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A IMPORTÂNCIA DA HIGIENE OCUPACIONAL NA SEGURANÇA DO

TRABALHO

Heloísa Pinheiro Pires 1

RESUMO

Assegurar a integridade física do trabalhador tem se tornado cada vez mais relevante nas
empresas e por isso a discussões sobre segurança do trabalho estão mais expressivas. Nesse
aspecto a higiene ocupacional apresenta grande relevância, visto que, é uma vertente da
segurança do trabalho que está focada na identificação e controles dos riscos existentes nas
atividades. Diante disso, o presente artigo discorre sobre os aspectos que torna a higiene
ocupacional importante para a segurança do trabalho e as suas diferenças.

Palavras-chaves: Segurança do trabalho; higiene ocupacional; riscos ocupacionais;


insalubridade.

ABSTRACT

Keep the physical integrity of the worker has become increasingly relevant in companies and,
therefore, discussions about occupational safety are more expressive. In this aspect,
occupational hygiene has great relevance, because is an aspect of safety that is focused on the
identification and control of risks existing in activities. Therefore, this article discusses the
aspects that make occupational hygiene important for work safety and their differences.

Keywords: Work safety; occupational hygiene; occupational risks; unhealthy.

1
PIRES, Heloísa Pinheiro. Graduada em Engenharia de Produção pela Universidade Estadual de Santa Cruz-Ba.
Estudante de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho. E-mail: heloisappires@gmail.com.
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1 INTRODUÇÃO

A saúde e a segurança dos trabalhadores vem levantando discussões desde as


primeiras atividades humanas designadas de trabalho, tal fato é evidenciado quando em
aproximadamente 350 a.C Aristóteles estudou quais as enfermidades que os trabalhadores nas
minas estavam expostos e quais as formas de evitá-las. Desde então, foram registrados
diversos esforços de alguns estudiosos em prol do mesmo resultado: garantir a saúde dos
trabalhadores em qualquer atividade em que exerciam.
Contudo, só em 1802 foi instituída na Inglaterra a primeira lei que visava proteger os
operários, assim, a preocupação deixou de ser apenas com a saúde e passou a ser também com
a segurança no trabalho. No Brasil, apenas em 1930 concomitantemente com a expansão
industrial que começaram a surgir as primeiras regulamentações de segurança do trabalho.
Desde então, as preocupações referentes a integridade do trabalhador aumentaram e
criadas diversas leis e normas para reduzir os riscos que o mesmo se expunha durante a
atividade laboral, disseminando cada vez mais o termo Segurança do Trabalho nas empresas.
Segundo Barsano e Barbosa (2018) a Segurança do Trabalho é uma ciência que visa
analisar os incidentes e acidentes de trabalho a fim de identificar as suas causas e, dessa
forma, inferir medidas para antecipar a probabilidade de tais acontecimentos e impedir a
ocorrência dos mesmos, assegurando a integridade do trabalhador. Em paralelo, tem-se a
Higiene Ocupacional, que complementa a Segurança do Trabalho na medida em que objetiva
antever e controlar os riscos e os fatores geradores que causam algum tipo de estresse ao
trabalhador (ROCHA e BASTOS, 2017). Contudo, apesar de tão complementares, as duas
ciências ainda são distintas e devem ser tratadas em conjunto quando se almeja a preservação
da saúde e integridade física do colaborador.
Dessa forma, este artigo tem como objetivo identificar os aspectos em que a Higiene
Ocupacional torna-se imprescindível para a gestão da Segurança do Trabalho, além de apontar
a relação entre as duas ciências e as suas diferenças.
Para tal, foi realizado um apanhado bibliográfico dos principais conceitos publicados
em relação ao tema, visando atingir o objetivo do presente estudo.

2 REFERENCIAL TEÓRICO
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2.1 Segurança do Trabalho


Para Pinto (2005), em suma, a Segurança do Trabalho é o conjunto de medidas
adotadas que visam a redução de incidências de acidentes e doenças do trabalho, além de
preservar a integridade do colaborador e sua capacidade laboral. Kirchner (2009) ainda
completa afirmando que dentre as medidas adotadas a ciência e a tecnologia estão inseridas
amplamente. Ainda segundo o autor, pode ser citada como atividade da segurança do trabalho
a prevenção de acidentes e incêndios e a garantia da saúde.
Em concordância com os autores supracitados, para Diniz (2005) a segurança do
trabalho também tem o objetivo de evitar acidentes ocupacionais, ou seja, o que ocorre
durante a atividade laboral que provoque lesão corporal ou algum tipo de perturbação
funcional que pode levar a morte, alguma limitação temporária ou permanente da capacidade
para o trabalho.
Para a promoção da segurança do trabalho dentro de uma organização são necessárias
as ações de determinados profissionais habilitados para tal. De acordo com a NR 4 tal equipe
é denominada SESMT (Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina
do Trabalho) e detém a responsabilidade de implementar as medidas de segurança e medicina
ocupacional dentro da instituição. A configuração dessa equipe, ainda segundo a norma,
dependerá da quantidade de funcionários da empresa e do grau de risco da atividade principal.
As medidas utilizadas para a preservação da saúde do trabalhador englobam diversas
mudanças de comportamento, seja do empregador como dos empregados, como a eliminação
de condições inseguras para o trabalhador, a oferta de treinamentos efetivos, fornecimento e
uso adequado dos EPIs (Equipamento de Proteção Individual), avaliação prévia das atividades
a fim de antecipar os riscos existente (DINIZ, 2005).
Algumas empresas adotam essas medidas apenas pela obrigatoriedade imposta por
leis, contudo, vale ressaltar que essas ações podem impactar diretamente nos resultados da
empresa, já que, será reduzida a taxa de acidentes, o que provoca afastamento temporário ou
permanente do colaborador, há um aumento da qualidade de vida no ambiente de trabalho
ocasionando aumento da produtividade (COLOMBO, 2009).

2.1.1 Legislação da Segurança do Trabalho


No Brasil, o que regulamenta a medicina e a segurança do trabalho são as Normas
Regulamentadoras que foram promulgadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego a fim de
orientar as empresas por meio da padronização dos procedimentos obrigatórios para garantir a
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saúde do trabalhador. Fica estabelecido que toda empresa seja pública ou privada que admita
trabalhadores regidos pela CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) é obrigada a seguir as
normas que se adequam a sua atividade (BRASIL, 2012).
Atualmente existem 37 normas vigentes que regulamentam diversas áreas de atuação.
Algumas NRs são direcionadas para atividades específicas, enquanto outras devem ser
aplicadas em geral.
Como mencionado anteriormente, a Norma Regulamentadora 4 tem como objetivo
institucionalizar e dimensionar os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e
Medicina do Trabalho (SESMT) com base no grau de risco e na quantidade de funcionários
da empresa (NIERO, 2020). Ainda citando as NRs que englobam as empresas em geral, tem
se a NR 6, na qual, regulamenta a quantidade e quais Equipamentos de Proteção Individuais
(EPIs) que as empresas são obrigadas a fornecer para seus empregados com base na atividade
executadas e quais os riscos que estão expostos a fim de preservar a integridade dos mesmos
(BRASIL, 2012).
As NRs 15 e 16 possuem grande expressividade quando se deseja avaliar os riscos que
os trabalhadores estão expostos na medida em que determina em qual grau de exposição que a
atividade será considerada insalubre ou perigosa. Conforme Sampaio et al (2005), a NR 15
aponta os limites de tolerância para cada agente ambiental que o trabalhador é permitido ser
exposto. Já a NR 16 indica as atividades que oferecem risco a vida do trabalhador
(LEICHTWEIS, 2018).
Enquanto a Segurança do Trabalho conta com as Normas Regulamentadoras para
orientar a suas aplicações na Higiene Ocupacional foram criadas pela Fundacentro as
denominadas NHOs (Normas de Higiene Ocupacional), nas quais, foram criadas para a
delimitar limites de tolerância, metodologias para avaliar os riscos agentes ambientais além de
indicar orientações para controle dos agentes (GIAMPAOLI e CUNHA, 2001).
Apesar das NHOs não terem valor normativo a sua consideração para a avaliação de
agentes ambientais presentes na atividade laboral é crucial, visto que, apesar de que se deve
considerar legalmente os limites de tolerância da NR 15, a metodologia de avaliação presente
na NHO correspondente ao risco desejado deve ser seguida ou pelo menos levada em
consideração (GIAMPAOLI e CUNHA, 2001).
Dentre as medidas impostas pelas Normas Regulamentadoras pode-se citar a
obrigatoriedade da implementação de determinados programas de prevenção visando garantir
a integridade do trabalhador, seja para mitigar ou minimizar os riscos existentes ou para
preservar a saúde do mesmo (DE MACEDO, 2000).
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No âmbito da prevenção a acidentes de trabalho tem-se o PPRA (Programa de


Prevenção de Riscos Ambientais) regido pela NR 9, já visando a preservação da saúde do
trabalhador é obrigatório a implantação do PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional) da NR 7 (DE MACEDO, 2000).

2.2 Higiene Ocupacional


Como visto no capítulo anterior, a segurança do trabalho engloba medidas de
prevenção a acidentes e doenças do trabalho. Para tal, o reconhecimento e gerenciamento dos
riscos existentes torna-se essencial e é nessa vertente que está inserida a higiene ocupacional,
visto que, objetiva a prevenção, reconhecimento, avaliação e controles dos riscos
ocupacionais (ROCHA e BASTOS, 2017).
Nesse âmbito, o gerenciamento de riscos pode ser entendido como o processo que vai
desde a identificação dos riscos, a sua avaliação e controle objetivando a prevenção ou
redução dos mesmos. Na higiene ocupacional e por consequência na segurança do trabalho o
gerenciamento de riscos é essencial pois abrange todas as medidas necessárias para antever,
identificar e aplicar medidas para reduzir e controlar os riscos que os trabalhadores estão
expostos durante a atividade laboral (DE MEDEIROS, 2013).
Como dito, a higiene ocupacional é composta de algumas etapas necessárias para a sua
aplicação, de acordo com os autores supracitados, em concordância, são quatro fases:
1. Antecipação dos riscos: Essa etapa é aplicada antes do início de algum processo ou da
sua mudança, no qual, objetiva avaliar os riscos em potencial e por consequência
estabelecer medidas preventivas;
2. Reconhecimento dos riscos: Essa segunda etapa trata-se da avaliação qualitativa dos
riscos existentes a cada atividade avaliada;
3. Avaliação dos riscos: Trata-se da avaliação quantitativa dos riscos definidos
anteriormente. Para tal, considera-se os limites de tolerância estabelecidos na NR 15;
4. Controle dos riscos: Por fim tem-se a fase responsável pela definição de medidas para
reduzir ou eliminar os riscos avaliados.

2.3 Riscos Ocupacionais


Os riscos ocupacionais podem ser definidos como qualquer situação presente na
atividade laboral ou no local de trabalho que expõem o colaborador a algum tipo de dano a
sua saúde (KIRCHNER et al, 2009). Para a garantia da integridade física do trabalhador é
necessário que a empresa faça o gerenciamento eficaz dos riscos identificados. Para tal, a
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aplicação das diretrizes apontadas pela higiene ocupacional é indispensável, o que reforça a
importância desse campo na SST (Saúde e Segurança do Trabalho) (ROCHA e BASTOS,
2017).

O conhecimento dos riscos existentes é primordial para a implantação de algumas


medidas previstas para a segurança do trabalhador. Como exemplo tem-se a elaboração do
mapa de riscos que por meio de uma exposição gráfica são apontados os riscos ocupacionais
que estão presentes em cada departamento da empresa (BENATTI e NISHIDE, 2000) e a
elaboração do PCMSO onde são listados os exames complementares a serem realizados de
acordo com cada função a partir dos riscos identificados (DE MACEDO, 2000).

Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, por meio da NR 09 os riscos


ocupacionais podem ser classificados em físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de
acidentes.

2.3.1 Riscos Físicos


Os riscos físicos são acometidos através dos agentes ambientais que podem se
apresentar na forma de energia e causam algum tipo de dano ao organismo humano por meio
da pressão exercida aos órgãos e sistemas. Os agentes físicos dependem do ar para a sua
propagação. Como exemplo de riscos físicos tem-se ruído, calor, radiação, vibração, pressão,
umidade, frio (ROCHA e BASTOS, 2017).

2.3.2 Riscos Químicos


Os riscos químicos são gerados a partir da exposição do trabalhador a agentes
químicos que podem ser danosos a saúde devida sua toxicidade. Diferente dos agentes físicos,
os agentes químicos atingem o organismo humano a partir de contato direto que pode ser por
meio da ingestão, inalação ou por contato na pele. Como exemplo, tem-se poeira, fumos,
névoas, gases, vapores e produtos químicos em geral (BARSANO, 2018).

2.2.3 Riscos Biológicos


Os riscos biológicos são gerados a partir de microrganismos denominados agentes
biológicos que possuem algum grau de patogenicidade quando em contato com o ser humano.
Como exemplo desses agentes tem-se vírus, fungos, bactérias, protozoários, entre outros
(MICHELLY e REIS, 2011).
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2.2.4 Riscos Ergonômicos


Os riscos ergonômicos estão associados com a má interação do colaborador com seu
ambiente de trabalho, ferramentas e equipamentos que utiliza. Quando não há adequação do
indivíduo com o ambiente que está inserido ou com os esforços que lhe são empregados há
presença de riscos ergonômicos na função (BARSANO, 2018).

2.2.5 Riscos Mecânicos ou de Acidentes


Os riscos mecânicos ou de acidentes são aqueles que podem ocasionar algum tipo de
dano ao trabalhador que caracteriza acidente de trabalho, seja por manuseio inadequado do
equipamento, ou a falta de proteção adequada, quedas de mesmo nível ou trabalho em altura,
entre outros (BENATTI e NISHIDE, 2000).

2.4 Doença Ocupacional X Acidente de Trabalho


Como foi visto, o principal objetivo da segurança do trabalho é a integridade física do
trabalhador em toda atividade laboral e ambiente em que for exposto. Quando as medidas
adotadas não são suficientes ou são negligenciadas podem levar a ocorrências que atingem de
alguma forma a saúde do profissional.
Esses episódios podem ser classificados como acidente de trabalho ou doença
ocupacional dependendo de como foram gerados. Em suma, a definição de acidente de
trabalho é a ocorrência pela atividade profissional que provoque lesão corporal com redução
ou perda da capacidade de trabalho, seja permanente ou temporária, ou a morte do
colaborador (COLOMBO, 2009).
Já a doença ocupacional é gerada a partir da exposição do trabalhador a condições
especiais de trabalho de forma constante que provoque alterações das condições de saúde do
mesmo desencadeando algum tipo de enfermidade (LEICHTWEIS, 2018).
Portanto, o acidente de trabalho é caracterizado por uma lesão no exercício da
atividade laboral, o que pode gerar danos permanentes ou temporários enquanto a doença
ocupacional é gerada ao longo dos dias trabalhados por meio das condições de trabalho e
ambiente que o trabalhador está inserido (BARSANO, 2018).

2.4.1 Tipos de Doença Ocupacional


A doença ocupacional pode ser classificada de acordo como a sua natureza, para
Diniz (2005) há a seguinte classificação:
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 Doença do trabalho: é provocada a partir de condições especiais do ambiente onde o


trabalho se relaciona diretamente;
 Doença profissional: já a doença profissional é desencadeada a partir do exercício
direto do trabalho de acordo com a atividade exercida.

2.4.2 Tipos de Acidente de Trabalho


O acidente de trabalho pode ser classificado de acordo com o local ocorrido. Para
Colombo (2009), tem-se:
 Acidente típico: considerado o acidente de trabalho que ocorre durante o exercício do
trabalho;
 Acidente de trajeto: é assim denominado o acidente que ocorre no percurso para o
trabalho ou para residência do trabalhador, sendo assim, pode ocorrer no trajeto casa-
trabalho ou vice-versa.

2.5 Relação entre Higiene Ocupacional e Segurança do Trabalho


Diante do exposto nos capítulos anteriores nota-se que as definições de higiene
ocupacional e segurança do trabalho apesar de tão similares ainda apresentam algumas
distinções. O principal ponto que se pode citar para verificar essa diferença é que a higiene
ocupacional é uma das vertentes que compõe a segurança do trabalho (ROCHA e BASTOS,
2017), o que explica a vasta similaridade e dependência entre as ciências.
Enquanto a segurança do trabalho engloba todas as técnicas e medidas para garantir a
qualidade de vida do colaborador, a higiene ocupacional está focada na identificação e análise
dos riscos ambientais existentes na atividade laboral, que dependendo da sua natureza, grau e
tempo de exposição pode afetar a integridade física do trabalhador (LUCIANO et al., 2020).
Alguns autores ainda vão além e destacam outras diferenças pontuais. Segundo
Luciano et al. (2020), a segurança do trabalho concentra-se mais em oferecer um ambiente
seguro para o trabalhador e, assim, evitar acidentes ou incidentes. Já o foco da higiene
ocupacional é a promoção da saúde evitando doenças decorrentes do ambiente de trabalho
com base no controle dos agentes físicos, químicos e biológicos presentes (ROCHA e
BASTOS, 2017).
Apesar dessa diferença destacada, a complementaridade ainda é reforçada quando se
verifica que a higiene ocupacional engloba a identificação e análise de chamados agentes
agressivos presente no ambiente de trabalho responsáveis por riscos operacionais capazes de
desencadear acidentes de trabalho (DINIZ, 2005).
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2.5.1 Insalubridade
Vale ressaltar que existem riscos que são inerentes a atividade e que não há
possibilidade de eliminar, o que são chamados ambientes insalubres. Porém, conhecer os
riscos existentes é primordial para assegurar o trabalhador e o proteger o máximo possível dos
danos em potencial (BENATTI, 2000).
Em casos como esse que a higiene ocupacional impacta ainda mais na segurança do
trabalho, já que, por meio das suas técnicas e métodos de avaliação que pode-se concluir que
um ambiente é considerável insalubre, qual o agente ambiental que provoca a insalubridade e
qual o grau, dando embasamento para a identificação de medidas capazes de amenizar os
impactos gerados ou para o pagamento de adicional de insalubridade para o trabalhador como
forma de compensar a exposição ao risco (GAZOLA, 2019).
Segundo Oliveira (2016), para um ambiente ser considerado insalubre os parâmetros
de trabalho devem ser superiores aos limites de tolerância impostos nos anexos da NR 15. Tal
conclusão é obtida na etapa de avaliação dos riscos que foi mencionada no tópico 2.2. Após
essa constatação são adotas medidas de controle ou de proteção com o objetivo de eliminar a
insalubridade.
Contudo, mesmo após a aplicação de todas as medidas estabelecidas se os parâmetros
calculados ainda estiverem superiores aos limites de tolerância o ambiente é constatado como
insalubre e há obrigatoriedade do pagamento de adicional de insalubridade (OLIVEIRA,
2016).
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se então que apesar de serem confundidas, a higiene ocupacional e a
segurança do trabalho apresentam notáveis diferenças, porém possuem o mesmo objetivo:
garantir a integridade física do trabalhador durante o seu exercício e atividades relacionadas.
Foi visto que a definição de segurança do trabalho é mais abrangente e engloba todas
as técnicas que são utilizadas para a prevenção a acidentes e doenças ocupacionais, enquanto
a higiene ocupacional é sua vertente que tem o foco na identificação e análise dos riscos
ambientais. Em contrapartida, ainda alguns autores dividem o foco das duas ciências,
atribuindo à segurança do trabalho a responsabilidade da prevenção de acidentes e à higiene
ocupacional a prevenção de doenças decorrentes da atividade laboral.
Destacou-se também a importância da higiene ocupacional e o como é imprescindível
quando se trata de segurança do trabalho, principalmente para a avaliação de casos de
insalubridade, já que, é por meio das diretrizes apontadas na higiene ocupacional que se
conclui se um ambiente é considerado insalubre ou não.
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REFERÊNCIAS

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