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PROTOCOLO DE MANEJO PARA SÍNDROMES
GRIPAIS FRENTE À PANDEMIA DE
CORONAVÍRUS (COVID-19)

ROTINA DE ATENDIMENTO PARA PACIENTES


COM INFECÇÃO RESPIRATÓRIA POR
COVID 2019 NA UCI-UNIDADE DE
CUIDADOS INTERMEDIÁRIO
DO HRNIS
Assu - RN, Agosto de 2020

PROTOCOLO DE MANEJO PARA SÍNDROMES GRIPAIS


FRENTE À PANDEMIA DE CORONAVÍRUS (COVID-19)

ROTINA DE ATENDIMENTO PARA PACIENTES COM


INFECÇÃO RESPIRATÓRIA POR COVID 2019 NA UCI
UNIDADE DE CUIDADOS INTERMEDIÁRIO DO HRNIS

ORGANIZAÇÃO E COORDENAÇÃO:

ENF. LIDUINA MARIA DANTAS E MELO - Bacharel e licenciada em


enfermagem pela UERN. Especialista em Enfermagem e Obstetrícia,
Especialista em Nefrologia, Especialista em Auditoria em Saúde e
Especialista em Educação em Saúde. Enfermeira concursada da Prefeitura
Municipal de Mossoro Lotada no Samu-Mossoro e Enfermeira Concursada
no Governo do estado do RN Lotada no HRNIS, Acadêmica de Medicina UNP
5° Período.
ENF. DIEGO NOGUEIRA LIMA DE OLIVEIRA – Especialista em
Enfermagem Clínica e Estratégia Saúde da Família. Enfermeiro concursado
da Prefeitura Municipal de Natal, lotado UPA da Esperança e Enfermeiro
concursado no Governo do Estado do RN lotado no HRNIS.

SUMÁRIO

1. Introdução
2. Fluxo para Internação
3. Internamentos dos pacientes Internos/Tratamento Hospitalar
4. Norma e Rotina do setor
5. Rotinas de Enfermagem
6. Tratamento dos pacientes internados
7. Equipamento de proteção individual
8. Equipamentos de proteção individual: Paramentação e Desparamentação
9. Coleta de Gasometria Arterial
10. Considerações Finais
11. Referências Citadas Nas Apresentações
1. INTRODUÇÃO

As medidas de prevenção e controle de infecção devem ser


implementadas pelos profissionais que atuam nos serviços de saúde para
evitar ou reduzir ao máximo a transmissão de microrganismos durante
qualquer assistência à saúde realizada. O presente documento visa
uniformizar o atendimento multiprofissional de pacientes com quadro
respiratório suspeito de infecção pelo COVID 2019 na enfermaria – UCI –
UNIDADE DE CUIDADOS INTERMEDIÁROS do Hospital Regional Dr. Nelson
Inácio dos Santos. Apresentar informações quanto às medidas de prevenção
e controle que o nosso serviço deve realizar para garantir e minimizar a
exposição a patógenos respiratórios, especialmente o Coronavírus(COVID-
19).

É importante ressaltar que as medidas devem ser tomadas


preventivamente, antes do paciente adentrar ao serviço, assim como em toda
assistência prestada. De acordo com Ministério da Saúde (BRASIL, 2020), a
via de transmissão, pessoa a pessoa, do novo coronavírus é através de
gotículas respiratórias ou no contato com o vírus. Ainda, qualquer pessoa
que tenha contato próximo com outra que apresente sintomas respiratórios
possui o risco de ser contaminada. Assim, a melhor maneira de prevenir a
infecção pelo coronavírus (COVID-19) é adotar os seguintes cuidados.

Serão abordadas orientações quanto às medidas de prevenção e


controle que devem ser adotadas durante a assistência aos casos suspeitos
ou confirmados de infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), segundo as
evidências disponíveis, até o dia 08.05.2020. Essas orientações podem ser
refinadas e atualizadas à medida que mais informações estiverem
disponíveis, já que se trata de um microrganismo novo no mundo e que
novos estudos estão sendo publicados periodicamente
2. FLUXO PARA INTERNAÇÃO

1. Síndrome Respiratória Aguda Grave


2. FR ≥ 24 irpm ou dispnéia ou alteração de ausculta pulmonar.
3. Sat O2 < 93 % ar ambiente.
4. Hipotensão – PA < 90X50 mmHg
5. Paciente regulado e aceito pelo REGULAÇÃO
-https://regulacao.lais.ufrn.br/admin/login/?next=/

ENFERMARIA
1. Sem complicação clínica (ex: sem disfunções orgânicas agudas ou
descompensadas; sem sinais de sepse ou choque séptico).
2. Aporte de O2 máximo de 3L / min e cateter nasal para SpO2 >93 % e
FR < 24 irpm.

Observações:
1. Coleta/exames será realizada no local de internação
2. Acionar o laboratório ou profissional responsável pela coleta, para que
a mesma seja realizada no local do paciente, devendo o profissional da
coleta, estar devidamente paramentado.
3. Exames:
Laboratorial:
▪ Exames Inespecíficos:
Hemograma, TP, TAP(INR), TTPA, proteína C-reativa (de preferência
PCR ultra sensível); AST (TGO), ALT (TGP), Gama-GT, creatinina,
ureia, glicemia, ferritina, D-dímero, DHL, troponina, CK-MB, íons
(Na/K/Ca/Mg).
▪ Exames específicos:
Pesquisa do RT-PCR para SARS-Cov-2 (coleta por swab nasofaríngeo)
- solicitar preferencialmente do 3º ao 7º dia, podendo se estender,
eventualmente, até o 14º dia do início dos sintomas;
Sorologia para SARS CoV-2 por: Teste rápido (imunocromatografia)
para coronavírus – Pesquisa IgM/IgG ou apenas IgG total, deve ser
solicitado, no mínimo, após o 7º dia do início dos sintomas,
preferencialmente após o 14º dia quando o RT-PCR não esteja
disponível, não tenha sido realizado ou tenha sido negativo. Poderá
guiar o diagnóstico da Covid19 nos pacientes que chegam tardiamente
ao serviço de saúde, quando a janela de oportunidade para a RT-PCR
foi ultrapassada. Sorologia ELISA IgM/IgG para SARS-Cov-2 –
indisponível no SUS, até o momento.

Radiológico: São utilizados principalmente na fase inflamatória da


doença e, de forma semelhante à solicitação dos exames laboratoriais,
devem ser solicitados conforme a evolução clínica.

São importantes principalmente para pacientes com sintomas


pulmonares.

 Radiografia de tórax: baixa sensibilidade nas fases iniciais,


porém, deve ser realizada nos pacientes nas fases 2 e 3, mesmo
que tomografia de tórax seja obtida, com o intuito de servir de
parâmetro evolutivo. A depender da fase da doença, observa-se
infiltrado pulmonar periférico, habitualmente, intersticial, uni ou
bilateral, que poderá ou não evoluir para infiltrado alveolar
(coalescência);

 Tomografia de tórax: Observa-se padrão em vidro fosco na fase


inicial, pavimentação em mosaico e consolidação nas fases
avançadas. ▪ Fase 2A: < 50% do parênquima pulmonar acometido ▪
Fase 2B: > 50% do parênquima pulmonar acometido

Outros exames complementares de relevância na COVID-19:


 Eletrocardiograma: preferencialmente antes de iniciar o
tratamento com HCQ ou CQ e no 1º, 3º e 5º dias para
monitoramento de pacientes com cardiopatias.

4. Sinais clínicos e laboratoriais que sugerem gravidade


Dados Clínicos
✓ FR > 20 irpm
✓ FC > 100 bpm
✓ Febre persistente
✓ Dispneia
✓ Dor Torácica
✓ Estertores pulmonares
✓ Alteração do nível de consciência
✓ Sinais de descompensação da doença de base
✓ Hipoxemia - SpO2 < 96% ar ambiente em adultos e < 93% em
idosos
✓ Oligúria
✓ Instabilidade hemodinâmica

Dados Laboratoriais
✓ PCR aumentada
✓ LDH aumentada
✓ CPK aumentada
✓ Troponina aumentada
✓ D-dímero aumentado
✓ Ferritina aumentada
✓ Linfócitos < 800 células

Oxigenioterapia para pacientes portadores da COVID19


Os pacientes deverão ser monitorados por observação direta e
oximetria de pulso/gasometria arterial.
Ofertar O2 sob cateter nasal, visando manter SaO2 entre 90 e
96%, até 6L/min ou máscara com reservatório até 15 L/min. Usar menor
FiO2 possível para atingir SaO2 acima de 90%. Pronação em ventilação
espontânea é fortemente recomendada, devendo ser seguida da observação
da oximetria e ajustada para o decúbito, com melhor ganho da SatO2
(prona, decúbito lateral direito ou esquerdo). Manter a pronação pelo maior
período tolerado pelo paciente.
Pacientes sem critérios para intubação orotraqueal (IOT), mas
com hipoxemia persistente: ofertar oxigenoterapia nasal de alto fluxo (ONAF)
ou ventilação não invasiva (VNI) com máscara facial não ventilada e circuito
duplo de ventilador mecânico, com filtro expiratório (HEPA ou alguns tipos
HME capazes de filtrar vírus), conforme disponibilidade dos equipamentos e
de equipe treinada e adequadamente paramentada com EPIs para
procedimentos aerossolizantes.

Atenção: A IOT deverá ser um procedimento de preferência eletivo sempre


pesando o risco de IOT precoce com o risco de PCR por uma IOT caótica de
emergência!

Indicações de IOT
✓ Sinais de excessivo esforço respiratório ou fadiga respiratória;
✓ Hipoxemia refratária à suplementação de O2 e encefalopatia;
✓ Ausência de melhora após a instituição de ONAF ou VNI, a qual
deverá ser constatada até a primeira hora de uso.

Ofertar suporte ventilatório mecânico invasivo de acordo com


a apresentação da insuficiência respiratória, priorizando a estratégia
protetora pulmonar com volume corrente inicial de 4 a 8 mL/kg de peso
predito, mantendo pressão de platô menor que 30cmH2O, com pressão de
distensão ou driving pressure (= pressão de platô menos a PEEP) menor que
15 cmH2O, e ajustes individualizados caso a caso. O ventilador mecânico
deverá ter filtro HEPA na válvula exalatória e sistema de aspiração traqueal
fechado.

3. Internamentos dos pacientes Internos/Tratamento Hospitalar

Obrigatoriamente feito em Unidade Hospitalar com suporte de terapia


intensiva

(Fase Hiperinflamatória) Tratamento Hospitalar

Corticoterapia*
Metilprednisolona 125 a 250mg/dia no D1 e 80mg/dia por 3 a 5 dias. +
Terapia antitrombótica Heparinização plena (atentar para contraindicações)

+ Antibioticoterapia
*Observações:
1- A duração e a dose da corticoterapia podem ser modificadas a
depender da gravidade e da evolução clínica.
2- Na indisponibilidade de metilprednisolona (1ª opção) pode ser feita a
conversão para outros corticoides injetáveis como hidrocortisona ou
dexametasona.
3- O uso da ivermectina (1ª opção, exceto para grávidas e nutrizes) ou
albendazol deve ser indicado, quando da prescrição do corticoide,
caso não tenha usado na fase 1. Ivermectina, na dose de
200mcg/Kg/dia, por 2 dias consecutivos ou albendazol, na dose de
400 mg/dia, por 3 dias consecutivos.
4- Instituir suporte geral de UTI ao paciente grave.
5- Não administrar HCQ/CQ/AZM nesta fase. 6- Instituir pronação
precoce se houver condições.
Critérios de internação de pacientes portadores da COVID19 (Extraído
das Recomendações CREMERN 004/2020)
a. Manifestações clínicas persistentes (febre > 4 dias, tosse persistente,
diarreia e mialgia importantes);
b. Dispneia e/ou taquipneia;
c. SO2< 96% em adultos, < 93 % em idosos e < 92% em pneumopatas
crônicos;
d. Comprometimento pulmonar maior ou igual a 50% com infiltrado
alvéolo intersticial ou intersticial bilateral ou coalescendo;
Acometimento radiológico menor, porém com dissociação clínico-
radiológica;
e. Nos portadores de pneumonia viral, considerar o Escore CRB - 65,
criado pela British Thoracic Society, que considera variáveis como
confusão mental com escore ≤ 8, segundo o abbreviated mental test
score (C - Confusion), frequência respiratória maior ou igual a 30irpm
(R - Respiratory Rate), pressão arterial sistólica < 90mmHg ou pressão
arterial diastólica menor ou igual a 60mmHg (B - Blood Pressure) e
idade maior ou igual a 65 anos. Considera-se 01 ponto para cada item
do anagrama que seja positivo;
f. Instabilidade clínica demonstrada por taquicardia, alterações
perfusionais, hipotensão, desidratação, alterações do nível de
consciência e/ou convulsões;
g. Portadores de mais de uma doença crônica ou com doença crônica
descompensada (diabetes, HAS, DPOC, alcoolismo, DRC, sequela de TB,
doença neurodegenerativa, obesidade, neoplasia maligna, cardiopatia,
hepatopatia crônica, imunodeficiência, etc); h. Antecedentes de
isquemia (cerebral, coronariana), trombose venosa prévia ou
trombofilia;
i. Pacientes polimedicados (considerar tipos de medicação e perfil do
paciente).
j. QT corrigido > 450ms;
k. Presença de sinais laboratoriais sugestivos de resposta inflamatória
sistêmica como: PCR aumentada, linfócitos abaixo de 800/mm³, LDH
aumentada, transaminases aumentadas e ureia acima de 65mg/dL, etc;
l. Inviabilidade do uso de medicação por via oral (ex: vômitos);
m. Fatores socioeconômicos que indiquem a vulnerabilidade do indivíduo
ou dificuldade de seguimento, mesmo nos casos de pneumonia
intersticial unilateral leve, CRB=0, sem dispneia ou dessaturação e sem
alterações laboratoriais significativas, considerando a dificuldade de
acesso ao serviço de saúde.

4. Norma e Rotina do setor


1. Guarda de Material em armário apropriado na entrada de
funcionários
2. Receber kit plantão – Pijama para o plantão (2 conjuntos- diurno e
noturno), lençol (2 unidades), toalha (1 unidade), fronha para
travesseiro (1 unidade)
3. Colocar pijama e Croc/bota Sete léguas (borracha)
4. Sala de paramentação
a) Higiene das mãos
b) Avental descartável ou avental de Napa (quando procedimento)
c) Máscara N95 ou PFF2
d) Máscara cirúrgico sobrepor a máscara N95 ou PFF2
e) Gorro
f) Protetor Facial /óculos
g) Luva de procedimento (quando procedimento)
5. Posto de enfermagem para
a) Passagem de plantão
b) Definições de rotinas
c) Checagem de materiais
6. Entrar na enfermaria
a) Realizar procedimento
b) Avental descartável ou avental de Napa, protetor Facial, óculos se
preferir e luva de procedimento (3 pares de luvas)
c) Levar materiais p/uso no procedimento
7. Sair da enfermaria
a) Desprezar materiais utilizadas na enfermaria
b) Higienizar bandejas e aparelhos
8. Sala de desparamentação
a) Retirar luvas (1° luva)
b) Higiene das mãos
c) Viseira /óculos
d) Higiene das mãos
e) Avental

Imagens da Paramentação e Desparamentarão


9. Retorna ao posto de enfermagem
. com pijama e máscara N95 ou PFF2 onde coloca novamente a touca
cirúrgica e sobrepõe a máscara cirúrgica para uma melhor
conservação da N95 ou PFF2
10. Revezamento de Enfermagem
a) Procedimentos gerais
b) Intercorrências
c) Estabilização
d) Descanso da Enfermagem (possível de sorteio pelo enfermeiro ou
acordo entre a equipe)
Tarde: 12:00 às 14:00 / 14:00 às 16:00
Noite: 00:00 às 02:00 / 02:00 às 04:00 / 04:00 ás 06:00
11. Fim do plantão
. Desparamentação - banho

Observação: Não entrar de CROC ou BOTA no repouso

5. ROTINAS DE ENFERMAGEM

 Sinais Vitais – Pressão Arterial, Saturação de Oxigênio, Frequência


Cardíaca e Frequência Respiratória
 Administração de Medicação
 Banho no leito/higiene
 Curativo
 Acesso
 Oxigenoterapia
 Sondagem vesical (desprezar diurese)
 Sonda naso enteral (colocar alimentação)
 ECG de Rotinas ou de Urgência
 Aspiração vias aéreas, podendo ser em parceria com o fisioterapeuta
 Checar material do posto de enfermagem
 Checar material do carro de urgência
 Repor e fazer pedidos
 Farmácia
 Esterilização
 Almoxarifado
 Evolução de enfermagem – enfermeiro
 Registro de enfermagem (técnico enfermagem)
 Registro de ocorrência do enfermeiro e tecnico de enfermagem
 Abrir horário das medicações
 Identificação de leito
 Boletim Diário – Médico – repassar para o Serviço Social

PEDIDOS:

NUTRIÇÃO:
 Água mineral
 Dieta dos pacientes
 Quantitativos de funcionários e acompanhantes para refeições

ROUPARIA:
 Pijamas 24 horas para funcionários e algum acompanhante
 Lençol Funcionários
 Lençol Paciente
 Lençol Extra Para a Sala de Estabilização
 Toalha para funcionários, paciente e acompanhante
 Fronhas para funcionários

FARMÁCIA:
 Máscara n95 – encaminhar o funcionário para receber na farmácia,
 Solicitar Máscaras cirúrgicas (DIARIAMENTE), solicitar vitualmente
medicações dos pacientes, como realizar abastecimento de insumos
hospitalar.

6. Tratamento dos pacientes internados


1. Ceftriaxone 2 g IV 1 vez ao dia + Azitromicina 500 mg VO ou IV (se
disponível) 1 vez por dia ou Claritromicina 500 mg IV 12/12 horas por 7
a 10 dias; Oseltamivir 75 mg VO de 12/12 h até resultado de painel viral,
se Influenza negativo suspender.

2. Se houver necessidade de inalação com bronco dilatadores ou


corticosteroides, evitar uso de inaladores convencionais, utilizando novos
dispositivos inalatórios
com menor geração de aerossóis.

7. Equipamento de Proteção Individual

Os profissionais de saúde em todo o país têm enfrentado


pesadas jornadas de trabalho e alto risco de infecção. Nos setores onde se
encontram pacientes suspeitos ou confirmados da COVID-19 é de extrema
importância o adequado e seguro manejo da proteção individual por todos os
profissionais e pacientes/acompanhantes. Os profissionais de saúde e
Sequência para colocar os EPIs. profissionais de apoio devem utilizar EPIs
durante a assistência direta aos pacientes ou no contato com superfícies e
materiais/produtos utilizados pelo paciente ou por seus
acompanhantes/visitantes. Deve-se evitar tocar com as mãos, com luvas ou
outros EPIs contaminados as superfícies próximas ao paciente (ex.
mobiliário e equipamentos para a saúde), assim como, as áreas fora do
ambiente próximo ao paciente.
No intuito de evitar maior exposição da pele dos servidores no
setor, com base em referencial bibliográfico e entrevistas com alguns
profissionais de saúde já em atuação direta em outras unidades de saúde,
disponibilizamos o uso de dois pares de luvas na paramentação, podendo o
primeiro par ser fixado com fita crepe na vertical, a fim de conferir maior
proteção ao punho. Enfatizamos que, sempre que necessário, deve-se retirar
o EPI e realizar a higienização das mãos. Para a assistência aos pacientes
suspeitos ou confirmadas da COVID-19 em ou unidades do hospital, como
enfermarias, blocos cirúrgicos ou sala de precaução respiratória, podem-se
seguir as recomendações da nota técnica da ANVISA que orienta apenas um
par de luvas.
http://www2.ebserh.gov.br/documents/210672/4823854/MANUAL+Vigilan
cia+em+Saude+COVID+19_+SGQVS+HC+UFPE+versa%CC%83o+1.pdf+
%281%29.pdf/e6ea24cc-6100-4942-97d3-9aa9bafeb169

Equipamentos de Proteção Individual (EPI) de acordo com a sala/área


EPI Sala/área Óculos Máscara Luvas Avental Prote- Calçado
de Impermeá tor fechado
Proteção vel Manga Auricu
longa -lar
Recepção X X X X Impermeável
Antiderra-
pante
Limpeza, X X Borracha X X Impermeável
cano Antiderra-
longo pante
Preparo, X X Se X
Acondiciona- neces-
mento Inspeção sário
Desinfecção X X Borracha X Impermeável
Química cano Antiderra-
longo pante

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2012/rdc0015_15_03_
2012.html

8. Equipamentos de proteção individual: Paramentação e


Desparamentação
A paramentação deverá ocorrer antes da área de risco biológico,
devendo seguir os seguintes passos:
A indicação é que a utilização dos EPIs siga a seguinte ordem:
No caso de procedimentos geradores de aerossóis:
 Avental ou capote
 Máscara de proteção respiratória N95 ou PFF2
 Óculos ou protetor facial
 Gorro ou touca
 Luvas de procedimento

IMPORTANTE: Antes de iniciar a paramentação, lave as mãos com água e


sabão ou higienize com solução alcoólica a 70%

AVENTAL OU CAPOTE
Lembre-se: Nunca amarre o avental ou capote pela frente.

1. Vista o avental ou capote primeiramente pelas mangas, ajustando as


amarras nas costas e cintura.
2. Certifique-se de que o tronco esteja totalmente coberto, bem como os
braços e os punhos.

MÁSCARA CIRÚRGICA
 Lembre-se: Máscaras de tecido não são recomendadas, sob
nenhuma circunstância;
1. Não reutilize máscaras descartáveis;
2. Enquanto estiver em uso, evite tocar na parte da frente da máscara.
3. roque a máscara quando estiver úmida ou sempre que for necessário.
4. Verifique se a máscara não está danificada.
5. Utilize o clip nasal como referência para identificar a parte superior.
6. Coloque a máscara em seu rosto e prenda as alças atrás da cabeça,
mantendo-as paralelas (nunca cruzadas).
7. Aperte o clip nasal ou a borda rígida da máscara para que ela se adapte ao
formato do seu nariz, visando minimizar espaços entre a face e a máscara.
8. Puxe a parte inferior da máscara para que ela cubra sua boca e seu
queixo.

MÁSCARA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA


Lembre-se: (máscara de alta filtragem do tipo N 95, PFF2 ou equivalente)
1. Indicada para uso em procedimentos que geram aerossóis
2. A máscara de proteção respiratória deverá estar apropriadamente ajustada à
face.
3. A forma de uso, manipulação e armazenamento deve seguir as recomendações do
fabricante e nunca deve ser compartilhada entre profissionais.
4. Segurar o respirador com o clip nasal próximo à ponta dos dedos deixando as
alças pendentes.
5. Encaixar o respirador sob o queixo.
6. Posicionar uma das alças na nuca e a outra na cabeça.
7. Ajustar o clip nasal no nariz.
8. IMPORTANTE: Verificação positiva da vedação
9. Expire profundamente. Uma pressão positiva dentro da máscara significa que
não tem vazamento.
10. Se houver vazamento, ajuste a posição e/ou as alças de tensão
11. Teste novamente a vedação.
12. Repita os passos até que a máscara esteja vedando corretamente! Verificação
negativa da vedação
13. Inspire profundamente. Se não houver vazamento, a pressão negativa fará o
respirador agarrar-se no seu rosto.
14. O vazamento resultará em perda de pressão negativa na máscara devido à
entrada de ar através de lacunas na vedação. Nota:
15. No link abaixo encontra-se um vídeo com detalhamento sobre a colocação e
testes de vedação que o profissional deve realizar ao utilizar a máscara de
proteção respiratória. Vídeo de colocação e retirada do EPI - Anvisa:
https://youtu.be/G_tU7nvD5BI
http://www2.ebserh.gov.br/documents/1132789/1132848/POP++CCIH+PARAMENTA
%C3%87%C3%83O/b28243f3-f16a-4fcc-8147-bfa9645a4d81
ÓCULOS DE PROTEÇÃO OU PROTETOR FACIAL

1. Apoie a viseira do protetor facial na testa e passe o elástico pela parte superior da
cabeça. No caso dos óculos, coloque da forma usual.
2. Os equipamentos devem ser de uso exclusivo para cada profissional responsável
pela assistência, sendo necessária a higiene correta após o uso, caso não possa
ser descartado.
3. Sugere-se a limpeza e desinfecção, de acordo com as instruções de
reprocessamento do fabricante

GORRO OU TOUCA

1. Lembre-se: O cabelo deve estar preso


2. Colocar o gorro ou a touca na cabeça começando pela testa, em direção à base
da nuca.
3. Adaptar na cabeça de modo confortável, cobrindo todo o cabelo e as orelhas.
4. Sempre que o gorro ou a touca aparentarem sinais de umidade, devem ser
substituídos por outro
LUVAS

1. Calce as luvas e estenda-as até cobrir o punho do avental de isolamento.


2. Troque as luvas sempre que for necessário ou quando for entrar em contato
com outro paciente.
3. Troque as luvas durante o contato com o paciente se for mudar de um sítio
corporal contaminado para outro limpo, ou quando essa estiver danificada.
4. Nunca toque desnecessariamente superfícies e materiais (tais como telefones,
maçanetas, portas) quando estiver com luvas.
5. Não lavar ou usar novamente o mesmo par de luvas. As luvas não devem ser
reutilizadas.
6. O uso de luvas não substitui a higiene das mãos.
7. Proceder à higiene das mãos imediatamente após a retirada das luvas.

IMPORTANTE:
Sempre que possível, escolha o tamanho de luva adequado para você.
Retire anéis, pulseiras ou outras joias de suas mãos. Isso pode danificar as
luvas ou dificultar o processo de vesti-las.
Verifique a integridade das luvas cuidadosamente. Se você notar rasgos ou
outros problemas visíveis, retire-as, lave novamente as mãos e vista luvas novas
ORIENTAÇÕES SOBRE A RETIRADA DOS EQUIPAMENTOS DE
PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)

A indicação é que a retirada dos EPIs siga a seguinte ordem:


 Luvas
 Avental ou capote
 Óculos ou protetor facial
 Máscara cirúrgica

No caso de procedimentos geradores de aerossóis:


 Luvas
 Avental ou capote
 Gorro ou touca
 Óculos ou protetor facial
 Máscara de proteção respiratória
Referência: CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM - GO. COVID - 19: Orientações
sobre a colocação e retirada dos equipamentos de proteção individual (EPIs). Goiânia, 2020.
Disponível em: http://www.corengo.org.br/conselho-de-enfermagem-lanca-cartilha-sobre-
colocacao-e-retirada-de-epis_20157.html Acesso em: 06 abr. 2020.
http://www.cofen.gov.br/wp-content/uploads/2020/03/cartilha_epi.pdf

Sequência para retirar os EPIs (Leito de isolamento ou sala de


desparamentação)

DENTRO DO QUARTO ou SALA DE DESPARAMENTAÇÃO


 Retirar 1 luvas cirúrgicas;
 Higienizar as mãos;
 Retirar avental ou capote
 Higienizar as mãos;
 Retirar o gorro;
 Higienizar as mãos
 Retirar óculos colocar no recipiente para posterior limpeza
 Retirar a máscara N95 e colocá-la em um envelope de papel
 Higienizar as mãos
 Calçar luvas de procedimentos e realizar limpeza dos óculos
 Retirar luvas
Quarto do paciente com COVID-19
✔ Deverá o profissional de enfermagem ou outro profissional de qualquer outra área
utilizar máscara cirúrgica, capote, luvas e proteção ocular (óculos ou máscara
facial) quando estiver prestando cuidado direto do paciente com COVID-19;
✔ Deverá o profissional de enfermagem ou outro profissional de qualquer outra área
utilizar máscara N95 ou PFF2, capote, luvas, proteção ocular e avental quando
estiver prestando cuidado direto do paciente em procedimentos que geram aerossóis
em pacientes com COVID-19;
✔ Higienizar frequentemente as mãos com água e sabão ou preparação alcoólica,
por pelo menos 20 segundos;
✔ Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas;
✔ Manter equipamentos, produtos de saúde, objetos e superfícies tocadas limpos e
desinfectados, conforme Procedimento Operacional Padrão do serviço;
✔ Evitar tocar superfícies próxima ao paciente. ATENÇÃO: Não se deve circular pelo
serviço de saúde utilizando os EPIs após saída do quarto ou enfermaria do paciente
infectado com a COVID-19, devendo ser imediatamente removido.
 
ATENÇÃO: Não se deve circular pelo serviço de saúde utilizando os EPIs após saída
do ambiente destinado ao isolamento do paciente infectado com a COVID-19,
devendo ser imediatamente removido o EPI.
 

9. COLETA DE GASOMETRIA ARTERIAL

PARECER Nº 11/2015/COFEN/CTLN – INFORMAÇÕES SOBRE O QUE


CONSISTE A COLETA DE GASOMETRIA ARTERIAL E PUNÇÃO
ARTERIAL

http://www.cofen.gov.br/parecer-no-112015cofenctln-informacoes-sobre-o-que-
consiste-a-coleta-de-gasometria-arterial-e-puncao-arterial-2_35502.html

CHECK-LIST
Tempo máximo de realização: 3 minutos
1. Solicitar o material necessário para o procedimento
a. Seringa de 3ml ou seringa SARSTEDT HEPAREZINADA
b. Agulha 1,2x40 (rosa)
c. Agulha 0,7x25 (cinza) ou menor
d. Heparina se seringa não heparenizada
e. Luva de procedimento
f. Algodão
g. Álcool 70%
h. Gases
i. Tampa de borracha para ocluir a agulha
j. Coxim

2. Posicionamento do braço do paciente


a. Explicar o procedimento ao paciente
b. Estender o braço, com a palma da mão para cima e hiperextender o
punho apoiando-o sobre o coxim (para deixar a artéria radial o mais
superficial possível)
c. Identificar a artéria radial: palpar o processo estiloide do rádio e o tendão
dos flexores do carpo – sente-se o pulso radial entre essas duas estruturas
anatômicas

3. PROCEDIMENTO
a. Colocar luva
b. Limpar o local da punção com o algodão embebido em álcool 70%
c. Heparinizar a seringa com a agulha rosa (aspira a heparina e devolve no
frasco)
d. Trocar agulha rosa pela agulha de menor calibre
e. Palpar o pulso radial usando a mão não dominante (polpa digital dos
dedos indicador e médio)
f. Com a mão dominante, inserir a agulha em ângulo de 30-45º em direção
cefálica logo abaixo do local onde está palpando o pulso
g. Avançar a agulha lentamente até que o sangue arterial flua
espontaneamente para a seringa. Coletar no mínimo 1ml (idealmente,
coletar até 3ml)
h. Retirar a agulha e comprimir imediatamente com a gaze, fazendo pressão
por 5 minutos
i. Retirar as bolhas da seringa e tampar a agulha (“espetar” na tampinha de
plástico ou silicone)
j. Identificar a seringa com o nome do paciente, Identificar Solicitação com
Nome, Sobrenome, Idade, Enfermaria/ou UTI, Sexo, FI02, Temperatura do
Paciente
k. Encaminhar imediatamente para laboratório em bolsa térmica com gelo,
“exame não pode ultrapassar 1 hora para ser realizado após a coleta.

10. CONSIDERAÇÕES GERAIS

 Fica a critério do médico assistente, em decisão compartilhada com o


paciente, a opção de prescrever os medicamentos sugeridos nesse
protocolo devendo o médico esclarecer ao paciente ou responsável legal
que não existe até o presente momento nenhum trabalho que
comprove o benefício do uso dos medicamentos utilizados para
tratamento da COVID 19, explicando os efeitos colaterais possíveis,
obtendo o consentimento livre e esclarecido do paciente ou dos
familiares sempre que as medicações forem prescritas.

 Esse protocolo está sujeito a revisão a qualquer tempo em que novas


evidências justifiquem uma conduta médica mais adequada.
11. Referências Citadas Nas Apresentações
 Nota Técnica Nº 04/2020 Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de
Vigilância Sanitária -ANVISA. Nota Técnica Nº 04/2020. Orientações para
serviços de saúde: medidas de prevenção e controle que devem ser adotadas
durante a assistência aos casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo
novo coronavírus (COVID-19 ).

 Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de


superfícies Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do
paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies/Agência
Nacional de Vigilância Sanitária. – Brasília: Anvisa, 2012.

 RDC Nº 15 de Março de 2012 Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional


de Vigilância Sanitária. Resolução – RDC Nº 15 de Março de 2012. Dispõe
sobre requisitos de boas práticas para o processamento de produtos para
saúde e dá outras providências.

 Proposta metodológica para a validação da eficácia de desinfecção de


processadora automática de endoscópios flexíveis. Graziano, Kazuko
Uchikawa, Pereira, Marta Elisa Auler, & Koda, Elaine. (2016). Proposta
metodológica para a validação da eficácia de desinfecção de processadora
automática de endoscópios flexíveis. Revista Latino-Americana de
Enfermagem, 24, e2745. Epub August 08, 2016.
https://doi.org/10.1590/1518-8345.0595.2745

 Coronavirus infections and immune responses Li, G, Fan, Y, Lai, Y, et al.


Coronavirus infections and immune responses. J Med Virol. 2020; 92: 424–
432. https://doi.org/10.1002/jmv.25685
 

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