem como a preparação de vídeos,
• C
oletivo Preguiça: Experiência comum de coreografias e montagens teatrais. Além disso,
pesquisa e inscrição das produções no circuito fomenta a circulação dos trabalhos produzidos
artístico-cultural, para potencializar a visibilidade através de registro e catalogação, organização de
portfólios, preparação de obras para a exposição Nesse contexto, forças produtivas tornaram-se
pública, montagem de pequenas exposições e disponíveis e potencializaram a ação humana.
inscrição dos projetos em mostras e concursos de E conjuntamente enfrentaram-se a marginalidade
artes, e produção de viagens a convite de festivais opressiva, a solidão, a ociosidade, a angústia com
e para exploração e experimentação artística e de as experiências de sofrimento psíquico e a exclusão
convivência coletiva. social apresentada pelos participantes.
Essas práticas ocorrem em redes mais ou menos Através de um trabalho processual, o Laboratório
precárias, visando à inscrição dos usuários de serviços de Estudos e Pesquisa Arte, Corpo e Terapia
de saúde na trama sociocultural. Elas atuam para Ocupacional desenvolve modos de cuidados
restaurar a participação e a vida em comunidade e artesanais, que tensionam e promovem aberturas
operam experiências singulares de transformação nos espaços artísticos e culturais da cidade de
social e de experimentação artística e cultural. São Paulo para que possam receber a população
Em consonância à perspectiva do laboratório, o atendida prioritariamente nas redes de saúde, mas
campo da Terapia Ocupacional mostra-se efetivo também aquela que se aproxima e se interessa pelos
no agenciamento dessas redes, construindo pontes projetos desenvolvidos nos equipamentos de cultura
entre a população e os projetos, e dos projetos entre da cidade. A partir dessa proposta instauram-se
si, revelando a multiplicidade e importância desses possibilidades de caminhos divergentes aos
trabalhos (BARBOSA, 2010; COUTINHO et al., processos de homogeneização das diferenças e da
2009; LIMA et al., 2009a; MALUF et al., 2009; tendência histórico-cultural de institucionalização
CASTRO, 2007; PELBART, 1998; SOARES et al., e desvalorização de pessoas em vulnerabilidade ou
2009; VALENT, 2014; CASTRO et al., 2015). com experiência de sofrimento psíquico. A aposta é
de que novas sociabilidades e formas de resistência
aos processos de exclusão possam ser engendradas.
4 Deslocamentos sensíveis O Pacto e seus projetos parceiros atuam como
As experiências no Pacto afirmaram ser fundamentais dispositivos clínico-artístico-culturais, no embate
tempo e espaço para que várias formas de fazer, com um território bastante contraditório, dominado
expressar, inventar e conhecer possam ser acolhidas por uma cultura de consumo e com a consequente
numa perspectiva na qual a singularidade humana se exclusão daqueles que não podem dela participar.
apresente em sua diversidade. No acompanhamento Em um mundo em que há a produção massiva
dos ateliês de corpo e arte, das atividades culturais de esgotamento nervoso e sofrimento psíquico,
realizadas no território da cidade e dos múltiplos Franco Berardi (2015) propõe que a ação social e
projetos singulares que compõem a proposta, política ocorra, sobretudo, como terapia mental
pode-se: acompanhar a emergência de novas e relacional. Terapia, diz o autor, não como uma
camadas de experiência que fizeram com que fosse técnica de adaptação e integração de indivíduos à
possível ampliar a conectibilidade com o mundo; normalidade da sociedade de consumo, marcada por
fortalecer a convivência com base na heterogeneidade; competições constantes e pela exaustão dos corpos,
estimular a criação de laços que dão vitalidade à mas pela ativação da sensibilidade, da empatia e de
existência dos participantes. Como num hipertexto, novas formas de composição.
cada projeto realizado gerou novas possibilidades A longa experiência de trabalho, que envolveu
de participação social e novos formatos, mais a concepção, a implantação, o desenvolvimento, a
ousados e consonantes aos desejos expressos pelos sustentação e o cuidado com o projeto coletivo do
participantes. Nos encontros realizados, podem-se Pacto, tem viabilizado práticas e construções de redes
também explorar diversas formas de circulação importantes tanto para os estudantes, professores
no território da cidade, estabelecer relações com e pesquisadores quanto para as pessoas atendidas,
o entorno artístico-cultural, experimentar novas visando à instauração desse plano sensível e relacional.
formas de relação entre as pessoas. Nessa perspectiva, destacam-se os investimentos
A vivência dos processos criativos e a capacitação feitos na formação de profissionais especializados
técnica para a realização de determinadas produções para o atendimento na interface das artes, da saúde
artísticas e culturais desenvolvidas ancoraram-se em e da cultura e a produção e estruturação de um
metodologias suficientemente abertas para instaurar conhecimento que possa sustentar as ações nessa
um diálogo efetivo com as necessidades da população fronteira.
atendida. Além disso, possibilitaram manter os São questões que envolvem a produção de
participantes em atividade, promoveram a produção saberes e geram práticas inovadoras, que podem
da saúde e criaram territórios para habitar o mundo. servir de referência para outras experiências; criam
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Fonte de Financiamento
Este projeto recebeu várias modalidades de financiamento da Universidade de São Paulo (bolsas do Programa
Aprender com Cultura e Extensão, Ensinar com Pesquisa) e de agências financiadoras (FAPESP: bolsa de
treinamento técnico, auxílio pesquisa e Iniciação Científica; CNPq: Iniciação Científica).
Notas
1
Laboratório do Curso de Terapia Ocupacional de Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional,
da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, credenciado como Grupo de Pesquisa do Conselho Nacional
de Pesquisa (CNPq).