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RENETO
BRASÍLIA
2020
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
ISBN 978-65-993006-0-8
20-49405 CDD-615.851506
Índices para catálogo sistemático:
2
SUMÁRIO
3
O ENSINO/APRENDIZAGEM DE TERAPIA OCUPACIONAL EM RBC E ATENÇÃO
PRIMÁRIA À SAÚDE DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19 .................................... 47
IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO: DESAFIOS EM
TEMPOS DE EMERGÊNCIA SANITÁRIA.......................................................................... 49
INTERSETORIALIDADE, TERRITÓRIO E COMUNIDADE: PROMOÇÃO DA SAÚDE
MENTAL INFANTIL NO CONTEXTO DA PANDEMIA DA COVID-19 ......................... 51
PARTICIPAÇÃO SOCIAL E ENSINO EM TERAPIA OCUPACIONAL: DESAFIOS EM
TEMPOS DE ISOLAMENTO E DISTANCIAMENTO SOCIAL. ........................................ 54
PERCEPÇÃO DOS ESTUDANTES SOBRE AS POSSIBILIDADES DE APRENDIZADO
E SEU PAPEL NA PANDEMIA DA COVID-19................................................................... 56
PRÁTICAS DE ESTÁGIO REMOTO: DESAFIOS E POTÊNCIAS DIANTE DA
PANDEMIA DE COVID-19 ................................................................................................... 59
PRÁTICAS INVENTIVAS NA FORMAÇÃO: ESPAÇO DE EXPRESSÃO E
CONSTRUÇÃO NO ENSINO EM TERAPIA OCUPACIONAL ......................................... 62
PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA SAÚDE MENTAL DOS UNIVERSITÁRIOS EM
TEMPOS DE COVID-19 ........................................................................................................ 65
RECURSOS E PRÁTICAS EM DISFUNÇÃO FÍSICA: DESENHO TEMÁTICO PARA
UMA EXPERIÊNCIA DE ENSINO REMOTO ..................................................................... 67
SAÚDE MENTAL NA PANDEMIA DA COVID-19: UMA PROPOSTA DE DISCIPLINA
À LUZ DA EXPERIÊNCIA VIVIDA..................................................................................... 69
REINVENTANDO POSSIBILIDADES DE ENCONTRO E ASSISTÊNCIA:
CONTRIBUIÇÕES DA TERAPIA OCUPACIONAL JUNTO AO PROGRAMA CRIANÇA
FELIZ ....................................................................................................................................... 72
TEMPOS DE PANDEMIA E OS DESAFIOS DO ENSINO EM TERAPIA
OCUPACIONAL SOB A PERSPECTIVA DISCENTE ........................................................ 75
TO NO CINEMA EM QUARENTENA: (DES)MITIFICAÇÃO DO CAPACITISMO NOS
FILMES PELO OLHAR DA TERAPIA OCUPACIONAL ................................................... 77
TO SOZINHO NÃO: ESTRATÉGIA DE ACOLHIMENTO À COMUNIDADE
ESTUDANTIL EM TEMPOS DE PANDEMIA. ................................................................... 80
TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO EM TERAPIA OCUPACIONAL:
DESAFIOS DA CONTINUIDADE EM TEMPOS DE PANDEMIA .................................... 82
PROJETO RESISTO E A CONSTRUÇÃO COLETIVA DE UMA CARTILHA PARA
TRABALHAR OS MARCADORES SOCIAIS DA DIFERENÇA EM ESCOLAS
MUNICIPAIS DE JOÃO PESSOA. ........................................................................................ 85
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TERAPIA OCUPACIONAL E INTERDISCIPLINARIDADE PARA PESSOAS COM
DOENÇA DE PARKINSON NO ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA COVID-19 ........ 87
EIXO TEMÁTICO 2 – PANORAMA DAS EXPERIÊNCIAS EXTENSIONISTAS DA
TERAPIA OCUPACIONAL NA PANDEMIA: REFLEXÕES E DESAFIOS PARA A
EXTENSÃO NO BRASIL..................................................................................................... 89
AFETO EM FOLHAS: ESPAÇO DE CRIAÇÃO, SUSPENSÃO DO COTIDIANO E
EXPRESSÃO DA EXPERIÊNCIA DOS ACADÊMICOS NO ENFRENTAMENTO AOS
IMPACTOS DA PANDEMIA POR COVID-19..................................................................... 90
DES (FAZENDO) NÓS NA PANDEMIA: CRIANDO ESTRATÉGIAS DE PROMOÇÃO À
SAÚDE MENTAL DE ADOLESCENTES ............................................................................ 92
DIALOGA.TO: CONTRIBUIÇÕES DE UM PROJETO EXTENSÃO NO CONTEXTO DE
ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA DE COVID-19 ........................................................ 95
ASSISTÊNCIA EM TERAPIA OCUPACIONAL A CRIANÇAS E ADOLESCENTES
COM DISFUNÇÕES FÍSICAS DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19: PROJETO DE
EXTENSÃO ............................................................................................................................ 97
COVID-19 E ESTIMULAÇÃO DE CRIANÇAS DE 3 A 5 ANOS: PROPOSIÇÃO DA
TERAPIA OCUPACIONAL. ................................................................................................ 100
EXPERIMENTAÇÕES POÉTICAS NAS TRAJETÓRIAS DE UM PROGRAMA DE
EXTENSÃO. ......................................................................................................................... 103
AS DIMENSÕES DE CUIDADO EM TERAPIA OCUPACIONAL NO
ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA................................................................................ 105
INTERLOCUÇÃO ENTRE A UNIVERSIDADE E PROFISSIONAIS DOS SERVIÇOS DE
SOCIOEDUCAÇÃO ............................................................................................................. 108
TOCAR EM TEMPOS DE PANDEMIA: POTENCIALIDADES DO ENVELHECER
ARTISTA ............................................................................................................................... 110
GAAMA: EDUCAÇÃO EM SAÚDE E LONGITUDINALIDADE DO CUIDADO NA
PANDEMIA DE COVID-19 ................................................................................................. 112
GRUPO DE ESTUDOS AFETO: ESPAÇO DE ENSINO-APRENDIZAGEM E CUIDADO
ENTRE MULHERES NEGRAS DURANTE A PANDEMIA ............................................. 115
"HERÓIS UNIDOS": ESTRATÉGIAS INTERSETORIAIS E COMUNITÁRIAS DE
CUIDADO AO PÚBLICO INFANTO-JUVENIL ................................................................ 118
MAPEAR REDES DE APOIO SOLIDÁRIAS COMO ESTRATÉGIA DE
ENFRENTAMENTO À COVID-19 NA BAIXADA SANTISTA ...................................... 120
ESTRATÉGIAS PARA O CUIDADO E O ENSINO EM TERAPIA OCUPACIONAL NA
COMUNIDADE EM TEMPOS DE PANDEMIA ................................................................ 122
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EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA EM TEMPOS DE PANDEMIA: NOTAS A PARTIR DA
COMISSÃO DE EXTENSÃO, UFRJ. .................................................................................. 125
CINEMA COMO RECURSO TERAPÊUTICO PARA ADULTOS E IDOSOS ................. 128
CONSTRUIR PONTES E TECER REDES: TERAPIA OCUPACIONAL NA ATENÇÃO À
SAÚDE MENTAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES .................................................. 131
TELEATENDIMENTO, EDUCAÇÃO EM SAÚDE E ORIENTAÇÕES DE TERAPIA
OCUPACIONAL A PACIENTES COM DISFUNÇÕES FÍSICAS, PROJETO DE
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA........................................................................................... 134
FAZER-NOS AGORA: POÉTICAS COTIDIANAS EM TEMPOS INCERTOS - POR UMA
PRODUÇÃO COMPARTILHADA DE SENTIDOS ........................................................... 136
FESTIVAL CULTIVAR-TE: COTIDIANOS PANDÊMICOS E O CUIDADO EM
TERAPIA OCUPACIONAL ................................................................................................. 139
FOCALIZANDO A SAÚDE MENTAL INFANTOJUVENIL NA PANDEMIA DA COVID-
19: A EXPERIÊNCIA DE UMA AÇÃO EXTENSIONISTA .............................................. 142
LAFATEC-UFES: PRODUÇÃO E AÇÕES DE COMBATE A COVID-19 ....................... 145
MATERIAIS DESENVOLVIDOS NO CONTEXTO DA PANDEMIA SOB AS LENTES
DA TERAPIA OCUPACIONAL DA UFSCAR ................................................................... 147
MATERIAL DIDÁTICO VOLTADO AO DESENVOLVIMENTO NA PRIMEIRA
INFÂNCIA: COVID-19 E TERAPIA OCUPACIONAL ..................................................... 150
TERAPIA OCUPACIONAL E GRUPOS DE AJUDA E SUPORTE MÚTUO VIRTUAIS
NA PANDEMIA DO COVID-19 .......................................................................................... 153
OFICINA DE APOIO À (RE)CONSTRUÇÃO DE ITINERÁRIOS E PROJETOS DE VIDA
DE USUÁRIOS DE CAPS .................................................................................................... 156
PANORAMA DA TERAPIA OCUPACIONAL NAS AÇÕES EXTENSIONISTAS DO IFRJ
EM TEMPOS DE PANDEMIA ............................................................................................ 158
PARADOXOS DAS ATIVIDADES HUMANAS EM TEMPOS DE PANDEMIA: SEM
MANUAIS, SEM GARANTIAS........................................................................................... 160
PROJETO “TERAPIA OCUPACIONAL, TRABALHO E SOCIEDADE”: REFLEXÕES
SOBRE O CAMPO DO TRABALHO DURANTE A PANDEMIA .................................... 163
RECURSOS AUDIOVISUAIS COMO MÉTODO DE INTERVENÇÃO NO
ATENDIMENTO TERAPÊUTICO OCUPACIONAL EM INTERVENÇÃO PRECOCE . 166
REFLETINDO E CRIANDO COM EDUCADORES SOCIAIS NA PANDEMIA: UMA
EXPERIÊNCIA DA TERAPIA OCUPACIONAL ............................................................... 168
6
REFLEXÕES PARA TERAPIAS OCUPACIONAIS DO SUL NO CONTEXTO DA
PANDEMIA: UMA PERSPECTIVA CRÍTICA DECOLONIAL ........................................ 170
TERAPIA OCUPACIONAL E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NA PANDEMIA: ENTRE
APAGAMENTOS E VISIBILIDADES ................................................................................ 173
TERAPIA OCUPACIONAL SOCIAL E INFÂNCIAS: POSSIBILIDADES DE AÇÃO
COM CRIANÇAS EM TEMPOS DE PANDEMIA ............................................................. 176
TERAPIAS OCUPACIONAIS DO SUL E BOAVENTURA DE SOUSA SANTOS:
DEBATES EM TEMPOS DE PANDEMIA ......................................................................... 178
TONEUROREAB - ESTRATÉGIAS PARA DISCUSSÃO NACIONAL SOBRE
PRÁTICAS DE REABILITAÇÃO EM NEUROLOGIA ..................................................... 181
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA E A COVID-19: APOIO INFORMACIONAL
COMO UMA ESTRATÉGIA DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA ................................... 184
VELHICES DISSIDENTES DE GÊNERO E SEXUALIDADE DURANTE A PANDEMIA
................................................................................................................................................ 187
“VOZES DAS RUAS”: NARRATIVAS E EXPRESSÕES DA POPULAÇÃO EM
SITUAÇÃO DE RUA DURANTE A PANDEMIA ............................................................. 190
EIXO TEMÁTICO 3 – GESTÃO DA DOCÊNCIA: DESAFIOS PARA CARREIRA
DOCENTE EM TEMPOS DE PANDEMIA ..................................................................... 193
PROJETO DE TUTORIA DO CURSO DE TERAPIA OCUPACIONAL FMUSP EM
TEMPOS DE CONEXÃO E DISTÂNCIA ........................................................................... 194
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EIXO TEMÁTICO 1 – ENSINO DE GRADUAÇÃO
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DELICADAS EXPERIÊNCIAS FORMATIVAS: ACOLHIMENTO E
EXPERIMENTAÇÕES REMOTAS EM TEMPOS DE PANDEMIA
Pamela Cristina Bianchi; Flávia Liberman Caldas; Luana Foroni Andrade; Giovanna
Trinconi de Godoy
Introdução: Com a pausa do calendário acadêmico, devido à crise sanitária causada pela
Pandemia do novo Coronavírus, discentes da Universidade Federal de São Paulo
suspenderam as atividades que, formalmente, circundavam a graduação. A urgência,
amplitude e dramaticidade do momento, no entanto, foi o mote para uma nova proposição do
coletivo de docentes, o qual organizou rodas de conversa livres e abertas com intuito de
ofertar um espaço de acolhimento, diálogo e cuidado com e para os estudantes. Diante de
todo este cenário havia questionamentos e angústias de discentes e docentes voltadas ao
processo de formar e ser formado terapeuta ocupacional. O que e como fazer em meio à
pandemia? Como sustentar o contato e o vínculo estudante-universidade no formato virtual,
na vida entre-telas? É possível manter as relações e trabalhar no coletivo? Traçou-se,
portanto, um espaço seguro para acolher, cuidar e formar. Objetivo: Relatar e realizar uma
análise preliminar de uma experiência formativa com um grupo de estudantes do curso de
Terapia Ocupacional em uma universidade pública do Estado de São Paulo nos meses iniciais
da Pandemia do Covid-19. Desenvolvimento: Foram utilizadas estratégias metodológicas que
envolviam sensibilização, escuta, exercício para provocar a presença dos corpos e
experimentar o cuidado de si mediado pelas práticas artísticas e corporais na relação com o
próprio corpo e outros corpos (humanos ou não). Embora distantes fisicamente, os encontros
tele-presenciais proporcionaram o desenvolvimento de algumas ações práticas. Usando como
base um roteiro poético e um mapa de visitação da casa, realizamos atividades de criação e
também de invenção no intuito de explorar as situações cotidianas e domésticas da rotina de
isolamento social. As atividades funcionavam em etapas, com a leitura da proposta planejada
para o dia, a produção escrita de um relato real ou imaginário, o compartilhamento anônimo
com outro participante e a leitura para o coletivo da narrativa recebida. As narrativas
abordaram temáticas como biografias de objetos, relatos sobre a vista da janela, carta para si.
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Discussão: A estratégia de condução visou o compartilhamento e a experimentação coletiva.
Por serem feitos livremente, as narrativas poéticas ilustravam diferentes sentimentos e
sensações e proporcionavam, no momento de leitura, emoções, identificações e acolhimento
mútuo entre os participantes da roda. A possibilidade do anonimato possibilitou externar
sentimentos confusos e contribuiu para que os participantes ficassem à vontade para dividi-
los. Neste sentido, portanto, foram mobilizadas proposições estéticas, artísticas e inventivas;
novas formas de vivenciar o contexto de isolamento social; e de expressar e elaborar as
efervescências do contexto pandêmico. Conclusões: Os estudantes puderam vivenciar um
processo de ser terapeuta ocupacional de si, uma vez que o campo intervém justamente com
as rupturas, com o imprevisto, com o sofrimento, mas também com o cuidado, os afetos, o
grupo e a construção de um ambiente confiável para que alguma experiência intensiva
pudesse acontecer.
Descritores:
10
ENSINAGEM REMOTA NA GRADUAÇÃO EM TERAPIA OCUPACIONAL
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respeito da assimilação, sentido e generalização dos conteúdos apreendidos. Discussão:
Inicialmente a mudança do ensino presencial para o remoto, se apresentou como uma ameaça
às abordagens presenciais, sobretudo pela defesa de que o ensino presencial garante, para
além dos conteúdos técnico-científicos, habilidades e competências relacionadas à
sociabilidade face a face, necessárias à formação qualificada e crítica de profissionais
voltados ao cuidado humano. No entanto, a experiência do ensino remoto vem se
demonstrando interessante, sem configurar uma captura by Google, o que não significa
excluir as suas problemáticas. Aspectos sobre o planejamento de conteúdos e estratégias,
gerenciamento do tempo e acompanhamento de estudantes via plataforma Google
Classroom® se mostram interessantes. Por outro lado, os fatores vinculados a precariedade
do tecido social dos estudantes emergem como os principais obstáculos para a manutenção do
ensino. Conclusão: O ensino remoto é um tema que merece amplo debate, a fim de gerar
informações consistentes a respeito dos processos de ensino-aprendizagem na formação
graduada em Terapia Ocupacional. O compartilhamento de experiências neste momento,
pode ser um caminho necessário para produzir dados primários e bases sobre os aspectos
positivos, negativos e, sobretudo, os lastros que deixará no pós-pandemia.
Descritores:
Referências:
Correia, R. L., Costa, S. L. da, & Akerman, M. (2018). Processos de inclusão Quilombola nas
políticas urbanas da cidade. Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional,
2(4), 827–839. https://revistas.ufrj.br/index.php/ribto/article/view/14833/pdf
12
ENSINO EM SERVIÇO EM TEMPOS DE PANDEMIA: ENTRE
IMPOSSIBILIDADES E COMPROMISSOS
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por meio de atendimento telepresencial e de aplicativos de mensagens e de redes sociais,
respectivamente. Foram desenvolvidos conteúdos informativos, de comunicação e de
fomento à interação e convivência de forma síncrona e assíncrona, com grande apoio e
protagonismo das estagiárias de terapia ocupacional. Parte das horas empregadas nessas
atividades não foram contabilizadas como carga horária curricular das estudantes, mas sim
como atividade acadêmica complementar e voluntária, não se caracterizando, portanto, como
um “estágio à distância”. Discussão e conclusões: Ainda que as limitações no âmbito do
acesso digital e o uso prolongado da comunicação mediada por tecnologia tenham imposto
dificuldades importantes nos processos de interação e no alcance das ações propostas, o
período em que as atividades remotas predominaram se caracterizou pela instauração de um
campo reflexivo e operativo sem precedentes, no qual se observou intenso processo de
aprendizado conjunto. Dada a inconveniência da repetição de fórmulas conhecidas, todo um
arsenal de recursos materiais, cognitivos e intersubjetivos foram recrutados, colocados em
prática e em prova, gerando resultados positivos junto aos usuários do serviço. Após o
período de supressão completa das atividades presenciais, as estagiárias voltaram para o
cumprimento da carga horária total do estágio.
Descritores:
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ENSINO NÃO PRESENCIAL EMERGENCIAL DESENVOLVIDO PELAS
DOCENTES DO LABORATÓRIO DE ATIVIDADE E DESENVOLVIMENTO DA
UFSCAR
Gerusa Ferreira Lourenço, Luzia Iara Pfeifer, Tatiana Barbieri Bombarda, Patrícia Carla
de Souza Della Barba, Regina Helena Vitale Torkomian Joaquim
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Sujeitos, Atividades, Cotidianos e Contextos (com a disciplina Tecnologias e Terapia
Ocupacional); e Pesquisa em Terapia Ocupacional (com a disciplina Introdução ao
Conhecimento Científico 1). Com a metodologia de ensino não-presencial, a organização
didático-pedagógica está distribuída em oito semanas de execução, mantendo a carga horária
de cada disciplina prevista para o semestre, utilizando-se de dois ambientes virtuais: o
Ambiente Virtual de Aprendizado da UFSCar e o Google Classroom – G-suite UFSCar.
Todas as docentes têm utilizado atividades virtuais síncronas e assíncronas e recursos
diversos tais como, nearpod, linoit, fóruns de discussões, vídeos, podcasts, de modo a
favorecer o processo de ensino-aprendizado e acompanhamento dos estudantes. Discussão -
Os desafios que se colocam ao LAD são no sentido de apropriação por parte das docentes das
estratégias remotas e a elaboração de um novo caminho das atividades de ensino que não
podem ocorrer presencialmente, mas que sejam motivantes e estimulem a participação dos
estudantes. Estes por sua vez também estão sujeitos a um complexo conjunto de situações,
desde condições de saúde adversas à um novo estilo de aprendizado em um curso
essencialmente presencial. Conclusão - Assim, reconhecemos que o LAD tem se debruçado
em esforços para contribuir com os desafios impostos à formação graduada em Terapia
Ocupacional na expectativa dos próximos desafios que estarão à frente.
Descritores:
Referências:
Universidade Federal de São Carlos. Minuta de Proposta para retomada das atividades
regulares das matrizes curriculares dos cursos de graduação na UFSCar. (2020). Recuperado
16
de http://www.prograd.ufscar.br/conselho-de-graduacao-1/arquivos-conselho-de-
graduacao/PropostaderetomadaGTPlanejamento.pdf
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ENSINO REMOTO E PANDEMIA: OPORTUNIZANDO ESPAÇOS DE
APRENDIZADO E VINCULAÇÃO COM O CURSO
Gerusa Ferreira Lourenço, Júlia Andreza Gorla, Mariana Gurian Manzini, Débora Couto de
Melo Carrijo, Gisele Paiva
Introdução: Com a pandemia por COVID-19, o ensino superior adequou suas ações para
permitir a continuidade do processo de aprendizagem, mesmo com o distanciamento social
necessário. O uso de tecnologias da informação e da comunicação tomou lugar central no
ensino, sendo a ferramenta utilizada como alternativa frente à impossibilidade das práticas
presenciais (Bezerra et al., 2020). Desafios foram impostos à docência, como a necessidade
de novas estratégias que estimulem a troca de conhecimento, a boa relação entre os atores do
processo de ensino-aprendizagem, como a vinculação do aluno com o curso de graduação em
Terapia Ocupacional. Objetivo: Descrever uma experiência formativa, na área da disfunção
física, com destaque à participação dos estudantes de graduação em Terapia Ocupacional
(TO) da UFSCar, em um calendário suplementar (UFSCar, 2020) no formato de Atividade
Curricular de Integração entre Ensino, Pesquisa e Extensão (ACIEPE). Desenvolvimento: A
ACIEPE Práticas de terapia ocupacional e os recursos da tecnologia assistiva para disfunção
física foi ofertada por oito proponentes do Laboratório de Análises Funcionais e Ajudas
Técnicas (LAFATec-UFSCar) entre maio e julho de 2020. Participaram 71 alunos
majoritariamente do curso de TO. Utilizou-se a plataforma Google® Classroom para as
atividades assíncronas e o Google Meet® para encontros semanais síncronos, sendo os
estudantes distribuídos em grupos de até 20 alunos conforme o ano de ingresso. Foram
utilizados disparadores temáticos sobre funcionalidade, saúde e a CIF; raciocínio clínico na
disfunção física; avaliações e recursos terapêuticos; tecnologia assistiva e reabilitação.
Discussão: Identificou-se participação efetiva dos alunos, com questionamentos e reflexões
sobre as práticas nos campos de estágio e na aplicação dos conceitos às profissões. A
utilização de disparadores e espaços com quantidade reduzida de pessoas foram fundamentais
para essa participação. O diálogo entre alunos de diferentes períodos e cursos propiciou uma
compreensão da atuação da TO na área, permitindo o aprofundamento na conceituação do
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tema e na avaliação e implementação da tecnologia assistiva para pessoas com disfunção
física, alcançando assim os objetivos propostos para a oferta desta ACIEPE. Foi utilizado um
instrumento de avaliação final da disciplina. Mais de 70% dos discentes considerou que o
conteúdo contribuiu para formação e que as avaliações estavam coerentes com o conteúdo.
Entre 50 e 70% disseram que as temáticas estavam articuladas; a forma como foi abordada
foi suficientemente boa, com materiais conforme a proposta e que o formato de divisão de
turma favoreceu aprendizado e aprofundamento nos temas. Os desafios ocorreram pelo
distanciamento social imposto pela pandemia da COVID-19 e eventos relacionados ao uso de
tecnologias (conexão, recursos de áudio e vídeo, etc). Em contrapartida, apoio e alinhamento
de discussões entre o grupo de docentes e pesquisadores proponentes, a contribuição com a
formação dos estudantes, o reconhecimento da multidisciplinaridade e possibilidade de
desenvolver novas propostas pelo laboratório de pesquisa foram potenciais identificados.
Conclusões. A experiência indica como positiva a estratégia formativa em caráter opcional no
calendário suplementar na instituição, principalmente no avanço no processo de aprendizado
dos estudantes em perfis mais avançados, e na possibilidade de ofertar uma primeira
experiência de ensino aos estudantes calouros.
Descritores:
Referências:
Bezerra, K P Costa, K. F. L., Oliveira, L. C., Fernandes, A. C. L., Carvalho, F. P. B., &
Nelson, I. C. A. S. R. (2020). Ensino remoto em universidades públicas estaduais: o futuro
que se faz presente. Research, Society and Development, 9(9), e359997226.
Universidade Federal de São Carlos. Minuta de Proposta para retomada das atividades
regulares das matrizes curriculares dos cursos de graduação na UFSCar. (2020). Recuperado
19
de http://www.prograd.ufscar.br/conselho-de-graduacao-1/arquivos-conselho-de-
graduacao/PropostaderetomadaGTPlanejamento.pdf
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ESTRATÉGIAS DE CUIDADO ÀS CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) NA PANDEMIA
Amanda Dourado Souza Akahosi Fernandes; Letícia Migliatti Polli; Aline Zacchi Farias;
Isabela Aureliano
Introdução: Segundo Malfitano, Cruz & Lopes (2020), diferentes categorias profissionais têm
se posicionado no enfrentamento da Covid-19, de forma a reafirmar e refletir sobre as
possíveis contribuições diante de toda complexidade existente no cenário atual. Nesse
sentido, a Terapia Ocupacional tem atuado na perspectiva do cotidiano dos sujeitos e seus
modos de viver, tendo em vista as transformações, impactos e consequências geradas pela
pandemia. Dentre as possibilidades de atuação do Terapeuta Ocupacional, tem-se o
Teleatendimento (consulta, consultoria ou monitoramento), regulamentado pelo Conselho
Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), viabilizando o não
interrompimento total dos cuidados prestados aos grupos populacionais assistidos. Nesse
contexto, encontram-se as crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA)
e suas famílias, os quais foram severamente impactadas pela pandemia e medidas de controle
e segurança adotadas pelos governos, sendo fundamental a manutenção da assistência e
cuidado necessário a essa população (Fernandes et al., 2020). Objetivo: O objetivo deste
trabalho é relatar a experiência de um projeto de extensão universitária no que tange ao
Telemonitoramento de crianças e adolescentes com TEA e suas famílias, que passavam por
atendimento em Terapia Ocupacional na Unidade Saúde Escola (USE- UFSCar) anterior a
pandemia. Desenvolvimento: Este projeto teve início em agosto de 2020 e conta com uma
equipe composta por uma docente do curso de Terapia Ocupacional, uma aluna da pós-
graduação e quatro da graduação. Para dar início foi realizado um levantamento das
demandas e interesses das famílias já vinculadas ao serviço mediante o Google Forms,
selecionando nove crianças e um adolescente. Observa-se que o cuidado ofertado não se
restringe ao núcleo familiar, de forma que além do Telemonitoramento semanal, é realizado
acompanhamento regular e apoio às equipes escolares e de outros projetos sociais aos quais
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estão vinculados. As intervenções estão voltadas para a organização do cotidiano, rotina,
orientação familiar, construção de projetos de vida e escolarização. Semanalmente a equipe
do projeto se reúne para supervisão, de forma que tem sido possível avaliar a potência dessa
ação, principalmente no que tange ao apoio e suporte às mesmas diante das dificuldades
cotidianas. Um dos desafios encontrados é o atendimento com a própria criança, visto que as
características do quadro limitam a compreensão dessa nova modalidade de cuidado. Desta
forma, as estratégias têm acontecido majoritariamente com as famílias e equipes da escola e
dos projetos sociais. Discussão: Ressalta-se a importância de ações desta natureza que
contribuam para o desenvolvimento das crianças e adolescentes com TEA, auxiliando as
famílias na pandemia. Grande parte da assistência à essa população ficou em segundo plano
nesse momento, de forma que as crianças, adolescentes e famílias ficaram desassistidos,
agravando e intensificando o sofrimento existente (Narzisi, 2020; Houting, 2020). Conclusão:
A partir do que tem sido proposto pelas diretrizes de cuidado e políticas públicas dirigidas a
esse segmento, o Telemonitoramento possibilitou a continuidade do cuidado às crianças,
adolescentes e seus familiares, assim como apoio a rede intersetorial, promovendo o
acolhimento, escuta qualificada, orientando quanto às demandas e necessidades identificadas.
Descritores:
Referências:
22
Houting, J. (2020). Stepping out of isolatin: autistic people and Covid - 19. Autism in
Adulthood. 2(2), 1 - 3. doi: https://doi.org/10.1089/aut.2020.29012.jdh.
Malfitano, Ana Paula Serrata, Cruz, Daniel Marinho Cezar da, & Lopes, Roseli Esquerdo.
(2020). Terapia ocupacional em tempos de pandemia: seguridade social e garantias do
cotidiano possível para todos. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, 28 (2), 401-404.
Epub, 22 de maio de 2020. https://dx.doi.org/10.4322/2526-8910.ctoed22802.
Narzisi, A. (2020). Handle the Autism Spectrum Condition during Coronavirus (COVID-19)
Stay at Home Period: Ten Tips for Helping Parents and Caregivers of Young Children.
Brain Sci, 10 (4), 1-4. doi:https://doi.org/10.3390/brainsci10040207.
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ESTRATÉGIAS PARA REALIZAÇÃO DE SEMESTRE REMOTO NA
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - UNB/CAMPUS CEILANDIA
Ana Cristina Jesus Alves, Daniela da Silva Rodrigues, Flávia Maziteli de Oliveira, Rafael
Garcia Barreiro
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de estágio supervisionado. A partir desse panorama, docentes, técnicos e discentes do curso
estabeleceram conjuntamente que o retorno remoto das atividades ocorreria com a oferta
apenas de disciplinas teóricas e disciplinas optativas, uma vez que no curso de terapia
ocupacional da UnB, 24% da carga horária é composta por disciplinas dessa modalidade,
tornando-se relevante essa oferta aos discentes. Cabe ressaltar que os projetos de extensão
tiveram continuidade no formato on-line com grupos de estudos, lives, produção de material
digital. Em relação aos trabalhos de monografias e de iniciação científica em andamento foi
necessário modificar o tipo de pesquisa e o formato de desenvolvimento. Discussão e
conclusão: A acessibilidade foi vista com relevância na análise dos resultados desta pesquisa,
uma vez que foi de comum acordo, tanto ao colegiado do curso quanto às normativas que
aprovaram o trabalho remoto, que o desenvolvimento deste, se daria com o acesso integral às
ferramentas tecnológicas disponibilizadas a todos os discentes. Por fim, torna-se difícil
mensurar a realização das atividades remotas como estratégias de ensino-aprendizagem,
porém a construção conjunta do semestre envolvendo discentes e docente nesse momento
inédito de pandemia, foi de suma importância para compreensão dos contextos aos quais os
graduandos estavam inseridos, para a garantia de um acesso mais igualitária e de uma
formação de qualidade.
Descritores:
Referências:
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Portaria nº 544 (2020, 16 de junho). Ministério da Educação. Dispõe sobre a substituição das
aulas presenciais por aulas em meios digitais, enquanto durar a situação de pandemia do novo
coronavírus - Covid-19, e revoga as Portarias MEC nº 343, de 17 de março de 2020, nº 345,
de 19 de março de 2020, e nº 473, de 12 de maio de 2020. Disponível em
https://covid.inteligov.com.br/publicacoes/42699-portaria-n-544-de-16-de-junho-de-2020,
acesso em 15 de outubro de 2020
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EXPERIÊNCIA DO ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA
OCUPACIONAL EM UM CER II DURANTE A PANDEMIA
Andrea Perosa Saigh Jurdi, Carla Cilene Baptista da Silva, Viviane Schiavinato, Thyelly
Romanin, Isadora Leonel
Introdução: O estágio na área da infância com crianças com deficiência tem como objetivo
formar o estudante de Terapia Ocupacional para atuar nos processos de intervenção precoce e
reabilitação na infância em uma perspectiva interprofissional e intersetorial. Em março de
2020, as atividades presenciais foram suspensas em função da pandemia do COVID19. Na
urgência do cuidado foi preciso criar estratégias, construir novas práticas, nos aproximarmos
virtualmente para diminuir distâncias e ajudar na estabilização do cotidiano e das
necessidades prementes (Costa et al, 2020). Objetivo: Este relato tem por objetivo
compartilhar a experiência de duas estudantes de graduação de Terapia Ocupacional,
preceptora e tutoras acerca do estágio profissionalizante na área da infância em um Centro
Especializado de Reabilitação (CER II) no contexto de pandemia. Desenvolvimento:
inicialmente demos continuidade aos estudos teóricos e nos aproximamos do cotidiano das
crianças atendidas. Para isso utilizamos uma entrevista baseada em rotinas (McWilliam,
2012) e começamos a nos aproximar das famílias virtualmente utilizando um aplicativo de
comunicação de celular e vídeo chamadas. Após essa avaliação inicial feita pelas entrevistas,
começamos a elaborar encontros de grupos de familiares sobre os temas mais críticos que
emergiram das entrevistas. Estes encontros virtuais tiveram como temas: o brincar da criança,
desfralde, seletividade alimentar e uso excessivo de telas. Os temas foram selecionados
através de discussão da equipe interdisciplinar do serviço, assim como as demandas
especificas de cada famílias. Resultados e Discussão: Para Galheigo (2020) o cotidiano para a
terapia ocupacional é o eixo norteador que possibilita conhecer as condições concretas de
existência de sujeitos e coletivos e de práticas emancipatórias. Tal fato foi observado por
meio do protagonismo das famílias nesse período de distanciamento. As famílias relataram o
quão positivos foram os encontros e como esse espaço possibilitou um momento para troca
de vivências entres os cuidadores, com falas sobre as dificuldades e conquistas dos filhos.
27
Durante as reuniões, os pais se sentiam à vontade para compartilhar as estratégias que usam
em determinadas situações e contar suas vivências do dia a dia, bem como mostrar às
estagiárias os brinquedos e utensílios utilizados pela criança e sua família e contexto natural
das atividades e do cotidiano familiar. Mesmo com os encontros de curta duração, foi criado
um vínculo com os familiares, eles se sentiram confortáveis em contarem sobre sua rotina e
assuntos além dos que foram previamente pensados para a reunião, falaram sobre o brincar, a
escola, como está sendo a pandemia para seus filhos, entre outros. Conclusão: Diante de toda
esta situação de pandemia o estágio foi reinventado, e mesmo com todo o distanciamento
necessário, foi possível estabelecer um vínculo com as famílias, conhecer seu cotidiano e
propor intervenções para auxiliá-las neste período a fim de contribuir para o desenvolvimento
de seus filhos. Foi interessante perceber o engajamento desses cuidadores durante os
encontros, o que potencializou ainda mais as trocas de informações e as intervenções mesmo
que a distância.
Descritores:
Referências:
Costa, A., Fortes, P., Gomes, A., Narciso, L., Palácios, M., Rego, S., ... Siqueira-Batista, R.
(2020). Isolamento compulsório de contactantes de crianças, adolescentes, pessoas com
deficiência e idosos: recomendações éticas para Unidades de Saúde diante da pandemia por
COVID-19 Costa. Observatório COVID-19; Fundação Oswaldo Cruz. Disponível em:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/41199.
28
McWilliam,R.A. (2012). Trabalhar com as Famílias de Crianças com Necessidades
Especiais. Porto Editora: Coleção Educação Especial.
29
EXPERIÊNCIA NO ENSINO REMOTO DA DISCIPLINA TECNOLOGIA
ASSISTIVA E ACESSIBILIDADE
30
produtos assistivos, órteses e próteses, dispositivos para mobilidade, adequação da postura
sentada, tecnologias de informação e comunicação e comunicação suplementar e alternativa.
Para viabilizar algumas aulas práticas como a de órteses, auxílios para as AVDs e AIVDs e
adequação postural, foram entregues kits de materiais aos alunos. As práticas estão sendo
orientadas pelos docentes por meio de demonstração em aulas síncronas e vídeos
desenvolvidos pelos mesmos e por colaboradores parceiros, e os alunos as executam em seu
próprio domicílio. A partir do formato remoto, foi possível contar com a participação de
professores de design e engenharia, abordando temas relacionados à metodologia para o
desenvolvimento de produtos, design centrado no usuário e processos, como a prototipagem
rápida e a simulação computacional. Conclusões. Os alunos têm fornecido feedback positivo,
com relação à satisfação com a disciplina e à metodologia, demonstrado pelos seguintes
indicadores: discurso, frequência, participação dos alunos e envio das atividades por eles.
Quanto à evasão, após a oitava semana de aula, de um total de 19 alunos matriculados,
apenas um cancelou a matrícula. Consideramos que a entrega dos kits foi fundamental nesse
processo, bem como a possibilidade de apresentar o olhar interdisciplinar em algumas aulas.
Descritores
31
EXPERIÊNCIA NO ENSINO REMOTO NA DISCIPLINA DE TERAPIA
OCUPACIONAL NO CAMPO DO TRABALHO DA UNB
Andressa Vitória Pereira Farias; Davi Gentil de Araújo; Huryel Tarcio Oliveira; Daniela da
Silva Rodrigues
Introdução: O ano de 2020 iniciou com muitas mudanças de comportamento das pessoas
impostas pela pandemia, como a necessidade do uso de máscaras, prática de higiene constante
das mãos, necessidade de distanciamento físico e outras medidas de segurança tiveram que ser
tomadas como forma de prevenção para conter a disseminação da Covid-19, doença causada
pelo vírus SARS-CoV-21. Frente à emergência sanitária que se instalou no Brasil, algumas
universidades, decidiram suspender o ensino presencial, gerando a necessidade da criação de
estratégias de ensino-aprendizagem no formato remoto. Objetivo: Descrever a experiência da
estratégia de construção do processo ensino-aprendizagem em formato remoto da disciplina de
Terapia Ocupacional no Campo do Trabalho na Universidade de Brasília (UnB).
Desenvolvimento: O alto número de discentes que ingressaram por cotas sociais, como
integrantes de família de baixa renda e egressos de escola pública, 3.500 somente em 2018², as
múltiplas alterações cotidianas ocasionadas pelo período pandêmico que desencadearam um
agravamento das desigualdades sociais e de direitos, evidenciaram fragilidades nos setores da
saúde, trabalho e educação, e as dificuldades em relação ao acesso aos equipamentos
eletrônicos e/ou acesso à internet, foram fatores de decisão para que o curso de terapia
ocupacional da UnB sistematizasse a oferta de disciplinas de modo a acolher as necessidades
dos discentes. Diante deste contexto, a disciplina de Terapia Ocupacional no Campo do
Trabalho foi construída de forma coletiva, com os discentes e a docente, sendo decidido pelo
formato assíncrono e síncrono das aulas, utilizando-se de cine-debates, mapas mentais, lives e
fóruns de discussão via Teams, com o seu conteúdo programático dividido em cinco eixos: i)
Políticas públicas em saúde do trabalhador; ii) Saúde e Trabalho; iii) Ergonomia; iv) Saúde
Mental e Trabalho e; v) Deficiência e Trabalho. A estrutura e o formato escolhidos partem de
princípios de igualdade e equidade de direitos, visando garantir o acesso igualitário e à
participação de todos os discentes matriculados na disciplina. Em relação aos fóruns, os
32
discentes interagiam, entre si e com a docente, trazendo as suas reflexões e dúvidas, disparadas
por um texto vinculado ao conteúdo da aula. Cabe destacar que apesar da discussão no fórum
ter sido realizada no horário destinado para a disciplina, esse espaço ficava aberto durante uma
semana, de forma a possibilitar a participação dos discentes que não conseguiam acessar devido
às dificuldades com a internet. Discussão: Os fóruns foram uma importante ferramenta para
garantia de construção de metodologias para o conhecimento coletivo, crítico e profissional,
uma vez que proporciona trocas de experiências e debates com múltiplos olhares, promovendo
a horizontalidade do ensino, no qual os discentes passam de um papel passivo para ativo no
seu processo de aprendizagem. Conclusão: Novas estratégias de ensino remoto devem ser
desenvolvidas para que no atual cenário pandêmico seja garantido o acesso à educação e à
formação de qualidade a todos os discentes, possibilitando que as universidades públicas
continuem a cumprir o seu papel na sociedade.
Descritores:
Referências:
33
EXPLORAR, CRIAR E INVENTAR RECURSOS DIGITAIS PARA
IMPLEMENTAÇÃO DAS AÇÕES PRÁTICAS NO ESTÁGIO DE TERAPIA
OCUPACIONAL SOCIAL, EDUCAÇÃO E INTERCULTURALIDADES/UNIFESP
Débora Galvani; Gabrielle Christine Pereira; Leonardo Graco de Oliveira Brás; Rafaela
Ruivo Andrade; Patrícia Leme de Oliveira Borba
34
Discussão: O compromisso ético junto às ações de extensão e aos grupos que delas
participam, mobilizou estudantes e docentes a criar alternativas criativas para manutenção e
estreitamento dos vínculos com estes jovens e com as equipes dos projetos e dos serviços
parceiros, no sentido de ampliarmos redes de apoio coletivas face à crise econômica, social,
política e sanitária, sem precedentes, que atravessamos. Conclusões: Ainda que haja um
debate complexo e tenso diante do reconhecimento da utilização do meio virtual para o
desenvolvimento das atividades práticas em terapia ocupacional, mais especificamente o
estágio profissional, e sua consideração no bojo do aspecto formativo, podemos reconhecer
coletivamente, transcorrido sete meses de investimento na criação desses novos recursos, seja
na perspectiva de supervisores/docentes, seja na perspectiva de estudantes/estagiários, que
para além dos recursos, os espaços oportunizados, inventados e criados no transcorrer da
pandemia, desenhados em diálogo e com profundo compromisso com os jovens e os demais
parceiros envolvidos, cumpriram com os aspectos desejáveis para a constituição de um
terapeuta ocupacional social, tanto no âmbito teórico como prático, revelando que as
aprendizagens adquiridas, ao nosso ver, constituem um profissional apto a enfrentar situações
complexas que envolvem quebras dos cotidianos e potencializam a criação de estratégias que
precisam necessariamente incorporar a dimensão digital presente na vida dos jovens e
reinventar a presença, dentro do inédito viável, como já nos disse Paulo Freire, em outros
contextos.
Descritores:
35
GESTÃO EM TEMPO DE PANDEMIA: OS DESAFIOS DA COORDENAÇÃO DE
CURSO FRENTE À NOVA REALIDADE
Débora Couto de Melo Carrijo, Marina Jorge da Silva, Tatiana Barbieri Bombarda
36
e a instrumentalização sobre as normativas vigentes. Discussão: Diante da situação de
vulnerabilidade de ordem socioeconômica e emocional deflagradas ou agravadas com a
pandemia, a coordenação de curso e estágio têm enfrentado o desafio de, para além de buscar
formas adaptativas para manutenção das atividades que compõem a matriz curricular do
curso, promover ações que possam manter o interesse dos alunos nas questões de
aprendizados e auxiliá-los na criação de estratégias de suporte. Conclusões: Em meio as
adversidades atuais a Coordenação de Curso de Terapia Ocupacional e Coordenação de
Estágio têm sido levadas a pensar o processo formativo de seus estudantes sob uma dimensão
que extrapola a acadêmico-pedagógica, investindo na manutenção do vínculo e na produção
de espaços coletivos de diálogos como via de cuidado de seus estudantes. As questões
socioeconômicas fragilizadas aumentam a exposição à situações de maior vulnerabilidade
destes jovens que buscam em estágios remunerados condições/soluções para seus problemas
econômicos.
Descritores:
37
A TERAPIA OCUPACIONAL E O COMITÊ DE INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE
DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
Cláudia Regina Cabral Galvão; Rafael Paulo de Ataíde Monteiro Melo; Frank Yure Anselmo
da Cunha Nóbrega; Ana Carollyne Dantas de Lima; Clarice Ribeiro Soares Araújo
38
com Deficiência (PAED) viabiliza os 128 alunos apoiadores que dão suporte aos estudantes
com deficiência nas atividades acadêmicas (tanto em sala de aula como extraclasse). No CIA
existe também os serviços de tradução do Português para Libras (cinco intérpretes), Revisões
em Braille (quatro transcritores), e uma assessoria às Subsedes do CIA nos demais Campi da
UFPB. A Terapia Ocupacional também está participando dos eventos e cursos de formação
para os alunos com deficiência e seus alunos apoiadores; formação para os técnicos
administrativos e dos cursos de formação para os docentes para esclarecer como conduzir e
facilitar o acesso e a permanência de estudantes com deficiência no contexto pedagógico
virtual em 2020. A Universidade conta também com o Laboratório de Acessibilidade
(LACESSE) e o Núcleo de Educação Especial (NEDESP). Neste período de pandemia, os
laboratórios e núcleos continuam atuando nas formações, orientações, emitindo notas técnicas
e materiais através das redes e sites para que a comunidade acadêmica obtenha o suporte para
acompanhar e auxiliar as situações diversas dentro da temática e demandas das pessoas com
deficiência no ensino superior.
Descritores:
39
ACESSIBILIDADE CULTURAL E FORMAÇÃO GRADUADA
INTERINSTITUCIONAL EM TERAPIA OCUPACIONAL
Patricia Dorneles, Desirre Nobre, Tatiana Castro Claudia Reinoso Araujo de Carvalho
40
com os idosos e pessoas com deficiência tendo por temática disparadora a inclusão nas
vivências socioculturais. Na UFPel, atualmente dois projetos de extensão do curso têm
trabalhado na perspetiva da acessibilidade cultural: “Um museu para todos: programas de
acessibilidade” e “Acessibilidade, Inclusão e Sustentabilidade na Orquestra do
Areal”Destaca-se aqui a iniciativa interinstitucional de oferta em conjunto da disciplina
“Terapia Ocupacional e Acessibilidade Cultural” que é obrigatória na grade curricular da
UFRJ e está sendo ofertada, também, como projeto de ensino para os alunos da UFPel,
possibilitando com que os discentes de ambas as instituições possam ter maior aproximação
com terapeutas ocupacionais que atuam na área, bem como da interlocução entre a
diversidade presente em ambas instituições. A disciplina/curso está acontecendo de forma
remota e atende a aproximadamente 30 alunos. Considerações finais: As duas instituições
têm articulado outras iniciativas em conjunto que fortalecem sua representatividade na pauta.
Desde 2014 a UFPel é parceira do Encontro Nacional de Acessibilidade Cultural - ENAC
promovido pelo departamento de terapia ocupacional da UFRJ. Do mesmo modo que este
ano a UFRJ foi parceira da UFPel no I Seminário Internacional de Acessibilidade Cultural
realizado por esta instituição. O curso, realizado em parceria para a Superintendência de
Museus do Estado do Rio de Janeiro, com cerca de 400 inscritos também tem possibilitado
aos alunos da graduação a compreenderem a forte atuação da terapia ocupacional na temática
da acessibilidade cultural ampliando o números de interessados em atuar nos ambientes
culturais e na promoção da cidadania cultural das pessoas com deficiência e mobilidade
reduzida
Descritores:
41
FÓRUM AVALIATIVO DOS CURSOS DE TERAPIA OCUPACIONAL DA UFPR:
RELATO DE UMA ESTRATÉGIA METODOLÓGICA PARTICIPATIVA
Adriana Belmonte Moreira; Rosibeth Del Carmen Muñoz Palm; Rita Aparecida Bernardi
Pereira; Raquel Cattini de Mello
42
foram entregues à Comissão de Avaliação para análise. Discussão e Conclusões: Ao todo
participaram da proposta 16 docentes e houve representatividade discente do 2º ao 9º período.
Alguns pontos comuns de debate foram: reorganização das disciplinas na matriz curricular e
revisão de cargas horárias; correlação entre as disciplinas básicas e a terapia ocupacional;
conteúdos, estratégias metodológicas de ensino e processos avaliativos; uso de recursos
tecnológicos no ensino; acesso à informação, comunicação interna e infraestrutura; suporte
institucional estudantil e oportunidade de participação em pesquisas e extensão. Em primeira
análise qualitativa, a experiência foi avaliada positivamente pelos discentes e foi sugerida
continuidade periódica do Fórum. A segunda etapa da avaliação envolverá os docentes, e a
terceira a gestão e servidores. A análise e interpretação dos dados será realizada por análise
de conteúdo, sua organização em categorias e posterior discussão à luz do projeto pedagógico
e DCNs, e servirá de orientação para futuros encaminhamentos através da Coordenação dos
Cursos - CCTO e Núcleo Docente Estruturante - NDE.
Descritores:
Referências:
43
http://www.saude.ufpr.br/portal/terapiaocupacional/wp-content/uploads/sites/5/2017/04/PPC-
reformulacao-TO-site.pdf
Zimmermann, A. B., Moreira, A. B., Silva, D. B., Jorge, I. M. P., Camargo, M. J. G.,
Mariotti, M. C., Castanharo, R. C. T., & Pereira, R. A. B. (2019). Reformulação
curricular dos cursos de Terapia Ocupacional: resultados e desafios de um percurso. Interface
- Comunicação, Saúde, Educação, 23 (e180276). doi: 10.1590/interface.180276.
44
MOBILIDADE ESTUDANTIL E AÇÕES EM TERAPIA OCUPACIONAL SOCIAL
EM TEMPOS DE CRISE
Debora Galvani; Gabrielle Christine Pereira; Rafaela Ruivo Andrade; Júlia do Prado
Souza; Lídia Stalberg.
45
encontro semanal virtual denominado de Interculturalidades, foi o eixo articulador para
desenvolvimento de temas sensíveis como desigualdade de gênero, orientações de saúde e
proteção diante da pandemia, racismo no Brasil, bem como de temas do cotidiano e das
descobertas nas experiências interculturais. O estágio em TO social foi também articulador
do encontro entre estudantes brasileiros e imigrantes, de modo a ampliar redes de apoio,
sobretudo, mediadas pelo recurso do whatsapp. Aos estudantes brasileiros engajados nesta
rede, foram desenvolvidas oficinas de formação e sensibilização para ações interculturais,
bem como a sensibilização para questões migratórias na contemporaneidade. O que se
observou nestes processos foi um intenso engajamento e compromisso ético de modo a
reinventar as ações em tempos de crise. Considerações finais: O contexto da pandemia de
COVID-19 trouxe desafios sem precedentes para a extensão universitária e para o estágio em
TO social, e impactos econômicos, afetivos e no processo de aprendizagem dos jovens
imigrantes. A ações precisaram ser reinventadas com o uso de novas tecnologias para
favorecer o contato a distância de modo a manter ações de acolhimento e de apoio ao projeto
migratório dos estudantes PRE-PEC-G. Em tempos de pandemia e em outros tempos, há
sempre a aposta de que as ações desenvolvidas pelo Programa possam ampliar os horizontes
dos diferentes estudantes que nele se engajam e contribuir para a reconfiguração das
percepções de todos os participantes do lugar que ocupam nas dinâmicas globais.
Descritores:
Referências:
Galvani, D., Carneiro, A.S., & Pereira, G.C. Terapia Ocupacional social, ensino superior e
interculturalidades: Relato de experiência no contexto do programa de ensino de português
como língua adicional (Pré-PEC-G) na Unifesp. In: Borba, P.L.O, Lopes, R.E. Terapia
ocupacional e educação. 2020 (no prelo)
46
O ENSINO/APRENDIZAGEM DE TERAPIA OCUPACIONAL EM RBC E
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19
Vitória Silvia Santos, Mariana Aparecida Arthur, Ana Cristina Fagundes Souto, Fátima
Corrêa Oliver
47
semanalmente na página da rede social do laboratório. Iniciamos o projeto de escuta virtual
sobre as experiências da quarentena de forma a criar um espaço de troca tanto com usuários,
profissionais e estudantes, quanto para todos aqueles que estivessem à vontade em
compartilhar um pouco de seus fazeres durante o período da quarentena. Essa “escuta”
envolveu registros de diferentes naturezas: imagem, narrativa, vídeo, desenhos, escritos e/ou
áudios e buscou chamar atenção para a experiência do isolamento social para as pessoas com
deficiência, que é vivenciado além do contexto da pandemia. Os materiais recebidos foram
reunidos e compuseram três vídeos narrados com as experiências. DISCUSSÃO E
CONCLUSÕES O uso de telecomunicações e mídias sociais, que já vinha sendo realizado
pelo laboratório para reunir e tornar público seu acervo para além da conversa com pares por
meio de artigos científicos, foi acentuado diante da pandemia, de forma a criar pontos de
encontro e repositórios temáticos que possam vir a ser fontes de dados para terapeutas
ocupacionais. A continuidade das ações ocorrerá por meio de novo projeto de bolsa já
aprovado e que aprofundará as análises sobre a terapia ocupacional na atenção primária à
saúde durante a pandemia.
Descritores:
48
IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO: DESAFIOS EM
TEMPOS DE EMERGÊNCIA SANITÁRIA
49
com calendário e dinâmicas modificadas: três concluídas até outubro/2020: “Direitos
humanos, ação técnica e ético-política do terapeuta ocupacional”, “Vida cotidiana,
comunidade e inclusão social” e Metodologias de pesquisa em Terapia Ocupacional; e uma a
ser finalizada até dezembro/2020: “Instrumentos padronizados de avaliação e Terapia
Ocupacional”. Os seminários do Programa foram realizados virtualmente, procurando
informar sobre seu funcionamento e experiências de estudantes nas diferentes linhas de
pesquisa. DISCUSSÃO: Estudantes e docentes têm se desafiado na reflexão sobre o contexto
da emergência sanitária e suas repercussões no campo de práticas profissionais, de maneira a
favorecer tanto um plano de estudos como a proposição de pesquisas para ampliar a
qualificação de práticas profissionais comprometidas com a afirmação e exercício de direitos.
Estão em construção pesquisas e procedimentos capazes de traduzir a complexidade dos
contextos e das práticas profissionais em curso. CONCLUSÃO: Implantar um programa de
pós-graduação em tempos de pandemia exige de docentes e profissionais esforços adicionais
para reafirmar as contribuições da terapia ocupacional para o fortalecimento de processos de
inclusão social.
Descritores:
50
INTERSETORIALIDADE, TERRITÓRIO E COMUNIDADE: PROMOÇÃO DA
SAÚDE MENTAL INFANTIL NO CONTEXTO DA PANDEMIA DA COVID-19
Martha Morais Minatel, Giovana Garcia Morato, Ervelley Moreira Cardoso dos Santos,
Giovanna Romano Bombonatti, Juliana Uênia dos Santos, Sara Malvez Bienzobás
51
sociedade civil e a comunidade; ações de supervisão da equipe técnica do Programa Criança
Feliz voltadas à sua instrumentalização para promover a saúde mental das crianças e famílias
assistidas; a criação de um grupo com lideranças comunitárias para fortalecer o trabalho
territorial e intersetorial, considerados atores fundamentais na idealização e implementação
de projetos locais, vislumbrando a formação de uma associação de moradores da região.
Discussão: As ações intersetoriais e comunitárias, no desenvolvimento da promoção e
prevenção em saúde mental de crianças e adolescentes evidenciou a potência da ativação da
rede, da participação popular e seu compromisso com o cuidado coletivo, vislumbrando
outras ações futuras voltadas ao desenvolvimento local. Conclusões: Considera-se que o
campo da atenção psicossocial infantojuvenil, dada sua complexidade, tem na
intersetorialidade e interdisciplinaridade elementos chave para o seu delineamento. A
pandemia da Covid-19 destacou, nos diferentes espaços e serviços, a incompletude dos
serviços e a importância da comunidade para o desenvolvimento do trabalho territorial e
comprometido com a dimensão do cotidiano das pessoas em situação de vulnerabilidade.
Considerar essa diversidade de atores nos projetos coletivos de cuidado e proteção é
prerrogativa para a promoção e prevenção da saúde mental infantojuvenil.
Descritores:
Referências:
52
Brasil. (2014). Ministério da Saúde. Atenção psicossocial a crianças e adolescentes no SUS :
tecendo redes para garantir direitos / Ministério da Saúde, Conselho Nacional do Ministério
Público. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014. 60 p. : il.
53
PARTICIPAÇÃO SOCIAL E ENSINO EM TERAPIA OCUPACIONAL: DESAFIOS
EM TEMPOS DE ISOLAMENTO E DISTANCIAMENTO SOCIAL.
Ms. Ana Cristina Cardoso Da Silva; Profa. Dra. Fátima Correa Oliver
Introdução: A participação social tem feito parte do domínio da terapia ocupacional como um
conceito, prática e referencial teórico-metodológico e encontra-se como parte do processo
e/ou finalidade de intervenção. Objetivo: Problematizar a questão da participação social e
suas possibilidades no processo de ensino aprendizagem de estudantes de terapia ocupacional
na graduação e pós-graduação strictu e latu sensu. Resultados: Através de um questionário
online, 38 terapeutas ocupacionais, docentes em instituições públicas e privadas do ensino
superior do estado de São Paulo, colaboraram com esta pesquisa no primeiro semestre de
2019. Nesse período, em ambos os níveis, sobretudo na graduação, a participação social fez
parte da construção do perfil profissional. Presente em disciplinas, experiências práticas e
linhas de pesquisa, foi concebida como relações de convivência, circulação, prática política,
engajamento em atividades e relacionada aos processos de inclusão, inserção e exclusão
social. Discussões: De acordo com as docentes colaboradoras, para favorecer a participação
social, é essencial dispor de recursos, tecnologias e estratégias, refletir sobre a ação técnica,
política e ética da terapia ocupacional e produzir diálogos e práticas com e a partir do
contexto concreto onde se produz e acontece a vida dos sujeitos e a própria profissão. As
tensões e mudanças histórica, política, econômica, cultural e social desafiam os profissionais,
do ensino e da assistência, a problematizarem suas perspectivas teóricas e metodológicas. A
conjuntura mundial de isolamento e distanciamento social, devido à pandemia por COVID-
19, obrigou instituições e terapeutas ocupacionais a participarem de propostas de ensino e
assistência mediadas pela tecnologia e comunicação em rede, o que recoloca novos desafios
para a construção da participação social das populações atendidas, principalmente quando
entendida sob perspectiva crítica, emancipatória, relacionada a um coletivo e ao engajamento
nos espaços públicos. Conclusões: O contexto da pandemia e do ensino à distância, instiga
outras considerações e questionamentos também inspirados em Bondía (2002) quando
concebe educação como relação entre experiência e sentido, superando os limites de um
54
ensino pautado na hegemonia de um determinado saber-fazer e treinar. Com as interações
sociais e educação mediadas pela tecnologia e comunicação em rede, como (re)orientar a
formação graduada e pós-graduada em terapia ocupacional e contribuir para maior
compreensão sobre a participação social e seu exercício em determinados contextos? Como
abordá-la em realidades permeadas pela exclusão digital? Como facilitá-la em tempos de
pandemia, crises internacionais e desmonte de políticas públicas e sociais e a consequente
exigência de reconfiguração das ocupações, convivência, lutas e movimentos sociais? Os
debates sobre a construção do ensino à distância em terapia ocupacional, parecem ainda
restritos às medidas sanitárias nacionais e as recomendações para a assistência terapêutico-
ocupacional publicadas pela Federação Mundial de Terapia Ocupacional e os Conselhos
Regionais e Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Por isso, a importância do
Encontro Nacional de Docentes em Terapia Ocupacional, a fim de refletir e propor estratégias
mais coletivas sobre os processos de ensino-aprendizagem de uma profissão que também se
concretiza no encontro com o outro e busca melhores condições de vida, com mais inclusão e
participação social.
Descritores:
Referências:
55
PERCEPÇÃO DOS ESTUDANTES SOBRE AS POSSIBILIDADES DE
APRENDIZADO E SEU PAPEL NA PANDEMIA DA COVID-19
56
desenvolvimento de atividades presenciais. Quanto à modalidade de teleatendimento para as
atividades práticas de assistência em TO, 43% dos respondentes a consideram adequada e
apenas 24% se avaliam preparados a realizar essa forma de atendimento.
Discussão e Conclusão: Os estudantes mostraram-se preocupados com a qualidade da
formação na modalidade de ensino remoto online e reconhecem que podem contribuir com o
cuidado oferecido a população durante a pandemia. Entretanto, sentem medo de contágio
pelo novo coronavírus e se consideram despreparados para a realização de atendimentos não
presenciais, conforme permitido com o advento da pandemia e praticado em diversos
serviços onde há também atividades de ensino. Espera-se que este estudo contribua para que
as percepções dos estudantes sejam consideradas nas decisões das instituições de ensino em
relação as atualizações na formação a partir das mudanças que estão emergindo nos serviços
e nas práticas de cuidado. Além disso, o estudo ressalta a necessidade das instituições de
ensino promoverem estratégias de acolhimento e apoio aos estudantes durante e no pós-
pandemia.
Descritores:
Referências:
57
edição 53, seção 1, p. 39. Recuperado em 02 de outubro de 2020, de
http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-343-de-17-de-marco-de-2020-248564376
Gustafsson L. (2020). Occupational therapy has gone online: What will remain beyond
COVID-19? Australian Occupational Therapy Journal, 67(3), 197-198. Recuperado em 02 de
outubro de 2020, de https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/1440-1630.12672
58
PRÁTICAS DE ESTÁGIO REMOTO: DESAFIOS E POTÊNCIAS DIANTE DA
PANDEMIA DE COVID-19
59
yoga, utilização de planners, acesso a bens e serviços, dentre outros. Além disso, trocamos
dicas de documentários, filmes, livros, lives e inúmeras informações culturais para promover
saúde e prevenir desconfortos emocionais inerentes ao processo de pandemia com
distanciamento social. As dificuldades encontradas durante o processo foram os problemas de
conectividade com a internet. Outra questão foi a segurança com os dados e conversas do
grupo de WhatsApp, pois, a partir da abertura e ampla divulgação para muitas redes, algumas
pessoas entravam, não se identificavam e começavam a fazer propagandas de produtos
aleatórios (imóveis, empréstimos, cosméticos, etc). Também vivenciamos desafios em
manejar falas/desabafos mais intensos relacionados ao desejo de morte, ansiedades mais
agudas e relatos graves de violências. Nestes casos acolhemos todos no grupo e
indicamos/orientamos os serviços especializados de saúde mental, assistência social, policial
e jurídica das respectivas regiões. Conclusões A aceitação e participação nos grupos de escuta
foi bem maior do que esperávamos. Vamos mantê-los durante a Pandemia e no futuro
pretendemos sistematizar experiência em formato de pesquisa, a partir do trabalho de
conclusão de curso da estudante idealizadora e envolvida no processo. Assim, esperamos
ampliar o conhecimento e a atuação da Terapia Ocupacional em casos extraordinários de
emergências sanitárias tipo a pandemia de COVID-19.
Descritores:
Referências:
60
WHO/WHOT. (2020). Early rehabilitation in conflicts and disasters. LATHIA, C., SKELTON,
P., CLIFT, Z. (org). 220 p. Disponível em: https://hi.org/sn_uploads/document/36199-
Humanity--Inclusion-Clinical-Handbook-web_1.pdf
61
PRÁTICAS INVENTIVAS NA FORMAÇÃO: ESPAÇO DE EXPRESSÃO E
CONSTRUÇÃO NO ENSINO EM TERAPIA OCUPACIONAL
62
das narrativas sobre cotidiano, desejos, inquietações, expectativas conseguimos realizar a
disciplina com uma estrutura onde tínhamos um momento de escolhas musicais; espaço para
discussões e reflexões dos temas com rodas de conversas onde os textos lidos e as histórias de
vidas pessoais iam circulando e sendo impressas de maneira leve, e duradoura. O registro
desse processo foi feito através de um portfólio coletivo que continha as impressões dos
escribas do processo de aula, narrativas pessoais dos integrantes da turma, colagem de
imagens, sugestões de músicas, poesias, literaturas, desenhos próprios, toda forma de
representação das transformações ocorridas durante a disciplina. Esse caminho durante a
disciplina, possibilitou acessos a novos modos de composição de ensino-aprendizagem
fomentando experiências na formação de Terapeutas Ocupacionais produzindo assim, novos
olhares que provoca, transforma e articula conhecimentos e saberes.
Descritores:
Referências:
Kastrup, V. (2010). Experiência estética para uma Aprendizagem Inventiva: notas sobre
acessibilidade de pessoas cegas a museus. Informática na educação: teoria e prática, 13(2),
38-45.
Liberman, F., I, Lima, E.M.F., Maximino, V.S., Carvalho, Y.M. (2017). Práticas corporais e
artísticas, aprendizagem inventiva e cuidado de si. Fractal: Revista de Psicologia, 29(2) 118-
126. doi: https://doi.org/10.22409/1984-0292/v29i2/2163
63
Mecca, R.C.; Castro, E.D. (2008). Experiência estética e cotidiano institucional : novos
mapas para tratar subjetivamente os espaços de atenção à saúde mental. Interface, 12(25),
377-386. doi: https://doi.org/10.1590/S1414-32832008000200012
64
PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA SAÚDE MENTAL DOS UNIVERSITÁRIOS EM
TEMPOS DE COVID-19
Giovana Garcia Morato; Ana Paula Nascimentos dos Santos; Letícia Thays Bessa Silva
Introdução: A pandemia provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) deixou, desde seu
advento, claras evidências sobre os efeitos da doença COVID-19 sobre a saúde física das
pessoas, porém, vem revelando também seu potencial para o desencadeamento de sofrimento
psíquico intenso na população geral (United Nations, 2020), o que inclui a população
universitária. Os universitários, no contexto pandêmico, sofreram impactos nas diversas
dimensões de sua vida pessoal, especialmente em função da suspensão das atividades
acadêmicas presenciais, de forma que estar apartado do contexto universitário, dos papéis
desempenhados, dos arranjos de vida que este promove e possibilita podem gerar impactos
negativos adicionais à saúde mental dessa população. Objetivo: O presente trabalho busca
relatar a experiência de uma extensão universitária, aprovada no âmbito do Programa
Institucional de Acolhimento e Incentivo à Permanência Estudantil (PIAPE), cujo objetivo foi
desenvolver ações de promoção e prevenção em saúde mental junto aos estudantes de uma
Universidade Pública Federal como estratégia de enfrentamento aos impactos da pandemia da
COVID-19. Desenvolvimento: A atividade extensionista foi desenvolvida a partir da
articulação entre três eixos de ação: 1) Encontros virtuais com os estudantes; 2) Perfil no
Instagram destinado à difusão sobre cuidados em saúde mental; 3) Apoio informacional em
saúde mental. Nos encontros virtuais semanais com os universitários surgiram temas tais
como o sofrimento oriundo da ruptura das atividades cotidianas, alterações no sono,
sentimentos de inutilidade, ansiedade, perda de papel social e dificuldade para restabelecer
nova rotina/organização. Estes conteúdos trazidos pelos estudantes foram acolhidos,
analisados e, a partir da articulação entre os três eixos de ação, estratégias de cuidado foram
organizadas a partir de rodas de conversa temática (projeto de vida, ansiedade, desafios da
vida universitária, etc); produção de material informativo sobre higiene do sono e sobre
pontos de apoio para cuidado em saúde mental na Universidade; realização de atividade em
tempo real (análise da vida cotidiana e sua possível (re)organização) e promoção de vivências
65
de Reiki e Meditação com convidados. Discussão: A experiência, no formato proposto,
resultou em uma nova forma de acessar e ofertar cuidado aos estudantes no período de
distanciamento social, viabilizando momentos de reflexão individual e coletivo acerca das
dificuldades e sofrimentos oriundos da pandemia e do afastamento da vida acadêmica e as
possíveis estratégias para administrar essa condição. Argumenta-se que ações de cuidado
compartilhadas e reinventadas para ocorrerem de maneira virtual podem representar fatores
protetivos e promotores da saúde mental no contexto atual. Conclusão: A experiência
apresentada revelou a importância de garantir espaços de escuta, trocas e orientações junto
aos universitários mesmo que de maneira virtual, posto que além de representar ponto de
apoio e suporte para lidar com as dificuldades e sofrimentos emergidos do contexto atual,
conferiu aos estudantes a sensação de alguma continuidade e contato com a vida acadêmica,
especialmente pela troca com os pares a partir de temáticas comuns relativas ao universo
estudantil, aspectos que se revelaram promotores da saúde mental.
Descritores:
Referência:
UNITED NATIONS (2020). Policy Brief: COVID-19 And The Need For Action On Mental
Health.
66
RECURSOS E PRÁTICAS EM DISFUNÇÃO FÍSICA: DESENHO TEMÁTICO
PARA UMA EXPERIÊNCIA DE ENSINO REMOTO
Luciana Bolzan Agnelli Martinez, Jacqueline Denubila Costa, Lays Cleria Batista Campos,
Gisele Paiva, Débora Couto de Melo Carrijo
Introdução: A pandemia por Covid-19 exigiu ações emergenciais com a suspensão das
atividades presenciais universitárias levando à ampla utilização de ferramentas tecnológicas
digitais para manter as atividades de ensino. Esse cenário gera diferentes pontos de discussão,
como: condições de acesso dos alunos, reformulações programáticas e capacitação de
professores (TORRES; COSTA; ALVES, 2020). Objetivo: Apresentar e discutir recursos e
práticas para o ensino remoto relacionados ao conteúdo da disfunção física com alunos de
graduação de Terapia Ocupacional da UFSCar. Desenvolvimento: A proposta envolvendo
oito proponentes relacionados à área da disfunção física ao longo de oito semanas letivas com
80 vagas. Pela primeira vez a atividade foi realizada de forma remota na plataforma Google
Classroom® (2020), sendo as atividades síncronas com grupos de 20 alunos. Neste período
emergencial a primeira proposta institucional para a graduação foram as ofertas de ACIEPES
com temas complementares aos conteúdos curriculares e, desta forma, não se configuraram
como disciplinas curriculares. Foi realizada a preparação e gravação de videoaulas,
disponibilização de materiais para leitura e criação de roteiros para as atividades assíncronas
previamente aos encontros síncronos, os quais envolveram discussões de casos, apresentações
de situações problemas e análises do material disponibilizado. Os conteúdos envolveram
apresentação de conceitos e discussões transversais, considerando os diferentes
conhecimentos dos estudantes sobre a temática. Ao longo das oito semanas foram abordados
temas relacionados a reconhecimento de necessidades relacionadas à população com
disfunção física, recursos para reabilitação e Tecnologia Assistiva de acordo com os ciclos de
vida. Discussão A oferta desta estratégia permitiu continuidade dos estudos com respeito às
limitações e necessidades dos estudantes. Destacam-se os desafios na realização de uma
atividade remota, envolvendo ingressantes e alunos de vários anos e de diversos cursos,
67
considerando ainda a influência da conectividade, do conhecimento das ferramentas de
ensino e habilidade de utilizá-las. A organização exigiu grande tempo de planejamento, além
de novas habilidades como a gravação de conteúdos e postagem de atividades para o
ambiente virtual, além das preocupações com a questão da interação de qualidade com o
corpo discente. As reflexões sobre a avaliação fizeram emergir as discussões sobre os
objetivos de aprendizagem, colocando novamente os docentes em novos desafios frente à
forma de desempenhar o papel docente. Como foram disponibilizadas 80 vagas, a estratégia
utilizada foi a criação de pequenos grupos, o que expõe a necessidade de rever as
necessidades relacionadas às estratégias síncronas e assíncronas, resultando em reflexões
importantes sobre as necessidades e forma de uso de encontros síncronos.
Assim, foi positiva a condução por um grupo de professoras com diferentes expertises que
constituíram uma rede de apoio, possibilitando alcançar os objetivos esperados com a
experiência de ensino, sendo que a ferramenta escolhida permitiu uso intuitivo pelos alunos.
Conclusões: A experiência relata a possibilidade do uso de ferramentas remotas para o ensino
do conteúdo direcionado à disfunção física, que pode contemplar temas acerca da
funcionalidade, ocupação, além de recursos e técnicas específicas, com enfoque em relato de
experiência, para favorecer o raciocínio das práticas envolvidas na área.
Descritores:
Referências:
68
SAÚDE MENTAL NA PANDEMIA DA COVID-19: UMA PROPOSTA DE
DISCIPLINA À LUZ DA EXPERIÊNCIA VIVIDA
69
cenário atual. Algo que tem se revelado como maior potência da experiência tem sido
justamente a possibilidade de produção de reflexão e diálogo coletivo sobre a temática à luz
da experiência vivida, especialmente quando a estratégia de ensino utilizada foi a leitura
dirigida, somada à utilização do estudo de caso e, na sequência, um encontro síncrono para
síntese dialogada sobre o tema. Discussão: Ainda que este seja um momento de muitas
fragilidades e limites no que tange à implantação do ensino remoto e às diferentes realidades
dos graduandos e dificuldades no acesso, esta disciplina tem possibilitado reflexões e
aprendizados que possivelmente os alunos não teriam em outras situações da Graduação.
Ainda, o ineditismo e impactos decorrentes da situação pandêmica parece ter mobilizado os
alunos para o engajamento no processo de aprendizagem de maneira significada. Conclusão:
Fazer arranjos possíveis para a continuidade do processo de formação, tomando como objeto
de reflexão e aplicação de conceitos a própria experiência vivida, pode ser um caminho
estratégico para potencializar o processo de aprendizagem e transcender as barreiras impostas
pelo cenário pandêmico.
Descritores:
Referências:
Portaria n° 544, de 16 de junho de 2020 (2020). Dispõe sobre a substituição das aulas
presenciais por aulas em meios digitais, enquanto durar a situação de pandemia do novo
coronavírus - Covid-19, e revoga as Portarias MEC nº 343, de 17 de março de 2020, nº 345, de
19 de março de 2020, e nº 473, de 12 de maio de 2020. Brasília. DF. Recuperado em 06 outubro
2020, de https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-544-de-16-de-junho-de-2020-
261924872>
70
de <http://www.prograd.ufscar.br/cursos/cursos-oferecidos-1/terapia-
ocupacional/PPC_TO_2016_24_OUTUBRO_2018.pdf>.
71
REINVENTANDO POSSIBILIDADES DE ENCONTRO E ASSISTÊNCIA:
CONTRIBUIÇÕES DA TERAPIA OCUPACIONAL JUNTO AO PROGRAMA
CRIANÇA FELIZ
Martha Morais Minatel, Gabrielle Cristine Trevizan, Georgia Zequini Morelatto, Nicolle
Lima do Prado, Larissa Mascarin Ianuci, Laís Aparecida de Oliveira Ker
72
atenção básica em saúde, organizações da sociedade civil e da comunidade para garantir o
cuidado e proteção em sua complexidade e caráter territorial. Discussão: A intersetorialidade,
enquanto construção de projetos coletivos de cuidado, foi uma metodologia e ferramenta de
ação. A produção a partir do encontro e de modo participativo tem potencializado a oferta do
serviço. A dimensão territorial tem sido ponto de partida para a ação e articulação da rede. A
escuta sensível sobre o cotidiano de crianças e suas famílias a partir da narrativa das mulheres
cuidadoras tem permitido que a prática do PCF esteja atenta aos desafios colocados pelo
momento atual, no que diz respeito às atividades cotidianas nas suas dimensões subjetivas,
culturais, sociais, econômicas e políticas. Olhar para aquilo que parece banal, para as
sutilezas que emergem do fazer e das relações produzidas (dentro e fora do ambiente
doméstico, como na vizinhança e no trabalho), tem permitido a produção, junto às
cuidadoras, de atividades que reinventem um cotidiano atravessado pela realidade da
pandemia e suas rupturas. Conclusões: Considera-se que a TO, a partir de seus referenciais
teórico-metodológicos, tem trazido, nesse contexto, importantes contribuições na dimensão
do cuidado e proteção, destacando o papel ético e político da profissão e da universidade no
contexto atual.
Descritores:
Terapia Ocupacional; Saúde Mental; Infância; Infecções por Coronavírus; Cotidiano.
Referências:
Brasil. (2016). Decreto nº 8.869, de 5 de outubro de 2016. Institui o Programa Criança Feliz.
Brasília: Presidência da República, 2016.
73
Santos, M. (1999). O território e o saber local: algumas categorias de análise. Cad. Ippur, (2),
p. 15-25.
74
TEMPOS DE PANDEMIA E OS DESAFIOS DO ENSINO EM TERAPIA
OCUPACIONAL SOB A PERSPECTIVA DISCENTE
Mariana Midori Sime, Giovanna Bardi, Meyrielle Belotti, Bruna Lidia Taño, Teresinha Cid
Constantidinis, Fabiana Drumond Marinho
75
propício para estudo em casa e dificuldades de acessibilidade para pessoas com deficiência.
De forma geral, avaliaram que o Earte promove desvalorização do ensino, pois o aprendizado
não se dá com a mesma qualidade que presencialmente. Discussão e Conclusões: Evidencia-
se a inviabilidade do ensino presencial no presente em função dos riscos a que todas/os
estariam expostas/os. Concluímos que a Universidade precisa considerar a complexidade dos
fatores que perpassam o cotidiano de seus estudantes, criando mecanismos para a efetiva
inclusão ao optar pelo Earte. Ressaltamos que, mesmo com ampla divulgação, nem todos
estudantes participaram da enquete, possivelmente em resultado da falta de acesso à internet
ou às situações de vida fragilizadas em meio à pandemia. Considerando os desafios do Earte
para a manutenção da qualidade na formação de estudantes de Terapia Ocupacional,
afirmamos ser preciso manter no horizonte futuro o retorno do ensino presencial de forma
processual e segura para toda a comunidade acadêmica.
Descritores:
76
TO NO CINEMA EM QUARENTENA: (DES)MITIFICAÇÃO DO CAPACITISMO
NOS FILMES PELO OLHAR DA TERAPIA OCUPACIONAL
Introdução: O cinema é considerado uma prática social. As narrativas dos filmes, imagens
divulgadas e seus significados evidenciam o sentido da cultura. Desde seu início, inúmeras
obras fílmicas sobre pessoas com alguma deficiência são exibidas nas telas e são fonte de
informação sobre a deficiência física (DF). Neste contexto, os recursos audiovisuais podem
ser facilitadores do processo de ensino-aprendizagem, além de prazerosos, principalmente no
atual contexto de isolamento físico devido ao coronavírus (SARS-CoV-2). Objetivo: Consiste
em apresentar um relato de experiência sobre encontros de forma remota e reflexões de um
grupo de estudos sobre Terapia Ocupacional, Cinema e Deficiência Física, durante a
pandemia e a utilização de filmes quanto recurso pedagógico. Desenvolvimento: A pandemia
determinou novas estratégias para continuidade e recondução do trabalho acadêmico, que
envolve ensino, pesquisa e extensão. Todas atividades foram adaptadas para teletrabalho e
ensino de forma remota (Silva et al. 2020). Assim, o grupo de estudos “TO no Cinema” que
desenvolve suas atividades desde 2018, a partir de março/2020 passou a realizar encontros
virtuais semanalmente, composto por alunos da graduação do curso de terapia ocupacional e
coordenação da docente responsável. Este espaço seguro permite não só a aquisição de
conhecimento acadêmico, como autoexpressão de ideias-sentimentos em relação ao momento
que vivemos. O enfoque do grupo é o estudo da representação das pessoas com deficiência
física no cinema, com o olhar da terapia ocupacional, sendo frutos: Trabalho de Conclusão de
Curso, Iniciação Científica, Extensão, artigos e material técnico-instrucional com tema
Covid-19. Discussão: Observamos a retratação do cotidiano dos personagens com DF, muitas
vezes comoventes e outras depreciativas, que segundo Norden (1994) representam os
estereótipos que estigmatizam as pessoas com deficiência. Neste contexto, noções sobre a
representação da deficiência em filmes podem deflagrar a consciência social e compreensão
deste complexo tema, contribuindo para a formação do futuro terapeuta ocupacional. A
análise dos filmes torna-se relevante pois, quando os personagens com deficiência são
77
retratados em constante sofrimento, lutando para superar adversidades, pode ser transmitido o
conceito que pessoas com deficiência são inferiores, invariavelmente sofrem e são dignas de
pena, perpetuando estigmas e preconceitos considerados capacitistas (Amaral; Monteiro,
2016). Ainda, o capacitismo internalizado na sociedade dificulta o questionamento da
diferença e resulta na ideia de que pessoas com DF são inferiores, devido a normatização e
opressão sobre o padrão corporal, que eclode do mito que corpos desviantes são insuficientes
(Vendramin, 2019). A partir das discussões, entendemos que o cinema possui forte influência
e pode ser importante meio para deflagrar a sensibilização, reflexão e transformação social
em relação às pessoas com deficiência, sendo este um aspecto da condição humana.
Conclusões: A estratégia utilizada para tessitura desse período de pandemia, considerou além
do processo de ensino-aprendizagem, momentos de leveza e ressignificação do cotidiano ao
assistir os filmes selecionados, de enriquecimento com as partilhas pessoais e
aprofundamento das discussões sobre capacitismo. Portanto, há urgência em mais ações
como as vivenciadas neste grupo, para elucidação da deficiência física como uma
característica da diversidade humana, favorecendo a desmitificação.
Descritores:
Referências:
78
Silva, C., Fornereto, A., Paolillo, A., Andrade, A., Fernandes, A., Valente Santos, C.,
Lourenço, G., Morato, G., Martini, L., Martinez, L., Silva, M., Castro, S., Ferigato, S., Lussi,
I., & Carrijo, D. (2020). Terapia Ocupacional na universidade pública e ações de
enfrentamento à Covid-19: singularidades e/nas multiplicidades/Occupational therapy at the
public university and actions to confront Covid-19: singularities and/in multiplicities. Revista
Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional - REVISBRATO, 4(3), 351-370. doi:
https://doi.org/10.47222/2526-3544.rbto34463
79
TO SOZINHO NÃO: ESTRATÉGIA DE ACOLHIMENTO À COMUNIDADE
ESTUDANTIL EM TEMPOS DE PANDEMIA.
Bianca Gonçalves de Carrasco Bassi; Amara Lúcia Holanda Tavares Battistel; Taís
Scarparo Lovato Sório; Ana Paula Dellbrügger; Maria Eduarda Vargas; Ivana Sofie
Schumacher Girardi
80
proposto e coordenado por estudantes da disciplina de Terapia Ocupacional e Saúde Mental
II. Discussão: Ao finalizar o semestre enviou-se um formulário eletrônico para compreender
a percepção dos estudantes sobre a atividade e colher sugestões para planejar novas ações.
100% dos estudantes afirmaram satisfação em relação à participação nos encontros,
elogiaram os temas abordados e ressaltaram a importância daqueles que geraram trocas com
colegas do curso e de outras instituições. O encontro com egressos e residentes também foi
apreciado. Algumas sugestões de temas foram feminismo, racismo, cine debate relacionado à
profissão e pós-graduação e espaço para apresentações culturais. Conclusões: O TO Sozinho
Não agregou escuta, acolhimento e trocas, potencializou soluções/construções coletivas e
sentimentos de pertencimento e aproximação dos estudantes e foi um espaço de coprodução,
coexistência e convivência semelhante aos Saraus realizados presencialmente pré-pandemia.
Destaca-se o diferencial do acolhimento da Terapia Ocupacional (informação suprimida) para
os estudantes em relação aos outros cursos, o sentimento de gratidão, privilégio e calma que
este possibilitou, inclusive nas organizadoras do evento, pois o acolhimento passou a ser um
alento para elas também e a participação do DATO na mobilização dos alunos do curso e
articulação com os discentes das demais instituições brasileiras e latino-americanas.
Descritores:
Referência:
81
TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO EM TERAPIA OCUPACIONAL:
DESAFIOS DA CONTINUIDADE EM TEMPOS DE PANDEMIA
Claudia Maria Simões Martinez; Luciana Bolzan Agnelli Martinez; Luzia Iara Pfeifer;
Patricia Carla de Souza Della Barba; Regina Helena Vitale Torkomian Joaquim; Tatiana
Barbieri Bombarda
82
alterações em função do momento do seu desenvolvimento. As pesquisas e projetos inseridos
no âmbito das disciplinas TCC1 e TCC2 foram modificados (adaptados) prevendo-se
previamente coletas de dados à distância – on line (N = 07). As pesquisas que se encontravam
em fase avançada, nomeadamente, as desenvolvidas nas disciplinas TCC3 e TCC4 em função
da pandemia necessitaram ser interrompidas (acesso aos laboratórios, hospitais, ambulatórios
e domicílios) onde estudante e orientador-docente buscam formas para viabilizá-las
desenvolvendo novas estratégias (N= 05). As monografias que se encontravam em fase de
finalização não foram afetadas (N=03). Discussão: Os resultados demonstram que os
impactos da pandemia no ensino de graduação em terapia ocupacional nas disciplinas
relativas ao desenvolvimento do TCC, em função do tipo e andamento da pesquisa, geram
demandas para o (a) estudante e para o(a) docente orientador(a) na busca de recursos
metodológicos e tecnológicos para o enfrentamento da situação. Paralelamente a isto, um
conjunto de elementos atitudinais, particularmente o acolhimento do estudante pelo docente,
são requisitados para que consigam “abrir mão” de seus projetos, ou parte dele, adaptando
suas propostas de pesquisas, algumas delas geradas desde o início de sua graduação.
Conclusões: Os dados do presente estudo possibilitam reflexões sobre as necessidades de
docentes e estudantes no enfrentamento, de forma ética, das necessidades de prosseguimento
das monografias - TCCs.
Descritores:
Referências:
Freire, P. (2013). Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
83
Diniz, D. (2008). Ética na pesquisa em ciências humanas - novos desafios. Ciência &
Saúde Coletiva, 13(2), 417-426. https://doi.org/10.1590/S1413-81232008000200017
84
PROJETO RESISTO E A CONSTRUÇÃO COLETIVA DE UMA CARTILHA PARA
TRABALHAR OS MARCADORES SOCIAIS DA DIFERENÇA EM ESCOLAS
MUNICIPAIS DE JOÃO PESSOA.
85
mediação. Conclusões: O processo de construção da cartilha possibilitou ao grupo de
estudantes extensionistas a reflexão a respeito do referencial teórico sobre marcadores
sociais, de forma interseccional, além da articulação desse referencial com a terapia
ocupacional social. Além de produzir um material educativo, que reúne os conhecimentos e
experiências acumulados pelo projeto ResisTO, antes da pandemia, usado como instrumento
disparador de reflexão para os profissionais das escolas, bem como um guia para as
abordagens dessas questões com os estudantes. Os encontros, mesmo que virtuais, foram
essenciais para trabalhar a comunicação entre os extensionistas, consolidar o aprendizado, e
demonstrar a importância do debate desses temas para a formação em terapia ocupacional.
Descritores:
86
TERAPIA OCUPACIONAL E INTERDISCIPLINARIDADE PARA PESSOAS COM
DOENÇA DE PARKINSON NO ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA COVID-19
Introdução: Com o aumento dos casos de Covid-19 no Brasil, a principal medida adotada foi
o isolamento social, considerada muito relevante para diminuição da propagação viral. Diante
do fechamento dos ambulatórios de assistência, houve a interrupção no processo de
tratamento de indivíduos, como aqueles com Doença de Parkinson (DP), e que necessitariam
da continuidade do tratamento em saúde e suporte no enfrentamento da pandemia. Objetivo:
Relatar sobre ações da Terapia Ocupacional e a interdisciplinaridade para pessoas com DP no
enfrentamento da pandemia. Desenvolvimento: As ações são desenvolvidas por docentes e
estudantes (graduação e pós-graduação) de Medicina, Terapia Ocupacional e Fisioterapia,
com reuniões, seminários, discussões de casos e encaminhamentos dos pacientes. Todas as
atividades acontecem pelo G Suite, através dos cadastros institucionais. Os teleatendimentos
ocorrem para os pacientes cadastrado no Pró-Parkinson e para facilitar o acesso no Google
Meet (ambiente virtual dos teleatendimentos) e identificação da equipe foi criado material
gráfico instrucional. Os atendimentos da Terapia Ocupacional foram direcionados para as
disfunções ocupacionais de cada paciente, atrelados as orientações do Manual de Orientações
para Pessoas com Doença de Parkinson. Destaca-se que houve reforço sobre as 5 medidas
protetivas pessoais contra a infecção pelo Covid-19 nos teleatendimentos. Discussão: Durante
o isolamento social há o aumento de disfunções mentais, como ansiedade, depressão e
estresse, o que já ocorre frequentemente nas pessoas com DP. Por isso, entende-se que o
isolamento social é um fator agravante e que é necessário a atenção interdisciplinar à saúde
dessa população. A maioria dos pacientes teleatendidos apresentaram prejuízos nas
ocupações, piora dos sintomas da DP; dificuldades em se conseguir as receitas
medicamentosas e agendamento de exames. Percebeu-se que os pacientes tinham
87
dificuldades para acessar o Meet e assim foi desenvolvido um material instrucional,
orientando como acessar, iniciar e encerrar, com linguagem simples e ilustrativa,
considerando que a maioria são idosos. Além disso, foi elaborado material de apresentação da
equipe de Terapia Ocupacional, com a foto dos integrantes e informativos do projeto, que foi
bem aceito e aplicado por toda equipe interdisciplinar. Com o compartilhamento
interdisciplinar contínuo e programado, através das planilhas, questionários e seminários,
houve um aprimoramento e atualização de conhecimentos em temáticas específicas entre as
profissões para a população com DP. Conclusão: A interdisciplinaridade na atenção à saúde
das pessoas com DP se mostrou fundamental para as demandas causadas pela doença
associada às questões da pandemia. Além disso, a interação dos estudantes nestas ações em
ambiente virtual promoveu formação acadêmica sobre atualizações científicas da Covid-19 e
sobre intervenções para o público-alvo. Destaca-se que a importância das ocupações
evidenciada pela Terapia Ocupacional permitiu à equipe interdisciplinar um olhar mais
abrangente da saúde da pessoa com DP.
Descritores:
88
EIXO TEMÁTICO 2 – PANORAMA DAS
EXPERIÊNCIAS EXTENSIONISTAS DA TERAPIA
OCUPACIONAL NA PANDEMIA: REFLEXÕES E
DESAFIOS PARA A EXTENSÃO NO BRASIL
89
AFETO EM FOLHAS: ESPAÇO DE CRIAÇÃO, SUSPENSÃO DO COTIDIANO E
EXPRESSÃO DA EXPERIÊNCIA DOS ACADÊMICOS NO ENFRENTAMENTO
AOS IMPACTOS DA PANDEMIA POR COVID-19
Christiane Siegmann
Introdução: Este projeto, em andamento desde abril/2020, trata-se de uma ação extensionista
de enfrentamento à pandemia pelo COVID-19, através da mobilização de
acadêmicos/professores de Terapia Ocupacional-UFPR, na criação de folhas secas bordadas
com palavras de gratidão e reconhecimento para homenagear trabalhadores das UTI´s e de
serviços socioassistenciais que têm atuado nos impactos sociais, históricos, culturais e
econômicos gerados pela pandemia. Objetivos: Contribuir para minimizar as tensões no
trabalho e ajudar na saúde dos trabalhadores que, cotidianamente, vivem o sofrimento pela
perda de pacientes/usuários e pela percepção do agravamento das desigualdades, medo de
contaminação, rotinas de trabalho exaustivas e distanciamento de seus próprios familiares.
Por outro lado, objetiva oportunizar aos acadêmicos a experiência de participação em ação de
impacto social em meio à crise instalada pela pandemia, estimulando a formação voltada à
cidadania crítica, à construção de uma consciência social e de ações responsáveis em favor da
sociedade. Desenvolvimento: O projeto é constituído de “movimentos”: coletar as folhas,
bordar, fotografar e produzir vídeo. Participam quinze alunos de diferentes períodos e seis
professoras, realizando as atividades em suas casas e utilizando-se das redes sociais para
trocas. Neste processo, trocas intergeracionais e saberes tradicionais também se efetivaram,
potencializando os vínculos familiares, por vezes, fragilizados em decorrência da crise social-
política-econômica. Na primeira fase, os kits (folhas bordadas/carta de homenagem)
chegaram a quinze UTI’s e na segunda, a quinze ONG’s de vários estados brasileiros.
Discussão: A escrita e o bordado, trabalho artesanal e delicado, traduz na palavra a potência
de afetar e ser afetado (Spinoza, 2013). À medida que a agulha perfura a superfície, a linha
desliza sobre a folha e a palavra surge, não será apenas o outro, aquele trabalhador que está
na luta pela garantia da vida e dos direitos sociais, que será afetado, mas também o
90
acadêmico/professor que está a bordar seus sentimentos, a expressar seu pesar e a tecer sua
esperança no amanhã e na humanidade. Por vezes, faz-se necessário, ao bordar, aprender a
errar, a confrontar-se com suas próprias incapacidades ou limites, porque são elas que
permitirão a si mesmo ousar, tentar de novo e uma vez mais, para que sua experiência possa
enfim ser compartilhada e alcançar o que este projeto propõe: trazer um respiro e o
reconhecimento a práxis cotidiana dos trabalhadores e também a própria vida daquele que
tece. Conclusões: Um processo poético que, através da ancestralidade do ato de bordar,
permite a suspensão do cotidiano marcado por perdas e incertezas e possibilita, aos corpos
afetados, a expressão dessa experiência. Ao bordar, tecem-se corpos, tecem-se vidas, tecem-
se sonhos, esperanças e potências de agir por um mundo melhor, mesmo que por este
pequeno gesto de escrita em folhas secas – presente da natureza e para a qual todos nós
estamos mais atentos e em sintonia. Artesã ou artesão, principiante ou experiente, há de se
transformar em outro ao final e, ainda, no processo, pelo sensível que lhe transversaliza
durante este gesto solidário e coletivo. Uma artesania feita de fios, cores, agulhas e da
tessitura entre palavras, saberes e fazeres.
Descritores:
Referência:
91
DES (FAZENDO) NÓS NA PANDEMIA: CRIANDO ESTRATÉGIAS DE
PROMOÇÃO À SAÚDE MENTAL DE ADOLESCENTES
Maria Fernanda Barboza Cid, Alice Fernandes de Andrade, Ervelley Moreira, Gabriella da
Cruz Santos, Guilherme Aguliari da Silva, Thaís Thaler Souza
92
complexos e acadêmicos para uma linguagem visual e acessível e o descompasso entre o
tempo da rede social e o tempo da equipe. Por outro lado, destaca-se a potência das reflexões
e discussões teórico-práticas que têm ocorrido entre os participantes sobre o processo de
implicação e não neutralidade na produção do conhecimento, sobre inclusão e acessibilidade
e o aprofundamento das temáticas apresentadas na rede social. Discussão: Observa-se que o
presente projeto tem permitido à equipe envolvida, a construção de conhecimento mais
aprofundado sobre saúde mental na adolescência e o desenvolvimento de competências
relativas à criação de estratégias coletivas para lidar com problemáticas contemporâneas, bem
como o desenvolvimento autônomo de habilidades que envolvem o tornar acessível, de fato,
o conhecimento produzido nas universidades pela comunidade em geral. Conclusão: Esta
experiência tem possibilitado reflexões acerca dos processos de produção de cuidado no
campo da saúde mental de adolescentes e também da formação profissional que, ocorrendo
de forma ativa e participativa, parece ampliar o alcance tanto no que se refere à proposta e
público alvo, quanto no desenvolvimento de competências profissionais para atuação de
acordo com as demandas advindas dos tempos e contextos históricos.
Descritores:
Referências:
Gnanavel, S., Orri, M., Mohammed, M., Dray, J., Baroud, E., Kato, H., . . . Seker, A. (2020).
Child and adolescent psychiatry research during the COVID-19 pandemic. The Lancet
Psychiatry, 7(9), 735.
93
Cid, M. F. B.; Fernandes, A. D. S. A.; Morato, G. G.; Minatel, M. M. (2020) Atención
Psicosocial y Pandemia de COVID-19: Reflexiones sobre la Atención a Infancia y
Adolescencia que Vive en Contextos Socialmente Vulnerables. Multidisciplinary Journal of
Educational Research, 10(2), 178-201.
94
DIALOGA.TO: CONTRIBUIÇÕES DE UM PROJETO EXTENSÃO NO CONTEXTO
DE ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA DE COVID-19
Mariana Morette Pan; Ana Carolina de Souza Basso; Ana Maria Quintela Maia; Carolinne
Linhares Pinheiro; Naila Pereira de Souza
95
como convidados para debates ao vivo atores de distintas categorias profissionais, terapeutas
ocupacionais de diversas áreas, discentes e docentes do curso, e como interagentes além
desses atores, o público em geral, evidenciando o alcance a diversos grupos na ação
extensionista. Discussão: Este projeto tem evidenciado a importância de se debater o cenário
da pandemia a partir de diversos campos da TO e da construção de um espaço de trocas nesse
momento de distanciamento, o que trouxe à tona a necessidade de aprofundamento de
aspectos relativos aos fundamentos da profissão, compreendendo que o desenvolvimento de
estudos sobre seus objetos favorece a busca de estratégias de intervenção em um contexto tão
adverso. Conclusões: Espera-se que o projeto e suas ações continuem atingindo diversos
atores e impacte positivamente nos processos de trabalho e na formação dos diferentes grupos
que têm interagido neste espaço virtual, ampliando redes e consolidando conhecimento.
Destaca-se ainda que, uma das ideias basilares do projeto, a interlocução com sujeitos de
diferentes regiões do país, tem se mostrado potente na aproximação da comunidade interna
com a externa possibilitando construção, compartilhamento e deslocamentos de reflexões
sobre o papel da nossa profissão nesse cenário de pandemia com seus diversos
desdobramentos.
Descritores:
96
ASSISTÊNCIA EM TERAPIA OCUPACIONAL A CRIANÇAS E ADOLESCENTES
COM DISFUNÇÕES FÍSICAS DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19: PROJETO
DE EXTENSÃO
Lucina Bolzan Agnelli Martinez; Gisele Paiva; Mariana Gurian Manzini; Mariana Ferrari
Franco; Rodrigo Andrade Martinez.
97
acompanhamento remoto dos alunos. A equipe de trabalho é composta por três docentes do
DTO/UFSCar; um estudante de pós graduação (Interunidades em Bioengenharia/USP); uma
aluna de graduação em TO na categoria Bolsista Proex; e outros seis alunos de graduação.
São oferecidos espaços de discussão, estabelecendo relações entre a teoria e a prática, e está
prevista a elaboração de materiais de orientação (cartilhas ou vídeos ilustrativos). Estima-se
que, até o final do projeto (dezembro/2020), sejam acompanhadas 20 crianças/famílias.
Discussão - O projeto possibilita aos estudantes estabelecer um raciocínio clínico em TO
associado ao exercício crítico reflexivo neste campo profissional, em consonância com os
princípios do projeto pedagógico do curso (UFSCar, 2015). Considerando as disfunções
físicas infantis, alguns desafios estão presentes na telerreabilitação, dentre eles a aplicação de
técnicas que exigem contato físico, as mudanças na rotina e a falta de acesso digital. Apesar
desta modalidade assistencial não substituir totalmente as terapias convencionais, é uma
prática possível (Santos et al, 2014), havendo relatos positivos por parte dos envolvidos.
Conclusões - As práticas de extensão universitária na área de disfunção física infantil, através
de uma abordagem híbrida, com atendimentos remotos e presenciais, têm se mostrado
benéficas tanto para as famílias como para os estudantes de graduação.
Descritores:
Referências:
98
0399.2017v8i2.6811
Santos, M. T. N., Moura, S. C. D. O., Gomes, L. M. X., Lima, A. H., Moreira, R. S.,
99
COVID-19 E ESTIMULAÇÃO DE CRIANÇAS DE 3 A 5 ANOS: PROPOSIÇÃO DA
TERAPIA OCUPACIONAL.
Mirela de Oliveira Figueiredo, Roberta Giampá Roiz, Gabriela Faustino, Ana Luiza Allegretti
100
incentivar as crianças a dizerem o próprio nome e dos familiares, responderem perguntas
relativas ao porque das atividades diárias como por exemplo “Por que vamos dormir?”, “Por
que tomamos banho?”; e pontuar o sequenciamento das atividades ao longo do dia
fornecendo orientação temporal e raciocínio lógico. Discussão: O período de isolamento
social culminou na paralisação das usuais formas de concretização das ocupações de estudar
e de brincar. O material didático foi proposto considerando que o permanecer em casa não
pode ser sinônimo de privação e de que estas ocupações precisam ser redimensionadas, de
modo que aja a continuidade do desenvolvimento e da aprendizagem das crianças. A revisão
da literatura proveu fundamentação teórica e a validação por especialistas forneceu maior
fiabilidade quanto ao potencial de estimulação das atividades e de qualidade da expressão
escrita. Conclusões: O material didático pode ser utilizado tanto por familiares com seus
filhos como também por profissionais da saúde e da educação na orientação às famílias, por
docentes no processo de formação em terapia ocupacional e atenção a saúde na segunda
infância e por terapeutas ocupacionais pesquisadores no fomento de investigações sobre o
tema.
Descritores:
Referências:
Centers For Disease Control And Prevention. (2020). Learn the Signs. Act Early.
Recuperado de:
https://www.cdc.gov/ncbddd/actearly/index.html?CDC_AA_refVal=https%3A%2F%2Fwww
.cdc.gov%2Factearly%2Findex.html
101
Rodger, S. & Ziviani, J. (2006). Occupational therapy with children: understanding
children’s occupations and enabling participation. Oxford, UK: Blackwell Publishing
World Health Organization. (2020). Coronavirus disease (COVID-19) advice for the public.
Recuperado de: https://www.who.int/emergencies/diseases/novelcoronavirus2019/advice-for-
public
102
EXPERIMENTAÇÕES POÉTICAS NAS TRAJETÓRIAS DE UM PROGRAMA DE
EXTENSÃO.
103
formação do estudante de terapia ocupacional volta-se à produção de cidadania, a educação
somático-existencial e a fruição e produção em artes como parte de sua capacitação para um
cuidado artesanal em saúde pautado no respeito e na afirmação da diferença, na
horizontalidade, na cooperação. Neste sentido, foi possível observar a flexibilidade, a
porosidade e a inventividade nos usuários, na equipe e nos estudantes envolvidos nas ações
de cuidado neste período. Conclusões: O programa tem oferecido um campo de produção de
conhecimento e aperfeiçoamento de práticas profissionais no campo da interface artes,
cultura e saúde para profissionais das áreas da saúde e das artes. Bem como, tem favorecido o
surgimento e o fortalecimento deste campo de atuação em terapia ocupacional no Rio Grande
do Sul.
Descritores:
104
AS DIMENSÕES DE CUIDADO EM TERAPIA OCUPACIONAL NO
ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA
Carla Regina Silva; Ervelley Moreira Cardoso dos Santos; Giulia Falcirolli Gonçalves;
Leticia Gomes Fonseca; Alice Fernandes de Andrade
105
coletivas como entrevista, escrita coletiva e outras trocas. Foi realizado um levantamento
documental sobre o trabalho de terapeutas ocupacionais relacionados ao enfretamento da
pandemia e seus efeitos. A atividade de finalização consistiu na produção de cartas de
reconhecimento e agradecimento para profissionais dos serviços públicos da saúde e
socioassistenciais. Discussão: Considerando o contexto, evidencia-se a função social da
universidade (BRASIL, 2018) em atualizar e promover conhecimento e formação
contribuindo para o enfrentamento e cuidado de demandas atuais e emergenciais. A ACIEPE
buscou responder demandas da formação, desenvolvendo intercâmbio dialógico além de
promover um espaço de cuidado (Silva et al, 2020). Assim, as atividades integradas
demonstraram ser uma possibilidade potente, construída coletivamente por estudantes,
docentes e profissionais. Ressalta-se o cuidado mútuo entre participantes, demonstrando
solidariedade e empatia pela vivência de sentimentos comuns, como medo e a angústia.
Conclusões: A ACIEPE contribuiu com a formação sobre as possibilidades de atuação de
terapeutas ocupacionais em oito diferentes dimensões do cuidado, desenvolveu ações de
investigação, acolhimento e cuidado, espaços democráticos para partilha, aprendizados sob
perspectivas plurais, enriquecendo a construção de conhecimento transversal para terapia
ocupacional. Para além do objetivo inicial, os encontros também proporcionam espaços de
escuta, trocas de experiências, cuidado de si e do outro.
Descritores:
Referências:
106
Silva, C. R. (2020). Relatório da atividade da ACIEPE: Dimensões sobre o cuidado de
Terapia Ocupacional frente a pandemia do coronavírus. São Carlos: Pró-Reitoria de Extensão
da Universidade Federal de São Carlos.
Silva CR, Fornereto APN, Paolillo AR, Andrade AF, Fernandes ADSA, Santos CAV,
Lourenço GF, Morato GG, Martini LC, Martinez LBA, Silva MJ, Castro SM, Ferigato SH,
Lussi IAO, Carrijo DCM. (2020). Terapia ocupacional na universidade pública e ações de
enfrentamento à Covid-19: singularidades e/nas multiplicidades. Rev. Interinst. Bras. Ter.
Ocup. Rio de Janeiro. suplemento, v.4(3): 351-370.
107
INTERLOCUÇÃO ENTRE A UNIVERSIDADE E PROFISSIONAIS DOS SERVIÇOS
DE SOCIOEDUCAÇÃO
Andréa Maria Fedeger, Renata Hoeflich Damaso de Oliveira e Flavia Maria de Amorim
Borges
108
"Tá ligado piá" e "Mapeia que clareia", que se constituem como recursos que ampliam
repertórios de informações favorecendo o engajamento dos adolescentes em ocupações
durante o cumprimento da medida socioeducativa e ampliando possibilidades de participação
social no território. A participação dos adolescentes em atividade intergeracional no projeto
de extensão (des)ocupações (extra)ordinárias possibilita a transposição dos muros
institucionais, o conhecimento da universidade, vivências artísticas, expressivas e culturais
com o grupo intergeracional que favoreça o (re)desenho de seu modo de vida o
(re)encantamento do presente ao vasculhar e problematizar o ordinário em busca de sua
desfamiliarização. Na pandemia, a efetivação do curso de extensão no formato de grupo de
estudos foi essencial para a manutenção da discussão teórico-prática entre profissionais,
docentes e discentes de terapia ocupacional. A modalidade remota da atividade possibilitou o
envolvimento de profissionais de outras regiões do estado, contribuindo ainda mais com a
disseminação e compartilhamento de saberes. Conclusões: A interlocução entre ensino,
extensão e serviço amplia espaços de discussão e fortalece a formação profissional, a
produção de conhecimento sobre a prática de terapeutas ocupacionais no sistema
socioeducativo e a criação de tecnologias de mediação sócio ocupacional. As experiências
estão constituindo uma comunidade de prática profissional de terapia ocupacional na política
da socioeducação que fortalece a universidade como espaço de produção do conhecimento
para atender às demandas sociais.
Descritores:
109
TOCAR EM TEMPOS DE PANDEMIA: POTENCIALIDADES DO ENVELHECER
ARTISTA
110
O grupo se fortaleceu enquanto rede e os idosos começaram a usar o meio digital como uma
forma de estar no presente, compreender as fake news, acessar as redes sociais e/ou
aplicativos no smartphone e registrar coisas simples que antes eram despercebidas. Foram
produzidos 5 audiovisuais que traduziram as imagens de um envelhecimento artista,
possibilitando a liberdade e resistência frente aos modos de vida contemporâneos nos quais
houve uma possibilidade de escapar aos parâmetros consensuais por meio de formas de
cooperação que despertaram novos desejos e novas crenças em outras subjetividades
possíveis.
Descritores:
Referências:
Niquetti, R. (2009). Devir-velho: um envelhecer para além dos modelos. Tese (Mestrado em
Gerontologia) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.
111
GAAMA: EDUCAÇÃO EM SAÚDE E LONGITUDINALIDADE DO CUIDADO NA
PANDEMIA DE COVID-19
Lucidalva Costa de Freitas; Profª Drª Mariangela Lopes Bitar; Profª Drª Rosé Colom Toldrá
112
quais os usuários são orientados sobre os seus direitos, o funcionamento do SUS e do SUAS
e sobre o funcionamento dos serviços de saúde, de modo a proporcionar o empoderamento e
protagonismo dos mesmos. Quando necessário, é realizado contato com estes serviços para
favorecer a longitudinalidade do cuidado, de modo a contribuir para a organização e
fortalecimento do SUS, uma vez que promove a contrarreferência para a Atenção Primária.
Os casos são discutidos antes e após as ligações para compartilhamento e elaboração das
condutas pelos residentes. Este processo fomenta o matriciamento interdisciplinar, pois as
ligações são realizadas por todos os residentes, independente das demandas específicas de
cada área profissional.
Conclusão: O GAAMA propõe-se a favorecer mecanismos de referência e contra referência
para serviços da rede durante e após a alta hospitalar. As ações do GAAMA, buscam
promover a atenção integral aos usuários com demandas para reabilitação acompanhamentos
no HU (TOLDRÁ et al, 2019). Com a pandemia de COVID-19 ampliou-se de forma
estratégica o cuidado aos usuários com informações e orientações por meio telefônico sobre a
importância do isolamento social e os cuidados com saúde.
Descritores:
Referências:
Organização Mundial de Saúde. (2020). Doença por coronavírus 2019 (COVID-19): relatório
de situação, 72. Recuperado em 20 de setembro de 2020, de:
https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/331685/nCoVsitrep01Apr2020-eng.pdf
Struyf, T. et al. (2020). Sinais e sintomas para determinar se um paciente que se apresenta na
atenção primária ou em ambientes ambulatoriais de hospital tem doença COVID-19.
Cochrane Database of Systematic Reviews, (7).
113
Toldrá, R. C.; Ramos, L. R.; Almeida, M. H. M. D. (2019). Em busca de atenção em rede:
contribuições de um programa de residência multiprofissional no âmbito hospitalar. Cadernos
Brasileiros de Terapia Ocupacional, 27(3), 584-592.
Brasil (2012). Resolução CNRMS n°2, de 13 de abril de 2012. Dispõe sobre Diretrizes Gerais
para os Programas de Residência Multiprofissional e Profissional de Saúde. Secretaria de
Educação Superior. Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde. Diário
Oficial da União. Brasília, DF, 13 abr. 2012. Recuperado em 14 de outubro de 2020, de:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=15448-
resol-cnrms-n2-13abril-2012&Itemid=30192
114
GRUPO DE ESTUDOS AFETO: ESPAÇO DE ENSINO-APRENDIZAGEM E
CUIDADO ENTRE MULHERES NEGRAS DURANTE A PANDEMIA
Leticia Ambrosio; Maria Claudia Bullio Fragelli; Alice Fernandes de Andrade; Fernanda
Felício de Lima
115
feminismos, construímos um lugar de cuidado e afetividade para acolher, ressignificar e
cuidar das dores e sofrimentos das vivências de mulheres negras, tanto na universidade
quanto nos contextos de trabalho, para suportar as perdas e rupturas provocadas pela
pandemia. Pudemos compartilhar vivências comuns em cinco eixos: (1) racismo e
silenciamento no processo de formação em Terapia Ocupacional (TO); (2) apagamentos
epistêmicos e ausência (quase) absoluta de referenciais negros na TO; (3) escassez de espaços
de troca entre colegas terapeutas ocupacionais e/ou estudantes de TO sobre vivência negra;
(4) violências produzidas por colegas e docentes brancos nos processos de formação e/ou
pós-graduação em TO; (5) agravamentos e complicações ocasionadas pela COVID-19 nos
processos de ruptura e exclusões racistas. Conclusões: Avaliamos que a realização dos
encontros produziu cuidado, conscientização e empoderamento para estudantes de graduação,
pós-graduação e terapeutas ocupacionais, impactando positivamente na Saúde Mental, na
construção de estratégias de enfrentamento à situação da pandemia e também como um
espaço possível para existência e resistência das negritudes.
Descritores:
Referências:
Amorim, S. G., Martins, S., Leite Junior, J. D., Farias, M.N. (2020). “Asfixias sociais” da
população negra e questões para a Terapia Ocupacional. Rev. Interinst. Bras. Ter. Ocup. Rio
de Janeiro, 4(5):719-733. Recuperado em 8 de outubro de 2020, de
https://doi.org/10.47222/2526-3544.rbto36144.
116
multiplicidades. Rev. Interinst. Bras. Ter. Ocup. Rio de Janeiro, sup., v.4(3): 351-370.
Recuperado em 8 de outubro de 2020, de https://doi.org/10.47222/2526-3544.rbto34463
117
"HERÓIS UNIDOS": ESTRATÉGIAS INTERSETORIAIS E COMUNITÁRIAS DE
CUIDADO AO PÚBLICO INFANTO-JUVENIL
Martha Morais Minatel; Giovana Garcia Morato; Alex Masson; Ervelley Moreira Cardoso
dos Santos; Juliana Uênia dos Santos; Sara Malvez Bienzobás
118
público-alvo a serem heróis nesse combate. Para viabilizar a impressão/entregas das HQs,
fez-se uma parceria com a Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social que ativou
parceiros para doação de máscaras e onze OSCs que atendem crianças e adolescentes em
situação de vulnerabilidade. Desse coletivo, foram incluídos passatempos na HQ, arrecadação
de doações para a impressão e a construção de kits (com dois HQs e quatro máscaras)
entregues para cada assistido. Os kits que sobraram foram disponibilizados a serviços
socioassistenciais, da atenção básica em saúde e junto a própria comunidade. Discussão:
Ações coletivas promovidas na comunidade aliada às ações estatais têm sido essenciais para
as pautas de proteção e cuidados aos grupos mais vulneráveis (PIRES et al, 2020). As
contribuições da terapia ocupacional, enquanto mediadora do coletivo e da proposta,
considerando a cultura, o cotidiano, o território e participação popular foram determinantes
para o desenvolvimento da prática. A idealização dos heróis garantindo a representatividade e
inclusão reverberaram positivamente na avaliação comunitária. Conclusão: A atenção à
diversidade cultural, a solidariedade, o território e o cuidado intersetorial têm sido
fundamentais, possibilitado um terreno fecundo para ações de cuidado e proteção ao público
infanto-juvenil.
Descritores:
Referência:
Pires, R. R. (2020). Nota técnica n°33 IPEA. Os efeitos sobre grupos sociais e territórios
vulnerabilizados das medidas de enfrentamento à crise sanitária da covid-19: propostas para o
aperfeiçoamento da ação pública.
Pires, L. N.; Carvalho, L.; Xavier, L. L. (2020). COVID-19 e desigualdade: a distribuição dos
fatores de risco do Brasil.
119
MAPEAR REDES DE APOIO SOLIDÁRIAS COMO ESTRATÉGIA DE
ENFRENTAMENTO À COVID-19 NA BAIXADA SANTISTA
Stella Maris Nicolau, Lia Thieme Oikawa Zangirolani, Simone Aparecida Ramalho, André
Dalben, Emília Amélia Pinto Costa Rodrigues, Pamela Cristina Bianchii
Introdução: a interrupção das aulas na UNIFESP campus Baixada Santista como medida de
evitar o contágio pelo coronavirus afastou docentes e estudantes do eixo comum Trabalho em
Saúde das idas aos cenários de prática nos territórios. Para prosseguir com os contatos foi
implantada uma atividade de extensão denominada Fortalecendo Redes, envolvendo docentes
e estudantes dos cursos de terapia ocupacional, nutrição, psicologia, fisioterapia, educação
física e serviço social. Objetivo: um dos braços desse projeto foi o de construir e apresentar
através de um sítio eletrônico, um mapa colaborativo e georreferenciado identificando
iniciativas solidárias de apoio às populações mais vulneráveis da Baixada Santista.
Desenvolvimento: a partir de formulários on line disparados para lideranças comunitárias e
profissionais de saúde e da assistência social foram levantadas informações sobre as diversas
iniciativas que foram organizadas em um mapa imediatamente disponibilizado no site
https://tsmonitores.wixsite.com/meusite/projeto-fortalecendo-redes. Já foram identificadas
quase uma centena de iniciativas que distribuem alimentos, materiais de higiene e limpeza,
máscaras e equipamentos de proteção e apoio emocional. Ao lado do mapa há a descrição de
cada iniciativa e os contatos de seus responsáveis. Discussão: o mapa está em constante
atualização pelo projeto de extensão e as iniciativas revelam uma gama de ações nem sempre
visibilizadas e articuladas em rede, e no momento busca-se articular as iniciativas mapeadas e
incluir equipamentos públicos dos territórios que estão empreendendo ações de
enfrentamento à pandemia. Conclusões: o mapa já ultrapassou 900 visualizações e tem
despertado o interesse de outras forças sociais e movimentos da Baixada Santista para a
construção de projetos em conjunto com a UNIFESP, que nesse sentido se mantém conectada
aos territórios mesmo em tempos de distanciamento social. A participação docentes e
estudantes de terapia ocupacional nesse projeto de extensão possibilita uma formação inter-
profissional, uma abordagem intersetorial e o desenvolvimento de tecnologias de
120
identificação de necessidades, visibilização de iniciativas que buscam soluções para
minimizar os carenciamentos decorrentes da pandemia. O desafio agora é ativar o trabalho
em rede entre essas iniciativas e tensionar a implantação de políticas públicas para minimizar
o legado da pandemia da COVID -19 que vem aprofundando ainda mais as desigualdades
sociais nessa região.
Descritores:
suporte social online; terapia ocupacional; colaboração intersetorial; uso das redes sociais
121
ESTRATÉGIAS PARA O CUIDADO E O ENSINO EM TERAPIA OCUPACIONAL
NA COMUNIDADE EM TEMPOS DE PANDEMIA
Bianca Gonçalves de Carrasco Bassi, Pricila Arrojo da Silva, Camilla Rodrigues Guerra,
Jovana Bernardt, Mariana Mozaquatro, Lívia Maria Stefanan
122
suas ações, vislumbrando nas modalidades de teleconsultas e telemonitoramentos uma nova
possibilidade de desenvolver algumas de suas atividades, bem como oferecer suporte,
assistência e cuidado a sujeitos que necessitam. Apontamos também que alguns usuários não
possuem acesso a aparelhos telefônicos e internet por situações de vulnerabilidade social.
Desse modo, articulamos com a equipe de saúde local e com profissionais do Programa de
Residência em Saúde Mental os cuidados a esses usuários e suas famílias e continuamos
dialogando através de discussões de casos e reuniões virtuais, formas de cuidado que possam
incluir e equiparar oportunidades de acesso principalmente no cenário de pandemia.
Conclusão: A realização das ações extensionistas, mesmo que remotas se mostraram como
possibilidades de cuidado em tempos de pandemia, bem como uma nova modalidade do fazer
profissional junto as pessoas com deficiências mantendo o vínculo, o encontro, o acolhimento
e a gestão do cuidado de modo virtual. Possibilitam ainda a continuidade das ações
extensionistas e a relação com os equipamentos sociais, de saúde e com a comunidade;
permitindo também, um importante lócus para o ensino em terapia ocupacional mediado pela
tecnologia. No entanto, também concluímos, que vivenciar as ações extensionistas próximo
dos territórios de vida dos usuários é primordial para a formação em terapia ocupacional e
para efetivar o cuidado integral das pessoas acompanhadas.
Descritores:
Referência:
Oliver, F.C., & Galheigo, S.M. (2016) Terapia Ocupacional en la Comunidad: desafíos
123
para el acceso a los derechos. In A.S. Simó, C.A Guajardo & O.F. Corrêa (Eds),
Terapias ocupacionales desde el sur: derechos humanos, ciudadanía y participación. (pp. 341-
356). Chile: USACH.
124
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA EM TEMPOS DE PANDEMIA: NOTAS A PARTIR
DA COMISSÃO DE EXTENSÃO, UFRJ.
125
modos de gerir os processos internos remotamente e nos orienta a fazê-lo em todas as esferas
acadêmicas – no ensino, na pesquisa e na extensão. A curricularização da extensão no curso
de terapia ocupacional na UFRJ ocorreu em 2018 e, desde então, vem favorecendo maior
interação articulando o ensino e a pesquisa, assim como aprimorou a interdisciplinaridade e a
interprofissionalidade entre estudantes, áreas do saber e a sociedade, na medida em que os
impactos dessa relação Universidade-sociedade permitiram uma nova produção de
conhecimento. Não estamos mais presencialmente no campo da ação de extensão, mas
permanecemos de forma virtual ativamente, dando suporte às demandas dos sujeitos e
coletivos com as quais nós interagimos. Conclusões: Temos diante de nós um grande
desafio, qual seja, o de continuar, numa nova ordem da presença (virtual) atuando nos
espaços e territórios da extensão. Continuamos engajados e engajando a comunidade
acadêmica, através dos docentes e discentes, fomentando outros modos de atuar e intervir
com a população-alvo das atividades de extensão. Neste momento, estamos construindo
outras interfaces de abordagens e recursos, diante deste cenário da COVID-19 que se
apresenta, com possibilidades e processos que, com certeza, deixarão aprendizagens para
novos meios de “saberes e fazeres” em terapia ocupacional.
Descritores:
Referências:
126
Resolução CEG nº 03, de 17 de junho de 2020. Disponível em: https://xn--graduao-
2wa9a.ufrj.br/images/_PR-1/CEG/Resolucoes/2020-2029/RESCEG-2020_03.pdf Acessado
em 12 de outubro de 2020.
WHO (2020). Coronavirus disease (COVID-19) outbreak situation. Disponível em: https:
//www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019. Acessado em 12 de outubro de
2020.
127
CINEMA COMO RECURSO TERAPÊUTICO PARA ADULTOS E IDOSOS
HOSPITALIZADOS DURANTE A PANDEMIA DE COVID 19
Priscilla Maria da Conceição dos Santos, Tamires Nicodemos Vasques, Tamara Neves
Finarde, Maria Helena Morgani de Almeida, Rosé Colom Toldrá
128
Discussão: Inicialmente os terapeutas ocupacionais buscaram recepcionar e promover
dinâmica de apresentação dos participantes. A seguir, estimularam escolha dos filmes a partir
de interação entre os mesmos. Algumas falas ilustram satisfação com a proposta: “foi
importante para não pensar apenas na doença” e “distrair um pouco a mente”. Assim,
os participantes teceram comentários sobre sua importância na internação.
Um dos filmes “Beleza Oculta” suscitou reflexões sobre abstrações como amor, tempo e
morte, as quais se correlacionaram com momento presente, distanciamento social e
hospitalização, ilustradas pelas falas: “a hora parece que não passa no hospital”,
“única certeza da vida é a morte” e “no hospital a morte é real”. Além disso, o amor
aparece como um fator de enfrentamento da doença. As dinâmicas de apresentação e
sessões de cinema proporcionaram maior conhecimento de si, do outro e interação,
esses fatores influenciaram as respostas dos indivíduos às diferentes situações
(Schwartzberg, 2011). Falas expressaram momentos de auto-identificação: “quem sou,
como estou, como sinto” e de identificação do outro: “quem é o outro”. Observaram
desafios para adesão ao grupo e conclusão da atividade, como fatores climáticos e a
rotina hospitalar.
Conclusão: O planejamento e realização das sessões de cinema implicaram desafios,
reflexões, criatividade e flexibilidade dos residentes para que mantivessem a vivência grupal
durante a pandemia, constituindo-se para os profissionais uma oportunidade de grande
aprendizado. O cinema mostrou-se experiência oportuna e apropriada aos participantes
por se sentirem acolhidos, envolvidos na atividade e por exercitarem sua autonomia e
subjetividade.
Descritores:
Referências:
Almeida, C. R. V.; Souza, A. M.; Corrêa, V. A. C. (2017). Sobre as ocupações de
idosos em condição de hospitalização: qual a forma e o significado? Cad. Ter. Ocup.
129
UFSCar, São Carlos, 25 (1), 147-157. Recuperado em 20 de setembro de 2020, de
http://www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos/a
rticle/view/1362.
130
CONSTRUIR PONTES E TECER REDES: TERAPIA OCUPACIONAL NA
ATENÇÃO À SAÚDE MENTAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Bruna Lidia Taño, Laís Souza, Camila Oliveira Martins, Teresinha Cid Constantinidis
131
retomando discussões e acompanhando a imersão em temas já abordados. O reconhecimento
deste espaço de trocas acarretou no direcionamento ao grupo de demandas apresentadas pelas
TOs e por equipes de SMCA acerca dos desafios implicados para o cuidado durante a
pandemia, especialmente aquele realizado pelos CAPSij, resultando na proposição do “I
Encontro de CAPSij da Região Metropolitana de Vitória/ES: o cuidado comunitário em
tempos de pandemia” (Cariacica, Serra, Vila Velha e Vitória). Esta atividade com os serviços
estratégicos tem como objetivo produzir trocas entre equipes dos CAPSij no sentido do
fortalecimento das práticas e proposição de alternativas para o cuidado na perspectiva da
atenção psicossocial.CONCLUSÃO: Ainda que sem financiamento ou outras modalidades de
apoio institucional, a partir da TO e da atenção psicossocial trazemos a universidade para
além da produção de conhecimento, mas também na sua disseminação e concretização em
práticas junto à comunidade (Maciel, 2010) e no fortalecimento das políticas da SMCA,
compromissos esses, irrevogáveis, sobretudo em momentos como o tempo presente.
Referências:
Galea, S., Merchant, R. M., & Lurie, N. (2020). The Mental Health Consequences of
COVID-19 and Physical Distancing: The Need for Prevention and Early Intervention. JAMA
Intern Med. [internet]. Disponível em:
https://jamanetwork.com/journals/jamainternalmedicine/fullarticle/2764404.
doi:10.1001/jamainternmed.2020.1562
Tano. B. L., B.L. & Matsukura, T.S. (2019). Intersetorialidade e cuidado em saúde mental:
experiências dos CAPSij da Região Sudeste do Brasil. Physis, Rio de Janeiro , v. 29, n. 1,
e290108.
132
Lussi, I. A. O. et. al. (2019). Saúde Mental em pauta: afirmação do cuidado em liberdade e
resistência aos retrocessos. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional. Editorial. v.27. n. 1
p 1-3.
133
TELEATENDIMENTO, EDUCAÇÃO EM SAÚDE E ORIENTAÇÕES DE TERAPIA
OCUPACIONAL A PACIENTES COM DISFUNÇÕES FÍSICAS, PROJETO DE
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA
134
vezes, esses indivíduos integram grupos de risco da Covid-19, o projeto de extensão foi
iniciado para dar suporte remoto terapêutico ocupacional a esses usuários. As ações têm
propósitos como a melhoria da qualidade de vida, atendimento às necessidades desses
pacientes devido às demandas de suas lesões e /ou doenças, e também o enfrentamento do
isolamento social. As dificuldades para realizar o projeto são variadas, como acesso aos
meios e recursos remotos (internet, aplicativos e recursos para vídeo chamada),
disponibilidade de todos os envolvidos em um momento em que muitas outras questões estão
demandando energia, além da construção de vínculo terapêutico de forma não presencial.
Conclusões: O projeto tem possibilitado administrar os usuários dessas ações e fazer um
levantamento de quem pode se beneficiar com as orientações gerais e quem necessita de
telemonitoramento semanal e orientações específicas. Para os alunos envolvidos, a atividade
de extensão exige uma participação ativa sobre a construção dessa prática dentro desse
contexto de pandemia e isolamento social, em um momento único de aprendizagem sobre
teleatendimento e sobre o exercício ético da Terapia Ocupacional em momentos como esse
de pandemia.
Descritores:
135
FAZER-NOS AGORA: POÉTICAS COTIDIANAS EM TEMPOS INCERTOS - POR
UMA PRODUÇÃO COMPARTILHADA DE SENTIDOS
Bruna Lidia Taño, Teresinha Cid Constantinidis, Débora Regina Taño, Juliana Araújo dos
Santos
136
A equipe do projeto é responsável por realizar uma “curadoria” dos trabalhos enviados, no
sentido de apontarem para convite ao diálogo a partir das obras encaminhadas com as
discussões que se tecem na terapia ocupacional sobre cotidiano e atividades humanas
enquanto produtoras de vida que busquem expressar elementos da vivência singular, e ao
mesmo tempo coletiva, de distanciamento social e epidemia da CoVid 19. Os trabalhos
encaminhados são disponibilizados na conta do instagram (@poeticas_cotidianas) e também
no site (https://poeticascotidianas.wixsite.com/fazer-nos-agora). Desenvolvimento: já foram
veiculadas poesias, fotos, vídeos, textos narrativos, trabalhos em bordado, crochê, e
atividades culinárias, que se afirmaram como elementos heterogêneos componentes da
tessitura da vida cotidiana e da produção de cuidado se si. Participaram com o envio de
materiais expressivos, estudantes de terapia ocupacional, coletivos de arte, terapeutas
ocupacionais, pedagogos, engenheiros e outras tantas pessoas que se mobilizaram para tal. A
equipe do projeto também compartilha materiais que acreditam poder contribuir com o fluxo
de pensamento/criação das pessoas que tem acompanhado as publicações. Pretende-se
construir no site uma biblioteca com materiais já mencionados e outros que se relacionem
com as temáticas, para que possam ser acessados com maior facilidade por pessoas
interessadas.
Descritores:
Referências:
137
Leão, A. & Salles, M.M. (2016). Cotidiano, reabilitação psicossocial e território: reflexões
no campo da terapia ocupacional. In.: Salles, M.M & Matsukura, T.S. (Orgs.), Cotidiano,
atividade humana e ocupação: perspectivas da terapia ocupacional no campo da saúde mental
(pp. 61-76). São Carlos, SP: EdUfscar.
Seabra, O. C. L. (2004). Territórios do uso: cotidiano e modo de vida. Revista Cidades, 1(2).
138
FESTIVAL CULTIVAR-TE: COTIDIANOS PANDÊMICOS E O CUIDADO EM
TERAPIA OCUPACIONAL
Carla Regina Silva; Larissa Campagna Martini; Alice Fernandes de Andrade; Helena Zoneti
Rodrigues; Mariangela Scaglione Quarentei
139
categorias artísticas: artes visuais, fotografia, dança, literatura, performance, audiovisual,
música e artes cênicas, procurando caracterizar deste modo, a realidade pandêmica por meio
de expressões artísticas, vivências e afetos em suas formas múltiplas que manifestam , em
suas singularidades, maneiras de elaborar e resistir à COVID-19. Discussão Todo processo
foi gestado de forma a agregar um maior número e diversidade de participantes, o edital
construído coletivamente não se tratava de exigir critérios técnicos e artísticos, mas de poder
reconhecer as criações possíveis frente ao contexto e sua força de produção de vida e saúde.
Valorizando grupos marginalizados, excluídos e buscando acessibilidade cultural. A galeria
virtual exibe as 293 inscrições realizadas e possui quase 10mil acessos. Considerações finais:
Ao caracterizar e ressignificar por meio da arte a realidade pandêmica e, por consequência, o
próprio quadro político-social brasileiro, o Festival CultivAR-TE promoveu um espaço
virtual de produção e cuidado, inclusive em saúde mental, expressando as angústias, temores,
esperanças e adaptações dos participantes à vida. As produções inscritas teceram os
acontecimentos, imprimiram sentidos, conexões e expansões que, sutilmente, se completam
no outro, recusando uma significação única, que podem se tornar sussurro ou grito, quando
compartilhadas. Mostrando-se assim, como uma forma de enfrentamento através da criação
de estratégias sensíveis e plurais.
Descritores:
Referências:
Castro, Eliane Dias, Silva, Dilma de Melo (2002) Habitando os campos da arte e da terapia
ocupacional: percursos teóricos e reflexões. Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo, 13(1): 1-8.
Oliveira, Gustavo Nunes et al. (2020) Comunicação científica na web e redes sociais: a
experiência do InformaSUS em tempos de pandemia. Cadernos da Pedagogia. 14(29): 108-
119.
140
Silva, Carla Regina. et al. (2020). Terapia ocupacional na universidade pública e ações de
enfrentamento à Covid-19: singularidades e/nas multiplicidades. Rev. Interinst. Bras. Ter.
Ocup. Rio de Janeiro. suplemento, v.4(3): 351-370.
Silva, Carla Regina, Cardinali, Isadora, Bianchi, Pamela Cristina, Silvestrini, Marina
Sanches, & Ferigato, Sabrina. (2016). Arte e cultura para a promoção dos direitos humanos
junto a usuários de saúde mental. Cadernos Brasileiros de Saúde Mental, 8(20), 204-218.
Recuperado em 09 de novembro de 2020, de
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-
21472016000300013&lng=pt&tlng=pt.
141
FOCALIZANDO A SAÚDE MENTAL INFANTOJUVENIL NA PANDEMIA DA
COVID-19: A EXPERIÊNCIA DE UMA AÇÃO EXTENSIONISTA
Maria Fernanda Barboza Cid; Amanda Dourado Souza Akahosi Fernandes; Martha Morais
Minatel; Giovana Garcia Morato; Esther Angélica Luiz Ferreira
142
Cinco equipes têm sido acompanhadas sistematicamente pelo projeto, as quais estão
vinculadas ao setor da assistência social e educação. 4) Apoio informacional à população
geral que conviva com crianças e adolescentes: visa a elaboração e a divulgação de materiais
informativos, em consonância com educação em saúde e materiais oficiais, destinados à
crianças, adolescentes, famílias, profissionais, dentre outros coletivos. Até então, dois
materiais foram produzidos e amplamente divulgados, um com informações destinadas a
famílias e outro sobre como informar notícias difíceis a crianças. Discussão: a universidade,
assim como toda rede de atenção à saúde mental infantojuvenil tem sido convidada a tecer
seus pontos por meio de estratégias criativas e tecnológicas, inventando formas de atenção
sem deixar de lado os princípios da inclusão, participação e universalização do acesso
(Fernandes et. al.; 2020; Cid et. al, 2020). Conclusão: A partir do projeto relatado e sob as
lentes da Atenção Psicossocial, sinaliza-se que a real disponibilidade de todos os envolvidos
com a infância e adolescência potencializa o processo de criação de ações partilhadas que
reconheçam os desafios e que busquem alcançar as demandas e as potencialidades dessa
população no contexto da saúde mental.
Descritores:
Referências:
Fernandes, A. D. S. A., Matsukura, T. S., Lussi, I. A. O., Ferigato, S. H., & Morato, G. G.
(2020). Reflexões sobre a atenção psicossocial no campo da saúde mental infantojuvenil.
Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, 28(2), 725-740. doi:
https://doi.org/10.4322/2526-8910.ctoarf1870
143
Educational Research, 10 (2), p. 178-201. Disponível em: <doi: 10.4471/remie.2020.5887>.
Acesso em: julho 2020.
144
LAFATEC-UFES: PRODUÇÃO E AÇÕES DE COMBATE A COVID-19
145
adaptação de utensílios, estímulos cognitivos e cuidados com a saúde mental. Por serem em
formato digital, foram facilmente compartilhadas com os pacientes e familiares através dos
aparelhos celulares e, para aqueles que não possuíam, a cartilha foi impressa e entregue no
momento da alta hospitalar. Também houve a divulgação através das redes sociais,
objetivando a ampliação das orientações. Discussão: A primeira cartilha foi considerada de
grande relevância, visto que até o momento haviam poucas informações sobre a prevenção do
contágio no novo coronavírus, voltadas às pessoas com deficiência. No Espírito Santo, esta
cartilha tem sido utilizada como um dos documento de referência para orientar o retorno das
crianças com deficiência às aulas presenciais. O fato dos materiais serem de fácil divulgação
e acessíveis, permitiu que pessoas com baixa visão ou cegueira também acessassem às
informações. Conclusão: Os dois produtos tiveram ampla repercussão, sendo concedidas
entrevistas à Rádio CBN Vitória e apresentação de palestra no Telessaúde Espírito Santo,
onde estiveram presentes profissionais da atenção primária à saúde de diferentes regiões do
país. As estudantes participantes puderam experienciar a preparação de material informativo
e acessível.
Descritores:
146
MATERIAIS DESENVOLVIDOS NO CONTEXTO DA PANDEMIA SOB AS
LENTES DA TERAPIA OCUPACIONAL DA UFSCAR
Mirela de Oliveira Figueiredo, Regina Helena Vitale Torkomian Joaquim, Luzia Iara Pfeifer,
Tatiana Barbieri Bombarda, Patrícia Carla de Souza Della Barba, Gerusa Ferreira
Lourenço
147
com deficiência motora, Formas de estimular o filho na participação das atividades diárias,
Terapia Ocupacional em Cuidados Paliativos na COVID-19, Maternagem em Tempos de
Covid-19, Comunicação Alternativa: confecção de prancha, orientações e adaptações de
atividades em época de Covid-19, Promoção da solidariedade intergeracional entre avós e
mães que educam e cuidam das crianças. Além dos materiais acima referidos, salienta-se que
docentes do LAD integram a equipe do projeto InformaSUS-UFSCar, especificamente nos
grupos de trabalho Saúde da criança e Cuidados Paliativos, participação que até o momento
promoveu a elaboração de 30 postagens informativas (11 na categoria saúde da criança e 19
na de cuidados paliativos). Discussão: A Terapia Ocupacional tem o compromisso de apoiar
as diretrizes que combatem a contaminação da doença infectocontagiosa causada pelo
coronavírus e de traduzir e transferir conhecimento cientifico em ações que possam proteger
e promover benefícios à saúde física, mental e ocupacional. Conclusão: Reafirma-se que esse
grupo de docentes tem se debruçado em esforços para contribuir com os desafios impostos à
construção de conhecimento e sua aplicação às necessidades reais da população, na
expectativa de responder aos desafios impostos pela nova realidade mundial. Os materiais
elaborados podem auxiliar diferentes populações e demandas, como familiares, profissionais
da educação e saúde que atuam junto à estes familiares e apoiar no ensino e em atividades de
extensão universitária providas por docentes dos cursos de Terapia Ocupacional. Pesquisas
futuras são necessárias para investigação quanti-qualitativa sobre a utilidade do material pelas
audiências.
Descritores:
Referências:
Mynard, L. (2020) Normal life has been disrupted. Managing the disruption caused by
COVID-19. An Occupational Therapy Guide I. Recuperado de:
148
https://otaus.com.au/publicassets/af4690026f6aea119404005056be13b5/OT%20Guid%20CO
VID-19%20March%202020.pdf?246d3087-7f6d-ea11-9404-005056be13b5
World Health Organization. (2020). Coronavirus disease (COVID-19) advice for the public.
Recuperado de: https://www.who.int/emergencies/diseases/novelcoronavirus2019/advice-for-
public
149
MATERIAL DIDÁTICO VOLTADO AO DESENVOLVIMENTO NA PRIMEIRA
INFÂNCIA: COVID-19 E TERAPIA OCUPACIONAL
Mirela de Oliveira Figueiredo, Gabriela Faustino, Roberta Giampá Roiz, Ana Luiza
Allegretti
Introdução: Na atual pandemia causada pelo coronavírus uma das diretrizes para o combate
da contaminação é o isolamento social, ou seja, permanecer em casa (World Health
Organization, 2020). Um material didático foi proposto reconhecendo o compromisso ético
da Terapia Ocupacional em apoiar a diretriz, em traduzir e transferir conhecimento cientifico
em ações que possam proteger e promover benefícios à saúde física, mental e ocupacional
(Mynard, 2020). Objetivo: apresentar o processo de elaboração do material didático, pautado
nas recomendações de Echer (2005) e algumas das atividades sugeridas para que o
permanecer em casa seja favorável ao desenvolvimento motor, sensorial, cognitivo,
emocional, comportamental, da linguagem e da comunicação de bebês de 0 até crianças de 3
anos. Desenvolvimento: O material didático foi elaborado a partir de uma revisão da
literatura que proveu materiais sobre os marcos do desenvolvimento e estimulação infantil
(Centers For Disease Control And Prevention, 2020; Warshaw, 2006), sobre os objetivos
concernentes da profissão Terapia Ocupacional junto a primeira infância e fundamentação
relativa a importância do fazer e das ocupações para o desenvolvimento infantil (Rodger, &
Ziviani, 2006). A criação gráfica passou por validação por especialistas. Dentre as
recomendações do material para o Desenvolvimento Emocional e Comportamental estão as
interações com o bebê durante atividades de alimentação, vestir e banho; conhecimento dos
gostos e desgostos; identificação dos tipos de choros; criação de uma rotina de alimentação,
auto-cuidado e brincar. Para o Desenvolvimento Motor, Sensorial e Cognitivo as atividades
sugeridas são de visualização e reconhecimento de si e dos outros no espelho e em fotos;
posicionamentos e utilização de brinquedos sonoros, coloridos ou brilhantes para estimular o
controle cervical, a fixação e seguimento visual; simulação do trazer membros superiores à
linha média e o bater palmas com as mãos do bebê; utilização de brinquedos coloridos,
150
macios e leves para que o bebê possa segurá-los. Para o Desenvolvimento da Comunicação
Oral e Linguagem, sugere-se o sorrir quando o bebê emitir sons, copiar os sons emitidos pelo
bebê e estimulá-lo com alguns sons representativos. Os familiares são orientados a higienizar
as mãos, os brinquedos e os recursos utilizados, sendo que todas as atividades devem ser
realizadas com o bebê acordado. Discussão: Diante da pandemia da COVID 19, a terapia
ocupacional tem apresentado materiais com orientações sobre como estimular o
desenvolvimento infantil e promover a saúde ocupacional. A validação por especialistas
forneceu maior grau de fiabilidade quanto ao potencial de estimulação das atividades e de
qualidade da expressão escrita. As atividades são sugeridas de acordo com as habilidades
esperadas para cada idade, mas podem continuar sendo realizadas conforme os bebês crescem
e se desenvolvem. Conclusão: O material pode auxiliar familiares no manejo da estimulação
infantil, profissionais da educação e saúde que estão atuando com estes familiares e apoiar no
ensino em terapia ocupacional e em atividades de extensão universitária providas por
terapeutas ocupacionais que tenham o foco no desenvolvimento na primeira infância.
Pesquisas futuras são necessárias para investigação quanti-qualitativa sobre a utilidade do
material pelas audiências.
Descritores:
Referências:
Centers For Disease Control And Prevention. (2020). Learn the Signs. Act Early.
Recuperado de:
https://www.cdc.gov/ncbddd/actearly/index.html?CDC_AA_refVal=https%3A
%2F%2Fwww.cdc.gov%2Factearly%2Findex.html
151
90/S0104-11692005000500022
World Health Organization. (2020). Coronavirus disease (COVID-19) advice for the public.
Recuperado de:
https://www.who.int/emergencies/diseases/novelcoronavirus2019/advice-for-public
152
TERAPIA OCUPACIONAL E GRUPOS DE AJUDA E SUPORTE MÚTUO
VIRTUAIS NA PANDEMIA DO COVID-19
153
trocamos dicas de documentários, filmes, livros, lives e inúmeras informações culturais para
promover saúde e prevenir desconfortos emocionais inerentes ao processo de pandemia com
distanciamento social.
Em suma das dificuldades encontradas durante o processo foram os problemas de
conectividade com a internet. Outra questão foi a segurança com os dados e conversas do
grupo de WhatsApp, pois, a partir da abertura e ampla divulgação para muitas redes, algumas
pessoas entravam, não se identificavam e começavam a fazer propagandas de produtos
aleatórios (imóveis, empréstimos, cosméticos, etc). Houve desafios também em manejar
falas/desabafos mais intensos relacionados ao desejo de morte, ansiedades mais intensas e
relatos de violências graves. Nestes casos acolhemos todos no grupo e indicamos/orientamos
os serviços de saúde mental, assistência social, policial e jurídica, especializados das suas
regiões.
Conclusões: A aceitação e participação nos grupos de escuta foi bem maior do que
esperávamos. Vamos mantê-los durante a Pandemia e no futuro pretendemos sistematizar
experiência em formato de pesquisa a partir do trabalho de conclusão de curso da estudante
idealizadora e envolvida no processo, ampliando o conhecimento e a atuação da Terapia
Ocupacional em casos extraordinários como das emergências Sanitárias tipo Pandemia -
Covid-19.
Descritores:
Referências:
154
WHO/WHOT. (2020). Early rehabilitation in conflicts and disasters. LATHIA, C.,
SKELTON, P., CLIFT, Z. (org). 220 p. Disponível em:
https://hi.org/sn_uploads/document/36199-Humanity--Inclusion-Clinical-Handbook-
web_1.pdf
155
OFICINA DE APOIO À (RE)CONSTRUÇÃO DE ITINERÁRIOS E PROJETOS DE
VIDA DE USUÁRIOS DE CAPS
156
experiência, decidiu participar de uma entrevista de emprego, sendo amparado e orientado
para este momento. Discussão: Oficinas que projetam a vida fora do CAPS e encorajam os
usuários na (re)construção de projetos de vida e itinerários desejados revelam-se espaços de
suporte e apoio importantes para que haja, de fato, uma travessia do serviço para a vida
comunitária. Isso se mostrou ainda mais importante no contexto da pandemia e
distanciamento social, posto que a oficina, mesmo realizada de maneira remota, garantiu a
manutenção da possibilidade de projetar arranjos de vida possíveis mesmo num cenário tão
adverso e incerto. Conclusões: As oficinas ofertadas como espaços de atenção no interior do
CAPS, quando planejadas a partir das demandas da população atendida e pautadas nos
princípios da Atenção Psicossocial, revelam-se espaços privilegiados para trabalhar
diretamente com os usuários as dimensões práticas da territorialidade, da vida comunitária, da
inclusão social, do exercício de cidadania e da construção de projetos de vida.
Descritores:
Referências:
Kinker, F. S., & Imbrizi, J. M. (2015). O mito das oficinas terapêuticas. Revista Polis e
Psique, 5(3), 61 - 79.
157
PANORAMA DA TERAPIA OCUPACIONAL NAS AÇÕES EXTENSIONISTAS DO
IFRJ EM TEMPOS DE PANDEMIA
Ana Carolina de Souza Basso; Lilian Dias Bernardo; Camila Alves Bandeira Falcão.
158
produção artística no formato digital se destacam como estratégias para atingir os objetivos
dos projetos. O acompanhamento da formação discente permanece no formato remoto, por
meio das plataformas digitais. Ao longo deste período, houve a fundação de quatro novas
ligas acadêmicas, todas vinculadas a áreas específicas de atuação da terapia ocupacional, com
a participação de 43 estudantes de TO. Discussão: O panorama atual da extensão do IFRJ
mostra um aumento quantitativo de projetos/ligas e de inserção dos estudantes da TO,
possibilitando atender de forma mais ampla a comunidade externa, e dando oportunidades
para que os discentes vivenciem experiências inovadoras que irão contribuir para a sua
formação. Acredita-se também que a condução dessas ações permite que sejam cumpridas as
diretrizes extensionistas no que se refere à indissociabilidade entre a pesquisa-ensino-
extensão, à interação dialógica e ao pressuposto de impactar e transformar a sociedade.
Conclusões: A partir dessa realidade com novas demandas, podemos ressaltar a adaptação
das atividades extensionistas ao formato remoto, com ações direcionadas ao contexto da
pandemia, havendo também aumento da participação de estudantes de TO e de projetos
coordenados por terapeutas ocupacionais.
Descritores:
159
PARADOXOS DAS ATIVIDADES HUMANAS EM TEMPOS DE PANDEMIA: SEM
MANUAIS, SEM GARANTIAS
Isadora Cardinalli; Carla Regina Silva; Paula Tatiana Cardoso; Mariângela Scaglione
Quarentei; Helen Freitas; Leticia Ambrosio
160
crítico diante de contextos complexos. Percebemos “um espaço-tempo de ressonância: não se
está só, não é tão simples, não há uma fórmula, não há um manual, não há garantias”
(Quarentei et al, 2020, p. 306). O compartilhamento do saber-fazer agenciado pela potência
na produção da vida, diante dos dilemas da pandemia, nos levou ao paradoxo esvaziamento-
preenchimento, cuja elaboração foi publicada como artigo científico, um ANTImanual do
fazer, e derivou um projeto de extensão.
Discussão: Manuais reforçam a concepção prescritiva/hierárquica das atividades e uma
imagem de pessoa desocupada/alienada, não respondendo a quem está totalmente ocupado de
si e dos atravessamentos da dinâmica sociocultural. A controvérsia das atividades/ocupações
se desdobra no paradoxo do esvaziamento-preenchimento. Operando com construção-criação
a TOPV coloca a implicação das pessoas e de terapeutas ocupacionais nesse processo,
reconhecendo saberes-fazeres constituídos nas experiências e em movimento. Embora não
haja receitas, esse lugar de vulnerabilidade é também de criação (Quarentei et al, 2020).
Desloca-se da posição de um saber-poder técnico e do lugar da falta de definição, identidade
ou cientificidade (Quarentei et al, 2007).
Conclusões: A abertura para a multiplicidade de conhecimentos, cotidianos e modos de vida,
como condição de práticas-processos abertos, sensíveis e relacionais é desafio constante de
ser consciente e coerente com a realidade. Esse deslocamento da concepção de conhecimento
de atividades depende das trocas com o diferente (pessoas, realidades, profissionais da
clínica, acadêmicos). Assim o espaço da extensão universitária tem oferecido uma condição
propícia de diálogo e articulação para construções contra hegemônicas e anti hierárquicas,
como a TOPV.
Descritores:
Referências:
161
Cardinalli, I., Silva, C. R., Cardoso, P. T., Quarentei, M. S. & Freitas, H. (2018). Atividades
Humanas: fazer pensar terapia ocupacional. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional,
27. Recuperado em 05 de outubro de 2020, de http://www.hostcentral.com.br/xvi-
endto/files/pdf/088.pdf
Quarentei, M. S., Freitas, H. I.; Silva, C. R. & Furtado, E. A. (2007). Pensar terapia
ocupacional, atividade e suas implicações na construção do seu(re)conhecimento. In: Anais
do X Congresso Brasileiro de Terapia Ocupacional. Goiânia.
Quarentei, M. S, Paolillo, A. R., Silva, C. R., Freitas, H. I., Cardinalli, I., Ambrosio, L.,
Cardoso, P. T. & Ferigato, S. H. (2020). NÓS-EM-PANDEMIA: um ANTImanual do fazer
em tempos de paradoxos na atividade. Rev. Interinst. Bras. Ter. Ocup., 4(3), 302-317.
Recuperado em 05 de outubro de 2020, de https://doi.org/10.47222/2526-3544.rbto34476
162
PROJETO “TERAPIA OCUPACIONAL, TRABALHO E SOCIEDADE”:
REFLEXÕES SOBRE O CAMPO DO TRABALHO DURANTE A PANDEMIA
163
conceitos de trabalho e saúde; os modelos de produção e as repercussões desses na vida e na
saúde dos trabalhadores; a Terapia Ocupacional e suas relações com o capitalismo; a
compreensão de trabalho como determinante sociais de saúde-doença. O objetivo dos debates
era possibilitar o aprofundamento da discussão sobre os pressupostos teórico-metodológicos
desse campo de atuação (Rodrigues et al, 2015). Discussão e Conclusão: Ao mesmo tempo
em que o ensino remoto ampliou as possibilidades de encontros que eram limitados devido à
necessidade da presença física dos participantes, a utilização de ferramentas tecnológicas que
requerem tanto habilidades técnicas quanto recursos financeiros, são dificultadores deste tipo
de experiência (Valente et al, 2015). Acerca das discussões realizadas, o alastramento da
precarização do trabalho e da desresponsabilização estatal com os direitos e a vida dos
trabalhadores (Souza & Rodrigues, 2020) colocam em evidência a necessidade de revisitar
referenciais teóricos que discutem as problemáticas envolvidas no trabalho do modo de
produção capitalista, e de repensar antigos e velhos desafios para as atuações em Terapia
Ocupacional e trabalho na contemporaneidade. Os debates contribuíram para refletir sobre a
importância da coerência entre teoria e prática, assim como para constatar a necessidade de
atuações críticas neste campo.
Descritores:
Referências:
164
outras normas de conteúdo similar, em decorrência dos impactos no funcionamento da
Universidade de Brasília. Recuperado em 15 de outubro 2020, de
http://noticias.unb.br/images/Noticias/2020/Documentos/12032020_AtoReitoria_Covid-
19.pdf.
Rodrigues, D.S., Nogueira L.F.Z., & Souza M.C.A. (2020). Terapia Ocupacional no Campo do
Trabalho: a saúde e a sociedade contemporânea como questões necessárias na compreensão do
trabalhador. Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional, 4(4), 568-579.
Valente, G.S.C., Moraes E.B., Sanchez M.C.O., Souza D.F., & Pacheco, M.C.M.D. (2020).
Ensino remoto frente às exigências do contexto de pandemia: Reflexões sobre a prática
docente. Research, Society and Development, 9(9), 1-13.
Souza, M.B.C.A., Santos V.F., & Rodrigues D.S. (2020). Trabalho digno para quem? Sobre a
formalização do trabalho precário no Brasil. Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia
Ocupacional, 4(4), 580-586.
165
RECURSOS AUDIOVISUAIS COMO MÉTODO DE INTERVENÇÃO NO
ATENDIMENTO TERAPÊUTICO OCUPACIONAL EM INTERVENÇÃO
PRECOCE
Vitória Hoerbe Beltrame; Dani Laura Peruzzolo, Regina Helena Vitalle Torkomian Joaquim
Introdução: A terapia ocupacional foi uma entre as profissões que necessitou encontrar novos
formatos para o acompanhamento de bebês e suas famílias, durante a pandemia ocasionada
pelo COVID-19, de modo que, alguns recursos audiovisuais, passaram a ser um dos métodos
utilizados para garantir a continuidade do acompanhamento. Objetivo: Descrever como as
filmagens naturalísticas, possibilitaram a continuidade da intervenção de uma terapeuta
ocupacional com bebês e seus pais, durante a pandemia do COVID-19. Desenvolvimento:
Trata-se de um estudo qualitativo, observacional e descritivo, com análise de vídeos caseiros
de bebês, no período de abril a setembro, encaminhados através de aplicativos como
whatsapp, pelos pais de bebês vinculados ao Projeto de Pesquisa “Terapia Ocupacional na
clínica de intervenção precoce junto a pais e bebês” aprovado pelo Comitê de ética em
Pesquisa com Seres Humanos e ao Projeto de Extensão “ Terapia Ocupacional e intervenção
precoces com bebês e seus familiares: detecção e tratamento dos problemas do
desenvolvimento e risco psíquico na primeira infância”. A terapeuta ocupacional solicitou aos
pais, filmagens de situações cotidianas as quais, após as análises puderam ser dirigidas para
ocupações cotidianas, como durante a alimentação, o sono, a troca de roupas e fraldas e o
brincar. Foi possível observar, se os pais falavam ou não, se tentavam acalmar o bebê com o
toque ou o colo, se identificavam os gestos e os balbucios do bebê como uma tentativa de
comunicação. Além disso, observou-se a participação dos bebês nas ocupações cotidianas, os
equipamentos disponíveis, como, por exemplo, almofadas, brinquedos, tapetes e banheiras
para banho. As intervenções aconteceram à medida que a terapeuta ocupacional narrava as
respostas do bebê aos pais construindo, assim, junto com eles, as possibilidades de
adaptações. Foram sugeridos o uso de recursos disponíveis no domicílio e o apoio físico e
emocional dos pais ao bebê, através de orientações sobre o acolhimento no colo, o apoio para
166
explorar os brinquedos e as orientações para a realização de brincadeiras que possibilitassem
a socialização do bebê através da imitação e repetição de estímulos prazerosos. As
intervenções através das filmagens possibilitaram uma melhora na participação do bebê e dos
pais nas ocupações cotidianas, bem como uma evolução em habilidades relacionadas aos
marcos do desenvolvimento. Discussão: Os recursos audiovisuais serviram como
metodologia fundamental de intervenção para a terapeuta ocupacional durante a pandemia.
As filmagens possibilitaram conhecer o cotidiano familiar e a realização das ocupações do
bebê em seu ambiente natural, onde ambos, bebê e pais estão adaptados. Ampliam-se as
possibilidades de intervenção na clínica com bebês, tanto em relação ao acompanhamento e
vigilância do desenvolvimento sobre uma perspectiva evolutiva, como também garantindo o
olhar às ocupações infantis e a participação dos pais. Conclusão: Conclui-se que os recursos
audiovisuais somadas a avaliação presencial podem qualificar o raciocínio clínico e a
intervenção de terapeutas ocupacionais em Intervenção Precoce. Aponta-se o recurso
audiovisual apenas como uma alternativa de avaliação adicional, visto que nem todos os pais
apresentavam equipamentos para filmar, além de que, características como foco e tempo de
filmagem, por vezes limitaram as análises.
Descritores:
167
REFLETINDO E CRIANDO COM EDUCADORES SOCIAIS NA PANDEMIA: UMA
EXPERIÊNCIA DA TERAPIA OCUPACIONAL
168
tecnológicas para promover ações à distância, dentre outras. Reconhecendo e acolhendo os
desafios, se perceberam muito envolvidos com o próprio trabalho e passaram a identificar
habilidades na equipe que poderiam ser exploradas em novas construções, bem como
puderam refletir sobre o próprio papel de educador, enquanto parte de uma rede de proteção
às crianças e adolescentes. Discussão: As ações produzidas, possibilitaram que os educadores
exercitassem a escuta de si e do outro e refletissem sobre a prática nesse novo cenário, o que
fez emergir novas criações pedagógicas contextualizadas e comprometidas com a garantia de
direitos da criança e do adolescente e, consequentemente, promotoras de saúde mental.
Conclusão: A terapia ocupacional no campo da saúde mental infantojuvenil desenvolve suas
ações por meio de atividades individuais e coletivas que fomentem participação ativa do
sujeito/coletivo e seu engajamento no processo de construção da demanda e das estratégias
para lidar com ela, o que parece tornar o processo mais efetivo, na medida em que focaliza a
realidade e suas singularidades, por meio de uma relação construída de forma afetiva e
horizontalizada.
Descritores:
terapia ocupacional, pandemia de Covid 19, educadores sociais, saúde mental de crianças e
adolescentes
169
REFLEXÕES PARA TERAPIAS OCUPACIONAIS DO SUL NO CONTEXTO DA
PANDEMIA: UMA PERSPECTIVA CRÍTICA DECOLONIAL
Leticia Ambrosio, Heliana Castro Alves, Flávia dos Santos Coelho, Paula Tatiana Cardoso e
Carla Regina Silva
170
sujeitos às dominações capitalistas, racistas e heterocispatriarcais. Observamos grupos
originários privados de acesso à uma saúde étnico-inclusiva, as pessoas com deficiência
excluídas dos sistemas de saúde e educação, a juventude negra e periférica autorizada a ser
morta, jovens LGBTI+ expulsos de casa e sem acesso a redes de suporte: todos com riscos
aumentados frente ao novo coronavírus. Conclusão: O espaço dialógico, acolhedor e não-
hierárquico foi propício para a construção coletiva de compreensões sobre a crise sanitária,
política e econômica experienciada, uma normalidade da exceção, da qual a normalidade é
permanecer em constantes crises (Santos, 2020). A terapia ocupacional, numa perspectiva
crítica decolonial, deve expressar seu compromisso ético-político com populações que
vivenciam em seus corpos e cotidianos os processos de desigualdades e exclusões cimentados
pelos poderes hegemônicos e agravados pela posição geopolítica do território da América
Latina no capitalismo global (Silva et al, 2019). O grupo pôde refletir sobre suas práticas e
potencialidades para as Terapias Ocupacionais do Sul, observando a necessidade de um
profundo processo de descolonização para uma ecologia dos saberes da/na profissão. Uma
afirmação de teórico-práticas comprometidas com as realidades e demandas de pessoas,
grupos e comunidades que mais sofrem com esses processos hegemônicos e as consequências
históricas da colonização.
Descritores:
Referências:
171
Mignolo, W. D. (2005). La Idea de America Latina: la herida colonial y la opción decolonial.
Barcelona, Espanha: Gedisa editorial.
172
TERAPIA OCUPACIONAL E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NA PANDEMIA:
ENTRE APAGAMENTOS E VISIBILIDADES
Leticia Ambrosio, Adriana Gonçalves Queiroz, Rodrigo da Silva Vital e Carla Regina Silva
173
Acadêmico da UFSCar, com Leticia Ambrosio e a estudante Dandara Pereira; (4) “O racismo
e a luta antirrascista: perspectivas da TO”, pelo Canal T.O. em Casa, com Lilian Magalhães e
Marcia Costa; (5) “Ações Antirracistas para a Terapia Ocupacional”, pela ATOESP, com
Leticia Ambrosio; (6)“O racismo vivenciado por terapeutas ocupacionais e estudantes: da
formação à prática”, pela ABRATO Nacional, em parceria com o Coletivo Brasileiro de
Terapeutas Ocupacionais Negras e Negras, com Adriana Queiroz e Leticia Ambrosio; (7)
“Pautas raciais no contexto da Terapia Ocupacional e da Fisioterapia”, pelo CREFITO-7,
com Fabrício Hundou; e (8); “Terapia Ocupacional, racismo e justiça ocupacional”, PET-
UFMG, com Adriana Queiroz, Daniela de Melo, Emily Grullon e a educadora Yone
Gonzaga. Conclusões: No momento histórico da experiência da pandemia, da vulnerabilidade
da vida e de vidas vulneráveis expostas, as desigualdades raciais são escancaradas, sendo
“desmisturadas” de outras desigualdades sociais, elas saem de um apagamento e de um
silenciamento da TO brasileira, conseguindo alcançar uma visibilidade online. A grande
questão que nos move para a escrita é: ao fim desse regime de vida remota, as vidas negras
ainda importarão para TO, a ponto de serem discutidas e incorporadas nas formações
graduadas ou continuadas? Ou o ‘pós’ ou ‘entre’ pandemias levará consigo a importância das
vidas negras?
Descritores:
Referências:
Amorim, S. G., Martins, S., Leite Junior, J.D., Farias, M.N. (2020). “Asfixias sociais” da
população negra e questões para a Terapia Ocupacional. Rev. Interinst. Bras. Ter. Ocup. Rio
de Janeiro, 4(5):719-733. Recuperado em 8 de outubro de 2020, de
https://doi.org/10.47222/2526-3544.rbto36144.
174
Associação de Terapia Ocupacional do Estado de São Paulo [internet]. (2020).
#TerapiaOcupacionalAntirracista – Manifesto ATOESP. Recuperado em 8 de outubro de
2020, de https://atoesp.org.br/2020/07/01/terapiaocupacionalantirracista-manifesto-
atoesp/?fbclid=IwAR3ZgAiq6kssQ7zH9abpPUOgRxfARNNL6LWcjRHi1QrifjvsL3FLWyL
2BUo
175
TERAPIA OCUPACIONAL SOCIAL E INFÂNCIAS: POSSIBILIDADES DE AÇÃO
COM CRIANÇAS EM TEMPOS DE PANDEMIA
Beatriz Prado Pereira, Isabel Almeida de Mello Gomes, Helenayane Karla da Silva Morais,
Ariely Cristinny Brasileiro de Medeiros, Nathália Maria Spohr de Medeiros, Lua Zayra
Mendonça Marques
A crise sanitária causada pela atual pandemia de Covid-19, trouxe à tona diversas questões
sociais, intensificando as desigualdades sociais, as vulnerabilidades e certo silenciamento de
parcela importante da população como, por exemplo, as crianças. A preocupação tem girado
em torno do retorno delas à escola no “pós-pandemia” e as situações que estão por vir, porém
pouco se considera as crianças enquanto sujeitos deste tempo, em que se dá a pandemia.
Objetivo: Nessa direção, o projeto de extensão intitulado “Timbó em Movimento: espaço
público, educação e ação coletiva”, vinculado à Rede Metuia - Terapia Ocupacional
Social/Núcleo UFPB, que já desenvolvia intervenções nas praças, ruas e quadras com as
crianças de uma comunidade na cidade de João Pessoa/PB, precisou ser reorganizado a partir
das possibilidades e limitações impostos pelo distanciamento social. Desenvolvimento:
Entramos em contato com 20 crianças, entre 6 e 12 anos, que já participavam das atividades
nos anos anteriores e que tivessem viabilidade em desenvolver as atividades de forma remota,
tanto por chamada de vídeo quanto por mensagens via WhatsApp e Instagram. Conseguimos
desenvolver as ações com 11 crianças, sendo 5 meninas e 6 meninos, a fim de dialogar,
apreender suas demandas e tentar criar estratégias para lidar com as situações emergentes do
momento em que vivemos, mas também projetar criações conjuntas, Além da mediação de
alguns moradores da comunidade para o acesso às crianças, o projeto contou com a parceria
de uma ONG e com o apoio do CMDCA. Essa colaboração trouxe a possibilidade em
disponibilizarmos um “kit” com diversos materiais. Os encontros ocorrem semanalmente, de
forma individual ou em duplas, com uma estudante do projeto, com duração entre 30 minutos
a 1 hora, com diversidade entre formato e atividades propostas. As atividades são
direcionadas a partir da apreensão de demandas interesse das próprias crianças: os desenhos
176
livres ou direcionados; a produção de Fanzines sobre o que pensam, sonham e desejam; a
criação de “diários” e “blogs” sobre o cotidiano na pandemia; o uso da massinha de modelar
para explorar a comunidade na visão das crianças; leitura, criação e contação de histórias que
falam sobre si e suas famílias; jogos interativos para o conhecimento do outro, além do
diálogo sobre as diversas questões que norteiam seus modos de vida. Discussão e
Conclusões: As atividades, projetos e produtos realizados têm permitido, mesmo que de
forma remota, ações que podem ser compreendidas e aplicadas com diferentes propósitos: a
experimentação e a produção de materiais; conversas sobre o cotidiano, sobre as famílias e a
escola (ou a falta dela); os diferentes sentidos e significados que as crianças em ação podem
designar para as diversas situações. Verificou-se que as atividades se tornaram um desafio
complexo, porém, a possibilidade da continuidade no acompanhamento das crianças e suas
famílias e criar espaços para as brincadeiras tem permitido reflexões no sentido de visibilizar
as crianças como sujeitos de direito, políticos, que produzem conhecimento e opiniões,
constituindo a base do processo de compartilhamento, protagonismo e participação das
decisões que afetam suas vidas.
Descritores:
177
TERAPIAS OCUPACIONAIS DO SUL E BOAVENTURA DE SOUSA SANTOS:
DEBATES EM TEMPOS DE PANDEMIA
Paula Tatiana Cardoso; Carla Regina Silva, Isadora Cardinalli, Juliana Araújo Silva,
Heliana Castro Alves; Letícia Ambrosio
178
As participantes destacaram: a) viabilidade virtual de encontro, conectando integrantes de
diferentes regiões do país e níveis de formação, de maneira horizontal na construção de
aprendizagem dialógica; b) o desejo de compartilhar momentos em ambiente acolhedor, para
se expressar e pensar conjuntamente questões contemporâneas e cotidianas nos diversos
contextos de atuação e da própria vida, especialmente considerando os desafios do período de
pandemia.
Com uma coordenação participativa e divisão de leituras e apresentações, criou-se lugar para
acolher afetações no qual foi possível pensar problemáticas contemporâneas relacionadas às
violências e desigualdades socais. Tais problemáticas atravessam os cotidianos de formas
múltiplas, inclusive das participantes, gerando silenciamentos, angústias, revoltas,
sofrimentos, assim como mobilização e formas plurais de enfrentamento, que puderam ser
apreciadas a cada encontro. Este sentir-pensar-fazer esteve em coerência com a perspectiva
estudada, que busca descolonizar as formas hierárquicas, descontextualizadas e hegemônicas
de produzir, reconhecer e valorizar o conhecimento. Tais resultados culminaram na
continuidade do grupo para aprofundamentos da perspectiva crítica decolonial na Terapia
Ocupacional.
Conclusões: Consideramos que a intensificação dos espaços virtuais cotidianos apresenta
desafios de várias ordens, inclusive relacionais e inclusivos. No entanto, nos permitiu
encontros potentes a partir de diálogos e compartilhamento, priorizando formas hibridas,
afetivas e cooperativas de produzir encontros de aprendizagem coletiva. Em consonância com
os debates sobre os pensamentos críticos do 'Sul Global' e as Terapias Ocupacionais do Sul,
favorecendo experiências e produções contra-hegemônicas na direção de uma ecologia dos
saberes que fortaleça (r)existências e rupturas no contexto das linhas abissais.
Descritores:
Referências:
179
Galheigo, S. M. (2012). Perspectiva crítica y compleja de terapia ocupacional: actividad,
cotidiano, diversidade, justicia ocupacional y compromiso ético-político. TOG (A Coruña), 9
(5), 176-187. Recuperado em 15 de outubro de 2020, de
http://www.revistatog.com/mono/num5/compromiso.pdf.
Santos, B. S.; Meneses, M. P. (2010). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez Editora.
Silva, C. R; Morrison, R.; Calle, Y; Kronenberg, F. (2019). Terapias Ocupacionales del Sur:
demandas actuales desde una perspectiva socio-histórica. Rev. Interinst. Bras. Ter. Ocup. Rio
de Janeiro. 3 (2), 172-178. Recuperado em 15 de outubro de 2020, de
https://revistas.ufrj.br/index.php/ribto/article/view/24867/pdf_espa%C3%B1ol
180
TONEUROREAB - ESTRATÉGIAS PARA DISCUSSÃO NACIONAL SOBRE
PRÁTICAS DE REABILITAÇÃO EM NEUROLOGIA
Débora Couto de Melo Carrijo, Julia Andreza Gorla, Camila Caminha Caro, Rafael Eras
Garcia
181
validado um cronograma de 12 meses e discutida a temática “Modelos e abordagens em TO -
aplicação em neurorreabilitação”. Discussão: A página na rede social reuniu 453 pessoas, das
quais 112 responderam ao questionário, 21 compareceram ao primeiro encontro e 28 ao
segundo. O grupo está composto prioritariamente por profissionais inseridos em serviços de
saúde voltados a pessoas com sequelas neurológicas. A maioria é oriunda de instituições
públicas (tanto municipais, quanto estaduais e federais) e com tempo de formado superior a
dez anos. As formações complementares são amplas e majoritariamente nas áreas de
reabilitação, destacando-se a terapia da mão e a integração sensorial. A partir das discussões
realizadas nos encontros, identificou-se a necessidade de tecer redes, ampliar as discussões e
consolidar os conhecimentos em TO no Brasil. Como desdobramento do segundo encontro,
será elaborado um mapa de caracterização de referencial teórico-prático utilizado pelos
membros da CP TONeuroReab. Conclusões: Os encontros realizados permitiram identificar
um núcleo diverso de práticas baseado nas formações dos participantes, além de desafios
particulares à neurorreabilitação em TO, especialmente na atual conjuntura. Compreende-se
que a experiência apresenta potencial significativo para a ampliação e consolidação do
conhecimento de TO no âmbito da reabilitação neurológica no Brasil.
Descritores:
Referências:
Alves, M. T., Cavalcanti, A., Garavello, I., Kososki, E. & Dutra, F. C. M. S. (2019)
Desempenho ocupacional e aplicação da Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF)
em um serviço de reabilitação. Rev. Salud Pública. 21(3): 1-10
182
control y aprendizaje motor. Aplicaciones clínicas en neurorrehabilitación. Neurologia
doi:10.1016/j.nrl.2011.12.010.
183
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA E A COVID-19: APOIO
INFORMACIONAL COMO UMA ESTRATÉGIA DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA
Amanda Dourado Souza Akahosi Fernandes; Beatriz Bertasi Vitola; Danieli Amanda
Gasparini; Marina Speranza; Mayara Soler Ramos Mazak; Thaís Thaler Souza
Introdução: A Extensão Universitária é tida como uma ferramenta institucional, que visa a
articulação com a comunidade, propondo melhorias das condições sociais, especialmente
daqueles em situação de vulnerabilidade. Aponta-se que a pandemia da Covid-19 tem
demandado a criação de novos paradigmas de ações coletivas para se pensar a Extensão
Universitária, frente às atuais condições que esta situação coloca (Serrão, 2020). Nesse cenário,
é preciso refletir sobre o modo como a pandemia tem afetado diferentes grupos sociais, sob o
entendimento de que as pessoas são atingidas de forma desigual. As minorias como, por
exemplo, pessoas com deficiências físicas ou em sofrimento psíquico, como é o caso daquelas
com Transtorno do Espectro Autista (TEA), configuram-se como grupos sociais que acumulam
discriminações e consequentemente têm menos acesso aos serviços de saúde e outros direitos
sociais, de forma a serem mais impactados em cenários de crise (Kupper & Heydt, 2019).
Objetivo: Relatar a experiência de um projeto de extensão universitária, no que tange ao apoio
informacional às famílias de crianças e adolescentes com TEA durante a pandemia da Covid-
19. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência das ações realizadas em um projeto
intitulado “Estratégias de cuidado em Saúde Mental Infantojuvenil frente à pandemia da
COVID-19”. Este teve início em março de 2020 a partir das demandas que emergiram no
cenário pandêmico. Atualmente é coordenado por duas docentes do Departamento de Terapia
Ocupacional da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e conta com 26 integrantes,
dentre eles, docentes, alunos de graduação e pós-graduação da enfermagem, medicina, terapia
ocupacional e psicologia. Tendo em vista a necessidade de ofertar apoio informacional às
famílias de crianças e adolescentes com TEA e, também, à comunidade, no decorrer do projeto
diferentes materiais (vídeos, folders, panfletos) foram produzidos e divulgados. De forma geral,
estes abordaram as particularidades do TEA na pandemia, orientações às famílias sobre o
184
cuidado, manejo, direitos e a conscientização da população quanto às especificidades desses
sujeitos. Discussão: Caracteriza-se o apoio informacional como conselhos, orientações,
sugestões e informações com as quais as pessoas podem contar. Ou seja, o apoio informacional
é uma das dimensões, que em conjunto com o apoio material, afetivo, emocional e de interação
social positiva, configuram o apoio social (Sherbourne & Stewart, 1991). Nessa direção,
considera-se que esta ação extensionista tornou acessível à comunidade o conhecimento de
domínio da Universidade, incluindo a produção de conhecimento que vai desde a
caracterização das necessidades sociais, até a identificação dos problemas relevantes e a
disseminação do conhecimento disponível. Além de favorecer o acesso ao conhecimento,
promovendo um processo de transformação tanto da Universidade quanto dos setores sociais
com os quais interage, viabilizou a oferta de apoio a essas famílias em um momento repleto de
dificuldades, desafios e incertezas. Conclusão: Compreende-se a relevância de ações dessa
natureza, uma vez que foi possível, por meio do apoio informacional às famílias de crianças e
adolescentes com TEA, contribuir para um melhor enfrentamento das dificuldades cotidianas
advindas da pandemia. Além disso, estas ações foram amplamente divulgadas e referenciadas
em artigos científicos, associações e instituições nacionais.
Descritores:
Referências:
Kupper, H., & Heydt, P. (2019). The mission billion: access to health services for 1 billion
people with disabilities. London School of Hygiene and Tropical Medicine. Recuperado a 02
de Outubro de 2020 em https://www.lshtm.ac.uk/TheMissingBillion
185
Serrão, A. C. F. (2020). Em Tempos de Exceção como Fazer Extensão? Reflexões sobre a
Prática da Extensão Universitária no Combate à COVID-19. Revista Práticas em Extensão,
4(1): 47-48.
Sherbourne C.D, Stewart AL. (1991). The MOS Social Support Survey. Social Science and
Medicine, 32(6):705-714.
186
VELHICES DISSIDENTES DE GÊNERO E SEXUALIDADE DURANTE A
PANDEMIA
Introdução: Pessoas velhas dissidentes de gênero e sexualidade são aquelas que borram a
inteligibilidade da longevidade classista neoliberal e da heterocisnormatividade (Antunes &
Mercadante, 2011). Esta intersecção deflagra as potencialidades e as vulnerabilidades destes
sujeitos sociais, sobretudo na materialização das desigualdades socioterritoriais
experimentadas durante a pandemia de COVID-19 (Correia, et al, 2020). Tais questões se
apresentam como emergentes para a área de Terapia Ocupacional, em particular atenção à
necessidade de abordá-las no contexto da formação graduada. Objetivo: Discutir as questões
sobre velhices dissidentes de gênero e sexualidade enquanto tema emergente para as práticas
de intervenção e produção de conhecimento em Terapia Ocupacional. Desenvolvimento: Em
fevereiro de 2020 um docente do Departamento de Terapia Ocupacional da Universidade
Federal do Rio de Janeiro iniciou algumas aproximações com uma Organização Não
Governamental, que tem como objeto apoiar psicossocialmente pessoas ‘idosas LGBT’s’. No
entanto, com a deflagração da pandemia de COVID-19, em março do mesmo ano, todas as
possibilidades de atividades presenciais foram suspensas. Com isso, uma série de atividades
por mídias digitais foram criadas, a fim de produzir uma rede de apoio entre pessoas velhas
dissidentes de gênero e sexualidade. Estas atividades compreendem um grupo de convivência
por WhatsApp®, uma página no Facebook® e do Instagram®. Todas estas mídias são
administradas por uma equipe de comunicação e os conteúdos são produzidos de forma
interativa entre profissionais voluntários. Sobre os conteúdos da Terapia Ocupacional,
aborda-se sobre rotina, importância do envolvimento ocupacional para o bem-estar, redes
sociais de suporte, lazer e tempo livre, assim como acompanhamentos individuais para as
pessoas que possuem algum tipo de comprometimento que dificulta o desempenho de
atividades de vida diária. Os conteúdos são criados pelo docente, com o apoio de estudantes
da graduação, sempre de modo remoto. Mesmo no curto espaço de tempo vem aumentando o
187
interesse dos estudantes pelas vivências junto à esta população, assim como o interesse de
outras docentes, como as do campo da gerontologia. Mesmo sem a formalização
institucional, estas experiências demonstram o compromisso da universidade com as
demandas sociais. Neste sentido, questões já são observadas de forma mais específica sobre a
realidade desta população, como: isolamento social, ausência de moradia digna e despejos,
violência urbana, ausência de renda e e autocuidado, declínios cognitivos, entre outros.
Conclusão: Em alguma medida, a pandemia de COVID-19 despertou à atenção para questões
da cotidianidade e estruturação do tecido social da população velha dissidente, antes não vista
como prioridade para as intervenções da Terapia Ocupacional. Trata-se de uma população
que carrega consigo categorias experimentadas cotidianamente do duplo estigma social do ser
velha e dissidente. Ao menos na Terapia Ocupacional, compreende uma população que, na
consideração do cuidado as pessoas LGBTs, é abjetada frente ao exclusivo interesse pela
juventude ou população adulta jovem. Pouco se tem debatido sobre a cotidianidade e o
envolvimento ocupacional da população velha dissidente. Contudo, algumas experiências,
como estas, vêm sendo possíveis e com isso espera-se abrir brechas para o debate e a
produção de práticas e conhecimento em Terapia Ocupacional interessados no tema.
Descritores:
Referências:
188
Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional – REVISBRATO, suplemento,
4(3) 460-487. DOI: https://doi.org/10.47222/2526-3544.rbto34440
189
“VOZES DAS RUAS”: NARRATIVAS E EXPRESSÕES DA POPULAÇÃO EM
SITUAÇÃO DE RUA DURANTE A PANDEMIA
Carla Regina Silva, Amanda Cristina Pegoraro, Carla Cristina Pianca do Prado, Fernanda
de Cássia Ribeiro, Giovana Siaticosqui Barbedo da Silva, Marina Dei Agnoli.
190
suas ideias e reflexões sobre cotidiano, relações e temas socialmente relevantes, assim como
sua experiência durante a pandemia. Os cader-ninhos, personalizados e produzidos
artesanalmente, incluem temas de interesse considerando cada participante. Assim, buscamos
amenizar os impactos relacionados ao isolamento, já vivenciado por este grupo, mantendo um
canal aberto de expressão e interação, baseadas no compromisso ético-político, promovendo
ações de cuidado numa perspectiva crítica contra-hegemônica, através de atividades artístico-
culturais e comunicacionais (Silvestrini et al, 2019). Conclusões: Os cader-ninhos contêm
ideias, pensamentos, afetos e cores de cada membro da equipe e, especialmente, do/a/e
participante que compõe junto esta ação poética. Compreendendo a expressão como o espaço
do encontro e a diversidade como ampliação de pontos de vistas e experiências que fluem
para múltiplas conexões. A produção de conteúdo textual e imagético compõe, tece e vai
imprimindo sentidos e expansões que sutilmente queremos revelar - narrativas desse
exercício sobre os cotidianos pandêmicos. Assim, registra um momento histórico na ótica de
sujeitos muitas vezes inviabilizados, vivência única que demonstra o trabalho da terapia
ocupacional articulado às artes, no campo da cultura e assistência social, que promove
processos de cuidado, deslocamentos sensíveis frente às crises sanitárias e econômicas - o
olhar para esse momento de um lugar um tanto quanto mais sensível.
Descritores:
Referências:
191
Santos, BS. (2014) Más ala del pensamiento abismal: de líneas globales a una ecología de
saberes. In. Santos, BS; Menezes, MP. (Org.). Epistemologías del Sur: perspectivas. Madrid:
Tres Cantos, 21-65.
192
EIXO TEMÁTICO 3 – GESTÃO DA DOCÊNCIA:
DESAFIOS PARA CARREIRA DOCENTE EM
TEMPOS DE PANDEMIA
193
PROJETO DE TUTORIA DO CURSO DE TERAPIA OCUPACIONAL FMUSP EM
TEMPOS DE CONEXÃO E DISTÂNCIA
Erika Alvarez Inforsato; Fernanda Stella Risseto Mieto; Melissa Tieko Muramoto; Talita
Naiara Rossi Da Silva
194
mudanças nas relações; recuperaram algum sentimento de Curso, com as reparações possíveis
nesse momento difícil; descobriram pautas para discussão remota; e exploraram a potência do
ambiente virtual, acolhendo ideias nesses pontos de convivência. CONCLUSÃO: A equação
entre a proteção imunitária, e a necessidade de reencontrar formas comunitárias da vida se
tornaram mais complexas. Os momentos de encontro foram importantes, e aconteceram como
fendas estreitas no tecido de um cotidiano excessivamente preenchido com atividades
compulsórias, volumosas e incessantes, contando com presenças intermitentes, e em
passagem. Disso decorre pensar que “a imunidade, ainda que necessária à conservação da
nossa vida, uma vez levada além de um certo limite, a constringe numa espécie de jaula na
qual acaba por perder-se, não só a nossa liberdade, mas também o próprio sentido da nossa
existência, isto é, essa abertura da existência para fora de si mesma, à qual se tem dado o
nome de communitas” (Esposito, 2012). Acompanhar esses processos, individualmente e
coletivamente, implica à equipe do projeto uma posição de atenção e proximidade, de
incremento das condições de permanência e vitalidade na universidade, evitando avançar
sobre a própria história que cada estudante, turma e/ou coletivo pode fazer. Enunciados de
descompressão, alegria, companhia, pertencimento e gratidão, e sobretudo a baixa evasão,
indiciam uma efetividade dessa proposição.
Descritores:
Referências:
195