Você está na página 1de 4

O Que é Robótica ?

Na sociedade atual, há uma crescente necessidade de se realizar tarefas com eficiência e


precisão. Existe também tarefas a serem realizadas em lugares onde a presença humana se torna
difícil, arriscada e até mesmo impossível, como o fundo do mar ou a imensidão do espaço. Para
realizar essas tarefas, se faz cada vez mais necessária a presença de dispositivos (robôs), que
realizam essas tarefas sem risco de vida. A robótica é a área que se preocupa com o
desenvolvimento de tais dispositivos. Robótica é uma área multidisciplinar, altamente ativa que
busca o desenvolvimento e a integração de técnicas e algoritmos para a criação de robôs.
A robótica envolve matérias como engenharia mecânica, engenharia elétrica, inteligência
artificial, entre outras, com uma perfeita harmonia, que se faz necessária para se projetar essas
maravilhosas tecnologias. Temos hoje robôs em várias áreas de nossa sociedade: robôs que
prestam serviços, como os desarmadores de bomba, robôs com a nobre finalidade da pesquisa
científica e educional e até mesmo os robôs operários, que se instalaram em nossas fábricas e
foram responsáveis pela "segunda Revolução Industrial", revolucionando a produção em série,
substituindo o carne e o osso pelo aço, agilizando e fornecendo maior qualidade aos produtos.
Classificação Geral dos Robôs
Devido a várias diferenças em função de características e propriedades, existem diversas classes
de robôs que se diferenciam em suas aplicações e formas de trabalhar.
Tipos de Robôs:
1. Robôs Inteligentes: são manipulados por sistemas multifuncionais controlados por
computador, são capazes de interagir com seu ambiente através de sensores e de tomar
decisões em tempo real. Atualmente dedica-se grandes esforços no desenvolvimento
desse tipo de robô.
2. Robôs com controle por computador: são semelhantes aos robôs inteligentes, porém
não tem a capacidade de interagir com o ambiente. Se estes robôs forem equipados com
sensores e software adequado, se transformam em robôs inteligentes.
3. Robôs de aprendizagem: se limitam a repetir um sequência de movimentos,
realizados com a intervenção de um operador ou memorizadas.
4. Manipuladores: são sistemas mecânicos multifuncionais, cujo sensível sistema de
controle permite governar o movimento de seus membros das seguintes formas:
a) manual, quando o operador controle diretamente os movimentos;
b) de sequência variável, quando é possível alterar algumas das características
do ciclo de trabalho.
Pode ser extremamente interessante realizarmos a classificação dos robôs do ponto de vista do
controle de seus movimentos, admitindo as seguintes configurações:
1. Sem controle-servo: é o programa que controla o movimento dos diferentes
componentes do robô, se realiza em um posicionamento "ponto-a-ponto" no espaço.
2. Com controle-servo: este tipo de controle permite duas formas de trabalho:
a) controle dos movimentos dos membros do robô em função de seus eixos. Os
movimentos podem ser realizados ponto-a-ponto ou com trajetória contínua.
b) os movimentos se estabelecem da respectiva posição de seus eixos de
coordenada e da orientação da mão ferramenta do robô.
Esta classificação não pretende ser rígida, também existem sistemas que estão limitados a um
controle misto computador-operário. Algumas referências bibliográficas classificam os robôs
com controle por computador como de 1ª geração e os robôs inteligentes de 2ª geração.
Benefícios
Este crescimento de tecnologia relacionados a robótica gerou grandes benefícios.
A automação possibilita grandes incrementos na produtividade do trabalho, possibilitando que
as necessidades básicas da população possam ser atendidas. Além de aumentar a produção, os
equipamentos automatizados possibilitam uma melhora na qualidade do produto, uniformizando
a produção, eliminando perdas e refugos.
A automação também permite a eliminação de tempos mortos, ou seja permite a existência de
"operários" que trabalhem 24 horas por dia sem reclamarem, que leva a um grande crescimento
na rentabilidade dos investimentos.
A microeletrônica permite flexibilidade ao processo de fabricação, ou seja, permite que os
produtos sejam produzidos conforme as tendências do mercado, evitando que se produzam
estoques de produtos invendáveis.
As características citadas acima, mostram que a microeletrônica, possibilita que não haja nem
escassez nem deperdício, com melhor qualidade de vida e de produção, aliada a um menor
esforço.
Sem dúvida a automação industrial foi e é um grande impulsionador da tecnologia de robótica.
Cada vez mais tem se procurado aperfeiçoar os dispositivos, dotando-os com inteligência para
executar as tarefas necessárias. Por exemplo, usando Redes Neurais procura-se a linearização de
acionamentos eletromecânicos; com Fuzzy Logic pode-se fazer o planejamento de trajetória
para robôs redundantes; ou utilizando Sistemas Especialistas é possível a deteção de vazamento
de água a partir da aquisição remota de consumo.
Impactos Sociais da Robótica
Fala-se em evolução dos robôs, mas não se pode esquecer dos impactos sociais que eles podem
causar a sociedade. E quando se fala em impactos causados pela robótica o primeiro fator que
nos vem a cabeça é o desemprego.
As transformações que ocorrem, causadas pelo advento dos robôs, muitas vezes podem não
estar visíveis para grande parte das pessoas que não convivem no ambiente fabril, contudo a
ascensão da robótica nas fábricas faz parte da mesma tendência que vem determinando, nos
últimos anos, a crescente automatização dos bancos, do comércio e das empresas em geral,
causados pelo advento da informática.
No que se refere ao meio fabril, por um lado as indústrias recrutam robôs e computadores
guiadas por uma necessidade crucial para sobrevivência no mercado, de forma a conquistar
maior produtividade e qualidade para seus produtos, de forma barata e assim assegurar
competitividade frente aos concorrentes. Por outro lado os trabalhadores, ficam aterrorizados
com a possibilidade de perda de emprego, causados pelos impactos que os robôs exercem sobre
o nível de emprego. Certamente os robôs se instalam no lugar dos homens, muitas vezes um
robô substitui dezenas ou até centenas de homens em uma linha de produção.
Este temor de desemprego vem aumentando a cada dia que passa. A queda nos custos dos robôs
tornando-os acessíveis para muitos setores da indústrias, fez com que eles (os robôs) pudessem
competir com a mão de obra barata, como a existente nos países do terceiro mundo, ameaçando
o emprego de muitos trabalhadores. Muitas empresas multinacionais, que se instalavam em
países subdesenvolvidos para utilizar-se do recurso "mão de obra barata", já estão pensando em
reverter essa tendência e concentrar suas operações nos seus próprios países de origem,
utilizando robôs para baratear seus custos.
O uso de robôs para as indústrias passa a ser uma questão de sobrevivência, assim, resistir ao
uso dos robôs é uma batalha perdida, principalmente devido a forma acelerada com que eles
caem de preço. Além disso, o sucesso que as empresas e países usuários de robôs vem obtendo é
alto. O Japão por exemplo, em 10 anos conseguiu quadruplicar a sua produção de automóveis,
mantendo praticamente a mesma força de trabalho.
Um estudo conduzido no Japão em 1983 mostrou que existiam no início de 1981, no Japão,
cerca de 25000 robôs, cujo valor médio de mercado era de US$17000. Desses robôs espera-se
uma vida útil de seis anos, desde que trabalhem 22 horas por dia, durante os sete dias por
semana. Fazendo-se as contas, percebe-se que nesses seis anos o robô trabalhará cerca de 48000
horas. Isso equivale ao que o operário médio japonês consegue trabalhar em 30 anos, já que
trabalha apenas 40 horas por semana. O custo do operário médio para as empresas japonesas,
sendo de US$13000 por ano. Pode se notar a vantagem que os robôs possuem sobre os
operários.
Quando se fala em desemprego, é necessário ressaltar que, não existem somente os empregos
destruídos. Existem também os empregos modificados. Habilidades pacientemente adquiridas
por trabalhadores, são, para alguns, bruscamente desqualificadas, porque foram tornadas inúteis
pelo movimento do braço do robô.
Não resta dúvida , que o que deve ser feito não é impedir o advento dos robôs, pois isto seria
praticamente impossível. Por outro lado, não se deve assistir passivamente à sua chegada. O
caminho é lutar para que sejam implantadas medidas que contraponham os seus possíveis
impactos negativos.
Por exemplo, um estudioso inglês chamado Tom Stonier, diz que o caminho seria que os
governos adotassem programas maciços de educação gratuita em todos os níveis. Isto
aumentaria a capacitação dos indivíduos, o que possibilitaria que descobrissem novas formas de
utilização dos robôs e dos computadores e, consequentemente, novos serviços e produtos
viessem a ser inventos ou gerados.
Segundo um outro estudo feito por uma entidade sindical inglesa, a APEX, só existe uma forma,
não de se evitar desemprego, mas de se atenuar os seus males. Essa saída é através de uma
atuação conjunta entre governo, sindicatos e empresários no sentido de estudarem cada setor da
economia e cada ramo de atividade, estabelecendo impostos para as empresas que obtiverem
ganhos em produtividade conseguidos às custas da automatização de funções outrora manuais.
Esses impostos teriam uma destinação específica, qual seja, a criação de empregos públicos em
áreas como saúde, educação, etc...
Uma outra instituição muito importante que se tem dedicado a estudar este assunto é a OIT-
Organização Internacional do Trabalho, organismo vinculado à ONU que já publicou várias
pesquisas a respeito. As recomendações da Organização para que se consiga reduzir essas altas
taxas de desemprego são as seguintes:
1) Reduzir as jornadas de trabalho para 30 horas semanais.
2) Criação de empregos no setor de serviços sociais, como saúde e educação.
Uma constante nos estudos referentes às possíveis forças atenuantes do desemprego é a
referência à importância dos sindicatos de trabalhadores. Existem inúmeros exemplos
provenientes de países com Alemanha, Suécia e França, entre outros da Europa Ocidental, onde
atividades industriais foram automatizadas mas, por pressão dos sindicatos dos trabalhadores, as
empresas não puderam dispensar seus empregados e tiveram de reaproveitá-los em outras
funções. Isso evidencia uma outra arma importante no combate ao desemprego provocado pela
máquina: o poder sindical, o qual por sua vez é dependente de uma sociedade civil forte. A
existência de uma sociedade civil forte é importante não apenas para garantir sindicatos
autônomos que possam defender seus filiados, mas também para permitir que toda essa
discussão acerca da melhor distribuição dos frutos do progresso técnico seja feita de uma forma
democrática, com participação de todos os segmentos da sociedade.
Uma outra forma muito importante para se conseguir atenuar os impactos negativos da
robotização é o investimento maciço na indústria da construção civil, já que este é o segmento
da economia com maiores condições de se transformar em absorvedouro de mão-de-obra não
especializada. Além disso, a construção civil ainda demorará bastante até passar a ter os seus
processos sendo realizados de forma robotizada ou automatizada. Ressaltando que quando se
fala em construção civil não se está pensando somente em rodovias, pontes ou edifícios, mas
principalmente em habitações populares, escolas e postos de saúde.
Um outro instrumento muito utilizado em praticamente todos os países desenvolvidos para
atenuar os males do desemprego, é o salário desemprego.
Robótica Educacional
Consiste basicamente na aprendizagem por meio de montagem de sistemas constituídos por
modelos. Esses modelos são mecanismos que apresentam alguma atividade física, como
movimento de um braço mecânico, levantamento de objetos, etc, como os atuais robôs. A
princípio não são projetados para ter um comportamento inteligente, não é esse o principal
objetivo, mas sim estudar conceitos relacionados à física ou matemática, de maneira prática.
Desde os anos 50 se vem estudando a possibilidade de utilizar desse meio de aprendizagem para
reforçar o ensino tradicional (em que alunos entediados ficam sentados em carteiras entediados
enquanto um professor "desfia" os conceitos de ciência numa lousa). Além disso, possibilita ao
estudante tomar conhecimento da tecnologia atual e até mesmo adquirir conhecimentos técnicos
em eletrônica e assuntos afins.
Os modelos são montados com motores, sensores, peças, tudo controlado por um computador
com softwares que determinam o comportamento desejado. É claro que para se lograr sucesso
com este método é necessário que se tenha conhecimento e critérios para sua aplicação.
Além de transmitir o conhecimento é preciso delineá-lo para que não se perca. Na Europa a
formação de professores para trabalhar com robótica no ensino já acontecia em 1985.
Dependendo dos objetivos almejados, pode-se variar o modo da aplicação desta metodologia.
Por exemplo, uma maneira seria estabelecer previamente todos os passos para a confecção de
um modelo, o que sugere que já se sabia exatamente como seria o produto final; ou poderia-se
dar mais liberdade ao educando em construir o dispositivo de acordo com suas idéias. Este seria
um estímulo à sua criatividade. A restrição quanto à forma ou passos para a construção poderia
servir para levar o aluno a aprender determinado tópico do conteúdo de uma disciplina. Tudo
depende do que se deseja com este método de ensino.
Há atualmente empresas que fabricam e comercializam os chamados kits educacionais.
Podemos até encontrar algumas na internet, como a Solbet ou a EdaCom. Com kits versáteis e
fáceis de montar, mais parecem brinquedos caros para horas de diversão (para quem goste)
montando, desmontando e montando novamente (com componentes reutilizáveis). Em um
pacote podem vir toda a fiação, componentes, base, garra, conexão para porta do
microcomputador, software, etc. Inclusive a EdaCom formulou até um currículo para orientar e
facilitar o aprendizado, e que promete ainda promover a interdisciplinaridade.

Você também pode gostar