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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE


DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X

Aquatrans, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ nº..., com sede na rua..., vem, por
meio de sua advogada, com procuração anexa e endereço profissional na rua..., onde
serão encaminhadas as intimações do feito, impetrar MANDADO DE SEGURANÇA
COM PEDIDO LIMINAR contra ato do Governador do Estado (...X...), agente
público, com endereço profissional na rua..., e contra o Estado (..X.....) , pessoa jurídica
de direito público interno, CNPJ nº..., com sede na rua..., pelos fatos e fundamentos a
seguir.

DO CABIMENTO

É cabível a presente ação de mandado de segurança com fulcro no Art. 5º, inciso LXIX
da Constituição Federal e Art. 1º e seguintes da Lei nº 12.016/2009, por se tratar de
violação a direito líquido e certo da Autora.

DOS FATOS

Durante 7 (sete) anos a Autora é concessionária de serviço de transporte público


aquaviário no Estado X e foi surpreendida com a edição do Decreto nº 1.234, da Chefia
do Poder Executivo Estadual, que, na qualidade de Poder Concedente, declarou a
caducidade da concessão e fixou o prazo de 30 (trinta) dias para assumir o serviço,
ocupar as instalações e os bens reversíveis. Inconformada com a medida, especialmente
porque jamais fora cientificada de qualquer inadequação na prestação do serviço, a
Autora vem a juízo para discutir a juridicidade do decreto, bem como para lhe assegurar
o direito de continuar prestando o serviço até que, se for o caso, a extinção do contrato
se opere de maneira regular.

DA MEDIDA LIMINAR

O Art. 7º, inciso III, da Lei nº 12.016/09 estabelece como requisitos para a concessão da
medida liminar o fundamento relevante do pedido e o perigo de ineficácia da medida.

O perigo de ineficácia da medida decorre do fato de que a impetrante foi ameaçada de


desocupação do seu estabelecimento no prazo de 30 (trinta) dias do decreto e, em razão
disso, pode sofrer sérios

O fundamento relevante do pedido baseia-se no fato de que o ato, ora impugnado, foi
praticado com violação ao devido processo legal e aos princípios do contraditório e da
ampla defesa, estampados no Art. 5º, incisos, LIV e LV da Carta Magna.

Portanto, o ato não pode subsistir, devendo, no entanto, ser ordenado, ao Poder Público,
a abstenção de tomar qualquer medida para assumir o serviço público e a suspensão dos
efeitos do referido Decreto até a decisão final do writ.
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DO MÉRITO

O Art. 38, §2º, da Lei 8.987/95 estabelece que a declaração de caducidade da


contratação de serviço público deve ser precedida da verificação de inadimplência da
concessionária, devendo, portanto, ser instaurado processo administrativo em que lhe
assegure o exercício do contraditório e da ampla defesa. Vejamos:

“A declaração da caducidade da concessão deverá ser precedida da verificação da


inadimplência da concessionária em processo administrativo, assegurado o direito de
ampla defesa.”

Do mesmo modo, o Art. 38 § 3o, do mesmo diploma, estabelece a necessidade da


instauração de processo administrativo de inadimplência antes da aplicação da medida,
se apurado o descumprimento contratual, nos termos do disposto no § 1º, deste artigo,
dando-lhe um prazo razoável para corrigir as falhas detectadas, bem como para que a
concessionária se enquadre aos termos do contrato.

A declaração de caducidade, estabelecida no Decreto 1.234, expedido pelo Chefe do


Poder Executivo estadual, não observou os requisitos estabelecidos na norma do artigo
38 §§ 2º e 3º da Lei nº 8.987/95. Portanto, o referido Decreto encontra-se injustificado,
assim como a declaração de caducidade.

Além disso, a Autora foi surpreendida com a edição do Decreto e não foi cientificada de
qualquer irregularidade na prestação dos serviços, assim como, também, não houve a
devida instauração de processo administrativo para apuração de possíveis
irregularidades na execução do contrato, cerceando, assim, o direito de defesa da
Autora, conduta terminantemente inadmissível, em razão do princípio da legalidade,
estampado no Art. 37, caput, da CRFB.

Em síntese é certo que qualquer ato administrativo praticado com violação aos
princípios que regem a atividade da Administração Pública, como os acima
mencionados, é nulo. Portanto, ante a inobservância do “devido processo legal” impõe,
consequentemente, a anulação do Decreto nº 1.234, que declarou a caducidade do
contrato de concessão, ante todos os vícios de legalidade, ora apresentados.

DOS PEDIDOS

Pelo exposto, requer:

1. a notificação da autoridade coatora para que prestes as informações, no prazo de lei;


2. a ciência do Réu, na pessoa do Procurador-Geral do Estado, para que, querendo,
ingressar no feito;
3. a concessão da medida liminar, determinando ao Poder Público que se abstenha de
tomar qualquer medida para assumir o serviço público;

4. a confirmação da medida liminar com a concessão da segurança, determinando a


anulação do ato impugnado;

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5. a intimação do Ilustríssimo representante do Ministério Público para atuar como


fiscal da lei;
6. a juntada dos documentos anexos que comprovam o direito líquido e certo da
Impetrante;
7 a condenação do Réu ao pagamento das custas processuais.

Dá-se à causa o valor de R$...

Termos em que pede deferimento

Estado X, data

                         Advogado
                          OAB/...

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