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INSTITUTO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS E DEFESA

CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Yasmim de Lima Costa Meireles


Docente: Henrique Rabello

RESENHA SOBRE O TEXTO “ÉTICA, TERROR E SOBERANIA: QUESTÕES


PARA A TEORIA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS” DE JOÃO NOGUEIRA

RIO DE JANEIRO
2019
O autor começa o texto com uma afirmação onde menciona que o nascimento das
Relações Internacionais como disciplina ocorreu devido a brutalidade e o horror da guerra
total.
O âmbito internacional ainda é considerado atualmente como o meio em que a
violência é empregada de maneira sem precedentes e que a ética e a política parecem ser
separadas devido ao uso da violência sem prerrogativas, a não ser quando for do interesse do
Estado.
Entende-se que ao falar sobre reprodução da ética nos discursos modernos, fala-se
também sobre determinar limites ao pensamento sobre o uso de violência e sobre as
necessidades e possibilidades de se discutir sobre maneiras de proteção a integridade de cada
um dos indivíduos.
A realidade das Relações Internacionais é cada vez menos ordenada e organizada de
acordo com os âmbitos doméstico e internacional, que é a base para a separação entre as
decisões que são políticas e os julgamentos éticos.
A modificação da natureza das ameaças à sobrevivência e mantimento dos Estados
retoma a temática da ética porque sugere que o mundo que é gerido pela ideia de soberania
não tem as opções de resposta para a diversidade dos modos de viver a vida social. A
tendência à diversidade dos atores que possuem acesso aos meios de violência é o desafio
para as reflexões acerca da ética internacional.
A maior das limitações do Estado é tomar como verdade para si que possui a
capacidade de unir o universal com o particular, o que significa, de maneira direta, ignorar as
particularidades de um indivíduo, criando uma sociedade internacional plural, com
contratos/regras que teriam como objetivo eliminar os conflitos que seriam naturais, inerentes
aos seres humanos.
Desse modo, é designado ao Estado, de maneira arbitrária, o poder sobre a forma
com a qual um ser humano se relaciona com o outro. Além de ser uma tomada de poder
claramente excessiva, esses Estados ainda encontram justificativa para o uso de violência
contra os próprios indivíduos, usando como prerrogativa a sobrevivência deles.
Essa ideia de sobrevivência é fundada de acordo com o pensamento de que no
mundo só existem amigos ou inimigos, que sempre há uma ameaça ao Estado que justifica o
uso da violência.
Retomando o que foi mencionado anteriormente, a questão entre o particular e o
universal não é resolvida no Estado e nem pelo Estado, na verdade ela é agravada por ele, que
acaba gerando conflitos e formas de violência. Nesse sentido, as limitações teóricas acerca de
uma “ética de sobrevivência” se tornam claras e óbvias, tendo em vista as ações dos Estados.

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