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TESES ADUANEIRAS
L EONARDO B RANCO
24.09.2022
W W W. L E O N A R D O B R A N C O . C O M . B R
W W W. L E O N A R D O B R A N C O . C O M . B R
BASE DE CÁLCULO DOS TRIBUTOS
ADUANEIROS: CAPATAZIA, DTHC, THC,
FRETE E SEGURO
Base de cálculo
Lei complementar deve fixar a base de cálculo do ICMS para que o montante do
imposto a integre, também na importação
BASE DE CÁLCULO
Art. 155 § 2º IX “b”, XII “i” e “g” ICMS compreende IPI na sua base de cálculo, exceto quando a operação for
realizada entre contribuintes com produto destinado à industrialização ou à
comercialização, com incidência dos dois impostos
Cabe à lei complementar (LC 24/75) regular a forma como isenções, incentivos e
benefícios fiscais relativos ao ICMS serão concedidos (“GUERRA FISCAL”)
Base de cálculo
Imposto de Importação
IPI-Importação
PIS-Importação
Cofins-Importação
ICMS-Importação
Frete/Capatazia
Seguro
AFRMM/Taxa Mercante (se navio)
Taxa LI (ANEEL)
Taxa Siscomex (por fora)
BASE 1 do ICMS = Valor aduaneiro (R$ 7.584,82) + II (R$ 1.213,57) + IPI (R$
1.319,76) + PIS (R$ 159,28) + Cofins (R$ 713,93) + Taxa Siscomex (R$ 185,00)
+ Frete/Capatazia + Seguro + AFRMM/Mercante + Taxa registro LI (ANEEL)
Imposto de importação
BC DO ICMS IPI
Art. 13 da LCp n 87/1996
IO/Câmbio
TEMA 171 Desobediência ao fluxo de positivação | Art. 146 CR/88 – Após a edição de LCp
●
TEMA 1.094 Lei estadual tem defeito, mas não de VALIDADE, só de EFICÁCIA
●
LC 87/96 reporta a BC a “despesas aduaneiras” e é difícil defender que THC não seja
Reserva de Lei Complementar: base de cálculo como delimitação de competência
MAS: países signatários do GATT | Argumentos que prevaleceram no RE 229.096/RS
Violação à Cláusula do Tratamento Nacional (artigo I) e ao art. 98 CTN (conteúdo eficacial/jurisdição tributária)
DTHC e ICMS-Importação
IN 2090/2022
DTHC (Arts. 9º e 10º)
Gastos de carga, descarga e manuseio ("Destination Terminal Handling
Charge" — DTHC) no território nacional
CARF: todos casos de seguro sobre o transporte internacional "(...) até o porto
ou o aeroporto alfandegado de descarga ou o ponto de fronteira alfandegado"
(inciso I do artigo 77 do Decreto nº 6.759/2009 espelhado no artigo 9º da IN
2090/2022) mantiveram o auto de infração por unanimidade de voto
DEFINIÇÃO DE PREÇOS-MÍNIMOS PELO
DECEX
Definição de preços mínimos | DECEX
NEUTRALIDADE
Valoração como procedimento técnico, baseado em métodos
Não deve ser utilizado para outro fim que não a BC do II
VALORAÇÃO • GATT (ex.: não serve para investigar TP, subsídios ou dumping)
Artigo VII.2.a • VA não é mecanismo de defesa comercial
Negativa à reaproximação do valor teórico
EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS
A necessidade de aprimoramento do art. 7º da MPV inicialmente nos veio à atenção pelo elevado número de emendas que solicitam a sua
modificação (Emendas nº 2, 11, 12, 91, 104, 143, 146, 189, 193 e 248) ou mesmo sua exclusão. O texto que apresentamos no PLV é fruto de amplo
diálogo com o governo e com associações do setor industrial e, nesta segunda versão do Parecer à MPV n. 1040, de 2021, decide-se pela supressão
do dispositivo. Isso não significa, de modo algum que estamos aqui a reavivar o mecanismo de controle de preços nas importações. Antes, após
decisão tomada em acordo com diversos líderes, optamos por seguir a discussão desse tema no âmbito de projeto de lei à parte, ocasião em que
todas as partes interessadas terão oportunidade de se manifestar, sem os limites temporais impostos pelo célere trâmite de uma Medida Provisória
AC 0007152-79.2001.4.03.6100/SP. Rel. Des. Fed. Marli Ferreira, 23/03/2011 STJ. 1ª T. REsp 1048470/PR. Rel. Min. Luiz Fux. DJe 03/05/2010
Para negar LI, o DECEX informa que na atribuição de acompanhamento O dumping evidente, aferido pelo DECEX, cuja atribuição é realizar o
e fiscalização de preços “podem ser utilizadas listas de preços acompanhamento dos preços praticados nas importações, em sendo a
expedidas pelos fabricantes estrangeiros, publicações especializadas mercadoria sujeita ao regime de licenciamento não-automático, impõe a
de notória aceitação no exterior, ou informações obtidas por negativa da licença requerida. In casu, houve a constatação de diferença de
representações do Governo Brasileiro no país de procedência das preço (para menor) entre o valor considerado normal em importações de
mercadorias”. Ausente a publicidade, deve ser concedida a LI, desde cabos de aço e cadeados e aquele declarado nas faturas comerciais
que os demais requisitos legais estejam implementados referentes às mercadorias importadas pela autora.
Jurisprudência predominante admite a validade do controle dos preços de referência pelo Decex
Fundamento no ACORDO SOBRE PROCEDIMENTOS PARA O LICENCIAMENTO DE IMPORTAÇÕES (APLI) | Acordo não autoriza o controle de preços mínimos
Defesa comercial da economia brasileira adstrita ao Artigo VI do GATT (medidas antidumping)
RETENÇÃO DE MERCADORIAS NO
DESPACHO DE IMPORTAÇÃO
Controle aduaneiro| Despacho de importação
90 dias da descarga em recinto 45 dias do fim do prazo de permanência em 90 dias do recebimento do aviso de
alfandegado de zona primária recinto alfandegado de zona secundária chegada da remessa postal
DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO: procedimento que verifica exatidão dos dados declarados pelo importador
Mercadoria | Documentos | Legislação
IN SRF nº 680/2006 e IN SRF n° 611/2006
Questão sobre o ressarcimento do particular pelos custos excessivos com armazenagem e demurrage
TRF-4: a contagem do prazo em excesso começa a partir do 9º dia de não movimentação da DI ou DE
Excesso de prazo para a conclusão do despacho, em desacordo com o art. 4º do Decreto nº 70.235/1972
(prazo de oito dias para o processo administrativo fiscal) | Art. 170 CR/88 ampara a atividade empresarial de atos do poder público
Movimento paredista: não estar registrado como greve, torna mais difícil a caracterização nos pedidos judiciais
DUIMP: discriminação expressa do que foi objeto de conferência (transparência, impessoalidade e dever de fundamentação)
https://www.conjur.com.br/2022-abr-24/greve-fiscais-receita-provoca-onda-processos-setor-aduaneiro
HABILITAÇÃO PROVISÓRIA DO RADAR E
A PRESERVAÇÃO DOS NEGÓCIOS
JURÍDICOS ANTERIORES AO ATO DE
CANCELAMENTO E SUSPENSÃO
Preservação dos negócios jurídicos anteriores ao cancelamento/suspensão
DI registrada que ainda não concluiu o despacho de importação | Ausência de ato jurídico perfeito
TRFs não permitem perdimento retroativo
TRF4, REMESSA NECESSÁRIA CÍVEL Nº 5031116-38.2020.4.04.7000, 2ª Turma, Juiz Federal ALEXANDRE ROSSATO DA SILVA ÁVILA, POR
UNANIMIDADE, JUNTADO AOS AUTOS EM 15/12/2020 | TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. REMESSA OFICIAL. ADUANEIRO.
HABILITAÇÃO NO SISTEMA RADAR/SISCOMEX. REDUÇÃO. EQUÍVOCO NO PROCEDIMENTO. INTIMAÇÃO. SUSPENSÃO DA HABILITAÇÃO.
ATO ADMINISTRATIVO. APLICAÇÃO RETROATIVA. IMPOSSIBILIDADE.
1. Reduzir automaticamente a modalidade de habilitação no sistema RADAR/SISCOMEX antes de decisão do pedido de revisão de
estimativa viola o princípio da motivação e do devido processo legal.
2. Se Administração pretende suspender a habilitação do contribuinte - ou se deseja diminuir o limite de importação - deve intimá-lo
em procedimento próprio, oferecendo contraditório referente à suposta irregularidade quanto à capacidade financeira ou
constituição da pessoa jurídica interessada.
3. A observância ao princípio da segurança jurídica impõe a manutenção dos negócios celebrados ANTES da inequívoca ciência, pela
empresa impetrante, a respeito da redução da modalidade para operar no sistema SISCOMEX.
4. Uma vez que a suspensão da habilitação para operar no sistema SISCOMEX se deu posteriormente ao contrato de importação e
ao deferimento da licença de importação de mercadorias, impõe-se a preservação dos negócios jurídicos previamente celebrados.
TRF4 5052582-88.2020.4.04.7000, SEGUNDA TURMA, Relator ALEXANDRE ROSSATO DA SILVA ÁVILA, juntado aos autos em
24/02/2022 | TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. REMESSA OFICIAL. ADUANEIRO. HABILITAÇÃO NO SISTEMA
RADAR/SISCOMEX. SUSPENSÃO. APLICAÇÃO RETROATIVA. IMPOSSIBILIDADE.
A observância ao princípio da segurança jurídica impõe a manutenção dos negócios celebrados antes da inequívoca ciência, pela
empresa impetrante, a respeito da modificação, suspensão ou cancelamento da modalidade para operar no sistema SISCOMEX.
DENÚNCIA ESPONTÂNEA E DEVERES
INSTRUMENTAIS
Denúncia espontânea em matéria aduaneira
Descumprimento de obrigações instrumentais
Não relacionados necessariamente a pagamento de tributos (art. 44, DL 37/66)
Art. 102 DL 37/66 • Denúncia espontânea acompanhada de eventuais tributos exclui penalidade (tributária ou administrativa), salvo no caso de
penas de perdimento | Não será reconhecida no curso do despacho aduaneiro ou após iniciado qualquer procedimento fiscal
Art. 102 do Decreto-Lei nº 37/1966 (RA, art. 683, § 2º) | Lei nº 12.350/2010 (art. 40) resultante da MPv 497/2010
Exposição de motivos: objetivo de tornar clara a aplicabilidade a denúncia espontânea a todas as penalidades pecuniárias,
inclusive multas aduaneiras pelo descumprimento de “obrigação acessória” (ex: multa isolada do art. 711 RA)
Carf: incompatibilidade da denúncia espontânea com as infrações formais decorrentes do descumprimento de prazos
Configuração da infração ocorre com a conduta omissiva do agente vinculado ao dever de agir (consumação do ilícito)
Após o escoamento, não oponível a denúncia espontânea
Artigo 6 AFC incentiva os membros da OMC a considerarem esse fato como circunstância atenuante de pena (3.6)
REGIMES
ESPECIAIS
(Título 1 do Livro IV RA)
TRÂNSITO
(IN SRF 248/2002)
Permissão para levar a mercadoria de um ponto a
outro sem a necessidade do pagamento de tributos
Trânsito aduaneiro
Transportador responsável, salvo no caso de extravio/dano por caso fortuito/força maior (inc. I, art. 32, DL 37/66)
Acórdão CSRF nº 9303-007.712 | Caso fortuito externo (risco imprevisto) e interno (risco da atividade)
Base no superado REsp nº 1.172.027/RJ (STJ) de 2010
Novo entendimento | EREsp nº 1.172.027/RJ (STJ) de 2013 que entende roubo como força maior
https://www.conjur.com.br/2021-jul-07/direto-carf-
responsabilidade-tributaria-roubo-carga-transito-aduaneiro
Tax??
INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA:
DIVERGÊNCIAS DE CARACTERIZAÇÃO E
PRINCIPAIS QUESTIONAMENTOS
IMPORTAÇÃO DIRETA
EMPRESA
EXPORTADOR
IMPORTAÇÃO INDIRETA POR CONTA E ORDEM
Em operações indiretas:
TRADING COMPANY ou Comercial Importadora
(empresas com expertise neste tipo de operação)
IN 1861, de 27/12/2018
Requisitos das importações indiretas
1
4
2
ACOs 854, 1.076 e 1.093 | Placar 5x4
MS tem legitimidade para cobrar ICMS-
Importação sobre gás natural
importado da Bolívia pela Petrobras
RC-Sefaz nº 25.335/2022
SP: mesmo que tanto desembaraço como a saída
física venham a ocorrer em SC, onde sediada a
Trading, por meio de recursos próprios e sem
antecipação de valores ou garantias, o direito de
cobrar o tributo será de SP, onde está situado o
encomendante, mesmo que ele não tenha
participado da negociação com o exportador
FUNDAMENTO
Encomendante e exportador pertencem ao
mesmo grupo econômico | Não há propósito
negocial em contratar uma trading para
intermediar um negócio internacional
Lei nº 11.281/2006: Trading adquire mercadoria do exterior para revenda a um encomendante predeterminado realiza importação por
encomenda participe ou não o encomendante das operações comerciais relativas à aquisição dos produtos do exterior
Inexistência de SAAR
Constatação da existência de vinculação não tem por consequência a desconsideração
da natureza jurídica da operação para uma importação por conta e ordem
INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA:
DIVERGÊNCIAS DE
CARACTERIZAÇÃO E PRINCIPAIS
QUESTIONAMENTOS
EQUIPARAÇÃO PARA FINS DE IPI
Art. 9º, IX, RIPI/2010
EQUIPARAÇÃO A INDUSTRIAL
Estabelecimentos, atacadistas ou varejistas, que
adquirirem produtos de procedência estrangeira,
importados por encomenda ou por sua conta e ordem, por
intermédio de pessoa jurídica importadora
Decreto- lei nº 37/66 | Art. 139. No mesmo prazo do artigo anterior se extingue o direito de impor penalidade, a contar da DATA DA INFRAÇÃO
Busca do real adquirente
DESAFIOS QUANTO AOS EFEITOS DA CONSIDERAÇÃO DO REAL ADQUIRENTE
Lei nº 10.637/2002 | Inciso V do art. 23 do DL 1.455/1976 (Dano ao erário)
Opinião Consultiva nº 19.1 reafirma que o Artigo 17 do acordo de valoração não "(...) restringe nem outorga competências (...) só não pode a Aduana, após o AVA,
determinar a base de cálculo (...) por método diverso dos ali estabelecidos"
No escólio correto de Rosaldo Trevisan, se tal dispositivo permitisse o afastamento do acordo sempre que a Aduana
apresentasse dúvida, "(...) isso equivaleria a tornar todo o acordo facultativo" [6], o que leva o autor a afirmar:
"Negamos, assim, a possibilidade de estabelecimento nacional de métodos alternativos aos disciplinados no AVA para
a determinação da base de cálculo do Imposto de Importação" [7]. Chega-se, desta forma, a uma importante
conclusão: a constatação da fraude ou conluio no valor, a falsidade ideal ou material, a que se usa chamar de
subfaturamento no plano nacional, não admitem a alteração na aplicação dos métodos sequenciais.
ERRO NA CLASSIFICAÇÃO DE
MERCADORIAS
Efeitos do erro na classificação de mercadorias
O equívoco de classificação na nomenclatura do
Sistema Harmonizado de Designação e Codificação
de Mercadorias poderá conduzir a consequências
que reverberarão em variados momentos da cadeia
logística, podendo ocasionar efeitos sobre o
gerenciamento do risco na etapa de conferência,
interrupção do despacho de importação, alteração
do tratamento tarifário, majoração de custos de
armazenagem e demurrage, além de eventuais
implicações regulatórias, como aplicação de
medidas antidumping, ou mesmo contratuais, em
especial securitárias, com relação à carga.
Multa de 1% do VA por erro de classificação
Classificação fiscal
erro e sanção
RA
Art. 711. Aplica-se a multa de um por cento sobre o valor aduaneiro da mercadoria
(Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001, art. 84, caput; e Lei nº 10.833, de 2003, art.
69, § 1º):
I - classificada incorretamente na Nomenclatura Comum do Mercosul, nas
nomenclaturas complementares ou em outros detalhamentos instituídos para a
identificação da mercadoria;
(...).
§ 2o O valor da multa referida no caput será de R$ 500,00 (quinhentos reais), quando
do seu cálculo resultar valor inferior, observado o disposto nos §§ 3o a 5º.
Efeitos do erro na classificação de mercadorias
Contribuinte: NCM 3925.10.00 (16% II e 0% IPI)
Artigo para apetrechamento de construções – reservatórios, cisternas etc.
Nossa opinião: 3923.21.90 – artigo plástico de transporte ou embalagem – sacos e bolsas de polímero de etileno
NESH 3925 – A presente posição abrange unicamente os artigos referidos na Nota 11 do presente Capítulo
Nota 11 – A posição 39.25 aplica-se exclusivamente aos seguintes artigo [não entram os silos] desde que não se incluam nas posições
precedentes [incluem-se na posição 3923.21]
Notas – Capítulo 39
8. Na acepção da posição 39.17, o termo “tubos” aplica-se a artigos ocos, quer se trate de produtos intermediários, quer de produtos
acabados (por exemplo, as mangueiras de rega com nervuras e os tubos perfurados) do tipo utilizado normalmente para conduzir ou
distribuir gases ou líquidos [...]
Erro do importador e da autoridade lançadora
Questão de fundo
há necessidade de conduta subjetiva no tipo do art. 711, inciso I do RA?
pode independer de dolo, mas não de culpa » prova
haveria erro escusável, se nem a própria fiscalização sabe qual a
classificação correta?
é possível manter uma acusação fiscal com base em uma acusação fática
ulteriormente alterada?
devido processo legal, contraditório prévio e maximizado, ampla defesa
substancial, supressão de instância
Erro do importador e da autoridade lançadora
Erro de descrição na DI
Inexata | Incompleta
SEGURANÇA JURÍDICA
Brasil e EUA reconhecem o princípio da insignificância aduaneira
como causa excludente de tipicidade material
Glosa proporcional
Art. 62 da Lei nº 4.502/1964
Adquirente deve verificar se os produtos ingressados no seu estabelecimento e
as NFs que o acompanham atendem às prescrições legais
Art. 266 RIPI | "(...) deverão examinar se eles se acham devidamente rotulados ou marcados ou, ainda, selados se estiverem sujeitos ao selo
de controle, bem assim se estão acompanhados dos documentos exigidos e se estes satisfazem a todas as prescrições deste Regulamento”
Objetivo do dispositivo é alcançar apenas aquilo que o adquirente "sabe ou deveria saber"
Cabe ao adquirente examinar se os produtos estão rotulados, marcados, selados (caso estiverem sujeitos ao selo de
controle) e se estão acompanhados dos documentos exigidos, e se tais documentos satisfazem às prescrições (formais)
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE NO
PROCESSO ADMINISTRATIVO
Prescrição intercorrente e Súmula CARF nº 11
REVISÃO ADUANEIRA E CANAIS DE
CONFERÊNCIA
Revisão aduaneira
EÇA DE QUEIROZ
“A correspondência de Fradique Mendes – memórias e notas” (1900)
Revisão aduaneira
CTN - Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de decisão administrativa ou judicial, nos
critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada,
em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução.
O Estado poderá revisar os erros de fato, as inconsistências, o não-pagamento dos tributos sobre a importação
CTN (como norma geral) impõe condição de que não sejam transmudados os critérios jurídicos
Revisão aduaneira
CTN - Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de decisão administrativa ou judicial, nos
critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada,
em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução.
Art. 54, do Decreto-lei nº 37/1966 | Art. 638 do Regulamento Aduaneiro (Decreto 6.759/2009)
Alegação de senilidade da Súmula do TFR
RA/2009 - Art. 638. Revisão aduaneira é o ato pelo qual é apurada, após o desembaraço aduaneiro, a
regularidade do pagamento dos impostos e dos demais gravames devidos à Fazenda Nacional, da
aplicação de benefício fiscal e da exatidão das informações prestadas pelo importador na declaração de
importação, ou pelo exportador na declaração de exportação (Decreto-Lei nº 37, de 1966, art. 54, com a
redação dada pelo Decreto-Lei no 2.472, de 1988, art. 2º; e Decreto-Lei nº 1.578, de 1977, art. 8º).
Revisão aduaneira
CTN - Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de decisão administrativa ou judicial, nos
critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada,
em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução.
PROTEÇÃO DA CONFIANÇA
Eficácia reflexa da segurança jurídica conjugada
com direitos de liberdade e de propriedade
Proteção da confiança
Base de confiança
Confiança nessa base
REQUISITOS
Exercício da confiança
Frustração da confiança
81
Proteção da confiança
Questão: quais os requisitos para que uma norma gere confiança digna de proteção?
Eg.: lei manifestamente inconstitucional
Cidadão que se orienta por leis válidas e vigentes, ou atos que produzem efeitos
86
Proteção da confiança | Parâmetros de funcionamento
SITUAÇÕES CONCRETAS DE CONFIANÇA
Momento em que o Direito passa a indagar e associar efeitos à confiança
Previsões de confiança:
(i) Que proveem de institutos gerais
(ii) Com previsão específica
MUDANÇA ADMINISTRATIVA
CLASSIFICAÇÃO FISCAL DE MERCADORIAS
Trata-se de caso de alteração de comportamento que suscita
frustração da confiança individual em concreto?
STJ
TRIBUTÁRIO - IMPORTAÇÃO - DESEMBARAÇO ADUANEIRO - RECLASSIFICAÇÃO DA MERCADORIA -
REVISÃO DE LANÇAMENTO POR ERRO DE DIREITO - IMPOSSIBILIDADE - SÚMULA 227 DO EXTINTO TFR.
1. É permitida a revisão do lançamento tributário, quando houver erro de fato, entendendo-se este
como aquele relacionado ao conhecimento da existência de determinada situação. Não se admite a
revisão quando configurado erro de direito consistente naquele que decorre do conhecimento e da
aplicação incorreta da norma.
2. A jurisprudência do STJ, acompanhando o entendimento do extinto TRF consolidado na Súmula 227,
tem entendido que o contribuinte não pode ser surpreendido, após o desembaraço aduaneiro, com uma
nova classificação, proveniente de correção de erro de direito.
3. Hipótese em que o contribuinte atribuiu às mercadorias classificação fiscal amparada em laudo
técnico oficial confeccionado a pedido da auditoria fiscal, por profissional técnico credenciado junto à
autoridade alfandegária e aceita por ocasião do desembaraço aduaneiro.
4. Agravo regimental não provido.
(AgRg no REsp n. 1.347.324/RS, relatora Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 6/8/2013,
DJe de 14/8/2013.)
Revisão aduaneira
STJ
RECURSO INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DO CPC/1973. ENUNCIADO ADMINISTRATIVO Nº 2. PROCESSUAL CIVIL.
ADUANEIRO. TRIBUTÁRIO. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO ART. 535, CPC/1973. REVISÃO ADUANEIRA REALIZADA
NA VIGÊNCIA DO DECRETO N. 6.759/2009 (RA-2009) DENTRO DA SISTEMÁTICA DE LANÇAMENTO POR
HOMOLOGAÇÃO. ALTERAÇÃO DE CLASSIFICAÇÃO TARIFÁRIA. POSSIBILIDADE. INTELIGÊNCIA DOS ARTS. 50, 51,
52, 54, DO DECRETO-LEI 37/66, E DOS ARTS. 149, V E 150, §4º DO CTN. APLICABILIDADE DA SÚMULA N. 227
DO EXTINTO TFR APENAS PARA AS DECLARAÇÕES DE IMPORTAÇÃO DENTRO DA SISTEMÁTICA DE
LANÇAMENTO POR DECLARAÇÃO (ART. 147, DO CTN), OU SEJA, DECLARAÇÕES REGISTRADAS DURANTE A
VIGÊNCIA DO DECRETO N. 91.030/85 (RA-85).
(...).
7. A partir do advento do Decreto n. 4.543/2002 (RA-2002), a classificação da mercadoria passou a ser ato praticado
pelo CONTRIBUINTE importador na "Declaração de Importação", o que passou a caracterizar portanto, a figura do
"autolançamento" ou lançamento por homologação e não mais o lançamento por declaração que vigorava
anteriormente na vigência do Decreto n. 91.030/85 (RA-85), pois o contribuinte passou a apontar todos os elementos
constitutivos do fato gerador e a adiantar o pagamento. Neste mesmo momento, a inserção da "Revisão Aduaneira"
dentro da sistemática do lançamento por homologação se deu também com o advento do art. 570, §2º, I, do Decreto
n. 4.543/2002 (RA-2002), que passou a fazer alusão ao prazo do art. 54, do Decreto-Lei n. 37/66 (lançamento por
homologação) e não mais ao do art. 149, parágrafo único (revisão de ofício de lançamento), como o fazia o art. 456,
do Decreto n. 91.030/85 (RA-85).
Revisão aduaneira
STJ
(...).
Contudo, em se tratando de Declaração de Importação registrada após a revogação do
Decreto n. 91.030/85 (RA-85), na "Revisão Aduaneira" o que existe é o lançamento em si
efetuado por vez primeira dentro da sistemática do lançamento por homologação (art. 150,
§4º, do CTN) e não uma revisão de lançamento já efetuado, que seria um segundo
lançamento realizado consoante o art. 149, parágrafo único, do CTN.
9. Assim, para as Declarações de Importação registradas após a revogação do Decreto n.
91.030/85 (RA-85) é inaplicável a Súmula n. 227 do extinto TFR ("A mudança de critério
jurídico adotado pelo fisco não autoriza a revisão do lançamento") e, por conseguinte, são
inaplicáveis os precedentes: (...).
10. Recurso especial não provido.
(REsp n. 1.576.199/SC, relator Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado
em 13/4/2021, DJe de 19/4/2021.)
Revisão aduaneira
STJ
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. NÃO
OCORRÊNCIA. DESEMBARAÇO ADUANEIRO. CANAIS VERMELHO E AMARELO. REVISÃO.
POSSIBILIDADE. MULTA DE OFÍCIO. FUNDAMENTAÇÃO. DEFICIÊNCIA.
(...).
2. Conforme estabelece o art. 638 do Decreto n. 6.759/2009 - Regulamento aduaneiro -, "revisão aduaneira é
o ato pelo qual é apurada, após o desembaraço aduaneiro, a regularidade do pagamento dos impostos e dos
de mais gravames devidos à Fazenda Nacional, da aplicação de benefício fiscal e da exatidão das informações
prestadas pelo importador na declaração de importação, ou pelo exportador na declaração de exportação".
3. A legislação que rege a matéria não vincula o direito do fisco de proceder à revisão da regularidade do
pagamento dos impostos a determinado tipo de canal de conferência aduaneira ao qual a mercadoria foi
submetida, quais sejam, canais de parametrização verde, amarelo, vermelho ou cinza, nos termos da Instrução
Normatiza SRF n. 680/2006. Precedentes.
4. Impõe-se o não conhecimento do recurso especial na parte em que as razões divergem dos fundamentos
constantes do acórdão recorrido, por deficiência de fundamentação, especificamente no que se refere à multa
de ofício. 5. Recurso especial parcialmente provido.
(REsp n. 1.826.124/SC, relator Ministro Gurgel de Faria, Primeira Turma, julgado em 14/12/2021, DJe de
1/2/2022.)
Revisão aduaneira
https://www.youtube.com/watch?v=1MZTKyWDB7w
QUOTA DE ISENÇÃO APLICÁVEL AO
REGIME DE TRIBUTAÇÃO SIMPLIFICADA
Importação pela pessoa física
§3º, do art. 4º da IN RFB 1.984/2020 | Pessoas físicas poderão atuar no comércio exterior apenas: (i) para realização de suas
atividades profissionais, inclusive na condição de produtor rural, artesão, artista ou assemelhado; (ii) para seu uso e consumo
próprios; (iii) suas coleções pessoais. O art. 19 da referida IN dispensa de habilitação no Radar a pessoa física nesses casos.
o Despacho aduaneiro → Declaração de Importação de Remessa (DIR) – Siscomex Remessa: registrada exclusivamente pelos
Correios (ECT) ou empresa de courrier, nos casos de bens importados por pessoas física ou jurídica de até US$ 3.000,00;
medicamentos importados por pessoa física até US$ 10.000,00 e documentos sem limite de valor.
Importa Fácil
o Despacho aduaneiro → Declaração Simplificada de Importação (DSI) – Siscomex Importação ou Formulário: registrada pelos
Correios (ECT) ou empresa de courrier, no caso de não se enquadrem nos requisitos para registro de DIR, ou por opção do
destinatário, dispensada a sua prévia habilitação, abarcadas apenas as remessas contendo bens cujo valor total não seja
superior a US$ 3.000,00 nos termos e condições do Regime de Tributação Simplificada (RTS).
• IN RFB 1.737/2017 | “Art. 30. É vedada a importação por pessoa física de bens destinados à revenda ou a serem
submetidos a processo de industrialização, ressalvadas as importações realizadas por produtor rural, artesão, artista ou
assemelhado, conforme previsto na legislação específica”.
IN RFB 2101, de 09/09/2022 | Flexibilizou as modalidades de importação para as pessoas físicas criando
condições para que possam ser realizadas por qualquer PF, desde que seja para seu consumo próprio
Regime de Tributação Simplificada | RTS
IN RFB 1.737/2017 e Portaria MF 156/1999| É possível o Regime de Tributação Simplificada (RTS) para pagamento do Imposto
de Importação, aplicada a alíquota única de 60% até US$ 3 mil, sendo que para medicamentos será aplicada a alíquota de 0% até
de US$ 10 mil. Além disso, a importação no âmbito do RTS também está sujeita ao ICMS e aos custos do despacho alfandegário
(cobrado pela ECT ou courrier).
o Base de cálculo: valor aduaneiro, acrescido do frete + seguro até o local de destino no país, exceto quando já incluído.
• Preço de aquisição; ou
• Valor declarado pelo remetente, quando recebido a título não oneroso (brinde, amostra ou presente),
desde que o valor seja compatível com os preços praticados
A opção pelo RTS será considerada automática para as remessas que se enquadrem nos requisitos estabelecidos para a fruição
do regime.
Não poderão ser importados ao amparo do RTS: (i) bebidas alcoólicas; e (ii) fumo e produtos de tabacaria.
Os bens submetidos ao RTS estão isentos de: IPI, PIS e Cofins devidos na importação.
Isenções na Importação
Decreto-Lei 1.804/1980 | prevê a possibilidade de o Ministério da Fazenda dispor sobre isenção do imposto de importação de
bens contidos em remessas de até US$ 100,00 ou equivalente em outras moedas, quando destinados a pessoas físicas.
Portaria MF 156/1999 | estabeleceu que bens de até US$ 50,00 ou equivalente em outra moeda serão desembaraços com
isenção do imposto de importação, quando destinados a pessoas físicas.
RFB entende que a função do “Decreto 1.804/80 foi delegar ao Ministro da Fazenda a faculdade de dispor sobre a isenção em
remessas entre pessoas físicas da maneira que melhor convier aos interesses da Fazenda Nacional e da economia do país. Ao fixar
o valor em US$ 50,00, respeitou-se o teto estabelecido pela Lei, que é de cem dólares dos Estados Unidos da América ou o
equivalente em outra moeda, o qual não deve ser confundido com o valor da própria isenção”. Veja aqui!
Jurisprudência do STJ | “a Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) deu provimento a um recurso da Fazenda Nacional
para considerar legítima a Portaria 156/1999 do Ministério da Fazenda, que estabeleceu em US$ 50 o limite de isenção do
Imposto de Importação, desde que o remetente e o destinatário sejam pessoas físicas”. (RESP 1736335; AgINT no RESP 1680882).
Ainda sim, é possível localizar decisões nos Tribunais Regionais Federais favoráveis à tese de que o limite da isenção é de até US$
100,00.
Descaminho e contrafação
C i ga r re i ro | | J u n h o d e 2 0 1 8 ● T RÍPLICE F RONTEIRA
Dificuldades de fiscalização
Empresas redirecionadoras
Dificuldades de fiscalização
Compra em sites no
exterior
Site cobra frete e
seguro, mas não
registra estes valores na Descrição genérica ou
exportação equivocada da
mercadoria (“webphone” Separação em
ao invés de “iPhone”)
diferentes caixas para
fragmentar e dificultar
a fiscalização
Marketplaces e importadores informais
Marketplaces e importadores informais
IN RFB 1.737/2017 | “Art. 30. É vedada a importação por pessoa física de bens destinados à revenda ou a serem submetidos a
processo de industrialização, ressalvadas as importações realizadas por produtor rural, artesão, artista ou assemelhado,
conforme previsto na legislação específica”.
Penalidades a seguir.
Penalidades – remessas internacionais
As infrações comumente cometidas nas remessas internacionais estão sujeitas às seguintes penalidades, aplicáveis separada ou cumulatividade:
Mercadoria abandonada;
Falsa declaração de conteúdo;
Mercadoria oculta
Perdimento de Fracionamento;
mercadoria Mercadoria Falsificada;
Mercadoria atentatória à moral, aos bons costumes, à saúde ou à ordem pública;
Documento falsificado ou adulterado
Mercadoria com LI vedada ou suspensa
Interposição fraudulenta
https://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/remessas-postal-e-expressa/topicos/Infracoes_e_penalidades
Pessoa Física | Bagagem
PORTARIA MF 440/2010 E IN RFB 1.059/2010 | Disciplinam os procedimentos de controle aduaneiro e tratamento tributários aos bens de viajante.
Art. 41 do IN RFB 1.059/2010 | O Regime de Tributação Especial - RTE é o que permite o despacho de bens integrantes de
bagagem mediante a exigência tão somente do imposto de importação, calculado pela aplicação da alíquota de 50% (cinquenta
por cento) sobre o valor tributável dos bens
Bagagem Tributável
(Fora das Hipóteses de Alíquota de 50% IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO
Isenção)
o Aplicável o regime comum de tributação aos bens que não sejam passíveis de enquadramento como bagagem.
Pessoa física: mudança
IMPORTAÇÃO
O viajante em mudança para o Brasil, seja estrangeiro ou o brasileiro que residiu no exterior por mais de um
ano, poderá ingressar com isenção de tributos dos seguintes itens:
Ferramentas, máquinas, aparelhos e instrumentos necessários ao exercício de sua profissão, arte ou ofício,
individualmente considerado, sujeita à prévia comprovação da atividade desenvolvida pelo viajante.
EXPORTAÇÃO
Os bens do viajante em mudança para o exterior são tratados como bagagem desacompanhada, com isenção
dos tributos, desde que saiam do país em até 6 meses depois da saída do viajante, sob conhecimento de
carga ou remessa postal.
https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/aduana-e-comercio-exterior/viagens-internacionais/guia-do-viajante/entrada-no-brasil/penalidades
RECOMENDAÇÕES
https://leonardobranco.com.br/regi
mes-aduaneiros-beneficios-fiscais/
https://leonardobranco.com.
br/canal-cinza-no-combate-
as-fraudes-aduaneiras/
https://youtu.be/cvM1j_UJ-sI
Repetro
W W W. L E O N A R D O B R A N C O . C O M . B R
MUITO OBRIGADO!!