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Ato I
[Com a introdução da música, as luzes vão sendo acesas lentamente para representar o
nascer do Sol. As árvores, os arbustos etc. estão inclinados, outros, curvados. Todos
agem como se estivessem dormindo. Com o amanhecer, as árvores lentamente
começam a acordar e a se esticar em câmera lenta.]
ANABELA: Eu adoro viver na floresta. Que grande dia! Como é bom ser uma árvore.
TOM: Até parece que nós temos escolha. Estamos todos enraizados aqui.
GABRIELA: Mesmo assim, eu amo viver na floresta.
ANABELA: Eu gosto daqui, mas eu quero ramificar além da floresta, você sabe, ver o
mundo. Eu tenho grandes sonhos.
♫♫
TOM: Era só o que faltava: uma árvore que sonha!
ANABELA: Eu só quero fazer algo novo, você entende né?
TOM: Não, eu não entendo.
ANABELA: (suspirando) Ás vezes, sonho em saber como é além da floresta.
(Música acaba)
BOB: Certa vez, o Grande Carvalho, que é a árvore mais antiga e sábia da floresta, me
disse que devemos ter esperanças e sonhos, e que não devemos ter medo do que é
novo se crescermos a partir de nossas próprias raízes.
TOM: Oh! O Grande Carvalho! Realmente ele é muito sábio. Também, ele é uma árvore.
SER ASSIM COMO EU
Nada é melhor que estar na floresta
Não posso imaginar outra casa pra viver
Lá na cidade não tem tanto verde
E o ar tão puro daqui
Nada a fazer nessa grande floresta
Se ouve só o vento e a brisa a dançar
Quem gostaria de estar nessa floresta
E ser assim como eu?
Acordar feliz com o sol a brilhar
E produzir as sombras para os animais
Tudo é tão lindo aqui na floresta,
Tenho a sorte de estar aqui
E todo ser vivo aqui da floresta
Louva a Deus que nos fez.
CANÇÃO DO LENHADOR
Meu nome é Pedro e eu sou um lenhador
E madeiras tenho que cortar.
De árvores eu entendo, sou o maioral
Ipês vou cortar lá no matagal.
Ao passar pela cidade posso ouvir:
Esse é tal de Pedro que vem logo ali.
Essa fama me acompanha por onde quer que eu vá
Porque eu sou um lenhador, sou o melhor que há.
TOM: Ok, então. Posso lhe dar uma sugestão? Recomendo a fruteira lá da curva.
VOZ DA FRUTEIRA: (a distância, gritando) Não, eu não! Ainda eu muito magrinha.
[A floresta ri.]
PEDRO: Você aí, que tesouro! Acho que você vai ser perfeita. (dirigindo-se a Anabela)
ANABELA: (suspirando) Um tesouro, eu?
PEDRO: Sim, E você. (Aponta para Bob) Você parece uma árvore forte.
BOB: Eu sou! Preciso ser bem forte para ser um barco poderoso.
PEDRO: Certo, certo... Mas... Vamos ver... Eu preciso de mais uma. (olha para
Gabriela) Você é perfeita!
[Anabela e Bob ficam animados. Gabriela faz cara de quem não gostou.]
[Pedro levanta um machado simulando que vai cortar a árvore. No momento exato em
que ele foi acertar a árvore, as luzes se apagam rapidamente.]
Ato II
[As luzes se acendem e Pedro está sentado na beira do palco.]
PEDRO: Muitos anos se passaram e as coisas não saíram bem como as três árvores
haviam imaginado.
Prelúdio Ato II
[Luz acende em Anabela, que está abaixada atrás da manjedoura. Seus braços devem
cercar a parte de baixo da manjedoura.]
PEDRO: Anabela acabou em um velho estábulo. Para ser mais exato, virou lugar de
colocar comida para animais.
[Luz acende em Bob, que está em pé no navio.]
PEDRO: Bob... Quando ele percebeu que estava dentro d’água, achou que seu sonho
tinha se tornado realidade. Mas ele não se tornou um grande navio. Em vez disso,
tornou-se um barco simples, apenas para levar pescadores para o mar. Pelo visto, ele
nunca iria navegar com homens poderosos do jeito que ele tinha sonhado.
[Luz acende em Gabriela, sentada em um banco e com o olhar triste.]
PEDRO: E Gabriela? Bom, pobre Gabriela... Hoje sei que ela nunca queria ter saído da
floresta. Ela sonhava em crescer bem alto, apontando para o céu. Agora, ela aguarda
sozinha, num canto escuro da madeireira. Aquelas árvores não perceberam que não
importa o tamanho de nossos sonhos. Deus os vê ainda maiores. A nós, cabe apenas
esperar o momento de Deus.
DA FLORESTA SAIRÁS
Se a vida perder o sentido e o brilho do sol se apagar
E se sozinho perdido e com medo e a força tão fraca ficar
É tão fácil dizer que há um Deus que te ama,
Mas sentes a fé fraquejar.
Só basta crer e com fé abraçá-lo
E a bênção do céu sim, virá
PEDRO: Eu sei que, às vezes, parece que a floresta é tão longa e escura que não
vemos mais solução para os nossos sonhos.
[Maria e José entram pela esquerda e colocam o bebê Jesus na manjedoura.]
PEDRO: Assim como as árvores tiveram que esperar para ver os seus sonhos
cumpridos, ao longo da história da humanidade, Deus traçou planos, e estes se
cumpriram no tempo certo.
[Há luz na estrebaria. Anabela está ajoelhada na manjedoura. Seus braços estão
cercando o topo da manjedoura.]
PEDRO: “E deu à luz o seu filho primogênito e o deitou numa manjedoura, porque não
havia lugar para eles na hospedaria.”
ANABELA: Eu sabia que, um dia, o meu sonho se realizaria. Naquela noite, eu tinha o
maior tesouro de todos repousando em mim.
PEDRO: E esse bebê cresceu e se tornou um homem. Um dia, ele estava no meio de
uma tempestade, a bordo de um pequeno navio de pesca, quando disse ao mar:
“Acalma-te mar”. E o vento cessou e houve grande bonança.
[Luz em Bob, que está em pé, dentro do navio, como se fosse o mastro.]
BOB: Naquele dia, eu me perguntava: Que homem poderoso é este, que até o vento e a
água lhe obedecem? Foi quando eu percebi que Deus tinha me escolhido para levar o
mair Rei de todos os tempos.
[Luz em Gabriela, que está sentada em um banco na oficina de carpinteiro. Assim que
Pedro começar a falar, dois soldados romanos vêm e levam Gabriela ao topo do palco.]
PEDRO: Não muito tempo depois, Jesus passou por outra tempestade. Foi acusado e
condenado. Ele foi traído e espancado. Em seguida, os soldados o levaram para uma
colina onde eles o pregaram a uma cruz... Cruz feita de uma árvore... Uma árvore que
sonhou alto: o sonho de lembrar as pessoas do amor de Deus.
[Gabriela deve ficar toda a música com os braços estendidos retratando uma cruz.]
VOZ DO GRANDE CARVALHO: O que você tem plantado? Será que plantamos essa
história em seu coração? Lembre-se: em Jesus, você pode realizar o seu sonho!
TOM: Blábláblá... Chega de poesia! Ninguém vai perguntar sobre o meu sonho? Eu
queria ser uma casa na árvore.
[A floresta ri.]
TOM: Não é engraçado, é sério. Por favor, Pedro, leve-me com você.
PEDRO: Arrume suas malas, pequena árvore.
TOM: Legal! Serei uma casa na árvore.
PEDRO: Você vem comigo, estou precisando de uma mesa maior.
[Risos. Pedro levanta o machado.]
[A floresta ri e começa a cantar a canção.]