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MARINHA DO BRASIL

DIRETORIA DE TELECOMUNICAÇÕES DA MARINHA


BOLETIM DE ORDENS E NOTÍCIAS
Nº 002 DE 04 DE JANEIRO DE 2008

BONO ESPECIAL

GERAL

ARSENAL DE MARINHA DO RIO DE JANEIRO

RIO DE JANEIRO, RJ.


Em 21 de dezembro de 2007.

ORDEM DO DIA Nº 2/2007

Assunto: 244o Aniversário do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro.

Em 29 de dezembro de 1763, há 244 anos, o vice-rei D. Antônio


Álvares da Cunha – Conde da Cunha – instalou na região costeira, no sopé do
mosteiro de São Bento, um estaleiro denominado Arsenal do Rio de Janeiro. Com
o passar do tempo este estaleiro recebeu outras denominações como Arsenal de
Marinha da Corte e Arsenal Real de Marinha, até que depois da implantação do
regime republicano passou a se chamar Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro
(AMRJ).
De 1938 a 1948 existiram dois Arsenais, o Arsenal de Marinha do
Rio de Janeiro no continente e o Arsenal de Marinha da Ilha das Cobras
(AMIC). A partir de 1948, foi desativado o Arsenal do continente, passando a
existir somente um Arsenal na Ilha das Cobras com a denominação de Arsenal de
Marinha do Rio de Janeiro.
A história do Arsenal de Marinha é repleta de alternâncias de
períodos de desenvolvimento, construindo e reparando navios no estado-da-arte
e períodos de grandes dificuldades, quando era perdida grande parte da
tecnologia adquirida, exigindo uma dedicação cada vez maior do seu pessoal
para recuperá-la e desenvolver novas tecnologias.
Neste ano em que comemoramos o bicentenário de nascimento de
Joaquim Marques Lisboa, Marquês de Tamandaré, é importante mencionar sua
passagem pelo Arsenal e suas atividades em prol da Engenharia Naval.
O Almirante Tamandaré alistou-se como voluntário na Marinha aos
15 anos e serviu, de forma notável, em diversas unidades navais, sendo um
Oficial brilhante, extremamente dedicado à profissão, com atuação destacada
em todas as ações importantes da Marinha.
Em 24 de agosto de 1854, já como Chefe-de-Divisão, foi nomeado
Inspetor do Arsenal de Marinha da Corte, sendo promovido a Chefe-de-Esquadra
em 2 de dezembro desse mesmo ano. No período em que o Almirante Tamandaré
permaneceu como Inspetor do então Arsenal de Marinha da Corte foram lançados
ao mar os seguintes meios navais:
- a Canhoneira Ipiranga, navio de casco de madeira e propulsão
mista, construída sob projeto do Construtor Naval Napoleão Level, com as
seguintes características: deslocamento de 350t, comprimento de 42,7 m, boca
de 7,3 m, equipado com uma máquina alternativa a vapor de 70cv que acionava
um hélice e aparelhado em lugre. Era artilhado com um obuseiro de 30 libras
em rodízio e seis outros do mesmo calibre em bateria; e
- o Brigue-Escuna Tonelero, navio de casco de madeira e propulsão a vela,
também construído sob os planos do Construtor Naval Napoleão Level, com
deslocamento de 210t, comprimento de 27,4 m e boca de 6,9 m. Era artilhado
com quatro obuseiros de alma lisa de 30 libras.

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(Continuação do BONO Especial Nº 002/2008 da DTM............................)
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Também durante esse período, o Almirante Tamandaré foi nomeado
membro da Comissão encarregada de propor ao Governo Imperial o local mais
apropriado para a mudança do Arsenal de Marinha da Corte, dentro da Baía de
Guanabara.
Nessa época, o Arsenal de Marinha da Corte, além de prover
emprego para um sem número de operários e técnicos aqui residentes e
estimular, como pólo inicial da indústria naval fluminense, o aparecimento de
inúmeras pequenas oficinas e estabelecimentos comerciais que forneciam
insumos para a construção e reparo dos meios navais da Marinha, também provia
homens e equipamentos para o combate aos incêndios que viessem a ocorrer na
cidade. Nessa prática usual desde o tempo dos Vice-Reis, o Inspetor do
Arsenal de Marinha da Corte era incumbido da direção do combate a incêndios,
obrigação que só cessou com a criação do primeiro serviço de extinção de
incêndios, em 1856. Nesse mesmo ano, em 2 de dezembro, seria promovido ao
posto de Vice-Almirante.
Em 25 de maio de 1857 passou o cargo de Inspetor do Arsenal de
Marinha, em virtude da concessão de licença para tratamento de saúde de sua
esposa na Europa.
Aproveitando sua estadia no exterior, o Governo o incumbiu de
fiscalizar a construção de duas canhoneiras na França e de oito outras na
Inglaterra. Os navios de propulsão mista (vela e vapor) e hélice construídos
no exterior sob fiscalização de Tamandaré foram: Araguari, Araguai, Iguatemi,
Ivaí, Tietê, Itajaí, Ibicuí, Parnaíba, Belmonte e Mearim. Tais navios
significaram uma atualização necessária para que a Marinha pudesse continuar
atuando em defesa dos interesses do Brasil.
De 1860 a 1897, continuou prestando relevantes serviços à Pátria,
de forma heróica e excepcional, vindo a falecer em 20 de março de 1897.
Em 12 de dezembro de 2007, como parte integrante das comemorações
pelo bicentenário de seu nascimento, foi descerrada uma placa, no prédio da
Direção do AMRJ, com a seguinte inscrição: “O Almirante Joaquim Marques
Lisboa, Marquês de Tamandaré, o Patrono da Marinha, no posto de Chefe-de-
Esquadra dirigiu esta Organização Militar em 1854.”.
As atitudes, os resultados obtidos e o grande amor a Marinha do
Almirante Tamandaré devem servir como exemplo de dedicação e profissionalismo
que todos nós, militares e civis devemos seguir, para que o Arsenal de
Marinha esteja sempre preparado para realizar os reparos e construir os meios
navais programados pela Marinha.
Parabéns a todos os militares, servidores civis e empregados da
EMGEPRON e FEMAR que, por mais um ano, contribuíram para a prontificação dos
meios navais da MB.

CÉSAR PINTO CORRÊA


Vice-Almirante (EN)
Diretor

BONO Especial Nº 002/2008.

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