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Seminário – Equipe 2

Disciplina: Psicologia, Ciência e Profissão


Professora: Bruna Diniz
Área de atuação: Psicologia da saúde
Tema de articulação: Formação
Equipe de trabalho: Ana Cristina, Andreza, Dhaiana, Laércio e Surama

DADOS PESSOAIS DA ENTREVISTADA

Nome: Aline Lopes de Santana


Idade: 31 anos
Sexo: feminino
Estado civil: casada
Naturalidade: alagoana
Tempo de profissão: formou-se em janeiro deste respectivo ano
Formação acadêmica: Psicologia e História licenciatura
Áreas de atuação: Saúde que é uma sub área da Psicologia Social- saúde coletiva, Educação
em saúde.

PROCEDIMENTOS UTILIZADOS
No dia 11 de novembro de 2016 as 15:30 h realizamos uma entrevista
semiestruturada com a psicóloga Aline Santana na residência da mesma. Utilizamos um
roteiro com um conjunto básico de questões e, em função das respostas conduzimos a
entrevista e exploramos as informações trazidas pela entrevistada. O clima foi
extremamente agradável, descontraído e em alguns momentos informais culminando com
nossa total satisfação na realização deste trabalho.

ANÁLISE DAS IMPLICAÇÕES DA ENTREVISTADA COM A ÁREA DE ATUAÇÃO


O tema tratado na entrevista discorreu sobre a atuação profissional na área de saúde.
Descobrimos que a entrevistada desenvolveu no decorrer de sua formação acadêmica várias
atividades de aproximação com a área de saúde. Vejamos: sua aproximação se desenvolveu
a partir de sua inserção no Programa de Educação Tutorial (PET). O PET é desenvolvido
por grupos de estudantes, com tutoria de um docente, organizados a partir de formações em
nível de graduação nas Instituições de Ensino Superior do País orientados pelo princípio da
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão e da educação tutorial. Tal programa é
vinculado ao Ministério da Educação e vem desde o período da Ditadura Militar.
Nossa entrevistada construiu um interesse em lidar com pessoas e desinteressou-se
por teorias comportamentais durante seu período de graduação.
Envolveu-se com formação de grupos, atividades de pesquisa, rodas de conversas
nas unidades de saúde; Participou do programa de Matriciamento e também do núcleo de
Humanização da Secretaria municipal de saúde. Sempre abordando questões que alcancem
as particularidades das unidades de saúde, o trabalho em equipe e a formação na rede de
saúde.
Atualmente cursa Mestrado em Psicologia pela Universidade Federal de Alagoas,
cujo projeto versa na formação e ensino em saúde.
(INTER) RELAÇÃO ENTRE ENTREVISTADOR E ENTREVISTADA
Com muita simpatia e educação impecável fomos recebidos pela psicóloga Aline
Santana para a realização desta entrevista. Uma experiência fantástica traduzida em
conhecimento e despertamento para prosseguirmos no objetivo de nos tornar excelentes
profissionais.
No decorrer da entrevista, percebemos a preocupação da entrevistada em ser clara a
respeito da prática psicológica de uma forma geral, entendendo nossa posição enquanto
estudantes de 1° período do curso de Psicologia. Disse-nos em certo momento que “a
psicologia é muito diversa e com muitos campos de atuação”, falou-nos da necessidade de
sempre haver interesse e busca em “conhecer”, “estranhar o familiar e se familiarizar com o
estranho”. Para nós, tudo foi muitíssimo valioso. Sentimo-nos privilegiados em manter,
mesmo por um curto momento, este contato com uma profissional tão envolvida e
apaixonada por sua profissão e prática.

PROBLEMÁTICA DO TEMA
Apesar da entrevistada ter pouco tempo de formação em Psicologia, mas ter
experiência no Programa de Educação Tutorial, ter participado de uma equipe de
Matriciamento na rede de saúde de Maceió e de sua inserção no Núcleo de Humanização da
Secretaria Municipal de Saúde de Maceió. Denotou um amplo conhecimento sobre a área,
inclusive nos proporcionou conectar questões abordadas no texto base, que versa sobre a
formação generalista da Psicologia e Sistema Único de Saúde. Uma das problemáticas
levantadas, foi sobre o currículo hoje no curso de Psicologia. A entrevistada enfatizou que a
formação não é completa e, nunca será, pois ninguém pode ver tudo, mas que é preciso
buscar conhecimentos e se inserir nos espaços. A questão maior para ela édiminuir a
diferenciação entre teoria e prática, pois a teoria é vista do decorrer de quatro anos para
depois vivenciar o estágio prático. Teoria e prática tem que dialogar simultaneamente, não
importando aonde se esteja inserido, se é na Justiça, na Escola ou em uma Unidade de
Saúde. Na verdade tem que situar a formação no território, em que ensino, serviços, gestão
e controle social estejam integrados para que a formação em Psicologia seja
pensadacriticamente.
ASPECTOS DA ATIVIDADE QUE CONTRIBUIRAM PARA A SUA FORMAÇÃO
Uma grande oportunidade nos foi ofertada, mesmo ainda no primeiro período do
curso de Psicologia, permitindo nos aproximarmos da prática profissional ao entrevistar
uma psicóloga que nos apresentou uma série de questões pertinentes e bastante atuais. Tal
experiência nos cercou de elementos que nos afetou profundamente, pois veio somar com
as aulas expositivas ministradas até agora em nosso curso. Nos ajudou em diversos
aspectos, uma vez que, para além da sala de aula temos que buscar conhecer vários
dispositivos que contemplem as políticas públicas, por exemplo, conhecer o caminho
percorrido até se chegar a construção do Sistema Único de Saúde, conhecer melhor os
próprios princípios do SUS, o Programa de Humanização promovido pelo Ministério da
Saúde, a discussão acerca do Currículo mínimo, ou seja, temos um universo a vislumbrar
pela frente. Dessa forma, em linhas gerais essa atividade nos instigou a buscar crescer na
formação nos aspectos técnico, ético e crítico. E por não dizer, afetivo fazendo-nos
apaixonar ainda mais pela Psicologia.

DIFICULDADES ENFRENTADAS
A atividade foi realizada no dia 11 de novembro de 2016, um dia atípico na cidade
de Maceió, marcado por manifestações contra a PEC do teto dos gastos públicos. Neste dia
houve o fechamento pelos manifestantes de várias ruas na cidade, inevitavelmente tivemos
que mudaro local e o horário da atividade. Inicialmente estava marcada para acontecer pela
manhã na Biblioteca Central da Universidade Federal de Alagoase, foi a própria
profissional que nos ofertou sua residência para realizar a entrevista. Então, achamos
melhor marcarmos para o período da tarde, já que a manifestação possivelmente teria
terminado. Do grupo de cinco alunos, apenas 3 puderam comparecer, um deles estava em
um velório de um parente.

ENTREVISTA COMPLETA

1) Quanto tempo de profissão?


Formou – se em janeiro deste ano.

2) Qual a formação acadêmica?


Psicologia e História

3) Quais suas áreas de atuação?


Saúde que é uma sub área da Psicologia Social- saúde coletiva, Educação em
saúde.

4) O que mais lhe afetou para a escolha dessa área de atuação?


O interesse, na verdade foi construído ao longo dos estudos.
Quando fui estudar Psicologia não gostava da questão do comportamento, mas
sim de grupos.
Entrei no Programa de Educação Tutorial (PET) que é do Ministério da
Educação e, é um programa que vem acontecendo desde a ditadura militar.
Diz que teve muita sorte por adentrar em atividades de pesquisa, atividades com
grupos nas unidades de saúde de Maceió. Participou do programa de
Matriciamento. E também, do núcleo de Humanização da Secretaria Municipal
de Saúde com o intuito de qualificar pessoas que trabalham com o SUS.
Abordando questões que alcança as particularidades das unidades de saúde, o
trabalho em equipe e a formação na rede de saúde.

5) Quais as atividades que desenvolve nessa área de atuação?


Atualmente curso Mestrado em Psicologia na Universidade Federal de Alagoas,
cujo projeto versa na formação e ensino em saúde. Está querendo contemplar
em seu projeto de dissertação a formação em Psicologia nos contextos de saúde.
Entender e investigar como vem sendo realizado o ensino de Psicologia na rede
de Saúde.

6) Como a formação contribuiu para sua atuação na área de saúde ou discussão da


saúde?
Toda a experiência que falei anteriormente do PET, humanização, atividades de
pesquisa, rodas de conversa. O Ver SUS também que são vivências e estágios na
realidade do SUS.
A formação não dá tudo, mas você tem que buscar.
A UFAL vai mudar a grade curricular, pois tem que avançar nas competências
elencando os serviços públicos.

7) Sua formação deixou lacunas para a atividade profissional?


Não, não será completo nunca para ninguém. O Não se pode ver tudo, é impossível ver
tudo. O que se pode fazer é procurar aquilo que você tem afinidade e procurar conhecer.
Eu tive muita sorte de encontrar pessoas no decorrer da graduação devido à minha
inserção no PET e em outras atividades.

8) O que pode ser melhorado no currículo acadêmico?


Diminuir a diferenciação entre teoria e prática, pois se vê quatro anos de teoria
para pode vivenciar o estágio pratico. A ideia de aplicar a teoria na prática não
existe. O que existe é um diálogo.

9) Como é a prática psicológica hoje?


A Psicologia é muito diversa e com muitos campos. Dialogar mais com os
territórios que ela está inserida, não importa se é saúde, justiça, escola, etc.

10) Na atuação profissional é possível por em prática os princípios do SUS?


Sim, é uma questão de posicionamento. A universalidade do acesso ao SUS é
pretensioso. Tem que pensar no território, no sentido de levar a nossa profissão
aos que dela precisar. Com isso cobrar o controle social que parte do princípio
organizativo.

11) Quais as mudanças percebidas do trabalho do psicólogo na área de saúde ao


longo da história?
No Brasil antes da criação do SUS, a saúde era centrada nos hospitais e não era
para todos. Existia o INANPS que era destinado apenas para os trabalhadores
que tivesse carteira assinada;
A saúde era centrada na perspectiva biologicista;
Com o movimento Sanitarista médicos, psicólogos e profissionais de saúde em
geral reivindicavam uma saúde melhor que contemplasse a questões de esgoto
por exemplo.
O marco foi a 8 ( oitavata) Conferência de Saúde em 1986, dessa conferência
saiu o que é o SUS com algumas modificações. O privado dentro do público no
SUS;
Havia uma questão hospitalocentrica, o profissional de Psicologia era visto
como um profissional de saúde mental. Com a criação do SUS o psicólogo foi
se ampliando para uma perspectiva mais aberta, pois começou a ser inserido na
atenção básica.

12) Como discutir a formação que contribua para uma atuação mais crítica e mais
comprometida do psicólogo ?
Sempre situar a formação no território, no sentido que conversem ensino,
serviços, gestao e controle social. Considerar formas de integrar esses campos
para poder pensar a Psicologia criticamente.

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