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AGENDA RIO

Vers ão 2018 • Mo v i mento R io p or Intei ro


1
VISÃO
05
DIAGR AMA
SÍNTESE 08
s u m ár io
PR OP O S TA S
10
ME TA S
44
MAPA
46
2
PARCEIROS
48 3
V I S TA D A B A Í A D E G U A N A B A R A | R I O D E J A N E I R O

P OR E DU L AU T ON

PE G A
A VI SÃ

A Agenda Rio reúne uma visão e um Seja em Japeri ou em São Gonçalo,


conjunto de propostas de políti- da Baixada Fluminense ao Leste, na
cas públicas elaborados pela Casa Zona Norte e Zona Oeste, imaginar
Fluminense, em parceria com uma um Rio por Inteiro para nós é cons-
rede de organizações da socieda- truir coletivamente, com a diver-
de civil e de pessoas dispostas a sidade temática desses territórios,
encarar os desafios estruturais da uma agenda objetiva e comum.
metrópole.

Suas prioridades são a ampliação A versão 2018 da Agenda Rio pas-


da cidadania e o aprimoramen- sa a ter o ano de 2030 como ho-
to da democracia, a redução das rizonte de planejamento e imple-
desigualdades e a expansão das mentação. Vamos acompanhar
oportunidades, o desenvolvimen- de forma crítica, na escala local,
to sustentável e a convivência os ODS - Objetivos de Desenvolvi-
harmoniosa na Região Metropolitana mento Sustentável, das Nações
do Rio. Unidas.

4 AGE N DA RIO 2 0 3 0 | PE G A A V IS ÃO AGE N DA RIO 20 3 0 | PE G A A V IS ÃO 5


Serão 12 anos de resistência e de O ODS 11: “cidades e comunidades deiras levantadas adiante. Também Essas quatro ferramentas nos aju-
inovação. Para tanto, a cada ano de sustentáveis” por sua amplitude, é presente no portal casafluminense. darão a esquematizar, parametri-
eleições (livres e diretas) a Agenda transversal à grande parte das enti- org, a biblioteca virtual guarda as zar e territorializar o debate sobre
Rio 2030 será atualizada, revisando dades parceiras, pela convergência referências bibliográficas utilizadas a sustentabilidade do desenvolvi-
as propostas da rede. O trabalho de das bandeiras que ele traz e pelas nos 8 eixos temáticos da Agenda. mento da metrópole do Rio, faci-
monitoramento vem na sequência, experiências mapeadas por nós até litando o monitoramento das pro-
em movimento. aqui. Vamos nos concentrar nelas. postas feitas.
São eles: 1) Política Metropolitana;
2) Emprego e Renda; 3) Mobilidade
As possibilidades de uso para este Teremos como alvo uma “metrópo- Urbana; 4) Segurança Pública e Di- Contudo, a chave para o encami-
material são diversas, vão desde le sustentável”, que deve incluir os reito à Vida; 5) Saneamento Básico e nhamento dos pleitos está na ca-
influenciar as promessas de cam- subúrbios, as favelas e as periferias Baía de Guanabara; 6) Acesso à Saú- pacidade da organização e mobili-
panha e os programas de gover- do Rio de Janeiro, áreas de potên- de, Educação e Cultura; 7) Cidade zação dos territórios, propósito da
no, de forma suprapartidária, até cias subaproveitadas, reflexo das para Conviver e 8) Gestão Pública, Campanha Rio por Inteiro. A versão
incidir nos Planos Estratégicos e desigualdades mórbidas que cei- Transparência e Participação. 2018 da Agenda Rio 2030 é a porta
nos Planos Plurianuais dos man- fam vidas diariamente. de entrada dessa construção coleti-
datos eleitos. va e permanente.
Nesta edição, a partir desses temas,
Neste sentido, na camada mais apresentaremos, além da introdu-
A ideia geral é promover na so- subalternizada dessa segregação ção: a) um diagrama-síntese das Sinta-se em Casa.
ciedade civil fluminense as estão jovens, mulheres, negras, propostas; b) cenários, contextos e
culturas de participação e de LGBTQI+, ativistas. Vozes que são conteúdos das mesmas; c) um qua-
monitoramento das políticas caladas e sonhos que são apagados, dro de metas com alguns indicado-
públicas. Os efeitos serão avalia- no silêncio e na invisibilidade des- res atuais e um horizonte para 2030,
dos a partir do impacto das ações ses lugares de fala. Vamos trabalhar referentes a cada tema; d) um ma-
em territórios e sujeitos concretos, por eles, com eles. peamento de territórios-chave.
no curso do Fórum Rio e nas cam-
panhas de mobilização.
Na Região Metropolitana do Rio de
Janeiro (RMRJ), com seus 21 muni-
Dessa forma, expandir no tempo cípios e 12 milhões de habitantes,
e no espaço o esforço de co-criar as mulheres são 52,6% e a popula-
conteúdo, diagnosticando e pro- ção preta e parda, 53,2%, segundo
pondo, continua sendo a forma dados do último Censo do IBGE, de
adotada pela Casa e seus parceiros 2010. Essas maiorias foram, por
para lutar pela equidade nas políti- muito tempo, cerceadas das rela-
cas públicas fluminenses. ções sociais e econômicas, sem di-
reito à participação política.

Assim como a Agenda 2030, dos


países-membros da ONU, a Agen- Nossos Mapas e Infográficos da De-
da Rio 2030, dos parceiros da Casa sigualdade mostram que essa vul-
Fluminense, também se pretende nerabilidade se mantém e se reflete
holística, mas com foco em temas na geografia do Rio. Os indicadores,
prioritários para a rede, com o acú- de várias áreas e fontes, ajudam a
mulo dos 5 anos de sua existência. formar a linha de base para as ban-

6 AGE
AGE NNDA
DAR 2
IO03
2003|0PE
| PG
EGAAAA VVIS ÃO
IS ÃO AGE
AGENNDA
DA 20 3 02 0| 3PE
R IO 0 |G
PEAGA
AVA IS ÃO
V IS ÃO 7
DIAG R AM A - SÍ N TESE
RESUMO DAS PROPOSTAS DA AGENDA RIO 2030, POR EIXO TEMÁTICO

1. POLÍTICA 2. EMPREGO 3. MOBILIDADE 4. SEGURANÇA 5. SANEAMENTO 6. ACESSO À 7. CIDADE PARA 8. GESTÃO


METROPOLITANA E RENDA URBANA PÚBLICA E BÁSICO E BAÍA SAÚDE, EDUCAÇÃO CONVIVER PÚBLICA,
DIREITO À VIDA DE GUANABARA E CULTURA TRANSPARÊNCIA
E PARTICIPAÇÃO

1.1 Aprovar a 2.1 Promover o 3.1 Licitar o 4.1 Reduzir 5.1 Concluir as 6.1 Aumentar 7.1 Valorizar 8.1 Adotar planos
governança adensamento bilhete único e as mortes obras do PSAM a efetividade o patrimônio de metas e
metropolitana produtivo nas tornar as tarifas violentas, com e ampliar o das políticas de cultural e natural mecanismos para
na ALERJ periferias da região transparentes foco na Baixada tratamento de transferência de toda a o monitoramento
metropolitana Fluminense esgoto de renda metrópole cidadão

1.2 Fortalecer o 2.2 Fomentar o 3.2 Conferir 4.2 Substituir 5.2 Fortalecer 6.2 Melhorar 7.2 Espalhar 8.2 Tornar a
planejamento empreendedorismo aos trens a lógica de o sistema de a rede de parques públicos, transparência
municipal e e apoiar as micro metropolitanos confronto por regulação e prevenção e praças e espaços regra na
metropolitano e pequenas a qualidade de ações de gestão do atenção primária verdes administração
empresas serviço do metrô inteligência saneamento à saúde pública

1.3 Desenvolver 2.3 Estimular 3.3 Priorizar 4.3 Adotar 5.3 Estabelecer 6.3 Ampliar o 7.3 Enfrentar 8.3 Ampliar
política políticas de os transportes política ampliada governança pela número de vagas o racismo os canais de
habitacional de primeiro emprego ativos frente de prevenção ao recuperação em creches estrutural e participação
interesse social e programas de aos individuais crime e à da Baía de públicas e institucional social
aprendizagem motorizados violência Guanabara conveniadas

1.4 Retomar e 2.4 Fortalecer 3.4 Expandir 4.4 Criar 5.4 Expandir a 6.4 Zerar a 7.4 Promover a 8.4 Promover a
universalizar a economia a rede de programa de coleta seletiva evasão escolar equidade de justiça tributária
políticas de da cultura, do transportes de promoção da com a inclusão no ensino médio, gênero e o e otimizar a
urbanização conhecimento média e alta integridade remunerada de com a ampliação respeito à arrecadação
de favelas e e da inovação capacidade policial com catadores da educação diversidade
regularização controle externo integral sexual
fundiária

1.5 Estimular o 2.5 Incentivar 3.5 Estruturar 4.5 Reduzir o 5.5 Proteger rios, 6.5 Democratizar 7.5 Fortalecer 8.5 Encontrar
desenvolvimento a economia de Sistema Integrado encarceramento prevenir enchentes os equipamentos os centros de alternativas para
urbano nas baixo carbono e de Transportes investindo em e melhorar o culturais e referências de aumentar as
centralidades a agricultura alternativas abastecimento estruturar política promoção da receitas estaduais
metropolitanas familiar penais de água de fomento cidadania

8 AGEAGE
N DA N
RDA
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00 30
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| DI AGRAGR
A MA
A-M A TESE
S ÍN AGE
AGE N DA RNIO
DA2 020
3 0 3| 0
DI| AGR
DI AGR AS
A M A- MÍNAT E S E 9
PROPOSTAS
DESAFIOS DA METRÓPOLE E
ALTERNATIVAS PARA SUPERÁ-LOS.
1 · POLÍTICA METROPOLITANA | PÁG 12
2 · EMPREGO E RENDA | PÁG 16
3 · MOBILIDADE URBANA | PÁG 20
4 · SEGURANÇA PÚBLICA E DIREITO À VIDA | PÁG 24
5 · SANEAMENTO BÁSICO E BAÍA DE GUANABARA | PÁG 28
6 · ACESSO À SAÚDE, EDUCAÇÃO E CULTURA | PÁG 32
7 · CIDADE PARA CONVIVER | PÁG 36
8 · GESTÃO PÚBLICA, TRANSPARÊNCIA E PARTICIPAÇÃO | PÁG 40

10
10 1111
PENHA | ZONA NORTE | RIO DE JANEIRO

P O R A F R O D R I G U E S | F AV E L A E M F O C O

POLÍTICA
METROPOLITANA
SUPERAR
AS FRONTEIRAS
ADMINISTRATIVAS,
COSTURAR SOLUÇÕES

Mais da metade dos domicílios bra- Na esfera pública fluminense o No Rio de janeiro, as desigualdades Todos esses direitos estão previs-
sileiros está localizada em regiões tema é conduzido pela Câmara Me- são profundas e reproduzem-se de tos na Constituição Federal de 88,
metropolitanas, onde vivem aproxi- tropolitana de Integração Governa- diferentes maneiras dentro e fora que em outubro completa 30 anos.
madamente 113 milhões de pessoas, mental, criada em 2014. Idealmente, dos 21 municípios que compõem Nesta versão da Agenda Rio 2030,
segundo o IBGE. O Estatuto das Me- a agência deve ter sua governança oficialmente sua Região Metropo- tais direitos serão alvo das propos-
trópoles, Lei 13.089 de 2015, regu- aprovada na Assembleia Legislativa, litana. Todos os dias, 2 milhões de tas de políticas públicas, a partir da
lamenta temas específicos desses para responder às funções públicas pessoas dirigem-se à capital flumi- escala metropolitana.
territórios, oferecendo diretrizes e de interesse comum (FPICs), como, nense em busca de oportunidades.
instrumentos para o planejamento por exemplo, equacionar o enorme A segregação social, econômica e
e execução de políticas públicas. déficit habitacional da região. política vivida neste espaço amplia-
do desequilibra o acesso a direitos
sociais básicos, como moradia, tra-
balho, transporte, segurança, assis-
tência social, saúde, educação, lazer.

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1.3 Gerar oportunidades de moradia nas áreas cen-
trais dos municípios, capazes de dar aproveitamento
adequado aos imóveis que não cumprem a função so-

A AG E N D A R IO 2 03 0 DESENVOLVER
POLÍTICA
cial, especialmente na zona portuária do Rio de Janei-
ro. Instituir mecanismos redistributivos de captura
das mais valias geradas pelo desenvolvimento urba-

PRO PÕ E HABITACIONAL DE
INTERESSE SOCIAL
no. Mapear e sobretaxar imóveis e terrenos vazios ou
subaproveitados. Apresentar um plano integrado de
redução do déficit habitacional, destinando parcelas
de novos empreendimentos para a habitação popular,
através de fundos públicos e privados e/ou linhas de
crédito que viabilizem economicamente planos de ha-
bitação de interesse social em áreas adensadas com

1.1 Estruturar o projeto de lei que regulamenta a go-


vernança metropolitana do Rio de Janeiro, definindo
coletivamente Funções Públicas de Interesse Comum
(FPICs) que levem em conta a diversidade dos municí-
1.4 Urbanizar as favelas como política pública interse-
torial para a provisão de serviços urbanos, e para a
melhoria das habitações através de assistência técnica,
APROVAR A pios e a efetividade de políticas públicas compartilha- jurídica e administrativa, com a participação dos mo-
GOVERNANÇA das. Aprovar instrumentos previstos pelo Estatuto das RETOMAR E radores em todo o processo. Abandonar as políticas de
METROPOLITANA Metrópoles (Lei 13.089/2015): Plano de Desenvolvimen- UNIVERSALIZAR remoção e deslocamento forçado de populações, subs-
NA ALERJ to Urbano Integrado – PDUI, que já teve sua consultoria POLÍTICAS DE tituindo-as pela regularização integral, afinada com o
entregue; um sistema de informações georreferencia- URBANIZAÇÃO Estatuto da Cidade. Ampliar o Sistema Nacional de Ha-
das e um fórum permanente de participação e controle DE FAVELAS E bitação de Interesse Social e seu fundo corresponden-
pela sociedade civil. REGULARIZAÇÃO te, de modo a definir, nos planos diretores municipais,
FUNDIÁRIA metas e formas de financiamento para a provisão de
moradia popular digna.

1.2 Apoiar as prefeituras para a adoção dos instrumen-


tos de gestão e planejamento municipal citados no
Painel de Monitoramento da Casa Fluminense, reivin-
dicando a revisão e a avaliação dos planos diretores
FORTALECER O
PLANEJAMENTO
MUNICIPAL E
METROPOLITANO
participativos, alinhados ao PDUI. Entregar os planos
municipais de mobilidade, saneamento e resíduos sóli-
dos. Manter portais de transparência acessíveis e publi-
cizar as metas de governo. Qualificar os gestores para
1.5 Articular planos, programas e projetos direciona-
dos às centralidades urbanas que devem ser fortale-
cidas na metrópole, definidas pelo PDUI. Coordenar
a implantação de infraestrutura urbana, de qualificação
essas entregas em todos as esferas, inclusive na execu- ESTIMULAR O do ambiente urbano e de mobilidade. Incentivar a ocu-
ção de consórcios intermunicipais. Reestruturar o CE- DESENVOLVIMENTO pação dos vazios urbanos ao longo dos principais eixos
PERJ para a produção de conhecimentos que subsidiem URBANO NAS de transporte (trem e metrô), promovendo a aplicação
do planejamento à tomada de decisão. CENTRALIDADES dos instrumentos do Estatuto da Cidade para a gestão
METROPOLITANAS do uso e ocupação do solo urbano. Fortalecer medidas
que incentivam as cadeias produtivas já estabelecidas
na região e suas potencialidades, de modo a atrair a ins-
talação de novas unidades produtivas e tornar a região
como um todo mais policêntrica.

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B A N GU | Z ONA OE S T E | RIO DE J A NEIRO

2
POR LÉO LIMA

EMPREGO
E RENDA
GERAR RENDA A PARTIR
DOS TERRITÓRIOS,
DISTRIBUIR RIQUEZAS

Mais da metade do emprego formal Diversos fatores são analisados para mercado de trabalho (60%), de acordo As consequências dessas variáveis
da Região Metropolitana do Rio de explicar a crise e a falência do governo com dados do primeiro trimestre de são desafios que queremos tratar
Janeiro (51%) está localizada no eixo fluminense: má gestão dos recursos 2018 da PNAD/IBGE. A capital do Rio nos próximos capítulos. Nesse sen-
que vai do centro da cidade até a públicos, corrupção, alta dependên- foi a cidade do Brasil que mais fechou tido, a perspectiva regional e ur-
Barra da Tijuca, via orla, incluindo cia da economia do petróleo, pouca postos formais de trabalho em 2017, bana torna-se imprescindível para
os bairros da Tijuca e Jacarepaguá. contrapartida dos incentivos fiscais, totalizando 55 mil postos (RAIS/MTE). revertermos um quadro tão crítico.
Nessa área não reside nem um quin- falta de transparência e de planeja- Em segundo lugar, muito atrás, está a
to (19%) do total da população metro- mento, entre outros. Todos trouxeram cidade de São Paulo, que perdeu 15 mil.
politana. Reequilibrar a metrópole como reflexo dados alarmantes para a Entre as 25 maiores quedas, ainda há
deve ser a meta para a necessária re- RMRJ, justificados oficialmente pela 4 cidades da RMRJ: Duque de Caxias,
configuração da economia do estado. “falta de recurso”, tais como: o alto de- Niterói, Nova Iguaçu e São Gonçalo,
semprego (15%), a alta informalidade totalizando 20 mil empregos a menos
(30%) e a baixa taxa de participação no nas periferias metropolitanas.

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2.3 Oferecer oportunidades de trabalho e renda para jo-
vens oriundos das periferias, identificando vocações,
valorizando seu protagonismo e gerando experiências

A AG E N D A R IO 2 03 0 ESTIMULAR
POLÍTICAS
de trabalho. Sensibilizar órgãos públicos e empresas pri-
vadas para o cumprimento da lei de aprendizagem, com
a contratação de jovens aprendizes. Estimular o investi-

PRO PÕ E DE PRIMEIRO
EMPREGO E
mento social privado, com contrapartidas voltadas para
os territórios de atuação. Incentivar ações de respon-
PROGRAMAS DE sabilidade social focadas em grupos vulnerabilizados,
APRENDIZAGEM atrelando as renúncias fiscais a projetos que aumentem
a participação dos jovens no mercado de trabalho.

2.1 Equilibrar as ofertas de emprego e moradia na me-


trópole, produzindo postos formais de trabalho nas
periferias a partir de uma política de complexos produ-
2.4 Fomentar a cadeia produtiva da economia criativa,
com destaques para os setores de audiovisual, música,
artes cênicas, comunicação, design, moda, arquitetura,
games e outros. Reconhecer o funk, o samba, o hip-hop e
tivos. Impulsionar as cadeias de maior valor agregado, FORTALECER A outras expressões culturais como ativos para a valoriza-
PROMOVER O como do petróleo e gás, da saúde, metal-mecânico, da ECONOMIA DA ção econômica dos territórios. Desenvolver rede de áre-
ADENSAMENTO indústria naval e da construção civil. Prover infraestru- CULTURA, DO as de preservação ambiental e parques públicos para a
PRODUTIVO NAS tura e desenvolvimento urbano nas múltiplas centrali- CONHECIMENTO E criação de polos locais de turismo ecológico. Estabelecer
PERIFERIAS dades, capacitando a força de trabalho e otimizando o DA INOVAÇÃO um Sistema Regional de Inovação com as instituições
DA REGIÃO ambiente de negócios locais. de ensino & pesquisa (UERJ, CEPERJ, FAETEC, UniRio,
METROPOLITANA UFRRJ, UFRJ, UFF, IFRJ, Fiocruz, CEFET e outras) e me-
canismos de fomento alinhados com uma estratégia de
desenvolvimento regional. Incentivar o desenvolvimento

2.2 Oferecer suporte a empreendimentos de pequeno


e médio porte, com apoio técnico e jurídico, acesso a
crédito e capacitação. Expandir os programas de forma-
de startups e empresas de Tecnologia da Informação.

FOMENTAR O
EMPREENDEDORISMO
E APOIAR AS
lização e inserção econômica de negócios locais, prin-
cipalmente aqueles geridos por negros e por mulheres.
Induzir a criação de ambientes de negócios através do
compartilhamento de ferramentas e espaços de produ-
2.5 Adotar programa de fomento a negócios sustentá-
veis, com a utilização de incentivos fiscais para empre-
endimentos de economia circular e reaproveitamento
de resíduos, bem como projetos inovadores de constru-
MICRO E PEQUENAS ção (coworking), especialmente nas periferias. Tornar INCENTIVAR A ções sustentáveis, geração local de energia solar e eóli-
EMPRESAS as compras públicas mais locais, inclusivas e sustentá- ECONOMIA DE ca. Fortalecer projetos de agricultura urbana e familiar
veis, apostando nas economias solidária e circular. BAIXO CARBONO de base agroecológica, em sintonia com a estratégia de
E A AGRICULTURA Segurança Alimentar e Nutricional. Proteger as áreas
FAMILIAR vocacionadas para a produção agrícola nos planos dire-
tores e proporcionar novas oportunidades econômicas e
regulação climática da cidade por meio da produção lo-
cal de alimentos. Incentivar os municípios a aderirem ao
Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
– SISAN e criarem política municipal para o tema.

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AV E N I D A B R A S I L | R I O D E J A N E I R O

POR LÉO LIMA

MOBILIDADE
URBANA
CAMINHOS
PARA O DIREITO
À CIDADE

Para trabalhar o tema da mobili- O Rio de Janeiro é a metrópole Há 5 anos, o aumento do preço das São avanços importantes que pre-
dade urbana na escala da Região onde as pessoas mais passam ho- passagens de ônibus foi o mote das cisam atingir a todos, já que são
Metropolitana do Rio, e em ou- ras no trajeto casa-trabalho no manifestações que desencadearam meios para garantir o acesso a di-
tras, é necessário entendermos país. Mais de 26% dos trabalhado- uma série de consequências para o reitos, acesso à cidade. Precisamos
que a má distribuição dos postos res ultrapassam os 60 minutos no país. Hoje, bandeiras como o valor de mais caminhos e mais soluções,
de trabalho e dos equipamentos e deslocamento, antes de começa- e a transparência das tarifas se- com transparência e com partici-
serviços públicos e privados é ele- rem, de fato, seu expediente. Ou- guem em pauta. Em 2013 o país ha- pação de quem perde, em média,
mento tão determinante quanto a tro dado impactante é que no Rio via completado um ano de vigência 30 dias por ano nas maltratadas
melhoria do sistema de transpor- o peso da tarifa do transporte pú- da Política Nacional de Mobilidade ferrovias, rodovias, hidrovias e ci-
te em operação. blico no salário mínimo é um dos Urbana e em 2015 colocou o trans- clovias da metrópole fluminense.
maiores do Brasil, comprometen- porte como direito social básico na
do um quinto da renda, segundo sua Constituição Federal.
cálculos da ANTP, acessados no
Mobilidados/ITDP.

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3.3 Ampliar infraestruturas viárias para pedestres e
ciclistas, com o alargamento e qualificação de calça-

A AG E N D A R IO 2 03 0 PRIORIZAR OS
das, diminuição da distância das travessias, expansão
da malha cicloviária, instalação de bicicletários e siste-
mas públicos de bicicletas compartilhadas nas estações

PRO PÕ E TRANSPORTES
ATIVOS FRENTE
AOS INDIVIDUAIS
de trem, metrô, BRT e barcas, e emprego de sinalização
apropriada. Adotar política de visão zero, buscando a
eliminação das mortes no trânsito, incluindo redução
MOTORIZADOS das velocidades máximas permitidas, aumento da fis-
calização, expansão de programas de educação para a
convivência adequada nas vias por pedestres, ciclistas
e motoristas, bem como ações de desenho urbano vol-
tadas a valorizar a circulação dos modais ativos. Redu-
zir a emissão de poluentes por parte dos automóveis em

3.1 Tornar transparente a gestão do sistema de trans-


portes, com a realização de licitação para o serviço de
bilhetagem, conforme determinação do Ministério Pú-
atenção às mudanças climáticas.

LICITAR O BILHETE
ÚNICO E TORNAR
AS TARIFAS
blico e Defensoria Pública do Rio de Janeiro. Orientar
as políticas para a criação de fontes contínuas de finan-
ciamento do transporte público e a redução das tarifas
municipais e do Bilhete Único, bem como empregar
3.4 Expandir redes de metrô, BRT, barcas e VLT, com
a implantação da Linha 3 em Niterói/São Gonçalo e a
ampliação e qualificação dos serviços de barcas na Ilha
do Governador, em Duque de Caxias e em São Gonçalo.
TRANSPARENTES medidas para a plena integração tarifária entre os mo- EXPANDIR REDE Conclusão das obras do BRT TransBrasil e recuperação
dais. Fortalecer técnica e operacionalmente os órgãos DE TRANSPORTE das estações da TransOeste, com investimento em
reguladores – Agetransp e Detro – e garantir o pleno DE MÉDIA E ALTA conservação preventiva e aumento da segurança dos
acesso desses às informações de serviços de todas as CAPACIDADE usuários. Aumentar o percentual total da população
concessionárias. metropolitana que reside próxima à rede de transporte
de média e alta capacidade. Incentivar o adensamento
urbano e habitacional no entorno das estações de

3.2 Modernizar a malha de trens metropolitanos e suas


estações, nivelando-a aos padrões do metrô de confor-
to, segurança, acessibilidade, informação, frequência
e respeito aos horários. Aplicar a lei do Painel Eletrô-
transporte público de média e alta capacidade, por
meio da aplicação dos instrumentos previstos no
Estatuto da Cidade.

CONFERIR nico, aprovada na ALERJ (5274/2008). Duplicar a via no


AOS TRENS
METROPOLITANOS
A QUALIDADE
DE SERVIÇO DO
trecho Gramacho-Saracuruna e implantar o Veículo
Leve sobre Trilhos (VLT) nos ramais de Vila Inhomirim
e Guapimirim. Requalificar o Ramal Belford Roxo, di-
minuir intervalos e ampliar os horários e adotar medi-
3.5 Ampliar a interconexão de serviços nos 21 muni-
cípios e a integração física, operacional e tarifária
dos diferentes modais. Regulamentação dos moto-
táxis e serviços informais. Implantação de faixas ex-
METRÔ das de segurança para os passageiros, como reduzir o ESTRUTURAR clusivas para ônibus e expansão da oferta de serviços
vão entre o trem e a plataforma, instalar sensores nas SISTEMA noturnos e aos finais de semana, garantindo dignidade
portas e câmeras nas estações, ampliar a presença de INTEGRADO DE e segurança a mulheres, idosos e pessoas com deficiên-
funcionários e o serviço de ouvidoria. TRANSPORTES cia. Ampliar os meios de planejamento e participação,
a partir da elaboração dos planos municipais de mo-
bilidade urbana. Criar um observatório de mobilidade
urbana, composto de representantes das secretarias
municipais, sociedade civil, universidades e empresas
para monitorar, avaliar e discutir o planejamento e a
operação do sistema de mobilidade metropolitano.

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MARÉ | RIO DE JANEIRO

P O R L U I Z B A LTA R | FAV E L A E M F O C O

SEGURANÇA
PÚBLICA E
DIREITO À VIDA
REDUZIR AS MORTES
VIOLENTAS, ONDE
ACONTECEM

O ciclo de redução das mortes vio- Baixada Fluminense teve taxa de Embora a taxa de elucidação de cri- A defesa da vida, onde e de quem
lentas no Rio se mostrou de fôlego homicídios de 60,7 a cada 100 mil, mes contra a vida não passe de 12% quer que seja, deve ser o chamado
muito curto diante do tamanho duas vezes mais que a registrada na dos casos registrados no Rio de Ja- primeiro de um pacto coletivo que
dos desafios de segurança pública capital, indicam os dados do Insti- neiro, a política de guerra às drogas entenda a segurança pública como
historicamente construídos. Se em tuto de Segurança Pública - ISP. As tem como algumas de suas conse- mais do que uso da força policial,
2012 a taxa de letalidade violenta na evidências revelam que além de quências um inadmissível número com ações preventivas em sua ori-
região metropolitana alcançou 30 a territórios-chave, a violência coti- de presos provisórios (40% do total, gem, e que entenda que as juventu-
cada 100 mil habitantes, fechamos diana também faz dos corpos e his- de acordo com o Infopen), o forta- des negras, de favelas e territórios
2017 em 43, nível acima ao registra- tórias de jovens negros suas prin- lecimento das facções criminosas periféricos não devem ser os alvos,
do em 2009. Os números absolutos cipais vítimas, sendo esses alvos no interior das unidades prisionais, mas os vetores da potência de reno-
aumentaram, assim como amplia- de 77% dos 30 mil homicídios que além de ter levado o Brasil à marca vação e vitalidade que um Rio menos
ram-se as desigualdades territo- vitimam os jovens por ano. de terceira maior população carce- desigual demandará.
riais: também no ano de 2017, a rária do planeta.

24 AGE N DA R IO 2 0 3 0 | P ROP O S TA S AGE N DA R IO 2 0 3 0 | P ROP O S TA S 25


4.3 Integrar os governos municipais ao planejamento de
ações de segurança pública, em parceria com os órgãos
sociais do Governo do Estado e do sistema de Justiça, para

A AG E N D A R IO 2 03 0 ADOTAR POLÍTICA
AMPLIADA DE
o desenvolvimento de políticas preventivas que promovam
a garantia de direitos e a expansão de oportunidades, es-
pecialmente para a juventude negra e pobre das favelas e

PRO PÕ E PREVENÇÃO
AO CRIME E À
periferias. Recuperar e valorizar espaços públicos de convi-
vência, colocando em prática esforços sociais e urbanos ca-
VIOLÊNCIA pazes de superar as dinâmicas de violência nas áreas mais
afetadas. Proporcionar a reinserção social de egressos dos
sistemas socioeducativo e prisional. Promover políticas que
visem enfrentar o racismo estrutural da sociedade brasilei-
ra, base da desigualdade e da violência contra a população
das favelas e periferias. Enfrentar a violência doméstica e

4.1 Criar programa de redução de mortes violentas na


Baixada Fluminense, com ênfase no aumento da taxa
de elucidação de assassinatos pela Divisão de Homicídios.
Adotar ações preventivas pelas prefeituras da região com
de gênero, realizando a manutenção e a ampliação dos apa-
ratos de atendimento às mulheres vítimas dessa violência.

REDUZIR
AS MORTES
VIOLENTAS, COM
FOCO NA BAIXADA
foco nas juventudes, em especial as negras e pobres. Apro-
var o texto do Relatório Final da CPI dos Autos de Resistên-
cia na ALERJ e do Projeto de Lei estadual de nº 182/2015, que
cria procedimentos para a apuração de mortes decorren-
4.4 Fortalecer os mecanismos de formação, capacitação e
valorização profissional e os instrumentos de controle
da violência e corrupção policiais. Profissionalizar a gestão
com critérios técnicos para a ocupação de cargos de chefia,
FLUMINENSE tes de ação policial e determina o afastamento de policiais CRIAR PROGRAMA criar metas para a redução da letalidade policial no Sistema In-
reincidentes em casos de violência e homicídios. Fomen- DE PROMOÇÃO tegrado de Metas (SIM) da SESEG, e adotar o Índice de Aptidão
tar uma articulação na Polícia Civil entre a Draco, Gaesp DA INTEGRIDADE para o Uso da Força Policial. Ampliar os canais de participação
e Gaeco na Divisão de Homicídios para investigação de POLICIAL COM e interação com a população. Disponibilizar, conforme Leis
mortes associadas a crimes político-eleitorais. Assegurar o CONTROLE Estaduais 5.443/09 e 5.588/09, GPS e câmeras nas viaturas. As-
financiamento para programas e políticas públicas de pro- EXTERNO segurar ao GAESP do Ministério Público autonomia nas inves-
teção como o PROVITA, PPCAM e PPDDH. Garantir repara- tigações de violações policiais. Garantir um efetivo policial pro-
ção econômica, psicossocial e o direito à memória para as porcional (militar e civil) de acordo com o nº de homicídios e
mães e familiares das vítimas de violência do Estado. a população das AISP - Áreas Integradas de Segurança Pública.

4.2 Conceder prioridade à proteção da vida e diminuição de


confrontos em favelas e periferias, estimulando o policia-
mento baseado em ações de inteligência para desarticular
grupos armados. Fortalecer o controle de armas e muni-
4.5 Avançar no uso de medidas desencarcerantes, com o
fortalecimento das centrais de penas e medidas alterna-
tivas, além das audiências de custódia, para a redução do
número de presos provisórios e da superpopulação carce-
SUBSTITUIR ções, aumentando a apreensão e reduzindo a circulação, es- REDUZIR O rária efetiva. Instalar núcleos da Defensoria Pública nas
A LÓGICA DE pecialmente de fuzis. Ampliar o debate público sobre uma ENCARCERAMENTO delegacias de polícia de maneira a incidir sobre prisões
CONFRONTO nova política de drogas capaz de superar a lógica da guerra. INVESTINDO EM arbitrárias e garantir o pleno direito de defesa. Aumentar
POR AÇÕES DE Dar enfoque ao policiamento de proximidade como ele- ALTERNATIVAS a transparência e monitoramento sobre o número de pre-
INTELIGÊNCIA mento estruturante do trabalho da Polícia Militar. Cumprir PENAIS sos no sistema prisional e socioeducativo estadual. Apli-
a Ação Civil Pública que determina a criação de um plano de car os recursos do Fundo Penitenciário – FunPen, priori-
redução de danos para evitar violações de direitos humanos tariamente, em alternativas penais e justiça restaurativa.
durante operações policiais no Complexo da Maré, que sir- Reverter as condições precárias e as constantes violações
va como parâmetro para todos os outros territórios de fave- às quais os internos e funcionários são submetidos.
las e bairros de periferia.

26 AGE N DA R IO 2 0 3 0 | P ROP O S TA S AGE N DA R IO 2 0 3 0 | P ROP O S TA S 27


GR ADIM | S ÃO GONÇALO

POR LÉO LIMA

SANEAMENTO
BÁSICO E BAÍA
DE GUANABARA
VITALIDADE
E QUALIDADE
DE VIDA NAS
ÁGUAS DA BAÍA

Da diversidade de paisagens natu- O estado atual da Baía é devido a As Estações de Tratamento de Esgoto A repactuação do sistema de gover-
rais que constituem a Região Metro- diversos erros anteriores. Espa- construídas na década de 1990, du- nança deve ser uma aliada para o
politana do Rio de Janeiro, a Baía de cialmente anteriores nos diver- rante o Programa de Despoluição da cumprimento das premissas de uni-
Guanabara, sem dúvidas, se destaca sos rios que nascem límpidos na Baía de Guanabara – PDBG, operam versalização do acesso à água potá-
como coração do tecido urbano que mata atlântica e se convertem em muito abaixo de suas capacidades por vel, de melhora acentuada na gestão
se expande em todas as direções de valões correndo em sua direção. falta de redes coletoras que alimen- dos resíduos sólidos e de aumento
seu entorno. Mais de 8,7 milhões dos Temporalmente anteriores diante tem as estações de tratamento com da resiliência urbana para a mitiga-
fluminenses vivem em sua bacia, das promessas olímpicas e dos su- o esgoto das residências. Avançar na ção das enchentes. Todas essas, vale
mas apenas 27% contam com rede cessivos programas para sua recu- construção dessas redes e nas liga- dizer, que impactam de maneira
de coleta e tratamento de esgoto, pe- peração descontinuados. ções domiciliares é a maneira mais muito mais intensa a vida dos mais
los dados do ICMS Verde. eficaz de interromper a marcha de pobres em todo o mundo e, não dife-
poluição dos diversos rios que afluem rente, na metrópole.
à Baía de Guanabara e dela própria.

28 AGE N DA R IO 2 0 3 0 | P ROP O S TA S AGE N DA R IO 2 0 3 0 | P ROP O S TA S 29


5.3 Fixar metas, prazos e, principalmente, as responsa-
bilidades para a despoluição da Baía de Guanabara.
Incentivar a atividade pesqueira e dar suporte às comu-

A AG E N D A R IO 2 03 0 ESTABELECER
GOVERNANÇA PELA
nidades tradicionais que vivem no seu entorno. Criar a
autoridade gestora da Baía, garantindo a participação
dos Comitês de Bacia, em coordenação com a Câmara

PRO PÕ E RECUPERAÇÃO DA
BAÍA DE GUANABARA
de Gestão Metropolitana, de forma a reunir o Governo
do Estado, os governos municipais, as comunidades, os
pescadores, os atores privados e a sociedade em geral
para a gestão integrada e o monitoramento contínuo
dos compromissos assumidos. Elaborar plano de recu-
peração do entorno da Baía e revitalização de sua orla
marítima, com programas de urbanização, regulariza-
ção dos loteamentos nas suas margens, proteção dos

5.1 Finalizar as frentes de obra abertas do Programa


de Saneamento Ambiental dos Municípios do En-
torno da Baía de Guanabara – PSAM para a constru-
ção do Sistema de Esgotamento Sanitário de Alcântara,
ecossistemas e fomento à prática esportiva e turística
em todo o seu interior.

5.4
CONCLUIR AS o Tronco Coletor da Cidade Nova e da rede coletora da Aprimorar a gestão dos resíduos sólidos, com a re-
OBRAS DO PSAM Estação de Tratamento de Esgoto – ETE da Pavuna. Am- cuperação das áreas de todos os lixões encerrados pelo
E AMPLIAR O pliar a utilização das ETE, que funcionam atualmente programa Lixão Zero, maior fiscalização dos aterros sa-
TRATAMENTO abaixo de sua capacidade operacional, por meio da re- nitários, expansão vigorosa dos serviços de coleta sele-
DE ESGOTO qualificação e ampliação da rede coletora de esgota- EXPANDIR A tiva, reciclagem e compostagem de lixo orgânico pelos
mento sanitário. COLETA SELETIVA municípios, assegurando a inclusão socioprodutiva de
COM A INCLUSÃO catadoras e catadores. Implantar sistemas de logística
REMUNERADA DE reversa pelos grandes geradores de resíduos e instalar

5.2 Reestruturar as capacidades de ação da Agência de


Regulação do Saneamento no estado – AGENERSA e
fortalecer os comitês de gestão de bacias hidrográ-
ficas. Apoiar a aplicação dos planos municipais de sa-
CATADORES pontos de entrega voluntária (PEVs), seguindo as dire-
trizes do Plano Estadual de Resíduos Sólidos e em diálo-
go com os planos municipais.

FORTALECER neamento básico já elaborados e valorizar os conselhos


O SISTEMA DE
REGULAÇÃO
E GESTÃO DO
SANEAMENTO
municipais de saneamento em todos os municípios.
Criar sistema estadual de informações sobre sanea-
mento com ampliação dos mecanismos de participa-
ção, controle social e monitoramento público das ações
5.5 Reflorestar as nascentes e margens dos principais
rios que abastecem a metrópole, através de progra-
mas de complementação de renda e pagamento por
serviços ambientais de produtores rurais, utilizando
em todos os níveis. Ampliar a eficiência e a transparên- PROTEGER recursos do FECAM para esse fim. Avançar na despo-
cia na política tarifária de todos os prestadores de ser- RIOS, PREVENIR luição de corpos hídricos e financiar obras de macro-
viços de saneamento, garantindo a gratuidade ou tarifa ENCHENTES E drenagem e desassoreamento de rios. Melhorar a efici-
social para o acesso aos serviços básicos e a adoção de MELHORAR O ência do consumo e da distribuição da água mediante
progressividade nas faixas de consumo adicional, espe- ABASTECIMENTO programa de redução de perdas físicas na rede de dis-
cialmente no uso do recurso para fins lucrativos. DE ÁGUA tribuição. Implementar de maneira plena a Política Es-
tadual de Recursos Hídricos com o objetivo de reduzir o
estresse hídrico e prevenir inundações.

30 AGE N DA R IO 2 0 3 0 | P ROP O S TA S AGE N DA R IO 2 0 3 0 | P ROP O S TA S 31


UERJ - CAMPUS MAR ACANÃ | RIO DE JANEIRO

P O R TÂ N I A R E G O | A G Ê N C I A B R A S I L

ACESSO À SAÚDE,
EDUCAÇÃO E
CULTURA
DIREITOS SOCIAIS
BÁSICOS NA PONTA E O
ESTADO NO TERRITÓRIO

Acessar equipamentos públicos, se- Os programas de transferência de aos seus espaços de desejo e neces- Santa Cruz recebeu nota 6, numa es-
jam Centros de Referência da Assis- renda atuam na raiz dos direitos so- sidades mais básicas. Essa distri- cala de 0 a 100, enquanto a Barra da
tência Social - CRAS, postos de saú- ciais e possibilitam que as demais buição responde em grande medi- Tijuca alcançou 43 pontos. O índi-
de, hospitais, escolas ou teatros, tem políticas setoriais aconteçam, es- da pela percepção da presença da ce considera também o número de
tudo a ver com mobilidade, segu- pecialmente nas pontas do territó- administração pública nos bairros ações e eventos culturais da prefeitu-
rança, saneamento. As enchentes, rio. Nelas estão assistentes sociais, e favelas, em oposição à repressão ra, além da capacidade das salas pri-
os tiroteios, o tempo e o dinheiro agentes de saúde, educadores, e às violações do cotidiano desses vadas de cinema, todos em relação à
gastos com transporte são fatores produtores e fazedores de cultura, territórios. Apenas o município do população das Regiões Administra-
que impedem o ir e vir das pesso- que agindo de forma autônoma ou Rio possui um Índice de Acesso à tivas do município (IPS-Rio, 2016). O
as e consequentemente a fruição como servidores públicos conse- Cultura, o qual revela em boa medi- bairro do subúrbio, que completou 450
dos serviços públicos. A garantia de guem chegar nas camadas inferio- da a disparidade entre as Áreas de anos em 2017, tem, na sua juventude,
uma renda familiar mínima é fator res da desigualdade. A distribuição Planejamento da cidade, que ajuda uma potência cultural e comunitária
crucial para garantir a plena circu- desses equipamentos é parte impor- a acirrar e replicar as desigualdades que precisa e merece ser valorizada.
lação e o uso dos espaços e ativida- tante na ampliação da cidadania e sociais e econômicas.
des que a cidade oferece, de modo a na garantia do direito à cidade, pela
não deixar ninguém para trás. aproximação física dos moradores

32 AGE N DA R IO 2 0 3 0 | P ROP O S TA S AGE N DA R IO 2 0 3 0 | P ROP O S TA S 33


6.3 Assegurar às crianças o acesso à educação infantil
de qualidade, em creches e pré-escolas, priorizando
as regiões ainda não atendidas e com os menores IDH.

A AG E N D A R IO 2 03 0 AMPLIAR O
NÚMERO DE VAGAS
Articular programas voltados para a primeira infância
com políticas sociais que ampliem o acesso à saúde,
à alimentação e à nutrição adequadas, à convivência

PRO PÕ E EM CRECHES
PÚBLICAS E
familiar e comunitária, à cultura e ao lazer. Equiparar
o investimento por criança nas creches públicas e nas
CONVENIADAS conveniadas. Estimular a criação de espaços públicos
que propiciem o brincar, o bem-estar e o exercício da
criatividade pelas crianças em suas comunidades,
e que contem com participação infantil em sua
concepção. Valorizar as educadoras e educadores.

6.1 Fazer com que os benefícios cheguem a todos que


têm direito, conjugando esforços dos governos fede-
ral, estadual e das prefeituras para ampliar a qualidade
e a capilaridade do cadastro de usuários, valendo-se de 6.4
Adotar política pública intersetorial para a redu-
ção da evasão escolar e ampliar a oferta de vagas nos
territórios que mais necessitam. Inovar nos modelos de
AUMENTAR A ações de busca ativa, cruzamento de dados de diversos ensino e aprendizagem, usando recursos tecnológicos
EFETIVIDADE DAS programas sociais e trabalho conjunto com a sociedade ZERAR A EVASÃO e fortalecendo o protagonismo dos jovens. Executar
POLÍTICAS DE civil. Atentar para a melhoria dos mecanismos de trans- ESCOLAR NO ações integradas de busca ativa de jovens que abando-
TRANSFERÊNCIA parência da distribuição desses recursos, visando à er- ENSINO MÉDIO, naram a escola e impedir operações policiais em ho-
DE RENDA radicação da extrema pobreza e da fome na metrópole. COM A AMPLIAÇÃO rário escolar. Desenvolver programas que garantam a
DA EDUCAÇÃO Educação Integral, articulando cultura, cidadania, ar-
INTEGRAL tes e esportes, dentro de uma perspectiva que compre-
enda escola, também, como um equipamento cultural.

6.2 Garantir a cobertura das equipe de saúde da famí-


lia em todos os bairros e favelas da Região Metro-
politana, dando prioridade às localidades com os me-
Ampliar as possibilidades de acesso ao ensino superior
dos jovens de periferias.

MELHORAR
A REDE DE
PREVENÇÃO
nores Índices de Desenvolvimento Humano. Assegurar
a manutenção da rede de atendimento à saúde familiar
e prevenção já existente, inclusive com a atuação dos
Agentes Comunitários de Saúde, que funcionam como
6.5 Criar programa permanente de fomento à cultura
que tenha dentre seus critérios a redução das desi-
gualdades territoriais, a democratização do acesso
e da produção artística na região metropolitana, reco-
E ATENÇÃO elos fundamentais para a política de saúde, aproxi- DEMOCRATIZAR nhecendo o papel da cultura enquanto plataforma de
PRIMÁRIA mando e mantendo contato direto com os moradores. OS EQUIPAMENTOS desenvolvimento humano e promoção da cidadania.
À SAÚDE Diminuir o tempo de espera para exames e serviços de CULTURAIS E Criar índice estadual de acesso à cultura. Favorecer a
média complexidade e estimular as atividades de moni- ESTRUTURAR execução de ações culturais dentro e fora dos equipa-
toramento cidadão da qualidade do SUS. POLÍTICA DE mentos formais das áreas periféricas, utilizando a ocu-
FOMENTO pação dos espaços urbanos como recurso para a convi-
vência entre diferentes grupos sociais e para melhoria
da segurança pública. Fortalecer as instâncias partici-
pativas, como os conselhos municipal e estadual de cul-
tura e outros fóruns.

34 AGE N DA R IO 2 0 3 0 | P ROP O S TA S AGE N DA R IO 2 0 3 0 | P ROP O S TA S 35


VIL A OPERÁRIA | DUQUE DE CAXIAS

P O R A F R O D R I G U E S | F AV E L A E M F O C O

CIDADE PARA
CONVIVER
ESPAÇO COMUM
DE DIVERSIDADE,
ENCONTRO E
NATUREZA

A Região Metropolitana do Rio vive Não muito distante, a Zona Norte é Mas a cidade partida, além das de- Iluminar as desigualdades raciais e
imersa em algumas contradições. uma das mais impactadas pela es- sigualdades territoriais, é preciso de gênero é primordial na luta por
Cercada por um cinturão verde e cassez de áreas verdes e pela polui- lembrar, também tem cor e gêne- uma cidade democrática: um lugar
de frente para o mar, os aspectos ção do ar causada pelas emissões ro, faixa etária e orientação sexu- onde a diversidade se constitua não
ambientais, positivos e negativos, das rodovias. Enquanto apenas 30% al. Tem mobilidade reduzida, tem como sinônimo da desigualdade,
distribuem-se de maneira muito de- dos habitantes de São João de Me- falta de acessibilidade, em todos mas como ativo de sua vitalidade. Por
sigual pelo seu espaço. Bairros mais riti moram em ruas arborizadas, os espectros da palavra. Desenhar mais representatividade política e
ricos, onde moram os tomadores de em Niterói esse número sobe para políticas urbanas e sociais plurais, por um lugar onde o direito à cidade
decisão, gozam de muitos parques, 78%, segundo os dados do último que não considerem esses fatores se realize para todas pessoas, com a
áreas verdes e locais de lazer. Censo/IBGE. elementos secundários ou subordi- ampliação máxima das possibilida-
nados, e, portanto, não homogeni- des do viver e conviver.
zem indivíduos é fundamental para
a execução da boa política pública.

36 AGE N DA R IO 2 0 3 0 | P ROP O S TA S AGE N DA R IO 2 0 3 0 | P ROP O S TA S 37


7.3 Ampliar as políticas de ações afirmativas para a efe-
tiva igualdade de acesso a oportunidades e serviços
pela população negra. Estender a presença e qualida-

A AG E N D A R IO 2 03 0 ENFRENTAR
O RACISMO
de dos serviços públicos existentes nas áreas elitizadas
aos bairros periféricos e majoritariamente negros, bem
como promover os direitos individuais, coletivos e difu-

PRO PÕ E ESTRUTURAL E
INSTITUCIONAL
sos nesses territórios. Ampliar a representatividade ne-
gra e periférica na política e em espaços estratégicos de
decisão nas instituições. Combater o racismo religioso,
a discriminação étnico-racial e as demais formas de
intolerância. Aplicar as exigências do ensino da histó-
ria geral da África e da história da população negra no
Brasil nos órgãos educacionais de ensino fundamental
e médio, públicos e privados.

7.1 Ampliar o roteiro de atrações culturais e valorizar


aspectos naturais de toda a Região metropolitana

VALORIZAR O
PATRIMÔNIO
do Rio. Fomentar o acesso aos patrimônios materiais
e imateriais, por moradores e visitantes, valorizando
a história e seguindo as vocações e necessidades de
cada região. Desfazer barreiras de acessibilidade, mo-
7.4 Incorporar a perspectiva de gênero e o respeito à di-
versidade sexual como parâmetros centrais no de-
senho e na gestão da cidade, expandindo as possibili-
dades de mulheres, gays, lésbicas, bissexuais, travestis
CULTURAL bilidade, segurança e falta de informação para o uso PROMOVER A e pessoas transgênero acessarem a fruição dos espaços
E NATURAL dos espaços. Promover a gestão integrada do patri- EQUIDADE DE públicos e privados, com especial atenção para a segu-
DE TODA A mônio cultural a partir da criação de cadastro único GÊNERO E O rança dessas pessoas e como esse aspecto impacta na
METRÓPOLE para bens culturais, a fim de melhorar a manutenção RESPEITO À sua mobilidade pela cidade. Planejar, de maneira par-
e monitoramento de intervenções aplicadas em bens DIVERSIDADE ticipativa, com representatividade e paridade, cidades
materiais, além do registro de bens imateriais dos 21 SEXUAL menos hostis à população vítima das diferentes formas
municípios da RMRJ. de violência de gênero, garantindo seu pleno acesso à
cidade como um todo.

7.2 Valorizar os parques, praças, espaços públicos


e áreas de preservação na metrópole, com a pro-
moção do uso comunitário e turístico alternativo aos
centros. Ampliar os investimentos na conservação e
7.5 Criar programa de cidadania universal para a me-
trópole, a partir da ação coordenada dos órgãos pú-
blicos de defesa da cidadania e proteção de direitos.
ESPALHAR preservação de áreas verdes para o combate ao aque- Fortalecer os centros de referência para a população
PARQUES cimento global na escala local, mitigando efeitos das FORTALECER LGBTQI+, de atendimento especializado à mulher e de
PÚBLICOS, mudanças climáticas. Apoiar as iniciativas de recupe- OS CENTROS DE vítimas de discriminação racial, oferecendo suporte
PRAÇAS E ração de áreas degradadas e o uso dos vazios urbanos REFERÊNCIAS DE jurídico, social e psicológico na prevenção e superação
ESPAÇOS com feiras, hortas e jardins comunitários. Desburo- PROMOÇÃO DA de situações de violação de direitos. Estabelecer meca-
VERDES cratizar as formas de uso coletivo dos espaços públi- CIDADANIA nismos de monitoramento para a redução das intolerân-
cos e incentivar a criação de novas áreas públicas para cias e reforçar os meios de responsabilização do Estado
atividades artísticas, lazer e convivência cidadã. e compensação das vítimas nos casos de violência, arbí-
trio e discriminação por agentes públicos.

38 AGE N DA R IO 2 0 3 0 | P ROP O S TA S AGE N DA R IO 2 0 3 0 | P ROP O S TA S 39


CENTRO | RIO DE JANEIRO

P O R F A B I O C A F F É | F AV E L A E M F O C O

GESTÃO PÚBLICA,
TRANSPARÊNCIA
E PARTICIPAÇÃO
CIDADANIA PARA
ALÉM DAS ELEIÇÕES,
GESTÃO REPUBLICANA
PARA REDUZIR
DESIGUALDADES

Se, por um lado, as crises políti- As debilidades técnicas e geren- Amparar-se em mecanismos par- Fazê-lo demandará um esforço ins-
ca, econômica e de legitimidade ciais, a aversão à transparência, o ticipativos de definição de prio- titucional de políticas articuladas de
que se intensificaram nos últimos patrimonialismo e a corrupção es- ridades e no fortalecimento das transparência ativa e passiva, acesso
tempos no Rio têm sua expressão truturais não deixam o fato de o Rio capacidades das gestões estadual à informação, prestação de contas
máxima na condenação e prisão de de Janeiro ter recebido a segunda e municipais é pré-requisito para e participação popular. Não apenas
algumas das principais figuras po- pior avaliação entre os estados bra- abrir um caminho de maior eficiên- pelo poder executivo, mas também
líticas do estado. Por outro, apenas sileiros no cumprimento da Lei de cia na utilização dos recursos e de pelos legislativo e judiciário, em to-
escancaram os já conhecidos desa- Acesso à Informação pela CGU em efetividade nas políticas públicas. dos os níveis federativos. Só assim
fios da vida pública fluminense. 2018 ser uma simples coincidência. Para furar a capa de impermeabilida- superaremos a lógica de sigilo nas in-
de do poder estatal à cidadania ativa formações e ações públicas, para que
é preciso ir além de governos abertos a transparência se torne a regra e não
e trilhar os caminhos de um Estado a exceção.
aberto e transparente.

40 AGE N DA R IO 2 0 3 0 | P ROP O S TA S AGE N DA R IO 2 0 3 0 | P ROP O S TA S 41


8.3 Valorizar a participação social nos processos de ela-
boração, orçamento, monitoramento e avaliação de
políticas públicas, qualificando mecanismos já existen-

A AG E N D A R IO 2 03 0 AMPLIAR OS
CANAIS DE
tes, como os conselhos municipais e estaduais, audiências
públicas e ouvidorias. Realizar experiências de orçamen-
tos participativos, territorializados e temáticos. Avançar

PRO PÕ E PARTICIPAÇÃO
SOCIAL
na construção de tecnologias digitais para consultar a
população a respeito de temas de interesse local ou para a
avaliação de serviços e equipamentos públicos. Exercitar
a defesa dos direitos do usuário dos serviços da adminis-
tração pública, com a aplicação da Lei Federal 13.460/2017,
que versa sobre o tema. Estabelecer um Sistema Estadual
de Participação Social, nos moldes do Sistema Nacional,
instituindo ou reforçando a natureza deliberativa, paritá-

8.1 Apresentar metas do Governo do Estado e de todas


as prefeituras no início das respectivas gestões.
Criar sistemas de informações para a prestação de
ria e obrigatória dos conselhos de políticas públicas.

ADOTAR PLANOS
DE METAS E
MECANISMOS
contas regular de seu cumprimento, com abrangente
participação cidadã na sua elaboração e no seu moni-
toramento, a partir da divulgação dos balanços de pro-
cessos e de resultados. Ampliar tanto a coordenação in-
8.4 Aprimorar as políticas tributárias e os sistemas de
arrecadação, com a revisão da metodologia para con-
cessão e acompanhamento de incentivos e isenções
fiscais para empresas e proprietários de imóveis, elimi-
PARA O tersetorial das ações como a descentralização da gestão PROMOVER nando disparidades. Atualizar as plantas de IPTU nos
MONITORAMENTO pública cotidiana, com o fortalecimento de instâncias A JUSTIÇA municípios, ativando mecanismos de progressividade
CIDADÃO regionais e locais, como as subprefeituras. Capacitar os TRIBUTÁRIA e incentivos para o uso eficiente do solo, a democratiza-
técnicos para o preenchimento dos registros adminis- E OTIMIZAR A ção de oportunidades habitacionais e a descentralização
trativos, acompanhamento de indicadores e constru- ARRECADAÇÃO econômica. Atualizar os cadastros de contribuintes do
ção de bases de dados permanentes, que contribuam ICMS, com ampliação da cobrança dos inadimplentes e
para a orientação de políticas que visem à redução das ampliação da emissão de notas fiscais na circulação de
desigualdades territoriais. mercadorias e prestação de serviços. Adotar políticas de
justiça tributária voltadas à redução de desigualdades e
estímulo a práticas sustentáveis em todos os níveis.

8.2 Regulamentar os instrumentos de transparência


e controle social, implementando efetivamente a Lei

TORNAR A
TRANSPARÊNCIA
de Acesso à Informação, a atualização das plataformas
online de dados abertos, a publicação periódica de De-
monstrativos de Execução Orçamentária em planilhas.
Desenvolver protocolos básicos para serviços de in-
8.5 Atuar politicamente para a revisão do pacto federativo
e renegociação do Regime de Recuperação Fiscal, em
termos menos desfavoráveis ao Estado do Rio de Janeiro e
com o compartilhamento com a União da responsabilidade
REGRA NA formação, participação e acompanhamento dos cida- ENCONTRAR no endividamento realizado para as Olimpíadas. Cobrar da
ADMINISTRAÇÃO dãos, por meios presenciais e virtuais. Expandir boas ALTERNATIVAS União a adoção de um novo modelo de ressarcimento e o
PÚBLICA práticas de transparência para todas as secretarias e PARA AUMENTAR pagamento, com critérios justos, das dívidas acumuladas
funções de governo, abrangendo não apenas a Admi- AS RECEITAS com os estados devido à Lei Kandir, que impede a cobrança
nistração Direta e Indireta do Poder Executivo, como ESTADUAIS de ICMS em produtos primários e industrializados semie-
também os Poderes Legislativo e Judiciário, incluindo laborados destinados à exportação. Pressionar para que a
Ministério Público, Procuradorias-Gerais, Defensoria Agência Nacional do Petróleo – ANP reajuste o cálculo dos
Pública e Tribunais de Contas, especialmente no que royalties de modo a beneficiar as áreas impactadas com a
tange a informações sobre remuneração de servidores produção. Desenhar plano de pagamentos para arrecada-
e contratos públicos. ção de parte da dívida ativa estadual.

42 AGE N DA R IO 2 0 3 0 | P ROP O S TA S AGE N DA R IO 2 0 3 0 | P ROP O S TA S 43


M E TAS
ALGUNS INDICADORES RECENTES SOBRE A REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE
JANEIRO E O HORIZONTE DESEJADO EM 2030

MUNICÍPIOS EMPREGOS PESSOAS COM TAXA DE POPULAÇÃO JOVENS CASOS MUNICÍPIOS


COM PLANO NAS DESLOCAMENTO MORTES COM ESGOTO DE 15 A 17 REGISTRADOS COM PLANO
DIRETOR PERIFERIAS ² CASA-TRABALHO VIOLENTAS TRATADO ⁵ NO ENSINO DE ESTUPROS ⁷ DE METAS ⁸
ATUALIZADO ¹ MAIOR QUE UMA INTENCIONAIS ⁴ MÉDIO ⁶
HORA ³

2018* 6/21 26% 26% 43/100 MIL 2018* 27% 64% 3.385 2/21

ATÉ
2030 21/21 46% 0% 10/100 MIL 2030 54% 100% 0 21/21

Nota técnica: Nota técnica:

(1) Fonte: Painel de Monitoramento/Casa Fluminense, 2017. Horizonte 2030: Todos os muni- (5) Fonte: ICMS Verde/CEPERJ, 2017. Horizonte 2030: Dobrar o percentual de tratamento do
cípios da RMRJ com Planos Diretores atualizados há menos de 10 anos e revisados com base esgoto da Região Hidrográfica que é despejado na Baía de Guanabara. (Equivalente à plena
no Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado - PDUI. utilização das Estações de Tratamento de Esgoto - ETEs existentes).

(2) Fonte: RAIS/MTE, 2016. Horizonte 2030: Equilibrar a oferta de empregos com a distribui- (6) Fonte: Todos pela Educação, 2015. Horizonte 2030: Todos os jovens de 15-17 anos residen-
ção populacional no território metropolitano do Rio de Janeiro. tes na RMRJ matriculados no Ensino Médio (Equivalente à progressão da meta do Plano
Nacional de Educação - PNE, 2014).
(3) Fonte: Mobilidados/ITDP, com base na PNAD, 2015. Horizonte 2030: Nenhum residente da
metrópole gastando mais de uma hora no deslocamento casa-trabalho. (7) Fonte: ISP, 2017. Horizonte 2030: Acabar com todas as formas de estupro.

(4) Fonte: ISP, 2017. Horizonte 2030: Rio inteiro abaixo do nível de homicídios considerado (8) Fonte: Painel de Monitoramento/Casa Fluminense, 2017 com base em Programa Cida-
epidêmico pela Organização Mundial de Saúde - OMS. des Sustentáveis, 2016. Horizonte 2030: Todos as prefeituras da RMRJ apresentando Planos
de Metas participativos para os seus mandatos.

* últimos dados públicos disponíveis

44 AGE N DA R IO 2 0 3 0 | ME TA S AGE N DA R IO 2 0 3 0 | ME TA S 45
M A PA
TERRITORIALIZAÇÃO DE ALGUMAS DAS PROPOSTAS DA
AGENDA RIO 2030

(17)
(15)

(02) (06) (16)

(07)

(05) (13)
(14)

(08) (18)
(12)
(04)
(09)
(01)
(10)

(11)

(03)

(01) Política de 1º emprego (04) Implantação do Parque (07) Geração de novas (10) Recuperação viária, (13) Linhas de Barcas (16) Retomada e
e programas de aprendi- de Realengo Verde oportunidades em social, econômica e am- para São Gonçalo, conclusão das obras do
zagem no Distrito Indus- Jardim Gramacho biental da Avenida Brasil, Duque de Caxias e COMPERJ em Itaboraí
trial de Santa Cruz (05) Despoluição, preven- Zona da Leopoldina Ilha do Governador
ção de inundações e recu- (08) Ampliação da oferta (17) Plano de Desenvolvi-
(02) Estruturação do peração ambiental da bacia de vagas no ensino médio (11) Habitação de (14) Finalização das obras mento Regional Participa-
desenvolvimento susten- do Rio Sarapuí, Mesquita e redução da evasão interesse social na Região do PSAM em Alcântara, tivo na região da Bacia
tável em Japeri escolar na Pavuna Portuária da capital São Gonçalo do Rio Guapiaçu,
(06) Aumento da taxa de Cachoeiras de Macacu
(03) Aprovação do Plano elucidação de crimes na (09) Choque de (12) Governança para (15) Substituição das
Popular das Vargens Divisão de Homicídios saneamento básico em recuperação da Baía de Marias Fumaças por VLTs (18) Gestões públicas
da Baixada Fluminense, todas as favelas do Rio Guanabara nos ramais Vila Inhomirim transparentes e participa-
Belford Roxo e Guapimirim tivas em toda a metrópole

46 AGENN
AGE DADA 2 023003 0| M
R IO | MAAPA
PA AGENN
AGE DADA 2023003 0| M
R IO | MAAPA
PA 47
PAR C E I RO S

APOIADORES

COLABORADORES
LOCAIS

COLABORADORES
NACIONAIS E
INTERNACIONAIS

48 AGE
AGE NNDA
DAR IO
203 03 |0PA
20 RCE
| PA RC EIRO
IRO S AGE
AGE NNDA
DAR IO
20 3
2003 |0PA RCE
| PA RC EIRO
IRO S 49
FI C H A T É C N I C A
Agradecemos especialmente aos 178 Eduardo dos Santos Melo Marcela Bronstein
doadores da campanha de financia- Eleonora Dobles Marcelo Cintra Do Amaral
mento coletivo do Rio por Inteiro: Eliana Gesteira da Silva Márcia Maria Lima Borja
Eliane Birman Marcos Salles
Adauri Chagas Souza Elisabeth Monteiro Maria Christina F. Carneiro
COORDENAÇÃO Adauto Modesto Junior Eloisa Elena Torres Maria Isabel Couto
CASA FLUMINENSE Adriana Cestari Entrenós Planejamento Estratégico Maria Isabel de V. P. Tostes
Agustin Serrano de Haro Erik Dana Maria Natalia Santos
DESIGN Alex Magalhães Fabro Steibel Mariana Barsted
ARTHURES GARCIA Alexandre C. S. de Araujo Felipe Siqueira Mariana Feniman
Alexandre Rodrigues Alves Francisco Jorge Santos Mariana Gesteira Silva
Aline Borges Gabriel de Faro Marília Coelho Sampaio
Imagens: Aline Resende Araujo Gabriel Marmentini Michael Mohallem
Pág 04, 05, 10 e 11 | Vista da Baía de Guanabara | Rio de Janeiro | Por Edu Lauton Alzira Valeria Gabriela Yamaguchi Milagros Álvarez-Gortari
Pág 12, 13 e 14 | Penha | Rio de Janeiro | Por AF Rodrigues | Favela em Foco Amália Castro Dias Gilberto Vieira Milena Fernandes
Pág 16, 17 e 18 | Bangu | Rio de Janeiro | Por Léo Lima Amanda de Albuquerque Glória Moog Mônica Ribeiro Freire
Pág 20, 21 e 22 | Avenida Brasil | Rio de Janeiro | Por Léo Lima Ana Carolina Lourenço Graciela Hopstein Paolo de Renzio
Ana Claudia da Cunha Guilherme de Oliveira Santos Patrícia G. de Andrade
Pág 24, 26 e 27 | Maré | Rio de Janeiro | Por Luiz Baltar | Favela em Foco
Ana Claudia Souza Guilherme France Paula Alexandra Nazareth
Pág 28, 29 e 30 | Gradim | São Gonçalo | Por Léo Lima Ana Laura Becker Aguiar Guilherme Giufrida Paula da Franca Freitas
Pág 32, 33 e 34 | UERJ - Campus Maracanã | Rio de Janeiro | Por Tânia Rego | Agência Brasil Ana Luiza Melo Aranha Guilherme Karakida Paulo Cesar R. Carrano
Pág 36, 37 e 38 | Vila Operária | Duque de Caxias | Por Af Rodrigues | Favela Em Foco Ana Paula Pinto de Souza Guilherme Pimentel Paulo Loiola
Pág 40, 41 e 42 | Centro | Rio de Janeiro | Por Fabio Caffé | Favela em Foco Ana Toni Guilherme Tampieri Pedro Lobão Pegurier
Anabela Paiva Haroldo Dartagnan Pedro Raupp
Anderson Oriente Haroldo Rufino da Silva Filho Pedro Strozenberg
André Farias Cavaco Henrique Silveira Pedro Torres
André Jeanrenaud Iaci Menezes Penteado Priscila Grimberg
André Previato Ignacio Álvarez-Gortari Priscila Oliveira
Antonio Carlos Velloso de Mello Igor Pantoja Quiprocó Filmes
Antônio Oscar Vieira Ilana Strozenberg Rafaela Marques
Armando Antenore Inés Alvarez-Gortari Raquel Willadino
Barbara Duvivier Inés Mínguez Tudela Renan Ferreirinha
Bernardo Serra Isabel Veloso Renata Dalaqua
Bianca Polotto Cambiaghi Ivan Sleiman Mihessen Ricardo Henriques
Bruna Ayres Janaína Sérvio Filippelli Roberto P. Gevaerd
Bruno Brandão Joana C. M. Monteiro Rodrigo Fiães
Caio Lo Bianco João Antonio de Souza e Silva Rogeria Freitas Souza
Carla Teixeira Panisset João Almeida Roxanne Le Failler
Carlos Henrique Santos João Roberto Maia da Cruz Rupert Brodersen
Carolina Morais Araújo Jorge Fernando S. de Souza Sarah Borges Luna
Charles Gomes José Fernando Silva de Souza Shana Santos
CIEDS José Manuel Chicot Sônia Maria Monteiro
Clair de Carvalho Pessanha José Marcelo Zacchi Suely Broxado Oliveira
Clara Ferraz Julia Michaels Taiana Trajano
Clarisse Cunha Linke Larissa Cunha Tamara Rothstein
Claudio Amaral Azzi Lavinia Hollanda Tania Lizeth H. García
Cláudio Frare Crispim Leila Sleiman Mihessen Taty Maria
Confluência Desenvolvimento Leonardo Adler Téo Benjamin
Humano Leonardo Taveira Teresa Cristina Fazolo
Constanza Alvarez-Gortari Letícia Bortolon Teresa Guilhon Barros
Damian Platt Luanne Castro Araujo Theresa Williamson
Daniel Becker Luciano Frontelle Ully Sant’Anna Ribeiro
Daniel Duque Luciano Vidal Valeria Pero
Daniel Salvetti Luis Araujo Veronica Tomsic
Debora Pio Luis Fernando Valverde Veruska Delfino
Denise Castro Dias Mihessen Luisa Fenizola Vinicius Longo
Douglas Almeida Luiz Leite Vinicius Paes Martins
Dudu de Morro Agudo Luiz Ricardo V. G. da Rocha Vitor Henrique Pinto Ido
Dulce Orofino Luna Arouca Vitor Mihessen
Ecio Salles Magaly Pinheiro Henriques Wolfram Lange
Eduarda La Rocque Manuel Camillo Osorio Yasmin Monteiro
50 51
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