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ANÁLISE ECONOMICA PELO

MÉTODO DINÂMICO

MÁRCIA VALÉRIA MARCONI


PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ
ESCOLA DE NEGÓCIOS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

MÁRCIA VALÉRIA MARCONI

GESTÃO EDUCACIONAL: ANÁLISE ECONOMICA PELO MÉTODO DINÂMICO


NO PERÍODO DA COVID-19

CURITIBA
2021
MÁRCIA VALÉRIA MARCONI

GESTÃO EDUCACIONAL: ANÁLISE ECONOMICA PELO MÉTODO DINÂMICONO


PERÍODO DA COVID-19

Dissertação apresentada como requisito à


obtenção do grau de Mestre em Administração
Estratégica, Programa de Pós-Graduação em
Administração, Pontifícia Universidade
Católica do Paraná.

Orientador: Prof. Dr. June Alisson Westarb


Cruz.

CURITIBA
2021
RESUMO

Este estudo temo objetivoanalisaro risco econômicodetrês faculdades privadas brasileiras


escolhidasno mercado por meio da pesquisa de demonstrações financeiras disponíveis, baseada
no Método Dinâmico ou Método Fleuriet.O método apresenta sua fórmula de cálculo que
analisa a situação de tesouraria da empresa, baseado nas contas patrimoniais, para verificar a
saúde financeira através do capital de giro. Para tanto, utilizou-se do método quantitativo e, de
demonstrações financeiras como dados secundários. A investigação abrange três grupos de
faculdades privadas brasileiras, quais sejam Anima, Cogna e Yduqs, devido a sua relevância no
mercado.O estudo resultou em indicadores que apresentam a situação real da empresa
relacionada às estruturas financeiras e operacionais no período da COVID-19, tendo sido
realizadas análises individuais e comparativas entre elas.

Palavras-chave:Método Dinâmico; Método Fleuriet; Instituição de Ensino Superior, COVID-


19.
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Tipologias do Método Fleuriet............................................................................15


Quadro 2 – Qualidades primárias e que adicionam valor.........................................................18
Quadro 3 – Representação metodológica integrada das etapas operacionais...........................23
Quadro 4 – IES por Unidade da Federação e Região...............................................................26
Quadro 5 – Relação Matrículas x Função Docente em Exercício............................................27
Quadro 6 – Quantidade de Cursos – IES por matrícula – 2014 a 2019....................................28
Quadro 7 – Balanço Patrimonial Anima (4T19-1T21).............................................................33
Quadro 8 – Análise Anima – Variações de crescimento..........................................................35
Quadro 9 – Demonstração Contábil Cogna..............................................................................37
Quadro 10 – Demonstração Contábil Cogna – Variações 1T20 e 1T21..................................39
Quadro 11 – Números Patrimoniais Yduqs..............................................................................40
Quadro 12 – Variações YDUQS...............................................................................................43
Quadro 13 – Resultado Tipologia por IES e por Período........................................................45

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Disposição gráfica da tipologia do Método Dinâmico............................................17


Figura 2 – Maiores cursos EaDs em IES privadas....................................................................29
Figura 3 – Percentual de Despesas totais sobre Faturamento Total..........................................29
Figura 4 – Tabela de ingressos presenciais e EAD (fonte dados MEC/INEP e Censo 2019)..30
Figura 5 – Tabela estimativa de Receita Líquida das IES – Presencial e Ead..........................31
Figura 6 – Estimativa setor de Educação de Receita Líquida – 2020.......................................31
Figura 7 – Método Dinâmico Anima........................................................................................34
Figura 8 – Capital de Giro e Necessidade de Capital de Giro Cogna.......................................38
Figura 9 – Necessidade de Capital de Giro e Capital de Giro Próprio YDUQS.......................42

LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 1 – Equação Método Dinâmico..................................................................................14


Equação 2 – Necessidade de Capital de Giro...........................................................................14
Equação 3 – Capital de Giro.....................................................................................................14
Equação 4 – Tesouraria.............................................................................................................15
Equação 5 – Tesouraria.............................................................................................................15
LISTA DE ABREVIATURAS

AC Ativo Circulante
BM Banco Mundial
CDG Capital de Giro
CEFETs Centros Federais Tecnológicos
COVID-19 Doença causada pelo Coronavírus
CPL Capital Permanente Líquido(CPL)
CSC Cursos Superiores Tecnológicos
EaD Ensino a Distância
ENADE Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes
ENEM Exame Nacional de Ensino Médio
FIES Financiamento ao Estudante do Ensino Superior
IES Instituições do Ensino Superior
IFs Instituições Federais
NAFTA North American Free Trade Agreement(Acordo de Livre Comércio da
América do Norte)
NLCDG Necessidade Líquida de Capital de Giro
OCDE Organização para a Cooperação do Desenvolvimento Econômico
OMC Organização Mundial do Comércio
PC Passivo Circulante
PIB Produto Interno Bruto
PNE Plano Nacional de Educação
PUCPR Pontifícia Universidade Católica do Paraná
SISU Sistema de Seleção Unificada
UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
SUMÁRIO

1INTRODUÇÃO...................................................................................................................6
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA..............................................................................................7
1.3OBJETIVO GERAL.............................................................................................................7
1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................................................7
1.5 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA.......................................................................................8

2 ABORDAGEM TEÓRICA................................................................................................9
2.1 ENSINO SUPERIOR NO BRASIL......................................................................................9
2.2 MÉTODO DINÂMICO......................................................................................................13
2.3 GESTÃO DA ADMINISTRAÇÃO....................................................................................18
3.1 CLASSIFICAÇÃO E DELINEAMENTO DA PESQUISA .............................................. 22
3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS APLICADOS NA PESQUISA ..................... 22

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................................. 24


4.2 DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS: ANIMA .................................................................. 32
4.3 DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS: COGNA ................................................................. 36
4.4 DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS: YDUQS.................................................................. 40
4.5 ANÁLISE COMPARATIVA DOS CASOS ...................................................................... 44

4 CONCLUSÃO......................................................................................................................46

REFERÊNCIAS.....................................................................................................................47
6

1 INTRODUÇÃO

Faz-seindispensável destacar a importância do ensino superior no desenvolvimento de


uma sociedade, uma vez queseu papel se apresenta notório no que concerne ao aprofundamento
do conhecimento nos campos de ensino, pesquisa e extensão.
No contexto brasileiro, o ensino superior contabiliza mais de 8 milhões de alunos,
distribuídos nas modalidades presencial e a distância da rede privada. Desses alunos e
instituições, 2.537constituemInstituições do Ensino Superior(IES), conforme dados do INEP
de2018, sendo que2.238instituições, isto é, 88% do total,são consideradas privadas, enquanto
os outros 12% são consideradaspúblicas(BRASIL,2018).
Diante da relevância social e de mercado do ensino superior, a pesquisa apresentada
nesta Dissertaçãotemcomo população de investigação o ensino superior privado, e procura
evidenciar,por meio do Método Dinâmico, os principais impactos nas estruturas operacionais e
de tesouraria, durante o advento da pandemia da Covid-19.
No estudo da pesquisa foram coletados dados de três IES privadas, especificamente
três faculdades privadas, devido as disponibilidades de dados, por serem Sociedade Anônimas
de Capital Aberto que apresentam as demonstrações financeiras divulgadas em Diário Oficial
e são disponibilizadas para coleta. Estas três instituições definidas foram devido a eles terem
crescido no mercado e estarem bem cotadas pelo MEC.
O Método Fleuriet foi escolhido por ser uma fórmula de cálculo da situação financeira
da empresa pouco utilizada e que pode contribuir significativamente no resultado pois
demonstra a situação real da empresa em sua tesouraria e principalmente o risco real da empresa
se não mudar sua estratégia. Baseado no próprio livro do autor do método, o Michel Fleuriet
(1978) e em contrapartida Cruz et al (2021), que ver completar o método com explicação e dar
praticidade ao mesmo, através dos gráficos e compreensão mais didática para o método. Não
foi encontrado outro autor que desse relevância ao método neste período, além de apenas alguns
estudos de caso.
A gestão da administração e financeira tem sua relevância no contexto empresarial por
focar no resultado e garantir a sobrevivência. A análise estratégica se mantém através do
planejamento definido e as soluções encontradas para cada problema e cada vez mais
envolvendo um número maior de parceiros e stakeholders, especialmente colaboradores
empenhados na contribuição do melhor desempenho possível.
Esta ferramenta de Método Dinâmico contribui também para as expectativas
gerenciais perante o mercado, o capital de giro da empresa, especialmente o tema definido na
pesquisa por estar em constante mudança em um cenário repleto de oportunidades, desafios e
competitividade.
Para tanto, esta investigação é composta por cinco seções. Esta primeira traz a
introdução do tema relacionado à pesquisa, e descreve as proposições de problema de pesquisa,
o objetivo geral, os objetivos específicos e as justificativas. Na sequência, a segunda seção traz
o referencial teórico, abordando sobre o ensino superior no Brasil e a respeito do Método
Dinâmico.
A terceira seção, por sua vez, explica sobre a abordagem metodológica assumida na
investigação, tratando sobre a classificação e o delineamento da pesquisa, e então sobre os
procedimentos metodológicos aplicados. A quarta seção, em consequência, traz a apresentação
e a análise dos resultados, sendo composta por quatro subseções. E a última e quinta seção,
enfim, apresenta a conclusão.

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA

Para esta investigação, delimitou-se o seguinte questionamento como problema de


pesquisa: quais são os principais impactos nas estruturas operacionais e de tesouraria das IES
privadas brasileiras em decorrência da pandemia da Covid-19?

1.3 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral definido para a presente pesquisa é identificar os principais impactos


nas estruturas operacionais e de tesouraria das IES privadas brasileiras em decorrência da
pandemia daCovid-19.

1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Como objetivos específicos, foram definidos os seguintes:


a. Analisar as demonstrações financeiras das IES privadas brasileiras;
b. Identificar a estrutura operacional das IES antes e durante a COVID-19;
c. Identificar a estrutura de tesouraria das IES antes e durante a COVID-19;
d. Identificar os principais impactos da crise da Covid-19 junto às estruturas
operacionais e de tesouraria das IES.
1.5 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA

Esta investigação encontra justificativa a partir de características empíricase teóricas


com base na observação do Método Fleuriet. Notadamente, as características empíricas
sobrepõem-se em relevância devido à necessidade emergente da compreensão dos impactos do
advento da pandemia da Covid-19 nos mais variados mercados e ramos da sociedade.
Nesse sentido, figura como objeto desta investigação o ensino superior brasileiro, em
especial as instituições privadas, que representam 88,2% do total de alunosdo ensino superior
em 2018, nos mais variados cursos, dispostos em atividades de ensino, pesquisa e extensão.
No contexto teórico, a pesquisa justifica-se por meio do método de análise proposto,
sugerindo o Método Dinâmico como uma interessante opção de análise de impactos
operacionais e financeiros, em momentos de alta complexidade, como a linha de corte sugerida.
Enfim, ainvestigação aqui proposta é dotada da crença de que seus resultados venham
a contribuir de forma relevante à gestão e ao desenvolvimento institucional das IES, em suas
questões operacionais e financeiras, tendo em vista as conclusões alcançadas.
Adissertação contribuirá nos estudos de análise de risco nas IES, para conhecer a
realidade econômicapor meio do Método Dinâmico ou Método Fleuriet, com análise das
demonstrações financeiras, e gerar indicadores que apresentem a situação real da empresa
relacionada às estruturas financeira e operacional.
2 ABORDAGEM TEÓRICA

Na presente seção, são apresentados os conceitos e teorias que fundamentam


estapesquisa. A partir dos aspectos teóricos abordados nas subseções que seguem,
contextualiza-se as perspectivas geral e específica da investigação. Para tanto, a primeira
subseção trazida aborda a respeito do ensino superior no Brasil, contextualizando o tema em
tela, e a segunda subseção, por sua vez, apresenta detalhes referentes ao Método Dinâmico.

2.1 ENSINO SUPERIOR NO BRASIL

Oensino de nível superior traz discursos teóricos, públicose privados, na produção de


documentosdos órgãos financeiros multilaterais, taiscomo a Organização Mundial do Comércio
(OMC) e o Banco Mundial (BM), além de educacionais, como, por exemplo,a Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura(UNESCO). Esses discursos, por sua vez,
estão relacionados tanto àsdiscussões dos governos nacionais quanto àsdiscussões
multinacionais, a exemplo do NAFTA - Acordo de Livre Comércio da América do Norte (North
American Free Trade Agreement), eda Organização para a Cooperação do Desenvolvimento
Econômico (OCDE). Ambos são encontradosnas teorias econômicas, debatendoo
desenvolvimento do capital humano e do capital social(SGUISSARDI, 2005).
ConformeMartins (2002) esclarece, o curso superior teve um desenvolvimentomuito
lento, ocorrendoem faculdade isoladas, até a Proclamação da República de 1889. À época,
tinha-se como objetivo, ao cursar o ensino superior, alcançar diploma profissional, garantir
prestígio e ocupar posições privilegiadas no mercado de trabalho. O autor ressalta que não
houve mudanças em 1822, nem diversificação e tampouco ampliação, com exceção das
instituições públicas, que receberam investimentos do governo central, de acordo com a vontade
política.
Segundo Martins (2002),até o fim do século XIX existiam apenas 24 estabelecimentos
de ensino superior, com cerca de 10.000 estudantes. Logo, com a Constituição da República de
1891, inicia-se o processo de criação de estabelecimentos privados, sendo a primeira ruptura
do controle do governo central, surgindo instituições privadas, pertencentes às elites locais e
confessionais católicas. Com isso,passou a existir,na década de 1920, 133 escolas, e em 1931,
já somavam150 escolas.
Entre 1945 e1968, o movimento estudantil exigiu a eliminação do setor privado para
a absorção pública, contudo, no regime militar, desmantelaram o movimento estudantil que
ocorreu de 1964 a 1970, expandindo o setor privado e acabando com as lideranças
estudantis(MARTINS, 2002).
Ainda, segundo Martins (2002), somente a partir dos anos 70 o governo estimulou a
realização de pós-graduação e capacitação por parte dos docentes. O autor complementa suas
explicações com algumas informações estatísticas, conforme segue.

Em 1933, ano em que ocorreu as primeiras pesquisas estatísticas sobre educação, o


setor privado respondia por 64,4% dos estabelecimentos e 43,7% das matrículas do
ensino superior – proporções que não modificaram de maneira substantiva até a
década de 1960, porque a expansão do ensino privado foi contrabalançada pela criação
das universidades estaduais e pela federalização com anexação de instituições
privadas.
No período 1940 a 1960, a população do país passou de 41,2 milhões para 70 milhões
(crescimento de 70%), enquanto as matrículas no ensino superior triplicaram. Em
1960, existiam 226.218 estudantes universitários (dos quais 93.202 faziam partedo
setor privado) e 28.728 excedentes (aprovados no vestibular para universidades
públicas, mas não admitidos por falta de vagas). Já no ano 1969, os excedentes
somavam 161.527. A pressão de demanda levou a uma expansão extraordinária no
ensino superior no período 1960 a 1980, com o número de matrículas saltando de
aproximadamente 200.000 para 1,4 milhão – ¾ partes do acréscimo atendidas pela
iniciativa privada. Nos anos finais da década de 1970, o setor privado já respondia por
62,3% das matrículas, e em 1994 por 69%.(MARTINS, 2002, p. 1)

Nos anos 90, houve a adequação do setor privado em um modelo único, a adequação
da pós-graduação, principalmente do setor público, e fomento à pesquisa. A relação de egressos
do segundo grau e vagas oferecidas no ensino superior evoluiu da seguinte forma:

[...]de 1/1 no Sul e Sudeste, 1/1,3 no Centro-Oeste, e de 1/ 2,5 no Norte e Nordeste.4


Enquanto em 1980 cerca de 11% das vagas oferecidas nos cursos superiores não foram
preenchidas, em 1990 a proporção passou para 19%. Entre 1985 e 1993 o número de
vagas oferecidas no ensino superior manteve-se relativamente estável, em torno de
1.500.000, com declínio relativo da participação do setor privado. (MARTINS, 2002,
p. 2).

Em 1998, o Banco Mundialpublicou umdocumento desenvolvido com uma reforma


educacional, intitulado The financing and management of higher education- A status report on
world wider eforms. Esse, por sua vez, abordou sobre o fato deque a gestão das universidades
de curso superior, na década de 1990, encontrava-se em fase diversificada de desenvolvimento
tecnológico (WORLD BANK, 1998), conforme citação abaixo:

Em primeiro lugar,o ensino superior não pode ser tratado como um bem estritamente
público. Isso se deve a suas condições de competitividade (oferta limitada),
excluibilidade (seguidamente se pode obtê-lome diante pagamento) e recusa (não é
requerido por todos), todas características que não responde, mas de um bem
estritamente público, mas sim às de um bem privado. Em segundo lugar, os
consumidores do ensino superior estão razoavelmente bem informados e os
provedores frequentemente estão mal informados–condições ideais para o
funcionamento das forças do mercado. (WORLD BANK, 1998,p.5)

Na década de 90, na sequência, a educação no Brasil obteve traços semelhantes aos de


países como Inglaterra, Austrália, Chile, Argentina e outros, especificamente em relação à
política econômica (SGUISSARDI, 2003).
Do que trata o tema, o Banco Mundial incentiva a realização deinvestimentocom
maioresretornos social e individual por meio da educação superior. Esse incentivo pode ser
encontrado em pesquisa realizada pelo Banco Mundial em 2000, apresentada no documento
elaborado em parceria com a UNESCO, intitulado Higher education in developing
countries: peril and promise(WORLD BANK,2000).
Emrelação ao território brasileiro, o ensino superior esteve estável até o ano2000,
quandoos programas pedagógicos seguiam estruturados nos formatos de avaliações, ocorrendoa
evolução da educação brasileira ao longo dos anos. A partir de 2001, com o surgimento do
Plano Nacional de Educação (PNE), a União estabelece um Plano Nacional de Avaliação para
acompanhamento de metas do PNE. Nesse mesmo ano, então, foi instituído o Financiamento
ao Estudante do Ensino Superior (FIES) aos matriculados no ensino superior com avaliação
positiva(BRASIL,2018).
Em meados de 2000, segundo Sguissardi (2000), houve uma redução dos
investimentos estatais nas universidades públicas em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), e
um aumento no número de instituições de ensino superior privadas no Brasil, especialmente
com fins lucrativos,representando cerca de 90% do total. Assim,ocorreu uma multiplicação nas
matrículas em instituições privadas,beirando os 80%, ainda que as universidades públicas, tanto
estatuais como federais, tenham investido em pesquisas acadêmicas,com o crescimento de 80%
dos mestres e 90% dos doutores, especialmente nas universidades paulistas.
Com os novos sistemas de avaliações, há um estímulo por parte do Estado a
diversificações e à expansão na educação superior privada, restringindo as instituições
educacionais à função de ensino – e não à lógica do mercado (DOURADO, 2002). A educação
é flexibilizada, logo, atravésdo Decreto n° 3.860/2001,revogado, posteriormente, no ano de
2006 (BRASIL, 2001).
Segundo o INEP (BRASIL, 2018),em 2002,o Sistema Nacional de Avaliação e Ensino
Superior (Sinaes) foi introduzido para avaliar o desempenho dos estudantes,e o Exame Nacional
de Desempenho dos Estudantes (ENAD)foi criado para avaliar os ingressantes e concluintes.
Com a Lei10.861, de 14 de abril de 2004 (BRASI, 2004),ocorreu a expansão do ensino
superiorea emancipação universitária. Esse cenário deu espaço às IES particulares no alcance
das melhores e maiores estatísticas atuais, com a facilidadedeoferecer
umdiplomadenívelsuperior, inclusive no formato de Ensino a Distância (TENÓRIO;
ANDRADE, 2005). Tudo issoabriupossibilidades de oferta de mais cursos técnicos, tecnólogos,
pós-graduação (lato sensu), mestrados e doutorados (stricto sensu).
Nessa discussão, no que se refere à forma como a educação estava sendo encarada
diante da sociedade, via-se que“[...]a educação superior está[va] sendo tratada como bens
privados onde a busca de resultados se transformou numa gestão no meio corporativo” (O
BUSINESS, 2004, p. 22).
Em 2010, como explicadopor Bridi (2015), o Sistema de Seleção Unificada (SISU)
trouxe às instituições públicas e privadas a permissão de oferecer vagas para os estudantes
participarem do Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM), ocasionando um crescimento das
IESprivadas. Nomesmo ano, o PNE sofreu alterações, gerando discussões para um novo plano
para a nova década, por meioda Conferência Nacional de Educação, a fim degarantir a
qualidade e a formação do curso superior, além da ampliação de mestres e doutores para o
ensino e para pesquisa, considerando quepoucos recursos financeiros eram destinados à
realização de pesquisas (BRIDI,2015).
Nesse contexto, o ensino superior tem sofrido alterações drásticas desde 2016, tanto
na quantidade quanto na qualidade, sendo essa expansão derivada do avanço das instituições
estrangeiras entrando no mercado brasileiro e buscando espaço, por meio da aquisição das
pequenas IES privadas brasileiras (BARROS,2019). Atualmente,a forte mudança que vem
ocorrendo pode ser observada na redução de investimentos por parte dogoverno nas
universidades públicas e, consequentemente, a desvalorização da educação no Brasil e a
redução de bolsas de estudos (BRASIL, 2020).
Sendo assim, fica evidente a inserção de capital nacional e internacional no ensino
superior, promovendo a experiência educacional em escala, criando grandes grupos na
expectativa de concorrer com as redes de ensino públicas e buscar novas pesquisas,incentivando
a gestão mais enxuta, com menos custos e maiores resultados, investindo fortemente no EaD –
Ensino a Distância(EDUCA MAIS BRASIL, 2020),e buscando melhores perspectivas
financeiras.
Após discutir de forma breve a respeito do ensino superior no Brasil, passa-se à
subseção seguinte, que trata sobre o Método Dinâmico como forma de avaliar a performance
de uma entidade jurídica.
2.2 MÉTODO DINÂMICO

Muitas são as formas de avaliar a performance de uma entidade jurídica.Segundo Cruz


et al (2021), pelo menos quatro métodos merecem especial destaque, quais sejam: medida de
sobrevivência; stakeholders; financeiros e contábeis.
Dentre essas diversificadas formas de mensuração de performance, o Método
Dinâmico apresenta especial contribuição. Também conhecido como Método Fleuriet, esse
método representa a contribuição que Michel Fleuriet trouxe ao Brasil, em 1975, convidado
pela embaixada da França a ministrar aulas na Pontifícia Universidade Católica de Minas
Gerais. Na ocasião, o pesquisadorapresentou um estudo desenvolvido na França e adequando
às empresas brasileiras (FLEURIET, 1978).
Além de outros autores, Assaf Neto (2002) relatou o risco das empresas e a
importância da análise financeira, buscando resolver problemas com clientes, negociando os
prazos com fornecedores, antecipando pagamentos dos clientes, e reduzindo estoques para que
a empresa consiga manter-se no mercado com uma boa saúde financeira (ROCHA et al, 2010).É
necessário fazer gestão e controle sobre os fatores que podem influenciar a empresa
(IUDÍSCIBUS, 2017).
Michel Fleuriet, em sua obra, denomina como variável de tesouraria:

[...]oresultadodareclassificaçãodascontas deAtivoePassivoquenãoserelacionamcomas
atividadesoperacionais;estametodologia de Fleuriet, exposta no livro A dinâmica
financeira das empresas brasileiras, expressa com propriedade como os fatos
financeiros das empresas se refletem na Contabilidade, poisestes recursos financeiros
identificados como Fonte no Passivo Circulante foram aplicados em contas do
AtivoCirculante.(FLEURIET, 1978,p.14)

O Modelo Dinâmico, por sua vez, é definido comoo capital de giro,distinguindo-sedos


cicloseconômico e financeiro, em que o econômico inicia com a compra do estoque até o
pagamento, e o financeiro representa o prazo de pagamento (CRUZ et al, 2021). Abaixo,
apresenta-se a equação do Método Dinâmico.
Equação 1 – Equação Método Dinâmico
Tesouraria = (AC – PC – NLCDG)

Onde:

NLCDG:Necessidade Líquida de Capital de Giro


AC: Ativo Circulante
PC: Passivo Circulante.

Fleuriet explica sobre as três variáveis (FLEURIET; KEHDY; BLANC, 2003). A


subtração do ativo cíclico e do passivocíclico foi definida como Necessidade de Capital de Giro
(NCG), buscando fundos e contas conectadas às operações daempresa. O ativo e o passivo
cíclicos são de curto prazo, interligadosàsatividades operacionais. Segundo Matarazzo (2003),
a NCG é importante para quea estratégia cresça, tenha lucros e financiamento, e não somente
financeiro.Além disso, o autor aborda que a administração financeira deve preocupar-se com o
capital de giro.
Na sequência, apresenta-se a equação da necessidade de capital de giro.

Equação 2–Necessidade de Capital de Giro


NCG = ativo cíclico – passivo cíclico

A subtração do passivo permanente e do ativopermanente é chamada de Capital De


Giro (CDG), em que não são consideradas contas cíclicas – o ativo permanente e passivo
permanente. OCapital Permanente Líquido(CPL)tem termos diferentes, conforme Monteiro
(2003), mas apresenta o mesmo formato do CPL (CPL= Passivo não circulante–ativo não
circulante). Abaixo, é apresentada a equação do capital de giro.

Equação 3–Capital de Giro


CDG = passivo permanente – ativo permanente

A diferença entreo ativo errático e opassivo errático é o saldo de tesouraria, sendo de


curto prazo as contas erráticas do ativo e do passivo, possuindo conexão com as atividades
operacionais, podendo ou não serrenováveis. Em conformidade com Monteiro
(2003),queutiliza a chamada Tesouraria na definição T=ativo financeiro – passivo financeiro, a
Necessidade de Capital de Giro (NCG) é financiada pelo Capital de Giro (CDG).
As equações da tesouraria são apresentadas a seguir.
Equação 4–Tesouraria
T = ativo errático – passivo errático

Equação 5–Tesouraria
T = CDG – NCG

Nesse sentido, Michel Fleuriet (1978) afirmaque, com freqüência, as análises são
realizadas sem nenhumaconsideração ao problema inflacionário,resultando em situações
muito complexas da realidade empresarial. Como explica o autor,o resultado pode ser:
a) TesourariaPositiva:comsaldo positivo, o qual indica que as demais contas do
AC apresentam saldos maiores que as demais contas do PC, expressando folga
financeirade fato;
b) Tesouraria Negativa: comsaldo das demais contas do PC maiores do que o
saldo das demais contas do AC, configurando-se Exposição Financeira, pois
serãoutilizados capitais de terceiros de curto prazo para financiar sua atividade
(CRUZ, et al, 2021).
A partir da análise de balanço de valores históricos, a inflação éconsideradaum mal
que atinge a economia e toda a análise financeira.Como consequência, a gestão empresarial
deve ser determinada conformeessarealidade, sendo que a falta de compreensãosignifica
simplesmente correr o risco de uma gestão incompetente e arriscada, com perigo constanteda
descapitalizaçãoempresarial(IUDÍSCIBUS,2017).
Segundo Cruz et al (2021), a partir da resultante do Método Dinâmico, é possível
classificar as empresas em seis tipologias distintas. O quadro 1a seguir, demonstra de forma
objetiva cada uma das tipologias, seus respectivos saldos de Tesouraria, Capital de Giro e NCG,
e seu status de liquidez:

Quadro 1–Tipologias do Método Fleuriet

Fonte: Cruz et al (2021).

OTipo I é caracterizado pelasVendas crescentes e Capital de Giro positivo,em queo


ativo cíclico ou Ativo Circulante (Disponíveis– Entradas) são maiores que o Passivo Circulante
(Contas a pagar – Saídas), e a Necessidade de Capital de Giro negativa. Isso significa que a
empresa tem mais Passivo Permanente (Passivo não Circulante – contas a pagar a longo prazo)
do que Ativo Permanente (Ativo não Circulante – contas a receber a longo prazo) (CRUZ et al,
2021).
Para Cruz et al (2021), o Tipo IIapresentaas Vendas aumentando e Capital de Giro
positivo, e alta Necessidade de Capital de Giro(contas a pagar a longo prazo) inferior ao Capital
de Giro (contas a receber a curto prazo). Esse quadro caracteriza uma situação sólida para a
empresa.
O Tipo III, por sua vez, tem a Tesouraria negativa mesmo com as Vendas positivas
devido a Necessidade de Capital de Giro (Passivo Permanente) ser superior ao Capital de Giro
(Ativo Cíclico). Esta é uma situação insatisfatória para empresa(CRUZ et al, 2021).
O Tipo IVcaracterizasituação péssima, com a Tesouraria negativa, com o Capital de
Giro negativo (contas a pagar a curto prazo elevado),e a Necessidade de Capital de Giro positivo
(muitas contas a pagar a longo prazo)(CRUZ et al, 2021).
O Tipo V, na sequência,tem a Tesouraria negativa, o Capital de Giro (Passivo
Circulante maior que Ativo Circulante) negativo,ea Necessidade de Capital de Giro (Passivo
não Circulante maior que Passivo não Circulante) negativa, respectivamente.Nesse caso, a
situação líquida é considerada muito ruim(CRUZ et al, 2021).
Por fim, o Tipo VI tem a Tesouraria negativa, o Capital de Giro positivo (muitas saídas
a curto prazo), e a Necessidade de Capital de Giro (grande quantidade de saídas a longo prazo)
negativa, respectivamente.Nessa situação, há alto risco dequebrar devido a poucas
disponibilidades, muitas contas a pagar e pouco giro de estoque no contas a receber da empresa
(CRUZ et al, 2021).
Cada um dos tipos apresenta uma representação gráfica específica, segunda Cruz et al
(2021), conforme disposto a seguir.
Figura 1–Disposição gráfica da tipologia do Método Dinâmico

Fonte: Cruz et al (2021).

Segundo Cruz et al (2021), a partir do método dinâmico, pode-se identificar uma série
de riscos, pontos fortes e fracos da organização. Dentre esses, o Saldo de Tesouraria, conforme
esclarecemos autores, deve evitar um status negativo por longos períodos, pois pode denotar a
dependência de recursos de terceiros de curto prazo, gerando o denominado Efeito Tesoura.
Para Andrich et al (2015), o efeito tesoura ocorre quando uma empresa, dependente de
capital de terceiros para financiamento de suas operações e por algum motivo de mercado, tem
suas fontes de recursos de terceiros limitadas, podendo manter suas condições mínimas de
Necessidade de Capital de Giro. Os autores ainda destacam que alguns eventos podem gerar o
denominado Efeito Tesoura, como, por exemplo: políticas de comercialização junto a clientes,
exageradamente permissivas em relação ao prazo para recebimento; estoques mal
dimensionados; políticas de comercialização junto a fornecedores, exageradamente agressivas;
aumento expressivo de prestações de serviços; entre outros.
Por fim, conclui-se esta seção que traz a abordagem teórica desta pesquisa, e passa-se,
então, a discorrer a respeito da abordagem metodológica.
2.3 GESTÃO DA ADMINISTRAÇÃO

A análise das qualidades inerentes à informação contábil permite criar valor no


processo de gerenciamento das organizações.
A Resolução CFC n. 1.374/2011, estabelece a estrutura conceitual para elaboração e
divulgação de relatório contábil-financeiro. Visto que a informação contábil deve conter várias
qualidades para ser julgada útil no processo de gerenciamento das organizações:

Quadro 2 – Qualidades primárias e que adicionam valor


Qualidades primárias Qualidades que adicionam valor
Relevância Comparabilidade
Fidedignidade Verificabilidade
Tempestividade
Compreensibilidade
Fonte: A autora (2021).

A seguir vejamos cada uma dessas qualidades.


A Relevância é um atributo da informação contábil que faz a diferença em um
processo decisório. Isso é possível pela capacidade da contabilidade de definir os cenários
futuros.
Assim, quando a informação contábil é empregada internamente pelos dirigentes e
gerentes, esses cenários estão diretamente ligados ao impacto da decisão sobre o patrimônio e
o desempenho da organização. Ou, quando utilizada pelos usuários externos daorganização,
podem estar ligados a outra finalidade como decisões de investir, comprar, vender, incorporar
a outras organizações, etc.
Com isso, a informação contábil tem valor preditivo se puder servir como dado de
entrada em processos utilizados pelos usuários, para antecipar comportamentos. Para ter a
capacidade de confirmar cenários, a informação contábil necessita retroalimentar o processo
decisório, servindo como feedback comparativo dos impactos causados pela decisão tomada
em uma decisão (CRUZ, ANDRICH E MUGNAINI, 2021).
O valor preditivo e o valor confirmatório da informação contábil estão inter-
relacionados. Toda informação que tem valor preditivo pode ser confirmada quando se espera
que os impactos se concretizem. Por exemplo, ao elaborar um orçamento empresarial, as
organizações predizem comportamentos de receitas, custos, despesas, tributos, fluxos de caixa,
resultados e necessidades patrimoniais e financeiras para um período. Portanto, se estabelece
um cenário futuro baseado em diversas predições, muitas delas originadas das informações
contábeis (ROCHA et al, 2014).
Dessa forma, a informação contábil retroalimenta o processo de gestão do orçamento
da organização. Para ser relevante, a informação contábil também necessita possuir
características de materialidade.
Segundo a Resolução CFC n. 1.374/2011, “a materialidade é um aspecto de relevância
específico da entidade baseado na natureza ou na magnitude, ou em ambos, dos itens para os
quais a informação está relacionada” (RESOLUÇÃO CFC. n. 1.374/2011, QC11, p. 12). Nessa
perspectiva, diz que a informação contábil é material quando sua ausência ou divulgação
distorcida podem influenciar o processo decisório dos usuários.
Portanto, a materialidade pressupõe a perícia e a ética do profissional contábil, de
forma que quando empregadas garante a informação reportada com exatidão a realidade
patrimonial e financeira da entidade. Sendo assim, a relevância da informação pode ser
demonstrada quando sua existência e consideração fortalecerou enfraquecera seleção de
alternativas, confirmandocomportamentos e resultados esperados ou propiciandonovas
abordagens ao processo decisório dos usuários da informação contábil.
A Fidedignidade para ser útil, a informação contábil precisa ter a qualidade de ser
relevante, mas também deve representar com fidedignidade o fenômeno que se propõe
representar. Por isso, é um termo relacionado à veracidade, autenticidade, credibilidade e
confiabilidade da informação contábil. Para se afirmar que a informação contábil é fidedigna,
é necessário a existência de três atributos para a informação:
Contudo, “nem a representação fidedigna de fenômeno irrelevante, tampouco a
representação não fidedigna de fenômeno relevante auxilia os usuários a tomarem boas
decisões” (RESOLUÇÃO CFC n. 1.374/2011, QC17). Logo, a utilidade da informação contábil
depende de relevância e fidedignidade.
A Comparabilidade é a característica da informação contábil que permite aos
usuários identificar e compreender similaridades e diferenças entre os mesmos objetos de
decisão. Um objeto de decisão é aquele para o qual é canalizado todo o esforço de análise,
avaliação e predição (CRUZ, et al, 2021).
Alguns exemplos de objeto de decisão são:
a. obter o maior retorno sobre o investimento;
b. reduzir gastos operacionais de curto prazo;
c. elevar lucros na operação;
d. gerar mais caixa.
Em suma, os objetos de decisão representam os resultados esperados a partir da tomada
de decisão do usuário. Diferentemente de outras características qualitativas da informação
contábil, a comparabilidade não está relacionada a um único item. A comparação requer no
mínimo dois itens para que se possa inferir a melhor ou a pior alternativa.
Ressalta-se que para haver a comparabilidade é necessário que as bases comparativas
estejam consistentes e uniformes. A consistência refere-se ao uso dos mesmos métodos para os
mesmos itens comparáveis, o que pode ser representado como período, base monetária, valor
real ou atualizado. Já a uniformidade diz respeito à estrutura das bases comparativas dos itens
comparáveis. Tais estruturas precisam ser iguais para ocorrer o processo de comparabilidade
(CRUZ, ANDRICH E SCHIER, 2021).
Por exemplo, ao comparar o crescimento do faturamento de um período a outro, faz-
se necessário que algumas regras estejam implícitas na informação contábil, como:
a. As informações devem estar representadas na mesma medida de valor (moeda).
b. Todas as informações estão acumuladas para o mesmo intervalo de meses.
c. Todas as informações referem-se às mesmas fontes de receitas.
Consequentemente, a informação contábil acerca da entidade terá mais utilidade caso
possa ser comparada com uma informação similar, de outras entidades ou com informação
similar sobre a mesma entidade em outro período.
A Verificabilidade é a qualidade da informação contábil referente à capacidade de
comprovação da autenticidade, por qualquer usuário e em qualquer tempo. Para tanto, ela ajuda
a assegurar que a informação contábil represente, com fidedignidade, o fenômeno econômico
que se propõe a representar (ABDALLA et al, 2014).
Em situações da informação contábil, pode não ser possível verificar algumas
explicações e alguma informação sobre o futuro. Assim, para ajudar os usuários a decidirem se
desejam utilizar a informação contábil preventiva é necessário divulgar as premissas, métodos
de obtenção da informação e outros fatores e circunstâncias que foram utilizadas na sua
formação. Essa divulgação permitirá que os usuários possam avaliar se algum item foi aplicado
de forma equivocada, podendorepetir o processo de predição ecriar bases para a tomada de
decisão (ROCHA et al, 2014).
Por outro lado, a Tempestividade está relacionada ao tempo em que a informação está
disponível aos tomadores de decisão. Esse tempo deve ser adequado e dentro do espaço de
tempo em que a decisão vai ser (ou precisa ser) tomada pelos usuários. Geralmente, a
informação mais antiga tem menos utilidade que a informação mais recente.
De acordo com a Resolução CFC n. 1374/2011, “certa informação pode ter o seu
atributo tempestividade prolongado após o encerramento do período contábil, em decorrência
de alguns usuários, por exemplo, necessitarem identificar e avaliar tendências” (RESOLUÇÃO
CFC n. 1374/2011, QC29). Para isso, a informação deve ser tratada como qualquer outro
produto disponível para o consumo (PADOVEZE, 2010).
Algumas vezes não se sabe quando os usuários vão consumir as informações, mas na
maioria das vezes sim. Por isso, a contabilidade tem o papel fundamental de mapear as
necessidades de informações dos usuários internos e externos e criar procedimentos e
ferramentas que lhes permitam acessá-las, com agilidade quando houver necessidade.
Podemos afirmar que, os avanços da tecnologia da informação, sobretudo as
tecnologias aplicadas aos negócios, têm trabalhado muito para criar condições para que a
informação esteja disponível no tempo certo para a tomada de decisão. Algumas vezes, vai além
da manifestação da necessidade do usuário, sendo a própria tecnologia o meio para detectar
situações e criar essas necessidades (SILVA et al, 2014).
Dessa maneira, softwares poderosos, como sistemas integrados de gestão, banco de
dados robustos e soluções de mineração de dados aliados a hardwares mais eficientes, permitem
a identificação de comportamentos e situações empresariais em desacordo e se comunicam com
o usuário da informação para que tome as providências necessárias. Em alguns casos, o próprio
software dá início a uma ação programada que corrige ou inibe a ocorrência de erros e fraudes.
Para se realizar a análise financeira é necessário conhecer a realidade da empresa, seu
planejamento estratégico e principalmente as ferramentas, indicadores financeiros e os desafios
para a tomada de decisão. Segundo o autor Hoji (2014,p.24), “[o]s índices de rentabilidade
verificam o retorno dos capitais investidos, são indicadores vitais para a análise do desempenho
das empresas, através destes indicadores é possível identificar se as empresas são viáveis
operacionais”.
Portanto Guedes (2010), as organizações devem adotar sistemas de gestão eficiente
para se mantiver no mercado, tendo lucro e gerando riquezae sendo muito importante também
na reestruturação de uma empresa em crise, tais como: uma que a gestão financeira
profissional/governança corporativa, e a liquidez, a gestão do capital de giro, e a análise dos
indicadores econômicos e financeiros, que são gerados através dos relatórios contábeis.
Além deste, existem vários indicadores utilizados pela gestão administração
atualmente (ROCHA et al, 2014), e veremos o Método Fleuriet como um deles.

3 ABORDAGEM METODOLÓGICA DA PESQUISA

Esta seção apresenta a metodologia utilizada no desenvolvimento da pesquisa. Para


tanto, traz-se abaixo duas subseções, em que a primeira aborda a classificação e o
delineamentoda investigação, e a segunda, por sua vez, trata sobre os procedimentos
metodológicos, técnicas de coleta, análise de dadose etapas operacionais da pesquisa.

3.1 CLASSIFICAÇÃO E DELINEAMENTO DA PESQUISA

A pesquisa apresentada nesta Dissertaçãoé caracterizada como descritiva, com


abordagem quantitativa e uso do Método Dinâmico, já abordado no referencial teórico. Os
dados têm origem secundária, tendo como fonte os sites das organizações objeto do estudo.
Figuram como objeto as três maiores IES privadas brasileiras: Anima, Cogna e Yduqs.

3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS APLICADOS NA PESQUISA

As etapas operacionais da pesquisa, considerando os objetivos específicos, estão


descritas no quadro abaixo, com as informações de forma de coleta, período de realização da
coleta, amostra, forma de análise e resultado esperado.
Quadro 3–Representaçãometodológica integrada das etapas operacionais
Objetivo Específico Forma Coleta Forma Análise Amostra Resultado Esperado
Análise de
Identificar o contexto geral
Analisar as Demonstrações
dos resultados e do
demonstrações Dados Financeiras – IES Privadas
patrimônio das IES da
financeiras das IES Secundários liquidez, atividade, 2019 e 2020
amostra, antes e durante a
privadas brasileiras endividamento e
pandemia (2019 e 2020)
rentabilidade
Identificar a estrutura
Identificar a estrutura
econômica operacional das
operacional das IES Dados IES Privadas
Método Dinâmico IES da amostra, antes e
antes e durante a Secundários 2019 e 2020
durante a pandemia (2019 e
COVID-19
2020)
Identificar a estrutura
Identificar a estrutura
econômica de tesouraria das
de tesouraria das IES Dados IES Privadas
Método Dinâmico IES da amostra, antes e
antes e durante a Secundários 2019 e 2020
durante a pandemia (2019 e
COVID-19
2020)
Identificar os
principais impactos da
Identificar e descrever os
crise da Covid-19 IES Privadas
- Análise Descritiva principais impactos
junto às estruturas 2019 e 2020
operacionais e de tesouraria.
operacional e de
tesouraria das IES
Fonte: A autora (2021).
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

O mercado do setor da educação superior no Brasil está mudando. Além da busca pelo
EaD, ainda que observada de forma modesta antes do ano 2000, a oferta dessa modalidade de
Cursos Superiores Tecnológicos (CSTs) vem sendo legitimada, sobretudo quando comparada
à oferta dos cursos de graduação mais longos, devido à agilidade com que o aluno termina o
curso (mais prático do que teórico), partindo para o campo de trabalho. Ainda, os custos para
esses tipos de curso são menores para a sociedade, representando rápidocrescimento dos
CSTsem 1999 (TAKAHASHI, 2010).
Nesse período, houve uma oferta significativa desse tipo de curso, conforme
apresentado pelo Censo da Educação Profissional (CENSO), com 74 novos CSTs, sendo que
essa modalidade teve ampliação, de 2000 a 2002, em 74%, e em 2004 o número subiu para 758
novos cursos, com 48,20% pertencentes ao setor público e 51,80% referentes ao setor privado
(BRASIL, 2018). O crescimento dos CSTs continuou acontecendo até 2006,sendo representado
por 15% das graduações nacionais com grande ascensão à época (BRASIL, 2006).
Segundo o INEP, os cursos das áreas administrativas são os mais buscados, referente
ao Censo de Educação Superior realizado em 2006 (BRASIL, 2018). Considerando os
estudantes que concluíram bacharelados, licenciaturas e cursos tecnológicos, tem-se um total
de 736.829 alunos,e os demais estudantes são das áreas do direito, sociais e negócios, somando
299.246 alunos. (BRASIL, 2018).
Segundo o World Education Indicators, o sistema brasileiro de educação superior é
um dos sistemas educacionais mais privatizado do mundo, atrás de poucos países. Entre as IES
públicas, 97 são federais, 75 são estaduais e 59 são municipais. Conforme aborda o mesmo
censo, entre as IES privadas há dois grupos: particulares com fins lucrativos, que somam 1.583
(78,3%), e as comunitárias, filantrópicas ou confessionais, que somam 439 (21,7%). Em relação
aos censos anteriores, a comparação dos dados mostra que a educação superior no Brasil
continua em expansão acelerada, principalmente no que se refere às IES privadas (BRASIL,
2018).
Conforme Censo da Educação Superior de 2018 realizado no Brasil, a quantidade de
instituições de graduação de curso superior é 2.537, com a seguinte classificação: 199 (7,8%)
Universidades (107 públicas e 92 privadas), 230 (9,1%) Centros Universitários (13 públicos e
217 privados), 2.068 (81,5%) Faculdades (139 públicas e 1.929 privadas), e 40 (1,6%)
Instituições Federais (Ifs) e Centros Federais Tecnológicos (CEFETs) do Brasil (BRASIL,
2018).
Na tabela a seguir, estão apresentados os números de IES por Unidade da Federação e
região, baseados nos dados do MEC/INEP de 2018, conforme Censo da Educação Superior
2018. Os dados são apresentados a partir do Número de Instituições de Educação Superior, por
Organização Acadêmica e Localização (Capital e Interior),como apresenta a Unidade da
Federação e a Categoria Administrativa das IES – 2018.
26

Quadro 4 – IES por Unidade da Federação e Região


Instituições
Unidade da
Federação / Centros
Categoria Total Geral Universidades Faculdades IF e CEFET
Universitários
Admin.
Total Cap. Int. Total Cap. Int. Total Cap. Int. Total Cap. Int. Total Cap. Int.
Norte 173 106 67 17 15 2 14 9 5 135 75 60 7 7 -
Nordeste 566 254 312 40 22 18 42 30 12 473 192 281 11 10 1
Sudeste 1.126 304 822 79 30 49 119 36 83 917 232 685 11 6 5
Sul 414 111 303 49 11 38 38 10 28 321 88 233 6 2 4
Centro-Oeste 258 129 129 14 9 5 17 12 5 222 103 119 5 5 -
1.37
TOTAL
2.537 904 1.633 199 87 112 230 97 133 2.068 690 8 40 30 10

Fonte: Brasil (2018).


27

Em relação ao número de empregados/matrícula, segundo o Censo da Educação


Superior de 2018, a tabela abaixo traz os seguintes dados: Relação Matrículas dos Cursos de
Graduação Presenciais/Função Docente em Exercício, por Organização Acadêmica, referente
à Unidade da Federação e à Categoria Administrativa das IES – 2018.

Quadro 5– Relação Matrículas x Função Docente em Exercício


Unidade da Relação Matrículas/Função Docente em Exercício
Federação /
Categoria Centros
Total Universidades Faculdades IF e CEFET
Administrativa Universitários

Norte 18,2 15,2 33,4 21,3 6,9


Nordeste 16,8 13,7 27,2 20,3 8,4
Sudeste 17,9 18,3 22,9 16,4 7,6
Sul 13,2 12,6 19,5 13,4 7,0
Centro-Oeste 16,3 14,0 23,9 19,2 7,5
TOTAL 2.569,2 2.330,8 1.971,4 1.839,1 740,1
Fonte: Brasil (2018).
Notas: 1 – IF/CEFET – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia e Centro Federal de
Educação Tecnológica; 2 – O mesmo professor pode exercer funções docentes em uma ou mais
instituições.

Quanto à quantidade de cursosEaD por matrícula, de 2012 a 2019, segue tabela


apresentando os 15 maiores.
Quadro 6–Quantidade de Cursos – IES por matrícula – 2014 a 2019

Fonte: Hoper (2021).

Na sequência, apresenta-se o quadro dos 10 maiores cursos de EaD em IES privadas.


Figura 2–Maiores cursos EaDs em IES privadas

Fonte: Hoper (2021).

No próximo quadro, observa-se o Percentual de Despesas totais (exceto Folha) sobre


Faturamento Total – Faculdade, Centro Universitário e Universidade de 2017.

Figura 3– Percentual de Despesas totais sobre Faturamento Total


Pesquisa Hoper/Financ - IES 2018 Pesquisa Hoper/Financ - IES 2018
Distribuição de IES por Faixa dePercentual de Distribuição de IES por Faixa de Percentual de
Despesas Totais(exceto Folha) sobre FaturamentoTotal Despesas Totais (exceto Folha) sobre Faturamento
– Faculdade, Centro Universitário e Universidade – Total – IES com e sem Fins Lucrativos – 2017
2017

Fonte: Hoper (2019).

Comparando as informações dos dois períodos de 2006 a 2018 (BRASIL, 2018),


observa-se, nos últimos 12 anos, que houve um aumento das IES no
Brasil.Conseqüentemente,houve aumento no número de matrículas, com um total de 8.450.775
em 2018, em que Universidades tiveram 4.467.698 (52,9%) registros, Centros Universitários
tiveram 1.906.327 (22,6%) registros, e Faculdades e CEFETs tiveram 1.879.228 (22,2%) e
197.506 (2,3%) registros, respectivamente.
A educação privada vem se reinventando, e a gestão das IES segue sobrevivendo para
buscar melhores resultados, com retorno lento de matrículas de graduação presencial e EaD.
Isso se dá devido às ocorrências de grandes picos desde 2003, com o aumento de matrículas em
quase 14%, queda negativa em 2009 devido a uma crise econômica, retomada em 2014 para
quase 8%, considerando outra crise internacional em 2016,e com nova queda negativa em 2019,
tentando voltar ao positivo (HOPER, 2019).
Em relação a busca por educação durante a pandemia, segue o histórico de quantidade
de ingressantes Presenciais e EaD.

Figura 4 – Tabelade ingressos presenciais e EAD (fonte dados MEC/INEP e Censo 2019)

Fonte: Hoper (2021).

A Hoper realiza anualmente estudos que possam evidenciar o comportamento do


mercado, considerando a evolução da receita líquida gerada pelo setor, quando considerado
apenas as receitas oriundas de matrículas presencial e EaD (Hoper, 2021).
Abaixo estimativa de Receita do Setor Educacional de 2020.
Figura 5 – Tabelaestimativa de Receita Líquida das IES – Presencial e Ead

Fonte: Hoper (2021).

Baseado na primeira colocação, o Grupo YDUQS (7,4%), em seguida bem próximo


pelo Grupo Kroton (7,2%). Se contextualizarmos para 2021, com a movimentação das
consolidações, o Grupo Anima despontaria nessa análise. Grande parte desses grupos teve
melhor desempenho na modalidade EaD, comparando com o presencial (Hoper, 2021).
Segue estimativa de receita líquida do setor de educação 2020.

Figura 6 – Estimativasetor de Educação de Receita Líquida - 2020

Fonte: Hoper (2021).


Baseado nos números (Hoper, 2021) o primeiro lugar fica para o Grupo Kroton
(12,1%) com 768.540 alunos, e em segundo lugar o Grupo YDUQS (10.4%) com 660.800
alunos.
O panorama do Brasil está instável em relação ao PIB durante esses últimos 20 anos
(2000 a 2020) e, de acordo com a realidade atual, devido ao Coronavírus (que ocasiona a Covid-
19), a partir de março de 2020, tem-se visto um impacto muito grande na política, economia e
ainda na saúde pública. Com a pandemia, surgiu a necessidade de realização de atividades
online, fazendo com que as IES sejam obrigadas a se reinventar e utilizar as plataformas EaD
para cursos presenciais (HOPER, 2019).

4.2 DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS: ANIMA

Conhecida anteriormente como GAEC Educação S.A.,a Anima Holding S.A. é uma
companhia brasileira pertence ao setor de educação na região de São Paulo e Minas Gerais,
através de algumas controladas, sendo: Cultura Uni-BH AS, HSM do Brasil S.A, Minas Gerais
Educação S.A., Posse Gestão Patrimonial S.A.e Instituto Mineiro de Educação. A empresa
divide-se no segmento de ensino superior e gestão vertical, tanto na educação formal quanto na
educação a distância, com cursos universitários de especialização profissional, e cursos de
graduação, pós-graduação, mestrado, doutorado e extensão. Nagestão vertical inclui
congressos, fóruns, seminários, cursos de especialização e cursos in-company para
profissionais, e publicação de livros e revistas relacionados a gestão e negócios.
(INVESTING.COM, 2021).
A Anima Holding S.A iniciou o mercado aberto no primeiro trimestre de 2019. Em
seu quadro, conta com 4.046 colaboradores e com 320.264mil alunos.Faturou o valor de R$
585,95(em milhões) em T21.Com relação à aplicação e à análise do método dinâmico, junto à
Anima, considerando os períodos de 4T19 e 1T21, pode-se observar uma diferença entre os
períodos analisados e, ao mesmo tempo,entre as IES analisadas.
Abaixo, apresenta-se oBalanço Patrimonial do período de 4T19 até 1T21 da IES
Anima.
Quadro 7 – Balanço Patrimonial Anima (4T19-1T21)
2019 2020 2020 2020 2020 2021
Encerramento do Exercício:
4T19 1T20 2T20 3T20 4T20 1T21
Total do Ativo Circulante 455,92 1281,06 1312,38 1309,4 2106,41 1860,92
Caixa e Investimentos de Curto Prazo 182,59 931,89 793,3 789,76 1277,85 1223,39
Caixa 11,79 7,75 15,57 56,34 17,16 10,62
Caixa e Equivalentes de Caixa 19,76 28,69 26,35 28 56,03 51,61
Investimentos de Curto Prazo 151,04 895,45 751,39 705,43 1204,67 1161,16
Contas a Receber, Líquido 265,25 335,99 505,04 509,45 787,67 565,31
Contas a receber - comércio ,Líquido 213,35 272,87 302,43 318,36 343,6 365,44
Inventário - - - - - -
Despesas Antecipadas - - - - - -
Outros Ativos Circulantes, Total 8,07 13,18 14,03 10,19 40,89 72,22
Total do Ativo 2400,02 3356,9 3445,26 3702,6 4582,44 4982,4
Imobilizado - Líquido 898,62 948,04 945,15 977,04 979,61 1140,97
Imobilizado - Bruto 1187,97 1258,01 1269,38 1307,98 1323,29 1538,56
Depreciação Acumulada, Total -289,35 -309,96 -324,22 -330,94 -343,68 -397,6
Ágio, Líquido 472,17 574,58 715,57 848,93 816,06 1103,81
Intangíveis, Líquido 346,77 311,32 318,41 324,01 432,95 617,59
Investimentos de Longo Prazo - - - 0,05 10,82 16,32
Realizável a Longo Prazo 122,77 139,93 49,96 173,85 164,7 169,16
Outros Ativos de Longo Prazo, Total 103,76 101,96 103,8 69,31 71,88 73,63
Outros Ativos, Total - - - - - -
Total do Passivo Circulante 339,93 336,19 381,58 442,67 441,04 495,52
A Pagar/Acumulado 31,98 41,95 44,38 43,08 48,83 46,08
A Recolher/Auferidos - - - - - -
Investimentos de Curto Prazo 83,57 93,17 140,82 166,06 117,4 140,23
Notas a Receber/Empréstimos de Curto
- - - - - -
Prazo
Parcela Circulante das Obrigações de
128,12 120,07 111,16 123,64 170,04 176,36
Arrendamento Mercantil
Outros Passivos Circulantes, Total 96,25 81 85,22 109,89 104,78 132,85
Total do Passivo 1709,59 1691,76 1790,2 2045,78 2076,92 2422,24
Total de Endividamento de Longo Prazo 1117,58 1104,05 1088,32 1205,65 1147,32 1283,12
Endividamento de Longo Prazo 587,03 538,85 526,74 588 521,17 502,43
Obrigações de Arrendamento Mercantil 530,54 565,2 561,58 617,65 626,15 780,69
Imposto de Renda Diferido 70,06 71,02 72,56 74,12 111,83 169,84
Participação de Acionistas Não
- - 1 5,71 20,96 23,05
Controladores
Outros Passivos, Total 182,02 180,5 246,74 317,63 355,78 450,7
Total do Patrimônio Líquido 690,43 1665,14 1655,07 1656,83 2505,52 2560,16
Ações Preferenciais Resgatáveis - - - - - -
Ágio, Líquido - - - - - -
Ações Ordinárias, Total 531,41 1631,62 1651,62 1651,62 2569,62 2569,62
Capital Social integralizado Adicional -28,64 -77,78 -78,55 -79,38 -115,98 -117,46
Lucros Retidos (Prejuízos Acumulados) 267,25 248,43 262,07 192,35 159,64 215,77
Ações em Tesouraria - Ordinárias -10,02 -67,58 -110,51 -38,21 -38,21 -38,21
Garantia de Dívida de Opções de
- - - - - -
Compra de Ações
Ganho/(Perda) não Realizado(a) - - - - - -
Outros Patrimônios Líquidos, Total -69,57 -69,57 -69,57 -69,57 -69,57 -69,57
Total do Passivo e Patrimônio Líquido 2400,02 3356,9 3445,26 3702,6 4582,44 4982,4
Ações Ordinárias em Circulação 79,29 106,75 314,95 316,3 397,31 397,3
Fonte: INVESTING.COM (2021).
O gráfico seguinte apresenta os números da Anima, baseado nas fórmulas de cálculo
a que chegamos.

Figura 7– Método Dinâmico Anima

Método Dinâmico Anima


3000

2500

2000
Título do Eixo

1500 CAPITAL DE GIRO


(CDG)
1000
NECESSIDADE DE
500 CAPITAL DE GIRO (NCG)
0
4T19 1T20 2T20 3T20 4T20 1T21
-500

-1000
Fonte: A autora (2021).

O fluxo de caixa obteve uma variação crescente durante os períodos apresentados e,


com isso, entende-se que cada trimestre teve sua especificidade de acordo com as
transformações pela qual passou a empresa.
O lucro líquido do grupo Anima (ANIM3) no segundo trimestre deste ano foi de R$
18,7 milhões, crescendo 42,3% a mais em relação ao ano de 2020. A receita líquida, por sua
vez, aumentou 44,2% a mais que no ano passado. A quantidade de alunos teve uma alta de
178,5% em relação ao segundo trimestre de 2020, terminando o T21 com 320.264 alunos
acadêmicos.
A Anima afirma que:

O crescimento é resultado das aquisições realizadas em 2020 (UniFG e Unisul) e 2021


(Milton Campos e unidades em integração junho/21), mas especialmente pelas
instituições em integração a partir de junho/2021, que adicionaram uma base de alunos
maior que o total registrado até maio/2021. (MERCADO1M, 2021)

A tipologia por período saiu de uma situação Péssima – Tipo IV em 4T19 para Tipo
III - situação insatisfatória, de 1T20 a 4T20, passando a ter uma situação sólida – Tipo II no
1T21, devido às aquisições citadas acima.
Na sequência, apresenta-se uma análise com as variações de crescimento do 4T19 a
1T21.
Quadro 8 – Análise Anima – Variações de crescimento
2019 2020 2020 2020 2020 2021 Variações
Encerramento do Exercício:
4T19 1T20 2T20 3T20 4T20 1T21
Total do Ativo Circulante 455,92 1281,06 1312,38 1309,4 2106,41 1860,92 579,86
Caixa e Investimentos de Curto Prazo 182,59 931,89 793,3 789,76 1277,85 1223,39 291,50
Caixa 11,79 7,75 15,57 56,34 17,16 10,62 2,87
Caixa e Equivalentes de Caixa - Tipo 19,76 28,69 26,35 28 56,03 51,61 22,92
Investimentos de Curto Prazo 151,04 895,45 751,39 705,43 1204,67 1161,16 265,71
Contas a Receber, Líquido 265,25 335,99 505,04 509,45 787,67 565,31 229,32
Contas a receber - comércio ,Líquido 213,35 272,87 302,43 318,36 343,6 365,44 92,57
Inventário - - - - - - -
Despesas Antecipadas - - - - - - -
Outros Ativos Circulantes, Total 8,07 13,18 14,03 10,19 40,89 72,22 59,04
Total do Ativo 2400,02 3356,9 3445,26 3702,6 4582,44 4982,4 1625,50
Imobilizado – Líquido 898,62 948,04 945,15 977,04 979,61 1140,97 192,93
1307,9
Imobilizado – Bruto 1187,97 1258,01 1269,38 1323,29 1538,56 280,55
8
Depreciação Acumulada, Total -289,35 -309,96 -324,22 -330,94 -343,68 -397,6 -87,64
Ágio, Líquido 472,17 574,58 715,57 848,93 816,06 1103,81 529,23
Intangíveis, Líquido 346,77 311,32 318,41 324,01 432,95 617,59 306,27
Investimentos de Longo Prazo - - - 0,05 10,82 16,32 -
Realizável a Longo Prazo 122,77 139,93 49,96 173,85 164,7 169,16 29,23
Outros Ativos de Longo Prazo, Total 103,76 101,96 103,8 69,31 71,88 73,63 -28,33
Outros Ativos, Total - - - - - - -
Total do Passivo Circulante 339,93 336,19 381,58 442,67 441,04 495,52 159,33
A Pagar/Acumulado 31,98 41,95 44,38 43,08 48,83 46,08 4,13
A Recolher/Auferidos - - - - - - -
Investimentos de Curto Prazo 83,57 93,17 140,82 166,06 117,4 140,23 47,06
Notas a Receber/Empréstimos de
- - - - - - -
Curto Prazo
Parcela Circulante das Obrigações de
128,12 120,07 111,16 123,64 170,04 176,36 56,29
Arrendamento Mercantil
Outros Passivos Circulantes, Total 96,25 81 85,22 109,89 104,78 132,85 51,85
2045,7
Total do Passivo 1709,59 1691,76 1790,2 2076,92 2422,24 730,48
8
Total de Endividamento de Longo 1205,6
1117,58 1104,05 1088,32 1147,32 1283,12 179,07
Prazo 5
Endividamento de Longo Prazo 587,03 538,85 526,74 588 521,17 502,43 -36,42
Obrigações de Arrendamento
530,54 565,2 561,58 617,65 626,15 780,69 215,49
Mercantil
Imposto de Renda Diferido 70,06 71,02 72,56 74,12 111,83 169,84 98,82
Participação de Acionistas Não
- - 1 5,71 20,96 23,05 -
Controladores
Outros Passivos, Total 182,02 180,5 246,74 317,63 355,78 450,7 270,20
1656,8
Total do Patrimônio Líquido 690,43 1665,14 1655,07 2505,52 2560,16 895,02
3
Ações Preferenciais Resgatáveis - - - - - - -
Ágio, Líquido - - - - - - -
1651,6
Ações Ordinárias, Total 531,41 1631,62 1651,62 2569,62 2569,62 938,00
2
Capital Social integralizado
-28,64 -77,78 -78,55 -79,38 -115,98 -117,46 -39,68
Adicional
Lucros Retidos (Prejuízos
267,25 248,43 262,07 192,35 159,64 215,77 -32,66
Acumulados)
Ações em Tesouraria – Ordinárias -10,02 -67,58 -110,51 -38,21 -38,21 -38,21 29,37
Garantia de Dívida de Opções de
- - - - - - -
Compra de Ações
Ganho/(Perda) não Realizado(a) - - - - - - -
Outros Patrimônios Líquidos, Total -69,57 -69,57 -69,57 -69,57 -69,57 -69,57 0,00
Total do Passivo e Patrimônio
2400,02 3356,9 3445,26 3702,6 4582,44 4982,4 1625,50
Líquido
Ações Ordinárias em Circulação 79,29 106,75 314,95 316,3 397,31 397,3 290,55
Ações Preferenciais em Circulação - - - - - - -
Total do Passivo e Patrimônio
0,00
Líquido
Ações Ordinárias em Circulação 0,00
Ações Preferenciais em Circulação - - -
Fonte: A autora (2021).

As aquisições resultaram na dobra no volume do ágio, do ativo intangível da empresa,


contas a receber líquido e investimentos a curto prazo em relação ao primeiro trimestre de 2020.
A Anima, com a aquisição da rival Laureate, da educação online, teve um acréscimo
de61 mil alunos. Segundo o presidente da Anima, Marcelo Bueno:

Muitos não entenderam o nosso movimento, mas queríamos sair da dicotomia de que
o EAD tinha baixo tíquete e qualidade inferior para um modelo híbrido, em que o
estudante iria escolher o quanto e como ele usaria". (As informações são do jornal O
Estado de S. Paulo). (INVESTIG.COM, 2021)

As variações provam o quão importante foi a estratégia de compra de outras IES,


mesmo em meio ao período da Covid-19, gerando maior competitividade no mercado da
educação.
Na sequência, passa-se a apresentar a descrição dos dados da Cogna.

4.3 DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS: COGNA

A Cogna Educação S.A., antes conhecida comoKroton Educacional S.A., é uma


companhia que atua no sul e sudeste, na educação privada, com as marcas: Anhanguera, Fama,
Pitagoras, Unic, Unime e Unopar. A companhia desenvolve-se em escolas primárias e
secundárias, cursos vocacionais, e pós-graduação.Faz parte do K-12: ensino superior, ensino
secundário, ensino superior à distância (EaD), e educação básica. Trabalha com ferramentas de
apoio educacional, escolas primárias próprias e gerenciadas, consultoria de gestão escolar,
coleta e desenvolvimento de materiais de ensino, e outros. Também atua na área de livros
didáticos, revistas e outras publicações relacionadas à educação, tais como: no atacado, varejo,
distribuição, importação e exportação de livros didáticos.(INVESTING.COM, 2021).
A Cogna Educação S.A. tem 70 anos no mercado, com capital aberto em 2007 com o
nome Kroton, através da B3, antiga BM&FBovespa. Em 2013, a Kroton, depois de adquirir o
Grupo IUNI Educacional e a Unopar (Universidade Norte do Paraná), fundiu com a
Anhanguera, tornando-se líder no ensino presencial e na educação à distância. (INFOMONEY,
2021). Seu quadro conta com 26.933 colaboradores, 844 mil alunos, e 1.3 bilhões de reais em
2T21 (COGNA, 2021);
Abaixo, apresenta-se a coleta de dados com a Demonstração Contábil da IES Cogna:

Quadro 9– Demonstração Contábil Cogna


2019 2020 2020 2020 2020 2021
Encerramento do Exercício:
4T19 1T20 2T20 3T20 4T20 1T21
Total do Ativo Circulante 4478,5 6448,99 7231,38 8369,93 9272,02 8397,08
Caixa e Investimentos de Curto
825,63 2909,3 3712,15 5241,98 4181,78 3480,23
Prazo
Caixa 0,06 11,06 13,84 28,87 19,44 12,95
Caixa e Equivalentes de Caixa - - - 2665,02 - -
Investimentos de Curto Prazo 825,57 2898,23 3698,32 5213,1 4162,34 3467,28
Contas a Receber, Líquido 3168,62 3062,79 3009,49 2629,03 2257,98 2099,55
Contas a receber - comércio
2586,53 2380,61 2270,51 2071,1 1876,8 1729,6
,Líquido
Inventário 407,12 403,61 428,26 408,02 366,4 392,08
Despesas Antecipadas 77,08 73,29 81,48 90,92 63,31 42,17
Outros Ativos Circulantes, Total - - - - 2402,54 2383,04
Total do Ativo 34118 36283,3 36086,57 36080,85 30783,79 29801,91
Imobilizado – Líquido 5855,26 5952,91 5869,4 5847,08 4344,17 4330,36
Imobilizado – Bruto - 8281,4 8318,9 8420,26 6558,68 6607,56
Depreciação Acumulada, Total - -2328,49 -2449,5 -2573,19 -2214,51 -2277,2
Ágio, Líquido 19641,31 19591,87 19513,56 18599,82 14175,64 14169,83
Intangíveis, Líquido 880,92 880,32 877,36 874,28 842,66 826,93
Investimentos de Longo Prazo 276,18 281,35 278,45 283,88 87,81 87,75
Realizável a Longo Prazo 982,22 1161,09 858,1 866,29 982,22 951,34
Outros Ativos de Longo Prazo,
2004,1 1966,79 1458,33 1239,56 1079,27 1038,62
Total
Outros Ativos, Total - - - - - -
Total do Passivo Circulante 2750,6 3280,07 3209,56 4316,98 5261,92 9627,52
A Pagar/Acumulado 997,06 843,37 702,8 779,75 919,13 886,41
A Recolher/Auferidos - - - - - -
Investimentos de Curto Prazo 565,32 550,63 597,75 625,18 417,36 408,58
Notas a Receber/Empréstimos de
- - - - - -
Curto Prazo
Parcela Circulante das Obrigações
727,3 1428,17 1489,66 2576,1 2169,12 6623,53
de Arrendamento Mercantil
Outros Passivos Circulantes, Total 460,94 457,91 419,34 335,94 1756,31 1709
Total do Passivo 18286 17988,7 18240,57 18889,68 17574,71 16674,35
Total de Endividamento de Longo
11378,74 10714,6 11220,81 9817,01 8084,54 2944,03
Prazo
Endividamento de Longo Prazo 7505,04 6708,13 7207,73 5759,79 5172,17 0,78
Obrigações de Arrendamento
3873,7 4006,47 4013,07 4057,21 2912,37 2943,26
Mercantil
Imposto de Renda Diferido 786,95 760,41 766,32 742,5 495,94 451,34
Participação de Acionistas Não
2,86 4,18 6,94 1064,52 1076,08 1076,35
Controladores
Outros Passivos, Total 3366,87 3229,41 3036,94 2948,68 2656,23 2575,11
Total do Patrimônio Líquido 15832,41 18294,66 17846 17191,17 13209,08 13127,55
Ações Preferenciais Resgatáveis - - - - - -
Ágio, Líquido - - - - - -
Ações Ordinárias, Total 5111,68 7667,61 7667,61 7667,61 7667,61 7667,61
Capital Social integralizado
- - - - - -
Adicional
Lucros Retidos (Prejuízos
10842,16 10728,4 10279,56 9622,65 5640,56 5558,59
Acumulados)
Ações em Tesouraria – Ordinárias -121,43 -101,35 -101,18 -99,09 -99,09 -98,65
Garantia de Dívida de Opções de
- - - - - -
Compra de Ações
Ganho/(Perda) não Realizado(a) - - - - - -
Outros Patrimônios Líquidos, Total - - - - - -
Total do Passivo e Patrimônio
34118 36283,3 36086,57 36080,85 30783,79 29801,91
Líquido
Ações Ordinárias em Circulação 1635,13 1868,79 1868,81 1868,97 1868,97 1869,09
Fonte: INVESTING.COM (2021).

Abaixo, está disposto o gráfico da IES Cognado 4T19 ao 1T21.

Figura 8–Capital de Giro e Necessidade de Capital de Giro Cogna


10000

5000

0
4T19 1T20 2T20 3T20 4T20 1T21 CAPITAL DE GIRO
-5000
NECESSIDADE DE
CAPITAL DE GIRO
-10000

-15000

-20000
Fonte: A autora (2021).

O gráfico demonstra um período estável da necessidade do capital de giro durante o


4T19 a 4T20, que traduz uma situação financeiraTipo IV – situação péssima, e a queda em
1T21, passando para uma situação muito ruim – Tipo V.
Abaixo, se observa as variações de 1T20 e 1T21 em relação ao período da pandemia:
Quadro 10–Demonstração Contábil Cogna – Variações 1T20 e 1T21
2019 2020 2020 2020 2020 2021 Variações
Encerramento do Exercício:
4T19 1T20 2T20 3T20 4T20 1T21
Total do Ativo Circulante 4478,5 6448,99 7231,38 8369,93 9272,02 8397,08 1948,09
Caixa e Investimentos de Curto
825,63 2909,3 3712,15 5241,98 4181,78 3480,23 570,93
Prazo
Caixa 0,06 11,06 13,84 28,87 19,44 12,95 1,89
Caixa e Equivalentes de Caixa - - - 2665,02 - - -
Investimentos de Curto Prazo 825,57 2898,23 3698,32 5213,1 4162,34 3467,28 569,05
Contas a Receber, Líquido 3168,62 3062,79 3009,49 2629,03 2257,98 2099,55 -963,24
Contas a receber - comércio
2586,53 2380,61 2270,51 2071,1 1876,8 1729,6 -651,01
,Líquido
Inventário 407,12 403,61 428,26 408,02 366,4 392,08 -11,53
Despesas Antecipadas 77,08 73,29 81,48 90,92 63,31 42,17 -31,12
Outros Ativos Circulantes, Total - - - - 2402,54 2383,04 -
Total do Ativo 34118 36283,3 36086,57 36080,85 30783,79 29801,91 -6481,41
Imobilizado - Líquido 5855,26 5952,91 5869,4 5847,08 4344,17 4330,36 -1622,55
Imobilizado - Bruto - 8281,4 8318,9 8420,26 6558,68 6607,56 -1673,84
Depreciação Acumulada, Total - -2328,49 -2449,5 -2573,19 -2214,51 -2277,2 51,29
Ágio, Líquido 19641,31 19591,87 19513,56 18599,82 14175,64 14169,83 -5422,04
Intangíveis, Líquido 880,92 880,32 877,36 874,28 842,66 826,93 -53,39
Investimentos de Longo Prazo 276,18 281,35 278,45 283,88 87,81 87,75 -193,6
Realizável a Longo Prazo 982,22 1161,09 858,1 866,29 982,22 951,34 -209,75
Outros Ativos de Longo Prazo,
2004,1 1966,79 1458,33 1239,56 1079,27 1038,62 -928,17
Total
Outros Ativos, Total - - - - - - -
Total do Passivo Circulante 2750,6 3280,07 3209,56 4316,98 5261,92 9627,52 6347,45
A Pagar/Acumulado 997,06 843,37 702,8 779,75 919,13 886,41 43,04
A Recolher/Auferidos - - - - - - -
Investimentos de Curto Prazo 565,32 550,63 597,75 625,18 417,36 408,58 -142,05
Notas a Receber/Empréstimos
- - - - - - -
de Curto Prazo
Parcela Circulante das
Obrigações de Arrendamento 727,3 1428,17 1489,66 2576,1 2169,12 6623,53 5195,36
Mercantil
Outros Passivos Circulantes,
460,94 457,91 419,34 335,94 1756,31 1709 1251,09
Total
Total do Passivo 18286 17988,7 18240,57 18889,68 17574,71 16674,35 -1314,31
Total de Endividamento de
11378,74 10714,6 11220,81 9817,01 8084,54 2944,03 -7770,57
Longo Prazo
Endividamento de Longo Prazo 7505,04 6708,13 7207,73 5759,79 5172,17 0,78 -6707,35
Obrigações de Arrendamento
3873,7 4006,47 4013,07 4057,21 2912,37 2943,26 -1063,21
Mercantil
Imposto de Renda Diferido 786,95 760,41 766,32 742,5 495,94 451,34 -309,07
Participação de Acionistas Não
2,86 4,18 6,94 1064,52 1076,08 1076,35 1072,17
Controladores
Outros Passivos, Total 3366,87 3229,41 3036,94 2948,68 2656,23 2575,11 -654,3
Total do Patrimônio Líquido 15832,41 18294,66 17846 17191,17 13209,08 13127,55 -5167,11
Ações Preferenciais Resgatáveis - - - - - - -
Ágio, Líquido - - - - - - -
Ações Ordinárias, Total 5111,68 7667,61 7667,61 7667,61 7667,61 7667,61 0
Capital Social integralizado
- - - - - -
Adicional
Lucros Retidos (Prejuízos
10842,16 10728,4 10279,56 9622,65 5640,56 5558,59 -5169,81
Acumulados)
Ações em Tesouraria -
-121,43 -101,35 -101,18 -99,09 -99,09 -98,65 2,7
Ordinárias
Garantia de Dívida de Opções
- - - - - - -
de Compra de Ações
Ganho/(Perda) não Realizado(a) - - - - - - -
Outros Patrimônios Líquidos,
- - - - - - -
Total
Total do Passivo e Patrimônio
34118 36283,3 36086,57 36080,85 30783,79 29801,91 -6481,41
Líquido
Ações Ordinárias em Circulação 1635,13 1868,79 1868,81 1868,97 1868,97 1869,09 0,3
Ações Preferenciais em
- - -
Circulação
Fonte: A autora (2021).

Acima, é possível observar um forte crescimento do Ativo Imobilizado, dos


Investimentos a Curto Prazo e do Ágio Líquido. Em contrapartida, tem-se um considerável
aumento na conta do Passivo Circulante – Obrigações com Arrendamento Mercantil, devido ao
investimento em equipamentos de informática e biblioteca.
Observando as variações dos períodos de 4T19 A 1T21, não houvegrande impacto em
relação à Covid-19 nas contas do Ativo Circulante, ocorrendoapenas uma redução no Contas a
Receber e no Ativo Permanente – Imobilizado, umae redução do Lucro Acumulado em relação
às aquisições dos equipamentos, gerando o endividamento à Curto Prazo na empresa.
Na sequência, passa-se a apresentar a descrição dos dados da Yduqs.

4.4 DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS: YDUQS

A YDUQS Participações S.A., antes Estácio, com 16.495 alunos, tem unidades nas
regiões Sul, Sudeste e Nordeste. Tornou-se de capital aberto em 2020, considerada uma das
maiores organizações privadas no setor de ensino superior no Brasil, apresentando resultados
referentes ao segundo trimestre com total de R$143,5 milhões. A partir de maio de 2020, o
grupo Adtalem Brasil Holding Ltda, e em agosto de 2020, o Grupo Athenas Educacional,
adotando práticas contábeis brasileiras (BRGAAP) e IFRS (Normas internacionais) e a Lei das
Sociedades Anônimas, com resultados consolidados.
Os relatórios apresentados contêm previsões de expectativas futuras, sujeitas a
mudanças e incertezas, de acordo com as informações e situações forem surgindo para serem
concretizadas no devido momento para evitar riscos e incertezas, e novas informações mais
atuais irão sendo atualizadas nos relatórios subsequentes.
Abaixo, apresenta-se o levantamento dos números patrimoniais da IES YDYQS.

Quadro 11– Números Patrimoniais Yduqs


Em R$ milhões 1T19 4T19 1T20 4T20 1T21
Ativo Circulante 1.749,50 1.475,70 3.332,00 2.736,40 3.068,00
Caixa e equivalentes 8,7 12,3 10,4
Títulos e valores mobiliários 877,1 596,9 2.535,20
Contas a receber 713 759,6 641,7
Adiantamentos a funcionários/terceiros 6,1 6,8 12,1 22,2 16,8
Despesas antecipadas 14,7 7 16,4 8,2 23,9
Impostos e contribuições 119,9 80,1 68,9 137,6 86,3
Diferencial de Swap a receber - - 32,8 33,3 13,5
Outros 10 13,1 14,5 10,5 12,2
Ativo Não-Circulante 3.903,30 4.036,80 4.303,80 6.524,70 6.574,70
Realizável a Longo Prazo 604,0 693,8
917,5 886,8
Diferencial de Swap a Receber LP 121,9 120,8
Contas a receber LP 211,1 261,6 329,3 214,2
Despesas antecipadas LP 5,4 4,8 4,7 4,1
Depósitos judiciais LP 83,1 76,1 76,5 102,7
Impostos e contribuições LP 120,1 176,4 183,1 107,7
Impostos diferidos e outros 184,3 175 202,1 322,6
Permanente 3.299,00 3.342,60 3386,3 5637,9 5692,5

Investimentos 0,3 0,3


Imobilizado 1.884,80 1.732,20 1.764,80 2.451,10 2.512,40
Intangível 1.414,20 1.610,40 1.621,20 3.186,50 3.179,80
Total do Ativo 5.652,70 5.512,50 7.635,80 9.261,10 9.642,70
Em R$ milhões 4T19 4T19 1T20 4T20 1T21
Passivo Circulante 923,3 674,9 977,7 1292,7 1215,8
Empréstimos e financiamentos 196,5 13,6 216,3 356 278,4
Arrendamento Mercantil 161,8 156,5 146,3 199,5 217,3
Fornecedores 124,7 126,7 170,1 251,2 267,1
Swap a pagar 34,3 20,1
Salários e encargos sociais 187,8 136,4 176,9 202,2 251,4
Obrigações tributárias 49,2 36 62 106,7 69,3
Mensalidades recebidas 20,8 18,4 15,7
antecipadamente 44,2 16,9
Adiantamento de convênio circulante - 3,3 0 5 4,6
Parcelamento de tributos 3,3 3,7 3,6 3,5 3,5
Preço de aquisição a pagar 16,5 19,1 21,7 57,9 55,3
Dividendos a Pagar 153,2 153,5 153,5 23,4 23,3
Outros 9,5 7,6 8,4 8,8 8,6
Exigível a Longo Prazo 1.893,60 1.735,30 3.382,70 4.763,40 5.169,80
Empréstimos e financiamentos 613,8 601,5 2.986,10 3.434,60
Arrendamento Mercantil LP 1.066,80 880 905 246,8 248,3
Adiantamento de convênio - 28 27,2 1.151,80 1.221,50
Diferencial de SWAP a Pagar ELP 127,3 34,4
Adiantamento de convênio 41,1 40,3
Parcelamento de tributos LP 6,2 11 10,6 9,1 8,8
Provisão para desmobilização de ativos 27,3 27,5 27,8 89,9 74,6
Impostos diferidos 3,8 2,9 2,3
Preço de aquisição a pagar LP 15,3 44,5 42,3 89,9 85,9
Outros LP 21,1 21,3 21,3 21,4 21,4
Patrimônio Líquido 2.835,90 3.102,40 3.275,40 3.205,00 3.257,10
Capital social 1.139,90 1.139,90 1.139,90 1.139,90 1.139,90
Custo com emissão de ações -26,9 -26,9 -26,9 -26,9 -26,9
Reservas de capital 670 674 678,4 687,5 696,4
Reservas de lucros 1.016,60 863,2 1.509,30 1.465,80 1.465,80
Dividendos adicionais propostos 118,4 118,4
Resultado do período 240,8 646,1 167,9 43,2
Ações em Tesouraria -204,6 -194 -193,2 -179,8 -179,8
Total do Passivo e Patrimônio Líquido 5.652,70 5.512,50 7.635,80 9.261,10 9.642,70
Fonte: A autora (2021).

Na sequência, está disposta figurada IES YDUQS dos períodos 4T19 ao 1T21.

Figura 9– Necessidade de Capital de Giro e Capital de Giro Próprio YDUQS


3.000,00

2.500,00

2.000,00
NECESSIDADE DE
1.500,00 CAPITAL DE GIRO
(NCG)
1.000,00
CAPITAL DE GIRO
500,00 PRÓPRIO (CCL)

0,00
4T19 1T20 2T20 3T20 1T21
-500,00

-1.000,00
Fonte: A autora (2021).

O gráfico demonstra os saldos de Tesouraria positiva, e uma situação excelente – Tipo


I em 4T19 e 1T20, para um saldo de Vendas positivo e situação sólida – Tipo II nos trimestres
de 2T20 a 1T21.
Houve um crescimento da Yduqs mesmo no período difícil, conforme comenta Willian
Klein: “Yduqs vem crescendo desde o inícioda pandemia, ficando com melhor vantagem que a
Cogna. com experiência no ensino à distância, custo mais baixo e com acesso ao interior do
País.”(O Estado de S. Paulo)
Eduardo Parente, presidente da Yduqs, afirma que: “Apesar do pilar do ensino online
ser muito importante, a pandemia veio para confirmar a necessidade do ensino presencial. Cerca
de 85% dos alunos do EaD preferiam estar no presencial, mas fazem o EaD por falta de dinheiro,
acesso ou tempo." (INVESTING.COM, 2021).
As variações nos trimestres de 4T19 a 1T21 da Yduqs estão dispostas no quadro
abaixo.

Quadro 12– Variações YDUQS


Em R$ milhões 4T19 4T19 1T20 4T20 1T21 Variações
Ativo Circulante 1.749,50 1.475,70 3.332,00 2.736,40 3.068,00 264
Caixa e equivalentes 8,7 12,3 10,4 2,76 12,78 -2,38
Títulos e valores mobiliários 877,1 596,9 2.535,20 2535,2
Contas a receber 713 759,6 641,7 890 863 -221,3
Adiantamentos a 6,1 6,8 12,1 -4,7
funcionários/terceiros 22,2 16,8
Despesas antecipadas 14,7 7 16,4 8,2 23,9 -7,5
Impostos e contribuições 119,9 80,1 68,9 137,6 86,3 -17,4
Diferencial de Swap a receber - - 32,8 33,3 13,5 19,3
Outros 10 13,1 14,5 10,5 12,2 2,3
Ativo Não-Circulante 3.903,30 4.036,80 4.303,80 6.524,70 6.574,70 -2270,9
Realizável a Longo Prazo 604 693 917,5 886,8 863 0
Diferencial de Swap a 121,9 121,9
Receber LP 120,8
Contas a receber LP 211,1 261,6 329,3 214,2 254 329,3
Despesas antecipadas LP 5,4 4,8 4,7 4,1 4,8 4,7
Depósitos judiciais LP 83,1 76,1 76,5 102,7 112 76,5
Impostos e contribuições LP 120,1 176,4 183,1 107,7 131 183,1
Impostos diferidos e outros 184,3 175 202,1 322,6 335 202,1
Permanente 3.299,00 3.342,60 3386,3 5637,9 5692,5 -2306,2

Investimentos 0,3 0,3 -0,3


Imobilizado 1.884,80 1.732,20 1.764,80 2.451,10 2.512,40 -747,6
Intangível 1.414,20 1.610,40 1.621,20 3.186,50 3.179,80 -1558,6
Total do Ativo 5.652,70 5.512,50 7.635,80 9.261,10 9.642,70 -2006,9
Em R$ milhões 4T19 4T19 1T20 4T20 1T21
Passivo Circulante 923,3 674,9 977,7 1292,7 1215,8 -238,1
Empréstimos e 196,5 13,6 216,3 356 -62,1
financiamentos 278,4
Arrendamento Mercantil 161,8 156,5 146,3 199,5 217,3 -71
Fornecedores 124,7 126,7 170,1 251,2 267,1 -97

Swap a pagar 34,3 20,1 -20,1


Salários e encargos sociais 187,8 136,4 176,9 202,2 251,4 -74,5
Obrigações tributárias 49,2 36 62 106,7 69,3 -7,3
Mensalidades recebidas 20,8 18,4 15,7 -1,2
antecipadamente 44,2 16,9
Adiantamento de convênio - 3,3 0 -4,6
circulante 5 4,6
Parcelamento de tributos 3,3 3,7 3,6 3,5 3,5 0,1
Preço de aquisição a pagar 16,5 19,1 21,7 57,9 55,3 -33,6
Dividendos a Pagar 153,2 153,5 153,5 23,4 23,3 130,2
Outros 9,5 7,6 8,4 8,8 8,6 -0,2
Exigível a Longo Prazo 1.893,60 1.735,30 3.382,70 4.763,40 5.169,80 -1787,1
Empréstimos e 613,8 601,5 -3434,6
financiamentos 2.986,10 3.434,60
Arrendamento Mercantil LP 1.066,80 880 905 246,8 248,3 656,7
Adiantamento de convênio - 28 27,2 1.151,80 1.221,50 -1194,3
Diferencial de SWAP a Pagar -34,4
ELP 127,3 34,4
Adiantamento de convênio 41,1 40,3 -40,3
Parcelamento de tributos LP 6,2 11 10,6 9,1 8,8 1,8
Provisão para desmobilização 27,3 27,5 27,8 -46,8
de ativos 89,9 74,6
Impostos diferidos 3,8 2,9 2,3 2,3
Preço de aquisição a pagar LP 15,3 44,5 42,3 89,9 85,9 -43,6
Outros LP 21,1 21,3 21,3 21,4 21,4 -0,1
Patrimônio Líquido 2.835,90 3.102,40 3.275,40 3.205,00 3.257,10 18,3
Capital social 1.139,90 1.139,90 1.139,90 1.139,90 1.139,90 0
Custo com emissão de ações -26,9 -26,9 -26,9 -26,9 -26,9 0
Reservas de capital 670 674 678,4 687,5 696,4 -18
Reservas de lucros 1.016,60 863,2 1.509,30 1.465,80 1.465,80 43,5
Dividendos adicionais 118,4 -118,4
propostos 118,4
Resultado do período 240,8 646,1 167,9 43,2 124,7
Ações em Tesouraria -204,6 -194 -193,2 -179,8 -179,8 -13,4
Total do Passivo e Patrimônio 5.652,70 5.512,50 7.635,80 9.261,10 9.642,70 -2006,9
Líquido
Fonte: Autora (2021)

Houve um resultado positivo com a captação de alunos dos segmentos Premium e


Ensino Digital, que compensaram a perda de R$17,7 milhões a/a do segmento Presencial. O
impacto das ações individuais geroudescontos para alunos, totalizando R$15,4 milhões no 1S21
(Release 2T21).
A análise das variações constata queocorreu um elevado crescimento do Ativo
Permanente – Imobilizado e Intangível, do Passivo Circulante, da conta de Empréstimo e do
Financiamentos a Longo Prazo.

4.5ANÁLISE COMPARATIVA DOS CASOS


Na análise comparativa dos resultados, apresenta-se na sequênciavariáveis por IES e
suas tipologias. Constata-se que cada IES teve sua estratégia. As instituições que mantêm
Tesouraria Positiva são as que geraram Capital de Giro positivo. Entre elas, a Anima e YDUQS
estão em situação sólida pelo fato de a Necessidade de Capital de Giroestar bem, pelo fato de
agregarem mais empresas em seu grupo, finalizando o primeiro trimestre de 2021 com uma
situação sólida (tipo II). Já a Cogna caiu de muito ruim para péssima no primeiro trimestre de
2021, por adquirir ativos permanentes, mas não ter preparado seu fluxo de caixa, com resultado
péssimo (Tipo IV).

Quadro 13–Resultado Tipologia por IES e por Período


4T19 1T20 2T20 3T20 4T20 1T21
ÂNIMA Tipo IV Tipo III Tipo III Tipo III Tipo III Tipo II
COGNA Tipo V Tipo V Tipo V Tipo V Tipo V Tipo IV
YDUQS Tipo I Tipo I Tipo I Tipo I Tipo I Tipo II
Fonte: A autora (2021).

Analisando individualmente cada uma delas, a IES Anima cresceu no primeiro


trimestre de 2020, manteve-se estável nos demais meses, voltou a aumentar o seu capital de
giro no último trimestre de 2020 e no primeiro trimestre de 2021, e teve uma queda na sua
necessidade de capital de giro no primeiro trimestre de 2021, se mantendo sólida (Tipo II).
A IES Cogna obteve um aumento na necessidade de capital de giro no último trimestre
de 2019 e no primeiro trimestre de 2020, e depois se manteve estável. Ocapital de giro cresceu
lentamente e teve uma queda no primeiro trimestre de 2021.
A IES YDUQS, por sua vez, teve um grande pico no segundo trimestre de 2020, uma
retração no terceiro trimestre de 2020, e voltou a crescer no quarto trimestre de 2020.
O resultado destas variáveis, por fim,demonstra que o setor da educação, destes três
casos analisados, variou conforme cada gestão, independentemente da pandemia. Entretanto,
algumas estratégias tiveram interferência, especialmente os investimentos em equipamentos,
para atender os alunos na forma EaD em meio à pandemia da Covid-19.
4 CONCLUSÃO

Com esses resultados, foi possível verificar que as três IES estão em situações distintas
diante da pandemia.Em contrapartida,os dois grupos que adquiriram novas IEScresceram no
ano de 2020 e 2021. O grupo Cogna, que fez arrendamento mercantil e somente obteve gastos
com equipamentos, foi oque teve piora.
Na análise individual, cada instituição educacional realizou sua estratégia. A Anima
evidenciou uma melhora no 1T21 por investir em outras instituições e adquirir empresas novas
no grupo. A Cogna obteve piora ao investir em Ativo Imobilizado, através de aquisição de
equipamentos e biblioteca. A YDUQS, por seu turno, investiu em IES EaD, e demonstrou
melhora em 1T20, ficando com situação excelente, todavia, investiu em Ativo Imobilizado e
fez Empréstimos e Financiamentos, passando a uma situação sólida.
É possível concluir que, apesar de crescerem no período da pandemia, todas as IES
tiveram oscilações e variaram de acordo com suas estratégias individuais de crescimento e
garantindo uma estrutura física em EaD. O surgimento de novos alunos deve-se às pessoas
trabalharem no modelo home-office, investindo em estudo, no seu tempo livre, no Ensino à
Distância em meio à COVID-19.
Com relação a abordagem teórica, o tema de Método Dinâmico ainda tem muito a ser
explorado (ANDRICH & CRUZ, 2013). O Método Fleuriet tem poucos materiais práticos e
não existe muita pesquisa para ser analisada. Foi constatado que tanto produtos quanto serviços
podem ser analisados no método ao afirmar o risco do setor da educação, por estar passando
por uma transição, tanto para EaD como na incorporação de grandes grupos adquirindo grupos
de Instituições de Educação Superior menores para se manter no mercado e competir.
Como o período enfrentado com a pandemia que ainda persiste, apurou-se até o
terceiro trimestre de 2021, permanece muitas informações a serem estudados no período
comparativo integral dos dois anos quando finalizados os relatórios contábeis, sendo somente
uma amostra do impacto da pandemia neste período pesquisado, de três instituições
educacionais.
REFERÊNCIAS

ABDALLA, K. G. M. Z.;ROCHA, D. T.; SANTOS, F. L. X.; ANDRICH, R. G.; TARDELLI,


M.; CRUZ, J. A. W.Pensando contabilidade: um estudo bibliométrico e sociométrico da
produção científica da revista Pensar Contábil no período 2006-2012. Revista Pensar Contábil,
16 (59), 2014.
ANDRICH, E. G.; CRUZ, J. A. W.;ANDRICH, R. G.; GUINDANI, A. R. Finanças
Corporativas: Análise de Demonstrativos Contábeis e de Investimentos. Curitiba:
Intersaberes, 2015.
ANDRICH, E. G.; CRUZ, J. A. W.Gestão Financeira Moderna: uma abordagem prática.
Curitiba: Intersabees, 2013.
ASSAF NETO, A. Administração do Capital de Giro. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
BARROS, R. Falta avaliação com qualidade no ensino superior. Revista Ensino Superior, São
Paulo, ed. 239, 2019. Disponível em: <https://revistaensinosuperior.com.br/simon-
schwartzman-avaliacao>. Acesso em: 20 ago. 2020.
BRASIL. Catálogo Nacional dos Cursos superiores de tecnologia. [online]. Ministério da
Educação, 2006.
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