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História da Música Ocidental 2

Aluno: Arthur Lima de Souza

Resumo da aula sobre Música Instrumental

A música instrumental só vem ganhar importância no período do Classicismo, metade do século


XVIII. Mesmo se fortalecendo no Barroco tardio, com a música de J. S. Bach e tantos outros
compositores, a música vocal ainda tinha um grande peso, pois os cantores eram conhecidos
como os “verdadeiros músicos” pelo fato de usarem a voz. Nesse tempo os instrumentos tinham
mais a função de fazer dobramentos da voz, só no Barroco tardio que passaram a ter em suas
composições uma independência maior das vozes. Mesmo assim, continuava tendo menos
importância, pois o cantor ainda assim era a figura principal. Isso só começa a mudar de fato no
Classicismo, um exemplo é a sinfonia que no Barroco era uma abertura de Ópera e no período
Clássico se torna uma peça independente, verdadeiras obras instrumentais. A voz não deixa de
ter sua importância, o que mudou foi o reconhecimento do instrumentista assim como o cantor,
e deixa de ser um mero acompanhante. No Classicismo a música instrumental ganha força, mas
é no século XIX que alcança seu ápice maior e acaba sendo o principal consumo dos
compositores dessa época, tendo uma grande demanda, espaço, público e maior fama, sem
deixar de lado a música vocal, é claro. O Grout destaca sobre o principal instrumento do período
Romântico; o piano, que teve a sua construção no século XVIII pelo Bartolomeu Cristofori,
derivando do cravo, que era um instrumento sem sensibilidade ao toque. No período Clássico o
cravo passa a ser substituído pelo piano, onde as principais composições já passam a serem
criadas pensando nas possíveis dinâmicas deste instrumento, passando a decolar mais ainda no
período Romântico. O piano do século XIX é modificado e melhorado, contribuindo para a
diferença no som do instrumento. As possibilidades de composição passam a ser maiores devido
o acréscimo das oitavas. No início do seculo XIX surgiram nos centros musicais da Europa duas
escolas de pianistas, uma na linha de Mozart e outra na linha de Beethoven, tomados como
referência por terem sido excelentes pianistas e terem feito diversas peças pra piano de grande
relevância. A linha de Mozart prezava mais pela clareza da textura e pela fluência técnica,
enquanto que a linha didática de Beethoven pensava no piano com uma sonoridade plena,
amplitude dinâmica e efeitos orquestrais e execuções mais dramáticas. O Grout cita alguns
pianistas que compuseram várias obras pra piano, mas destacas aquilo que podemos chamar de
“virtuoses” do piano, como: Franz Liszt, Anton Rubstein, Hans Von Bulow e Karl Tausig. Ainda no
século XIX, depois de ficar bastante conhecido, o piano passa pra o âmbito popular, e acaba
sendo encontrado no modelo de armário em várias residências, especificamente de famílias
ricas, daí passou-se a surgir diversos pianistas populares ou “pianeiros”, aqueles que não eram
formados e que tocavam música popular, diferente dos pianistas que estudavam, se formavam
e se tornavam músicos profissionais. Isso fazia com que os pianistas evitassem tocar músicas
com repertório semelhantes a música de salão pra não serem confundidos com esses músicos
populares, passando a se dedicar somente a repertórios de nível mais difícil. As peças mais
longas eram os concertos, variações, fantasias e sonatas, geralmente de mais difícil execução, e
as mais curtas: berceuses, noturnos, scherzos, barcarolas, polonaises e estudos. Alguns dos
principais compositores que foram pianistas: Mozart, Beethoven, F. Schubert que teve uma
carreira curta pois morreu com 33 anos, mas fez muita composição pra piano e piano e voz. R.
Shumann (cheio de problemas), F. Menselssohn, J. Brahms, F. Chopin e F. Liszt com peças de
dificuldade técnica fora do comum.
Liszt vs Chopin – Quem Tocava Melhor?

Certamente, quando pensamos em piano, os primeiros nomes que vêm à mente são Chopin e
Liszt. Quem não conhece nada de piano, com certeza já ouviu falar de Chopin, e se sabe um
pouquinho, Liszt é o nome bastante popular. Só que aí vem aquela dúvida: quem será que tocava
melhor?

Chopin é o nome mais famoso da história do piano sem sombra de dúvidas, e provavelmente o
mais importante também. O Liszt Talvez esteja em segundo lugar. O Curioso é que ambos são
da mesma época. Não é coincidência que os maiores nomes do piano sejam da época que o
piano estava no seu auge, que foi o século XIX. Mas ter maior relevância não significa tocar
melhor. A verdade é que não existem gravações de nenhum dos dois tocando, então fica difícil
saber como que cada uma tocada, mas algumas evidências nos ajudam a ter uma ideia de quem
se destacava mais.

Desses dois, Franz Liszt pode considerado o maior pianista de todos os tempos por conta de
algumas evidências. A primeira é a própria obra do autor. As músicas do Liszt são as mais
vituosísticas de todas. Lógico que tem músicas do Chopin que são mais difíceis que algumas do
Liszt, e outras peças que foram compostas mais tarde que superam em dificuldade técnica,
qualquer peça do Liszt, mas aqui estamos considerando toda sua obra no geral.

A segunda evidência é a fama que ele tinha: Liszt era uma lenda, ele foi considerado o maior
pianista do seu tempo. A próxima evidência tem relação com o que é mais difícil em termos de
tocar piano, que é ler a primeira vista, e parece que Liszt fazia isso de uma maneira absurda. Ele
lia tão bem à primeira vista que conseguia ler de primeira os estudos de Chopin que são peças
dificílimas de se tocar, e praticamente impossível de se tocar à primeira vista e um andamento
mais pleno. Ele fazia isso tão bem que uma vez Chopin comentou: “eu queria roubar dele a arte
de tocar os meus próprios estudos”.

O Czerny, que foi professor do Liszt, também fez alguns comentários acerca da Incrível
habilidade do aluno. Ele disse que o jovem Franz lia tão bem que podia ler peças dificílimas à
primeira vista em público e todos acreditariam que ele estudou com profunda dedicação em
casa. Ou seja, o Liszt era fora do normal. Não temos acesso a nenhum tipo de gravação, porque
o Chopin morreu antes do som gravado ser inventado, e Liszt, apesar de ter vivido pra ver o
fonógrafo, nunca teve sua performance gravada. Mas tudo indica que o Liszt era o melhor da
época, e que talvez seja o melhor de todos os tempos.

Não importa quem tocava melhor, o que importa é a música que eles deixaram. Os dois são
grandes compositores que fizeram grandes contribuições para a música. E todos dois tocavam
muito bem.

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