Você está na página 1de 119

2 ª E D I Ç Ã O D O C U R S O D E D I R E I TO A D UA N E I R O E T R I B U TA Ç Ã O D O C O M É R C I O E X T E R I O R | A P E T

MARCELO MAGALHÃES PEIXOTO • Presidente da APET


SOLON SEHN • Coordenador científico

TESES ADUANEIRAS
L EONARDO B RANCO
24.09.2022

E ste e ou t ros materiais e víd eos estão


d isp o n íve is p a ra d o wn load n o site

W W W. L E O N A R D O B R A N C O . C O M . B R
W W W. L E O N A R D O B R A N C O . C O M . B R
BASE DE CÁLCULO DOS TRIBUTOS
ADUANEIROS: CAPATAZIA, DTHC, THC,
FRETE E SEGURO
Base de cálculo

ICMS incide sobre o valor da operação

Lei complementar deve fixar a base de cálculo do ICMS para que o montante do
imposto a integre, também na importação

BASE DE CÁLCULO
Art. 155 § 2º IX “b”, XII “i” e “g” ICMS compreende IPI na sua base de cálculo, exceto quando a operação for
realizada entre contribuintes com produto destinado à industrialização ou à
comercialização, com incidência dos dois impostos

Cabe à lei complementar (LC 24/75) regular a forma como isenções, incentivos e
benefícios fiscais relativos ao ICMS serão concedidos (“GUERRA FISCAL”)
Base de cálculo

Imposto de Importação
IPI-Importação
PIS-Importação
Cofins-Importação
ICMS-Importação
Frete/Capatazia
Seguro
AFRMM/Taxa Mercante (se navio)
Taxa LI (ANEEL)
Taxa Siscomex (por fora)

Constituição Federal | Inciso II do Art. 155 – Competência dos Estados e DF


Lei Complementar nº 87/1996 e leis estaduais
Regulamentos Estaduais e atos normativos
Base de cálculo

Constituição Federal | Inciso II do Art. 155 – Competência dos Estados e DF


Lei Complementar nº 87/1996 e leis estaduais
Regulamentos Estaduais e atos normativos
Base de cálculo

BASE 1 do ICMS = Valor aduaneiro (R$ 7.584,82) + II (R$ 1.213,57) + IPI (R$
1.319,76) + PIS (R$ 159,28) + Cofins (R$ 713,93) + Taxa Siscomex (R$ 185,00)
+ Frete/Capatazia + Seguro + AFRMM/Mercante + Taxa registro LI (ANEEL)

Base 2 do ICMS = BASE 1 : (1- Alíquota de ICMS em SP 18%)


Base 2 do ICMS = 11.176,36 : (1- 18%) = R$ 13.629,71

Valor do ICMS = Base 2 x Alíquota de ICMS em SP 18%


Valor do ICMS = R$ 13.629,71 x 18% = R$ 2.453,35
Base de cálculo
O valor da mercadoria ou bem constante dos documentos de importação,
observadas as regras de valoração aduaneira

Imposto de importação

BC DO ICMS IPI
Art. 13 da LCp n 87/1996

IO/Câmbio

Quaisquer outros impostos, taxas, contribuições e despesas aduaneiras • LCp


114/2002

Lei complementar deverá “fixar a base de cálculo, de modo que o montante do


EC 33/2001
imposto a integre, também na importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço”

TEMA 171 Desobediência ao fluxo de positivação | Art. 146 CR/88 – Após a edição de LCp

TEMA 1.094 Lei estadual tem defeito, mas não de VALIDADE, só de EFICÁCIA

Passa a poder ser cobrado a partir da edição da lei complementar


DTHC
Dispêndios envolvidos nas atividades envolvidas no § 1º do art. 40 da Lei nº 12.815/2013 (granel)
Origem: Origin Terminal Handling Charge (OTHC) | Destino: Destination Terminal Handling Charge (DTHC)
Lei 10.865/2004 remete ao valor aduaneiro
Despesas incorridas "até" o porto
Art. 4º da IN SRF 327/2003 (revogada) incluiu OTHC + DTHC | RA/2009 repetiu a inclusão

1. Acórdão 3402-006.218 • há contrariedade com o AVA, devendo ser aplicada


a decisão do STF no sentido de que o valor aduaneiro corresponde
exclusivamente ao preço CIF (cf. definição do RE 559.937, Min. Ellen Gracie)

2. Acórdão 3401-003.216 (até inclusivo) • não há contrariedade com o AVA e


ato Declaratório Coana 3/2000 e a IN SRF 327/2003 (revogada) explicitaram o
conceito, independentemente da responsabilidade pelo ônus financeiro

3. Acórdão 3401-003.216 (até exclusivo) • não há contrariedade com o AVA e


há ilegalidade, pois a IN 16/1998 nada previa quanto à inclusão e, sem alteração
legislativa, a IN 327/2003 passou a incluí-las (art. 97 CTN e art. 150, I CR/88)
DTHC

STJ. 1ª T. AgInt no AREsp 1.415.794/SC. Rel. Min. Sérgio Kukina. DJe


05/04/2019 | Incompatibilidade da inclusão com o art. 8.2. do AVA

ALTERAÇÃO DO POSICIONAMENTO A PARTIR DE 2020 EM REGIME DE REPETITIVO


Recursos Especiais (Resp) nº 1.799.306/RS, nº
1.799.308/SC e nº 1.799.309/PR | Relator Ministro Gurgel
de Faria e Relator para o Acórdão Ministro Francisco
Falcão (DJe 19/05/2020)

INSRF 327/2003 explicitou que a carga, descarga e manuseio das


mercadorias importadas no território nacional estão incluídas na
determinação do “valor aduaneiro” e RA/2009 ratificou o
posicionamento

Alteração do RA/2009 pelo Decreto nº 11.090/2022


EXCLUI os gastos incorridos no território nacional e destacados do custo de transporte
DTHC e ICMS-Importação
DTHC

Arts. 9º e 10º IN 2090/2022


Extrapolação do dever regulamentar da exigência de duplo destaque
(tanto na documentação fiscal como no conhecimento de embarque)

Ex: Incoterm EXW ("Ex Works”)


Vendedor (Seller) só disponibiliza carga em local/data marcada | Comprador providencia transporte e arca com os custos
Como realizar o decote no BL? E mesmo nas operações possíveis: extrapolação/inovação da IN
DTHC e ICMS-Importação

O valor da mercadoria ou bem constante dos documentos


de importação, observadas as regras de valoração aduaneira
BC DO ICMS
Art. 13 da LCp n 87/1996

Quaisquer outros impostos, taxas, contribuições e despesas


aduaneiras • LCp 114/2002
DTHC e ICMS-Importação
Capatazia como uma despesa aduaneira

REsp 77.694/BA | Taxa de armazenagem e capatazia não integram a base de


cálculo do ICMS-Importação à luz do Decreto-Lei 406/68 (1995) RSTJ 81/113

Convênio ICMS 07/05 | Despesas aduaneiras: importâncias indispensáveis,


cobradas/debitadas no controle e desembaraço da mercadoria, ainda que venham a ser
conhecidas após o desembaraço, incluídos os gastos com capatazia
Revogado pelo Convênio ICMS 83/05: Bahia, Goiás e Minas Gerais incorporaram o
seu texto, estabelecendo que a capatazia integra a base de cálculo do ICMS-Importação
ES, MT, PA, PR, PE, RJ, SC e SP
Despesas aduaneiras aos valores cobrados pelas repartições aduaneiras
até o momento do desembaraço dos bens [excluem capatazia]

LC 87/96 reporta a BC a “despesas aduaneiras” e é difícil defender que THC não seja
Reserva de Lei Complementar: base de cálculo como delimitação de competência
MAS: países signatários do GATT | Argumentos que prevaleceram no RE 229.096/RS
Violação à Cláusula do Tratamento Nacional (artigo I) e ao art. 98 CTN (conteúdo eficacial/jurisdição tributária)
DTHC e ICMS-Importação
IN 2090/2022
DTHC (Arts. 9º e 10º)
Gastos de carga, descarga e manuseio ("Destination Terminal Handling
Charge" — DTHC) no território nacional

Crítica: extrapolação do dever regulamentar da exigência de duplo


destaque: documentação fiscal e conhecimento de embarque

Ainda maior reprimenda merecem os Estados que continuam a incluir


indevidamente a capatazia na base de cálculo do ICMS-Importação sob o
pretexto de a lei nacional fazer referência a despesas aduaneiras

CARF: todos casos de seguro sobre o transporte internacional "(...) até o porto
ou o aeroporto alfandegado de descarga ou o ponto de fronteira alfandegado"
(inciso I do artigo 77 do Decreto nº 6.759/2009 espelhado no artigo 9º da IN
2090/2022) mantiveram o auto de infração por unanimidade de voto
DEFINIÇÃO DE PREÇOS-MÍNIMOS PELO
DECEX
Definição de preços mínimos | DECEX
NEUTRALIDADE
Valoração como procedimento técnico, baseado em métodos
Não deve ser utilizado para outro fim que não a BC do II
VALORAÇÃO • GATT (ex.: não serve para investigar TP, subsídios ou dumping)
Artigo VII.2.a • VA não é mecanismo de defesa comercial
Negativa à reaproximação do valor teórico

Dumping: representação à Secretaria


de Comércio Exterior (Artigo VI GATT)

CONTROLE DE PREÇOS DE REFERÊNCIA


DS183: Brazil – Measures on Import Licensing
(ou “preços mínimos”)
and Minimum Import Prices, proposta pela
Mecanismo opaco de controle de
Comunidade Europeia, com adesão dos EUA
preços de referência pelo DECEX

Portaria Secex nº 23/2011


Não prevê claramente esse controle anômalo Ausência de divulgação dos preços mínimos ou de referência
DECEX efetuará acompanhamento dos preços praticados nas importações (art. 30)
Podem ser indeferidas as licenças com indícios de fraude documental (art. 21) Não são publicados nem disponibilizados em lugar algum para
NÃO AUTORIZA indeferimento da licença de importação motivado pela pauta de conhecimento ou impugnação por parte dos interessados
preços mínimos ou por divergência com o valor de mercado
Definição de preços mínimos | DECEX
Prática à margem da legalidade criada na antiga CACEX | CONTROLE DE PREÇOS POR MEIO DE LI
Parametrização do sistema para apenas deferir LI a partir de um valor mínimo de preço: BC dos tributos majorada (VA)
Produtos chegam mais caros ao mercado nacional, ajudando na competitividade doméstica (prática)
Art. 7º da Medida Provisória nº 1.040/2021 veda o controle de preços mínimos na importação
Câmara dos Deputados retirou o art. 7º no PL de conversão

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS
A necessidade de aprimoramento do art. 7º da MPV inicialmente nos veio à atenção pelo elevado número de emendas que solicitam a sua
modificação (Emendas nº 2, 11, 12, 91, 104, 143, 146, 189, 193 e 248) ou mesmo sua exclusão. O texto que apresentamos no PLV é fruto de amplo
diálogo com o governo e com associações do setor industrial e, nesta segunda versão do Parecer à MPV n. 1040, de 2021, decide-se pela supressão
do dispositivo. Isso não significa, de modo algum que estamos aqui a reavivar o mecanismo de controle de preços nas importações. Antes, após
decisão tomada em acordo com diversos líderes, optamos por seguir a discussão desse tema no âmbito de projeto de lei à parte, ocasião em que
todas as partes interessadas terão oportunidade de se manifestar, sem os limites temporais impostos pelo célere trâmite de uma Medida Provisória

AC 0007152-79.2001.4.03.6100/SP. Rel. Des. Fed. Marli Ferreira, 23/03/2011 STJ. 1ª T. REsp 1048470/PR. Rel. Min. Luiz Fux. DJe 03/05/2010
Para negar LI, o DECEX informa que na atribuição de acompanhamento O dumping evidente, aferido pelo DECEX, cuja atribuição é realizar o
e fiscalização de preços “podem ser utilizadas listas de preços acompanhamento dos preços praticados nas importações, em sendo a
expedidas pelos fabricantes estrangeiros, publicações especializadas mercadoria sujeita ao regime de licenciamento não-automático, impõe a
de notória aceitação no exterior, ou informações obtidas por negativa da licença requerida. In casu, houve a constatação de diferença de
representações do Governo Brasileiro no país de procedência das preço (para menor) entre o valor considerado normal em importações de
mercadorias”. Ausente a publicidade, deve ser concedida a LI, desde cabos de aço e cadeados e aquele declarado nas faturas comerciais
que os demais requisitos legais estejam implementados referentes às mercadorias importadas pela autora.

Jurisprudência predominante admite a validade do controle dos preços de referência pelo Decex
Fundamento no ACORDO SOBRE PROCEDIMENTOS PARA O LICENCIAMENTO DE IMPORTAÇÕES (APLI) | Acordo não autoriza o controle de preços mínimos
Defesa comercial da economia brasileira adstrita ao Artigo VI do GATT (medidas antidumping)
RETENÇÃO DE MERCADORIAS NO
DESPACHO DE IMPORTAÇÃO
Controle aduaneiro| Despacho de importação

Habilitação do importador na RFB para prática de atos no Siscomex


(IN RFB nº 1.984, de 27/10/2020 | Portaria Coana nº 123, de 17/12/2015 )

Aquisição de mercadorias no exterior demanda etapas (cadastral e analítica):

Inscrição no RADAR que controla as atividades relacionadas ao despacho aduaneiro


Inscrição no Registro de Importadores e Exportadores (REI), administrado pela Secex, que permite acesso ao Siscomex
Outorga de poderes (mandato)
Licença de importação
Fechamento do câmbio (operação com cobertura cambial)

Momento a partir do qual é possível ao importador/exportador celebrar contrato

Importador preenche no SISCOMEX as informações relativas à mercadoria


Pagamento dos tributos correspondentes
SISCOMEX integra registro, acompanhamento e controle das operações
Despacho de importação | Declaração de importação
Registro da Declaração de Importação (DI) acompanhado do comprovante de pagamento
dos tributos correspondentes no Siscomex dá início ao despacho de importação
PRAZOS para o importador efetuar o registro da DI sob pena de PERDIMENTO:

90 dias da descarga em recinto 45 dias do fim do prazo de permanência em 90 dias do recebimento do aviso de
alfandegado de zona primária recinto alfandegado de zona secundária chegada da remessa postal

DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO: procedimento que verifica exatidão dos dados declarados pelo importador
Mercadoria | Documentos | Legislação
IN SRF nº 680/2006 e IN SRF n° 611/2006

Declaração de Importação (DI) | Regra geral


MODALIDADES Declaração Única de Importação (Duimp)
Declaração Simplificada de Importação (DSI eletrônica ou formulário)
Interrupção do despacho de importação
Registro da exigência pelo AFRFB responsável no Siscomex interrompe despacho de importação
Hipóteses (art. 570 RA):

Não-apresentação de documentos exigidos, desde que indispensáveis


Não-comparecimento do importador para assistir à verificação da mercadoria, quando sua presença for obrigatória
Alteração de classificação fiscal
Recolhimento de diferença de tributos e/ou multas

Interrompido o despacho, para o atendimento de exigência, inicia-se a contagem do prazo de 60


dias para caracterização do abandono da mercadoria (Inciso II do §1º do art. 642 do RA).

Não se configura abandono se o não cumprimento da exigência decorrer de ação ou omissão


alheia à vontade do importador (ex. LI solicitada e pendente de deferimento).

Instaurado o procedimento especial de controle para verificar elementos indiciários de fraude ou


de irregularidade punível com a pena de perdimento, despacho é interrompido pelo prazo
máximo de 90 dias, prorrogável por igual período (art. 9º da IN RFB n° 1.169/11).
Retenção de mercadorias
Regulamento Aduaneiro - Art. 570 (Decreto nº 6.759/2009)
Autoridade aduaneira pode condicionar a liberação da mercadoria ao pagamento do crédito tributário ou à prestação de garantia

Artigo 48, parágrafo 5, da Instrução Normativa 680/2006

Súmula 323 STF – 1968


"é inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos"
3.40 a 3.43 CRQ
Artigo 7.3 AFC

Recurso Extraordinário (RE) 1.090.591 (Tema 1042)


Novo posicionamento STF

Parcelamento ou outra hipótese art. 151 CTN: pode reter a mercadoria?


Seria meio coercitivo de cobrança de crédito com exigibilidade suspensa? | Retorno ao solve et repete?
LIBERAÇÃO POR EXCESSO DE PRAZO NA
CONFERÊNCIA ADUANEIRA
Prazos e canal vermelho
Prazo para conclusão do despacho de importação e canal vermelho
Direito ao devido processo aduaneiro
Prazo/duração razoável

(Art. 5º, incisos LIV, LV e LXXVIII, da CR/88)

Questão sobre o ressarcimento do particular pelos custos excessivos com armazenagem e demurrage
TRF-4: a contagem do prazo em excesso começa a partir do 9º dia de não movimentação da DI ou DE

PGFN: dispensada de contestar e recorrer ações que versem sobre a greve


Pleito de liberação das mercadorias para que não se cause prejuízo ao particular

Excesso de prazo para a conclusão do despacho, em desacordo com o art. 4º do Decreto nº 70.235/1972
(prazo de oito dias para o processo administrativo fiscal) | Art. 170 CR/88 ampara a atividade empresarial de atos do poder público

Movimento paredista: não estar registrado como greve, torna mais difícil a caracterização nos pedidos judiciais
DUIMP: discriminação expressa do que foi objeto de conferência (transparência, impessoalidade e dever de fundamentação)

https://www.conjur.com.br/2022-abr-24/greve-fiscais-receita-provoca-onda-processos-setor-aduaneiro
HABILITAÇÃO PROVISÓRIA DO RADAR E
A PRESERVAÇÃO DOS NEGÓCIOS
JURÍDICOS ANTERIORES AO ATO DE
CANCELAMENTO E SUSPENSÃO
Preservação dos negócios jurídicos anteriores ao cancelamento/suspensão
DI registrada que ainda não concluiu o despacho de importação | Ausência de ato jurídico perfeito
TRFs não permitem perdimento retroativo

Registrada a DI antes da habilitação ser cassada/suspensa, será processada regularmente


Apenas compra (negócio jurídico) anterior à cassação/suspensão no exterior não garante processamento

TRF4, REMESSA NECESSÁRIA CÍVEL Nº 5031116-38.2020.4.04.7000, 2ª Turma, Juiz Federal ALEXANDRE ROSSATO DA SILVA ÁVILA, POR
UNANIMIDADE, JUNTADO AOS AUTOS EM 15/12/2020 | TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. REMESSA OFICIAL. ADUANEIRO.
HABILITAÇÃO NO SISTEMA RADAR/SISCOMEX. REDUÇÃO. EQUÍVOCO NO PROCEDIMENTO. INTIMAÇÃO. SUSPENSÃO DA HABILITAÇÃO.
ATO ADMINISTRATIVO. APLICAÇÃO RETROATIVA. IMPOSSIBILIDADE.
1. Reduzir automaticamente a modalidade de habilitação no sistema RADAR/SISCOMEX antes de decisão do pedido de revisão de
estimativa viola o princípio da motivação e do devido processo legal.
2. Se Administração pretende suspender a habilitação do contribuinte - ou se deseja diminuir o limite de importação - deve intimá-lo
em procedimento próprio, oferecendo contraditório referente à suposta irregularidade quanto à capacidade financeira ou
constituição da pessoa jurídica interessada.
3. A observância ao princípio da segurança jurídica impõe a manutenção dos negócios celebrados ANTES da inequívoca ciência, pela
empresa impetrante, a respeito da redução da modalidade para operar no sistema SISCOMEX.
4. Uma vez que a suspensão da habilitação para operar no sistema SISCOMEX se deu posteriormente ao contrato de importação e
ao deferimento da licença de importação de mercadorias, impõe-se a preservação dos negócios jurídicos previamente celebrados.

TRF4 5052582-88.2020.4.04.7000, SEGUNDA TURMA, Relator ALEXANDRE ROSSATO DA SILVA ÁVILA, juntado aos autos em
24/02/2022 | TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. REMESSA OFICIAL. ADUANEIRO. HABILITAÇÃO NO SISTEMA
RADAR/SISCOMEX. SUSPENSÃO. APLICAÇÃO RETROATIVA. IMPOSSIBILIDADE.
A observância ao princípio da segurança jurídica impõe a manutenção dos negócios celebrados antes da inequívoca ciência, pela
empresa impetrante, a respeito da modificação, suspensão ou cancelamento da modalidade para operar no sistema SISCOMEX.
DENÚNCIA ESPONTÂNEA E DEVERES
INSTRUMENTAIS
Denúncia espontânea em matéria aduaneira
Descumprimento de obrigações instrumentais
Não relacionados necessariamente a pagamento de tributos (art. 44, DL 37/66)

Art. 102 DL 37/66 • Denúncia espontânea acompanhada de eventuais tributos exclui penalidade (tributária ou administrativa), salvo no caso de
penas de perdimento | Não será reconhecida no curso do despacho aduaneiro ou após iniciado qualquer procedimento fiscal

SÚMULA Nº 126 CARF


A denúncia espontânea não alcança as penalidades infligidas pelo descumprimento dos deveres instrumentais
decorrentes da inobservância dos prazos fixados pela RFB para prestação de informações à administração
aduaneira, mesmo após o advento da nova redação do art. 102 do DL 37, de 1966 (art. 40 da Lei nº 12.350/2010)

Art. 102 do Decreto-Lei nº 37/1966 (RA, art. 683, § 2º) | Lei nº 12.350/2010 (art. 40) resultante da MPv 497/2010
Exposição de motivos: objetivo de tornar clara a aplicabilidade a denúncia espontânea a todas as penalidades pecuniárias,
inclusive multas aduaneiras pelo descumprimento de “obrigação acessória” (ex: multa isolada do art. 711 RA)

Carf: incompatibilidade da denúncia espontânea com as infrações formais decorrentes do descumprimento de prazos
Configuração da infração ocorre com a conduta omissiva do agente vinculado ao dever de agir (consumação do ilícito)
Após o escoamento, não oponível a denúncia espontânea

Artigo 6 AFC incentiva os membros da OMC a considerarem esse fato como circunstância atenuante de pena (3.6)

APLICA-SE SOMENTE A PRAZOS (SÚMULA 161 CARF)


Importador que retifica a DI antes iniciado o procedimento fiscalizatório tem afastada a multa de 1% (art. 84, I, MPv nº 2.158-35/2001)
REGIMES ESPECIAIS E FRAUDES
Natureza jurídica dos regimes aduaneiros especiais
TRÂNSITO ADUANEIRO DE PASSAGEM
ADMISSÃO TEMPORÁRIA
Regimes que se destinam apenas ao
controle da não-incidência para assegurar
retorno do produto ao exterior

Inexistência de cobertura cambial

Admissão vinculada à obrigação de


reexportar em um prazo
Fraudes
Acórdão CARF nº 3201-008.734

ADMISSÃO TEMPORÁRIA PARA TESTES (SEM FIM COMERCIAL)


7 renovações | Licitação

RFB concluiu se tratar de importação comum, com


cobertura cambial

Parte dos pagamentos ao fabricante estrangeiro realizada


de forma antecipada e parte postecipada, resultante da
participação e vitória do consórcio em licitação promovida
pelo Metrô de São Paulo para fornecimento dos bens com a
emissão da nota fiscal de venda

Conversão de pena de perdimento em multa substitutiva


Trânsito aduaneiro
De importação
Trânsito aduaneiro (arts. 315 a 352) De exportação
De passagem

REGIMES
ESPECIAIS
(Título 1 do Livro IV RA)

TRÂNSITO
(IN SRF 248/2002)
Permissão para levar a mercadoria de um ponto a
outro sem a necessidade do pagamento de tributos
Trânsito aduaneiro
Transportador responsável, salvo no caso de extravio/dano por caso fortuito/força maior (inc. I, art. 32, DL 37/66)
Acórdão CSRF nº 9303-007.712 | Caso fortuito externo (risco imprevisto) e interno (risco da atividade)
Base no superado REsp nº 1.172.027/RJ (STJ) de 2010
Novo entendimento | EREsp nº 1.172.027/RJ (STJ) de 2013 que entende roubo como força maior

https://www.conjur.com.br/2021-jul-07/direto-carf-
responsabilidade-tributaria-roubo-carga-transito-aduaneiro

Tax??
INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA:
DIVERGÊNCIAS DE CARACTERIZAÇÃO E
PRINCIPAIS QUESTIONAMENTOS
IMPORTAÇÃO DIRETA

Importador promove a operação, com interesse, recursos e meios


dele, mesmo que com um despachante aduaneiro ou agente de
carga contratado, mas ele é o fomentador da operação

EMPRESA

EXPORTADOR
IMPORTAÇÃO INDIRETA POR CONTA E ORDEM

Em operações indiretas:
TRADING COMPANY ou Comercial Importadora
(empresas com expertise neste tipo de operação)

IN 1861, de 27/12/2018
Requisitos das importações indiretas

Importadora contratada para promover EM SEU NOME


TRADING ES despacho de importação de mercadoria estrangeira
adquirida por outra PJ e com recursos do adquirente
EMPRESA
OBJETO | Prestação de SERVIÇO de promoção de despacho
aduaneiro de importação (contrato previamente firmado)

RECURSOS são do adquirente/interessado que


EXPORTADOR
contrata a comercial importadora ou a trading

Adquirente contrata terceiro prestador de serviços


IMPORTAÇÃO INDIRETA POR ENCOMENDA
IN 1861, de 27/12/2018
Requisitos das importações indiretas

Importadora é contratada para promover em seu nome


com recursos próprios despacho de importação de
mercadoria estrangeira adquirida para revenda a
encomendante predeterminado

TRADING Importação com posterior revenda

EMPRESA CÂMBIO | Pagamento ao fornecedor estrangeiro realizado


exclusivamente pelo importador por encomenda

Insegurança: ANTECIPAÇÃO de valores e “recursos próprios”


IN RFB 1937/2020 | Permite recebimento de pagamento
EXPORTADOR antecipado parcial ou total do encomendante

Pagamento antecipado não desconfigura recursos próprios


COMPETÊNCIA DO ESTADO DE DESTINO
IMPORTAÇÕES POR CONTA E ORDEM
Importador em SP que se valia de Trading Company estabelecida em SC ou ES
DESTINO JURÍDICO E FÍSICO | EC 33/2001: Estado competente para cobrança do ICMS-Importação

IMPORTAÇÃO POR ENCOMENDA


Trading Company adquire a mercadoria do exterior
FG ocorreria no estado da Trading, que será competente para cobrar o ICMS
Depois haverá uma segunda operação para o estado de destino

Sequência de atos entre SP e ES após a criação da importação por encomenda | pacificação


Protocolo ICMS 23/2009 e Convênio ICMS 36/2010
Resolução SF 13/2013 e Convênio ICMS 38/2013

Tema nº 520| O sujeito ativo da obrigação tributária de ICMS incidente


sobre mercadoria importada é o Estado-membro no qual está
domiciliado ou estabelecido o DESTINATÁRIO LEGAL da operação que deu
causa à circulação da mercadoria, com a transferência de domínio
ARE 665134
Envolvia não 2 pessoas jurídicas, mas dois
3

Circulação com remessa física


estabelecimentos da mesma PJ

2 Importação pela PJ-SP, destinada a outro


estabelecimento da mesma PJ-MG
4
MG realiza a cobrança do ICMS-Importação

DESTINAÇÃO da mercadoria importada como


matéria-prima para produção de defensivos
agrícolas definidor da fixação do sujeito ativo

1 Negócio jurídico tem como vetor


a industrialização em MG
Exportador
Exportador
3

Circulação com remessa física

1
4
2
ACOs 854, 1.076 e 1.093 | Placar 5x4
MS tem legitimidade para cobrar ICMS-
Importação sobre gás natural
importado da Bolívia pela Petrobras
RC-Sefaz nº 25.335/2022
SP: mesmo que tanto desembaraço como a saída
física venham a ocorrer em SC, onde sediada a
Trading, por meio de recursos próprios e sem
antecipação de valores ou garantias, o direito de
cobrar o tributo será de SP, onde está situado o
encomendante, mesmo que ele não tenha
participado da negociação com o exportador

FUNDAMENTO
Encomendante e exportador pertencem ao
mesmo grupo econômico | Não há propósito
negocial em contratar uma trading para
intermediar um negócio internacional

A importação deve ser considerada por conta e


ordem de terceiros, atraindo a tributação para SP
ICMS e Tema 520 STF
RC-Sefaz nº 25.335/2022

Contraria o Tema nº 520 STF, alterando conceito do destinatário legal

CR/88: competência exclusiva da UF para legislar sobre Comex


Importação por conta e ordem de terceiros (MPv nº 2.158-35/2001)
Importação por encomenda (Lei nº 11.281/2006)
Regulamentação pela IN RFB 1.861/2018, alterada pela IN RFB 1.937/2020

Lei nº 11.281/2006: Trading adquire mercadoria do exterior para revenda a um encomendante predeterminado realiza importação por
encomenda participe ou não o encomendante das operações comerciais relativas à aquisição dos produtos do exterior

Comitê Técnico de Valoração Aduaneira (nota explicativa 4.1)


Grupo econômico não é necessariamente "pessoa vinculada"

Inexistência de SAAR
Constatação da existência de vinculação não tem por consequência a desconsideração
da natureza jurídica da operação para uma importação por conta e ordem
INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA:
DIVERGÊNCIAS DE
CARACTERIZAÇÃO E PRINCIPAIS
QUESTIONAMENTOS
EQUIPARAÇÃO PARA FINS DE IPI
Art. 9º, IX, RIPI/2010
EQUIPARAÇÃO A INDUSTRIAL
Estabelecimentos, atacadistas ou varejistas, que
adquirirem produtos de procedência estrangeira,
importados por encomenda ou por sua conta e ordem, por
intermédio de pessoa jurídica importadora

TRADING OCULTAÇÃO DO REAL ADQUIRENTE


Quebra na cadeia do IPI | Inviabiliza a regra da
EMPRESA equiparação e, ao não ser equiparado, impede nova
incidência do IPI na saída no mercado interno
Fraude ao controle aduaneiro | Adquirente e
encomendante devem estar identificados no Siscomex
EXPORTADOR (art. 4º IN 1861/2020 e IN 1603/2015)
Burla ao controle| Inviabiliza controles pré,
durante e pós-despacho como parametrização
DEFINIÇÃO DO SUJEITO ATIVO DO ICMS
Dano ao erário e perdimento da mercadoria
Decreto-lei nº 1.455/1976 – Art 23. Consideram-se DANO AO ERÁRIO as infrações relativas às mercadorias:
(...) § 1o O dano ao erário decorrente das infrações previstas no caput deste artigo será punido com a pena
de PERDIMENTO das mercadorias (...) § 3o As infrações previstas no caput serão punidas com multa
equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria, na importação, ou ao preço constante da respectiva nota
fiscal ou documento equivalente, na exportação, quando a mercadoria não for localizada, ou tiver sido
consumida ou revendida, observados o rito e as competências estabelecidos no Decreto no 70.235/1972

Alegação comum de não ter havido prejuízo ao erário


PJ ocultada industrial, o que implica não haver quebra da cadeia do IPI
CONTROLE ADUANEIRO VAI ALÉM DO CONTROLE TRIBUTÁRIO

Súmula CARF nº 160 | A aplicação da multa substitutiva do perdimento a


que se refere o § 3º do art. 23 do Decreto-lei nº 1.455, de 1976 independe
da comprovação de prejuízo ao recolhimento de tributos ou contribuições.

Resp nº 602.615, Min. José Delgado e Resp nº 639.252 | Se foram pagos


todos tributos incidentes na importação e não foram utilizados meios
fraudulentos para burlar encargos tributários, é exorbitante o perdimento
Interposição fraudulenta de terceiros
de quem ocultou e quem foi ocultado
MODALIDADE COMPROVADA • art. 23, V
do dolo das partes na ocultação
Necessidade de COMPROVAÇÃO
que a ocultação se deu mediante fraude ou simulação
INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA

MODALIDADE PRESUMIDA • Art. 23, §2º


§2º Presume-se interposição fraudulenta na operação de comércio exterior a não-
comprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados

PRAZO DECADENCIAL DO DIREITO DE APLICAR A SANÇÃO?

Decreto- lei nº 37/66 | Art. 139. No mesmo prazo do artigo anterior se extingue o direito de impor penalidade, a contar da DATA DA INFRAÇÃO
Busca do real adquirente
DESAFIOS QUANTO AOS EFEITOS DA CONSIDERAÇÃO DO REAL ADQUIRENTE
Lei nº 10.637/2002 | Inciso V do art. 23 do DL 1.455/1976 (Dano ao erário)

Ocultação do sujeito passivo, real comprador/vendedor ou responsável


mediante fraude ou simulação, inclusive interposição fraudulenta de terceiro

Operação aparente que destoa daquela de fato ocorrida


Ocultação que se vale de fraude ou simulação (elemento subjetivo do tipo) | Pressuposto de intenção dolosa

ASPECTOS INDICIÁRIOS DE INTERESSE


 Aporte financeiro do adquirente em favor do importador em valores e datas próximos à operação de importação
 Importação de fachada (sem estrutura física, capacidade econômica ou operacional)
 Margem de lucro nula ou irrisória
 Comunicação direta entre adquirente de fato e exportador (quebras de sigilo etc.)
 Baixo tempo de permanência no estoque
BAD SANTA-
CLAUS!

POLO NORTE ATACADÃO CHRISTMAS


EXPORTADORA
ON-LINE PONTO QUENTE TRADING
NOS EUA
OCULTAÇÃO DE SEGUNDO NÍVEL
Solução de Consulta COSIT RFB nº 158

Caso LASA AMERICANAS (Acórdão CARF nº 3402-007.150)


A partir da ideia de que se trata de um grupo econômico,
considerou-se que se tratava de uma interposição

Ainda que haja encomendante do encomendante, não é


necessário que ele apareça e isso não caracteriza ocultação do
real comprador pois há necessidade de fraude/simulação

Ônus probatório é do fisco que deve identificar a patologia

Curto tempo de mercadoria em estoque ou simples vínculo societário


não descaracteriza isoladamente a modalidade de importação indireta

Compatibilidade da capacidade financeira de todos


os envolvidos e análise contratual do quanto pactuado
SUBVALORAÇÃO E SUBFATURAMENTO:
ASPECTOS MATERIAIS E
PROCEDIMENTAIS
IN RFB 2.090/2022 | Subvaloração e subfaturamento (Art. 1º, § 2º)
IN 2.090 | § 2º do artigo 1º
A norma não se aplica aos casos de fraude, sonegação ou conluio, nos quais não seja possível apurar o preço efetivamente
praticado na importação, hipótese que atrairá a aplicação do artigo 88 da Medida Provisória 2.158-35/2001

Acórdão Carf nº 3401-003.259


Art. 82 do Decreto nº 6.759/2009 (Regulamento Aduaneiro — RA), ao determinar o afastamento do valor declarado por meio
de parecer fundamentado, não se confunde com o arbitramento do preço previsto no artigo 86 do RA/2009 (artigo 88 da
medida provisória de 2001), que estabelece ordem sequencial própria em seu parágrafo único

Artigo 17 AVA não restringe os direitos fiscalizatórios das administrações aduaneiras


Não abre qualquer espaço para o estabelecimento de métodos alternativos ao Acordo
Decisão 6.1 do Comitê de Valoração Aduaneira da OMC de 1995
Efeitos penetrantes sobre a ordem jurídica brasileira conforme Artigo 9:2 do Acordo de Marraquexe

Opinião Consultiva 10.1 do Comitê Técnico de Valoração Aduaneira (CTVA) da OMA


Limita-se o órgão a afirmar que as administrações não estão obrigadas a considerar documentos fraudulentos

Opinião Consultiva nº 19.1 reafirma que o Artigo 17 do acordo de valoração não "(...) restringe nem outorga competências (...) só não pode a Aduana, após o AVA,
determinar a base de cálculo (...) por método diverso dos ali estabelecidos"

No escólio correto de Rosaldo Trevisan, se tal dispositivo permitisse o afastamento do acordo sempre que a Aduana
apresentasse dúvida, "(...) isso equivaleria a tornar todo o acordo facultativo" [6], o que leva o autor a afirmar:
"Negamos, assim, a possibilidade de estabelecimento nacional de métodos alternativos aos disciplinados no AVA para
a determinação da base de cálculo do Imposto de Importação" [7]. Chega-se, desta forma, a uma importante
conclusão: a constatação da fraude ou conluio no valor, a falsidade ideal ou material, a que se usa chamar de
subfaturamento no plano nacional, não admitem a alteração na aplicação dos métodos sequenciais.
ERRO NA CLASSIFICAÇÃO DE
MERCADORIAS
Efeitos do erro na classificação de mercadorias
O equívoco de classificação na nomenclatura do
Sistema Harmonizado de Designação e Codificação
de Mercadorias poderá conduzir a consequências
que reverberarão em variados momentos da cadeia
logística, podendo ocasionar efeitos sobre o
gerenciamento do risco na etapa de conferência,
interrupção do despacho de importação, alteração
do tratamento tarifário, majoração de custos de
armazenagem e demurrage, além de eventuais
implicações regulatórias, como aplicação de
medidas antidumping, ou mesmo contratuais, em
especial securitárias, com relação à carga.
Multa de 1% do VA por erro de classificação

 Classificação fiscal
 erro e sanção
 RA
Art. 711. Aplica-se a multa de um por cento sobre o valor aduaneiro da mercadoria
(Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001, art. 84, caput; e Lei nº 10.833, de 2003, art.
69, § 1º):
I - classificada incorretamente na Nomenclatura Comum do Mercosul, nas
nomenclaturas complementares ou em outros detalhamentos instituídos para a
identificação da mercadoria;
(...).
§ 2o O valor da multa referida no caput será de R$ 500,00 (quinhentos reais), quando
do seu cálculo resultar valor inferior, observado o disposto nos §§ 3o a 5º.
Efeitos do erro na classificação de mercadorias
Contribuinte: NCM 3925.10.00 (16% II e 0% IPI)
Artigo para apetrechamento de construções – reservatórios, cisternas etc.

Fisco: NCM 3917.22.00 (18% II e 0% IPI)


Tubo rígido de polímeros de propileno

Resultado da decisão NCM 3925.10.00 (empate)

Nossa opinião: 3923.21.90 – artigo plástico de transporte ou embalagem – sacos e bolsas de polímero de etileno

NESH 3925 – A presente posição abrange unicamente os artigos referidos na Nota 11 do presente Capítulo
Nota 11 – A posição 39.25 aplica-se exclusivamente aos seguintes artigo [não entram os silos] desde que não se incluam nas posições
precedentes [incluem-se na posição 3923.21]

Notas – Capítulo 39
8. Na acepção da posição 39.17, o termo “tubos” aplica-se a artigos ocos, quer se trate de produtos intermediários, quer de produtos
acabados (por exemplo, as mangueiras de rega com nervuras e os tubos perfurados) do tipo utilizado normalmente para conduzir ou
distribuir gases ou líquidos [...]
Erro do importador e da autoridade lançadora

 Problema a ser enfrentado


 contribuinte indica a classificação X
 agente fiscal autua e classifica em Y
 CARF decide que a classificação correta é Z
 nessa hipótese, mantém a exigência da multa de 1%?
Súmula CARF 161
O erro de indicação, na Declaração de Importação, da classificação da mercadoria na
Nomenclatura Comum do Mercosul, por si só, enseja a aplicação da multa de 1%,
prevista no art. 84, I da MP nº 2.158-35, de 2001, ainda que órgão julgador conclua
que a classificação indicada no lançamento de ofício seria igualmente incorreta.
Erro do importador e da autoridade lançadora

 Questão de fundo
 há necessidade de conduta subjetiva no tipo do art. 711, inciso I do RA?
 pode independer de dolo, mas não de culpa » prova
 haveria erro escusável, se nem a própria fiscalização sabe qual a
classificação correta?
 é possível manter uma acusação fiscal com base em uma acusação fática
ulteriormente alterada?
 devido processo legal, contraditório prévio e maximizado, ampla defesa
substancial, supressão de instância
Erro do importador e da autoridade lançadora

 Os problemas das súmulas


 problemas de criação/existência
 problemas de realização
 retomando a súmula CARF n. 161
 precedentes que lhe deram origem Acórdãos CSRF nºs 9303-006.331
(21/2/2018), 9303-008.194, (21/2/2019) e 9303-006.474 (14/3/2018
 todos pelo VQ anterior ao art. 19-E e, ainda, com a variação de
entendimento de um dos Conselheiros
Erro do importador e da autoridade lançadora
Erro do importador e da autoridade lançadora

 Acórdão CSRF nº 9303-006.331 (12.2018)


 limita-se a indicar a classificação supostamente correta para a mercadoria
 Acórdão CSRF nº 9303-008.194 (02.2019)
 mesmo relator do anterior, que volta atrás no seu voto
 não há uma linha para justificar a sua mudança de posição
 art. 146 do CTN
 Acórdão CSRF nº 9303-006.474 (03.2018)
 responsabilidade objetiva
 é a primeira vez que surge um “fundamento” a justificar a tomada de decisão
Responsabilidade objetiva?
ATEC | Descrição inexata ou incompleta
Acórdão Carf nº 3401-005.131, proferido em 21/7/2018
Multa de 1% VA (art. 84, I da Medida Provisória nº 2.158-35/2001, e
§§ 1º e 2º, III, do artigo 69 da Lei nº 10.833/2003)

Erro de descrição na DI
Inexata | Incompleta

SEGURANÇA JURÍDICA
Brasil e EUA reconhecem o princípio da insignificância aduaneira
como causa excludente de tipicidade material

Nenhuma penalidade será cominada sobre "erros menores",


salvo se parte de um padrão consistente

Procedimentos voltados a permitir a correção de


erros sem a aplicação de quaisquer penalidades

Dever de cooperação aduaneira ampliada

Meras deficiências de qualidade de informação no campo


descrição das mercadorias que não impliquem declaração de
forma incompleta, inexata ou insuficiente para fins de
classificação de mercadorias na DI
ATEC | Erro escusável

COBRANÇA DE TRIBUTOS E PENALIDADES

Não pode ser realizada por meio de medidas que possam


trazer conflitos de interesse

Proibição de que qualquer parte da remuneração dos agentes


oficiais seja calculada de forma fixa ou proporcional à
arrecadação

Regulamentação do chamado "bônus de eficiência” RFB


Sob a perspectiva do acordo, não poderá considerar a
arrecadação, direta ou indiretamente, como variável aceitável

Limitação do escopo do artigo 6º da Lei nº 13.464/2017 a


outros critérios, indicadores de desempenho, metas e
objetivos que não o resultado de ações de cobrança
Erro do importador e da autoridade lançadora
Erro do fornecedor
Empresa vende mercadoria e, na condição de fornecedora, ao
emitir a NF, realiza a descrição dos produtos e a indicação
equivocada da sua classificação na nomenclatura

Adquirente utiliza a alíquota indicada para calcular o crédito correspondente de IPI

Glosa proporcional
Art. 62 da Lei nº 4.502/1964
Adquirente deve verificar se os produtos ingressados no seu estabelecimento e
as NFs que o acompanham atendem às prescrições legais

Premissa de inexistência de simulação/fraude

Enriquecimento ilícito diante da glosa


Repercussão econômica do tributo
Cabe ao fornecedor a restituição das quantias pagas a maior
"Requisitos diabólicos" do artigo 166 CTN
Erro do fornecedor
Acórdão Carf nº 3401-003.838
Art. 153 § 3º II da Constituição | Art. 225 do RIPI (Decreto nº 7.212/2010)
Não-cumulatividade do IPI: crédito do imposto relativo a produtos entrados no estabelecimento
do contribuinte-adquirente para ser abatido do que for devido pelos produtos dele saídos
Art. 49 CTN: montante devido do imposto é "a diferença a maior, em determinado período, entre o imposto
referente aos produtos saídos do estabelecimento e o pago relativamente aos produtos nele entrados“
[diferente do ICMS que é o valor devido/cobrado na operação anterior]

Supressão dos créditos tomados : arrasto cumulativo sobre a cadeia econômica


Recolhimento IPI sobre o preço de saída e cancelado o crédito correspondente

Art. 266 RIPI | "(...) deverão examinar se eles se acham devidamente rotulados ou marcados ou, ainda, selados se estiverem sujeitos ao selo
de controle, bem assim se estão acompanhados dos documentos exigidos e se estes satisfazem a todas as prescrições deste Regulamento”

Art. 62 § 1º da Lei nº 4.502/1964 | Uma vez verificada qualquer irregularidade,


"(...) os interessados comunicarão por escrito o fato ao remetente da mercadoria".

Objetivo do dispositivo é alcançar apenas aquilo que o adquirente "sabe ou deveria saber"

Para exigências de verificação específicas, a norma é expressa

Cabe ao adquirente examinar se os produtos estão rotulados, marcados, selados (caso estiverem sujeitos ao selo de
controle) e se estão acompanhados dos documentos exigidos, e se tais documentos satisfazem às prescrições (formais)
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE NO
PROCESSO ADMINISTRATIVO
Prescrição intercorrente e Súmula CARF nº 11
REVISÃO ADUANEIRA E CANAIS DE
CONFERÊNCIA
Revisão aduaneira

“Depois de ler a carta, Fradique Mendes


abriu os braços, num gesto desolado e
risonho, implorando a misericórdia de
Vidigal. Tratava-se, como sempre, da
Alfândega, fonte perene das suas
amarguras!”

EÇA DE QUEIROZ
“A correspondência de Fradique Mendes – memórias e notas” (1900)
Revisão aduaneira
CTN - Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de decisão administrativa ou judicial, nos
critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada,
em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução.

Súmula nº 227 do extinto Tribunal Federal de Recursos (TFR) | 1986


A mudança de critério jurídico adotado pelo
fisco não autoriza a revisão de lançamento
“(...) prestadas as informações na Declaração de Importação e
ocorrido o despacho aduaneiro, o contribuinte passa a estar
protegido pelo art. 146 do Código Tributário Nacional”
SILVEIRA, Francisco Secaf Alves. "Aspectos controvertidos da tributação na importação imposto
de importação, IPI e ICMS:do batismo da mercadoria à revisão fiscal". In: SANTI, Eurico Diniz de e
CANADO, Vanessa Rahal. Tributação do setor industrial. São Paulo: Editora Saraiva -
Direito GV (Série "GVLaw"), 2013, p. 318.

O Estado poderá revisar os erros de fato, as inconsistências, o não-pagamento dos tributos sobre a importação
CTN (como norma geral) impõe condição de que não sejam transmudados os critérios jurídicos
Revisão aduaneira

CTN - Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de decisão administrativa ou judicial, nos
critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada,
em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução.

Art. 54, do Decreto-lei nº 37/1966 | Art. 638 do Regulamento Aduaneiro (Decreto 6.759/2009)
Alegação de senilidade da Súmula do TFR

Decreto-lei nº 37/66 - Art. 54. A apuração da regularidade do pagamento do imposto e demais


gravames devidos à Fazenda Nacional ou do benefício fiscal aplicado, e da exatidão das informações
prestadas pelo importador será realizada na forma que estabelecer o regulamento e processada no
prazo de 5 (cinco) anos, contado do registro da declaração de que trata o art.44 deste Decreto-Lei.

RA/2009 - Art. 638. Revisão aduaneira é o ato pelo qual é apurada, após o desembaraço aduaneiro, a
regularidade do pagamento dos impostos e dos demais gravames devidos à Fazenda Nacional, da
aplicação de benefício fiscal e da exatidão das informações prestadas pelo importador na declaração de
importação, ou pelo exportador na declaração de exportação (Decreto-Lei nº 37, de 1966, art. 54, com a
redação dada pelo Decreto-Lei no 2.472, de 1988, art. 2º; e Decreto-Lei nº 1.578, de 1977, art. 8º).
Revisão aduaneira

CTN - Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de decisão administrativa ou judicial, nos
critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada,
em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução.

Revisão dos critérios do próprio lançamento

Nesta, diante dos mesmos fatos, o próprio lançamento é reconfigurado

Decreto-lei nº 37/66 - Art. 54. A apuração da regularidade do pagamento do imposto e demais


gravames devidos à Fazenda Nacional ou do benefício fiscal aplicado, e da exatidão das informações
prestadas pelo importador será realizada na forma que estabelecer o regulamento e processada no
prazo de 5 (cinco) anos, contado do registro da declaração de que trata o art.44 deste Decreto-Lei.

Revisão dos fatos que deram ensejo a um vínculo jurídico-tributário

Nesta, os fatos corretos substituem os incorretos e dão ensejo a um novo lançamento


Revisão aduaneira
CTN - Art. 149. Lança-se de ofício:
No caso de falsidade, erro ou omissão quanto a elemento de declaração obrigatória (inciso IV)
A informação oculta ou falseada pelo
No caso de omissão ou inexatidão por parte da pessoa legalmente obrigada (inciso V) contribuinte, com o desígnio de iludir a
autoridade aduaneira, está sujeita à revisão
Diante da ação ou omissão do sujeito passivo (inciso VI)

No caso de dolo ou simulação (inciso VII)


Diante de um NOVO ARRANJO FÁTICO, a revisão (dos
No caso de fato não conhecido ou não provado na ocasião do lançamento (inciso VIII) fatos) permitirá um novo lançamento (de ofício)

No caso de fraude, falta funcional ou omissão da autoridade fiscal (IX)

Decreto-lei nº 37/66 - Art. 54. A apuração da regularidade do pagamento do imposto e demais


gravames devidos à Fazenda Nacional ou do benefício fiscal aplicado, e da exatidão das informações
prestadas pelo importador será realizada na forma que estabelecer o regulamento e processada no
prazo de 5 (cinco) anos, contado do registro da declaração de que trata o art.44 deste Decreto-Lei.

Revisão dos fatos que deram ensejo a um vínculo jurídico-tributário

Nesta, os fatos corretos substituem os incorretos e dão ensejo a um novo lançamento


Revisão aduaneira
CTN - Art. 149. Lança-se de ofício:
No caso de falsidade, erro ou omissão quanto a elemento de declaração obrigatória (inciso IV)
A informação oculta ou falseada pelo
No caso de omissão ou inexatidão por parte da pessoa legalmente obrigada (inciso V) contribuinte, com o desígnio de iludir a
autoridade aduaneira, está sujeita à revisão
Diante da ação ou omissão do sujeito passivo (inciso VI)

No caso de dolo ou simulação (inciso VII)


Diante de um NOVO ARRANJO FÁTICO, a revisão (dos
No caso de fato não conhecido ou não provado na ocasião do lançamento (inciso VIII) fatos) permitirá um novo lançamento (de ofício)

No caso de fraude, falta funcional ou omissão da autoridade fiscal (IX)

Decreto-lei nº 37/66 - Art. 54. Apura-se:


Regularidade do pagamento dos impostos e demais gravames
Diante da discrepância entre a mercadoria
Aplicação de benefício fiscal objeto de importação e a informação
Exatidão das informações prestadas pelo importador na declaração prestada, procede-se à revisão

O Estado poderá revisar os erros de fato, as inconsistências, o não-pagamento


dos tributos incidentes sobre a importação, mas não os critérios jurídicos
Revisão aduaneira | STJ

Recurso Especial nº 1.826.124/SC | 1ª Turma STJ – sob o RA/2009


Recurso Especial nº 1.205.245 | (2014) 2ª Turma STJ – sob o RA/1985
permissão normativa para realização da revisão aduaneira, inobstante qual tenha sido o canal
selecionado para conferência aduaneira a que a DI tenha sido submetida
Ratio decidendi
Conclusão do despacho deve ocorrer com brevidade (prazo curto)
Altos custos de armazenagem | Prazo de 5 dias (RA/1985)
Não há impedimento para revisão para além do prazo decadencial

Acórdão CARF nº 3402-007.219, Conselheira Maysa Pittondo (vencido)


Acórdão CARF nº 3402-005.395, Conselheiro Diego Diniz (vencido)
Proteção da confiança

Confiança legítima não estar expressa, como o direito adquirido


está, é uma negativa de proteção à expectativa de direito?

As garantias expressas não excluem outras


decorrentes dos princípios adotados pela CR

PROTEÇÃO DA CONFIANÇA
Eficácia reflexa da segurança jurídica conjugada
com direitos de liberdade e de propriedade
Proteção da confiança

A partir de quando o exercício da liberdade deve ser considerado intangível?


Em que termos o Poder Público pode alterar uma situação conhecida

Base de confiança
Confiança nessa base
REQUISITOS
Exercício da confiança
Frustração da confiança

81
Proteção da confiança

Normas que fundamentavam a (in)ação individual (exercício da liberdade ou propriedade)


Lei, ato administrativo, decisão judicial
Prática reiterada e uniforme da Administração

Questão: quais os requisitos para que uma norma gere confiança digna de proteção?
Eg.: lei manifestamente inconstitucional

Necessidade de criação de CRITÉRIOS ORIENTADORES


para a produção de confiança legítima
Proteção da confiança | Base da confiança
PROTEÇÃO DA CONFIANÇA: REQUISITOS DE APLICAÇÃO
1. BASE DA CONFIANÇA | Critérios orientadores

Quanto maior o grau de:


VINCULATIVIDADE
APARÊNCIA DE LEGITIMIDADE Art. 24 Lindb e art.100, III, do CTN
PERMANÊNCIA (NÃO-MODIFICABILIDADE)
Quanto maior a presença ou o
DURABILIDADE (TEMPO)
grau destes critérios orientadores,
REALIZAÇÃO DAS FINALIDADES
maior a intangibilidade do ato
INDUÇÃO DECORRENTE
INDIVIDUALIDADE
Da base, maior a confiança nela depositada
83
Proteção da confiança | Confiança
PROTEÇÃO DA CONFIANÇA: REQUISITOS DE APLICAÇÃO
2. CONFIANÇA

É o conhecimento da base da confiança


Não só a lei (publicação), mas a norma que o vincula em concreto (intimação)

Cidadão que se orienta por leis válidas e vigentes, ou atos que produzem efeitos

Grau de intensidade da confiança


Relação entre a confiança e a sua base

Indícios para a construção da intensidade da confiança


84
Proteção da confiança | Exercício da confiança
PROTEÇÃO DA CONFIANÇA: REQUISITOS DE APLICAÇÃO
3. EXERCÍCIO DA CONFIANÇA

Colocar em prática a confiança (exercício concreto da liberdade)


Questão: é necessário que haja exercício efetivo da liberdade?

Operam, em maior ou menor intensidade, critérios como:


Atuação onerosa ou duradoura do contribuinte
Reversibilidade da atuação do cidadão

Restrição a direitos fundamentais de propriedade e liberdade

Necessidade de conjugação dos critérios


85
Proteção da confiança | Frustração da confiança
PROTEÇÃO DA CONFIANÇA: REQUISITOS DE APLICAÇÃO
4. FRUSTRAÇÃO DA CONFIANÇA

Confiança gerada por ato estatal anterior frustrada por


nova manifestação estatal posterior contraditória

Desde que a alteração afete de maneira minimamente significativa


o direito de liberdade e de propriedade do contribuinte

86
Proteção da confiança | Parâmetros de funcionamento
SITUAÇÕES CONCRETAS DE CONFIANÇA
Momento em que o Direito passa a indagar e associar efeitos à confiança

Previsões de confiança:
(i) Que proveem de institutos gerais
(ii) Com previsão específica

MUDANÇA ADMINISTRATIVA
CLASSIFICAÇÃO FISCAL DE MERCADORIAS
Trata-se de caso de alteração de comportamento que suscita
frustração da confiança individual em concreto?

Art. 146 CTN: Houve modificação do critério jurídico adotado? 87


Proteção da confiança | Parâmetros de funcionamento

Revisão de lançamento ou tributária (art. 146 CTN)


Difícil convívio com a revisão fiscal ou aduaneira (art. 54 do DL 37 de 1966)

Base de confiança (TIPI, NESH, RGI)


Confiança nessa base (desembaraços aduaneiros; despachos alfandegários)
Exercício dessa confiança (várias importações sob o mesmo NCM)
Frustração da confiança (reclassificação fiscal)

Confiança menor: maior liberdade (eg.: desembaraços)


Confiança maior: menor liberdade (eg.: solução de consulta)
Mudança administrativa
RICARDO LOBO TORRES

Art. 146: vale para frente, sem


alcançar o passado

“(...) o contribuinte acreditou na


palavra da Administração”

Segurança Jurídica (sentido amplo):


não admite eficácia retroativa de
mudança de orientação administrativa

Se agrava a situação do contribuinte,


há vedação de retroação
Revisão aduaneira

Acórdão CARF nº 3401-004.020, de 24.10.2017


Revisão aduaneira

 STJ
TRIBUTÁRIO - IMPORTAÇÃO - DESEMBARAÇO ADUANEIRO - RECLASSIFICAÇÃO DA MERCADORIA -
REVISÃO DE LANÇAMENTO POR ERRO DE DIREITO - IMPOSSIBILIDADE - SÚMULA 227 DO EXTINTO TFR.
1. É permitida a revisão do lançamento tributário, quando houver erro de fato, entendendo-se este
como aquele relacionado ao conhecimento da existência de determinada situação. Não se admite a
revisão quando configurado erro de direito consistente naquele que decorre do conhecimento e da
aplicação incorreta da norma.
2. A jurisprudência do STJ, acompanhando o entendimento do extinto TRF consolidado na Súmula 227,
tem entendido que o contribuinte não pode ser surpreendido, após o desembaraço aduaneiro, com uma
nova classificação, proveniente de correção de erro de direito.
3. Hipótese em que o contribuinte atribuiu às mercadorias classificação fiscal amparada em laudo
técnico oficial confeccionado a pedido da auditoria fiscal, por profissional técnico credenciado junto à
autoridade alfandegária e aceita por ocasião do desembaraço aduaneiro.
4. Agravo regimental não provido.
(AgRg no REsp n. 1.347.324/RS, relatora Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 6/8/2013,
DJe de 14/8/2013.)
Revisão aduaneira

 STJ
RECURSO INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DO CPC/1973. ENUNCIADO ADMINISTRATIVO Nº 2. PROCESSUAL CIVIL.
ADUANEIRO. TRIBUTÁRIO. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO ART. 535, CPC/1973. REVISÃO ADUANEIRA REALIZADA
NA VIGÊNCIA DO DECRETO N. 6.759/2009 (RA-2009) DENTRO DA SISTEMÁTICA DE LANÇAMENTO POR
HOMOLOGAÇÃO. ALTERAÇÃO DE CLASSIFICAÇÃO TARIFÁRIA. POSSIBILIDADE. INTELIGÊNCIA DOS ARTS. 50, 51,
52, 54, DO DECRETO-LEI 37/66, E DOS ARTS. 149, V E 150, §4º DO CTN. APLICABILIDADE DA SÚMULA N. 227
DO EXTINTO TFR APENAS PARA AS DECLARAÇÕES DE IMPORTAÇÃO DENTRO DA SISTEMÁTICA DE
LANÇAMENTO POR DECLARAÇÃO (ART. 147, DO CTN), OU SEJA, DECLARAÇÕES REGISTRADAS DURANTE A
VIGÊNCIA DO DECRETO N. 91.030/85 (RA-85).
(...).
7. A partir do advento do Decreto n. 4.543/2002 (RA-2002), a classificação da mercadoria passou a ser ato praticado
pelo CONTRIBUINTE importador na "Declaração de Importação", o que passou a caracterizar portanto, a figura do
"autolançamento" ou lançamento por homologação e não mais o lançamento por declaração que vigorava
anteriormente na vigência do Decreto n. 91.030/85 (RA-85), pois o contribuinte passou a apontar todos os elementos
constitutivos do fato gerador e a adiantar o pagamento. Neste mesmo momento, a inserção da "Revisão Aduaneira"
dentro da sistemática do lançamento por homologação se deu também com o advento do art. 570, §2º, I, do Decreto
n. 4.543/2002 (RA-2002), que passou a fazer alusão ao prazo do art. 54, do Decreto-Lei n. 37/66 (lançamento por
homologação) e não mais ao do art. 149, parágrafo único (revisão de ofício de lançamento), como o fazia o art. 456,
do Decreto n. 91.030/85 (RA-85).
Revisão aduaneira

 STJ
(...).
Contudo, em se tratando de Declaração de Importação registrada após a revogação do
Decreto n. 91.030/85 (RA-85), na "Revisão Aduaneira" o que existe é o lançamento em si
efetuado por vez primeira dentro da sistemática do lançamento por homologação (art. 150,
§4º, do CTN) e não uma revisão de lançamento já efetuado, que seria um segundo
lançamento realizado consoante o art. 149, parágrafo único, do CTN.
9. Assim, para as Declarações de Importação registradas após a revogação do Decreto n.
91.030/85 (RA-85) é inaplicável a Súmula n. 227 do extinto TFR ("A mudança de critério
jurídico adotado pelo fisco não autoriza a revisão do lançamento") e, por conseguinte, são
inaplicáveis os precedentes: (...).
10. Recurso especial não provido.
(REsp n. 1.576.199/SC, relator Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado
em 13/4/2021, DJe de 19/4/2021.)
Revisão aduaneira

 STJ
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. NÃO
OCORRÊNCIA. DESEMBARAÇO ADUANEIRO. CANAIS VERMELHO E AMARELO. REVISÃO.
POSSIBILIDADE. MULTA DE OFÍCIO. FUNDAMENTAÇÃO. DEFICIÊNCIA.
(...).
2. Conforme estabelece o art. 638 do Decreto n. 6.759/2009 - Regulamento aduaneiro -, "revisão aduaneira é
o ato pelo qual é apurada, após o desembaraço aduaneiro, a regularidade do pagamento dos impostos e dos
de mais gravames devidos à Fazenda Nacional, da aplicação de benefício fiscal e da exatidão das informações
prestadas pelo importador na declaração de importação, ou pelo exportador na declaração de exportação".
3. A legislação que rege a matéria não vincula o direito do fisco de proceder à revisão da regularidade do
pagamento dos impostos a determinado tipo de canal de conferência aduaneira ao qual a mercadoria foi
submetida, quais sejam, canais de parametrização verde, amarelo, vermelho ou cinza, nos termos da Instrução
Normatiza SRF n. 680/2006. Precedentes.
4. Impõe-se o não conhecimento do recurso especial na parte em que as razões divergem dos fundamentos
constantes do acórdão recorrido, por deficiência de fundamentação, especificamente no que se refere à multa
de ofício. 5. Recurso especial parcialmente provido.
(REsp n. 1.826.124/SC, relator Ministro Gurgel de Faria, Primeira Turma, julgado em 14/12/2021, DJe de
1/2/2022.)
Revisão aduaneira

https://www.youtube.com/watch?v=1MZTKyWDB7w
QUOTA DE ISENÇÃO APLICÁVEL AO
REGIME DE TRIBUTAÇÃO SIMPLIFICADA
Importação pela pessoa física
§3º, do art. 4º da IN RFB 1.984/2020 | Pessoas físicas poderão atuar no comércio exterior apenas: (i) para realização de suas
atividades profissionais, inclusive na condição de produtor rural, artesão, artista ou assemelhado; (ii) para seu uso e consumo
próprios; (iii) suas coleções pessoais. O art. 19 da referida IN dispensa de habilitação no Radar a pessoa física nesses casos.

o Despacho aduaneiro → Declaração de Importação de Remessa (DIR) – Siscomex Remessa: registrada exclusivamente pelos
Correios (ECT) ou empresa de courrier, nos casos de bens importados por pessoas física ou jurídica de até US$ 3.000,00;
medicamentos importados por pessoa física até US$ 10.000,00 e documentos sem limite de valor.

Importa Fácil
o Despacho aduaneiro → Declaração Simplificada de Importação (DSI) – Siscomex Importação ou Formulário: registrada pelos
Correios (ECT) ou empresa de courrier, no caso de não se enquadrem nos requisitos para registro de DIR, ou por opção do
destinatário, dispensada a sua prévia habilitação, abarcadas apenas as remessas contendo bens cujo valor total não seja
superior a US$ 3.000,00 nos termos e condições do Regime de Tributação Simplificada (RTS).

o Outras modalidades de Despacho Aduaneiro: Declaração de Importação (DI).

• IN RFB 1.737/2017 | “Art. 30. É vedada a importação por pessoa física de bens destinados à revenda ou a serem
submetidos a processo de industrialização, ressalvadas as importações realizadas por produtor rural, artesão, artista ou
assemelhado, conforme previsto na legislação específica”.

IN RFB 2101, de 09/09/2022 | Flexibilizou as modalidades de importação para as pessoas físicas criando
condições para que possam ser realizadas por qualquer PF, desde que seja para seu consumo próprio
Regime de Tributação Simplificada | RTS

Decreto-Lei 1.804/1980 | Institui a tributação simplificada das remessas postais internacionais

IN RFB 1.737/2017 e Portaria MF 156/1999| É possível o Regime de Tributação Simplificada (RTS) para pagamento do Imposto
de Importação, aplicada a alíquota única de 60% até US$ 3 mil, sendo que para medicamentos será aplicada a alíquota de 0% até
de US$ 10 mil. Além disso, a importação no âmbito do RTS também está sujeita ao ICMS e aos custos do despacho alfandegário
(cobrado pela ECT ou courrier).

o Base de cálculo: valor aduaneiro, acrescido do frete + seguro até o local de destino no país, exceto quando já incluído.
• Preço de aquisição; ou
• Valor declarado pelo remetente, quando recebido a título não oneroso (brinde, amostra ou presente),
desde que o valor seja compatível com os preços praticados
A opção pelo RTS será considerada automática para as remessas que se enquadrem nos requisitos estabelecidos para a fruição
do regime.

Não poderão ser importados ao amparo do RTS: (i) bebidas alcoólicas; e (ii) fumo e produtos de tabacaria.

Os bens submetidos ao RTS estão isentos de: IPI, PIS e Cofins devidos na importação.
Isenções na Importação

Decreto-Lei 1.804/1980 | prevê a possibilidade de o Ministério da Fazenda dispor sobre isenção do imposto de importação de
bens contidos em remessas de até US$ 100,00 ou equivalente em outras moedas, quando destinados a pessoas físicas.

Portaria MF 156/1999 | estabeleceu que bens de até US$ 50,00 ou equivalente em outra moeda serão desembaraços com
isenção do imposto de importação, quando destinados a pessoas físicas.

RFB entende que a função do “Decreto 1.804/80 foi delegar ao Ministro da Fazenda a faculdade de dispor sobre a isenção em
remessas entre pessoas físicas da maneira que melhor convier aos interesses da Fazenda Nacional e da economia do país. Ao fixar
o valor em US$ 50,00, respeitou-se o teto estabelecido pela Lei, que é de cem dólares dos Estados Unidos da América ou o
equivalente em outra moeda, o qual não deve ser confundido com o valor da própria isenção”. Veja aqui!

Jurisprudência do STJ | “a Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) deu provimento a um recurso da Fazenda Nacional
para considerar legítima a Portaria 156/1999 do Ministério da Fazenda, que estabeleceu em US$ 50 o limite de isenção do
Imposto de Importação, desde que o remetente e o destinatário sejam pessoas físicas”. (RESP 1736335; AgINT no RESP 1680882).

Ainda sim, é possível localizar decisões nos Tribunais Regionais Federais favoráveis à tese de que o limite da isenção é de até US$
100,00.
Descaminho e contrafação

C i ga r re i ro | | J u n h o d e 2 0 1 8 ● T RÍPLICE F RONTEIRA
Dificuldades de fiscalização
Empresas redirecionadoras
Dificuldades de fiscalização

Compra em sites no
exterior
Site cobra frete e
seguro, mas não
registra estes valores na Descrição genérica ou
exportação equivocada da
mercadoria (“webphone” Separação em
ao invés de “iPhone”)
diferentes caixas para
fragmentar e dificultar
a fiscalização
Marketplaces e importadores informais
Marketplaces e importadores informais

R$ 697,52 + Frete = R$ 730 R$ 730 + 60% (R$ 438) = R$ 1.168

R$ 730/20 peças = R$ 36,50 R$ 1.168/20 peças = R$ 58,40


Marketplaces e importadores informais

IN RFB 1.737/2017 | “Art. 30. É vedada a importação por pessoa física de bens destinados à revenda ou a serem submetidos a
processo de industrialização, ressalvadas as importações realizadas por produtor rural, artesão, artista ou assemelhado,
conforme previsto na legislação específica”.

Penalidades a seguir.
Penalidades – remessas internacionais

As infrações comumente cometidas nas remessas internacionais estão sujeitas às seguintes penalidades, aplicáveis separada ou cumulatividade:

 Diferença entre o valor declarado e o efetivo ou arbitrado;


Multas  Falta de declaração ou declaração inexata do valor
 Declaração inexata e/ou incompleta de informações administrativo-tributária

 Mercadoria abandonada;
 Falsa declaração de conteúdo;
 Mercadoria oculta
Perdimento de  Fracionamento;
mercadoria  Mercadoria Falsificada;
 Mercadoria atentatória à moral, aos bons costumes, à saúde ou à ordem pública;
 Documento falsificado ou adulterado
 Mercadoria com LI vedada ou suspensa
 Interposição fraudulenta

Perdimento de moeda  Aplica-se o perdimento à totalidade da moeda que ingressar no território


aduaneiro ou dele sair não portada por viajante (art. 700,§3º, do RA).

https://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/remessas-postal-e-expressa/topicos/Infracoes_e_penalidades
Pessoa Física | Bagagem

PORTARIA MF 440/2010 E IN RFB 1.059/2010 | Disciplinam os procedimentos de controle aduaneiro e tratamento tributários aos bens de viajante.

Bagagem acompanhada Bagagem desacompanhada Bagagem extraviada


É aquela em que o viajante porta consigo e no mesmo É aquela trazida na condição de carga, devendo chegar É aquela que chega ao país sem seu
meio de transporte em que ele viaje, exceto carga. junto ou dentro de 03 meses anteriores ou 06 meses respectivo titular, em virtude de caso
posteriores à chegada do viajante. fortuito, força maior ou erros.

Declaração de Bagagem Acompanhada Declaração Simplificada de Importação DBA


• Bens tributáveis que ultrapassem a cota de DSI instruída com: • Poderão desembaraços por E-DBV,
isenção; • Relação dos bens, contendo descrição e valor preenchida e assinada pelo viajante;
• Porte de valores em espécie acima de 10 mil reais; aproximado, por volume ou caixa • A chegada ao país deve ser
• Bens extraviados; • Conhecimento de carga original ou documento informada pelo transp. responsável;
• Bens sujeitos a controle de Vigilância Sanitária, equivalente. • A conferência será realizada na
Agropecuária ou Exército. Possível desembaraço por DIR, desde que observada IN presença do viajante e/ou
RFB 1737 e não esteja sujeito ao Reg. Tributação Especial representante do transporte;
• Bens sujeitos a eventuais
 livro, folhetos e periódicos,  Retorno de bens nacionais ou nacionalizados; restrição/tributação serão retidos.
 bens de uso ou consumo pessoal;  Roupas e bens de uso pessoal;
Isenção
 outros bens no limite de US$ 500,00 Não  Bens novos ou usados de residentes que
Tributos
FRE SHOP: Isenção de US$ 1.000,00 tributação ingressem no país para aqui residir ou Bagagem abandonada
imp.
OBS.: Isenção vinculada ao intervalo de 01 mês brasileiros que retornem depois de 01 ano
por viajante fora (MUDANÇA - ADIANTE). É aquela que permanecer nos locais
alfandegados por mais de 45 dias sem
despacho.
Regime de Tributação Especial | RTE

Art. 41 do IN RFB 1.059/2010 | O Regime de Tributação Especial - RTE é o que permite o despacho de bens integrantes de
bagagem mediante a exigência tão somente do imposto de importação, calculado pela aplicação da alíquota de 50% (cinquenta
por cento) sobre o valor tributável dos bens

o Cálculo do imposto utilizará o câmbio vigente na data da transmissão da e-DBV:

Bagagem Tributável
(Fora das Hipóteses de Alíquota de 50% IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO
Isenção)

• Bens dentro do conceito de • Aplicada ao que exceder o limite


bagagem e dos limites da cota de isenção de acordo com
quantitativos da lei + Bens a via de transporte
adquiridos em Free Shop de
saída do país ou em outros OBS: A cota de isenção será concedida
países a cada intervalo de um mês

o Aplicável o regime comum de tributação aos bens que não sejam passíveis de enquadramento como bagagem.
Pessoa física: mudança

IMPORTAÇÃO

O viajante em mudança para o Brasil, seja estrangeiro ou o brasileiro que residiu no exterior por mais de um
ano, poderá ingressar com isenção de tributos dos seguintes itens:

 Móveis e outros bens de uso doméstico;

 Ferramentas, máquinas, aparelhos e instrumentos necessários ao exercício de sua profissão, arte ou ofício,
individualmente considerado, sujeita à prévia comprovação da atividade desenvolvida pelo viajante.

EXPORTAÇÃO

Os bens do viajante em mudança para o exterior são tratados como bagagem desacompanhada, com isenção
dos tributos, desde que saiam do país em até 6 meses depois da saída do viajante, sob conhecimento de
carga ou remessa postal.

A bagagem desacompanhada de viajante destinada ao exterior, independentemente do meio de transporte


utilizado para o envio, será submetida a despacho simplificado, com base em DU-E, registrada no Siscomex,
devendo ser apresentada a documentação instrutiva da declaração à unidade da alfândega em que se
encontrem os bens.
Penalidades - Bagagem

https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/aduana-e-comercio-exterior/viagens-internacionais/guia-do-viajante/entrada-no-brasil/penalidades
RECOMENDAÇÕES
https://leonardobranco.com.br/regi
mes-aduaneiros-beneficios-fiscais/
https://leonardobranco.com.
br/canal-cinza-no-combate-
as-fraudes-aduaneiras/
https://youtu.be/cvM1j_UJ-sI
Repetro

REPETRO (2001) e REPETRO-SPED


Dependência do comércio internacional, com alta regulamentação
Brasil: país em desenvolvimento com alta tributação das importações
Visão voltada ao excise tax: os “vilões” pelo aquecimento global merecem ser castigados?
Cadeia do petróleo vai além de gasolina/diesel – investimentos pesados que podem dar em um poço seco
Exploração e produção (E&P) do petróleo obtidos por
Pesquisa e desenvolvimento (P&D): altíssimos investimentos a longo prazo

QUESTÕES TRIBUTÁRIAS https://leonardobranco.com.br/trib


ATUAIS NO MERCADO DE O&G Aula completa com material utacao-oleo-gas-setor-energetico/
https://www.conjur.com.br/secoes/colunas/territorio-aduaneiro
Este e outros materiais e vídeos estão
disponíveis para d o w n l o a d no site

W W W. L E O N A R D O B R A N C O . C O M . B R

MUITO OBRIGADO!! 

Você também pode gostar