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PROCEDIMENTOS MARINHEIROS
1 - EMBARCAÇÕES MIÚDAS conjunto do hélice em torno de um eixo vertical (à
semelhança dos motores de popa).
1.1 – GENERALIDADES - Neste capítulo serão
abordados alguns aspectos relativos às embarcações
miúdas existentes a bordo. As informações aqui
prestadas complementam as existentes no Arte Naval,
capítulo 4, seção B.
Figura 2 - Embarcação inflável de casco semi-rígido. Nota-se que a propulsão
1.2 – CLASSIFICAÇÃO DAS EMBARCAÇÕES emprega motor de rabeta, dispensando o uso de leme.
MIÚDAS - Nos navios, encontraremos diversos tipos de
embarcações miúdas que, de acordo com o tipo de Existem outros tipos de propulsão de pouco uso nas
construção, são classificadas como lanchas, baleeiras, embarcações miúdas encontradas a bordo, como a
botes infláveis, embarcações de casco semi-rígido, propulsão a jato de água (idêntico ao utilizado em “jet
chalanas e balsas salva-vidas. Cada uma delas tem ski”) ou com o hélice sobre a embarcação, girando no ar,
características próprias e emprego específico. como o sistema utilizado nos “hovercraft” e nas
embarcações de fundo chato empregadas em áreas
pantanosas.
ATENÇÃO - As embarcações infláveis de casco rígido
ou semi-rígido não são projetadas para abarrancar ou
abicar e podem ser esperados danos à embarcação em
caso de encalhe.

1.4 – PALAMENTA DAS EMBARCAÇÕES -


Encontra-se no Arte Naval a descrição de itens
Figura 1 - Baleeiras são embarcações com a proa e popa semelhantes, finas e
elevadas. Em razão de sua forma, são muito seguras para o mar. pertencentes à palamenta de uma embarcação miúda e,
Das citadas, as embarcações de casco semi-rígido são mais especificamente para a MB, o CAAML 1212 –
de introdução mais recente na MB. Apresentam Manual de Sobrevivência no Mar descreve a palamenta
vantagens significativas em relação às embarcações básica para embarcações orgânicas empregadas para
tradicionais. Com casco em fibra de vidro e flutuadores salvamento e sobrevivência, e embarcações de casco
de borracha infláveis, foram adotadas com o propósito semi-rígido ou infláveis (botes).
de contribuir para reduzir pesos altos a bordo e permitir As demandas específicas de material referentes ao
o emprego de aparelhos de carga menos robustos e mais emprego das embarcações em determinadas tarefas
leves. Apresentam as seguintes vantagens quando deverão constar das publicações e instruções que versem
comparadas às embarcações tradicionalmente sobre o assunto.
encontradas a bordo:
- manuseio mais rápido e fácil (são rapidamente retiradas 1.5 – CUIDADOS COM O EQUIPAMENTO DAS
do berço e colocadas na água); EMBARCAÇÕES - A guarnição da embarcação miúda
- podem operar em condições piores de mar; é responsável pelo seu equipamento. Perdas ou danos ao
- desenvolvem velocidades superiores à maioria das material devem ser informados imediatamente ao patrão
lanchas tradicionais; e da embarcação e ao oficial de serviço. Alguns cuidados,
- apresentam boa manobrabilidade, além de conferirem apresentados a seguir, devem ser observados para a
ao patrão amplo campo de visão. manutenção do material:
- verificar constantemente o estado e a validade da
1.3 – PROPULSÃO - Conforme a propulsão palamenta da embarcação;
empregada, as embarcações miúdas podem ser: - reparar ou informar pequenos danos imediatamente
- a motor, (isto economizará tempo em futuros reparos);
- a vela, ou - arejar os coletes salva-vidas após tempo úmido, ou
- a remos. quando forem molhados;
As embarcações de propulsão a motor, utilizadas nos - manter o motor de popa em base segura, peiado de
navios podem ser do tipo motor fixo (localizado no maneira que o jogo do navio não ocasione danos ao
interior da embarcação) ou removível (localizado fora da equipamento e verificar o cumprimento do SMP; e
embarcação, como o motor de popa dos botes). Os - manter o material livre de sujeira, corrosão e ferrugem.
motores fixos podem ser centrais, caso em que se
acoplam ao hélice através de um eixo longo; ou “de 1.6 – ARRUMAÇÃO DAS EMBARCAÇÕES A
rabeta”, instalados no interior do casco, na popa. Neste BORDO - As embarcações são conduzidas nos
último caso, a embarcação não possui leme, e as picadeiros ou nos turcos, de modo a serem arriadas
mudanças de rumo são obtidas mediante o giro do rapidamente.
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Elas são içadas e arriadas por meio de turcos, lanças 1.7 – ARRIAR UMA EMBARCAÇÃO - A faina para
ou guindastes. Os turcos são aparelhos montados aos arriar uma embarcação é mais rápida, segura e precisa,
pares, servindo apenas às embarcações por eles se sua guarnição executar a manobra de forma
sustentadas. As chalanas e botes podem ser manobrados coordenada e disciplinada.
por um turco singelo, ou mesmo sem o auxílio destes. Os preparativos para a faina são realizados seguindo
As lanças e os guindastes podem servir às diversas uma lista de verificação abrangendo todas as ações a
embarcações que moram em picadeiros próximos. serem tomadas pelo pessoal que executa a manobra. O
instante crítico da faina de arriar uma embarcação,
normalmente, ocorre quando ela atinge a superfície do
mar e ainda está presa ou sendo liberada dos cabos dos
turcos. Portanto, quanto mais rápida e atenta for essa
manobra, menor será o risco de acidente.
a) O contramestre:
- solicita ao oficial de serviço permissão para reunir o
pessoal para a manobra da lancha (quando necessário);
- verifica se foi cumprida a lista de verificação da
embarcação pelo patrão da lancha;
Figura 3 - Exemplos de guindastes utilizados para içar e arriar embarcações miúdas
- verifica se os equipamentos a serem utilizados na
manobra foram alimentados, tais como, motores,
1.6.1 – Tipos de turcos guinchos etc.;
a) comum - Constituídos por ferro redondo (maciço ou - verifica se o pessoal envolvido na faina está utilizando
oco) ou por perfis retangulares, podendo ser recurvado equipamento de proteção individual (EPI) adequado;
na parte superior ou possuir ângulo de 90 graus (no caso - providencia, caso determinado, o disparo do pau de
de perfis). Gira em torno de seu eixo vertical ou pode ser surriola e manda arriar a escada de portaló;
fixo, dependendo de sua base. - verifica os andorinhos;
b) de rebater - Semelhante em construção ao tipo - verifica a boça de viagem;
comum, mas em vez de girar em torno de seu eixo - verifica as boças de proa e popa e as catarinas, quando
vertical, é rebatido para dentro, movendo-se em torno de aplicável; e
um eixo horizontal na sua base, paralelo ao costado. - coordena o embarque de pessoal e material na
c) quadrantal - O turco é recolhido ou disparado embarcação.
inclinando-se sobre um setor dentado que constitui seu b) O patrão:
pé e engraza numa cremalheira sobre o convés. - providencia a palamenta completa da embarcação;
d) rolante ou deslizante - É constituído por dois braços - tampona os bueiros com os bujões de rosca;
montados com rodetes sobre duas calhas (trilhos). Estas - verifica a apresentação marinheira da lancha,
são paralelas e dispostas num plano perpendicular ao corrigindo as discrepâncias;
costado do navio. O turco é disparado por gravidade, sob - verifica o cumprimento das precauções de segurança
ação do peso da embarcação. O movimento de disparar é por parte da guarnição (utilização de coletes de
dado por uma alavanca que libera e solta o freio do flutuabilidade permanente, capacetes e luvas);
sarilho, onde está enrolado o cabo que iça a embarcação. - verifica a cana do leme (operação em emergência);
Neste primeiro movimento, o braço e a embarcação - testa as comunicações (transceptor portátil); e
descem sobre a calha até ficar totalmente disparada. A - exige correção de atitudes e apresentação pessoal da
seguir, a embarcação desce até ficar ao nível do convés guarnição (a apresentação da guarnição da lancha deve
(a meia talha), para embarque dos passageiros ou do ser impecável, qualquer que seja o uniforme; chama-se a
material. Um terceiro movimento da alavanca do freio, atenção para a limpeza dos coletes salva-vidas, dos tênis
permite que a embarcação seja arriada até a superfície da brancos e dos bonés).
água. c) O proeiro e o popeiro:
- verificam se estão a bordo as boças reservas;
- quando a embarcação estiver tocando a água e os cabos
de aço solecados, mediante ordem do patrão, retiram os
gatos das catarinas dos arganéis da embarcação e largam
as boças, de proa e de popa (o popeiro o faz em primeiro
lugar). Nesta ocasião, a lancha é mantida em posição
pela boça de viagem, cujo comprimento deve ser
ajustado de modo a manter a embarcação no correto
alinhamento com as catarinas do turco. A finalidade da
Figura 4 - Turco do tipo rolante. No desenho, observa-se o emprego de cabos
boca de viagem é dar um seguimento a vante à
guia (“sea jackstay”) onde o chicote superior é fixado em olhal na base do turco embarcação, possibilitando o governo. Assim, o patrão
e sua outra extremidade no costado do navio, junto a linha d´água. Tais cabos poderá afastá-la do costado evitando os impactos
servem para atenuar o movimento pendular da embarcação durante a faina,
reduzindo a intensidade de eventuais choques com o navio, os quais podem indesejáveis;
ocorrer em determinadas situações de balanço, causando avarias. As Fragatas
da Classe Niterói dispõem de pontos para a fixação desses cabos guia no costado.

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- o proeiro larga a boça de viagem (após ser largada, a sentido, por causa das instalações padrão, que são
boça fica pendurada por um cabo, em uma altura safa empregadas para cada eixo ou as que os eixos giram para
para ser recolhida pelo proeiro, quando a lancha fora, ou seja o de boreste para a direita e o de bombordo
aproximar-se para atracar). para a esquerda.
d) O motorista (MO): A manobra de qualquer tipo de embarcação miúda é
- verifica o nível de óleo e combustível a bordo; governada, em geral, pelas regras do bom senso
- verifica os equipamentos de combate a incêndio; marinheiro, mas o método de manobra aplicado a uma
- verifica o kit de ferramentas; pode diferir consideravelmente daquele aplicado a outra,
- parte o motor da lancha; e devido a diferenças no formato de seus cascos, do
- cumpre as determinações do patrão da lancha em número de hélices e do tipo de seus lemes. As regras a
relação ao regime de máquinas. seguir, no entanto, são de emprego geral.
Relembra-se que nos navios da MB, as lanchas
1.8.1 – O uso do leme - O efeito de guinada causado
podem ser arriadas / içadas com o navio em movimento
pelo leme, quando o barco está em movimento, aumenta
dependendo do estado do mar. Nos casos das baleeiras, a
com a sua velocidade e com o ângulo de leme (ângulo
velocidade limite para essa faina é de 5 nós. Nas demais
entre o leme e a linha de centro da embarcação), este
embarcações orgânicas os limites de velocidade devem
último atinge seu valor máximo em 35º. Além desse
ser claramente estabelecidos em Procedimentos
valor, o efeito de guinada decresce e o efeito de
Operativos específicos.
freamento aumenta rapidamente. Por esses motivos, o
Da mesma forma, os limites de estado do mar e vento
ângulo de leme de uma embarcação é limitado a 35º.
para operação e manobra com embarcações orgânicas
Quando o barco guina por efeito do seu leme, ele gira
deverão constar dos Procedimentos Operativos para cada
em torno de um ponto, denominado pivô, que está,
classe de navio, e da Listas de Verificação das estações
normalmente, localizado acerca de um terço do
envolvidas na faina.
comprimento, a partir da proa. Este ponto deve ser
Nas situações em que o navio esteja fundeado ou
memorizado e considerado quando desatracando de uma
atracado e não haja corrente expressiva a boça de viagem
escada de portaló ou de um cais, porque se o leme é
pode ser dispensada, usando-se apenas as boças de proa
carregado de modo a fazer a proa girar para fora, a popa
e popa.
deve girar em direção à escada ou cais, podendo avariar
Destaca-se, ainda, que independente do tipo as
o barco ou a escada.
embarcações (lanchas ou botes) ao atracarem a
Quando em alta velocidade e o leme for carregado
contrabordo devem receber as boças de proa e de popa
fortemente, a embarcação deslizará lateralmente sobre a
passadas pelo navio e ao desatracarem, os proeiros /
água e para fora enquanto guina, antes de adquirir
popeiros, devem largá-las dos cunhos (das lanchas) ou
seguimento em direção na qual aponta sua proa; isso é
dos estropos com trambelho (dos botes) para que o navio
tanto mais marcante quanto menor for o calado da
as recolham. As boças reservas das embarcações servem
embarcação. Enquanto o barco desliza, a resistência da
para atracação em outros atracadores ou como cabos de
água, sobre o costado aderna a embarcação para fora,
reboque.
cujo ângulo dependerá do tipo de barco, da velocidade,
NOTA - Recomenda-se que os militares componentes da carga; será mais marcante naquelas de maior calado
da tripulação da embarcação miúda devam ter sido ou carregadas com peso alto.
aprovados em Teste de Aptidão Física de natação. Portanto, o leme nunca deve ser usado
drasticamente, particularmente nas embarcações que
1.8 – CONDUZIR UMA EMBARCAÇÃO MIÚDA transportem pessoas ou equipamentos, ou em mar
DE PROPULSÃO A MOTOR - Manobrar uma picado, ocasiões em que a velocidade do barco deve ser
embarcação miúda a motor é muito diferente de reduzida antes de se alterar o rumo.
manobrar um barco a remo ou a vela, devido ao Quando em alta velocidade a embarcação é muito
movimento de rotação do hélice, que exerce um efeito sensível até mesmo a leves toques no leme, assim um
considerável sobre os esforços de governo do leme, não grande ângulo de leme só deve ser usado em
só quando ela está se deslocando, como também quando emergência. Exceto em uma emergência ou em baixa
parada ou tenha perdido o governo. O grau em que o velocidade, o uso drástico do leme indica uma falta de
governo da embarcação é afetado depende do número de previdência ou de julgamento, traduzida como prática
hélices, de suas dimensões, da direção na qual está marinheira de má qualidade.
girando, da velocidade de rotação, da distância ao leme e No entanto, quando em baixa velocidade ou
da sua forma. manobrando em águas restritas, será, usualmente,
A direção de rotação do hélice, denominada passo, necessário usar todo leme.
pode ser direita ou esquerda; o passo é direito quando a O trim de uma embarcação exerce grande efeito em
rotação é no sentido horário, com o hélice visto da parte seu governo; tanto de proa como de popa dificultará a
de ré e é esquerdo quando, nas mesmas condições, esse manobra e as pessoas e a carga devem ser, tanto quanto
sentido é anti-horário. A maioria das embarcações possível, distribuídas uniformemente a meia nau.
(miúdas ou navios) possuem o hélice com passo direito.
No caso de embarcações com dois eixos, pode-se
encontrar aquelas em que os hélices giram no mesmo
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1.8.2 – Manobrando em mar aberto - Quando girar para fora, a embarcação deve ser trazida alguns
correndo com o mar, ou rebocando, a embarcação deve metros para ré.
ter trim de popa a fim de manter seu hélice imerso, e Na figura 5.1 (d), o proeiro guarneceu a boça de vante
assim melhorar seu governo. Quando correndo com uma e o popeiro agüentou a popa junto da escada, mas o
vaga que pareça estar se movendo com a mesma patrão esqueceu de usar o leme para manter a
velocidade da embarcação, reduza a velocidade embarcação paralela ao costado do navio.
imediatamente e, se necessário e possível, reboque uma
Corretivo: Cair a ré. Carregar o leme para bombordo
âncora flutuante. Caso contrário a mesma pode ser
até que a embarcação adquira seguimento contra a
carregada pela vaga e emborcar. Quando correndo com o
corrente e afastada da escada; então dirigir a mesma até
mar ou vaga pela alheta tenha atenção com a onda
que ela vá para contrabordo da escada suavemente.
quebrando a barlavento que poderá alagar a embarcação.
Quando o mar ou a onda estão pela proa, ataque as b) No cais. Quando atracando ao cais, avalie a direção e
maiores ondas de frente e reduza a velocidade como intensidade do vento e da corrente e, sempre que
necessário. A alteração de velocidade em mar aberto tem possível, atraque contra o vento ou corrente; se em
grande influência sobre o comportamento da diferente direções, aquele que provocar maior efeito
embarcação, portanto ajuste a velocidade para sobre a embarcação. Uma corrente de 1 nó equivale,
compatibilizá-la com o estado do mar. aproximadamente, a um vento de força 3 a 4 e uma
corrente de 2 nós a um vento de força 5 ou 6. Se o cais
1.8.3 – Atracação estiver perpendicular ao vento ou corrente e houver
a) Em escada de portaló. Nessa situação com corrente
opção de escolha, dê preferência à sotavento.
de maré evite inclinar demais a lancha em relação ao
Faça a aproximação, sempre, em baixa velocidade e
rumo da corrente, recebendo-a pela bochecha externa;
mantenha a embarcação em uma posição safa,
caso isso ocorra a embarcação pode ser jogada pela considerando uma falha quando for usar a máquina para
corrente sob a parte de vante da escada, podendo até quebrar o seguimento.
mesmo adernar e submergir. Quando atracada à escada Ao aproximar-se de um cais ou local de atracação
contra a corrente, passe a boça pela bochecha interna e desconhecidos, proceda em baixa velocidade e,
governe a embarcação de modo a que ela porte pela utilizando o croque, sonde os fundos pela proa.
boça, com o costado afastado cerca de meio metro da
escada. Uso das boças
Na fig. 5.2 (a) deu-se volta em uma boça a bordo
como lançante de proa, assim a lancha poderá ser trazida
para contrabordo, tanto com máquina a ré devagar, como
pelo efeito do vento ou da corrente. Na fig. 5.2 (b), a
boça foi usada como espringue de proa, fixado a bordo
da embarcação ao lado do pivô. Com as máquinas
devagar adiante e o lema para boreste, a popa encostará
no cais.

Fig. 5.1 Erros nas atracações a contrabordo


Na fig. 5.1 (a), o proeiro não apanhou a boça de
vante, enquanto o popeiro agüentou com o croque a
embarcação junto à escada; esta ação aliada ao efeito da
corrente entrando pela parte interna, abriu a proa.
Corretivo: Deixar a embarcação cair avante e depois a Fig. 5.2 Uso das boças durante a atracação
ré, dar adiante e vir a contrabordo outra vez. Uma vez a contrabordo, particularmente quando
Na figura 5.1 (b), a embarcação ultrapassou a escada, afilado ao vento ou a corrente, as bocas de vante e de ré
o proeiro guarneceu a boça de vante e a corrente, agindo devem ser passadas com espringues (fig. 5.3 (a)); eles
na parte bochecha externa, forçou a embarcação para serão mais efetivos em manter a embarcação atracada e
baixo da escada; o popeiro não consegue trazer a estarão prontos para a desatracação como descrito a
embarcação para junto da escada. seguir.
Corretivo: Cair a ré com as máquinas e reinvestir para 1.8.4 – Desatracação
nova atracação. Do pau de surriola. Quando desatracando de uma
Na figura 5.1 (c), o proeiro guarneceu a boça de posição interna de um pau de surriola onde haja outras
vante, mas a embarcação caiu muito para vante e o embarcações, com corrente de maré pela proa, caia a ré
patrão esqueceu de usar o leme, fazendo a embarcação para safar as embarcações de fora; se for tentado dar
girar e atingir o costado do navio. O popeiro ficou adiante para passar pela proa das outras, o efeito da
impossibilitado de puxar a popa para junto da escada. corrente tenderá a deixá-la perpendicular às proas das
Corretivo: Carregar o leme para boreste até que a demais, com risco de avaria.
proa gire para fora, então dirigir a embarcação de modo
a que fique paralela ao costado do navio. Se a proa não

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De um cais. Quando desatracando de um cais, antes visa proporcionar maior segurança à embarcação e sua
de usar a máquina, sempre procure utilizar-se dos efeitos tripulação, durante o período que a mesma estiver em
naturais de modo a que afastem a embarcação do cais; se altitude na qual uma queda, provocada pela abertura
ela estiver muito pesada para afastar-se, tente auxiliar a inesperada do sistema de desengate rápido, possa provocar
manobra usando os espringues e, somente em último danos ao pessoal e ao material.
caso empregue a máquina nesta fase da desatracação. Durante a faina de arriar e içar todo o pessoal na
Usando os espringues. Na presença de vento ou embarcação guarnece os andorinhos.
corrente de proa, a proa da embarcação pode ser aberta As embarcações são o espelho do asseio e cuidado
carregando-se o leme para boreste e largando o observado na unidade a que pertencem. Deve-se exigir a
espringue de vante. Quando a proa abrir o suficiente, dê manutenção da tradição de boa apresentação marinheira
máquinas adiante devagar com o leme a meio e largue o das embarcações miúdas. Recomenda-se:
espringue de ré. (fig. 5.3 (b)). a) içar, baldear e limpar a embarcação, logo que terminado
Quando houver pouco ou nenhum vento, pode-se seu serviço, como exercícios e conduções;
abrir a popa largando-se o espringue de ré, carregando-se b) içar a chalana logo que terminar o serviço para o qual foi
o leme para bombordo e com máquinas adiante devagar arriada;
(fig. 2.4 (c)); ou então aguentando-se o espringue de ré, c) evitar que as embarcações fiquem atracadas por longo
carregando-se o leme para boreste e máquina a ré período ao portaló dos navios ou às escadas do cais (devem
devagar, até que a proa abra o suficiente (fig. 2.4 (d)); ficar ao largo ou amarradas ao surriola, atracando somente
quando preciso e pelo tempo necessário); e
d) manter a guarnição completa a bordo das embarcações
em serviço, quando afastadas do navio, e quando atracadas
ao cais ou a outro navio (o patrão não pode ausentar-se da
embarcação).
Fig. 5.3 Uso dos espringues para desatracação
Quanto à apresentação, as falhas mais frequentes
1.9 – IÇAR UMA EMBARCAÇÃO - Recebida a observadas nas lanchas são: capas sujas e mal arrumadas;
ordem para içar a embarcação o patrão a conduz para a paineiros sujos e maltratados; croques e demais palamentas
sujos e sem verniz; suportes para a palamenta faltando ou
posição sob o turco, onde as talhas já estão arriadas.
com a fixação folgada; guarnição displicente ou mal
Com o motor desengrazado passa-se a boça de viagem
apresentada.
(que deverá estar ajustada ao comprimento correto) e,
Embarcações Miúdas pouco utilizadas tendem a falhar
com o auxílio do leme, o patrão a mantém afastada do
quando são solicitadas. Assim, recomenda-se arriá-las
costado. Com a lancha em posição, o proeiro e o popeiro
periodicamente para teste e adestramento das suas
engatam os gatos de escape nos arganéis e passam a
guarnições. Tais adestramentos permitirão qualificar um
barbela na boca dos gatos. Para os içamentos em navio maior número de militares na sua condução.
com velocidade expressiva, passa-se, adicionalmente,
A experiência indica que as falhas de manutenção dos
uma boça na popa. Feito isso, guarnecem os
turcos constituem a causa preponderante, juntamente com
andorinhos e iça-se a embarcação. Os bujões são
as deficiências de adestramento, dos problemas
retirados com a embarcação fora d’água. encontrados nas fainas de arriar ou içar uma lancha.
Imagine os problemas que advirão se, em um local isolado
e sem possibilidade de auxílio externo, o navio não puder
recolher a embarcação.
É mandatório cumprir as rotinas de manutenção dos
turcos e das lanchas, especialmente os testes de carga dos
turcos, olhais e acessórios da estação de manobra da
lancha.
Figura 5 - Atracação empregando-se a boça de viagem. Recomenda-se estabelecer programas de adestramento
específicos para os patrões das embarcações, incluindo os
1.10 – OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES - Ao assuntos de Navegação e Segurança da Navegação – aí
içar ou arriar uma embarcação em condições adversas de incluída a condução de embarcações utilizando
mar é recomendável a utilização de estropos de equipamentos de navegação, sistemas de balizamento e
segurança e de mau tempo (Figura 4). Tais recursos têm RIPEAM - e Manobra da Embarcação.
o propósito de aumentar a distância do aparelho de força Recomenda-se que, sempre antes do lançamento de
que sustenta a embarcação (catarina) da área de trabalho embarcações, principalmente quando em deslocamento
do pessoal da lancha (proeiro, popeiro) e assim, reduzir o para terra ou quando se tratar de área fora do porto-sede do
risco de acidentes de pessoal nas condições adversas navio, seja realizado um briefing com o patrão, no qual ele
mencionadas. seja instruído quanto aos perigos à navegação existentes no
As embarcações que possuem dispositivos de desengate local e às características da área e da tarefa a ser executada.
rápido devem possuir estropo de segurança que deverá ser Nos casos de navegação em águas restritas ou na
destalingado quando a mesma estiver em altura segura, navegação fluvial, pode-se ainda confeccionar um croqui
antes de tocar a água, durante o arriamento, e talingado da navegação a fim de orientar o patrão, proporcionando-
assim que a embarcação começar a ser içada. Tal medida lhe maior segurança.

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1.11 – COMUNICAÇÕES - Antes de uma embarcação 2.2 – PREPARAÇÃO PARA SUSPENDER - A
ser arriada, é fundamental que se tenha um canal de preparação do navio para suspender envolve todos os
comunicação confiável entre a Manobra do Navio, a setores de bordo e engloba as mais diversas
estação de onde será arriada e a própria embarcação. providências, visando a:
Desta forma, a manobra não poderá autorizar seu a) manutenção da estanqueidade, com o estabelecimento
afastamento do navio sem ter certeza de que poderá da condição de fechamento do material adequada;
manter comunicação com a mesma durante todo o b) melhora da estabilidade do navio, com a redução de
período em que permanecer fora do navio. superfícies livres e remoção de pesos altos; e
Mesmo que a embarcação possua um rádio
c) verificação do material volante, que deve ficar em
comunicador orgânico, é recomendável que o patrão leve
local apropriado e peado ou fixado corretamente.
consigo, também, um transceptor portátil (PRC) como
reserva. Caso não haja um meio de comunicação É importante salientar que a preparação para
orgânico na lancha, o patrão deverá levar dois PRC. suspender não começa no dia anterior ao suspender,
Durante a operação da embarcação, caso o Navio muito menos no toque de DEM. A preparação para
necessite orientar a navegação da mesma, deverá fazê-lo, suspender deve fazer parte da rotina do navio, sendo
através do rádio, informando a direção a ser adotada em alvo de preocupação constante de todos os membros da
código de horas, correspondendo as marcações relativas tripulação.
às posições do ponteiro do relógio. Previsões meteorológicas favoráveis não justificam
Um método simples e eficiente que pode ser qualquer descuido com a segurança do navio, em face da
empregado pela Manobra para se comunicar com a possibilidade de ocorrerem mudanças bruscas de tempo.
estação da lancha ou do bote, ou com a própria Avarias que coloquem o navio sem propulsão, mesmo
embarcação, tanto para o arriamento quanto para o com o estado do mar favorável, podem ocasionar
içamento, é a utilização de bandeiras nas proximidades situações críticas, caso as condições de estabilidade
da asa do Passadiço e da estação da embarcação estejam comprometidas.
empregada, conforme tabela a seguir: Providências de última hora sempre se tornarão mais
difíceis, com riscos para o pessoal e material. Por
exemplo, uma faina para a peação de material em
conveses abertos, já navegando em mar ruim, coloca em
risco a vida dos homens ali envolvidos.

2.3 – PREPARAÇÃO PARA MAU TEMPO - A


chegada do mau tempo deve exigir um mínimo de
providências complementares, se a preparação para o
suspender foi bem feita. Um exemplo de providência
relacionada à preparação para mau tempo é a mudança
da condição de fechamento do material para uma mais
rigorosa.
O Encarregado de Navegação é o responsável pelo
acompanhamento dos boletins meteorológicos e sua
divulgação a bordo, instruindo os Oficiais de Quarto do
Esta comunicação visual também poderá ser passadiço quanto às alterações de pressão, temperatura,
empregada quando a situação tática restringir as vento, visibilidade etc.
comunicações via rádio com a embarcação, ou nos casos A ordem de “Preparar para Mau Tempo”,
de recolhimento da mesma quando por algum motivo se complementada pelas devidas providências necessárias,
tenha perdido a capacidade de estabelecer comunicações. deve ser disseminada pelo fonoclama.
Os Chefes de Departamento são os responsáveis pela
2 - PREPARAÇÃO PARA O MAR verificação da preparação para o mau tempo, em suas
áreas de responsabilidade.
2.1 – GENERALIDADES - Qualquer navio, mesmo em Além das ações já citadas para a preparação para
época de paz, está sujeito a avarias por diversas causas, suspender, a preparação para mau tempo inclui:
como colisão, encalhe, incêndio, explosão, alagamento, a) O estabelecimento de uma condição de fechamento do
“crash” de aeronave no convoo, ou avarias causadas pelo material mais rigorosa, principalmente nos acessórios
mar. Em combate, acrescentem-se as avarias causadas que dão acesso a conveses abertos;
por ação inimiga. Desta forma, sua tripulação tem que b) A peação do material reforçada em alguns itens como,
estar sempre pronto a limitar a extensão dessas avarias e por exemplo, balsas, lanchas e outros objetos existentes
a minimizar os seus efeitos, se vierem a ocorrer. em conveses abertos;
Em situação de paz, essa prontidão é obtida pela
c) A hangaragem das aeronaves; e
“Preparação para Suspender”, e pela “Preparação para
Mau Tempo”, ou seja, a preparação do navio para d) A adequação do cardápio, de modo a prover alimento
enfrentar o mar e navegar com segurança. de fácil preparação e digestão.
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2.4 – PREPARAÇÃO PARA O COMBATE - No - Verificação e manutenção dos graus de estanqueidade
combate, a prontidão é alcançada pela “Preparação para dos compartimentos.
o Combate” que, além dos itens acima citados, inclui São definidas, a seguir, as três fases de preparação do
outros como a preparação do material de CAv, dos CAv para o combate:
sistemas, equipamentos e a retirada de bordo de material I) FASE 1 - Ataque inimigo ou avaria possível -
inflamável, utilizando para isso, o Manual de Depende de aviso de ataque antecipado. Menor grau de
Procedimento Operativo específico a cada classe de preparação do navio. No porto, melhores condições de
navio. Essa preparação visa a aumentar a capacidade do habitabilidade. A rotina do navio e a manutenção de
navio em resistir a danos, elevar a segurança de sua equipamentos não são comprometidas.
operação e do pessoal e manter sistemas e armas no II) FASE 2 - Ataque ou avaria provável - No mar,
estado máximo de aprestamento. cruzeiro de guerra.
2.4.1 – Fases da Preparação Para o Combate - A III) FASE 3 - Ataque ou avaria iminente - Maior grau de
preparação do navio para o combate é feita em três fases, preparação do navio, compatível com a maior prontidão
de modo a garantir, ao se completar a terceira fase, a para o combate.
melhor prontidão. Não leva em consideração as condições de
Manter a condição mais alta de prontidão é a melhor habitabilidade do navio. Todas as Estações do navio
maneira para limitar e controlar avarias. No entanto, as estarão guarnecidas.
medidas adotadas, para que esse grau de prontidão seja
alcançado não podem ser mantidas indefinidamente, pois 2.5 – RESPONSABILIDADES - O controle de avarias
degradam as condições de habitabilidade, a rotina do é o responsável pela execução de diversas providências
navio e a manutenção de equipamentos. na preparação para o combate e exerce supervisão
funcional sobre aquelas realizadas pelos outros
As fases de preparação do navio devem ser escolhidas
Controles.
levando-se em consideração o risco calculado de se
sofrer avarias, o estado de alerta para ataques inimigos e 2.5.1 – Preparação dos Sistemas e Controles do navio
a rapidez com a qual um maior grau de prontidão pode a) Controle de Avarias - é responsável pela supervisão
ser alcançado. do preparo dos sistemas, dos equipamentos e material de
Cada navio, independentemente de sua classe, deve controle de avarias, do acondicionamento e peação do
estabelecer normas específicas para o estabelecimento material, do estabelecimento e controle da condição de
das fases de preparação do navio para o combate. fechamento.
As listas a seguir servem de base para a elaboração Esse preparo compreende:
das instruções. As ações necessárias para se estabelecer I) verificar o material das estações que possuem material
ou alterar uma fase de preparação do navio normalmente de CAv e dos armários dos reparos de CAv, mantendo as
incluem: portas travadas, mas não trancadas;
- Controle e a operação de máquinas; II) destrancar todos os compartimentos (compartimentos
- Operação do sistema de rede de incêndio; de valor como paióis e cantina, que permanecem
- Preparação para o uso de sistemas de borrifos (ou de desguarnecidos, podem ser mantidos fechados com
alagamento) de compartimentos ou áreas de grande cadeados mais frágeis que possam ser facilmente
risco; quebrados com machado ou corta-frio em caso de
- Operação, segregação ou duplicação de sistemas de emergência);
geração e de distribuição de energia; III) verificar as bombas de incêndio portáteis, deixando-
- A abertura de compartimentos normalmente trancados as prontas para utilização;
por questões de segurança; IV) preparar a Enfermaria de Combate;
- Operação de cozinhas; V) verificar os compartimentos quanto à existência de
- Organização das enfermarias de combate e postos de qualquer material que possa constituir obstáculo para o
primeiros socorros; deslocamento das turmas dos reparos, material mal
- Redução de riscos de incêndios; peado ou mal acondicionado, inflamáveis fora dos paióis
- Eliminação de lixo e de objetos volantes em apropriados, e material como trapos ou papéis que
compartimentos, capazes de obstruir as aspirações de possam vir a entupir ralos de aspiração de bombas e
bombas e edutores, fixos ou portáteis; edutores; e
- Peação do material volante; VI) retirar os cadeados das válvulas, como, por exemplo,
- Desobstrução do acesso às chapas do costado e de válvulas do sistema de borrifo dos paióis de munição,
anteparas estanques; válvulas do sistema de alimentação de combustível por
- Manutenção, preparação, distribuição e armazenamento gravidade, possibilitando sua rápida operação em caso
do material de CAv; de ruptura de trechos de redes ou em incêndios.
- Uso de roupas e equipamentos de proteção individual; b) Controle da Máquina - é responsável por:
- Guarnecimento de postos no CAv por pessoal I) preparar os sistemas de controle e operação da
pertencente a outros controles; propulsão, compreendendo o estabelecimento da melhor
- Estabelecimento das condições ótimas de estabilidade e configuração de máquinas e a prontificação do sistema
flutuabilidade; e para o desenvolvimento da máxima velocidade;

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II) preparar os sistemas de óleo combustível e 2.5.4 – Peação do material - É da responsabilidade dos
lubrificante para atender a possíveis avarias retirando os Encarregados de Divisão, em suas áreas específicas. A
cadeados que porventura existam; e peação e a guarda do material evitam acidentes pessoais
III) preparar o sistema de geração e distribuição de e prejuízos materiais decorrentes do jogo do navio, assim
energia e das máquinas auxiliares verificar o sistema de como, evitam a existência de obstáculos nos
Força em Avaria; carregar todas as ampolas de ar compartimentos que possam vir a comprometer uma
comprimido das praças de máquinas que permite prover eventual faina de Controle de Avarias, além de, no caso
pressão ao anel em caso de perda dos compressores. de uma explosão, não permitir que esses materiais sejam
c) Demais Controles - são responsáveis pela preparação projetados de modo a ferir o pessoal. Visa também
de seus sistemas e materiais, como por exemplo: contribuir com a arrumação dos compartimentos.
I) preparação dos sistemas de detecção para atingir o Todos os compartimentos devem ser inspecionados
mais elevado desempenho; com atenção antes do suspender.
Os objetos devem ser guardados nos armários ou em
II) preparação do armamento e munição (transferência compartimentos apropriados.
de munição para as PMS e os paióis de pronto uso); Caso permaneçam instalados para o trabalho diário,
III) retirada de parte do material de rancho (para cerca de computadores devem estar devidamente peados. Os
7 dias) dos paióis de gêneros e sua armazenagem em armários devem ter suas portas e gavetas trancadas ou
locais acima da linha d’água, para o caso de alagamento travadas. Não pode ser feita peação de objetos em redes,
desses paióis; cabeação elétrica, acessórios estanques ou partes móveis.
IV) retirada do óleo dos fritadores elétricos e limpeza Os sobressalentes devem ser mantidos nos respectivos
dos dutos, telas e equipamentos de cozinha a fim de paióis, conforme previsto na distribuição de pesos a
diminuir o acúmulo de resíduos gordurosos e bordo definida pelo projeto do navio. A guarda de
inflamáveis; e sobressalentes pesados em compartimentos acima da
V) preparação dos sistemas substitutos, de modo a linha d’água diminui a estabilidade do navio.
reduzir o tempo de indisponibilidade em caso de avaria Os sobressalentes pesados e de difícil movimentação
nos sistemas principais. não devem ser deixados próximos ao costado, impedindo
ou dificultando a execução de fainas de contenção de
2.5.2 – Manutenção da estanqueidade - Os alagamentos. Não se deve pear material volante em
Encarregados de Divisão, supervisionados pelos Chefes válvulas ou redes de bordo, ou usá-las para servirem de
de Departamento, são os responsáveis pela manutenção retorno de cabos. Todo o material volante em conveses
da condição de fechamento do material nas suas áreas de abertos requer peação reforçada para suportar a força dos
responsabilidade. ventos e das vagas que possam varrer o navio.
Em Condição III, os patrulhas de CAv de serviço Podem ainda ocorrer situações em que haja a
devem verificar o cumprimento da condição de necessidade de preparar o navio para o mau tempo,
fechamento estabelecida, participando ao Encarregado estando ele atracado, fundeado ou amarrado à bóia,
do CAv as discrepâncias observadas, que serão quando a peação do material deverá ser verificada e em
corrigidas pelos Fiéis de Avarias das Divisões. alguns pontos reforçada.
Em Condição I, a responsabilidade é do reparo
responsável pela área, com colaboração do pessoal que 2.6 – PONTOS IMPORTANTES A SEREM
guarnece próximo ao acessório estanque. OBSERVADOS - Os seguintes pontos são de grande
A manutenção da estanqueidade deve ser uma importância, no que diz respeito às preparações para
preocupação de todos a bordo. suspender, mau tempo e combate:
a) material volante não peado ou peado incorretamente
2.5.3 – Manutenção da estabilidade - É de (cabos com bitolas incompatíveis com o peso do
responsabilidade do Chefe do Departamento de material, material peado em redes, cabeação, acessórios
Máquinas, ao qual competem as seguintes providências: estanques, válvulas, etc.);
a) manter os porões esgotados; b) roupas e uniformes à garra;
b) manobrar com a carga líquida (combustíveis, aguada, c) acúmulo de óleo em pisos e porões;
reserva etc.), de modo a atestar os tanques mais baixos e d) vasilhames destampados, contendo combustíveis;
eliminar o efeito de superfície livre; e) inflamáveis estocados fora dos compartimentos
c) admitir lastro, se necessário; apropriados;
d) manter acompanhamento sistemático dos espaços f) latas de lixo cheias, abertas, ou não peadas;
vazios e, especialmente, dos compartimentos da máquina g) uso de material não-apropriado (latas de lixo plásticas,
do leme e das buchas dos eixos, para detectar possíveis de madeira ou papelão);
vazamentos, principalmente sob mau tempo; e h) trapos sujos de óleo ou graxa à garra;
e) manter desobstruídos os ralos de aspiração de i) acúmulo de gordura nas telas, dutos de extração e
edutores e bombas fixas ou portáteis e os ralos dos equipamentos de cozinhas;
diversos compartimentos para dreno por gravidade. j) listas de verificação de compartimentos inexistentes ou
incorretas;

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k) compartimentos e acessórios do CAv, sem 3.3 – UTILIZAÇÃO - Os transmissores de fonoclama
classificação, identificação e/ou numeração; possuem, normalmente, chaves seletoras que permitem a
l) sistemas de CAv sem marcação ou com marcação disseminação de mensagens para todo o navio ou apenas
incorreta; para setores específicos, como conveses abertos,
m) acessórios estanques inexistentes, avariados ou compartimentos de oficiais, praças de máquinas, etc.
emperrados; Essas chaves devem ser utilizadas sempre que aplicável,
n) acessórios estanques operando incorretamente quanto a fim de evitar que sejam transmitidas, para um setor do
à ajustagem de grampos, atracadores e mecanismos de navio, mensagens que não sejam do interesse do pessoal
fechamento rápido; que ali guarnece ou habita.
o) condição de fechamento do material incorretamente O fonoclama é operado, dependendo da classe de
estabelecida e/ou cumprida; navio, através de unidades remotas em um ou mais dos
p) mangueiras mal conectadas às tomadas de incêndio; seguintes compartimentos: Portaló, Passadiço, Centro de
q) redes com a manobra de válvulas incorreta em relação Controle da Máquina (CCM), Centro de Operações de
à condição de prontidão para a ação estabelecida; Combate (COC), Central de CAv, Abrigo do Comando,
r) instalações elétricas deficientes; entre outros. Em regime de porto, somente a unidade
s) cabos de força em avaria aduchados incorretamente ou remota situada nas proximidades do portaló é utilizada,
faltando nos cabides; ficando a do passadiço apenas para os sinais referentes
t) tomadas e cabos de força em avaria em curto ou com ao Cerimonial da Bandeira. Em regime de viagem, as
baixa de isolamento; mensagens relacionadas com as fainas e exercícios do
u) acessórios dos sistemas de CAv deficientes e/ou navio são transmitidas do Passadiço; as transmissões do
inoperantes; portaló limitam-se àquelas ligadas ao cumprimento da
v) material de CAv faltando ou abaixo do mínimo rotina; enquanto a unidade remota do CCM ou Central
permissível para operar; do CAv é empregada para a transmissão das mensagens
x) dotação de CAv dos reparos incompletas; de emergência ligadas à Máquina e ao CAv. A unidade
w) iluminação de emergência deficiente ou inoperante; e remota do COC é utilizada para a disseminação de
z) cabeação mal passada por cintas ou solta junto a tetos alarmes, alteração em Planos de CONSET e informações
ou anteparas. sobre o andamento do combate, sob o controle do
avaliador.
3 - COMUNICAÇÕES INTERIORES O uso do fonoclama é controlado, no porto, pelo
Oficial de Serviço para a execução dos toques de rotina,
3.1 – GENERALIDADES - O presente procedimento sinais horários (com o sino) e toques especiais; e, em
apresenta os principais aspectos envolvidos na utilização viagem, pelo Oficial de Quarto no passadiço.
do fonoclama a bordo dos navios da Esquadra, bem Na presença de ameaça de submarino ou de minas
como lista os toques, sinais e mensagens usualmente (em canal varrido), o fonoclama deve ter sua
empregados neste circuito. utilização restringida, conforme o previsto na
condição de navio silencioso adotada nessas situações.
3.2 – O FONOCLAMA - O circuito de fonoclama
destina-se à disseminação de sinais de alarme e ordens 3.4 – PROCEDIMENTOS - Toda ordem ou
de rotina. Também é utilizado para a disseminação de informação transmitida pelo circuito de fonoclama deve
informações de caráter geral sem, no entanto, saturar o ser precedida pelo nome do navio.
circuito, o que poderá depreciar a importância das Exemplo:
mensagens. “Constituição” (pausa) “Sr. Comandante para bordo”.
O fonoclama pode ainda, ser empregado como Sempre que aplicável, são utilizados os toques
circuito alternativo para a disseminação de ordens, em previstos na Ordenança de Apitos, que preterem as
substituição a outros circuitos de comunicações mensagens em linguagem clara.
interiores; ou mesmo para comunicações exteriores, na Os toques transmitidos segundo a Ordenança de
transmissão de mensagens para embarcações próximas. Apitos e os sinais de alarme não devem ser
Eventualmente, para o bom andamento do serviço, pode interpretados, podendo, entretanto, ser
ser empregado para chamadas individuais; nesse caso, só complementados.
deve ser empregado em casos de urgência e após Exemplos:
esgotados os demais recursos para a localização do “Jaceguai” (pausa) (toque de parada);
pessoal. Os oficiais deverão ser chamados pela função “União” (pausa) (toque de faxina) “exceto para quem
exercida e as praças, pelo número de bordo (exceto o fez o quarto de zero hora às quatro”.
Mestre do Navio, que é chamado pela expressão “Sr. As mensagens transmitidas por fonoclama devem ser
Mestre do Navio”). claras, concisas e precisas. É recomendável que os textos
longos sejam previamente escritos, a fim de evitar erros
ou hesitações.

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As mensagens de exercício são precedidas pela 3.5.3 – Manobra de Lancha
expressão “ISTO É UM EXERCÍCIO” e as relacionadas a) (Toque de divisão) “(__) Divisão formar no local de
a eventos reais NÃO UTILIZAM expressões “isto não manobra da lancha”; e
é um exercício” ou “real”. b) “Guarnição da lancha (__) guarnecer”.
Diariamente, os alarmes existentes associados ao
3.5.4 – Mudança de Condição de Prontidão em
sistema de fonoclama de bordo (geral, químico, colisão) Viagem - Sempre que qualquer Alarme for acionado,
devem ser acionados para teste.
após encerrada sua atuação, deverá ser repetida a
divulgação do fato motivador de seu acionamento.
3.5 - MENSAGENS PADRONIZADAS - Os navios
Exemplos:
devem ter, nas proximidades dos transmissores de
a) “Navio realizará exercício de tiro de superfície com
fonoclama, em condições de pronto uso, cartões
canhão de 4,”5. Guarnecer Postos de Combate”.
padronizados nas seguintes cores: (Acionar o alarme geral) “Navio realizará exercício de
a) vermelho para disseminação de fainas de
tiro de superfície com canhão de 4,”5. Guarnecer
emergência;
Postos de Combate”;
b) amarelo para informações de perigo; e
b) “Grande vazamento de óleo combustível na Bravo-2.
c) branco para o guarnecimento de fainas normais. Guarnecer Postos de Combate”. (Acionar o alarme
Relaciona-se, a seguir, mensagens padronizadas para geral) “Grande vazamento de óleo combustível na
fainas no mar, cuja utilização literal é recomendada
Bravo-2. Guarnecer Postos de Combate”;
(observação: os trechos entre parênteses serão
c) “Isto é um exercício. Incêndio classe “Charlie” na
preenchidos de acordo com as características de cada
Estação-Rádio. Guarnecer Postos de Combate”.
navio, podendo ser omitidos, no todo ou em parte): (Acionar o alarme geral) “Isto é um exercício. Incêndio
3.5.1 – Suspender / Desatracar classe “Charlie” na Estação-Rádio. Guarnecer Postos
a) (Toque de Detalhe Especial para o Mar) “Guarnecer de Combate”;
Detalhe Especial para o Mar. Estabelecer a condição d) “Volta aos Postos de Combate. Render serviço em
(__) de fechamento do material do convés (__) para condição III (ou em regime normal de viagem) pelo
baixo”; quarto de (__) às (__) (ou __ Quarto)”.
b) (Toque de Postos de Suspender e Fundear)
3.5.5 – Homem ao Mar
“Guarnecer Postos de Suspender e Fundear”; a) (Seis apitos curtos) “Homem ao mar por (__).
c) (Toque de volta aos Postos de Suspender e Fundear)
Guarnecer Detalhe de Homem ao Mar. O recolhimento
“Permanecendo guarnecido o Detalhe Especial para o
será feito (pela estação de recolhimento por BE / BB,
Mar”; por lancha/bote ou por helicóptero).”
d) “Guarnecer Detalhe de Navegação em Baixa b) “Volta ao Detalhe de Homem ao Mar.”
Visibilidade. Estabelecer a condição (__) de fechamento c) Caso o homem ao mar não seja proveniente da sua
do material do convés (__) para baixo”; unidade, deverá ser disseminado: “Guarnecer Detalhe
e) “Guarnecer Detalhe Especial para o Mar em Canal de Recolhimento de Náufragos”. O recolhimento será
Varrido”;
feito (pela estação de recolhimento por BE/BB, por
f) “Volta ao Detalhe de Navegação em Baixa
lancha/bote ou por helicóptero).”
Visibilidade.”; e
g) (Toque de volta ao Detalhe Especial para o Mar) 3.5.6 – Fainas de Transferência
“Volta ao Detalhe Especial para o Mar. Render serviço a) “Preparar para faina de transferência de (__) por
em regime de viagem (em condição III) pelo quarto de (__). Navio fornecedor por BE/BB (__), navio recebedor
(__) às (__) (ou pelo ___ Quarto)”. por BB/BE (__).”
b) (Toque de Detalhe Especial para o Mar, caso esteja
3.5.2 – Fundear / Atracar previsto o guarnecimento de DEM). “Guarnecer estação
a) (Toque de Detalhe Especial para o Mar) “Guarnecer
de transferência nº (__). Estabelecer a condição (__) de
Detalhe Especial para o Mar. Estabelecer a condição fechamento do material do convés principal para baixo
(__) de fechamento do material do convés (__) para (e na ___)”.
baixo”; c) “É proibido o trânsito no convés principal (e no
b) (Toque de Postos de Suspender e Fundear) convés ___). O pessoal que desejar assistir à faina
“Guarnecer Postos de Suspender e Fundear”; deverá permanecer em formatura no (__)”.
c) (Toque de volta aos Postos de Suspender e Fundear) d) “Navio em faina de recebimento de óleo combustível.
“Permanecendo guarnecido o Detalhe Especial para o É proibido fumar cobertas abaixo, no convés principal e
Mar”; ___ à ___ e em toda a(s) seção(ões) ___”.
d) (Toque de volta aos Postos de Suspender e Fundear) (Repetir de 15 em 15 minutos durante o bombeamento).
(Toque de volta ao Detalhe Especial para o Mar. “Volta e) (Toque de Detalhe Especial para o Mar–Volta).
aos Postos de Suspender e Fundear. Volta ao Detalhe “Encerrada a faina de transferência de (__).
Especial para o Mar, permanecendo o pessoal Estabelecer a condição (__) de fechamento do material.
necessário a dobrar a amarração. Render serviço em Render serviço em regime de viagem (em condição III)
regime de porto pelo quarto de (__) às (__); pelo quarto de (__) às (__) (ou pelo __ quarto)”.

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3.5.7 – Socorro Externo 4 - HOMEM AO MAR
a) “(Tipo de avaria) no (Nome do navio). Grupo de
Socorro Externo guarnecer”. 4.1 – GENERALIDADES - Qualquer navio que se faz ao
Informações adicionais sobre o navio avariado devem mar ou mesmo durante sua estadia nos portos deve estar
ser disseminadas. pronto para recolher um ou mais tripulantes que tenham
3.5.8 – Grupo de Visita e Inspeção / Guarnição de caído n’água.
Presa (GVI/GP) As condições ambientais e meteorológicas (estado do
a) “(Nome do navio) será inspecionado. Grupo de Visita mar, vento, temperatura da água e correntes) e a situação
e Inspeção guarnecer e formar no(a) (__) (local onde o (noite ou dia, guerra ou paz, em formatura ou escoteiro,
GVI irá formar). Guarnição de Presa formar no(a) (__) etc.), tem grande influência: na escolha da manobra a
executar e do método a ser empregado no recolhimento.
(local onde a GP irá formar)”.
b) “(Nome do navio) oferecendo resistência ao Grupo
de Visita e Inspeção. Guarnição de Presa guarnecer 4.2 – PROCEDIMENTOS INICIAIS - A probabilidade
(__)”. de salvamento de um homem que tenha caído no mar,
Sempre que o GVI for acionado, a GP também recebe quando em viagem, depende, em muito, do cumprimento
ordem para formar, equipando-se e aguardando a dos seguintes procedimentos iniciais:
evolução da situação. 4.2.1 – Do Descobridor - Qualquer militar que presencie
3.5.9 – Contingente de Desembarque um homem cair pela borda ou aviste ou escute pedidos
“Contingente de Desembarque guarnecer e formar no identificando positivamente a presença de algum náufrago,
convés (___)” a BB/BE. será considerado descobridor e deve dar o brado de
“Homem ao mar por (Bombordo ou Boreste)”
3.5.10 – Ataque NBQ (dependendo do bordo do avistamento). Logo em seguida e
“Preparar o navio para transitar em área sob se possível, paralelamente ao brado, deve lançar-lhe bóia
precipitação (nuclear, biológica ou química). salva-vidas com sinalizador, acionar o “alarme de homem
Estabelecer a condição Z-NBQ de fechamento do ao mar” mais próximo (nos navios equipados com este
material. (Acionar o Alarme de Ataque NBQ). Preparar alarme), e apontar na direção em que o avista.
o navio para transitar em área sob precipitação Adicionalmente, o brado deve ser retransmitido por todos
(nuclear, biológica ou química). Estabelecer a condição que o ouviram e pelos meios de comunicação existentes,
Z-NBQ de fechamento do material”. até se ter a certeza de que o Oficial de Quarto tomou
Mesmo com o navio guarnecido em Postos de conhecimento da situação de emergência.
Combate, acionar o alarme de ataque NBQ. Demais Os militares que guarnecem conveses abertos devem
mensagens devem seguir os Procedimentos Operativos apontar para o náufrago.
em vigor para a classe de navio. 4.2.2 – Do Oficial de Quarto do Passadiço (navio
3.5.11 – Estabelecimento de Conset escoteiro) - Ao tomar ciência do ocorrido, o Oficial de
“CONSET em vigor Alfa Uno” Quarto deve:
Sempre que for determinada uma alteração da - Iniciar a manobra de aproximação e recolhimento do
condição de silêncio eletrônico, as estações envolvidas náufrago utilizando leme e máquinas como necessário ou
devem dar o pronto a estação controladora do de lançamento/recolhimento de aeronave;
estabelecimento da nova condição, conforme - Determinar a disseminação pelo fonoclama “Homem ao
determinado nos Manuais Procedimentos de cada classe mar por BB ou BE” – “Guarnecer Detalhe de Homem ao
de navio. Mar”, informando o método de recolhimento acrescido do
bordo no caso do método escolhido ser o pela Estação de
3.5.12 – Toque de Apito Recolhimento: “O Homem será recolhido pela estação de
Relaciona-se, a seguir, os toques previstos na recolhimento BB ou BE”.
Ordenança de Apitos que são usualmente disseminados - Para tal, poderá ser adotada a regra prática para
pelo fonoclama. determinação do bordo de recolhimento;
a) FAINAS - Faxina avançar, Baldeação, Rancho
Dependendo do método escolhido, ações decorrentes
(rancho de serviço), Formar Divisões, Reunir Geral,
são necessárias, como por exemplo: Montagem da estação
Banho, Inspeção, Formar licenciados, Formar serviço, de recolhimento pelo bordo indicado, guarnecimento da
Render serviço, Silêncio, Volta, Varrer e arrumar o lancha de prontidão ou bote e lançamento de aeronave;
navio, Detalhe Especial para o Mar, Postos de Suspender
- Ordenar o içamento dos sinais visuais adequados e a
e Fundear, Postos de Continência, Postos de Vôo, execução de seis ou mais apitos curtos;
Mostra de Pessoal e Uniforme.
- Informar ao CIC / COC o tipo de manobra que será
b) PESSOAL SUBALTERNO - Mestre D’Armas,
executada;
Contramestre, Sargenteante, Fiel D’Aguada, Polícia, Fiel
de CAv de Serviço, Escoteiro, Cabo de Dia, Cabo- - Acionar o botão de disparo automático de bóia salva-
vidas (se aplicável); e
Auxiliar, Ronda, Faxina do Mestre e Patrão da Lancha.
c) MANOBRAS - Içar de lupada, Içar de leva arriba, - Navio em grupamento operativo, disseminar o sinal tático
Içar devagar, Arriar devagar ou solecando, Arriar sob adequado pela rede PMTA (se aplicável).
volta e Aguentar.
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4.2.3 – Do Auxiliar de Navegação / Plotador - Disponibilizar a propulsão para desenvolver altas
- Acionar imediatamente a tecla MOB - “MAN velocidades; e
OVERBOARD” do GPS, dos radares do Passadiço, e - Alimentar cabrestantes, guinchos, turcos e demais
demais equipamentos que possuam esta função; e aparelhos a serem utilizados no recolhimento.
- Plotar a posição na carta náutica.
4.2.8 – Verificação de presença
4.2.4 – Do Sinaleiro - Ao ser disseminado pelo fonoclama “Homem ao Mar
- Içar a bandeira OSCAR pelo bordo da queda, durante o por BB OU BE. Guarnecer Detalhe de Homem ao
dia, ou acender as luzes de homem ao mar quando à Mar”, a tripulação se dirige aos postos previstos na
noite; Organização Administrativa;
- Acender holofote, quando à noite, caso a situação tática - As divisões realizam verificação de presença,
assim o permita, mantendo seu facho próximo ao informando as faltas ao Oficial de Quarto no Passadiço.
homem; e O tempo recomendável para apuração das faltas é de até
- Lançar um pirotécnico marcador n’água. 6 minutos para uma tripulação de até 500 homens. Mais
dois minutos deverão ser aumentados a cada 100
4.2.5 – Do Vigia
- Não perder o náufrago de vista, apontando homens, para o caso de tripulações superiores a 500
constantemente para o mesmo; e homens.
Os mais antigos das estações fazem a verificação de
- Transmitir continuamente para o Passadiço e CIC/COC
presença do pessoal de efetivo serviço e do pessoal
as marcações relativas do homem.
envolvido no recolhimento, informando ao Oficial de
4.2.6 – Dos militares que guarnecem o CIC/COC Quarto no Passadiço. Cada navio deve estabelecer em
- Iniciar plotagem, assim que receber a informação de sua organização os canais apropriados para a informação
“homem ao mar” registrando a posição geográfica, a chegar ao passadiço da maneira mais expedita; e
hora e o vento real no momento da queda; - Durante o guarnecimento do Detalhe de Homem ao
- Abrir ponto de referência no sistema de processamento Mar, as regras de trânsito a bordo devem ser cumpridas
de dados táticos (se houver) sobre a posição em que o de modo a evitar congestionamento de pessoal nas
homem caiu; escadas, portas-estanques e corredores.
- Acionar imediatamente a tecla MOB - “MAN - Quando o local de formatura dos militares coincidir
OVERBOARD” do GPS (quando houver), dos radares, e com conveses abertos, não existe a necessidade de que
demais equipamentos que possuam esta função; todos os que ali se encontrarem permaneçam apontando
- Informar, pelo menos a cada 30 segundos, à Manobra, para o náufrago, devendo apenas alguns militares
a marcação e distância do homem utilizando como executar este procedimento, permanecendo os demais
referência a plotagem ou o ponto de referência aberto; em formatura.
- Informar, pelo menos a cada minuto, à Manobra, o 4.3 – PROCEDIMENTOS PARA O RECOLHI-
tempo de homem n’água e o tempo estimado de MENTO - Independentemente do método ou bordo
sobrevivência, que deverá ser calculado de acordo com o escolhido para o recolhimento do naúfrago, o navio deve
previsto no Manual IAMSAR; estar pronto para, caso julgado necessário, alterá-los no
- Preparar plano de busca para o caso de o homem não menor tempo possível. Para isto, deve ser considerada a
ser localizado na aproximação final; possibilidade de preparação das estações alternativas,
- Manter pelo menos um display ou repetidora em escala sem contudo comprometer a prontificação da estação
curta e pulso curto, compatíveis com a distância atual do prioritária.
homem; Sempre que o navio se fizer ao mar, deverá estar com
- Estabelecer comunicações com helicópteros assumindo a dupla de NATSALV no uniforme 7.1 (esportes
o controle, se for o caso; terrestres) com calção de natação por baixo do calção
- Cessar as emissões sonar, caso a situação tática assim o azul ou com os Mergulhadores no uniforme MG 1,
permita; possibilitando seu emprego imediato durante todo o
- Atualizar a posição do homem com base nas regime de viagem.
informações recebidas da vigilância e das alças óticas; e
- Caso o náufrago esteja no visual da Manobra, o Oficial 4.3.1 – Manobras para o recolhimento - Dentre as
de Quarto poderá determinar “Dispensado de informar a diversas manobras adotadas internacionalmente para
posição do náufrago”, devendo ainda assim ser mantido recolhimento de pessoas que caíram no mar,
o acompanhamento para o caso do Oficial de Quarto enfocaremos nesta publicação, as manobras de Anderson
voltar a solicitar a informação. e Williamson apresentando suas aplicabilidades e
vantagens.
4.2.7 – Dos militares que guarnecem o controle de
4.3.1.1 – Manobra de Anderson - Empregada
Máquinas
preferencialmente quando se tem o homem no visual.
- Desalimentar equipamentos que aspiram ou
Consta de um giro de cerca de 270 graus para o bordo
descarregam no mar, próximos aos locais onde serão
empregados os mergulhadores ou os militares de bordo em que o homem caiu, adotando a maior velocidade
qualificados em Natação de Salvamento (chamados de possível e utilizando-se todo o leme. Tem a vantagem de
NATSALV), ou arriados bote e lancha; ser uma manobra rápida.

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4.3.1.2 – Manobra de Williamson - Empregada em Para o recolhimento, os mergulhadores/NATSALV
situações de mar grosso, à noite ou em baixa estarão assim equipados:
visibilidade, quando não se tem o homem no visual. - Roupa de neoprene tipo “short john”, com fitas
Consta de um giro inverso ao do bordo em que o homem retroflexivas (parte anterior e posterior da roupa e nos
caiu adotando a maior velocidade possível. Carrega-se braços), visíveis à noite;
todo o leme para o bordo em que o homem caiu e dá-se a - Colete salva-vidas inflável, vestido e não inflado;
ordem de inverter o leme quando a proa estiver 60 graus - Luz de sinalização tipo estroboscópica à prova d’água,
defasada do rumo original, assumindo-se rumo recíproco presa ao capuz de neoprene;
ao do início da manobra. Esta manobra apesar de mais - Lanterna à prova d’água e bastão luminescente (tipo
demorada que a de Anderson, garante que o navio, ao “cyalume” de 15cm);
assumir o rumo recíproco ao original, venha a passar por - Nadadeiras com tirante ajustável, máscara facial,
águas anteriormente navegadas, aumentando a respirador e faca para mergulho;
probabilidade de avistar o náufrago. - Cabo de recolhimento de 150 metros, de flutuabilidade
permanente, tendo em uma de suas extremidades um
4.3.2 – Métodos de recolhimento gato de soltura rápida e capacidade para içar cargas de
4.3.2.1 – Pela Estação de Recolhimento (emprego de até 300kg; e
mergulhadores ou NATSALV) - O método de - Suspensório de recolhimento (“sling”).
recolhimento pela estação de recolhimento, utiliza Apesar de embarcarem em dupla, apenas um
mergulhadores/NATSALV e o seu emprego está mergulhador/NATSALV pula na água para o
condicionado às normas estabelecidas pelo Comando recolhimento, após receber a ordem de “Lançar
da Força de Submarinos. Mergulhador”, disseminada pela Manobra, que deve
ocorrer somente quando o navio estiver posicionado e
Além disto, observar para a garantia da segurança aos
sem seguimento. O outro mergulhador/NATSALV fica
mergulhadores/NATSALV o seguinte:
em alerta, equipado para uma eventual emergência e atua
- Manter a embarcação de apoio e seu sistema de como vigia de superfície.
lançamento guarnecidos, para que, caso necessário, a O resgate pela estação de recolhimento admite duas
embarcação esteja operando na água, no máximo, dentro variações: o homem e mergulhador/NATSALV podem
de 5 (cinco) minutos após a ordem de lançamento; e ser içados juntos ou separadamente.
- A altura máxima de salto destes militares, a partir de
- Homem e mergulhador/NATSALV sendo içados
aeronaves ou de conveses elevados, é de 6 (seis) metros.
juntos: O mergulhador/NATSALV é equipado com um
O lançamento em alturas superiores deve ser realizado
suspensório de recolhimento (“sling”), onde é fixado o
por meio de guincho.
cabo de recolhimento (por meio de um gato de desengate
Ao ser disseminado o alarme de “Homem ao Mar ... rápido) em olhal existente em sua parte posterior e salta
O Homem será recolhido pela estação de recolhimento na água, ligado ao navio por este dispositivo. O
...” os militares detalhados para a estação de mergulhador/NATSALV após alcançar o homem
recolhimento, procedem imediatamente para seus postos. envolve-o com a alça do suspensório e abraça-o,
São eles: Faxina do Mestre, dois protegendo-o por ocasião do içamento para bordo.
mergulhadores/NATSALV, um enfermeiro com maleta O içamento junto possui como vantagens:
de primeiros socorros, cobertores, maca e ressuscitador, - Maior rapidez de se ter os homens a bordo; e
um atirador de precisão portando fuzil e carregador. - Caso o homem esteja desacordado, poderá ser assistido
O primeiro militar que chegar à estação estabelece durante seu içamento pelo mergulhador/NATSALV.
comunicações com a Manobra pelo circuito telefônico de
- Homem e mergulhador/NATSALV sendo içados
manobra e assume as funções de vigia e os demais
separadamente: O mergulhador/NATSALV salta na
militares, assim que forem chegando, iniciam a
água preso ao navio por um cabo, denominado linha de
preparação da estação para o recolhimento.
vida, através do qual é puxado para contrabordo, após
O nível de ruído na estação, a despeito da situação de alcançar e abraçar o náufrago. Com os dois juntos ao
emergência, deve ser mínimo. costado, é lançado o cabo de recolhimento, de bitola
A Manobra deve conduzir o navio de forma a deixar o maior que a linha de vida, com um outro tipo de “sling”
homem a sotavento, acerca de 10 metros da estação de (semelhante ao usado por aeronaves) preso em sua
recolhimento. Um militar previamente escalado lançará, extremidade. O mergulhador/NATSALV veste o “sling”
o mais próximo possível do homem, uma bóia salva- no náufrago, que é içado enquanto o
vidas com cabo de recolhimento (de cerca de 30 metros, mergulhador/NATSALV, mantido a contrabordo pela
de flutuabilidade permanente) preso a bordo. linha de vida, aguarda na água sua vez de ser içado.
Embora seja divulgado com antecedência o bordo por Após recebido o náufrago a bordo, utilizando o mesmo
onde se pretende recolher o homem, a estação de “sling” ou outro (caso exista disponível), o cabo de
recolhimento deve estar pronta para fazê-lo por ambos recolhimento será arriado para recolher o
os bordos. mergulhador/NATSALV.

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O içamento em separado apresenta como vantagens: Ao ser disseminado o alarme de “Homem ao Mar ...
- Menor peso a ser içado de cada vez; e O Homem será recolhido por helicóptero ...”
- Caso haja mais de um náufrago, aqueles que se Se a aeronave estiver no convoo, deverá ser acrescida
encontrarem na água continuarão a ser assistidos por a expressão “Lançar aeronave ...”. Os militares da
mergulhador/NATSALV enquanto se processa o Equipe de Manobra e Crash, a tripulação do helicóptero,
içamento e nestes casos, evita-se que o mergulhador mergulhadores/NATSALV e enfermeiro, guarnecem e se
tenha que ser lançado na água repetidas vezes. preparam para a decolagem.
- Em qualquer situação, o NATSALV deve ser mantido O Oficial de Quarto manobra o navio para o rumo
no bordo onde será recolhido de modo a evitar que o adequado e, quando pronto, ordena o lançamento da
cabo de recolhimento passe por baixo do navio. aeronave.
O CIC/COC controla a aeronave para o ponto de
4.3.2.2 – Por Lancha ou Bote - O recolhimento pela
lancha ou bote é utilizado, normalmente, em águas queda do homem.
restritas ou quando às condições impeçam a Após o lançamento e durante o recolhimento, o navio
aproximação do navio a uma distância que possibilite o poderá se aproximar da cena de ação, respeitando como
recolhimento do homem e desaconselham o emprego de santuário do helicóptero, um raio de 500 jardas em
mergulhador/NATSALV com segurança. Preferencial- relação ao ponto em que foi arriado o
mente, nestes casos, o navio manobrará de forma a mergulhador/NATSALV.
deixar por sotavento a embarcação a ser arriada ou içada. A aeronave se aproxima do homem, marca a posição
Ao ser disseminado o alarme de “Homem ao Mar ... com pirotécnicos, lança boia salva-vidas e em seguida
O Homem será recolhido pela(o) lancha/bote ...” os lança ou arria o mergulhador/NATSALV (respeitando a
militares detalhados para a estação da lancha de altura máxima de salto para a água de 6 (seis) metros).
Quando pronto, recolhe por meio de guincho o homem e
prontidão ou do bote, e respectiva guarnição, previstos
posteriormente os mergulhadores; regressando a seguir,
no “Detalhe de Homem ao Mar” (DHM) guarnecem,
para o navio.
tomando as ações necessárias para que a embarcação
Se a aeronave estiver em vôo deverá ser acrescida a
possa ser arriada e posta em funcionamento. A
expressão “Preparar para receber aeronave ...”. Os
embarcação no entanto, só é arriada mediante ordem da
Manobra e após estabelecidas comunicações confiáveis. militares da Equipe de Manobra e Crash, médico e
Compõem a tripulação da lancha, sua guarnição, dois enfermeiros e os mergulhadores/NATSALV para
mergulhadores/NATSALV e um enfermeiro, portando embarcar na ANV, guarnecem e se preparam para a
maleta de primeiros socorros, cobertores e ressuscitador. recolhimento da aeronave. Demais procedimentos são
O bote será guarnecido por seu motorista (MO) e dois idênticos aos empregados para a aeronave no convoo.
mergulhadores/NATSALV. 4.3.3 – Recolhimento Noturno - Em tese, o
A velocidade da lancha/bote deve ser reduzida na recolhimento noturno ocorrerá da mesma forma que o
aproximação final ao homem, de modo a não o feri-lo diurno, no entanto, alguns fatores complicadores estarão
com um eventual impacto ao costado ou com o hélice. O presentes, exigindo uma avaliação mais apurada por
recolhimento do homem será por sotavento e com o parte do Oficial de Quarto sobre a manobra a executar e
motor parado. o método de recolhimento a empregar.
Quando houver disponibilidade, o homem deve ser Caso a queda do homem n´água tenha sido há pouco
recolhido para o bote utilizando a maca tipo Jason’s tempo, duas situações poderão ocorrer.
Cradle. Na primeira, com o homem consciente e
O DHM tem que prever o guarnecimento simultâneo provavelmente com dispositivo de iluminação acionados
da estação de recolhimento, da lancha e do bote, (seja luz de colete ou cyalume disparado), o navio possui
possibilitando à estação Manobra, caso necessário, maiores chances de visualizar, sendo aceitável optar pela
alterar a embarcação a ser empregada no recolhimento. estação de recolhimento do navio. No entanto, há de se
Recolhido o homem, a embarcação retorna para observar as condições de segurança para emprego dos
contrabordo do navio para ser içada. Caso as condições mergulhadores/NATSALV.
de saúde do homem não o permitam subir para o navio Na segunda situação, com o homem inconsciente e
sem auxílio, será mantido deitado no interior da provavelmente sem qualquer dispositivo luminoso,
embarcação (que servirá como padiola) e continuará a visualizá-lo se torna mais difícil e maiores os riscos da
receber assistência após o içamento da embarcação. aproximação do navio ao ponto de queda. Assim, os
4.3.2.3 – Por helicóptero - O uso deste método poderá métodos de recolhimento mais aceitáveis serão por
ser adotado caso a aeronave orgânica esteja em alerta no helicóptero (caso disponível) ou por lancha/ bote. No
convoo ou realizando voo próximo ao navio. Deverá, emprego de lancha/bote, recomenda-se que o navio não
além disto, estar equipada com guincho, bóia salva- se aproxime a menos de 200 jardas do ponto de queda,
vidas, fumígenos e ter os dois mergulhadores/ arrie a embarcação e a oriente para eventual busca.
NATSALV a bordo. Caso haja disponibilidade de Após a localização e recolhimento do homem pela
espaço, um enfermeiro também poderá embarcar na embarcação, os mesmos procedimentos para o
aeronave, de modo a prestar os primeiros socorros já na recolhimento diurno serão adotados.
aeronave após o recolhimento do homem.

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Empregando mergulhador/NATSALV, caso as Para que haja uma perfeita coordenação nas fainas de
condições assim o permitam, como precaução de transferência entre navios, é importante que sejam
segurança, o navio deverá manter embarcação de apoio definidas as responsabilidades de cada um.
guarnecida no mar até que o mergulhador/NATSALV e São definidos assim, quatro conceitos básicos:
homem estejam a bordo do navio. - Navio Controlador: aquele que atua como guia para o
4.3.4 – Tempos para Recolhimento - Os procedimentos navio que se aproxima. Normalmente é também o navio
fornecedor;
adotados pelo navio devem ser cumpridos de forma
- Navio Aproximador: é o que efetua a manobra de
rápida, porém segura. Dependerão da classe do navio e
aproximação e mantém a sua posição em relação ao
das condições de vento, mar e hidrográficas reinantes.
navio controlador. Portanto, fornece o cabo de
Definição de tempo para recolhimento de náufrago:
distância/telefônico interpassadiço;
- Pela Estação de Recolhimento: Será o tempo medido
entre a disseminação do alarme de Homem ao Mar até o - Navio Recebedor: é aquele que recebe todo o massame
instante em que o homem se encontre a cerca de 10 e equipagem para transferência (exceto o cabo de
metros da estação de recolhimento e com o navio sem distância/telefônico interpassadiço); e
seguimento. - Navio Fornecedor: é o que fornece todo o massame e
- Por lancha/bote: Será o tempo medido entre a equipagem para transferência.
disseminação do alarme de Homem ao Mar e o 5.2.1 – Responsabilidades, tarefas atribuídas e ações
recolhimento do homem pela lancha/bote. decorrentes:
A tabela abaixo apresenta os tempos para a) Oficial de Comando Tático - O Oficial de Comando
recolhimento considerados ideais por classes de navios e Tático (OCT) determina rumo e velocidade de
método utilizado: reabastecimento para o navio controlador, levando em
consideração a altura e direção das vagas, e as condições
do vento. O rumo e velocidade selecionados para a faina
devem permitir que os navios mantenham a posição com
um mínimo de esforço para o dispositivo.
A velocidade ideal para a faina pode variar de 12 a 16
nós. Velocidades menores que 8 nós não são
(*) Caso a manobra a ser escolhida seja a manobra de recomendadas, pois reduzem o efeito do leme.
WILLIAMSON, deverá ser acrescido de 3 minutos o Velocidades acima de 16 nós podem ser utilizadas, caso
tempo de recolhimento. o estado do mar permita, mantendo-se, neste caso, uma
separação lateral maior que a usual, devido ao efeito
5 - FAINAS DE TRANSFERÊNCIA NO MAR “venturi”.
5.1 – GENERALIDADES - As Forças Navais em b) Navio Controlador
operações no mar precisam dispor de capacidade de I) Manter o rumo e a velocidade de transferência;
autosustentação que permita prescindir, durante tempo II) Conduzir, em coordenação com o aproximador, as
considerável, do apoio de suas bases. mudanças de rumo e velocidade que sejam necessárias
Diversos meios navais ou aéreos podem ser utilizados por uma das razões abaixo:
para prover o apoio logístico móvel, mas o emprego de a. Manter posição em relação ao guia da formatura; ou,
unidades especializadas, sobretudo para reabasteci- se for o guia, por determinação de sinal tático do OCT –
mento, maximiza a eficiência desse apoio. Mudanças de rumo devem ser evitadas enquanto os
As vezes navios grandes, não especializados, podem navios encontram-se a contrabordo;
reabastecer navios menores. b. Evitar perigos à navegação ou risco de colisão; e
No mar pode ser necessário efetuar transferência de: c. Outras situações onde o risco de efetuar mudanças de
a) carga leve - pessoal, material ou mala postal; rumo e velocidade seja suplantado por suas vantagens.
b) óleo e aguada a contrabordo e óleo pela popa do navio III) Quando alterar o rumo:
fornecedor; e a. Solicitar ao navio aproximador, pelo canal de
c) carga pesada. segurança, que reporte quando pronto para iniciar a
A MB não dispõe de meios em condições de guinada, utilizando os sinais táticos e grupos
transferir carga pesada, embora os navios possuam governantes adequados e coordenando a guinada de
estações preparadas para receber este tipo de material. acordo com o procedimento previsto;
É importante, então, que os navios possuam pessoal b. Fazê-lo em etapas de 5º (10º em emergência), com um
adestrado na preparação e execução destas fainas. intervalo de tempo entre elas, para permitir a
estabilização no rumo intermediário e reduzir o risco de
5.2 – PRINCÍPIOS BÁSICOS - As fainas de colisão;
transferências devem ser conduzidas da forma mais c. Utilizar um ângulo de leme que produza diâmetro
rápida compatível com a segurança, porque os navios, tático de 3.000 jardas;
nelas engajados, têm seus movimentos restringidos d. Notificar o navio aproximador, pelo canal de
tornando-se mais vulnerável ao ataque. Essa rapidez segurança, a cada grau de alteração de rumo e informar o
necessária à faina também depende do adestramento do término da guinada usando o termo “a caminho”; e
pessoal envolvido.
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e. Caso ocorra uma situação perigosa, durante uma Os Navios Aeródromos, independentemente de serem
alteração de rumo simultânea, interromper a alteração e fornecedores ou recebedores sempre passam o
adotar o rumo intermediário daquele momento, rebolo/retinida, a fim de preservar a segurança das
informando ao aproximador. aeronaves estacionadas em seu convoo. Outros navios
IV) Durante as mudanças de velocidade, que NÃO com convoo e aeronaves espotadas também podem
devem ser feitas simultaneamente com alterações de passar o rebolo/retinida, independentemente de serem
rumo: controladores ou aproximadores, a fim de garantir a
a. Solicitar ao navio aproximador que reporte quando segurança destas aeronaves, caso a estação de
pronto para iniciar a alteração e coordenar, pelo canal de transferência e convoo sejam relativamente próximas.
segurança, as alterações de velocidade em etapas que e) Navio Fornecedor (normalmente o controlador)
não excedam a um (1) nó; e I) Assumir as responsabilidades de navio controlador, a
b. Caso ocorra uma situação perigosa, durante uma não ser que determinado o contrário pelo OCT;
alteração de velocidade simultânea, interromper a II) Executar os procedimentos previstos para o método e
alteração e adotar a velocidade intermediária daquele dispositivo a ser utilizado; e
momento, informando ao aproximador. III) Fornecer todo o material necessário ao
V) Içar/arriar e executar os sinais previstos para fainas estabelecimento das linhas de transferência.
de transferência pelo canal BA ou por holofote à noite; e
VI) Içar o sinal internacional de manobra restrita pelo
bordo de fora da faina ou em uma adriça na linha de fé
do navio (à noite, somente acender o sinal luminoso de
manobra restrita se necessário à segurança da navegação
ou na presença de contatos estranhos) desde o momento
em que o aproximador inicia a aproximação até o
momento em que desengaja;
c) Navio Aproximador
I) Realizar com o navio controlador a verificação das Figura 1 – Corveta Barroso realizando Faina de TCL com NDM Bahia
giros; f) Navio Guarda
II) Executar a aproximação e manter, em relação ao I) Normalmente será posicionado 1000 jardas a ré do
navio controlador, posição ideal para o tensionamento fornecedor/controlador e pronto a efetuar o resgate de
seguro e a manobra do dispositivo passado entre os eventual homem ao mar. Adicionalmente, poderá ser
navios; mantido em Alerta SAR um helicóptero de resgate em
III) Executar as alterações de rumo e velocidade qualquer navio participante da operação.
ordenadas pelo controlador;
IV) Executar as alterações de rumo, por meio de ordens 5.3 – COMUNICACÕES - Durante a faina de
de rumo a governar, e não por ângulos de leme; transferência no mar, as comunicações são executadas de
V) Durante as manobras de aproximação e diversas formas, incluindo entre os equipamentos
desengajamento, ter a devida atenção quanto aos efeitos necessários: sistemas de comunicações interiores, linhas
adversos decorrentes da proximidade dos navios e das telefônicas (interestações e interpassadiços), bandeiras,
condições de mar e vento sobre o governo do navio; painéis, sinais luminosos, comunicações rádio (incluindo
VI) Içar/arriar e executar os sinais táticos previstos para transceptores portáteis) e os sistemas de fonoclama.
fainas de transferência pelo canal BA ou por holofote à As informações de prontificação da estação e
noite; andamento da faina devem ser informadas por meio das
VII) Içar o sinal internacional de manobra restrita pelo bandeiras ROMEO e PREP, de acordo com o previsto no
bordo de fora da faina ou em uma adriça na linha de fé item 2.4.5 da referência c) e tabela abaixo:
do navio (à noite, somente acender o sinal luminoso de
manobra restrita se necessário à segurança da navegação
ou na presença de contatos estranhos) desde o início da
aproximação até o desengajamento;
VIII) Fornecer e controlar o cabo de distância /
telefônico interpassadiço, sendo a marca (bandeirola)
zero fixa no navio controlador/fornecedor; e
IX) Içar o sinal de desengajamento (galhardete PREP)
no bordo oposto ao da faina.
d) Navio Recebedor (normalmente o aproximador)
I) Receber todo o material das linhas de transferência,
(exceto o cabo de distância /telefônico interpassadiço
que será fornecido caso acumule a função de navio
aproximador).

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Figura 2 – Comunicações por bandeiras


Tais informações somente serão transmitidas por
fonia na rede PMTA quando:
- à noite;
- em baixa visibilidade;
- essas informações necessitem ser de conhecimento de 5.4 – ASPECTOS GERAIS DA MANOBRA
outras autoridades ou unidades que estejam fora do a) Procedimentos gerais
alcance do método ótico em relação aos navios I) Guarnecer DEM e estabelecer a condição de
envolvidos na faina (exemplo – cobertura A/S com fechamento do material que garanta a máxima
reabastecimento); estanqueidade abaixo da linha d’água.
Nesta ocasião, as mensagens a serem transmitidas II) Verificar o sistema de governo.
pela rede PMTA (ODE, CGT, CCOB, etc) serão: III) Verificar o desvio entre as repetidoras da giro dos
NAVIO CONTROLADOR – “Bandeira ROMEO peloros e a repetidora do timoneiro e da estação
atopetada por (BE/BB)”; e secundária de governo.
NAVIO APROXIMADOR – “PREP a meio” IV) Realizar a verificação de giro com o outro navio.
Os telefones interestações e interpassadiços e os V) Manter atualizado o rumo magnético, estando pronto
circuitos de comunicações interiores são os canais a utilizar a agulha magnética de governo em caso de
principais de comunicações a serem usados nas fainas de avaria da giro.
transferência, e devem ser estabelecidos de forma VI) Designar um oficial para atuar como oficial de
satisfatória para garantir a manutenção do fluxo de segurança da estação de Manobra.
informações tanto entre os navios envolvidos na faina VII) Executar rodízio entre o timoneiro e o sota-
quanto entre as diversas estações de cada um que timoneiro nas fainas prolongadas.
possuem atribuições na mesma. VIII) Efetuar as alterações de rumo necessárias à
A fim de contribuir com a qualidade das manutenção de posição de grau em grau.
comunicações telefônicas, os conectores, ao serem IX) Implementar a troca de informações entre as
passados entre os navios, devem ser protegidos por estações de Manobra por meio do circuito telefônico
bolsas plásticas ou outro material impermeável para interpassadiço, adotando também um canal de VHF-FM
evitar que sejam molhados pela água do mar. como canal de segurança para a faina.
Paralelamente às comunicações entre as estações de X) Designar um militar para exercer a função de
transferência, por meio de telefone, devem ser usados os anotador de rumos e velocidades, permanecendo este nas
sinais visuais transmitidos por “raquetes”. As instruções proximidades do Oficial de Manobra, registrando as
específicas referentes à estas comunicações estão alterações determinadas.
descritas no anexo E. b) Procedimentos para aproximação
a) Tabela de tempos para a realização da faina - Os I) Cumprir os procedimentos previstos na publicação
tempos considerados ideais para a realização das fainas específica;
de transferência no mar, com o recebedor na posição de II) Como regra prática para a aproximação, podem ser
espera são os das tabelas a seguir: adotados os seguintes procedimentos:
- quando a 500 jardas, na alheta do fornecedor (BE ou BB)
do bordo da faina, o aproximador marcará o mastro do
controlador na lais do passadiço com mais 3 graus por BB
ou menos 3 graus por BE em relação ao rumo de
reabastecimento, (nessa posição, como já haverá um
afastamento lateral em relação à esteira do navio
controlador, o oficial de manobra poderá ajustar-se ao
afastamento desejado);
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- ao receber o pronto do navio controlador, o sucção da proa do aproximador na direção do
aproximador adotará uma velocidade 5 nós superior à controlador. A velocidade relativa deve ser reduzida
velocidade de reabastecimento; quando reabastecendo em águas rasas. As águas rasas
- quando a 300 jardas, o aproximador marcará o mastro aumentam o efeito de diferencial de pressão de água.
do controlador na lais do passadiço com + 6 graus em Uma separação lateral adequada é vital à noite e durante
relação ao rumo de reabastecimento; períodos de baixa visibilidade quando a observação da
- quando a 175 jardas, o aproximador reduzirá a distância entre navios é dificultada.
velocidade para a do reabastecimento; Quando governando pela magnética, o navio
III) As distâncias durante a aproximação, quando aproximador deve se aproximar deixando uma maior
possível, deverão ser obtidas pelo Oficial de Manobra distância do que seria normalmente exigida quando
com estadímetro; governando pela giro. O timoneiro e o oficial de
IV) Enquanto aguarda na posição de espera, o Oficial de manobra devem estar atentos ao comportamento da
Manobra do navio aproximador deverá aproveitar para agulha magnética, pois poderá sofrer influência
identificar o regime de máquinas e o rumo aproximado magnética do navio controlador.
para governo quando estiver a contrabordo; e
V) Considerar o efeito da área de sucção (Figura 3-a)
criada entre os navios pelo aumento da pressão da água
nas seções de ré e de vante do casco, com consequente
decréscimo a meio-navio. Este efeito variará de acordo
com a distância entre navios, velocidade de
reabastecimento, profundidade local e diferença de
comprimento entre os navios.
Para navios de mesmo tamanho, a melhor posição
para a realização da faina é com ambos exatamente
alinhados. Se o aproximador for consideravelmente
menor do que o controlador, a melhor posição é entre as
áreas de pressão de proa e popa.
A Figura 3-b mostra navios que estão em posições
perigosas, porque estão sofrendo pressões radicalmente
diferentes. Uma mudança na posição relativa imporá
mudanças rápidas nos efeitos de pressão em seus cascos.
Ambas posições podem exigir uma rápida correção de
leme pelo navio menor. O perigo é maior quando a e) Distância entre navios - A aproximação do navio
velocidade é reduzida. Uma mudança radical de aproximador deve ser de tal modo que sua estação seja
velocidade agravará ainda mais a situação. mantida a uma distância adequada do navio controlador,
assegurando que o reabastecimento seja conduzido
eficientemente e com segurança.
A distância apropriada entre os navios depende de
diversos fatores:
- condições de mar e vento;
Figura 3 – Efeito Venturi - tamanho e tipo de navios;
c) Posicionamento - O posicionamento do navio - manobrabilidade dos navios envolvidos;
recebedor em relação ao navio fornecedor é obtido pelo - tipo de transferência a ser realizada;
alinhamento entre as estações, sinalizadas por painéis - profundidade local; e
específicos para cada tipo de transferência, indicando - velocidade de reabastecimento.
para o navio recebedor o local por onde sairá todo o f) Manutenção da distância - As distâncias ao navio
fornecedor a serem mantidas pelo navio recebedor, são as
dispositivo.
previstas na tabela a seguir indicada, variando de acordo
Durante o dia, essa marcação é feita em painéis
com o tipo de transferência e o porte dos navios
pintados e, à noite, utilizando-se o POMBAL (FIG.4), de envolvidos.
acordo com a tabela da FIG. 5, indicando os tipos de Algumas considerações operacionais devem ser
material a serem transferidos. respeitadas na determinação da distância entre navios:
1- quando reabastecendo em profundidades inferiores a 64
metros, aumentar a distância entre navios na medida em
que a profundidade diminua;
Figura 4 - Pombal 2- aumentar a distância entre navios na medida em que a
d) Separação lateral - O navio aproximador deve velocidade dos navios aumenta. Na velocidade de 15 nós, a
assegurar uma separação lateral adequada durante a distância entre navios deve ser próxima da máxima.
aproximação, especialmente quando sua proa estiver 3- quando estiverem envolvidos, em uma faina de
cruzando a popa do controlador. Existe risco de colisão transferência, navios de portes diferentes, deverão ser
neste ponto se a separação lateral não for a adequada. A considerados os maiores intervalos de distâncias previstos
diferença na pressão de água pode causar um efeito de entre eles.
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As distâncias entre o navio recebedor e o fornecedor NAVIO QUE RECEBE A RETINIDA – “(NOME DO
são indicadas pelo cabo de distância (FIG.6). Esse cabo NAVIO), PREPARAR PARA RECEBER A RETINIDA.
contém bandeirolas com marcações de 20 em 20 pés, (BOMBORDO/ BORESTE AVANTE, A RÉ, A MEIO NAVIO,
desde zero até 300 pés, nas cores verde, vermelho, TODAS AS ESTAÇÕES). TODO O PESSOAL EM CONVÉS
ABERTO SE ABRIGAR”.
amarela, azul e branca, e assim sucessivamente. À noite,
essas bandeirolas são demarcadas por um “cyalume” ou O oficial de segurança responsável pela estação de
lanterna pequena de cor vermelha, exceto as bandeirolas transferência do navio controlador fará soar um apito
marcadas com 60, 100, 140, e 180 pés, que serão curto. Ele deve, caso haja disponibilidade de um
iluminadas por dois “cyalumes” ou lanternas pequenas megafone, informar “atenção”.
de cor azul, de modo a facilitar a visualização pelo O Oficial de segurança responsável pela estação
recebedor, da distância ao navio fornecedor (FIG. 6). recebedora no outro navio (navio aproximador) fará
responder com dois apitos curtos, quando todo o pessoal
estiver abrigado. Ele deve, caso haja disponibilidade de
um megafone, informar “pronto para receber retinida”.
Os procedimentos acima descritos, devem ser
repetidos toda vez que se fizer necessário lançar a
retinida.
Quando receber o sinal de pronto, o oficial de
segurança do navio controlador dará a ordem para passar
a retinida. Nenhum tiro de fuzil ou tentativa de
lançamento de rebolo será feita sem a sua ordem.
Somente o pessoal designado pelo mestre do navio
aproximador ou recebedor deverá deixar sua posição
abrigada para recolher a retinida. Os outros
permanecerão protegidos até que todas as retinidas
estejam a bordo.
A retinida não será cortada pelo navio recebedor, a
não ser em emergência, e será retornada intacta na
ocasião oportuna.
h) Passagem de cabos - Neste estágio da faina, o navio
A marca zero do cabo é fixada na borda do navio fornecedor deve ter atenção quando pagar os cabos, para
fornecedor, na posição correspondente à boca máxima que os seios destes não toquem a superfície do mar, pois
do navio, a fim de indicar a real distância entre os o esforço resultante pode arrancar os cabos das mãos de
navios. O restante do cabo é colhido no navio recebedor, quem os labora ou partir o cabo mensageiro.
que o mantém sempre tesado. Junto com o cabo de Quando da devolução, adotar a ordem inversa a do
distância é passado o cabo telefônico interpassadiço, recebimento, atentando para que o último cabo tenha o
cuja função é estabelecer as comunicações entre as chicote livre sem qualquer tipo de aducha, pois o esforço
estações de manobra dos navios envolvidos. A posição do mar sobre ela dificultará o recolhimento;
de passagem do cabo de distância é demarcada pelo i) Normas para uma emergência - Em todos os tipos
painel com a letra “B” ou, à noite, pelo pombal com de reabastecimento, o pessoal envolvido na faina deve
todas as luzes acesas. estar familiarizado com os procedimentos de emergência
para deixar correr ou cortar os cabos do dispositivo.
Deve-se optar em devolver os cabos aceleradamente na
forma inversa ao do recebimento, deixando os cabos
correrem livremente, em vez de cortá-los. Isto porque
qualquer avaria do dispositivo pode retardar fainas
futuras, pois o navio fornecedor terá que reparar ou
substituir os acessórios danificados.
Nas transferências de carga leve, com a cadeira em
movimento, ela deve continuar no mesmo sentido até o
Figura 6 - Cabo de Distância
fim do seu percurso e arriada; nunca se deve tentar
reverter o sentido. A cadeira será, então, destalingada e o
g) Passagem da retinida - O lançador da retinida, seja cabo de sustentação poderá ser solecado, permitindo ao
manualmente ou por meio de fuzil, será identificado pelo navio recebedor desconectá-lo em segurança.
capacete encarnado e deve estar adestrado para a faina; Quando transferindo líquidos, ter pessoal preparado
Quando pronto para lançar a retinida deverá ser para desfazer os acoplamentos e destalingar o cabo de
anunciado no fonoclama dos dois navios ou no sustentação; os demais cabos devem estar colhidos no
megafone o seguinte: convés prontos para correrem livremente. O navio
NAVIO QUE LANÇA A RETINIDA – “(NOME DO fornecedor deve estar pronto para interromper o
NAVIO), PREPARAR PARA LANÇAR A RETINIDA. TODO bombeamento.
O PESSOAL EM CONVÉS ABERTO SE ABRIGAR”.

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5.5 – PALAMENTA PARA AS FAINAS DE - Espicha de 16 pol. (40,6 mm) – 2 un.;
TRANSFERÊNCIA - Os equipamentos e ferramentas - Alicate de corte de 8 pol. (20,3 mm) – 1 un.;
abaixo listados são comuns a todos os métodos de - Alicate de boca ajustável – 1 un.;
transferência navio-navio: - Chaves de fenda (tamanho para uso em grampos e
I) Cabo de aço e cabo de Fibra - de acordo com o acessórios do mangote) – 2 un.;
padrão estabelecido no item 2.3.1 e 2.3.2 da referência - Manilhas de cavirão de rosca de 5/8, ¾ e 7/8 – 1 un. de
c), respectivamente; cada tamanho;
II) Manilhas - de acordo com as especificações do item - Manilhas de cavirão com tufo de 5/8, ¾ e7/8 – 1 un. de
2.3.3 da referência c); cada tamanho; e
III) Rebolo - é usado para passar o cabo retinida sendo - 1 corta-frio de 24 pol (60 cm).
lançado a mão; ATENÇÃO: Ferramentas para uso em fainas de
IV) Fuzil lança retinida – é um fuzil com um kit de transferência de combustíveis de aviação devem ser de
adaptação que lança uma haste de aço com uma proteção material anticentelha.
de borracha. A retinida é presa na extremidade da haste. Ferramentas para permitir a conexão de mangotes e
Um cyalume na cor laranja é usado para iluminar a haste um cortador hidráulico de cabos de aço devem ser
à noite; acrescentadas à lista acima, para os navios com
capacidade de fornecimento utilizando cabos de aço.
5.6 - REABASTECIMENTO NOTURNO - O
reabastecimento prossegue de maneira mais lenta e
cautelosa. As etapas da faina como a aproximação, a
Figura 7 - FUZIL LANÇA-RETINIDA manutenção de distância, a passagem e tensionamento de
dispositivo, tornam-se mais difíceis e complicadas
V) Cabo Mensageiro – o cabo mensageiro do durante a noite.
dispositivo de reabastecimento é utilizado para conduzir a) Preparação - Os navios devem adotar o
ao navio recebedor os diversos cabos necessários à procedimento de “navegação às escuras” para a
montagem do dispositivo entre os navios, conforme realização de transferência noturna. As luzes de
especificado no item 2.3.5 da referência c). navegação devem estar reduzidas desde o início da
VI) Cabo de distância / Telefone interpassadiços – aproximação, até que a manobra esteja clara, sem
este cabo possibilita o estabelecimento de comunicações comprometimento das Regras do RIPEAM.
entre as estações da manobra dos navios envolvidos e Da mesma forma, serão evitadas comunicações pelos
indica, visualmente, a distância entre eles durante a canais do Meio Ótico (holofote, escote), quando da
faina. Sua montagem encontra-se ilustrada na Figura 6 e aproximação.
pode ser encontrada, de maneira mais detalhada, no item As preparações para fainas noturnas,
2.3.6.1 da referência c). Será provido pelo navio independentemente se o navio for fornecedor ou
aproximador. recebedor, incluem:
VII) Cabo telefônico interestações – este cabo I) Assegurar que o Pombal está pronto para a utilização;
possibilita a comunicação, através de telefones auto II) Prover a sinalização necessária para os equipamentos e
excitados, entre as estações dos navios fornecedor e acessórios, obstruções, king post (ou pontos de fixação),
recebedor. Suas especificações podem ser encontradas bóias disponíveis com sinalizador luminoso nas estações e
no item 2.3.7 da referência c). Será provido pelo navio para o pessoal, bem como, nos projetís e rebolos a serem
fornecedor. passados;
VIII) Material para desengajamento em emergência - III) Verificar se as luzes estão operando apropriadamente;
Um conjunto completo de ferramentas e material para IV) Ter especial atenção aos fatores de segurança do
desengajamento deve ser mantido na estação de pessoal. Certificar que os militares nos conveses
transferência, em local de rápido e fácil acesso. externos estão usando cyalumes verdes presos ao corpo.
Recomenda-se que cada estação mantenha uma lista, Assegurar que os coletes de flutuabilidade permanente,
fixada em local visível aos militares envolvidos na faina, em uso pelos militares envolvidos na faina, estão equipados
de todos os itens (ferramentas, sobressalentes e outros) com pó marcador; apito e flashlight. Verificar se o sinal
necessários ao funcionamento da estação. fumígeno flutuante da bóia salva-vidas está pronto para
São partes integrantes da estação de transferência, operar apropriadamente.
organizadas em armários ou caixas, independentemente V) Utilizar etiquetas de identificação de 12,7cm por
se o navio for fornecedor ou recebedor, as seguintes 15,2cm em todos os cabos a serem passados entre navios
ferramentas: com inscrições como a seguir (um bordo em português e o
outro em inglês).
- Chaves ALLEN (para os terminais e grampos do
mangote) – 2 unidades de cada tamanho; - Mensageiro // Messenger
- Machado – 1 un.; - Telefone Interpassadiço / cabo de distância // Bri / Bri
- Contra-pinos de aço de 3/32 pol (2,3 mm) x 2 pol (50,8 phone / distance line
mm) (para manilhas) – 12 un.; - Telefone Inter-estação // Sta / Sta phone
- Martelo, 0.9 a 2.2 kg – 1 un. e Marreta, 4,5 a 5,4 kg – 1 - Retorno do Mensageiro // Messenger return
un.; - Cabo de sustentação // Highline
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VI) Verificar se todos acessórios de convés estão – Marcar com 3 (três) luzes vermelhas (ou cyalumes)
pintados de branco (para facilitar a visualização no dispostas verticalmente, separadas de 15,2cm entre si,
período noturno). obstruções verticais como reparos de canhões, cabos não
VI) Testar dispositivos das portas de acesso que removidos (estais), cabos de elevadores ou outras
garantem a condição de navio às escuras. A condição de obstruções verticais que formarem os limites da área
escurecimento do navio deve ser preservada mesmo aberta disponível para trabalho na estação recebedora;
durante a faina de reabastecimento, evitando-se o – Marcar com 6 (seis) luzes vermelhas (ou cyalumes) a
vazamento de luzes internas para o exterior. borda do convés ou a obstrução mais alta no piso na
VIII) Testar holofotes com abafadores e lâmpadas aldis. estação de recebimento da seguinte forma:
b) Iluminação noturna - Se possível, as luzes de a - Preparar um cabo de 1 1/2 pol de nylon com 3,6m (12
navegação devem ter suas intensidades reduzidas pelos pés) de comprimento, formando uma lina horizontal com
respectivos dimmer, nos navios participantes do as luzes dispostas em intervalos de 60,9cm (2 pés), a
reabastecimento, para evitar o impacto da luminosidade primeira e a última distando 30,4cm (1 pé) das
excessiva sobre a visão do pessoal engajado na faina. extremidades do cabo;
Durante a condição de navegação às escuras, são b - Afixa-lo no piso do convés, centralizado no espaço
previstas luzes necessárias para a aproximação, para a destinado ao recebimento da carga ou, na altura maior
manutenção de posição e para as fainas de convés na dos acessórios que possam obstruir a área de
estação de transferência, conforme descritas abaixo: recebimento.
I) Luzes de contorno - O navio controlador deve exibir - Quando o navio controlador for um Navio
duas luzes azuis de 25w durante a aproximação e Aeródromo, duas luzes azuis também serão exibidas
enquanto o navio aproximador estiver ao lado. Essas avante e por fora da borda do convoo.
luzes têm as seguintes características: Segue abaixo uma ilustração aproximada de fixação
- Posicionadas avante e a ré da porção de maior boca das luzes de obstrução. As medidas de iluminação aqui
paralela à quilha; previstas são necessárias para auxiliarem ao pessoal na
- Horizontalmente devem prover um setor de visibilidade faina de transferência e nas estações envolvidas. Luzes
de 135º desde a popa até 45º para vante; brancas nunca devem ser utilizadas devido seu brilho
- Verticalmente devem prover arco de visibilidade de 40º ofuscador.
acima e abaixo da horizontal.
Uma terceira luz de contorno deve ser exibida pelo
navio controlador, se ele possuir comprimento maior que
182,8m (600 pés), em posição simétrica às luzes de
vante e de ré.
Figura 8 – Luzes de Obstrução
II) Luz de esteira - O navio controlador deve exibir a V) Pombal - Em cada estação de transferência afixar
luz de esteira, somente durante a aproximação do navio uma caixa de luzes chamada de POMBAL para indicar o
recebedor. Deve ser disposta de forma a iluminar tipo de materia a ser transferido (figuras 4 e 5).
exclusivamente a esteira, não servindo para este fim a
luz de alcançado. VI) Iluminação das estações de transferência, pontos
de fixação e guinchos - Iluminar com luz baixa amarela
III) Luz de tope do mastro (TRUCK LIGHT) - Luz (ÂMBAR) tipo chuveiro as estações de transferência,
encarnada com setor de visibilidade de 360o – podendo áreas de recebimento de cargas, aquelas onde haja
ser utilizadas, conforme a disponibilidade do navio, as pontos de fixação e as adjacentes a guinchos. Os
seguintes luzes: luz de aviação, luz superior de navio chuveiros devem ser:
sem governo, ou luz superior de navio com capacidade
de manobra restrita devido ao calado. - Controlados por chaves individuais e com atenuador e
potência (dimmers) mínima de 150w;
O navio controlador deve exibir a luz de tope do
mastro, com a sua intensidade reduzida pelo uso do - Equipados com abafadores que impeçam a visualização
dimmer, desde o momento de sua preparação para a da iluminação pelo outro navio; e
faina (ROMEO a meio), até a passagem do cabo - Pode-se utilizar iluminações portáteis para instalação
mensageiro (ROMEO arriada). em áreas externas.
IV) Luzes de obstrução - Marcam o piso do convés da VII) Iluminação de projetís de fuzís lançaretinida -
estação de transferência e todas as obstruções na estação Iluminação com luz química (cyalume) LARANJA.
de recebimento com luzes encarnadas ou cyalumes VIII) Sinalização de Bandeira ROMEO e Galhardete
vermelhos. PREP - O navio controlador e o aproximador indicarão,
Possuem as seguintes características: por lâmpadas aldis, durante as fainas noturnas os sinais
de bandeira “ROMEO” e galhardete “PREP” repetindo
– Identificar com, ao menos, uma luz vermelha (ou quatro vezes seus caracteres iniciais (“R” e “P”), sendo:
cyalume) elevadores de carga, bases dos soquetes dos
balaústres, base de guindastes e turcos, lançadores de
torpedos, reparos de metralhadoras, cunhos e outras
obstruções similares na estação;
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IX) Cabo de Distância - Telefônico inter-passadiços -
Usar cyalumes conforme indicado na figura 6.
X) Luzes para os acessórios de fixação e Cabos - Luzes
químicas (cyalumes) AZUIS devem ser instaladas nos
acessórios e cabos da seguinte forma:
- Cabo mensageiro: Uma no ponto de fixação ao rebolo e
outro adjacente à etiqueta de identificação;
- Cabo telefônico inter-estações: Uma adjacente à etiqueta
de identificação;
- Cabo retorno do Mensageiro: Uma adjacente à etiqueta de Figura 9 - Dispositivo utilizado em Transferência de Carga Leve (não adequado
identificação; à transferência de pessoal)
- Cabo de distância - Telefônico inter-passadiços: Uma O dispositivo é composto pelos seguintes cabos:
adjacente à etiqueta de identificação; - retinida/rebolo;
X.I) Nas fainas de óleo: - cabo mensageiro (polyester trançado ou nylon de 3
- Celas: Três cyalumes azuis em linha, no lado ou no final cordões torcido de 1-1/2”) com 60,9 m;
da cela mais próxima do fornecedor; - cabo mensageiro do cabo de distância (nylon de ¾”)
- Trolleys ou Celas nos cabos Spanwire: Um cyalume azul com 60,9 m;
de cada lado (avante e a ré); - cabo de vaivém externo (continuação do cabo
- Terminal: Três cyalumes azuis em cada terminal Robb mensageiro–poliéster trançado ou nylon de 3 cordões
(do fornecedor e do recebedor), em torno do mangote, atrás
torcido de 3”) com pelo menos 162,6;
da conexão.
- cabo de vaivém interno (poliéster trançado ou nylon de
X.II) Nas fainas de transferência de carga:
3 cordões torcido de 3”) com pelo menos 106,6m;
- Trolleys para pessoal / transferência de carga: Quatro
luzes químicas (cyalumes) AZUIS, por cada lado, numa - cabo de sustentação (polyester duplo trançado de 4”)
linha horizontal.Quando transferindo uma maca, instalar com comprimento mínimo de 106,6m; e
cyalumes VERDES nos flutuadores da maca. - cabo telefônico interestações.
- Terminal do cabo de sustentação: Um cyalume azul de O cabo de sustentação ao ser recebido será talingado
cada lado do gato; pelo gato de escape (fixado no dispositivo do navio
- Trolleys de mísseis: Um em cada quina inferior; fornecedor) no olhal próprio existente na estação do
- Palets com munição ou Containers: Um em cada quina navio recebedor e será mantido tesado pelo navio
inferior; fornecedor.
- Cadeira de transferência de pessoal: Um em cada quina Quando empregada tração manual, o cabo de
superior e outro em cada quina inferior; sustentação será guarnecido por um mínimo de 25
- Pontos de fixação: Três luzes em cada lado na estação de homens e os cabos de vaivém por um mínimo de 10
recebimento (avante e a ré) e numa linha horizontal com o homens cada (FIG. 10).
ponto de fixação para o: Nas fainas de transferência de carga leve, exceto as
- Gato de escape do Cabo de Sustentação; de transferência de pessoal, os cabos de sustentação e
- Gato de escape do Cabo Spanwire; vaivém interno e externo podem ser tensionados por
- Gato do Vaivém externo / mensageiro. guincho ou cabrestante. No entanto, uma vez tensionado
As luzes devem ser afixadas juntas, e no caso de por este meio, este mesmo cabo de sustentação não
lanternas, com seus fachos voltados para o ponto de poderá ser utilizado novamente para transferência de
fixação, a fim de servirem de referência para a guarnição pessoal.
da estação fornecedora e para os operadores de
guinchos.Em adição aos itens especificados, a critério do
Comandante, quaisquer outros itens, poderão ser
iluminados conforme necessário, visando a segurança da
faina.
5.7 - TRANSFERÊNCIA DE CARGA LEVE,
PESSOAL E MALA POSTAL
a) Descrição Geral - É utilizado um dispositivo que
emprega cabo de sustentação de polyester (manilha para
transferência de pessoal), trançado duplo, de 4 polegadas Figura 10 - Faina de Transferência de Pessoal
com comprimento mínimo de 350 pés, passado entre os Nas transferências de pessoal, é obrigatório passar um
dois navios. A carga a ser transferida é fixada a um peso-teste, posicionado na cadeira de transferência, de 1,5
trolley que corre no cabo de sustentação. O trolley é vezes o peso da carga a ser transferida, até o limite de 272
movimentado para o recebedor por um cabo de vai-e- kg, carga máxima de segurança.
vem externo, retornando ao fornecedor pelo
recolhimento do cabo de vai-e-vem interno. O
dispositivo pode ser empregado para transferir cargas de
até 272kg (600 libras), com distância entre navios de 80
a 200 pés.
Figura 11 - Peso-Teste (exemplo de 135 kg)

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b) Procedimentos para passagem do dispositivo e com lanterna ou luz química verde, apito, pó marcador e
para o desengajamento capacete sem estar com jugular passada.
I) O fornecedor lança a retinida/rebolo para o recebedor; Além disso, deve ser instruído sobre a forma de
II) Atrelado a retinida, é passado o cabo mensageiro, no soltar-se do cinto de segurança de engate rápido e de sair
qual são talingados o cabo mensageiro do cabo de da cadeira em caso de queda.
distância e o cabo telefônico interestações; e) A popa dos navios envolvidos deve estar guarnecida,
III) No prolongamento do cabo mensageiro é passado o por um homem em comunicação interna com a manobra
cabo de vai-e-vem externo, a ele sendo talingado o cabo e com a estação de transferência e por mergulhadores /
de sustentação; NATSALV, portando bóia sem cabo de recolhimento e
IV) O recebedor destalinga do mensageiro o cabo com sinalizador luminoso / fumígeno para náufragos.
mensageiro do cabo de distância e o talinga ao seu cabo f) Quando não estiver disponível navio guarda ou
de distância/telefônico interpassadiço, que é passado aeronave pronta para o SAR, cada navio envolvido na
para o fornecedor; transferência deve ter embarcação para recolhimento de
V) O fornecedor amarra o cabo de distância à sua náufragos guarnecida e pronta para o arriar.
balaustrada na proa, de modo a que a bandeira ZERO
fique na posição correspondente à maior boca do 5.8 - TRANSFERÊNCIA DE ÓLEO NO MAR PELO
navio; TRAVÉS - Na MB são utilizados os métodos STREAM
VI) O fornecedor conecta o cabo telefônico (com cabo de sustentação de aço - spanwire) e CLOSE-
interpassadiço ao terminal apropriado, e os navios fazem IN. O método STREAM é empregado para
experiência no circuito e dão o pronto à estação transferências à longa distância (80 a 180 pés), enquanto
manobra; o método CLOSE-IN é empregado para transferências à
VII) O recebedor passa o mensageiro pela patesca, no curta distância (60 a 100 pés).
seu prolongamento, o cabo de vaivém externo;
5.8.1 - Método Stream (SPAN-WIRE) - Pode ser
VIII) O recebedor conecta o cabo telefônico
utilizado com os terminais ROBB, OTAN-desengate
interestações à tomada apropriada e efetua testes no
rápido (NBS) ou PROBE. Nesse método é empregado
circuito;
um cabo de sustentação de aço (spanwire), mantido
IX) O recebedor corta os primeiros botões que prendem
tensionado pelo navio-tanque por meio de um tensor
a mão do cabo de sustentação ao cabo de vaivém externo
automático. Sua vantagem sobre o método CLOSE-IN é
e a talinga no gato de escape do poste ou tripé da estação
poder ser utilizado em condições de tempo e mar
de transferência, a seguir corta os demais botões;
adversas.
X) O fornecedor talinga a carga ao trolley;
XI) O fornecedor tesa o cabo de sustentação;
XII) O recebedor traz o trolley para sua estação, por
meio do cabo de vaivém externo;
XIII) O fornecedor folga o cabo de sustentação, de modo
a arriar a carga sobre o coxim da estação do recebedor;
XIV) O recebedor retira a carga e devolve o trolley ao
fornecedor, que tesa o cabo de sustentação e entra com o Figura 12 - Dispositivo utilizado no Método Stream (SPAN-WIRE)

cabo de vaivém interno; 5.8.2 - Método Close-in - Pode ser utilizado com os
XV) O cabo de sustentação é destalingado pelo terminais ROBB e OTAN-desengate rápido (NBS).
recebedor; Nesse método a sustentação da linha de mangotes é feita
XVI) O recebedor devolve os cabos de vaivém externo, por um guindaste, lança ou pau de carga, não havendo
sustentação (talingado ao vaivém externo), mensageiro, cabo de sustentação.
telefônico interestações e retinida ao fornecedor;
XVII) O fornecedor devolve o cabo de distância - 5.8.3 - Tipos de Terminais Para Transferência de
telefônico interpassadiços. Óleo
Observações:
a) Quando da transferência de pessoal, todos os cabos
devem ser mantidos tensionados por tração humana. É
aceitável que esses homens estejam laborando por dentro
dos cabos, no entanto, sempre à distância superior a 2 m
de retornos e pontos de fixação.
b) Uma maca com dispositivos flutuantes pode ser
conectada ao trolley de transferência de pessoal.
c) Em fainas envolvendo transferência de pessoal e a
utilização do cabo mensageiro, a última seção deste (de
60 pés), que seria fixada ao navio, não deve ser utilizada;
ficando assim o chicote livre para correr.
d) O pessoal a ser transferido deve portar colete de Figura 13 – Tipos de terminais
flutuabilidade permanente laranja ou colete auto-inflável

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5.8.4 - Transferência de Óleo no Mar à Curta Prosseguindo a passagem do dispositivo, o fornecedor
Distância - (CLOSE-IN) folgará o cabo de recolhimento e os cabos das selas,
enquanto o recebedor entra com o cabo de leva, trazendo
a linha de mangotes até o terminal chegar à sua estação.
Recebido o terminal, serão cortados os botões que
prendem o mangote ao cabo de leva.
A seguir, o recebedor passará o cabo de fixação pelo
gato da braçadeira do mangote e o tesará, de maneira a
poder conectar o terminal à tomada de recebimento de
óleo com segurança. Efetuada a conexão, o recebedor
poderá devolver o cabo de leva e o mensageiro ao
fornecedor, utilizando o cabo de retorno.
Recebido o pronto da máquina, a estação do
Figura 14 – Método Close-in recebedor solicitará ao fornecedor que o inicie o
a) Descrição geral - Esse sistema é mais indicado bombeamento. Durante a faina, o fornecedor folgará ou
quando o navio fornecedor é bem maior que o tesará os cabos das selas de acordo com a variação de
recebedor. Nele, a linha de mangotes é sustentada por distância entre os navios, evitando excessivos esforços
meio de cabos de aço de ½” ou ¾”, ou ainda, por cabos sobre a linha de mangotes ou que ela toque a água.
de nylon trançado de 3 ½” fixados às selas, passando por c) Procedimentos para devolução do dispositivo -
moitões talingados a um guindaste, lança ou pau de Cinco minutos antes de completar a quantidade de óleo a
carga. ser transferida, o recebedor alertará ao fornecedor, que
b) Procedimentos para passagem do dispositivo - se preparará para encerrar o bombeamento. Encerrado o
Logo que o navio recebedor estiver posicionado pelo bombeamento, o recebedor solicitará ao fornecedor um
través, o navio fornecedor lança a retinida, jato de ar de 2 minutos. Normalmente durante o jato de
manualmente ou utilizando o fuzil. ar serão transferidos aproximadamente mais 1.700 litros
O navio recebedor entrará com a retinida, até que o de óleo para o recebedor, que manterá os suspiros dos
cabo mensageiro do cabo de leva chegue a bordo, tanques abertos até o término do jato de ar.
quando seu chicote será passado na patesca. A seguir, o Após o jato de ar, o recebedor fechará a válvula da
navio recebedor continuará entrando com o cabo tomada do ROBB e desconectará o terminal. A seguir o
mensageiro até chegarem a bordo o cabo de retorno do recebedor folgará o mangote, pagando o cabo de fixação
cabo de leva, o mensageiro do cabo de sob volta e, se houver, o cabo auxiliar da sela externa que
distância/telefônico interpassadiços e o cabo telefônico funcionará como um “ala e larga”.
interestações. As selas serão atopetadas pelo fornecedor, que entrará
O navio aproximador passará o cabo de com os cabos das selas e o cabo de recolhimento. O cabo
distância/telefônico interpassadiço para o fornecedor. de recolhimento trará a linha de mangotes de volta para a
Após conectá-lo à tomada, testará o circuito de estação do fornecedor. O recebedor devolverá então o cabo
comunicações interpassadiços. O cabo de distância será da sela externa (caso passado) e o cabo telefônico
fixado pelo navio controlador, de modo a que a posição interestações.
da bandeirola ZERO coincida com a parte mais externa Encerrando a faina, o fornecedor recolhe o cabo
telefônico interestações e paga o cabo de distância/
do seu costado, conforme já apresentado anteriormente
telefônico interpassadiços, para o navio aproximador,
para a faina de transferência de carga leve. O recebedor,
sendo este o último cabo a ser largado do dispositivo.
a partir daí, manterá o cabo de distância tesado e o
Comandante e o Oficial de Manobra devem estar atentos 5.8.5 - Transferência de Óleo no Mar a Longa
à distância entre os navios. Distância (STREAM)
As comunicações interestações serão estabelecidas a) Descrição Geral - Nesse sistema, usa-se um cabo de
tão logo o recebedor conecte, à tomada de sua estação, o sustentação de aço (SPAN-WIRE), projetado para
terminal enviado pelo fornecedor. Preferencialmente, a sustentar uma linha de mangotes de 96 m (315 pés) de
posição do cabo telefônico interestações deverá ser comprimento. Possibilita uma grande separação entre os
avante da linha de mangotes bem como o local de navios, permitindo assim a execução da faina mesmo em
fixação do cabo de retorno do cabo de leva. caso de relativo mau tempo.
Deve-se evitar que haja quaisquer cabos passados As distâncias máxima e mínima entre navios são de
a ré do mangote. 200 pés e 80 pés, respectivamente. Nas fainas de
Caso o recebedor seja um navio grande, o fornecedor transferência de óleo com o NT por este método, os
poderá utilizar opcionalmente, um cabo da sela externa navios recebedores deverão afastar-se para a distância
(duplo trançado de poliéster de 4” ou trançado de nylon mínima para tensionamento do "span-wire" de 140
de 4”), que será passado pelo recebedor em uma patesca pés, logo após ter sido talingado o gato pelicano, de
instalada em ponto alto da sua estação. Esse cabo, depois modo a permitir o início do tensionamento com
de ajustado e fixado no recebedor, ajudará a sustentar a segurança. Durante o bombeamento de combustível, é
linha de mangotes. recomendada a distância entre 150 e 180 pés.

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b) Procedimentos para passagem do dispositivo - A bombeio já esteja em andamento, quando então, o
passagem dos elementos componentes do dispositivo recebedor o destalingará e o devolverá juntamente com o
nesse método é semelhante à do método CLOSE-IN, mensageiro e o cabo de leva por meio do cabo de retorno
porém a sustentação do dispositivo será feita por um do leva.
cabo de aço (span-wire), onde correrão as roldanas das Durante o bombeamento o fornecedor manterá a
selas de sustentação dos mangotes. O método tensão adequada no "spanwire" pelo tensor automático,
"STREAM" é mais usado em fainas de transferência de manobrando com os cabos das selas de maneira a manter
óleo entre navios que tenham aproximadamente o o seio da linha de mangotes entre as mesmas e evitar que
mesmo porte. os mangotes toquem a água ou tesem perigosamente, à
O fornecedor passará a retinida e, a seguir, os cabos medida em que a distância entre os navios variar.
mensageiro, mensageiro do cabo de distância/telefônico A figura abaixo apresenta detalhes da conexão do
interpassadiços, telefônico interestações, de leva e de terminal ROBB no navio recebedor.
retorno do leva.
A utilização do cabo mensageiro deve seguir o
previsto no item 2.3.5 da referência c).
O aproximador passará o cabo de distância/telefônico
interpassadiços ao navio controlador, que conectará o
terminal telefônico à tomada, efetuará teste no circuito e
dará o pronto ao passadiço. O fornecedor amarrará o
cabo de distância à balaustrada da proa, tendo atenção ao
correto posicionamento da bandeira ZERO.
O recebedor conectará o terminal do cabo telefônico
interestações à tomada da sua estação, estabelecendo
comunicações por este circuito. Figura 16 – Detalhes Método STREAM – Terminal de Conexão ROBB
O recebedor passará o mensageiro e o cabo de leva c) Procedimentos para devolução do dispositivo -
por uma patesca da estação, continuando a entrar com o Encerrado o bombeamento, o fornecedor executará o
dispositivo até a chegada da mão do span-wire. A seguir jato de ar. Relembra-se a necessidade de serem mantidos
cortará os botões que prendem o span-wire ao cabo de abertos os suspiros dos tanques até o término do jato de
leva e o talingará ao gato pelicano da tomada do probe ar. A seguir, o recebedor desconectará o mangote e
ou ao gato de escape do king-post ou tripé da estação. liberará o cabo de fixação. O fornecedor então entrará
Serão cortados os últimos botões que prendem o span- com a linha de mangotes por meio dos cabos de
wire ao cabo de leva, e o recebedor solicitará que o recolhimento e das selas. (ver fig. 17)
fornecedor tensione o span-wire.
O recebedor trará a linha de mangotes para bordo
empregando o cabo de leva, enquanto o fornecedor folga o
cabo de recolhimento e os cabos das selas. Quando o
terminal chegar à sua estação, o recebedor passará a trapa
fixação pelo gato da braçadeira do terminal e o tesará. Caso
o terminal utilizado seja o PROBE, a trapa só será passada
após a conexão à tomada de recebimento. A confirmação
da correta conexão do terminal PROBE é indicada por
bandeiras do sino quando içados a um ângulo de 30º
aproximadamente (Figura 14).
Feita a conexão, é informado o pronto da máquina
para o início da faina, o recebedor solicitará ao
fornecedor que inicie o bombeamento.
Figura 17 - Devolução linha de mangotes pelo navio RECEBEDOR
Após a linha de mangotes ter sido recolhida pelo navio
fornecedor, o spanwire será destalingado pelo recebedor,
abrindo o gato pelicano da tomada de recebimento ou o
gato de escape do olhal de fixação, após ter sido
destensionado pelo fornecedor e mediante ordem deste. O
recebedor devolverá o spanwire, pagando-o sob volta com
um cabo-guia passado na mão do spanwire.
Na seqüência, o recebedor devolverá o cabo
telefônico interestações e, encerrando a faina, o
controlador devolverá o cabo de distância/telefônico
Quando utilizando o terminal PROBE singelo não interpassadiços.
há necessidade de utilização do Cabo de Reconexão, Na devolução do dispositivo, o recebedor afastará o
que será substituído pelo próprio cabo de leva que pessoal desnecessário à faina e removerá qualquer
deverá permanecer talingado ao mangote até que o obstáculo à passagem dos cabos.

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5.9 - TRANSFERÊNCIA DE ÓLEO NO MAR PELA POPA O dispositivo é composto de:
1) flutuador (à noite com luzes químicas – cyalume
azul);
2) cabo da bóia e garatéia (FIG. 21);
3) tornel com gato de escape;
4) mensageiro do mangote; e
5) Trecho de amarra de ½” pol (12,7 mm).
Esse tipo de faina é realizada pela popa do navio
fornecedor que lançará em sua esteira todo o dispositivo
para a transferência de óleo (FIG. 18).

Figura 21 – Cabo da bóia e garatéia.

Figura 18 – Dispositivo para faina de óleo pela popa.


O terminal em uso na MB é o NBS (“Breakable Spool
Coupling”) - MODIFICADO (igual ao NBS acrescido de
capa cônica removível FIG. 19).

Figura 22 – Bóia do dispositivo

Figura 19 – Capa Cônica e Terminal do mangote (NBS-modificado)


Nesta faina o risco de colisão é menor do que na
efetuada pelo través. A manutenção de posição é feita
em relação à bóia rebocada pelo fornecedor.
Reabastecimentos pela popa podem ser realizados
entre 8 e 15 nós e o navio fornecedor sempre será a
referência de rumo e velocidade para o recebedor, neste
caso representado pela bóia de posição por ele rebocada.
Figura 23 - Pesca da bóia do dispositivo
O navio fornecedor lança pela popa um flutuador de Simultaneamente, com a entrada do dispositivo, o navio
repuxo (quando rebocado, provoca uma coluna d´água, recebedor deverá avançar, até que a bóia de posição, esteja
facilitando sua localização), indicando a extremidade do posicionada à altura da sua estação (FIG.24). A finalidade
dispositivo e ajudando a mantê-lo próximo à superfície. dessa bóia é auxiliar na manutenção da posição do navio
Preso ao flutuador virá um cabo mensageiro do mangote recebedor em relação ao navio fornecedor durante o
de aproximadamente 70m, ao qual se segue a linha de abastecimento. A posição do navio recebedor em relação à
mangotes flutuante. bóia será alterada (podendo ficar à altura do passadiço, por
O navio recebedor se aproximará pela alheta do navio exemplo), conforme cada classe de navio.
fornecedor e identificará um flutuador de repuxo e uma
bóia (FIG. 22) na cor amarela, rebocados por cada bordo
do fornecedor, e manterá sua posição para o
recolhimento do dispositivo em relação a essa bóia
(FIG.20). O flutuador indica a extremidade dos cabos,
que serão alados pelo recebedor para entrar com o
dispositivo. Ele será recolhido pelo navio recebedor,
utilizando-se para isso de uma garatéia (FIG 21). A Figura 24
“pesca” do flutuador (FIG. 23) possibilitará ao recebedor O chicote do cabo mensageiro é talingado à capa cônica
alar o cabo mensageiro, iniciando o recebimento do na extremidade do mangote por meio de um dispositivo
dispositivo. tipo cabresteira. Esta cabresteira é composta por um
conjunto de corrente e acessórios, que tem uma
extremidade conectada à capa cônica e um conjunto de
cabo de aço e acessórios que é talingado a um prendedor
que deverá existir na seção terminal do mangote. A capa
cônica somente será desconectada após o mangote ter sido
trapeado na estação. Terminada a faina de remoção da capa
cônica, o terminal do mangote será conectado à tomada de
Figura 20
óleo da estação (FIG. 25)
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(a) Encerrada a devolução, na seqüência inversa à da
entrada, o navio então guinará lentamente para o bordo
oposto do dispositivo de modo a poder manobrar
livremente.

Figura 28 – Devolução do dispositivo


As comunicações visuais pelo canal BA são
idênticas às utilizadas nas fainas pelo través, com as
seguintes modificações:
a) a bandeira ROMEO é arriada por ambos os navios
Figura 25 – Recebimento, retirada da capa cônica e fixação do terminal. quando o mangote chegar à estação do
Para a proteção do mangote de óleo contra o atrito, o RECEBEDOR;
navio deverá possuir na estação o ROLLER b) a bandeira BRAVO é arriada definitivamente por
ASSEMBLY (Fig. 26). ambos os navios quando encerrado o jato de ar; e
c) o galhardete PREP é atopetado pelo RECEBEDOR
imediatamente antes de desconectar o mangote da
tomada de recebimento.
Em substituição aos sinais visuais com raquete, serão
utilizados painéis (substituídos à noite por lanternas),
Figura 26 – Roller – Assembly
conforme a tabela a seguir apresentada:
O ângulo ideal de entrada do mangote a bordo é 90°
medido a partir da proa. Ângulo menor que 90° (dizendo
para vante), causará esforços desnecessários sobre o
mangote e ângulo maior que 90° (dizendo para ré) fará com
que o mangote chicoteie na água. O ROLLER
ASSEMBLY permite uma variação de 15 graus no ângulo
de entrada do mangote.
O recebedor colherá o dispositivo (cabos e flutuador) na
borda, deixando-o pronto para ser devolvido. O flutuador
não deverá ser trazido para dentro da balaustrada.
Ao término da faina (após o jato de ar e passagem do 5.10 - DESENGAJAMENTO EM EMERGÊNCIA
“pig”), é sinalizado para a estação do navio fornecedor, o
pronto para destalingar o mangote da tomada. Essa a) Procedimentos gerais - Durante fainas de
sinalização é feita utilizando-se de painéis verde, vermelho transferência no mar, pode acontecer uma situação que
e branco. Destalingado o mangote, recoloca-se a proteção venha a requerer um desengajamento em emergência. O
cônica e por meio do cabo de devolução, o dispositivo será desengajamento em emergência é basicamente um
devolvido. (Fig.27) desengajamento normal, realizado em acelerado, usando-
Para facilitar a faina de devolução o navio deverá, após se procedimentos ordenados e já preparados com
a estação dar o pronto do mangote destalingado e pronto antecedência. O propósito é desengajar o mais
para ser devolvido, cair a ré lentamente, de modo que o rapidamente possível, com total coordenação e com
dispositivo possa correr para dentro d’água até a devolução mínimo de danos ao material ou risco ao pessoal.
do flutuador. (FIG. 28) Nas fainas de transferências diurnas, a estação de
transferência do navio fornecedor deverá fixar um painel
(FIG. 29) com todos os passos para o desengajamento
em emergência. Esse painel deverá ter fundo branco com
letras pretas e ser grande o suficiente para que todos os
militares do navio recebedor, envolvidos na faina,
possam visualizar e consultar em caso de emergência.
Exemplos de situações que caracterizam a
necessidade de um desengajamento em emergência:
I) Um dos navios apresenta uma avaria de máquinas, que
afete sua capacidade de manter o rumo e a velocidade de
Figura 27- Devolução do dispositivo. Pagando sob volta o mangote até passar reabastecimento;
pelo ROLLER ASSEMBLY e ficar livre da borda.

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II) Um contato inimigo é disseminado e representa II) Tão logo o span-wire ou o cabo de sustentação sejam
perigo imediato à força; talingados, amarrar aos mesmos um cabo-guia de
III) Um dos navios necessita desengajar para realizar devolução no elo alongado do gato de escape de fixação,
lançamento ou recolhimento de aeronave em a fim de agilizarem a desconexão em segurança e a
emergência, sendo o rumo de reabastecimento diferente devolução ordenada no desengajamento normal;
do rumo de operações aéreas; III) Retirar da estação todo o pessoal desnecessário à
IV) Os navios se afastam a uma distância em que haja faina;
perigo de os mangotes se romperem, ou quando uma IV) Ao ser determinado o desengajamento em
avaria do equipamento venha a fazer com que um cabo emergência, interromper imediatamente a transferência.
do dispositivo da transferência seja mordido; No caso de transferência de carga leve ou pessoal,
V) Um cabo partir e houver possibilidade de vir a retornar prontamente a carga ao convés mais próximo
enroscar-se nos hélices do navio; e (fornecedor ou recebedor) e após isso, o navio
VI) Um homem cair ao mar e não houver fornecedor deverá entrar com o dispositivo o mais rápido
disponibilidade de navio guarda ou aeronave em alerta possível. Na transferência de óleo, o navio fornecedor
SAR. deverá estar sempre pronto para interromper
imediatamente o bombeamento, quando ocorrer uma
emergência ou quando for dada a ordem de desengajar
em emergência. Não será executado o jato de ar quando
desengajando em emergência, sendo dada a ordem de
entrar com o dispositivo;
ATENÇÃO: O corte de qualquer cabo em um
Desengajamento em Emergência deve ser
considerado como último recurso. Normalmente, só
Figura 29– Painel de Desengajamento em Emergência será empregado quando o cabo em questão causar
A ordem para o desengajamento em emergência pode perigo à estrutura do navio ou ao pessoal. Não se
ser dada pelo Comandante de qualquer um dos navios deve cortar um cabo de aço ou um cabo de
envolvidos. Uma vez iniciado, o navio fornecedor sustentação quando tensionados.
assume o controle da faina, com os navios cumprindo a V) Fornecedor entra rapidamente com o dispositivo de
partir daí todos os passos constantes do procedimento de transferência (ou com o mangote, após a desconectado,
desengajamento em emergência enviado pelo fornecedor em caso de transferência de óleo);
na passagem dos primeiros cabos da faina de VI) Fornecedor folga o cabo de sustentação ou o span-
transferência, e repassado pelos Oficiais de Segurança wire, (se estiverem passados por ocasião do
dos dois navios assim que estabelecidas comunicações desengajamento) que é destalingado e devolvido pelo
pelo circuito telefônico inter-estações. recebedor, deixando correr o cabo-guia de devolução;
O importante em um desengajamento em emergência VII) Deixar correr todos os cabos (atenção para que não
é a presteza e a forma ordenada com que é feito, sem se prendam em acessórios de convés); e
deixar de cumprir as precauções de segurança para VIII) Navios manobram para se afastarem ao ser
fainas marinheiras. devolvido o último cabo.
Normalmente o sinal de perigo (pelo menos cinco Para adestrar as tripulações nos procedimentos a
apitos curtos) será soado pelo navio que está iniciando os serem seguidos, é recomendável, que ao término de
procedimentos, para alertar os navios nas proximidades. um reabastecimento, seja simulado pelos navios, o
O OCT e outros navios da formatura têm que ser desengajamento em emergência.
informados imediatamente da emergência por um canal
radio de voz, se a segurança permitir. Detalhes 5.11 - PRECAUCÕES DE SEGURANCA
ampliadores devem ser transmitidos o quanto antes. a) Utilização do equipamento de proteção individual
b) Troca de informações entre navios - O navio I) Coletes de flutuabilidade permanente para alto-mar ou
fornecedor enviará junto com os primeiros cabos uma auto-infláveis por todos na estação;
cópia do procedimento de desengajamento em II) Capacetes de fibra por todos na estação, com jugular
emergência para o navio recebedor, exceto nas fainas de passada e observando as cores previstas;
reabastecimento de óleo pela popa. III) Luvas tipo “raspa de coco” ou de vaqueta por todos
Após serem estabelecidas as comunicações entre as que laboram cabos;
estações, os Oficiais de Segurança das estações IV) Lanternas individuais tipo flashight ou luz química
(normalmente o Encarregado da 1ª ou 2ª Divisão) verde (cyalume) presas ao colete por todos nas fainas
repassam os procedimentos de desengajamento em noturnas;
emergência. V) O homem que sobe ao king-post ou tripé para talingar
c) Procedimentos para o desengajamento o sustentação/span-wire utiliza cinto de segurança fixado
I) Durante a passagem do dispositivo, colher todos os à estrutura do navio e cinto de ferramentas com, pelo
cabos no convés no sentido em que trabalham, de forma menos, alicate, chave de boca, martelo, faca e espicha;
a poderem correr livremente; VI) Os telefonistas não passam os tirantes dos telefones
de combate;

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VII) O raqueteiro usa camisa verde sobre o colete se não III) Utilizar estropo de segurança de aço, passado entre a
for colete auto-inflável; cadeira ou a maca e o trolley;
VIII) O atirador usa camisa vermelha sobre o colete se IV) Instruir o pessoal a ser transferido sobre a maneira
não for colete auto-inflável; de abrir o cinto de segurança da cadeira;
IX) O pessoal que participa da faina de V) Utilizar cinto de segurança, tanto na cadeira como na
conexão/desconexão do mangote de óleo utiliza óculos maca tipo STOKES;
de proteção; e VI) Pessoal sendo transferido deve utilizar capacete de
X) Toda a Faxina do Mestre porta faca de marinheiro. fibra sem a jugular passada;
b) Precaucões quanto aos cabos do dispositivo VII) Utilizar flutuadores na cadeira e na maca tipo
I) O recebedor só solicita ao fornecedor tesar o STOKES; e
sustentação / span-wire após o homem que o talingou VIII) Não utilizar cabrestantes para alar cabos.
descer do king-post / tripé; f) Silêncio na estação
II) Manter todos os cabos sempre fora da água; I) Deve ser mantido o mínimo nível de ruído na estação.
III) Colher os cabos em cobros no convés, no sentido em Somente o Mestre ou os Oficiais, um por vez, falam na
que trabalham, de maneira a correrem livremente; estação, para evitar disseminação simultânea de ordens; e
IV) Após talingar o sustentação / span-wire, amarrar um II) As ordens para deixar correr, alar ou aguentar os
cabo-guia aos mesmos para evitar atingir algum homem cabos, devem ser dadas por apito marinheiro.
durante a devolução; g) Passagem de retinida (rebolo)
V) Manter o cabo de distância tesado, para que o I) O Mestre do navio fornecedor dá um apito curto para
Comandante do navio recebedor tenha correta noção da alertar o recebedor quanto ao lançamento;
distância entre os navios; II) Após o pessoal da estação se abrigar, o Mestre do
VI) Trapear o cabo de sustentação enquanto é navio recebedor dá dois apitos curtos, informando que
destalingado. (As trapas devem ser passadas no sentido está pronto para receber a retinida; e
proa-popa); III) O Mestre do navio fornecedor dá um apito curto e
VII) Trapear o cabo de sustentação por fora do trolley autoriza o lançamento da retinida que não deve ser
para arriar a carga no convés em segurança; girada sobre a cabeça do lançador no caso do lançamento
VIII) Guarnecer o cabo de vaivém com um mínimo de manual.
10 homens (quando empregada tração manual); h) Bóia salva-vidas na popa - Os navios mantêm a popa
IX) Guarnecer o cabo de sustentação com um mínimo de guarnecida por um telefonista do circuito de manobra e
25 homens (quando empregada tração manual); e outro militar portando uma bóia salva-vidas com
X) Manter um socairo de, no mínimo, 2m nos cabos marcador, pronta para ser lançada no caso de homem ao
passados por patescas, cunhos, olhais, etc. mar de qualquer um dos navios.
c) Precauções quanto ao mangote de óleo i) Balaustrada de segurança - A balaustrada de
I) Manter o mangote de reabastecimento trapeado segurança substitui a seção da balaustrada fixa que é
durante o bombeio, por meio do cabo de fixação, retirada na preparação da estação, sendo arriada quando
passado no gato da braçadeira do mangote e por um da chegada ou saída da carga ou mangote à estação, e
cunho na estação, podendo ser folgado rapidamente em novamente içada.
emergência. O mangote não deve ser trapeado quando j) Preparação da estação
da utilização do método STREAM – terminal I) Rebater todas as projeções móveis do bordo da faina;
PROBE; II) Colocar proteções de borracha ou sisal em todas as
II) Quando realizando reabastecimento pelo método patescas e talhas;
STREAM – terminal PROBE, o cabo mensageiro III) Defender arestas vivas com borracha ou sisal,
funciona como Cabo de Reconexão, devendo ser evitando o contato direto com os mangotes e cabos;
mantido atado à manilha (ou arganéu) enquanto o efetivo IV) Instalar coxim na estação, no local de recebimento
bombeio é iniciado. Nenhuma outra trapa deve ser da carga;
passada ao mangote; e V) Colocar lacres de segurança em todos os cavirões das
III) Só dar o pronto do Probe conectado quando os manilhas;
indicadores da tomada estiverem em um ângulo de 30 VI) Pintar o piso da estação com tinta antiderrapante;
graus. VII) Em fainas de transferência de óleo, ter na estação
d) Realização de briefing - Para todos os envolvidos na areia, serragem ou outro material absorvente para o caso
faina deverão ser comentados procedimentos, de ocorrer algum vazamento;
precauções de segurança e desengajamento em VIII) Em fainas de recebimento de óleo, colocar bandeja
emergência. de alumínio sob o mangote, próximo a tomada, para
e) Precauções para transferência de pessoal colher óleo que vaze durante a desconexão;
I) Não utilizar cabos de manilha de mais de 5 anos de IX) Nas fainas de transferência de óleo, manter a estação
fabricação; guarnecida por pessoal do CAV, com equipamentos de
II) Passar peso-teste, dentro da cadeira de transferência, CBINC (linha de espuma);
de 1,5 vezes o peso da carga a ser transferida (até o X) Manter kit de corte em emergência guarnecido na
limite de 272 kg) antes de realizar a transferência; estação;

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XI) Manter a estação guarnecida por enfermeiro com kit 5.12.2 - Leap Frog - Nos exercícios de LEAP FROG
de primeiros socorros; nenhum cabo será passado. O número de participantes
XII) Ter pronto kit de ferramentas para desengajamento será de três ou mais navios. Ao começo do exercício, o
em emergência; navio mais de ré iniciará a aproximação ao seu matalote
XIII) O Sr. Mestre do navio deve inspecionar todo o de vante, e permanecerá, se nada determinado em
dispositivo e os acessórios de convés antes da faina, contrário pelo ODE, pelo tempo aproximado de 10
minutos em posição a contrabordo. Em seguida,
cumprindo a lista de verificação para preparação da
avançará e realizará aproximação aos navios mais de
estação; e
vante, cumprindo o mesmo procedimento, um a um. Ao
XIV) Manter atualizados os testes de carga dos olhais e terminar a última aproximação, posicionar-se-á como
acessórios da estação submetidos a esforços, conforme navio-testa da coluna. Em determinado momento, o
os planos do navio. último navio (penúltimo da formatura inicial) iniciará
k) Trânsito de pessoal estranho à faina suas aproximações a todos os navios e assim
I) É proibido o trânsito de pessoal estranho à faina pelos sucessivamente, até que a formatura inicial esteja
conveses abertos; e restabelecida, quando o exercício estará encerrado, a
II) O pessoal que desejar assistir à faina formará no local critério do ODE.
determinado pelo Imediato, divulgado por fonoclama. Não haverá guarnecimento das estações de
l) Oficial de Segurança da estação transferência.
I) O Oficial de Segurança da estação (normalmente um
dos Encarregados de Divisão do Departamento de 6 - MANOBRAS DE PESO
Armamento) verifica o cumprimento das precauções de
segurança por todos na estação, podendo interromper a 6.1 – GENERALIDADES - As observações aqui
faina para corrigir alguma violação; apresentadas servem de introdução à manobra com pesos
II) Essa função não é cumulativa com a do Oficial que realizada nos navios, estropos utilizados e procedimentos
supervisiona a faina; e internos de segurança a serem adotados.
III) A faina marinheira deve ser conduzida pelo Mestre. Estropos são utilizados para içamento, arriamento e
sustentação de cargas. Eles podem ser passados
m) Fumo, corte e solda - Nas fainas de transferência de
diretamente na carga (ou em sua volta) e, dependendo da
óleo são proibidos fumo, corte e solda em todo o navio,
natureza do trabalho a que se destinam, podem ser de
sendo estas proibições disseminadas por fonoclama em
corrente, de cabos de aço ou de cabos de fibra.
intervalos regulares durante toda a faina.
A escolha de um estropo e a maneira de passá-lo
depende do número de objetos a serem manobrados, do
5.12 - LIGHT LINE E LEAP FROG peso dessa carga e de sua forma; se frágil ou robusta. Os
requisitos a serem atingidos para a seleção de um estropo
5.12.1- Light Line - Estas fainas têm como principal
é que ele possa envolver a carga sem sua deformação
propósito adestrar os oficiais de manobra dos navios na
(esmagamento) e seja resistente o suficiente para
aproximação e manutenção de posição a contrabordo. As
suportá-la.
seguintes recomendações são específicas para as fainas
de Light-Line:
I) A estação de transferência será guarnecida pelo Sr. 6.2 – DEFINIÇÕES - Alguns tipos de estropo mais
Mestre e sua faxina; utilizados:
II) A balaustrada da estação não deverá ser arriada; a) Estropo comum (FIG.1) – De cabo de fibra ou cabo
III) A estação será identificada pela letra “B” durante o de aço. Anel de cabo, cujos chicotes são geralmente
dia e pelo Pombal todo aceso à noite; ligados por costura redonda. Indicado para cargas
robustas e com centro de gravidade equidistante de suas
IV) Somente serão passados os cabos de distância e
extremidades.
telefônico. O navio controlador passará inicialmente o
rebolo, em seguida o navio aproximador amarrará ao
rebolo o mensageiro do seu cabo de distância e, por fim,
passará o cabo de distância que será fixado nos mesmos
moldes da faina de transferência. A não ser que algo
tenha sido definido em contrário, as estações do cabo de
distância serão nas mesmas posições que nas fainas de
transferência, a fim de familiarizar a Manobra com o
Figura 1 - Estropo comum
posicionamento e a visualização do citado referencial; e
V) Os Navios-Tanque somente poderão ser fornecedores. b) Estropo aberto (FIG.2) - De duas ou quatro pernadas
O cabo de distância deverá ser passado de corrente ou cabo de aço, ligadas em uma das
perpendicularmente ao eixo longitudinal do navio e, extremidades por um olhal, tendo gatos nas outras
sempre que possível, na proa. extremidades.

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Ideal para cargas robustas com pontos resistentes de
fixação dos gatos e com centro de gravidade equidistante
de suas extremidades. Muito utilizado para içamento de
tambores (estropos de duas pernadas) e para içamento e
transferência de “pallets” de munição (estropos de quatro
pernadas).

Figura 5 - Estropo para veículos


f) Estropo de cintas de poliéster (FIG.6) - Bastante
resistente, maleável e leve é feito com cinta de poliéster
monofilamento com madre de poliéster, portanto, não
suscetível à corrosão.

Figura 2 - Estropo aberto

c) Estropo braçalote (FIG.3) - Pedaço de cabo com


uma alça em cada chicote, feita com costura redonda ou
com clips. Indicado para cargas com um único olhal para Figura 6 - Estropo singelo de cinta com terminal em olhal singelo
içamento ou para passagem em torno de cargas (com
redução de 0.8 de sua carga de trabalho) ou ainda, 6.3 – RESPONSABILIDADES - Em geral o
quando utilizado aos pares pode formar um estropo responsável a bordo pela realização das manobras de
aberto. peso é o Mestre do navio, devendo assim supervisionar
sua execução mesmo que delegando a outra praça a sua
efetiva condução.
Nesses casos de delegação deve ficar bem claro quem
coordenará a faina, controlará as ações a empreender e
fiscalizará o cumprimento dos requisitos de segurança.
Nada justifica um acidente em qualquer serviço de
manobra de peso, normalmente motivado pela
imprudência do pessoal envolvido, assim as seguintes
regras devem ser obedecidas:
1 - conhecer o peso da carga; nunca subestimá-lo;
2 - escolher o estropo com resistência compatível,
empregando a tabela adequada de cargas X cabos
constante no Arte Naval (tabelas 7-7 e 7-8). O fator de
segurança de 5 para 1 (cada pernada do estropo deve ter
capacidade de 5 vezes a carga a ser içada considerando
Figura 3 - Estropo de braçalote ângulo ideal de 90º entre elas) é o aconselhado em
d) Estropo de rede (FIG.4) - Rede quadrada ou situações normais;
retangular confeccionada especialmente para este fim 3 - verificar a tabela de eficiência das costuras e nós
(carga) podendo ter sua malha costurada ou com clips. dando a percentagem adequada ao tipo de amarração do
estropo; e
4 - calcular o esforço sobre cada pernada, de acordo com
o tipo de estropo. Se possível, não usar um ângulo de
estropo menor que 45º.

6.4 – PROCEDIMENTOS PARA A REALIZAÇÃO


DE MANOBRA DE PESO
Os seguintes procedimentos devem ser cumpridos
Figura 4 - Estropo de rede quando realizando manobras de peso a bordo dos navios.
e) Estropo para veículos com balancins (FIG.5) - a) A manobra de peso deve ser do conhecimento e
Também podem servir a outras cargas, mas seu emprego autorizada pelo Oficial de Serviço que avaliará as
principal é para veículos com pontos estruturais de condições do navio quanto à energia e trinagem,
içamento (onde há gatos nas 4 extremidades do estropo) providenciando a interdição do trânsito nos conveses
ou sem esses pontos, onde a carga será suportada por abertos e a disseminação por fonoclama da informação
seus eixos. Especial atenção deve ser dada no início do “Navio - faina de Manobra de Peso, Está Interditado o
içamento para verificação da correta passagem da rede Trânsito nos Conveses _______, Entre as Cavernas
sob as rodas. ______ e ______”;
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b) O Mestre coordenará a faina ou delegará estes, as rotinas de manutenção previstas para os cabos,
expressamente a sua condução devendo, no entanto, como as inspeções e as avaliações, sejam eles de fibra ou
verificar se os estropos escolhidos são os adequados, se de aço.
o material necessário está disponível e se os
procedimentos de segurança foram relembrados; Sinalização para Manobras com guindastes / paus-de-carga
c) O coordenador da faina deverá sempre verificar os
seguintes itens:
I) Assegurar-se da interdição da área ao trânsito;
II) Efetuar briefing sobre os procedimentos de
segurança;
III) Inspecionar estropos e cabos a serem utilizados;
IV) Verificar o EPI dos envolvidos na faina. Todos os
militares na faina deverão portar colete de flutuabilidade
permanente ou auto-inflável (caso a faina seja em um
convés aberto); capacete com jugular passada e luvas
tipo raspa de coco ou de vaqueta (exceto para o
manobrador do guindaste / pau-de-carga e orientador do
guindasteiro – coordenador);
V) Relembrar ao manobrador do guindaste a sinalização
a ser utilizada (FIG.7) e as especificidades da faina;
VI) Orientar os manobradores de carga quanto à
passagem de cabos guias – no mínimo dois - obrigatórios
a cada lingada; e
VII) Verificar se todo o material necessário está
disponível (pallets, estrados, redes, lonas, lanternas para
sinalização ao guindaste no período noturno, etc).
d) Ao término da faina o coordenador dará o pronto da
manobra ao Mestre e este ao Oficial de Serviço. 7 - SUSPENDER, FUNDEAR E PEGAR A BOIA
e) Em fainas de longa duração pode haver certa
desatenção durante as diversas lingadas de carga. Nessas 7.1 – SUSPENDER E FUNDEAR - A manobra de
situações, é recomendável a presença do Oficial de fundear um navio é uma faina que requer estreita
Segurança acompanhando sua execução. coordenação entre o Passadiço, a Estação da Proa e as
f) Quando utilizando paus-de-carga ou aparelhos de Equipes de Navegação do Passadiço e do COC. Deve ser
laborar (teques, talhas, estralheiras) atenção especial organizada de maneira que seus integrantes constituam
deve ser dada ao uso de EPI por militares que alarão os uma equipe homogênea, adestrada e capaz de realizar
cabos, ao emprego de socairo adequado e à utilização não só seu trabalho específico, mas também possuir o
exclusiva de apito marinheiro para o cumprimento de conhecimento necessário sobre as atividades conduzidas
ordens para alar ou pagar cabos; e. pelas demais estações, a fim de bem compreender a
g) Verificar se há espaço suficiente no convés e nas manobra em seu conjunto.
passagens para manobra segura com a carga. O aparelho de fundear e suspender é constituído pelo
conjunto do ferro, amarras, máquina de suspender e
6.5 – OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES todos os acessórios das amarras como as manilhas,
a) Ter atenção quando a carga contiver líquidos devido escovéns, gateiras, mordentes, boças etc.
ao efeito de superfície livre que pode redundar em A amarra, normalmente ligada ao ferro por uma
movimento pendular exagerado do conjunto; manilha, é constituída por diversos elos e dividida em
b) Em hipótese alguma pode haver trânsito sob a carga quartéis. As amarras possuem normalmente, 120 braças
suspensa; de comprimento (219 metros), divididos em oito quartéis
c) Quando a carga a ser transferida for munição, de 15 braças (27,5 metros), ligados entre si. Alguns
recomenda-se que sejam utilizadas paletas especiais para navios possuem amarras de 185 metros, divididas em 5
esse fim; quartéis de 37 metros cada um. O chicote do último
d) É aconselhável que atado a cada estropo haja uma quartel da amarra passa por um arganéu chamado paixão
etiqueta de lona (nos mesmos moldes das identificadoras e é fixo ao paiol da amarra através de uma manilha ou
de cabos em fainas de transferência no mar), contendo a gato de escape denominado braga, presa ao teto ou
data de sua confecção e a carga de trabalho a fim de antepara do paiol; o outro chicote fica talingado no anete
facilitar o utilizador; do ferro.
e) Paus de carga e turcos empregados em manobras de A máquina de suspender consta de um motor elétrico
peso devem possuir testes de carga válidos, assim como ou sistema eletro-hidráulico acionando um cabrestante
inspeções visuais e rotinas de SMP atualizadas; e ou molinete. No cabrestante (ou molinete) há uma coroa
f) Apesar de não serem preconizados testes de carga de barbotin, por onde a amarra é rondada, permitindo
periódicos para os estropos, permanecem válidas para içar o ferro.
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7.1.2 – Comunicações - As comunicações entre o menor possível, o suficiente para possibilitar que a amarra
passadiço e a proa devem funcionar perfeitamente, pois são corra e fique a pique de estai.
muito importantes para a coordenação da manobra com o O fundeio é, à primeira vista, uma manobra simples,
ferro. Não há nada que prejudique mais uma manobra do mas se certos cuidados não forem tomados, e algumas
que mensagens enviadas de forma truncada ou errada. regras não forem cumpridas, podem ocorrer surpresas
As mensagens devem ser transmitidas de forma clara e desagradáveis.
utilizando a fraseologia padrão. O telefone da proa tem que Do filame da amarra, do peso e tipo do ferro e da
ser guarnecido por um telefonista bem adestrado. Podem qualidade do fundo, dependerá a maior ou menor segurança
ser utilizados outros meios de comunicações em paralelo no fundeio. Um ferro nunca unha com a amarra na vertical.
ao circuito telefônico interno, entre o passadiço e a proa, Esta deverá possuir sempre uma catenária, que
tais como: megafones, sinais preestabelecidos e amortecerá os choques do navio sobre o ferro. Relembra-se
transceptores portáteis (apenas para emergência ou falha no que o navio é mantido no ponto de fundeio pelo peso da
circuito principal). amarra e não apenas pelo ferro unhado no fundo.
7.1.3 - Aproximação para o fundeio - A estação da Proa 7.1.3.3 - Manobra da proa
deve estar atenta a todas as informações recebidas da a) À ordem do Comando de deixar o ferro pronto a largar,
Manobra e manter para pronta utilização todo o este deve ser arriado com a máquina de suspender, tendo a
equipamento. coroa engrazada, até que o anete fique por fora do
Todos os equipamentos devem ser testados com a escovém. Após isto, deve-se passar o freio mecânico de
devida antecedência, de modo a evitar surpresas fricção e passar uma patola, desengrazando a coroa.
desagradáveis, tais como: ferro dormiu no escovém, patola
b) A cerca de 1.000 jardas para o ponto de fundeio, o que
não abre etc. As patolas têm que estar engraxadas e os
pode variar de acordo com as características de cada navio,
cavirões das mesmas sem excesso de tinta.
o Oficial de Quarto dará a ordem de “PREPARAR PARA
Depois do ferro ter sido largado a Proa envia para a
LARGAR O FERRO”.
Manobra as informações necessárias, como: quantidade de
c) À voz de “ATENÇÃO PARA LARGAR O FERRO”,
amarra fora do escovém, sua tendência (isto é, como diz a
dada a cerca de 100 jds do ponto de fundeio, o Mestre
amarra), o esforço sobre a amarra (tensa/branda).
determina que o freio do cabrestante seja aberto e o cavirão
A aproximação para o ponto de fundeio é executada de
da patola retirado, e fica atento ao militar que está junto a
modo que o navio largue o ferro exatamente no local
patola com a marreta.
desejado, levando em conta as condições meteorológicas
(visibilidade, vento e corrente reinantes na área). Na d) À voz de “LARGAR O FERRO”, o militar bate com a
ocasião, o navio deve estar com pequeno seguimento a ré, e marreta na patola, no sentido de abri-la. É necessário que
não parado, de modo que a amarra não fique enroscada desde a voz de “Atenção”, todos fiquem afastados da
sobre o ferro, não ocorram trancos violentos e, ainda, que o amarra para evitar acidentes.
ferro unhe. e) À medida que a amarra corre, o número de quartéis deve
ser informado à Manobra, assim como a sua direção e
7.1.3.1 - Posição de fundeio - A posição do fundeio é um tensão.
problema exclusivamente de navegação. O Encarregado de A situação da amarra em relação ao navio é a seguinte:
Navegação, através de qualquer método de navegação - a amarra pode “dizer” para vante, para ré ou para o través
(visual, radar etc.), leva o navio até o ponto de fundeio - quando estiver paralela a uma dessas direções;
plotado na carta. Esta posição deve estar associada a pontos
- amarra a pique de estai - quando estiver paralela ao estai
notáveis para referência de marcação e distância, de modo
do mastro principal;
a possibilitar ao Oficial de Quarto verificar periodicamente
- amarra a pique - quando a amarra está na vertical ou
a posição do navio, conferindo se está ou não garrando.
próxima da vertical;
Entretanto, o Oficial de Quarto deve ter em mente que o
navio tem a tendência de sempre afilar a corrente, vento e - amarra dizendo para BE (ou BB) - quando estiver dizendo
maré, podendo “rabear”, ou seja, girar em torno do ferro para um dos bordos, desde que ele seja contrário ao bordo
até “afilar” a um desses três agentes, ou a composição do escovém da amarra; e
deles. - o navio está portando pela amarra quando está exercendo
O Ponto de Fundeio será considerado como a posição esforço sobre a mesma.
onde efetivamente se larga o ferro, já considerando a f) O Mestre observa a direção e a tensão da amarra,
distância escovém x passadiço. informando ao oficial da Proa que transmite essa
informação para a “Manobra”, através do telefonista da
7.1.3.2 – Fundeio - Quando se aproximando do ponto de proa. Quando a amarra começar a retesar através de leves
fundeio, o navio deve ser mantido com seguimento trancos é um sinal de que o ferro unhou. A informação de
suficiente para permitir o governo. Mas este seguimento que o ferro unhou deve ser transmitida para a “Manobra”,
não deve ser tão grande que dificulte parar o navio sobre o que soa o apito longo correspondente, alertando as
ponto. Deve-se evitar esforço demasiado e tranco na unidades próximas de que o navio fundeou, e
máquina de suspender, quebrando o seguimento antes de possibilitando que as demais estações do navio executem
largar o ferro. as fainas de arriar a lancha, arriar a escada de portaló,
Não se larga o ferro com o navio totalmente parado, disparar o pau de surriola e manobrem com as bandeiras.
pois a amarra vai se empilhar sobre o ferro, sendo quase g) Os militares que guarnecem o freio do cabrestante, o
certo que se enrosque nele. Adicionalmente há maior controle do cabrestante e a patola ficam equipados com
dificuldade para o ferro unhar. Larga-se o ferro com um capacetes e óculos protetores.
pequeno seguimento para ré. Este seguimento deve ser o
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7.1.3.4 - Boia de arinque - Em geral, larga-se uma Em locais de fundeio sujeitos a ventos e correntes ou
pequena boia, chamada “boia de arinque”, presa à cruz com mau tempo, deve-se consultar a tabela para se
do ferro por meio de um cabo. Sua finalidade é indicar a determinar a quantidade de filame.
posição em que o ferro se encontra. Isto é especialmente Não se deve largar um filame maior que o indicado, a
útil para localizá-lo e recuperá-lo no caso de um acidente título de aumentar a segurança, pois tal prática poderá
em que a amarra venha a partir ou quando se fizer ocasionar esforços adicionais na amarra, seja por seu
necessário destalingá-la (picar a amarra), soltando uma peso, seja por ficar presa em algum obstáculo do fundo,
das manilhas ou elos patentes que ligam os quartéis entre ocasionando a sua ruptura.
si (ou a manilha (braga) que prende o último quartel no A informação de filame transmitida da proa para a
paiol da amarra). manobra é baseada na observação das marcas dos
Para isto, quando deixando correr o filame desejado, quartéis pintadas na amarra.
faz-se necessário deixar os elos patentes que unem os 7.1.3.6 - Escolha do fundeadouro - Um elemento muito
quartéis sobre o convés, de modo a facilitar a importante a considerar é a natureza do fundo. Os fundos
desconexão em caso de emergência. de “pedra” são maus fundeadouros, devendo ser evitados
A boia e o seu cabo são passados por fora da borda e tanto quanto possível, não só pela dificuldade que o ferro
devem ser largados bem afastados do navio, ao mesmo tem em unhar, como também porque o ferro e a amarra
tempo que o ferro. correm o risco de se prenderem nas pedras. Além disso,
A boia de arinque de BE é pintada na cor verde, e a o ferro pode partir-se ao cair sobre as pedras, sobretudo
de BB na cor encarnada. Nos navios que possuem em águas profundas.
apenas um ferro na proa, a boia é pintada de amarelo. Havendo necessidade de se fundear em fundo de
O comprimento do cabo da boia de arinque deve ser pedra, convém largar o ferro lentamente, usando a
igual, aproximadamente, a quatro terços da profundidade
máquina de suspender, e reduzir o filame ao mínimo.
local.
Também é conveniente, se possível, inspecionar o local
7.1.3.5 – Filame - É a quantidade de amarra fora do com mergulhadores, para se conhecer a real situação do
escovém com o navio fundeado. No mar fortemente ferro e da amarra. Como nesta situação de fundeio o
cavado (arfagens e caturros violentos) um longo filame ferro pode entocar, impossibilitando o seu içamento, tal
torna-se ainda mais necessário, porque, quando o providência evita surpresas, que poderão configurar uma
vagalhão suspender a proa, não tesará a amarra em situação crítica em caso de haver necessidade de se
virtude do grande brando que ela estiver apresentando. suspender em emergência.
Consequentemente, não haverá tranco. Em águas profundas, também se arria o ferro, usando
Deve-se ter em mente que é mais fácil, manobrando a a máquina de suspender, de modo a reduzir o impacto do
tempo, impedir que o ferro garre, do que fazê-lo unhar ferro no fundo. Desta forma, em profundidade superior a
depois de ter começado a garrar. 20 metros, deve-se arriar um pouco de amarra pelo
O filame a ser largado para um fundeio é função da cabrestante, deixando-a a poucos metros do fundo, antes
profundidade, características da amarra e do ferro, e de largar o ferro para fundear, para evitar que ela caia
condições meteorológicas reinantes, como vento, com grande velocidade. Neste caso, é imprescindível que
corrente e estado do mar. o navio largue o ferro quase sem seguimento algum.
A tabela a seguir indica o filame recomendado, em Os melhores fundos, chamados de boa tença, são os
função da profundidade e tipo e amarra. de areia dura, lodo macio e os de lama e areia. Os fundos
de lodo mole e areia fina são regulares. Se o fundo é de
lodo muito mole, deve ser considerado mau
fundeadouro, porque há perigo do ferro enterrar-se de tal
maneira que pode ser difícil arrancá-lo ao suspender.
Características de um bom fundeadouro:
- abrigado, sem ou com pouco vento, corrente e vagas;
- pouca profundidade, evitando largar um grande filame;
A quantidade ideal de amarra a ser arriada é aquela - fundo de boa tença;
que permite a formação de uma catenária, que faça com - o fundo não deve possuir gradiente acentuado, porque é
que a componente horizontal de esforço sobre o ferro mais difícil para o ferro unhar e o navio fica sujeito a
seja bem maior que a componente vertical (que tende a garrar quando estiver portando pela amarra no lado de
içá-lo). maior profundidade; e
Para águas abrigadas (em estadias pequenas), com - deve haver, bastante espaço para o giro do navio
profundidades de até 30 metros, adota-se a seguinte fundeado. A área livre de obstruções que um navio
regra prática para determinar a quantidade de filame: necessita para fundear é equivalente a um círculo de raio
multiplicar por 5 a 7 vezes a profundidade local (ferro igual à soma do filame mais o comprimento do navio.
sem cepo: o ferro patente, por exemplo) e 4 vezes a
profundidade local (ferro tipo almirantado).

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7.1.4 - Máquinas de suspender coroa para içar o ferro. O freio mecânico da coroa deve
ser folgado ao se engrazar a mesma à madre para içar o
7.1.4.1 - Cabrestante e guincho
ferro. O sistema possui um freio elétrico do cabrestante
a) Características gerais - a manobra de suspender é feita que funciona na manobra de içar o ferro, agindo como
através de cabrestantes ou guinchos, acionados por segurança do mesmo, quando o motor pára
motores elétricos, a vapor, ou eletro-hidráulicos. Quando momentaneamente ou por falta de energia.
o cabrestante ou guincho tem esta finalidade é chamado
genericamente de Máquina de Suspender. 7.1.4.2 – Utilização - Para largar o ferro é preciso
b) O cabrestante é uma máquina de eixo vertical, que se primeiramente abrir o mordente respectivo (haste de
acopla ao eixo do motor através de engrenagens. O eixo ferro que comprime os elos da amarra de encontro à
do cabrestante recebe uma roda especial com entalhes na abertura da “gateira”). Em seguida, folga-se o freio da
periferia denominada “coroa de barbotin” onde engraza a “coroa de barbotin”. Ao ser aberta a patola, o ferro cai
amarra. Por cima da “coroa de barbotin”, acoplado ao pelo próprio peso. A velocidade com que a amarra sai
mesmo eixo, é montado um tambor (saia) para a poderá ser controlada pelo freio mecânico (é
manobra de cabos e espias. Este tambor às vezes aconselhável que, ao desengrazar a coroa, aperte-se esse
apresenta um certo número de nervuras boleadas freio, a fim de haver maior segurança contra uma corrida
destinadas a aumentar a aderência dos cabos, evitando prematura do ferro, caso falhem o mordente e a patola).
Quando se usa o cabrestante para entrar um cabo
que escorreguem. Em alguns casos, por cima da saia,
qualquer, a coroa fica desengrazada (dando assim livre
existe uma peça de forma circular (chapéu) tendo em
giro à madre que faz girar o tambor do cabrestante) e
volta um certo número de aberturas de seção
com o seu freio apertado, para não ser arrastada pelo giro
quadrangular para receber as barras destinadas a girar o
do tambor do cabrestante.
cabrestante manualmente. Para a manobra manual é
conveniente que haja algum dispositivo de segurança Quando o ferro está sendo içado e se para o
que impeça o cabrestante de girar em sentido contrário movimento, é conveniente passar o freio mecânico para
quando se largam as barras: em geral, usam-se lingüetas reforçar o freio elétrico, pois estando a coroa engrazada
que esbarram contra ressaltos. nessa ocasião, o seu freio atuará também na madre do
c) O guincho é um aparelho idêntico ao cabrestante, cabrestante.
apenas tendo o tambor e a coroa de barbotin montados 7.1.5 - Manobra de suspender
em eixo horizontal.
7.1.5.1 - Preparar para suspender - Antes de içar o
d) O maior esforço que o cabrestante ou guincho tem de
ferro, deve-se verificar o funcionamento da máquina de
desenvolver é o do arranque do ferro. Nesta ocasião,
suspender. A seguir engraza-se a coroa, folga-se o freio
deve-se ter o cuidado de não sobrecarregá-lo.
mecânico e iça-se ligeiramente a amarra para que deixe
e) A potência do motor deve ser suficiente para vencer de portar pelas patolas e mordente, caso existam.
um esforço igual a dez vezes o peso do ferro e suspendê- Liberam-se as patolas e o mordente. A amarra então
lo com a amarra após ter arrancado, a uma velocidade estará pronta para ser içada.
não inferior a 7,5m por minuto; e para colher o seio da
amarra na razão de 12m por minuto. 7.1.5.2 - Execução da manobra - À voz de “recolher o
f) Cabrestantes e guinchos com acionamento eletro- excesso da amarra” girar o cabrestante devagar, de modo
hidráulico são os tipos mais utilizados nos navios da a tirar o seio da amarra. Para auxiliar a entrada da amarra
Esquadra, e por este motivo serão apresentados neste e evitar esforços demasiados na máquina de suspender,
capítulo: pode ser necessário dar máquinas adiante um pouco.
- estes cabrestantes normalmente constam de eixo Conforme a amarra for sendo colhida, esta deve ser
(madre), “coroa de barbotin”, tambor (saia), freio e trem lavada com uma mangueira da rede de incêndio (se não
de engrenagens. São acionados por um motor elétrico, existir sistema específico para isto no escovém), para
que por sua vez aciona um motor hidráulico; remover a lama e areia porventura existentes. Ao mesmo
- a “coroa de barbotin” e o tambor estão acoplados ao eixo tempo, se informa à “Manobra” a quantidade de amarra
principal e são localizados na proa. O freio mecânico da ainda na água (terceiro quartel no escovém, terceiro
“coroa de barbotin” prende-se à estrutura do navio abaixo quartel na coroa etc.) e “como diz a amarra” (para vante,
do convés, possuindo dois volantes de manobra, um no para ré, tensa, branda etc.).
compartimento da máquina de suspender e outro no Também se informa à “Manobra” quando o ferro
convés. O controle de velocidade do eixo do cabrestante e arrancar, quando o ferro for avistado (ferro “a olho”), e a
o sentido de sua rotação são obtidos pela movimentação situação da amarra (clara, muito suja, enroscada no ferro
dos volantes de controle, que atuam diretamente no sistema (“entocada”)).
de transmissão hidráulica; e Assim que o ferro sair da água, informa-se “pelos
- o tambor do cabrestante é enchavetado na madre cabelos”. O ferro também deve ser lavado até que não
(eixo), ao passo que a coroa pode trabalhar engrazada ou apresente nenhum sinal de lama.
livre da madre através de manobra de embreagens. Um Quando se empregam cabrestantes elétricos, percebe-
volante no compartimento da máquina de suspender se o instante em que o ferro é arrancado pela diminuição
aloja ou desaloja as chavetas, prendendo ou livrando a da corrente elétrica, indicada no amperímetro de
coroa da madre. Estas chavetas devem ser mantidas na controle.
posição de largar, sempre que não se estiver usando a
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Em determinadas classes de navio, oficiais de 7.2 – PEGAR A BOIA - A manobra de amarrar à boia
manobra experientes são capazes de sentir o instante em divide-se em duas etapas: aproximação à boia e
que o ferro arranca pela variação na vibração que chega amarração propriamente dita. É uma faina que requer a
ao passadiço, decorrente dos elos da amarra passando mais estreita coordenação entre a manobra e a proa.
por sobre o escovém. A amarração à boia pode ser uma manobra fácil e
Alguns oficiais, com o intuito de abreviar a manobra, rápida ou longa e difícil, dependendo em parte da
começam a manobrar com máquina tão logo o ferro destreza da faxina do mestre e da guarnição da lancha,
arranque. Tal medida pode causar problemas, uma vez porém depende muito mais da habilidade de quem
que o navio poderá deslocar-se por águas rasas, e o ferro manobra, ou seja, o modo com que a proa do navio é
roçar o fundo, prendendo ou, até mesmo, danificando levada para a boia e mantida nessa posição, até o término
instalações submersas (cabos elétricos, canalizações). da passagem do dispositivo.
O principal é demandar quase que diretamente a boia
7.1.6 - Fraseologia padrão (Figura 7-1), com marcha reduzida, considerando-se os
a) vozes padrão (passadiço/proa) efeitos do vento e da corrente. Para isto, é necessário
I - Fundeio conhecer a direção e a velocidade de ambos, lembrando
que o vento faz o navio abater e arribar, enquanto a
- Preparar para largar o ferro.
corrente produz abatimento. A boia deve ser posicionada
- Atenção para largar o ferro. na bochecha de sotavento, onde normalmente possa ser
- Largar o ferro. avistada do passadiço.
- Como diz a amarra? Com vento forte, não havendo a presença de corrente,
- Qual o filame? o rumo ideal para demandar a boia é o que deixa a linha
do vento na bochecha, a 30 graus da proa, e a boia no
- O navio está portando pela amarra? outro bordo, na mesma marcação polar; o que se
- Volta aos postos. pretende é ter a boia posicionada a sotavento, próximo
II - Suspender ao escovém, quando o navio ficar parado. Convém ter
- Preparar para suspender. atenção ao abatimento e ao caimento para sotavento, que
se acentuam quando o navio perde seguimento ou
- Recolher o excesso da amarra.
quando está com máquinas atrás.
- Içar o ferro Com a presença de corrente é recomendável ir
- Como diz a amarra? aproado a ela, abordando a boia pela bochecha mais safa
- Como diz o ferro? para a amarração.
- Qual o filame? Com a presença de vento e corrente de direções
diferentes, deve-se aproar a corrente e deixar a boia a
- O navio está portando pela amarra?
sotavento.
- Volta aos postos.
b) vozes padrão (proa/passadiço)
- Amarra a pique - A direção da amarra é perpendicular à
superfície das águas.
- Amarra a pique de estai – A direção da amarra é
paralela ao estai do mastro principal.
- Amarra dizendo para vante (ou para ré, ou para o
través) - Quando a amarra estiver paralela ou
aproximadamente paralela a uma destas direções.
- Amarra dizendo para BE/BB - Quando estiver dizendo
para um destes bordos, desde que ele seja contrário ao
bordo do escovém da amarra.
- O ferro unhou.
Figura 7-1 Aproximação à boia.
- Navio portando (ou não portando) pela amarra -
Quando o navio está exercendo esforço (ou não está 7.2.1 - Tipos de amarração à boia - Os navios podem
exercendo) sobre a amarra. ficar amarrados à boia por um dos seguintes meios:
- por uma das amarras, que é destalingada do ferro e
- Arrancou - Quando o ferro deixa o fundo, o que se manilhada a um arganéu da boia;
verifica por ficar a amarra vertical e sob tensão. - por um quartel de amarra, especificamente utilizado
- A olho - Quando surge o anete do ferro à superfície da para esse fim (amarreta);
água. - por um virador de cabo de aço flexível, com sapatilho
- Pelos cabelos - Quando a cruz do ferro está saindo no chicote e manilha; e
d’água. - pela amarra passada pelo seio ao arganéu da boia (a
- Em cima - Quando o anete do ferro chega ao escovém. amarra que se utiliza para este fim denomina-se
“fiador”).
- No escovém - Quando o ferro está alojado no escovém.
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7.2.2 - Procedimento para amarrar à boia 7.2.5 – Recomendações
a) Com o navio demandando à boia, a cerca de 700 a) Os homens escalados para irem à boia utilizam coletes
jardas de distância arria-se a lancha. salva-vidas de flutuabilidade permanente, tênis ao invés
b) A cerca de 150 jardas da boia, a lancha recebe, pela de sapatos, capacete de fibra, luvas e cinto de segurança.
bochecha do navio, o mensageiro do cabo de leva, o qual b) Não movimentar as máquinas quando o navio estiver
vai ser conduzido, passado pelo arganéu, talingado entre amarrado à boia pela amarra ou apenas pelo cabo de ala
si e recorrido por um dos bordos, até que o retorno do e larga. Se for indispensável, fazê-lo muito lentamente.
chicote do cabo de ala e larga retorne para bordo, sendo c) Não tracionar o cabo de ala e larga pelo cabrestante
passado no cabeço da proa. com os homens em cima da boia.
c) Após o navio ter sido amarrado à boia pelo cabo de d) A lancha não deve se interpor entre o navio e a boia
ala e larga, através de um cabo guia, é arriada a amarra durante a faina.
para talingá-la no arganéu da boia, ou passar seu seio e) O material de pronto uso, necessário para efetuar o
pelo arganéu (o cabo de ala e larga facilita a manobra de corte da amarra ou do virador em caso de emergência,
passagem da amarra ou virador, pela Faxina do Mestre, deve estar disponível na proa.
pois auxilia na aproximação do navio à boia, mantendo-o f) Recomenda-se que o passadiço, a proa e a lancha
nesta posição até a passagem da amarra ou virador; o possuam um transceptor portátil para facilitar a
cabo guia fixado no chicote da amarra ou virador facilita coordenação das ações da lancha e dos homens que
a sua colocação no arganéu). trabalham sobre a boia.
d) Após isso, é solecado o cabo de ala e larga até que o
navio fique portando pela amarra ou fiador. Recomenda- ANEXO A - APRESENTAÇÃO MARINHEIRA
se manter o cabo de ala e larga passado, de modo a
facilitar a manobra de largar a boia, quando após 1 – GENERALIDADES - Os homens do mar, há
destalingar a amarra ou liberar o fiador, os homens são muitos séculos, vêm criando nomes para identificar as
recolhidos da boia, bastando a partir daí liberar um dos diversas partes dos navios e suas ações, que pela
chicotes do cabo de ala-e-larga e recolhê-lo para que o repetição, tornaram-se costumes. Naturalmente, muitas
navio largue da boia. particularidades e expressões da tradição naval lembram,
às vezes, aspectos da vida doméstica ou de atividades em
terra firme.
Pertencemos, todos nós que abraçamos a carreira do
mar, a uma fraterna classe de costumes e tradições
comuns. Ao marinheiro, não passará despercebido que a
vida nas Marinhas do mundo inteiro é parecida.
Encontramos semelhanças no uniforme, nos costumes,
nas palavras, nos gestos e no modo de agir. É que os
homens do mar, por enfrentarem o mesmo tipo de vida e
por se ajudarem mutuamente, passaram a constituir uma
classe de espírito muito forte.
As exigências quanto à apresentação marinheira dos
Figura 7-2 Fragata Independência portando pelo cabo de ala e larga.
navios, e também de seus homens, não estão ligadas
7.2.3 – Comunicações - As comunicações entre apenas a razões estéticas, mas, principalmente, a razões
Manobra e Proa devem funcionar perfeitamente, porque de ordem prática. O bom aspecto interno e externo de
são de primordial importância para a manobra. Utilizam- nossos navios constitui uma das mais nobres das
se prioritariamente os circuitos de comunicações tradições navais, que sempre distinguiu a Marinha do
interiores, reservando-se os transceptores portáteis como Brasil em relação às demais instituições nacionais e às
alternativa, em caso de falha ou em emergência, e para Marinhas estrangeiras.
comunicações entre a lancha e o navio. As mensagens
devem ser claras e obedecer à fraseologia padrão,
empregando-se os termos usuais referentes à faina.
Não há nada que atrapalhe mais uma manobra do que
mensagens truncadas ou utilizando fraseologia incorreta.
7.2.4 - Largar da boia - Inicia-se tesando o cabo de ala
e larga, até que a amarra fique branda, sendo então
desmanilhada e recolhida. Após o recolhimento da
amarra, o navio fica preso à bóia apenas pelo cabo de ala
e larga, bastando apenas para seu recolhimento que se
solte o chicote preso por um dos bordos, deixando-o
correr, recolhendo-o pelo outro bordo através do
cabrestante. Figura 1 - Inspeção de licenciados a bordo do NE Benjamim Constant - 1914.

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Tal tradição extrapola ao próprio navio, pois, como O sumário a seguir exprime o resultado de
diziam ilustres Chefes Navais do passado, as observações sobre falhas freqüentes no aspecto
embarcações miúdas são o espelho da unidade a que marinheiro, as quais depõem desfavoravelmente quanto
pertencem, servindo como cartão de visita aos que as à apresentação de qualquer unidade naval. Tais
vêem navegando ou atracadas. Hoje, tal tradição também observações, longe de representarem apenas o respeito
deve ser estendida às viaturas, que também levam longe às tradições, estão associadas à segurança, à manutenção
a imagem da OM a que pertencem. de um grau de prontidão elevado, à preservação da saúde
De maneira geral, despende-se muito tempo a bordo da tripulação etc. Mesmo se em um ou outro caso
corrigindo falhas relacionadas com a apresentação do identificarmos apenas razões estéticas ou tradicionais,
navio, as quais se manifestam de maneira repetitiva. lembremos que o navio é um lugar em que passamos
É comum que ocorram as “viradas” às vésperas de uma boa parte de nossas vidas, que merece ser
eventos importantes, sacrificando-se, desnecessária- esteticamente agradável e que o apego às tradições
mente, a tripulação. constitui um fator agregador.
Além disso, observa-se que, muitas vezes, exige-se do
subordinado coisa que ele não sabe ser sua obrigação 3 - FALHAS MAIS COMUNS QUANTO À
realizar, ou que não tem conhecimento suficiente para APRESENTAÇÃO MARINHEIRA
fazê-la corretamente; e que há padrões diferentes de a) Serviço de pintura descuidado, deixando as
aceitabilidade quanto ao nível de limpeza e marcações, vidros, partes envernizadas, borrachas de
apresentação. portas, vigias e cabos elétricos borrados pela tinta das
Principalmente nos navios com comissões freqüentes, anteparas;
a degradação da apresentação mostra-se quase como b) Amarelos limpos, porém com a pintura adjacente
inevitável. Assim, há necessidade de educar-se a borrada, devido ao extravasamento do preparado de
tripulação para que as metas almejadas quanto à boa limpeza (kaol ou similar);
apresentação marinheira sejam alcançadas com c) Graxa em excesso nas graxeiras e outros locais,
eficiência, por meio de um engajamento de todos a sujando a pintura;
bordo. d) Parafusos, porcas, grampos, orelhas de portas,
Recomenda-se, portanto, que o programa de válvulas e vigias de combate emperrados pela tinta
adestramento interno inclua o assunto “apresentação indevidamente aplicada;
marinheira”. e) Cabos jogados em desalinho pelo navio ou pelas
bordas, fiéis de toldos dependurados, chicotes de cabos
2 - ORIENTAÇÕES BÁSICAS - Entre outros sem falcaça ou esfiapados. Boças e cabos descochados,
aspectos, devem ser consideradas as seguintes desengaiados ou desforrados. Capas e sanefas sujas ou
orientações: maltratadas;
a) No porto, durante o expediente, os Encarregados de f) Talhas, aparelhos de laborar e acessórios semelhantes
Divisão, o Mestre e o Sargento-Polícia inspecionarão dependurados em vez de estarem colhidos ou guardados
freqüentemente o navio, verificando a limpeza, nos lugares apropriados,
arrumação dos compartimentos e aspecto marinheiro. g) Defensas esquecidas dependuradas no costado;
Após o expediente, o Oficial de Serviço e o Sargento- h) Tampas de tomadas (quando estas não estão em uso)
Polícia inspecionarão o navio, empregando o quarto de fora do lugar ou dependuradas; fiéis de tomadas,
serviço para mantê-lo limpo e com boa apresentação contrapinos e outros acessórios inexistentes;
marinheira; i) Cosedura das uniões de seções de toldos, do toldo aos
b) Em viagem o Mestre, o Contramestre de Quarto e o vergueiros da borda, e sanefas feitas incorretamente. Os
Sargento-Polícia exercerão, no que couber essas amarilhos do toldo devem ser passados pelo redondo do
atribuições, empregando o Grupo de Limpeza e Fainas vergueiro e virem dar meias-voltas de fiel junto aos
Marinheiras a manutenção da limpeza e aspecto ilhoses de pano, ficando a cosedura pelo redondo. A
marinheiro do navio; cosedura parecendo espinha de peixe é imprópria e de
c) Os sinais de rotina, como os de rancho, de uniforme mau aspecto marinheiro;
etc., entre a alvorada e o silêncio deverão ser executados j) Amarração dobrada deficientemente, de modo que a
por apito, com correção e os quartos marcados pelo sino tração não se distribui igualmente pelas pernadas.
de bordo; Amarração folgada (nos casos extremos, até mesmo
d) Não se admite que um tripulante suje o navio ou não tocando na água). Deve-se recorrer a amarração e colher
colabore com a manutenção de sua limpeza. Não é o brando nas variações de maré significativas, de modo a
demérito para nenhum militar de bordo, qualquer que evitar o mau aspecto;
seja a sua antigüidade, abaixar-se para recolher um k) Folga nos trincafios das espias e rateiras abertas por
trapo, um resto de cigarro ou outro detrito que algum causa das variações de mares;
descuidado deixou cair no piso e levá-lo à lixeira; e l) Lágrimas de ferrugem escorrendo pelos escovéns,
e) Nem mesmo o fato de o navio encontrar-se em PMG anteparas e costado, Lavar o cinzento logo que as
justifica a degradação na sua apresentação a um nível âncoras estiverem em cima e aboçadas; em simples
indesejável. chumaço na borda interna dos escovéns impedirá que as
águas do convés causem tão mau aspecto;

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m) Pintura do costado manchada pela água de baldeação por tábuas ou folhas de compensado quando por ele for
ou da chuva (em alguns navios, uma causa freqüente transitar material pesado. Não se deve admitir a
deste mau aspecto é esquecer os bicos de pato rebatidos); realização de tais fainas sem a precaução de se defender
ou por detritos líquidos e sólidos lançados pela borda. A o convés;
água das poças, ao secar, também pode manchar a x) Do mesmo modo, o costado deve ser protegido
pintura do convés. Por este motivo, as poças devem ser quando da atracação de batelão, chatas e outras
eliminadas imediatamente após as baldeações ou chuva; embarcações que utilizam pneus como defensas e que,
n) Costado com a linha d’água marcada por uma camada conseqüentemente, sujarão a pintura. É oportuno lembrar
de limo. Limpar diariamente o costado é o suficiente que as defensas de bordo deverão ser ajustadas à altura
para desaparecer essa prova de pouco cuidado; da embarcação que irá atracar, bem como poderá haver
o) Costado com pintura avariada, revelando o necessidade de ajustá-las
lançamento de restos de comida pela borda; ao longo da faina de carga ou descarga, em função de
p) Partes altas do navio desarrumadas; bem como variação do calado da embarcação atracada;
roupas, trapos e outros objetos estendidos nas bordas e y) Trapos utilizados como tapetes improvisados causam
lugares semelhantes; má impressão. Se determinado local precisa
q) Bandeira Nacional, do Cruzeiro, Pavilhões e Flâmula freqüentemente ser protegido para evitar que as pessoas
de Comando não-atopetados ou enroscados nos sujem o piso, devido aos conveses externos estarem
respectivos mastros e adriças. O rondar do vento ou o molhados pelo orvalho ou pela chuva, ou por ser trajeto
rabeio do navio não isentam o Oficial de Serviço, o entre o banheiro e a coberta, deve ser providenciada uma
Contramestre e o Sinaleiro, da responsabilidade pelo andaina de passadeiras ou tapetes apropriados;
mau aspecto; z) Etiquetas ou marcações de equipamentos, material das
r) As bandeiras e galhardetes são colocados nas adriças incumbências e placas de advertência (ligado, desligado,
para serem içados e retirados tão logo arriados. Não se perigo, área isolada para limpeza, etc.) confeccionadas
admite a colocação da Bandeira Nacional e a do com desleixo. Os recursos disponíveis atualmente
Cruzeiro amarfanhadas na base de seus mastros, permitem que mesmo os avisos improvisados sejam
aguardando o içamento; a manutenção do galhardete confeccionados com capricho;
“Prep” e das “substitutas” panejando presos às adriças, aa) Embarcações miúdas:
após cessado o motivo de sua utilização; ou, por ocasião I) As falhas mais freqüentes são capas sujas e mal
do Cerimonial, a Bandeira Nacional tocar o convés, ou arrumadas; paineiros sujos e maltratados; croques e
ser portada amarfanhada ou nos ombros do militar demais palamentas sujos; suportes para a palamenta
responsável por seu içamento. Recomenda-se indicar um faltando ou com a fixação folgada, guarnição displicente
militar para participar do Cerimonial de 08001, içando o ou mal apresentada;
Pavilhão Nacional, que será portado pelo Ronda; II) Embarcações não devem ser mantidas atracadas ao
1
- Sugere-se designar o Cabo-Auxiliar do quarto de 00-04 para este fim. portaló dos navios ou às escadas do cais; devem ficar ao
s) Galhardetes e Bandeiras-Insígnias enrascadas em largo ou amarradas ao surriola, atracando somente
adriças, quando içadas, comprometem o aspecto quando preciso e pelo tempo necessário;
marinheiro da Organização Militar. Quando se trata do III) Embarcações em serviço, afastadas do navio, e
Pavilhão Nacional, isto passa a ser inaceitável; quando junto ao cais ou a outro navio, deverão ter a
t) As bandeiras, se atopetadas, devem sê-lo, guarnição completa a bordo; o patrão não pode ausentar-
rigorosamente, até “beijar”. Durante seu hastear, é se da embarcação;
necessário a devida atenção à direção do vento, para que IV) Toldos de escaler depois de regular tempo de uso
não fiquem enrascadas; aumentam suas dimensões primitivas; devem, por isso,
u) Torneiras e chuveiros pingando e mangueiras e ser reajustados a fim de que, postos no lugar, fiquem
tomadas de recebimento de água vazando demonstram bem armados e em posição horizontal;
desleixo e desperdício dos recursos da Marinha. A V) Os toldos devem ser primeiramente tesados para
bordo, além disso, os vazamentos podem causar depois então serem arriados. Entretanto, ordinariamente,
limitações operativas ao navio em viagem; vê-se tal operação executada de maneira inversa;
v) Cabos elétricos e afins passados sem cuidado, não VI) O auxílio da lancha ao navio na faina de amarrar à
respeitando as rotas. A passagem de cabos, por ocasião boia, via de regra, se faz de modo que está ausente o
do acréscimo de novos equipamentos e de adaptações, espírito marinheiro. É conveniente que se embarque um
deve observar o mesmo padrão de construção do navio, contramestre na lancha. É preciso que o contramestre e o
seguindo as rotas adequadas. Não se deve admitir cabos patrão saibam claramente o que vão fazer, saibam como
coloridos ou passados fora do alinhamento das rotas. As abordar o navio, como receber a espia ou retinida, como
instalações provisórias, como iluminação de festa, cabo colher seio da espia na lancha, como abordar a boia, etc.; e
telefônico de conexão à tomada em terra, cabo de VII) Os escaleres, terminado o serviço diário, como
energia de terra etc, também merecem cuidado quanto ao compras, exercício, conduções, etc., devem ser logo
aspecto marinheiro; içados, baldeados e convenientemente limpos. A chalana
w) Serviços que sujam ou machucam o convés, como não é embarcação que possa permanecer a noite arriada,
faina de óleo, recebimento de gêneros, preparo de tinta e deve ser içada todas as tardes.
outros, devem ser feitos em cima de plásticos, lonas,
papel, ou outra proteção. O convés deve ser protegido
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ab) Pessoal: ANEXO B - SEGURANÇA DA TRIPULAÇÃO A
I) Continência aos navios ou às embarcações que passam BORDO
deve ser feita com correção, ao apito respectivo;
II) A continência é feita por todos que estejam cobertas 1 – GENERALIDADES - A preocupação com a
acima, corretamente, e por tempos. No caso da guarnição segurança envolve um amplo espectro, desde o projeto
estar em formatura, só o mais antigo faz a continência do ambiente de trabalho, ou seja, o navio, à sinalização
individual; os demais ficam em “sentido”. Quando está apropriada (como, por exemplo, placas indicando que o
sendo efetuado o cumprimento pelo outro navio, apenas compartimento adjacente é um paiol de munição etc); da
o militar mais antigo presente responde à continência; utilização de material de consumo aprovado às técnicas
III) O Oficial de Serviço, contramestre, sinaleiro, ou de manutenção e estocagem apropriadas; do controle de
vigia do mar devem estar atentos à aproximação de ruído ambiental à educação dos tripulantes, de modo a
embarcações miúdas com autoridades embarcadas, para possibilitar a adoção de normas e procedimentos capazes
as quais as honras de passagem são devidas; de criar e manter condições de trabalho saudáveis e
IV) A apresentação da guarnição da lancha deve ser seguras a bordo.
impecável, qualquer que seja o uniforme. Atenção para Como regra geral, o projeto de um navio incorpora a
limpeza dos coletes salva-vidas, dos tênis brancos e experiência acumulada ao longo dos anos, no que se
caxangás; refere à melhoria das condições de trabalho. Neste
V) Nas mudanças de posição no cais, pessoal campo, é reduzida a capacidade de manobra de um
guarnecendo Detalhe Especial para o Mar (DEM) na Comandante. Mas a atividade é ampla no que se refere à
proa/popa com uniformes diferentes (macacões, ou de manutenção das condições de segurança, tanto pela
ginástica ou com uniforme do dia); e preservação das características de construção, quanto
VI) Militares debruçados nas balaustradas e/ou sentados pela adoção coletiva de procedimentos apropriados, de
nos acessórios do convés. modo a tornar as precauções de segurança parte do
ac) O não cumprimento, por ocasião do quarto d’alva / cotidiano da tripulação.
pôr-do-sol do regime de luzes; A segurança do pessoal e do material merece atenção
ad) Nas mudanças de posição no cais, pessoal especial, seja durante a realização de uma faina,
guarnecendo DEM na proa/popa com uniformes adestramento, ou simplesmente nos eventos de rotina em
diferentes (macacões, ou de ginástica ou com o uniforme um navio atracado ou em viagem. Qualquer um que
do dia); constatar que a segurança está ou pode vir a ser
ae) Vergueiros da balaustradas solecados; ameaçada, deve comunicar o fato imediatamente ao mais
af) Pontos e lágrimas de ferrugem nas proximidades dos antigo presente, para que tome as providências cabíveis,
amarelos devido a utilização de palhas de aço (bombril) que podem significar, até mesmo, a interrupção da faina
na aplicação de líquidos para polimento de metais, ou exercício, até que a situação de perigo seja afastada.
principalmente nos “olhos de boi” das portas estanques. Chama-se à atenção, em especial, para fainas como:
A palha de aço decompõe-se em partes imperceptíveis a de munição, transferência de combustível, transferência
olho nu, que oxidam-se com a ação do tempo. de carga, reboque, operações aéreas, exercícios de tiro e
ag) Toldos sujos, mal envergados, com excesso de água, etc.
denotam desleixo por parte do pessoal, além de Todas devem ser precedidas de “briefings”, onde os
perderem resistência, podem furar e adquirir elasticidade principais aspectos de segurança sejam enfatizados.
excessiva. Após cada evento, realiza-se uma reunião de crítica
ah) Navios com banda e trim. (“debriefing”), onde os acertos são realçados e os erros
ai) Cais defronte ao navio limpo e arrumado. Quaisquer apontados. Deste modo, colhem-se ensinamentos que
objetos posicionados no cais devem ser arrumados. aprimorarão a execução de tais fainas no futuro.
aj) O portaló é o “cartão de visita” do navio, e como tal, Outras recomendações importantes: Todo o
tem que estar rigorosamente limpo e arrumado, sem material a ser empregado ou que possa ser empregado
concentração de pessoal não afeto ao serviço nas em uma faina, deve ser rigorosamente verificado e
proximidades da prancha / escada de portaló, e testado antes de seu início, bem como ser posicionado de
guarnecido por militares de serviço impecavelmente modo a estar à mão quando for necessário.
uniformizados. Deve ser mantida atualizada na enfermaria, na estação
Central do Cav e no Portaló, a relação dos materiais
perigosos existentes a bordo, por categoria,
discriminando local, precauções para armazenagens,
manuseio e procedimentos a serem adotados (no mar e
em terra) no caso de contaminação do pessoal. O pessoal
a bordo deve manter-se adestrado nos procedimentos de
emergência, especialmente os relativos aos materiais que
empregam combustíveis especiais (por exemplo:
torpedos e mísseis), berilio, halon e outros.

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2 - PRECAUÇÕES DE SEGURANÇA NAS FAINAS
MARINHEIRAS - As fainas marinheiras devem ser
realizadas sem conversas paralelas. Quem conduz a faina
tem que manter o controle da mesma durante todo o
tempo. Nas fainas marinheiras em conveses abertos, o
uso do colete de flutuabilidade permanente
(tradicionalmente conhecido como colete de paina) ou
auto-inflável é obrigatório.
Nas fainas marinheiras em que houver a necessidade
de uso de capacetes, estes deverão seguir a codificação
de cores abaixo especificada:

Figura 1
II) Não se deve aumentar a carga (esforço) num cabo
depois de se travar ou de se ter dado volta num cunho,
cabeço ou similar;
III) É imperativo a presença de um observador de
segurança em todos os casos em que se laboram cabos; e
IV) Manter socairo mínimo de 2 metros.

2.2 - Fainas de transferência no mar - Os seguintes


aspectos devem ser observados durante essas fainas:
a) manter um enfermeiro disponível na estação, bem
como um oficial com a função de Oficial de Segurança;
2.1 - Cuidados quando trabalhando com espias e b) observar precauções de perigos de irradiação
cabos - Os seguintes procedimentos aumentam a eletromagnética. Navios transferindo munição por
segurança da faina: reabastecimento conectados devem estar sob a mesma
a) usar luvas do tipo “raspa de coco” ou de vaqueta condição de silêncio devido ao manuseio de munição
quando laborando cabos; sensível;
b) o pessoal envolvido deve remover anéis, relógios, c) pessoal que trabalha com a carga não deve pisar em
pulseiras e outras peças que possam ser um estropo da rede que estiver talingado no gato;
inadvertidamente “fisgadas” pelos dispositivos, cabos e d) o pessoal envolvido no reabastecimento deve portar a
carga; palamenta de segurança exigida;
c) não exercer muito esforço em um cabo que já tenha e) todo o pessoal deve estar atento a um possível
trabalhado próximo a sua carga de ruptura ou em serviço movimento da carga devido ao jogo do navio. Ninguém
contínuo; deve se posicionar entre a carga e a borda do navio;
d) não permitir a presença de pessoal nas proximidades f) teques, “spanwires”, cabos de sustentação de aço
de cabos sob tensão; devem ser presos ao tambor do guincho por uma presilha
e) nenhuma pessoa deve ficar pelo lado interno (vivo) ou grampo especialmente projetado, para minimizar a
dos cabos que estejam laborando por qualquer retorno; possibilidade de danos se um desengajamento em
f) o primeiro homem que guarnece qualquer cabo sob emergência for necessário;
tensão deve manter um socairo seguro de um g) a balaustrada não deve ser arriada a não ser que
cabrestante, cabeço, buzina, rodete ou de qualquer outro absolutamente necessário. Se abaixada, uma balaustrada
aparelho ou equipamento por onde o cabo seja de segurança temporária deve ser montada usando neste
tracionado ou laborado; caso o cabo específico;
g) o pessoal envolvido nas fainas de dobrar a amarração h) o pessoal de cada estação deve remover anéis,
ou de clarear o convés, mesmo após a volta do DEM, relógios, pulseiras e outras peças que possam ser
deverá permanecer com o colete adequadamente vestido, inadvertidamente ser “fisgadas” pelos dispositivos,
até o pronto da faina, posto que, no caso de algum cabos e carga;
acidente/incidente (como por exemplo: partir um cabo, i) todo o pessoal deve estar adestrado para: manter-se
arrebentar a balaustrada, etc), que acarrete queda do afastado de retornos, seios de cabo, guarnecer os cabos
homem ao mar, será mais uma proteção; e se posicionando para dentro de bordo e, se praticável,
h) Todas as espias e cabos de reboque devem possuir permanecer a pelos menos 1,8 m de distância de
fusível. moitões, cunhos, sarilhos, cabrestantes etc. por onde os
Quando laboramos cabos e espias, devemos observar cabos gurnem. Todo o pessoal que guarnece a montagem
quatro regras de segurança, independente do material de do dispositivo, o cabo de distância, o cabo telefônico
fabricação: entre estações devem estar avante e no lado de dentro de
I) Não se deve ficar por dentro de cabo laborando ou na bordo. Se necessário ficar à ré, o pessoal deve
direção em que ele é tracionado; permanecer atento ao risco em potencial;

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j) usar corretamente os contrapinos nas patolas. Não forçar 2.4 - Fainas de recolhimento de homem ao mar e
a abertura excessiva de contrapinos. náufragos
k) todo pessoal deve ser alertado para manter-se afastado a) Os homens que guarnecem as estações para o
de cargas suspensas e de pontos de fixação de dispositivos recolhimento devem portar coletes de flutuabilidade
até que toda a carga esteja segura no convés. Todo o permanente ou auto-infláveis e luvas;
pessoal deve estar atento e nunca virar as costas para a b) A balaustrada de segurança em viagem deve estar
carga que se aproxima; passada;
l) O pessoal trabalhando em mastros ou superestruturas ou c) Os homens, que trabalham por fora da balaustrada de
por fora da borda livre ou balaustrada, deve usar cintos de segurança, devem usar cinto de segurança;
segurança e cabos de segurança; d) O nadador deve vestir a roupa de neoprene e a sua
m) os cabos de fixação devem ser passados imediatamente palamenta completa (sling, colete salva-vidas inflável,
quando da montagem do dispositivo para se preparar para faca, nadadeiras, máscara, esnorquel e lanterna tipo
um possível desengajamento em emergência; “flashlight”);
n) as projeções móveis, localizadas no bordo da faina, e) O nadador reserva deve estar com a palamenta
devem ser rebatidas e peiadas; completa, pronto a entrar em ação caso necessário;
o) os cabos devem ser colhidos de forma clara para f) Por ocasião de recolhimento noturno, o nadador deve
correrem livremente; possuir um “cyalume” preso ao “sling”, pela parte
p) o convés, nas proximidades da estação de transferência, posterior, próximo ao engate do gato do cabo de
deve ser tratado com material antiderrapante; recolhimento (se possível, também uma lanterna
q) deve existir material para combate a incêndio pronto estroboscópica fixada ao punho, para auxiliar na
para uso na estação (somente nas fainas de transferência de sinalização para a estação);
óleo combustível) e todo o pessoal deve estar apto a operá- g) Usar cabo de recolhimento de flutuabilidade positiva
lo; (polipropileno);
r) cumprir os procedimentos de segurança relativos à h) Em situação de guerra, no caso de recolhimento de
passagem da retinida, visando à proteção da guarnição do inimigo, manter homens armados postados em local
outro navio; elevado e próximo à estação de recolhimento, de modo a
s) somente destalingar o span-wire (ou cabo de prevenir-se contra eventual ação adversa (não esquecer
sustentação) quando ele tiver sido folgado, e por ordem do de revistar os náufragos rigorosamente, tão logo
fornecedor; cheguem a bordo, independentemente do estado de
t) nas fainas de transferência de óleo pelo método saúde aparente); e
STREAM, o recebedor somente solicitará ao fornecedor i) Um atirador armado com fuzil guarnecerá a estação de
que tensione o span-wire após receber autorização da recolhimento ou a lancha, pronto a atirar em tubarões
Manobra (que posicionará o navio na distância mínima que se aproximem do homem sendo recolhido.
de 140 pés). 2.5 - Embarque e desembarque de prático - Os
u) todos os olhais e acessórios das estações de transferência práticos, por vezes, embarcam e desembarcam em
têm que sofrer teste de carga. condições adversas e perigosas.
2.3 - Faina de reboque (rebocador e rebocado) - Para a Por este motivo, foram estabelecidas normas
faina de reboque as precauções são as seguintes: internacionais que visam prover segurança nas fainas de
a) manter à mão as ferramentas adequadas para uso embarque e desembarque, as quais estão estabelecidas na
imediato na estação de reboque e para o desengajamento coletânea “Normas e Procedimentos para a Navegação
em emergência; Marítima”, aprovada pela Portaria 005, de 15 de janeiro
b) proibir o trânsito pelo convés na área de passeio do cabo de 1997, da DPC.
de reboque; se imprescindível, fazê-lo agachado por fora Os procedimentos mais importantes ali relacionados
do horse-bar, e mantendo o cabo à vista, de modo a são os seguintes:
proteger-se em uma emergência (aplicável aos navios a) a escada deve ser confeccionada de acordo com as
dotados de máquina de reboque - NSS, NA, rebocadores e regras da IMO (International Maritime Organization)
corvetas Classe “Imperial Marinheiro”); (Figura 2);
c) manter um enfermeiro com “kit” de primeiros socorros b) a escada deve ser mantida safa, limpa e em bom
na área; estado de conservação;
d) o Comando deve ser mantido informado da direção e c) a escada de prático tem que ser instalada em um dos
esforço sobre o mensageiro do cabo de reboque, a fim de, bordos, sempre a sotavento, numa posição segura, onde
entre outros aspectos, evitar risco para o pessoal no convés; não corra risco de receber descargas eventuais de água e
e) os homens da manobra da amarra devem estar cientes detritos provenientes do navio; afastada, na medida do
dos procedimentos para largar o cabo de reboque em possível, das arestas do navio, e que se situe na parte
emergência; e plana do costado à meia nau;
f) nas manobras de atracação/desatracação, somente dar o d) a bóia salva-vidas deve ser atada a um cabo flutuante
pronto para o início da puxada após os militares que deram para em caso de emergência quando arremessada, ter seu
a volta do cabo de reboque pelos cabeços terem se chicote a bordo;
abrigado.

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e) quando do embarque de práticos, estes devem ser 3 - VIAS DE ACESSO
recebidos a bordo e acompanhados ao passadiço por a) Colocar redes de segurança sob as pranchas utilizadas
Oficial. O mesmo tratamento deve ser dispensado por para entrada ou saída de bordo, como proteção adicional
ocasião do desembarque; para o pessoal em trânsito;
f) para que possa ter acesso ao navio, com segurança e b) A condição de fechamento do material estabelecida pelo
comodidade, o Prático não deverá subir menos que 1,5 m CAV deve ser rigorosamente mantida (é importante
e nem mais que 9 metros; conscientizar toda a tripulação quanto à necessidade de se
g) duas boças amarradas à embarcação, tendo pelo conservar a condição de fechamento do material; a Central
menos 65 mm de circunferência, e um cabo de segurança de CAV controla a abertura/fechamento dos acessórios
devem estar prontos para serem usados em caso de estanques);
c) É proibido obstruir escotilhões, agulheiros, portas
necessidade;
estanques e escapes de emergência, que devem ser
h) os dois balaústres de pega devem ter um afastamento
conservados sempre em condições de uso;
entre 70 e 80 cm e serem fixados rigidamente ao casco d) Como requisito de segurança, em caso de obstrução de
do navio; uma rota pela execução de algum serviço, mantém-se uma
i) uma bóia salva-vidas, provida com um dispositivo rota alternativa para escape em emergência, devidamente
flutuante de iluminação automática, deve ser mantida identificada e do conhecimento do pessoal envolvido (esta
junto à escada; providência é particularmente importante nos períodos de
j) o local de embarque deve ser provido de iluminação à manutenção);
noite, de modo que a parte superior da escada, bem e) Isolar com cabos/ corrimões os locais em que chapas do
como a posição em que o prático aborda a embarcação convés ou estrados forem removidos;
fique devidamente iluminada. A luz deverá ficar em uma f) Iluminar adequadamente conveses e passagens (na falta
posição que não ofusque a vista do Prático; de energia, devem ser empregadas lanternas de emergência
k) se o navio estiver em movimento, o embarque ou devidamente posicionadas para garantir o trânsito do
desembarque do Prático deve ser feito com máquinas pessoal);
adiante e velocidade máxima de 5 a 6 nós; e g) Indicar adequadamente as rotas de acesso aos locais
l) a escada deve ser montada por pessoal adestrado e sob importantes, como enfermaria, postos de primeiros
a supervisão de um oficial. socorros etc.; e
h) Sempre que possível, as setas indicadoras de trânsito ou
direções devem ser de material fosforescente ou retro-
reflexivos a fim de serem facilmente identificadas no
escuro.

4 - SERVIÇOS DE PINTURA
a) Restos de tintas, trapos, estopas etc. devem ser
armazenados em locais designados e removidos ao término
de cada serviço;
b) Colocar sinalização de segurança (proibido fumar,
proibido serviços de corte e solda etc.) alusiva ao serviço;
c) Utilizar iluminação à prova de explosão nas fainas de
pintura em compartimentos fechados;
d) A quantidade de tinta e solvente armazenada na área de
trabalho deve ser a correspondente para, no máximo, um
dia de consumo;
e) O local do serviço deve estar provido de extintores de
incêndio;
f) A Central do CAV deve ser informada das fainas de
pintura que estão sendo realizadas a bordo;
Figura 2 - O embarque e o desembarque do Prático g) Os compartimentos fechados devem ser ventilados e ter
a concentração de gases monitorada durante o período de
pintura;
h) Os envolvidos na pintura de compartimentos confinados
utilizarão máscara (filtro nasal);
i) Ter sempre um supervisor de segurança no convés para
acompanhar a faina e reposicionar o flutuante. O militar
que estiver no flutuante deverá estar portando colete de
paina, uma faca de marinheiro de pronto uso e cinto de
segurança amarrado a um ponto fixo no convés;
j) Utilizar um cabo (fiel) para descer o material necessário
para pintura; e
k) Manter sempre a lata de tinta com um fiel passado. Caso
o flutuante “jogue”, evitará que se derrame tinta no mar.

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5 - TRABALHO EM LOCAIS ELEVADOS - O superestrutura nas proximidades de antenas de
trabalho em locais elevados reveste-se de cuidados transmissão (os equipamentos e acessórios de grandes
especiais, tanto pela segurança do próprio homem que dimensões verticais são particularmente sujeitos à
exerce a tarefa, como das pessoas que transitam sob a indução eletromagnética, devido à polarização vertical
área de trabalho. Um choque elétrico poderá provocar a ser a predominante nos sistemas irradiantes de bordo). O
relaxação involuntária das mãos e, consequentemente, contato físico com tais itens pode causar um choque e
queda do mantenedor ou de uma ferramenta, que poderá até mesmo queimaduras na pele. É quase impossível que
atingir alguém no convés. ocorra um ferimento significativo, mas é provável que a
As seguintes providências são mandatórias, quando se dor ou o choque seja suficiente para que uma pessoa caia
trabalha em mastros e chaminés: da escada ou do mastro, sofra uma contração
a) tenha sempre um observador de segurança no convés; involuntária da musculatura (o que pode provocar um
b) utilize cinto de segurança, amarrado em local ferimento por impacto), ou largue a sua ferramenta de
apropriado; trabalho, com sérias consequências. Por outro lado,
c) planeje o serviço de modo que não precise descer para queimaduras graves podem ocorrer no contato direto da
pegar ferramentas ou sobressalentes (assim estará pele com antenas transmissoras irradiando.
evitando repetir duas fases perigosas da faina que são Quando um corpo é submetido a radiação
subir e descer do mastro, além de, obviamente, obter eletromagnética, a energia absorvida ocasiona um
maior eficiência na execução da tarefa); aumento na temperatura do corpo, em consequência da
d) utilize um cabo (fiel) para prender as ferramentas, fricção intermolecular. A intensidade do efeito vai
evitando que elas caiam, atrasando o serviço ou depender da frequência, potência, tempo de exposição,
atingindo alguém; dimensões do corpo exposto, propriedades elétricas dos
e) tenha atenção à fumaça emanada das chaminés (ela tecidos e a capacidade do órgão afetado em dissipar
pode provocar mal-estar, perda de consciência e queda); energia. A energia eletromagnética tem alto poder de
f) assegure-se de que radares e transmissores estejam penetração e sua ação se desenvolve em órgãos internos,
desligados (dos navios a contrabordo, inclusive), bem em um processo idêntico ao cozimento que se processa
como os equipamentos etiquetados com plaquetas de dentro de um forno de microondas. Note-se que os
advertência “PERIGO - NÃO LIGUE”, ou similar efeitos no organismo não são uniformes, variando de
cumprindo o “HAZARD BOARD” (quando existir), órgão para órgão.
uma vez que: A profundidade de penetração e os efeitos de
I) as antenas energizadas podem provocar choque aquecimento no corpo humano dependem da frequência.
elétrico ou queimaduras se tocadas; Abaixo de 1 GHz a energia penetra profundamente.
II) a energia eletromagnética pode induzir eletricidade Acima de 3 GHz, o efeito de aquecimento ocorre
estática em acessórios não aterrados do mastro e em próximo à superfície, na pele (nesta faixa, o alarme é
ferramentas, que provocarão choque se tocados; imediato, pois a pele sente imediatamente os efeitos da
III) as antenas de radar, girando, poderão derrubar um elevação de temperatura). Na faixa intermediária, temos
homem, ou suas ferramentas de trabalho; e vários graus de penetração.
IV) se um homem for exposto a energia eletromagnética, A bordo, são fontes de energia eletromagnética:
dependendo das circunstâncias, pode sofrer queimaduras transmissores e transceptores de comunicações, radares,
externas e internas. radares de direção de tiro e sistemas de guiagem de
As providências descritas se aplicam, no que couber, mísseis.
aos trabalhos em compartimentos de “pé direito As seguintes providências evitam a exposição do
elevado”, no costado, e serviços de convés com o navio pessoal à irradiação acima dos limites toleráveis:
no dique e, em alguns casos, flutuando (exemplo: a) não olhe na direção do lóbulo de transmissão de uma
serviços sob o convoo, no costado do NAe SÃO antena irradiando;
PAULO), circunstâncias em que o mantenedor deve usar b) não permaneça estacionado dentro dos limites de
cinto de segurança. segurança estabelecidos para cada antena;
c) “feed horns”, terminais abertos de guias de onda e de
6 - PERIGOS DA IRRADIAÇÃO ELETROMAG- linhas de transmissão somente podem ser inspecionados
NÉTICA - Neste tópico, abordaremos apenas os perigos visualmente se houver certeza de que o equipamento está
relacionados à irradiação proveniente de uma fonte desalimentado;
eletromagnética, ou seja, restrita ao espectro de d) empregue cargas fantasmas nos testes de
radiofrequência. equipamento, em vez de alimentar a antena, sempre que
possível;
6.1- Perigos Para o Homem - O desenvolvimento de
e) nunca dirija o feixe de transmissão de um radar, que
transmissores de alta potência, associados a antenas de
irradia com elevada potência, para áreas em que existam
elevado ganho, aumentou a possibilidade de que as
pessoas, trabalhando na vizinhança destes sistemas, pessoas trabalhando; e
sofram danos físicos. f) adotar sinalização apropriada, indicando a possível
Um campo eletromagnético induz eletricamente existência de radiação eletromagnética (todos a bordo
corpos condutores, como cabos de aço, estais, aeronaves devem conhecer e respeitar tais sinais de aviso).
estacionadas, turcos, guindastes e outros acessórios da
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As seguintes providências reduzem as ocorrências de Entretanto, ainda há algum risco no manuseio de
indução eletromagnética, capazes de causar queimaduras gasolina, particularmente a de aviação.
e incidentes: As precauções de segurança para minimizar a
a) utilize, quando possível, cabos de aço revestidos com possibilidade de acidentes são as seguintes:
material isolante; a) não alimente qualquer transmissor (radar ou de
b) utilize ligações (links) com isolamento de fibra de comunicações) nas proximidades de aeronave ou veículo
vidro entre o cabo de aço do guindaste e o gato; sendo abastecido (ao menos 15 metros afastado);
c) reposicione as antenas, se possível; b) nunca dirija o feixe radar na direção de aeronave ou
d) aterre o equipamento ou antena em que vai trabalhar, veículo sendo abastecido;
antes de começar a manutenção, prevenindo-se contra c) não faça ou desfaça o aterramento ou qualquer outra
um eventual choque (atenção: primeiro se faz a ligação à conexão elétrica de uma aeronave ou veículo sendo
terra; depois ao objeto; não esquecer de remover o abastecido (ou nas suas proximidades). Faça a conexão
aterramento após o serviço); antes de começar o abastecimento e a desfaça após o
e) use materiais não-metálicos, onde for viável; término da faina; e d) não coloque tanques portáteis de
f) altere os procedimentos operacionais (exemplo: combustível perto de antenas.
reduzindo a potência de transmissão, ou mesmo não
6.4 - Laser (light amplification by stimulated
emitindo, quando estiver manuseando carga);
emission of radiation) - O emprego do Laser é
g) proíba o acesso às áreas perigosas, a não ser que possa
crescente no meio militar, para determinação de
desalimentar o transmissor; e
distâncias e altitude, localização de alvos e
h) quando não for possível eliminar totalmente o perigo,
comunicações. A radiação corresponde à faixa dos raios
utilize avisos de advertência.
ultravioleta (visível) e infravermelho. A energia é
6.2 - Perigo da irradiação eletromagnética para o transmitida através de um feixe estreito, mas de alta
armamento (hazard of eletromagnetic radiation to potência. Quando a energia é absorvida por um “alvo”,
ordnance - HERO) - Os perigos da irradiação produz calor.
eletromagnética para o armamento estão relacionados Os sistemas atuais oferecem risco à visão, pois podem
aos sistemas elétricos de iniciação (estopilhas e causar danos ao globo ocular.
espoletas). Os dispositivos eletroexplosivos utilizados Os efeitos podem ser agravados se o raio for
podem se deflagrados, detonar ou degradar-se quando potencializado através de binóculos ou dispositivos
expostos a um campo eletromagnético. Tais dispositivos semelhantes.
são mais susceptíveis durante a montagem, A segurança do pessoal é assegurada mantendo-se as
desmontagem, manuseio, carregamento e tripulações bem-informadas dos riscos e das precauções
descarregamento. O projeto de instalação de um necessárias, como o uso de filtros e equipamentos de
armamento, obviamente, leva em conta as necessidades proteção individual.
de que uma arma não seja sensível à indução
6.5 - Perigos da energia eletromagnética em relação a
eletromagnética (observância dos diagramas de
outros equipamentos - As transmissões com elevada
irradiação, uso de filtros, de conectores especiais etc.),
potência são capazes de danificar, degradar ou interferir
mas, ainda assim, nem sempre se obtém sucesso pleno.
no emprego de equipamentos de comunicações,
Cada tipo de armamento apresenta suas precauções
fonoclama, equipamentos médicos, de aeronaves, de
específicas quanto ao tema e devem ser motivo de
controle da máquina etc. Tais ocorrências podem causar
preocupação do pessoal envolvido diretamente na sua
problemas significativos, afetando a capacidade
operação e manuseio.
operativa e administrativa do navio e a segurança do
Como exemplo, certas granadas de CHAFF são
pessoal. É importante conhecer os possíveis efeitos do
susceptíveis a induções eletromagnéticas de
uso de equipamentos transmissores a bordo, de modo
determinadas frequências e, neste caso, é recomendado a
que se possa administrar e priorizar o seu emprego nas
colocação de radares desta Banda em silêncio até o
várias situações, bem como adotar medidas corretivas
término da faina de manuseio de munição. A bandeira
onde se fizer necessário.
“L” deve ser empregada durante a faina.
6.6 - Perigos de irradiação eletromagnética para
6.3 - Perigo da irradiação eletromagnética para o aeronaves durante pouso e decolagem - Ocorrências
combustível (hazard of eletromagnetic radiation to relatadas ao final de comissões, constam que, foram
fuel - HERF) - A possibilidade de ignição do
verificadas as seguintes interferências com aeronaves
combustível por ação de radiofrequência é remota, na
AH-11A:
medida em que o desenvolvimento dos requisitos de
a) durante o acionamento dos motores ocorreram
projeto dos navios (como, localização das antenas não-
indicações erráticas nos instrumentos, levando o piloto a
interferindo com estações de abastecimento ou suspiros
abortar a partida;
de tanques), a adoção de procedimentos e equipamentos
b) estando a ANV engrazada no convoo, ocorreu queda
de abastecimento mais seguros e de combustíveis menos
da indicação da quantidade de combustível de 200 para
voláteis (JP-5, por exemplo) reduziram a possibilidade
50 kg, sem consequências para o prosseguimento do
deste tipo de ocorrência.
vôo;

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c) estando a ANV engrazada no convoo ocorreram II) descarregue os capacitores de alta tensão com uma
indicações erráticas nos instrumentos, indicando ao ponta de curto;
piloto necessidade de corte imediato dos motores; e III) verifique se o equipamento de teste está
d) estando a ANV engrazada no convoo, ocorreram três corretamente regulado para a medida que vai executar;
incidentes aeronáuticos de deflagração espontânea do IV) utilize pontas de prova de alta tensão, caso
“cartridge do Crash Position Indicator (CPI)”, necessário;
acarretando seu alijamento não comandado e V) coloque-se em uma posição que facilite a leitura que
disponibilizando a ANV para vôo. for efetuar;
O Comando-em-Chefe da Esquadra estabeleceu VI) se o equipamento tiver de ser alimentado durante a
restrições quanto à transmissão em HF, pelos navios, medição, determine ao seu auxiliar que o faça, enquanto
durante as operações aéreas, quando houver ANV AH- você faz a leitura; e
11ª embarcada, nas seguinte situações: VII) caso seja necessário realizar outras medidas com o
1) no momento em que for autorizado acionar motores equipamento desalimentado ou que por segurança, deva
até a decolagem; e estar desalimentado, volte ao item (I).
2) quando a aeronave estiver na aproximação final ou m) remover os fusíveis de alimentação do equipamento
orbitando nas proximidades do navio até o corte dos que sofrerá manutenção, a fim de evitar que seja
motores. alimentado inadvertidamente;
n) adicione ou retire interruptores e “interlocks” sempre
7 - MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS ELE- com apenas uma das mãos;
TRÔNICOS o) mantenha sempre o corpo e roupas secos (quando
7.1 - Precauções gerais de segurança - O operador e o estiver trabalhando em locais molhados ou úmidos,
utilize uma plataforma seca);
mantenedor de equipamentos eletrônicos devem ter em
p) desalimente o equipamento antes de conectar
mente que manuseiam equipamentos capazes de
terminais tipo “jacaré” a qualquer ponto do circuito;
provocar sérios acidentes de pessoal. Chama-se a
q) use luvas de borracha ao acessar partes internas de
atenção para os seguintes aspectos:
qualquer equipamento, quando desconhecer a tensão
a) inspecionar, empregando pessoal habilitado, os
equipamentos eletrônicos portáteis, mesmo aqueles de utilizada ou estas forem elevadas;
recreação, ao serem embarcados e periodicamente, a fim r) utilize luvas em bom estado;
de avaliar se estão sendo mantidas as suas características s) utilize placas ou avisos de advertência nos
de trabalho e segurança; equipamentos que se encontram em reparo;
b) qualquer equipamento eletrônico só pode ser t) ao terminar um reparo, recoloque no lugar todos os
alimentado com a devida autorização e por pessoal fusíveis e disjuntores retirados; e
qualificado; u) se houver necessidade de reparar um equipamento
c) ao alimentar um equipamento, verifique se as alimentado, adote os seguintes procedimentos:
indicações estão normais; I) ilumine bem o local;
d) só utilize equipamentos de teste confiáveis e aferidos; II) não use anéis, relógios, pulseiras ou qualquer objeto
metálico que possa tocar no equipamento;
e) antes de conectar as pontas de prova, observe se elas
III) utilize tapetes de borracha como isolante entre o
estão em bom estado;
reparador e o piso; e
f) para efetuar as medições, coloque em primeiro lugar a
IV) nunca trabalhe sozinho.
ponta de prova do terra (preta) para a terra, e em seguida,
conecte a ponta viva (encarnada) ao ponto a ser medido 7.2 - Válvulas radioativas
(assegure-se que as está conectando corretamente); a) É frequente o uso de válvulas radioativas em
g) para desfazer a medição, faça o processo inverso, ou equipamentos eletrônicos. Uma vez mantidas intactas,
seja, inicialmente retire a ponta viva e depois o terra; não oferecem nenhum perigo. No seu manuseio, deverão
h) só remova ou substitua um fusível, cartão ou unidade ser observadas as seguintes precauções:
após desalimentar o equipamento; I) não as remova da embalagem até o momento da
i) ao substituir um fusível, verifique se é apropriado ao instalação;
circuito ou equipamento (amperagem, tamanho, tipo II) após retirá-las de um equipamento, coloque-as em
(anti-surge, por exemplo)), utilize o saca-fusível quando uma embalagem apropriada a fim de evitar que se
o fusível for do tipo faca ou cartucho; quebrem; e
j) a remoção de cartões deverá ser feita, normalmente, III) não carregue válvulas radioativas no bolso ou em
com o equipamento desalimentado e utilizando o saca- qualquer outro lugar não protegido.
cartão apropriado; b) Caso uma válvula radioativa venha a se quebrar, as
k) ao recolocar um cartão no seu local, verifique se é o seguintes providências deverão ser obedecidas:
cartão correto (nunca utilize uma força maior do que o I) informe imediatamente a seu Encarregado de Divisão,
necessário - “lembre-se, o material tem sempre razão”); ao médico ou ao enfermeiro de bordo;
l) ao medir circuitos que tenham uma alimentação acima II) isole a área de trabalho a fim de evitar a
de 300 volts, adote precauções especiais, como: contaminação de outras pessoas;
I) desalimente o equipamento, se possível; III) impeça o contato do material contaminado com
qualquer parte do seu corpo;
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IV) procure não aspirar qualquer vapor ou pó que se apertando os lados da ferida (nunca use a boca para
tenha liberado em função da quebra da válvula; chupar o sangue);
V) utilize uma pinça para remover os fragmentos  Se a ferida for do tipo profunda com área pequena, o
grandes da válvula quebrada (os menores devem ser médico deverá fazer uma incisão de modo a permitir
retirados com um pano úmido, porém só passe o pano sangramento, a fim de facilitar a lavagem e limpeza da
num único sentido, nunca de um lado para o outro); ferida;
VI) coloque todo o material usado na limpeza dentro de  Colocar máscara respiratória, luvas e avental ou
um saco plástico, caixa de papelão grosso ou vidro com macacão.
tampa. Esse material deverá ser acondicionado dentro de Caso tenha havido contaminação de algum tripulante,
uma caixa de aço até posterior retirada; os seguintes procedimentos são recomendados:
VII) não traga bebida ou comida para as proximidades - contato com os olhos - lavar imediatamente os olhos
da área contaminada; com água em abundância por no mínimo quinze
VIII) após deixar a área, retire as peças de roupa que minutos, de tempos em tempos, levantando as pálpebras
estiverem contaminadas, lave as mãos e braços com água superior e inferior;
e sabão, e enxágue com água limpa; - Contato com a pele - evitar o contato com a pele em
IX) caso tenha se ferido com uma válvula radioativa, regiões com cortes e arranhões. Se tal contato, ocorrer,
procure auxílio médico, force um pequeno sangramento, lavar imediatamente com água em abundância e esfregar
apertando os lados da ferida (nunca use a boca para bastante para remover as partículas sólidas do óxido de
chupar o sangue); e berílio;
X) se a ferida for do tipo profunda com área pequena, o - Aspiração - remover o pessoal do local de exposição; -
médico deverá fazer uma incisão de modo a permitir transferir a pessoa imediatamente para instalação médica
sangramento, a fim de facilitar a lavagem e limpeza da especializada se qualquer efeito nos pulmões for
ferida. observado. Para o caso de elevadas exposições a
A válvula TWT utilizada no radar 910 do Sistema observação médica por 1 ou 2 dias é recomendada
GWS-25 (SEA WOLF) das Fragata Classe Greenhalgh devido à possibilidade de retardo do sintomas sérios.
possui sobre a superfície de deu corpo uma camada de
7.3 - Precauções no manuseio de válvulas de raios
um composto denominado óxido emissor que é, em
catódicos (VRC) - As VRC têm de ser manuseadas com
geral, formado por uma mistura de óxidos tais como o
grande cuidado, devido ao vácuo existente no seu
óxido de bário, cálcio e estrôncio ou berílio, dos quais o
interior. Caso uma delas seja quebrada, a pressão externa
berílio apresenta um substância carcinogênica em sua
elevada, quando comparada com a interna, causará uma
composição. Na eventualidade da substituição da
implosão, com o consequente lançamento de fragmentos
referida válvula, devem-se tomar medidas preventivas
com alta velocidade em todas as direções. Tome as
evitando a quebra das partes de vidro por choque
seguintes precauções quando manusear tais válvulas:
mecânico, o que, se ocorrer, irá ocasionar exposição do
a) use óculos de segurança e luvas de lona reforçada;
mantenedor ao óxido de berílio.
b) ao trocar válvulas não as balance ou fique com o rosto
Neste caso extremo, os seguintes procedimentos de
em frente à face da válvula;
Primeiros Socorros deverão ser tomados:
c) não deixe a válvula velha ou avariada em cima de
 Informe imediatamente a seu Encarregado de
bancadas, piso etc.; guarde-a imediatamente na
Divisão, ao médico ou ao enfermeiro de bordo;
embalagem da que a substituiu; e
 Isole a área de trabalho a fim de evitar a d) quando não houver embalagem apropriada, deixe a
contaminação de outras pessoas; válvula velha ou avariada em local seguro para posterior
 Impeça o contato do material contaminado com deposição (de preferência em alto mar).
qualquer parte do seu corpo;
 Procure não aspirar qualquer vapor ou pó que se 8 - MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS
tenha liberado em função da quebra da válvula; ELÉTRICOS - Em qualquer caso de reparo em
 Utilize uma pinça para remover os fragmentos equipamentos elétricos ou eletrônicos, ou avarias que
grandes da válvula quebrada (os menores devem ser atinjam cabos ou equipamentos elétricos, há sempre o
retirados com um pano úmido, porém só passe o pano perigo de choques se o circuito não for desalimentado.
num único sentido, nunca de um lado para o outro); Em casos de grandes avarias, torna-se normalmente
 Coloque todo o material usado na limpeza dentro de necessário desalimentar todos os cabos que atravessam a
um saco plástico, caixa de papelão grosso ou vidro com área atingida, a fim de evitar curtos, capazes de provocar
tampa. Esse material deverá ser acondicionado dentro de incêndios.
uma caixa de aço até posterior retirada; A tensão alternada padrão a bordo (440 volts, 60
 Não traga bebida ou comida para as proximidades da ciclos, trifásica) é capaz de matar um homem, devendo
área contaminada; ser tomadas as precauções de segurança necessárias.
 Após deixar a área, retire as peças de roupa que O circuito de iluminação de 115 volts também é
estiverem contaminadas, lave as mãos e braços com água capaz de causar a morte, em determinadas condições.
e sabão, e enxágue com água limpa;
 Caso tenha se ferido com uma válvula radioativa,
procure auxílio médico, force um pequeno sangramento,
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Chama-se atenção particular aos equipamentos manutenção, por exemplo), pois isso protegerá o
elétricos portáteis empregados a bordo, pois estão equipamento e indiretamente reduzirá a probabilidade de
relacionados com inúmeros acidentes causados por incidentes;
choque elétrico. o) utilizar ferramentas manuais eletricamente isoladas
Recomenda-se que tais equipamentos sejam nas manutenções em instalações elétricas;
inspecionados pelo Departamento de Máquinas ao serem p) não utilizar ferramentas elétricas com invólucros
embarcados e periodicamente, a fim de avaliar se estão rachados;
sendo mantidas as suas características de trabalho e q) não utilizar ferramentas ou equipamento que, quando
segurança. posto em funcionamento, cause abertura de fusíveis;
Poucas pessoas estão familiarizadas com os riscos r) não utilizar cabos elétricos desencapados nas ligações
potenciais envolvidos nas operações de armazenamento, provisórias e exigir que as emendas sejam perfeitamente
carga e manuseio de baterias, secas ou não. Quando em isoladas, de acordo com a boa técnica;
carregamento, a reação química entre a solução s) não utilizar tomadas rachadas ou avariadas, conexões
eletrolítica e as placas da bateria gera hidrogênio, cuja frouxas ou improvisadas, e fios de alimentação de
concentração pode se tornar explosiva. A solução equipamentos ligados diretamente à tomada, por
eletrolítica é capaz de produzir queimaduras em contato ausência do terminal apropriado;
com a pele e destruir o tecido do vestuário. Baterias à t) não utilizar lâmpadas portáteis sem grade de proteção
base de lítio ou mercúrio inutilizadas constituem lixo ou, nos casos em que estiverem sujeitas a entrar em
tóxico. contato com água ou óleo, ou a ser empregada em
São as seguintes as principais precauções de espaços confinados, que sejam à prova d’água;
segurança: u) quando realizando carga de baterias, verifique a
a) não toque em condutor elétrico para certificar-se que ventilação do compartimento e afixe em local visível o
está desenergizado, a menos que já o tenha testado; aviso (em encarnado):
b) considere que todos os circuitos elétricos são
“PROIBIDO FUMAR - CARGA DE BATERIA EM
perigosos, independentemente da voltagem;
ANDAMENTO”
c) leia as precauções de segurança específicas de cada
equipamento; v) antes de armazenar ou transportar baterias, cubra os
d) preferencialmente trabalhe em equipamentos terminais com material isolante;
desenergizados, de qualquer modo, cumprir w) armazene baterias em local fresco e arejado;
rigorosamente os procedimentos de segurança (uso de x) utilize equipamento de proteção apropriado (que
luvas isolantes, tapetes de borracha, acompanhamento proteja os olhos e a pele) quando trabalhando com
por mais uma pessoa, pelo menos); baterias à base de líquido ou manuseando a solução
e) encaminhe para reparo os equipamentos elétricos que eletrolítica; e
estiverem “dando choque”, mesmo de pouca intensidade; y) respeite os avisos de perigo.
f) cuidado com as ferramentas portáteis e equipamentos
molhados ou úmidos devido à exposição à água, ao 9 - TANQUES E ESPAÇOS VAZIOS – Recomen-
vapor ou às intempéries; dações:
g) mantenha as caixas de distribuição, painéis, a) antes de trabalhar no interior de tanques e espaços
controladores, terminais e tomadas com as suas tampas vazios, verificar se estão limpos, desgaseificados e
fechadas; ventilados;
h) não utilize mangueiras de água doce ou salgada nas b) as redes e suspiros de tanques e espaços, que tenham
proximidades de equipamentos elétricos; armazenados líquidos inflamáveis, devem ser limpos e
i) sempre que desalimentar uma chave ou disjuntor para desgaseificados antes da realização de qualquer reparo
trabalhar em um equipamento, marque-o com uma envolvendo serviços de corte e solda;
etiqueta (em encarnado) do tipo: c) a iluminação nesses compartimentos deve ser
adequada para garantir o trânsito e o trabalho seguros, se
“PERIGO - NÃO ALIMENTAR”;
utilizado um cabo portátil, a lâmpada deve ser
j) não remova fusíveis de circuitos de 440 V de painéis adequadamente protegida de modo a evitar que se
alimentados, pois a abertura de um arco pode matar um quebrem, o que pode causar explosões em ambientes
homem; contaminados por gases;
k) não use fusíveis de capacidade superior à prevista no d) por norma, um homem não entra sozinho em um
projeto (o que deve estar indicado no painel); tanque ou espaço vazio (deve ser escalado um
l) nunca substitua o fusível apropriado por “gatilhos”, observador de segurança do lado de fora do
pois o circuito perderá a proteção, podendo ocasionar compartimento, devidamente familiarizado com as
incêndios em caso de sobrecarga; recomendações quanto à prevenção de acidentes e
m) manter os cabos de energia de terra adequadamente administração de primeiros socorros); e
instalados e em boas condições de segurança; e) os tanques e espaços vazios devem ser mantidos com
n) aquecer os equipamentos elétricos que permanecerão seus acessos fechados ou isolados quando não há faina
longo tempo sem funcionar para evitar baixas na em andamento.
resistência de isolamento (durante os períodos de

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10 - AMPOLAS DE GÁS COMPRIMIDO princípios de incêndio. Estas são particularmente
a) Armazenar as ampolas de gás comprimido sempre nos importantes nos grandes períodos de manutenção, onde
locais apropriados, afastadas de óleo, gases ou fontes de há o acúmulo de serviços potencialmente perigosos, ao
calor. mesmo tempo em que se reduz a disponibilidade dos
b) O usuário deve ser qualificado para operações com equipamentos de combate a incêndio.
ampolas de gás comprimido. As normas mais comuns para se prevenir um incêndio
c) O pessoal deve doutrinado quanto à proibição do são:
manuseio de ampolas com as mãos ou luvas untadas de a) não lançar cigarros ou fósforos mal apagados em local
óleo. impróprio;
d) É proibido o posicionamento de ampolas de oxigênio A solução depende da conscientização da tripulação
e/ou acetileno no interior de espaços confinados de que fumar a bordo, além de trazer grandes prejuízos à
(exceção feita à ampola de oxigênio da Enfermaria). saúde, pode representar risco de incêndio, sendo
e) Substituir as ampolas com vazamento ou reprovadas aplicáveis as seguintes recomendações:
no teste hidrostático. I) não fumar deitado, considerando-se a possibilidade do
f) Assegurar-se de que os dispositivos de segurança sono chegar antes do cigarro terminar;
(válvulas, manômetro, etc.) estejam funcionando II) não fumar em locais proibidos, ou quando
corretamente. trabalhando com inflamáveis, ou quando disseminada no
g) Não expor as ampolas ao sol por muito tempo. fonoclama essa proibição;
III) jogar o cigarro em cinzeiros, que devem ser
11 - MATERIAIS PERIGOSOS (FLUÍDOS AQUE- preferencialmente de metal, certificando-se de que foi
CIDOS, TÓXICOS OU INFLAMÁVEIS) apagado (não lançá-lo em cestas de lixo);
a) A existência desses itens deve se limitar às IV) não fumar em locais proibidos como praças de
necessidades previsíveis do navio. Nos períodos de máquinas, paióis de munição, tanques e porões; e
reparo, retirar de bordo os materiais perigosos V) não lançar cigarro aceso por barlavento.
dispensáveis: óleos combustíveis, gasolina, querosene de b) manter os equipamentos de combate a incêndio
aviação, munição (mesmo a do armamento portátil sempre em boas condições;
exceto a necessária ao pessoal de serviço) etc. c) manter a Estação Central de CAv informada de todos
b) Escolher um local apropriado para a guarda dos os serviços em andamento que possam comprometer o
tanques de pronto uso de gasolina para as moto-bombas sistema de combate a incêndio ou comprometer vidas em
e motores de popa. caso de sinistro (redes e válvulas retiradas para reparo,
c) Posicionar as descargas de motores e bombas portáteis bombas inoperantes, “by pass”, pessoal trabalhando em
safos de locais onde existam materiais perigosos ou local de difícil acesso etc), particularmente nos períodos
aspirações das ventilações do navio. de manutenção;
d) Prover proteção e isolamento para as redes de d) adestrar a tripulação, pois todos a bordo devem
recebimento de vapor de terra. conhecer os procedimentos a adotar ao ser detectado um
incêndio a bordo;
12 - MEDIDAS PARA REDUZIR RISCOS DE e) remover as estopas e trapos sujos de óleo dos porões e
INCÊNDIO A BORDO - Os navios de guerra acumulados nas latas de lixo. O risco de incêndio em
caracterizam-se por possuírem grande autonomia, ou praça de máquinas é grande, devido a fatores como
seja, são capazes de permanecer afastados de suas bases, elevadas temperaturas, espaços confinados e com
sem apoio logístico, por longos períodos. possíveis vazamentos de material combustível. Para
Essa particularidade faz com que transportem uma reduzir a ocorrência desses incêndios é fundamental
enorme quantidade de itens, como gêneros alimentícios, impedir o armazenamento de produtos inflamáveis nas
combustíveis, inflamáveis e munição. A presença desses praças de máquinas, bem como mantê-las sem
materiais coexistindo com um ambiente onde podem vazamentos e com os porões limpos e secos, mesmo nos
estar presentes elevadas temperaturas, ocorrer descargas períodos de manutenção;
elétricas e até mesmo explosões decorrentes de manuseio f) remover o óleo e gordura que se acumulam nas telas e
de munição ou concentração de gases explosivos, impõe dutos de extração da cozinha. O cumprimento de uma
regras para a utilização e o armazenamento, além de rigorosa rotina de limpeza impede que se acumulem
requerer rigorosas medidas preventivas para evitar ou, excessos de gordura e óleo, os quais, sendo
pelo menos, reduzir a ocorrência de incêndios. combustíveis, podem entrar em ignição pelas altas
As tripulações devem possuir um adestramento temperaturas passíveis de ocorrer nesses ambientes. A
específico para evitar e enfrentar um incêndio e se existência das telas dificulta que esse material
conscientizarem da necessidade de se cumprir os combustível se acumule no interior dos dutos. Os navios,
requisitos que aumentam a segurança. que dispõem de sistemas específicos para extinguir esses
Em tempo de paz, os incêndios podem ser atribuídos incêndios, devem mantê-los em perfeitas condições de
a avarias, falha humana, inobservância dos cuidados na funcionamento;
manutenção e operação de equipamentos e sistemas e,
principalmente, não-observância de medidas preventivas
destinadas a impedir condições propícias para os

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g) serviços de corte e solda elétrica e oxiacetilênica 13 - PRECAUÇÕES DE SEGURANÇA NAS
caracterizam-se pela presença de altas temperaturas, OPERAÇÕES AÉREAS - O Agente de Segurança de
centelhas e material incandescente. Sendo assim, merecem Aviação (ASAv) assessora diretamente o Comandante
uma série de cuidados específicos que incluem remoção de nos assuntos relativos à segurança de aviação de sua
inflamáveis das proximidades, o estabelecimento de vigias OM, respondendo por todas as atividades desenvolvidas
no compartimento em que é executado o serviço e nos em cumprimento ao Programa de Prevenção de
adjacentes, disponibilização de material de pronto uso para Acidentes Aeronáuticos (PPAA), de acordo com o
extinguir princípios de incêndio. Deve-se considerar, ainda, preconizado por instrução normativa específica.
que as fagulhas podem atingir locais de difícil acesso onde O piloto mais antigo do Destacamento Aéreo
materiais combustíveis podem estar acumulados. Outro Embarcado (DAE) é o responsável direto pela segurança
ponto importante a ser considerado é quando esse serviço
de sua aeronave e da tripulação orgânica. Em caso de
envolver redes e tanques, pois podem existir gases
dúvida, cabe ao piloto mais antigo do Destacamento a
inflamáveis acumulados, capazes de causar explosões.
As providências contra riscos de incêndio quando se
decisão final sobre a segurança de vôo da aeronave,
executam serviços de corte, solda ou aquecimento de redes tripulantes e passageiros.
e equipamentos devem ser rigorosamente implementadas, 13.1 - Normas gerais de segurança nas operações
chamando-se a atenção para os seguintes aspectos: aéreas
I) estabelecer um serviço de vigilância no compartimento a) Não se usa cobertura ou qualquer outro tipo de
adjacente, quando uma antepara for cortada, soldada ou material solto que possa “voar” com o vento, tais como
aquecida; papéis, pedaços de pano etc., no convés de vôo ou nos
II) manter a vigilância na área do serviço, bem como na locais abertos que lhe dão acesso.
área limítrofe, até, ao menos, 25 minutos após ter sido b) Cuidado com canhões e paus de carga. Quando
terminado um trabalho com calor; houver possibilidade de que o helicóptero possa ser
III) manter atualizado um registro de todos os locais onde
atingido pelo movimento de torretas, lançadores de
estão sendo realizados serviços de corte, solda e trabalhos
mísseis, paus de carga e equipamentos de manobra,
com calor;
manter tais equipamentos desalimentados, exceto por
IV) as ordens de fogo são expedidas mediante autorização
do oficial-de-serviço, do Encarregado do CAV ou seu ordem em contrário do Comandante do navio.
substituto legal, que assinam a papeleta de autorização; c) Os helicópteros são extremamente sensíveis a avarias
V) os cabos das máquinas de solda elétrica devem ser por efeito de sopro produzido pelos disparos de canhões
adequados e as mesmas devem estar conectadas à terra; e localizados nas proximidades da plataforma. Antes do
VI) antes de iniciar qualquer serviço de corte/solda ou início do tiro, posicionar a aeronave fora da área de
trabalho com calor em tanques, redes e suspiros, espaços efeito de sopro (preferencialmente hangarada), com as
vazios ou compartimentos que tenham contido materiais portas e janelas abertas.
inflamáveis ou tóxicos, deve ser verificado se a área de d) É terminantemente proibido fumar no hangar e na
trabalho está limpa e a atmosfera isenta de gases plataforma. Cartazes de advertência deverão ser
inflamáveis. Se não estiver, adotar providências corretivas colocados no hangar.
(remoção do material, arejamento do compartimento etc.), e) Todos os componentes das equipes que operam na
como necessário. plataforma usam, obrigatoriamente, óculos de proteção,
h) equipamentos elétricos avariados ou com instalações abafador de ruídos, coletes salva-vidas e botas especiais
inadequadas, equipamentos com baixa de isolamento, de convoo.
fusíveis contornados, disjuntores travados, instalações f) Componentes perigosos e setor de aproximação:
improvisadas (de fortuna), motores e circuitos elétricos - as pás do rotor principal, devido as suas características
sobrecarregados e condução inadequada podem ser a de flexibilidade e mobilidade (principalmente durante as
origem de incêndios. partidas e paradas do rotor), podem flexionar-se (flapar)
i) determinados materiais, como solventes, gasolina, tinta e e atingir quem se aproxime;
álcool exigem cuidados especiais para sua utilização e - o rotor de cauda - devido a sua baixa altura; e
armazenamento.
- a descarga do motor - devido às altas temperaturas dos
Além disso, deve-se limitar a presença de material
gases.
combustível a bordo, bem como exercer rigoroso controle e
Considerando-se as áreas perigosas indicadas e o
fiscalização do uso deste material, considerando-se as
situações de guerra e de paz. Sob esse enfoque citamos: setor visual do piloto, as zonas de aproximação de um
I) eliminação do material desnecessário à operação militar helicóptero resumem-se a um setor de 45º para cada um
do navio; e dos bordos, em relação à proa da aeronave.
II) especificação do material de bordo, evitando-se a g) A rede de proteção permanece içada durante a
utilização de equipamentos e acessórios compostos de movimentação da aeronave do hangar para a plataforma
material combustível (exemplo: utilizar sempre latas de (espotagem) ou da plataforma para o hangar
lixo metálicas). (hangaragem), e enquanto estiverem sendo executados
m) manutenção do navio nas melhores condições de serviços na aeronave sem virada de motor (inclusive
resistência ao fogo. dobragem e desdobragem das pás). Quando da partida de
motor e operação de pouso e decolagem, arriá-la. Assim
deverá permanecer, até a parada dos motores e rotores.

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h) A plataforma deve estar corretamente demarcada, - após o pouso do helicóptero, os calços e peias devem
acordo normas em vigor. ser imediatamente colocados, ficando a aeronave nesta
i) Por ocasião da partida do motor, um componente da condição até o próximo lançamento;
Equipe de Manobra e Crache guarnece um extintor - antes da decolagem, as peias, ao serem retiradas, são
portátil e mantém-se próximo à descarga do motor. mostradas ao piloto pelos calçadores;
j) Antes do início (aproximadamente quinze minutos) e - o orientador e o fiel da aeronave têm que estar
durante as operações aéreas é terminantemente proibido presentes sempre que o helicóptero for movimentado no
jogar lixo no mar, para evitar a concentração de aves. hangar e/ou plataforma de pouso; e
k) Antes do início das operações aéreas noturnas é - antes do início de qualquer manobra de espotagem, o
necessário um período de adaptação dos pilotos e das orientador solicita autorização ao Oficial de Quarto e
equipes, durante o qual este pessoal não deve transitar cientifica-se de que o Navio não vai manobrar durante a
por compartimento iluminado. O trajeto dos pilotos até o faina. Cuidados especiais devem ser tomados sempre
hangar deve ser feito por compartimentos iluminados que as condições meteorológicas forem adversas.
com luz de polícia.
l) Todo o pessoal envolvido em operações aéreas deve 14 - PRECAUÇÕES DE SEGURANÇA DURANTE
estar conscientizado e instruído para observar e alertar OS PERÍODOS DE MANUTENÇÃO - Durante os
ao OLP quanto a sinais de avaria no helicóptero, como períodos de manutenção, os cuidados com a segurança
fumaça, vazamentos de combustível e fluído hidráulico. devem ser redobrados, considerando-se que o navio fica
m) Em Operações Aéreas, todas as portas, escotilhões, mais vulnerável, devido à grande quantidade de
agulheiros e escadas que dão acesso à plataforma de vôo, equipamentos e sistemas, inclusive de CBINC, que são
devem possuir placas com informações proibindo a retirados para reparo, além dos diversos serviços que são
passagem do pessoal. realizados simultaneamente.
13.2 - Segurança na plataforma de pouso e hangar - 14.1 - Recomendações gerais
As áreas descobertas de meia nau para ré e, a) Afixar em locais visíveis instruções visando à
especialmente, a plataforma de pouso e o hangar, devem prevenção de acidentes.
ser inspecionados antes do início das operações aéreas, b) Instituir uma comissão encarregada da segurança e
sendo recolhidos os detritos e objetos estranhos (DOE). prevenção de acidentes, constituída ao início do período
de manutenção e integrada pelos Imediato, CHEMAQ,
13.3 - Abastecimento da aeronave
a) Antes e durante o abastecimento avisar pelo CHEOP, CHEARM, ENCAv e Oficial Médico.
fonoclama: c) Incluir nos contratos celebrados com firmas, itens
definindo claramente as responsabilidades quanto à
“ABASTECIMENTO DE AERONAVE - É segurança e à integridade dos funcionários civis,
PROIBIDO FUMAR”. segundo a legislação em vigor, enquanto estiverem
b) Mangueiras de abastecimento devem estar com fio trabalhando a bordo.
terra passado na aeronave e, esta, com terra passado para 14.2 - Prevenção de incêndio - As providências de
o convés, antes da colocação do bico da mangueira na rotina devem ser intensificadas, considerando as
tomada da aeronave. peculiaridades do período, como, por exemplo:
c) Durante as fainas de abastecimento, a Equipe de a) instituir uma turma de prevenção de incêndio com
Crache deve estar a postos, com equipamento de pessoal devidamente qualificado;
combate a incêndio pronto para ser usado. b) os serviços de corte e solda devem ser específica e
d) O combustível de aviação não deve ser manuseado efetivamente autorizados e controlados;
com vasilhame aberto. c) manter disponíveis bombas de incêndio portáteis
e) Panos e trapos, contendo combustível de aviação, prontas para serem acionadas, em caso de falha ou
devem ser retirados da plataforma e hangar logo que inexistência de pressão na rede de incêndio de bordo ou
terminado seu uso. do cais;
f) A transferência de combustível de aviação só pode ser d) o navio deve ser mantido limpo, seco (praças de
iniciada após notificação ao Oficial de CAV do navio. máquinas e porões), isento de resíduos e produtos
13.4 - Manobra do navio e manobra do helicóptero inflamáveis armazenados de maneira imprópria;
a) Salvo em situação de grande emergência e levando-se e) quando possível, manter pressão na rede de incêndio
em consideração os aspectos de segurança envolvidos, o de bordo, ou em seus “bypass”;
navio não muda de rumo enquanto um helicóptero f) os “by-pass” da rede de incêndio devem ser instalados
estiver: pousando ou decolando / engrazando ou com segurança, com as mangueiras em boas condições;
desengrazando rotor / sendo manobrado no hangar g) caso o Sistema Fixo de CO2 tenha sido retirado das
e/ou plataforma de pouso. praças de máquinas e paióis, devem ser providenciados
b) Considerações que envolvem a segurança dos homens extintores portáteis substitutos em quantidade suficiente;
do convoo e da aeronave: h) a Estação Central do CAv deve manter atualizada a
- o Orientador ocupa posições definidas na plataforma, situação da rede de incêndio de bordo no tocante a
de maneira que permaneça no visual do piloto que trechos ou válvulas retiradas que possam comprometer o
efetivamente estiver nos comandos da aeronave; combate a um incêndio;

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i) devem ser mantidos os serviços de Patrulhas de CAv e q) conhecer a localização e utilização dos equipamentos
Vigias de Bravos, com pessoal qualificado, para de combate a incêndio existentes no seu alojamento ou
percorrer os compartimentos do navio e praças de local de trabalho;
máquinas, durante os períodos em que a guarnição está r) fumar apenas nos locais permitidos;
licenciada; e s) operar equipamentos apenas se for qualificado na sua
j) manter, pelo menos, um reparo de CAv pronto para ser operação;
guarnecido em caso de incêndio a bordo (este reparo t) abrir os acessórios que devam permanecer fechados
deve ser do conhecimento de toda a tripulação). (em função da condição de fechamento estabelecida)
somente com autorização da Estação Central de CAV
15 - PRECAUÇÕES GERAIS DE SEGURANÇA DO (fechá-los corretamente, após terminada a necessidade);
PESSOAL - A listagem a seguir resume as precauções u) não se inclinar pela borda apoiado na balaustrada ou
gerais de segurança de pessoal, as quais, em alguns vergueiros;
casos, repetem aspectos já mencionados em tópicos ou v) não permitir a existência de conveses ou estrados
capítulos anteriores. O cumprimento dessas precauções escorregadios; se inevitável, colocar um aviso,
diminui consideravelmente os riscos de acidente: informando a existência de situação de risco;
a) conhecer e memorizar todas as saídas, inclusive as de w) quando abertos escapes, escotilhas, portas de visita
emergência, do alojamento ou local de trabalho, bem ou outro acesso do convés normalmente fechado, prover
como a localização das Máscaras de Escape Rápido e área de segurança delimitada por cabos/balaustres,
sua correta utilização; devidamente seguros e sinalizados;
b) verificar se todo o material está bem armazenado, x) não passar entre/sobre cabos colhidos/dobrados
guardado e peiado; durante fainas pois estes podem ser laborados;
c) ao transportar volumes, procurar manter uma das y) nunca passar sobre espias, cabos e amarras
mãos livre; tensionados;
d) subir ou descer escadas, segurando o corrimão com z) nunca operar equipamentos com sistemas de
uma das mãos; segurança defeituosos;
e) conhecer os procedimentos de parada em emergência aa) nunca operar chaves, disjuntores elétricos ou
dos equipamentos com os quais trabalhe; válvulas sem autorização/qualificação para tal;
f) garantir que as saídas e escapes não estejam ab) avisar a Central do CAv quando for trabalhar em
bloqueados por materiais, nem travadas, de modo a compartimentos isolados e sem fonoclama,
impedir a sua abertura por dentro; principalmente quando a tripulação estiver licenciada;
g) garantir que dutos de ventilação estejam limpos, com ac) não lançar material pela borda (nunca fazê-lo com o
aspirações e descargas desbloqueadas; navio docado);
h) anéis, relógios, chaveiros, e outros itens que podem se ad) quando for imprescindível efetuar reparos em
prender em extremidades não devem ser utilizados a equipamentos elétricos ou eletrônicos energizados, fazê-
bordo; lo sempre acompanhado;
i) utilizar equipamentos de proteção individual como ae) quando trabalhando em mastros, chaminés e
capacetes, luvas, sapatos ou botas, cintos de segurança, costados, usar cinto de segurança/dispositivos que
óculos e vestimentas adequados ao serviço a realizar; impeçam a queda de ferramentas, mantendo sempre
j) utilizar o colete salva-vidas apropriado, sempre que vigia pronto a auxiliá-lo.
trabalhar em conveses abertos em situações onde existe a af) fiscalizar o cumprimento das normas referentes à
possibilidade de queda no mar; nas fainas mais críticas, segurança do trabalho realizado por qualquer tripulante,
utilizar um cinto de segurança preso à balaustrada ou zelando pela segurança de todos a bordo;
outro local apropriado; ag) inspecionar rotineiramente o cabo de energia de terra
k) utilizar capacete onde haja possibilidade de e sua rota ao longo do convés, tendo atenção à correta
quedas/choques com objetos como quando no fundo do fixação dos seus terminais, e aos possíveis contatos do
dique, em fainas marinheiras e durante grandes reparos cabo com acessórios do convés, protegendo-o de cantos
em praça de máquinas; vivos. A inspeção deve ser rigorosa principalmente
l) utilizar, preferencialmente, roupas de algodão quando houver troca de cabos entre os navios; e
(inclusive meias e roupas de baixo); ah) as ferramentas manuais devem ser apropriadas ao
m) portar o colete salva-vidas inflável, lanterna de bolso uso a que se destinam, sendo vedado o emprego de
estanque, luvas e capuz antiexposição (“anti-flash”), em ferramentas defeituosas, danificadas ou improvisadas.
situação de cruzeiro de guerra;
n) limitar o uso de óculos escuros aos conveses abertos;
o) caminhar rápido, se necessário, mas não correr a
bordo;
p) conhecer a localização das balsas, especialmente a sua Atualizada em dezembro de 2018.
balsa, e os caminhos a utilizar desde o seu alojamento ou
local de trabalho para a mesma, em uma emergência;

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