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Importação: RESTITUIÇÃO DO PIS E DA COFINS – IMPORTAÇÃO
RESTITUIÇÃO DO PIS E DA COFINS – IMPORTAÇÃO
Quem efetuou importação entre 2011 e 2013 pode solicitar restituição de PIS e COFINS pagos na
importação, sabiam?!?
Como assim Carol? Que história é essa?
Pois é, vou contar para vocês no post de hoje do que se trata essa restituição, quem tem direito, como fazer o
pedido, e qual o prazo legal.
Vamos lá!
CÁLCULO PIS E COFINS – IMPORTAÇÃO ATÉ 2013
Bem, até o ano de 2013 o cálculo para recolhimento do PIS e da COFINS na importação (formal) de
mercadorias era efetuado da seguinte maneira:
CÁLCULO PIS/COFINS – IMPORTAÇÃO ATÉ 2013
Art. 1o Os valores a serem pagos relativamente à Contribuição para o PIS/Pasep‐Importação e à
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins‐Importação) serão obtidos pela
aplicação das seguintes fórmulas, exceto quando a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI) for específica:
O próprio sistema (SISCOMEX) fazia este cálculo, e no momento do registro da DI (Declaração de
Importação) eram debitados os valores gerados pelo sistema na conta do importador.
Porém, em 2013, o judiciário entendeu que esta maneira de calcular o PIS e a COFINS na importação
estava incorreta (era inconstitucional).
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Por que?
Porque a norma dizia que o valor aduaneiro seria composto do valor que servisse de base de cálculo
para o II (até aqui ok) ACRESCIDO do valor do ICMS (errado!) e das próprias contribuições (errado
também!).
ARTIGO ANTIGO (REVOGADO)
“Art. 7o A base de cálculo será:
I o valor aduaneiro, assim entendido, para os efeitos desta Lei, o valor que servir ou
que serviria de base para o cálculo do imposto de importação, acrescido do valor do
Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de
Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS incidente no desembaraço
aduaneiro e do valor das próprias contribuições, na hipótese do inciso I do caput do art. 3o
desta Lei.” (Lei 10.865/2004)
Ou seja, a norma antiga (revogada) entendia que o valor aduaneiro deveria ser somado ao valor do ICMS
mais o valor do próprio PIS e da COFINSIMPORTAÇÃO, para então compor uma base de cálculo, e só
assim então aplicar as alíquotas do PIS e da COFINSImportação.
Nossa! Recordome que era uma loucura explicar essa fórmula de cálculo aos importadores, tanto que nem
a fazíamos à mão, era sempre o próprio sistema que calculava, tamanha complexidade envolvida.
Complicado, não acham?!
E quando olhamos o conceito de valor aduaneiro, vemos o tamanho do equívoco que havia nesse cálculo.
Pois o valor aduaneiro não engloba tributos.
Vejam o conceito de valor aduaneiro:
“Valor Aduaneiro é a base de cálculo do imposto de importação.
Na maioria das vezes, o valor aduaneiro da mercadoria é encontrado a partir do seu valor FOB
(Free on Board), acrescido dos valores do frete e seguro internacionais, convertendose
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esses valores para Reais, por meio da taxa de câmbio do dia do registro da importação.”
Fonte: Glossário da Receita Federal.
CÁLCULO PIS E COFINS – IMPORTAÇÃO DEPOIS 2013
Sendo inconstitucional, foi determinada uma nova forma de cálculo, considerada a partir
de Outubro/2013, como a maneira correta de calcular o PIS e a COFINS na importação, tendo como base
de cálculo apenas o VALOR ADUANEIRO da mercadoria, vejam artigo atual (vigente):
ARTIGO ATUAL (VIGENTE)
“Art. 7o A base de cálculo será:
I o valor aduaneiro, na hipótese do inciso I do caput do art. 3o desta Lei." Fonte: Lei nº 12.865, de 2013.
Então, a Instrução Normativa RFB nº 1401, de 09 de outubro de 2013, alterou a forma de cálculo do
PISImportação e da CofinsImportação, para adotar o entendimento do STF e da Lei 12.865.
Vejam cálculo atual:
CÁLCULO PIS/COFINS – IMPORTAÇÃO DEPOIS 2013
Vejam comentário de um especialista a esse respeito:
“Em outubro de 2013, foi publicada a lei 12.865, que alterou a redação do artigo 7º da lei
10.865 (...), determinando, assim, que as referidas contribuições, a partir da publicação da lei,
seriam calculadas tão somente com base no valor aduaneiro do bem ou do serviço
importado.”
Autor: Ronaldo Pavanelli Galvão. Fonte: Migalhas.
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RESTITUIÇÃO
Com este novo entendimento, os importadores passaram a ter direito a requerer a restituição dos valores
pagos a maior (em função da base de cálculo incorreta).
“NOTA/PGFN/CASTF/Nº 1.254/2014 noticiou que o “Plenário do Supremo Tribunal Federal, na
sessão de julgamento de 20.3.2013, nos autos do Recurso Extraordinário n. 559.937, sob a
relatoria do ministro Dias Toffoli, decretou a inconstitucionalidade do art. 7º, I, Lei
10.865/2004, na parte em que acrescenta o valor do ICMS incidente no desembaraço aduaneiro
e do valor das contribuições do PIS e da COFINS”.
Com esta inconstitucionalidade decretada, a PGFN (Procuradoria Geral da Fazenda Nacional) órgão de
consultoria jurídica do Ministério da Fazenda, tentou “modular os efeitos do Recurso Extraordinário”.
Carol, o que significa “modular os efeitos”?
Modular significa estabelecer uma data a partir da qual a decisão do
STF surtirá efeitos evitando assim um possível caos jurídico que a
declaração de inconstitucionalidade ou mudança de jurisprudência
poderia vir a causar.
Fonte: Cf. ADI 3.819/MG, p.61; e RE 559.943/RS, p. 62.
Ou seja, a PGFN queria que a decisão fosse válida apenas para os importadores que entraram com
ação judicial ANTES da data de julgamento do RE (Recurso extraordinário), alegando que o contrário, ou
seja, não delimitar uma data, traria insegurança jurídica e prejuízo ao erário.
Porém o STF não aceitou tal solicitação da PGFN de modular os efeitos do RE, com a justificativa de que:
“Modular os efeitos no caso dos autos importaria em negar ao contribuinte o próprio
direitode repetir o indébito de valores que eventualmente tenham sido recolhidos.”
Sendo assim, ficou entendido que, na prática, todas as empresas que efetuaram importações nos
últimos 5 anos (entre o período de 2011 a 2013), poderão solicitar a restituição dos valores pagos a
maior em função da base de cálculo majorada (incorreta).
VIA ADMINISTRATIVA OU JUDICIAL?
Carol, então os importadores que desejarem solicitar a restituição do PIS e da COFINS importação terão
que entrar na justiça?
Não.
Apesar da PGFN ter tentado modular os efeitos da decisão do STF (e não ter conseguido), ela acabou
incluindo esse assunto em uma lista da qual não se faz necessário entrar na justiça para receber a
restituição dos valores, ou seja, já é possível fazer isto apenas via administrativa.
A PGFN então instruiu a Receita Federal, no sentido de que as solicitações deste tema, por ser
um assunto pacificado pelo STF, não deverão ser discutidas, devem ser acatadas conforme já decidido.
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“Por fim, corroborando as conclusões da NOTA/PGFN/CASTF/Nº 1.254/2014 e também levandose
em conta que o julgamento do RE nº 559.937/RS enquadrase no disposto no art. 19, inc. IV, da
Lei n° 10.522/2002 (matéria decidida de modo desfavorável à Fazenda Nacional pelo Supremo
Tribunal Federal, em sede de julgamento realizado nos termos do art. 543B, do CPC), é adequada
a inclusão do tema na Lista do art. 1º, V, da Portaria PGFN nº 294/2010”
Fonte: NOTA/PGFN/CASTF/Nº 547/2015.
A PGFN lançou essa NOTA Nº547/2015 para informar que o assunto estava incluído na lista e que não
deveria haver mais discussão quanto ao mérito, uma vez que está pacificado que a restituição deve ser
efetuada àqueles que tem o direito.
QUEM TEM DIREITO?
Quem tem direito a solicitar a restituição do PIS da COFINS importação são os importadores que ainda não
se apropriaram do crédito destes (referente ao crédito que foi gerado pelo recolhimento do tributo com a
base de cálculo incorreta).
As empresas tributadas pelo sistema de Lucro Presumido são as potenciais autoras da solicitação de
restituição, visto que o valor do PIS e da COFINS Importação pagos pela entrada de produtos na
importação não pode ser compensado com os valores pagos nas saídas desses mesmos produtos da
empresa.Daí o grande prejuízo de ter pagado com a base de cálculo incorreta, gerando um grande dispêndio
de capital, sem poder ser compensado na saída da mercadoria do estabelecimento.
Segundo especialista da área tributária, pode solicitar restituição:
Autor: Maxsoel Bastos de Freitas
Fonte:http://www.dulacmuller.com.br/ptbr/artigo/recuperaodepisimportaoecofinsimportao
Na prática, as empresas que apuram os tributos através do Regime do Lucro Real, provavelmente, já se
aproveitaram do crédito, uma vez que recolhem o PIS e COFINSImportação de maneira não cumulativa. Por
isso, provavelmente, não teriam esse direito.
PRAZO
Carol, de quando a quando podem ser solicitados estes valores recolhidos a maior?
O cálculo é o seguinte:
Data de hoje: 12/07/2016
Data da publicação da lei 12.865 que corrigiu a base de cálculo: 09/10/2013
Contase 5 anos anteriores a data de hoje, que diz respeito ao prazo prescricional.
Que seria:
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12/07/2011
Da data encontrada: 12/07/2011, contase até a data da publicação da lei 12.865, que seria:
De 12/07/2011 até 09/10/2013
Poderia então ser solicitada a restituição da diferença do PIS e da COFINS recolhidos a maior nas operações
de importação do período de 12/07/2011 a 09/10/2013.
Vejam que devido ao prazo prescricional, cada ano que passa, diminui o período de direito do
importador.
COMO FAZER A SOLICITAÇÃO DO PLEITO?
O pleito deve conter informações sobre:
Quem é o contribuinte;
Dados do Regime de Tributação do contribuinte;
Demonstrativo de cálculo dos valores com suas respectivas DI´s;
Recurso Extraordinário nº 559.937;
Inconstitucionalidade da base de cálculo;
Nota /PGFN/CAST nº 547/2015;
NOTA/PGFN/CASTF/Nº 1.254/2014.
O DINHEIRO É DEVOLVIDO?
Sim, de acordo com Silvio Dias, despachante aduaneiro que atua na área:
“As solicitações que foram protocoladas em meados de 2015, estão sendo processadas, sendo
que temos casos já deferidos este ano, ou seja, com o crédito já reconhecido pela Receita
Federal, aguardando apenas o depósito ou a compensação.”
A compensação acontece no caso do importador ter alguma dívida com a Receita Federal, então, o valor
não é depositado, e sim compensado pela dívida que consta em aberto no sistema.
CONCLUSÃO
Acredito que para aqueles que identificaram que é possível efetuar esta restituição, esse seja o momento de
correr atrás!
Não tenham receio ou medo de fazer solicitações deste tipo junto a Receita Federal. É direito do importador,
não há retaliação por parte do órgão, este é um pensamento antigo e retrógrado, e que não deve ser cultivado
ou incentivado.
Como em uma postagem mais antiga minha, se não concordarem questionem! E se tiverem direito à
restituição, não abram mão do que lhes cabe!
Abraços e até a próxima!
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17/11/2016 S.O.S. Importação: RESTITUIÇÃO DO PIS E DA COFINS – IMPORTAÇÃO
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