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Ebook Educacao Literaria Parte4
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AULA 04 - SINOPSE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
tradicional; para que a literatura é feita; o que muda e o que não muda
“como se fosse”;
BONS ESTUDOS!
INTRODUÇÃO
Hugo de São Vítor de Porto Alegre, no qual ensinamos artes liberais ou edu-
cional.
2. O MUTÁVEL E O IMUTÁVEL
de levar tudo aquilo que foi feito de bom durante a história da cultura
entender que os valores explícitos na Grécia Antiga há três mil anos, não
virtudes quando tratamos disso. Enfim, há certas coisas que são perenes
durante a história da cultura inteira e que muitas vezes hoje, por nós termos
tanta tecnologia, por nós termos tantas facilidades materiais, que não tín-
hamos até cem, duzentos anos atrás, não damos a devida atenção.
entos anos atrás, quando começamos a ter todas essas facilidades mate-
riais. E acabamos por esquecer que existem coisas que independem desse
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soas continuam odiando umas às outras, as pessoas continuam cantando,
desde sempre. Pode ser que agora gravemos isso e façamos um bom uso
dando pontos do que se trata cada período. Às vezes, para falar do bar-
Antônio Vieira.
literatura. E é para isso que esta foi escrita, para ser vivida. A forma que
nós temos é a leitura, mas aquilo é uma vivência espiritual, não somente
no sentido religioso. Toda vez que usar a palavra “espiritual”, não estou
por sua vez, chamamos de sopro, justamente porque é algo imaterial e nós
usando. Eu poderia estar falando para qualquer pessoa há três mil anos,
sempre muda. Aquilo que é invisível, aquilo que não explicado por nen-
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huma lei da física, não.
poema desses pelas leis da física, pela lei da gravitação, pela lei da termod-
inâmica? Essas leis não explicam. Não tem nenhum princípio científico
ou material para explicarmos essas coisas. E isso não muda. Nossa com-
que Homero estava, em mil antes de Cristo. Ou, ainda, mais evoluídos que
mas é disso que trata a literatura. Alguém poderia objetar: “Mas a litera-
tura trata, por exemplo, da Guerra de Troia, como é o caso da ‘Ilíada’, não da
psique humana”. Não, é da psique humana sim. Quando diz que o exército
dos gregos foi muito corajoso em uma batalha, uma das leituras que posso
entre si sobre uma estratégia que tenham que tomar? Então, eu preciso
diz “hambúrguer” e o outro diz “salada”. Às vezes, são três generais. E nesse
concílio de generais, eu fico confuso, sem saber o que fazer. Eu travo uma
batalha interna e, muitas vezes, uma guerra civil. Mas quando esses gen-
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projetadas num ponto específico e eu consigo derrotar Troia.
fez com relação à Bíblia. Lendo a Bíblia, o Ocidente aprendeu a ler qualquer
pensar: “Eu não pertenço ao povo de Israel, eu estou bem tranquilo. Isso
isso que está falando. O que esse excerto quer dizer é que a minha alma se
povo de Israel entrou em conflito com outro povo, os filisteus. A minha alma
não entra em conflito com outras almas? E dentro da minha alma também
não há essa guerra civil? A minha alma não faz viagens como Odisseu fez,
3. AS POTÊNCIAS DA ALMA
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Tudo que nós fazemos, inclusive pensar, refletir, aprender, tomar
decisões, envolve essas três potências. Essas três potências não são expli-
cadas pelas leis da física e nem nada disso, mas todo mundo, parando para
isso.
inteligência, sem imaginação, nós não conseguimos. Para isso ficar mais
claro, vejamos o seguinte exemplo: “Eu vou tomar uma atitude inteli-
do Robinson Crusoé, tal como o primeiro dos homens. Quem foi o primeiro
dos homens? Não sabemos e, por enquanto, não vamos entrar nessa
questão. O ponto é: o primeiro dos homens, solto numa ilha. O que ele pre-
cisa fazer?
Por si só, esse homem não é como um animal. Ele não consegue
e dormir novamente. Nós não somos assim, até porque não sobrevivemos
desta forma. Se comermos qualquer coisa, como carne crua, nosso apa-
relho digestivo não consegue digerir muito bem e ficamos doentes. Isso
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funciona assim desde sempre. Nós não podemos simplesmente deitar no
chão e dormir. Nós não aguentamos. Não podemos dormir sob a nossa
gente não consegue fazer isso. E, para caçar, não é só sair correndo e abo-
milho, trigo e cevada, crus. Nós não conseguimos digerir esses alimentos.
é o que diferencia nossa alma da do resto dos animais. Aristóteles diz que
lugar nenhum.
4. A CULTURA
frago, o que faria? Você pode pensar: “Eu já sei como construir uma cabana.
Eu vi como fazer isso em filmes”. É isso mesmo. Você já viu no filme que tem
que construir uma cabana. Nós também sabemos qual é o princípio para
começar a fazer uma fogueira, para poder cozinhar alimentos e comer algo
mais saudável, que não vai fazer mal. Nós levamos todas essas informações
conosco para uma ilha deserta e conseguimos, deste modo, sobreviver. Nós
vamos ter a nossa cabana, vamos ter o nosso canto com fogo para cozinhar
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O homem sobrevive porque tem cultura. O homem não estava ali
um porrete e saía arrastando-a pelos cabelos. Não temos nada que nos
diga isso. Não tem nenhuma evidência. No entanto, sabemos de uma coisa:
E para além disso, para além de fazer fogo para cozinhar, ter ferra-
mentas para caçar, ele também desenhava na parede. E isso não é sobre-
diabos nós fazemos isso? E nós, na ilha deserta, por que gostaríamos de
para deixar aquele ambiente mais bonito? Ou, ainda, não veem surgindo
a seguinte ideia: “Eu cacei um javali enorme e vou guardar os dentes dele,
Quem não faria isso? Todo mundo faria isso. É o normal. Esses dentes
são um troféu. Eu preciso deles para sobreviver? Não. Então, existe essa
cultura da sobrevivência e existe uma cultura que vai além disso, que é
isso, de mostrar para nós mesmos que somos capazes de caçar o javali.
Mas eis que nós não estamos sozinhos, estamos com mais dez
meus amigos e nós vamos dormir. É isso que acontece? Nós comemos e
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pronto, amanhã temos que caçar de novo? Essa é a vida? Não. Eu vou ter
que contar a história de como foi caçar esse javali. Desde a narrativa
mais reta, como “Eu saí por aqui, fiquei de espreita atrás da pedra. Ele
veio e eu tinha minha lança”, em que vou contar esses fatos, até - e isso
todos nós fazemos - contar tudo que senti. Eu posso dizer coisas como “Eu
javali” ou “Eu senti muito medo, mas o fato de saber que pessoas dependiam
de mim para comer essa semana fez com que eu superasse esse medo”.
Você vai contar coisas que não são visíveis, coisas que são internas.
história? Porque não vale a pena pescar sem contar a história da pescaria.
tem algo bastante objetivo, que são os fatos de como as coisas aconte-
aconteceu.
de alegria, por ter conseguido aquilo, são muito mais importantes do que
amanhã tenho que caçar de novo. Agora, o que acontece dentro desse
caçador é muito mais importante. E ele não tem palavras para descrever
o que se passa dentro dele. E aí ele começa a usar outras coisas. Ele vê
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animais que são covardes e animais que são fortes. E, em vez de contar a
história dele mesmo caçando, conta a história de um leão. Mas ele con-
consegue pensar “como seria o homem se fosse tão intrépido, tão corajoso
como o leão?”.
Com isso, cria uma figura que não existe. Ele juntou dois seres, um
leão e um homem. Um homem nunca vai ser tão intrépido quanto um leão.
Não é que o homem seja covarde, mas, como tem um pouco inteligência,
percebe que determinados atos não vão funcionar. Ele decide não se
esfola, não quer nem saber. O homem não faz isso. Ele não se embrenha
nos espinhos para pegar uma presa. O leão faz, não está nem aí. Nós, não.
nos espinhos. Seria um homem muito heroico, não seria muito inteligente,
mas seria heroico. Como seria o homem que pegasse, sem nenhuma fer-
ramenta, cobras, sem ter medo de ser mordido? Assim, cria outras figuras
que são impossíveis de existir, mas que fazem todo sentido de serem imag-
inadas, como, por exemplo, alguém que luta com um leão ou que pega
mais diminuta que esta seja. E eu tenho inteligência para fazer uma oper-
ação matemática e multiplicar essa coragem por dez, por cem, por mil. Eu
pegaria cobras sem medo, de que lutaria com leões e monstros marinhos.
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Eu enfrentaria o próprio Deus, se fosse necessário. Eu não faço isso, mas
quer ouvir.
dentes, fui no banheiro e depois fui tomar café da manhã lá no hotel? Para
que ouvir algo assim? Que porcaria de história é essa? Isso não interessa
para nada. Agora, vocês querem saber da história do Hércules, que acorda
quer ouvir essa história, saber o que vai acontecer e como isso é possível.
Hércules, por outro lado, eu nunca mais esqueço, até porque vou ficar con-
que temos essa necessidade e todas as pessoas também a têm, nem que
seja de contar para si ou para duas ou três pessoas. Pode ser que não seja
imaginação e acabamos nos perguntando: por que isso é assim? por que
inverno, não há. Mas as coisas têm que ter um porquê e nós precisamos
deste para sobreviver. Pode ser que não seja a causa mais imediata e
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Por exemplo, você está na roça visitando uma avó sua que cresceu
lá. Você diz a ela que vai plantar umas florzinhas e ela lhe responde que
aquele não é o momento, que é preciso esperar duas semanas, porque a lua
está minguante. Você fica curioso e pergunta qual a relação entre ser lua
guante, tem que plantar quando está lua crescente”. Você fica pensando
“E daí?”, mas tem um porquê, é porque está lua minguante. Você ignora a
e botar, vai diminuir e crescer para dentro da terra. Então não adianta. A flor
vai estar dentro da terra, não vai sair para fora”. Normalmente, é uma expli-
cação assim. O cientista pode te dar uma explicação exata de por que só
há certas épocas boas para plantar certas sementes, mas é muito provável
que você se esqueça dessa explicação daqui a um tempo. Por outro lado, a
explicação da senhora, que diz que a planta nasce para dentro, você pensa
“que coisa maluca!” e nunca mais se esquece, e nunca mais vai plantar flor
funcionam.
5. O PORQUÊ
surge e que não quer calar é: qual é o porquê geral? Qual é o porquê dos
porquês? Por que existe algo e não o nada? E isso não somos nós, tec-
um, em qualquer tribo. Podem ser os índios mais isolados, podem ser aborí-
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para os outros e a pergunta que não quer calar é: por que existe alguma
5.1. TEOGONIA
caos. E o caos não tinha forma alguma, mas dele surgem o Céu, a Terra, o
começaram a ter filhos. Só que o Céu não saía de cima da Terra, pois o Amor
volta para o ventre da Terra pelo próprio Céu. Em grego, céu é Uranos. Hoje,
não havia espaço. Porque o céu não saía de cima da Terra, não havia espaço
Até que um dos filhos, Krónos, que é o tempo, castra o pai, o Céu, e
este, por dor e por não ter mais o que fazer em cima da Terra, afasta-se dela.
O efeito do Amor, de Eros, não estava mais ali. O Céu se afasta da Terra e isso
seus irmãos. E Krónos engole todos filhos que tinha com Reia, sua irmã,
afinal, o tempo engole tudo, não é? Tudo que nasce vai sendo engolido
pelo tempo. Até que, quando nasce Zeus, décimo segundo filho, Reia dá
uma pedra em seu lugar para Krónos engolir e conserva Zeus escondido.
Zeus cresce e, depois, vai lutar contra o seu pai, o tempo. E quem vence o
tempo, não morre. Quem vence o tempo é imortal. Zeus liberta todos os
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vai surgir o homem e tudo isso.
Big Ben. Não é o caos que existia no início. Primeiro é o Big Ben”. Beleza,
5.2. OVÍDIO
Hesíodo.
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Que em cada qual dos embriões enormes
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Rios cingindo com oblíquas margens,
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Mas o supremo autor não deu nos ares
diferente do que Hesíodo fala, mas Ovídio dá uma resposta a essa pergunta:
de onde veio tudo? Ovídio diz que tem que ter tido uma luta. Foi uma luta?
Não interessa. Por que Ovídio diz que foi uma luta? Porque ele conhece as
movem muito bem dentro disso. É tudo paz na natureza. A guerra é junto
aos homens.
Ovídio sabe que, para haver paz, como há na política de Roma, foi
preciso muita guerra. Foi preciso que um único homem detivesse o poder
Roma e conflitos internos. Eles estão defendendo as fronteiras, mas isso não
que, no início, eram vários povos disformes, até que um único desses povos
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séculos, fosse possível viver em um Império de paz estabelecido.
lado por isso. Enfim, ele diz que no início era assim também. Os elementos
todos estavam misturados, não se sabia o que era água, o que era terra, era
mundo todo era um caos. Nós não sabíamos o que era seco, o que era frio,
o que era úmido, o que era quente. Esses estados todos e toda matéria, o
como o povo que define uma fronteira. Todos estavam vivendo juntos, mas
fronteira. Nós vemos fronteiras entre o mar e a terra. Vemos fronteiras entre
a terra e o ar. Quando fazemos uma viagem, se vamos de Porto Alegre até
ele faz? Ovídio trata a história política, que é muito fácil de contar, porque
fosse um império dos deuses. Nós temos aqui o Império dos homens. No
Império Romano, temos as províncias bem organizadas, cada uma com seu
águas são governadas por Netuno. Os céus são governados por Júpiter. As
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profundezas são governadas por Ades ou Pluto. Ades para os gregos, Plutão
concílios e assembleias.
reunida. Júpiter ou Zeus pergunta: “Vocês decidiram qual vai ser o destino
dos portugueses?”. Vênus responde que eles têm que conseguir chegar até
a Índia. Vênus, que sempre foi muito afeita ao povo romano, gosta também
dos portugueses, porque são bravos nas armas e no amor. Essa é a visão de
que é a latina. Vênus via as pessoas falando português e dizia “O que eles
falam é quase latim”. Então ela gosta muito dos portugueses. Mas Baco,
Zeus o destino dos portugueses. Zeus afirma que Vênus e Marte, o Amor e
Índia, mas Baco vai atrapalhar ao máximo tudo que os portugueses fazem
Isso não é uma decisão política? E não é assim que a política fun-
O juiz determina que está decidido, mas Baco aceita? Não, ele persiste na
sua ideia. E na vida política também é assim. Quando o sujeito não ganha na
disputa, faz todo o possível para desrespeitar as decisões e levar seu plano
Isso foi escrito para dar uma explicação de por que certas navegações
são prodigiosas e outras, não. Por que Vasco da Gama conseguiu chegar lá,
mas houve outros que não conseguiram? O que acontece? Bom, é como se
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fosse uma decisão política, diz o Camões. Essa é uma das leituras que nós
podemos fazer. Então é como se fosse. Como se fosse é a chave para nós
que é fazer esse “como se fosse”, não vamos a lugar nenhum. Nós precis-
Mas eis que surge na Grécia mesmo, onde Hesíodo tinha escrito
isso, onde havia toda essa mitologia, lá por 600 a.C., uns sujeitos que são
bem assim. Eles entendem que este dá certas causas, mas acreditam que
as coisas têm que ser mais simples, pois acham sua explicação muito com-
plexa. Para eles, é muito bonito o que Hesíodo disse do Céu e da Terra juntos
pelo Amor, e a castração do Céu pelo Tempo e que, com o tempo, vem
também o espaço, só que este engole tudo. Eles acham isso muito bonito,
coisas. E o Tales responde que era água. Com isso, Tales conseguiu dar uma
explicação mais fácil, mais feia também, mais sem graça, para a mesma
coisa. Só que ele não disse que era água. Ele disse dessa forma, mas nós não
que, no anterior, a colheita havia sido muito ruim e as pessoas não tinham
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que existiam na Jônia e as guardou em casa. Todo mundo considerou-o
louco por ter feito isso, justamente porque, no ano anterior, a colheita de
oliva havia sido péssima. E aí veio uma grande colheita, uma abundância
de oliva e ele fica muito rico, porque tinha o monopólio das prensas e só ele
E esse é o homem que disse que, no princípio, era água. Como água?
nação. A terra não tem isso, a terra não é assim”. Ele diz: “A água pode ser
líquida, pode ser sólida e pode evaporar e ficar gasosa. As coisas que têm
na terra não são assim? Essa mesa é sólida. A água que tem dentro do
copo é líquida e o ar que nós respiramos é gasoso. E o resto tudo pode ser
encaixado ou ser um misto disso. Por exemplo, a nossa carne, que é meio
Então, no princípio, era algo e esse algo era como se fosse água. Isso
de dizer que, no princípio, era água e que, no princípio, era o caos? Não
tem quase nenhuma diferença. Mesmo Tales sabia que não era água, que
não há como da água surgir pedras. Existe o gelo, que é um tipo de pedra,
mas todas as demais não têm água em si. Há muitas coisas que têm água,
mas há vários elementos que não têm. E também tem o fogo, que não se
parece nem líquido, nem gasoso, nem sólido. Tales diz que é algo como a
água. Assim como, no princípio, houve uma batalha dos elementos todos
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5.5. QUEM DETERMINA A LÍNGUA?
uns com os outros, nós precisamos de uma língua, que é dada por esses
imaginadores.
àquele náufrago, que está ali com seus amigos. Suponhamos que cada um
deles pertence a uma cultura diferente, cada um fala uma língua diferente.
Eles vão acabar por assumir uma língua única, de um deles - provavel-
mente, vão criar uma língua nova - e, com certeza, será a língua daquele
que mais conta histórias. Essa é a língua mais atraente e mais fácil de
Não, vai ser do melhor contador de histórias. Assim como nós assumimos
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