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A atuação do advogado de acordo com a previsão legal vigente alcança apenas os atos constitutivos não
se estendendo às alterações contratuais posteriores.
De acordo com o mencionado Projeto os atos constitutivos e atos supervenientes só poderão ser
admitidos a registro, nos órgãos competentes, quando visados por advogados, sob pena de nulidade.
O Senado Marcelo Crivela justifica a apresentação do projeto mencionando que a Constituição Federal
de 1988 (clique aqui), em seu art. 133, define o advogado como indispensável à administração da justiça
e, na linha de essencialidade dos seus trabalhos profissionais, evidencia que está a merecer revisão o
disposto no § 2º da Lei Estatutária, no que se reporta à alteração dos contratos mediante os quais se
constituem as pessoas jurídicas.
De acordo, ainda com o autor do projeto, a recomendação de que os contratos constitutivos de pessoas
jurídicas sejam visados por advogado encontra eco na própria segurança jurídica preconizada pelo
Estado, mas, além disso, a chancela de advogado no instrumento desses contratos tem o condão de
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06/04/2021 Ampliação da obrigatoriedade do visto de advogado nos atos ...- Migalhas
afastar eventuais alegações posteriores de desconhecimento dos direitos e deveres dos constituintes da
pessoa jurídica.
A obrigatoriedade do visto de advogado inscrita na Lei nº 8.904/94, cuja ampliação é pleiteada no PLS
42/2008, não é nova e apenas repetiu a contida no Estatuto anterior aprovado pela Lei 6.884/80 (clique
aqui), do seguinte teor:
"Art. 71... § 4º - Os atos constitutivos dos estatutos das sociedades civis e comerciais só serão
admitidos a registro e arquivamento nas repartições competentes quando visados por advogados".
Vale salientar também que a obrigatoriedade do visto de advogado nos atos constitutivos de sociedades
já foi objeto de questionamento no judiciário, tendo o Supremo Tribunal Federal, ao julgar a Ação
Direta de Inconstitucionalidade - ADIn 1194 (clique aqui), ajuizada pela Confederação Nacional da
Indústria -CNI contra diversos dispositivos do Estatuto da Advocacia decidido pela constitucionalidade
da exigência contida no seu art. 1º, § 2º, que dispõe que os atos e contratos constitutivos de pessoas
jurídicas, sob pena de nulidade, só podem ser admitidos a registro, nos órgãos competentes, quando
visados por advogados.
Desta forma, por força de lei, toda pessoa jurídica deve ter em seu contrato constitutivo, a chancela
advocatícia dos termos e condições sob os quais está se formando e se propõe a atuar.
Essa medida, porém, de acordo com o PLS 42/2008 não deve ficar restrita ao momento de formação das
pessoas jurídicas porque, as alterações posteriores podem afetar significativamente a natureza das
disposições originais, transformando-as em entidades completamente diversas das concebidas
originalmente, e do ponto de vista externo, a transformação deve continuar a servir à sociedade e a
pautar-se pelos limites da lei.
A propositura do projeto tem o propósito de estender a atuação dos advogados aos contratos
supervenientes, de forma que as modificações estruturais continuem a atender aos interesses das pessoas
jurídicas, do modo que julgarem mais adequados ao seu sucesso, porém, que também respondam
satisfatoriamente aos interesses da sociedade em que estão inseridas e sobre a qual projetam os efeitos
dos seus atos.
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