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SEMINÁRIO 2 DE NUTRIÇÃO

Grupo 5 - Nutrição (EMD216 - 01/1)

Bernardo Pessoa (4508446), Eduarda Coelho (4508369), Hellen Araújo (4508464), Júlia Bazeth (4508524), Larissa Hilcenko Soares (4508536), Mariane Saar
(4508277), Maurício Pires (4508434), Michaela Hasselmann (4508539), Nathália Nascimento (4508532) e Rhanna Carvalho (4507879)

1. GLICOSE
Primeiramente, iniciando pela glicose, vemos que a paciente se encontra dentro dos valores de padrão de referência (70-99mg/dL), visto que foi observado
no sangue dela 92mg/dL. Isso ocorre porque a obesidade causa o desenvolvimento de resistência insulínica e, com o procedimento bariátrico, essa condição
diminui e o nível glicêmico volta ao normal.

2. HEMOGLOBINA GLICADA
A hemoglobina glicada é um teste que permite maior acurácia na análise da glicemia, já que avalia a glicemia em um período de tempo específico, nos
últimos 3 meses, por isso é mais confiável no diagnóstico de diabetes, uma vez que registra um padrão médio ao longo do tempo. Para detecção de diabetes,
o limite é de 6,5% de hemoglobina glicada e a paciente apresenta valor de 5%, o que não só a afasta do diagnóstico de diabetes, como atesta que ela está
abaixo do nível de normoglicemia.

3. INSULINA
Para pacientes com IMC maior que 30kg/m2, os valores normais de insulina são entre 2-23mU/L; como a paciente apresenta IMC de 29,7kg/m2, portanto,
pode-se considerar que ela está dentro da faixa de normalidade, visto que seu valor de insulina é de 8,8mU/L.

4. UREIA
A paciente teve como resultado 26mg/dL de ureia, o que se encontra dentro da faixa de referência 10 a 50mg/dL.

5. CREATININA
A paciente apresenta valor de 0,4mg/dL de creatinina, o que se revela abaixo dos níveis de referência de. Sabendo que a paciente foi submetida à cirurgia
bariátrica, come pouco, não apresenta prazer em comer e consome pouca proteína e muito carboidrato durante o dia, pode-se afirmar que a paciente teve
perda excessiva de massa magra. Em consequência disso, a sua creatina está abaixo dos valores de referência e a paciente apresenta baixo rendimento nas
atividades físicas, fraqueza, queda de cabelo, cabelos finos e ralos e unhas curtas e moles.

6. ÁCIDO ÚRICO
A paciente teve como resultado 3,3mg/dL de ácido úrico, que se encontra dentro da faixa de normalidade (2,4-5,7mg/dL);
Diversos estudos têm mostrado perda substancial de massa corporal magra em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica, relacionada à evolução clínica e
nutricional desfavorável. Após a cirurgia bariátrica, o paciente pode ficar com o apetite, o paladar e a capacidade digestiva alterados. Devido a isso, é difícil
que o paciente consiga consumir toda proteína necessária (cerca 60g inicialmente e 1,5g de proteína por kg de peso posteriormente). Se a necessidade de
proteína não é atingida, o déficit provoca problemas como perda excessiva de massa magra, queda de cabelo, enfraquecimento de unhas e redução da
imunidade.

7. TRIGLICERÍDEOS
A paciente tem nível de triglicerídeos igual a 44mg/dL, e está abaixo do valor de referência que deve ser entre 81,9-105,3mg/dL. Esse nível diminuído
corrobora com a dieta pobre em gorduras que a paciente faz, o que dá suporte à explicação de fraqueza e cansaço que ela afirma apresentar, além de poder
estar correlacionado com as unhas e cabelos frágeis e a pele seca. Esse nível baixo pode revelar, também, uma síndrome de má absorção, que pode estar
associada à desnutrição.

8. HDL
O nível referenciado de HDL em mulheres deve ser maior que 50mg/dL e a paciente está num valor limítrofe desse padrão, já que tem 50mg/dL.

9. FERRO
A paciente está dentro dos valores de referência dos níveis séricos de ferro para mulheres adultas, visto que são de 50-170mcg e ela tem 93mcg.

10. FERRITINA
Pode-se observar que a paciente tem níveis séricos bem abaixo de ferritina, cerca de 4,4ng/dL, sendo que o mínimo é de 30ng/dL. Dentre as principais
implicações dessa redução estão dores articulares, indisposição, fraqueza, fadiga, etc. Como, mais adiante, poderemos observar que os valores de índices
hematimétricos do hemograma apontam que a paciente tem uma anemia microcítica, o nível baixo de ferritina sugere anemia ferropriva. Isso porque, nesse
tipo de anemia, a dosagem sérica de ferro pode estar normal, mas, se associada à ferritina baixa, pode significar anemia ferropriva. Esse fenômeno ocorre
porque a ferritina é a proteína que fixa o ferro na absorção e, quando o organismo precisa de ferro, o nível de ferritina é o primeiro parâmetro a cair.

11. VITAMINA D
A paciente apresenta valor de vitamina D de 22mg/mL, abaixo do referenciado de 30-100mg/mL. Esse fenômeno tem sido relatado em pacientes pós cirurgia
bariátrica, quando em comparação com seus valores pré-cirúrgicos, em mais da metade dos pacientes, e pode estar associado a dores musculares, fadiga,
além da osteomalácia.
12. VITAMINA B12
O valor de vitamina B12 encontrado na paciente é menos da metade (222pg/mL) do valor mínimo de referência (400-1000pg/mL). A vitamina B12 está
associada à maturação das células sanguíneas. Esse nível reduzido pode ser explicado pela própria natureza da cirurgia bariátrica: a retirada de uma porção
do estômago implica no prejuízo à produção de fator intrínseco pelas células gástricas, que é fundamental para a absorção da vitamina B12. As alterações
hematológicas típicas da deficiência de vitamina B12 são caracterizadas pela diminuição de hemoglobina, uma vez que a vitamina B12 é um dos elementos
essenciais à produção de hemácias. Isso explica, também, o cansaço, o fato de ela estar abatida, desanimada.

13. CORTISOL
O cortisol é um dos principais hormônios hiperglicemiantes do organismo e sua avaliação é fundamental para o acompanhamento do paciente e sua condição
glicêmica, resposta a estresse e inflamação, além de ser um hormônio importante na análise pós cirúrgica, visto que, inclusive, fisiologicamente, cirurgias
estimulam a liberação de cortisol. A paciente tem 6,7μg/dL de cortisol, o que garante que ela esteja no limite de referência de 5-25 μg/dL, apesar de o
horário da coleta de sangue não ter sido o ideal, uma vez que o pico de cortisol ocorre pela manhã, entre 7-9h (também poderia ser entre 15-17h). É
importante ressaltar que não foi encontrado um padrão de referência específico para pacientes bariátricos, mas, durante a pesquisa, constatamos que
nesses indivíduos os valores podem estar menores que o normal. Isso pode ser explicado pois, quanto menor for a gordura abdominal, menor é o clearance
do cortisol, o que poderia explicar sua redução por feedback negativo.

14. TESTOSTERONA TOTAL


Os valores de testosterona total da paciente encontrados foram de 20ng/dL, o que está dentro dos padrões entre 12-60ng/dL referenciados. Nas mulheres,
sabe-se que a obesidade está associada ao aumento da secreção de hormônios androgênicos, por isso, como ela passou por uma cirurgia de redução
significativa de peso, espera-se que seus níveis de testosterona estejam reduzidos.

15. TESTOSTERONA LIVRE


O valor de testosterona livre dela também está dentro dos padrões, referenciados como 0,08-1,11ng/dL, sendo o valor dela 0,6ng/dL.

16. ZINCO
A paciente tem nível de zinco igual a 81microgramas/dL, e está dentro da faixa de referência de 70-120 (sendo a carência de zinco considerada abaixo de
30); apesar de dentro do limite, os níveis de zinco estão reduzidos, o que é esperado em pacientes pós bariátrica, cuja baixa tem associação com a ingestão
alimentar diminuída por conta do novo trajeto do trato gastrintestinal próprio da cirurgia, que causa desvio do duodeno, onde zinco, selênio e magnésio são
absorvidos. Durante a pesquisa, foram encontrados como valores ótimos do zinco sério uma faixa entre 96-115mcg/dL, além de um valor de carência
determinado em abaixo de 30mcg/dL e um valor de até 170mcg/dL definido como exposição ocupacional.

17. SELÊNIO
A paciente apresenta nível de selênio igual a 79mcg/mL, dentro da faixa normal de 46-143; sabe-se que o selênio está envolvido no metabolismo hormonal
tireoidiano (transformação T4 em T3 para atuação). Todavia, os sintomas referidos pela pacientes podem servir de alerta para hipotireoidismo, como os
referidos pela paciente: cansaço no fim do dia, dificuldade para acordar, mesmo tendo dormido bem, e baixo rendimento nas atividades físicas, sentimento
de desânimo associado a fraqueza e tontura (especialmente ao se levantar), queda de cabelo e alteração das unhas.
Também foram encontrados para o selênio os níveis ótimos entre 120-180mcg/mL.

18. MAGNÉSIO
O nível detectado de magnésio é de 1,6mg/dL, no limite inferior da referência (1,6-2,6); de acordo com as pesquisas realizadas pelo grupo, apesar de as
referências literárias serem escassas quanto ao magnésio e selênio, estima-se que o magnésio tenha menor prevalência nos pacientes que passaram pela
cirurgia. É importante lembrar que esses minerais (Zn, Se e Mg) são mais suscetíveis à má absorção, o que evidencia a importância de sua suplementação
nesses pacientes. Por fim, também foram encontrados valores ótimos para os níveis séricos de magnésio, em uma faixa entre 2-2,3mg/dL.

Vale ressaltar, contudo, que os valores ótimos para esses 3 minerais são referentes não apenas aos pacientes pós cirurgia bariátrica mas também a todos os
adultos com níveis considerados saudáveis para esses parâmetros.

19. COLESTEROL
A paciente apresenta 217mg/dL de colesterol, o que se revela elevado para pacientes do pós operatório que tendem a apresentar níveis entre 114-166mg/dL.

20. LDL
A paciente apresenta 150mg/dL de LDL, o que também se revela elevado para níveis esperados nesses pacientes (89-113mg/dL). É importante ressaltar que
há uma variação discreta nos diversos estudos que analisam o perfil lipídico dos pacientes no pós operatório. Deve-se atentar para o fato, também, de que
esses valores elevados colocam a paciente em uma perspectiva de aumento do risco de eventos ateroscleróticos, pelo acúmulo de gordura circulante nos
vasos.

21. HEMATÓCRITO
O hematócrito revela um panorama anêmico para essa paciente, já que o valor encontrado é de 27%, sendo o normal para mulheres entre 35-45%. Esse
quadro anêmico, contudo, parece ser comum em pacientes após bariátrica.
22. HEMOGLOBINA
A paciente apresenta valor de 8d/dL de hemoglobina, o que indica condição anêmica, visto que o valor da hemoglobina é o parâmetro para diagnóstico de
anemia. Pode-se dizer que está baixo, porque o valor de referência para mulheres é hemoglobina entre 12-16g/dL. A hemoglobina é responsável por realizar
o transporte de oxigênio no sangue e, quando seus níveis estão reduzidos, configura um quadro de anemia, o que explica os sintomas de cansaço,
indisposição, desânimo, tontura, dificuldade de rendimento, relatados pela paciente.

23. VCM
A paciente também apresenta alteração no volume corpuscular média de sua hemoglobina, aferida em 65fL, sendo o valor de referência variante entre 80-
100fL (alguns indicam referência de até 98fL). Esse valor de VCM reduzido é característico das anemias microcíticas, em que o tamanho da hemácia está
diminuído, e pode significar anemia ferropriva, anemia sideroblastica e talassemias.

24. HCM
O HCM é o índice hematimétrico de hemoglobina corpuscular média, que mede a massa média de hemoglobina em cada hemácia. A paciente tem 19pg de
valor da hemoglobina corpuscular média, está abaixo do valor de referência de 27-32pg. Esse valor diminuído traduz as anemias hipocrômicas, o que pode
ser corroborado pela anemia ferropriva suposta como diagnóstico da paciente.

25. CHGM
O CHGM, concentração de hemoglobina corpuscular média, mede a quantidade de hemoglobina no interior das hemácias, distribuídas no volume das
hemácias. A paciente apresenta 29% de valor de CHGM, estando abaixo do valor de referência de 33,4-35,5% (32-36g/dL). Isso confirma, mais uma vez o
diagnóstico de anemia hipocrômica

26. LEUCÓCITOS
Há uma discreta redução nos níveis de leucócitos, com uma contagem de 4.300 leucócitos/mcL, sendo o valor de referência entre 4.500 e 10.000
leucócitos/mcL. Essa redução pode estar ligada à deficiência de absorção de vitamina B12, presente em pacientes pós bariátricos. Isso porque essa vitamina
é fundamental para a síntese de leucócitos, por estar associada ao metabolismo de aminoácidos e ácidos nucleicos. Uma dieta desbalanceada também pode
promover uma ingestão insuficiente de ácido fólico, o que dificulta a síntese dessas células sanguíneas.

27. PLAQUETAS
A paciente apresenta 407.000/mm3, portanto, o nível sérico de plaquetas está dentro da referência (121.660 – 412.260/mm3).

Todos os parâmetros observados nos exames assinalados realizados pela paciente corroboram com um diagnóstico de anemia hipocrômica normocrômica,
caracterizado pelos valores reduzidos de hemoglobina, CHGM, além de HCM e VCM associados e reduzidos, sobre a qual a anemia ferropriva poderia estar
inserida, com base nos valores diminuídos de ferritina com dosagem sérica de ferro normal. Os exames também complementam a anamnese da paciente e
justificam seus sintomas referidos.

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