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Carta

do editor

Mirian Tomé
editor@canalbioenergia.com.br

Ano do amadurecimento

C hega ao fim mais um ano. E ao abrirmos as


portas para a entrada de 2008 constatamos
que o setor de bioenergia tem muito o que

joão faria
comemorar. 2007 foi um ano de holofotes sob a
atividade de produção de bioenergia. Um ano de
consolidação de projetos e também de muito
08 MELHORAMENTO DA CANA debate e amadurecimento de idéias,
Centro de Tecnologia Canavieira e Instituto Agronômico de Campinas particularmente de temas ligados à atividade
lançam no mercado novas variedades de cana mais produtivas sucroalcooleira.
E como resultado desse debate muitos pontos
foram consenso, como a necessidade de
certificação do etanol para ampliar a participação
do Brasil como exportador do combustível e as
urgentes melhorias em infra-estrutura e logística.
22 ÁLCOOL ORGÂNICO É também preciso ressaltar o esforço do presidente
Indústria de cosméticos investe na Lula para difundir o etanol pelo mundo,
utilização de álcool orgânico incentivando outros países a produzirem o
em seus produtos biocombustível. E por falar em consolidação do
setor, trazemos uma radiografia dos investimentos
que estão sendo feitos em novas unidades
produtoras de açúcar e álcool no Brasil.
Você lerá ainda nessa última edição de 2007
natura diversos temas de interesse do setor, como a
incessante busca das instituições de pesquisa por
22 CORN BELT variedades de cana mais produtivas e alguns de
seus mais recentes resultados.
Produtores goianos realizaram visita
Vamos celebrar o fim de 2007 e saudar 2008
técnica ao cinturão do milho nos EUA,
com fé, coragem e determinação. Ah, é claro,
onde conheceram a tecnologia de
tudo isso com muita energia, ou melhor,
produção de álcool à base de milho bioenergia.
Até 2008!

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ENTREVISTA - José Taveira Rocha, presidente da Agência de Fomento de Goiás

Fomento à produção
PROJETOS DE INSTALAÇÃO E AMPLIAÇÃO DAS ATIVIDADES INDUSTRIAIS EM GOIÁS, COM DES-
TAQUE PARA O SETOR DE BIONERGIA, RECEBEM INCENTIVOS DA AGÊNCIA DE FOMENTO
maurício pimentel

Mirian Tomé

osé Taveira Rocha é presidente da Agência

J de Fomento de Goiás S/A - GoiásFomento,


criada em 2000 com o objetivo de fomen-
tar as atividades produtivas. Ela é, na ver-
dade, o agente financeiro do Programa Produzir,
destinado a incentivar a implantação e amplia-
ção de empreendimentos industriais no Estado.
Sete anos após sua criação, a GoiasFomento tem
números expressivos para apresentar. Já são 443
empresas financiadas em valores que chegam a
R$ 37 bilhões. A agência tem operações em 221
municípios goianos, graças ao Projeto Parceira,
desenvolvido junto a entidades de classe, empre-
sas e demais interessados, que se tornam divul-
gadores das linhas de crédito oferecidas pela
GoiasFomento.
Cada vez mais empresas do setor de bioener-
gia buscam na agência recursos para se insta-
larem no Estado. Resultado: Goiás já é conside-
rado a maior nova fronteira da produção de
açúcar e álcool no Brasil. Nessa entrevista ao
CANAL, José Taveira fala sobre as vantagens
que Goiás oferece para atrair novos investi-
mentos industriais.
Hoje, contamos com 22 usinas instaladas ou em fase de ins-
Quais são as linhas de fomento que Goiás talação que contam com os incentivos fiscais, o que tem pro-
oferece e que são atrativas para os empresá-
rios do setor de bioenergia? porcionado a consolidação de setor, com geração de empre-
A GoiásFomento não dispõe de linhas específi- gos, rendas e oportunidades em Goiás
cas para o setor de bioenergia, mas tem aten-
dido todas as empresas que têm nos procura-
do. A ação se divide em três frentes. A primei-
ra é de financiamento, tanto de capital de giro, nível de Brasil industrial, Goiás pode se cons- Quantas empresas já utilizaram esses incenti-
como de equipamentos, para micro e pequenas tituir em um ponto avançado de abasteci- vos desde a criação da agência?
empresas, que se constituem na maior parte mento dessas duas regiões, principalmente Até o momento, são cerca de 440 empresas
dos cerca de 10 mil financiados pela agência por esses investimentos que vêm sendo feitos que contam com o financiamento de incenti-
nos últimos cinco anos. em logística. A construção da Ferrovia Norte- vos fiscais do Programa Produzir, instaladas em
A segunda ação é de capacitação destes empre- Sul tende a atingir um ritmo mais acelerado, 83 municípios de Goiás, envolvendo um volu-
endedores, dando condições para uma melhor proporcionando nova opção para escoamen- me de R$ 36 bilhões, sendo que, nos últimos
gestão de seus negócios. A GoiásFomento é o to da produção. Por fim, temos uma política anos, o setor sucroalcooleiro tem tido uma
agente financeiro do Programa Produzir, que de incentivos fiscais que vem sendo preserva- atenção especial, uma vez que Goiás vem rece-
tem proporcionado a instalação e ampliação das da nas ações de Governo, dentro de uma es- bendo vários projetos novos. Hoje, contamos
atividades industriais em Goiás, e onde o setor tratégia de desenvolvimento. com 22 usinas instaladas ou em fase de insta-
de bionergia tem conseguido se desenvolver lação que contam com os incentivos fiscais, o
bastante nos últimos anos, principalmente com Hoje, qual o volume de dinheiro disponível que tem proporcionado a consolidação do se-
as novas usinas. nessas linhas de financiamento? tor, com geração de emprego, renda e oportu-
Em termo de incentivos fiscais, nós temos re- nidades em Goiás.
Qual é o diferencial que Goiás oferece em cursos ilimitados, dependendo da viabilidade
comparação com os demais Estados? dos projetos apresentados. No que tange à Os incentivos fiscais estão com os dias conta-
O principal é o geográfico, porque Goiás tem ação financiadora propriamente dita, nós te- dos pela reforma tributária?
uma posição privilegiada, em relação aos mos hoje um patrimônio de R$ 86 milhões, Eu entendo que a reforma tributária passou da
mercados do Norte e do Nordeste. O Norte, que habilita a GoiásFomento a captar, via re- hora. O governo federal perdeu a chance de fa-
por uma via natural, hoje em processo acele- passes de fundos e instituições, dez vezes es- zer a reforma, que seria no início da gestão do
rado de recuperação, que é a Belém-Brasília, se valor. Dada à rotatividade dos recursos, presidente Lula, quando ele contava com todo
por onde pode ser escoada a produção pelo eles são suficientes para atender à demanda respaldo político e popular necessários para fa-
Norte e parte do Nordeste. Eu diria que, em existente hoje na GoiásFomento. zer uma ampla reorganização da arrecadação e

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distribuição de tributos no País. Como não fez leo está custando perto de U$ 100, com ten-
no início, dificilmente o fará agora, quando o É normal que Goiás passe dência de alta, uma vez que são maiores os
governo tem outras prioridades e a realidade custos para a sua extração. Com a mesma
do País é outra. Sem a reforma, os incentivos a receber indústrias e quantidade de etanol cotada entre U$ 23 e U$
devem ser mantidos, até como forma de asse- 27, há um estímulo natural à sua utilização,
gurar uma melhor oportunidade para regiões
distribuidores de insumos. aliada a questões ambientais, que tornam esse
que estão em processo de desenvolvimento, Estamos abertos para setor imprescindível para o crescimento do
como é o caso de Goiás. Brasil. E Goiás está inserido nesse esforço.
receber esses projetos e
A falta de estabilidade nas políticas de gover- buscar a sua viabilização Quais as regiões de Goiás preferidas pelos in-
no para incentivo à industrialização deixa o vestidores que procuram a Agência de Fomen-
empresariado com medo de investir. O que a em nosso mercado to? Só mesmo Sudoeste e Sul? O que fazer pa-
agência prevê diante desse quadro? ra descentralizar esse crescimento e atender às
Hoje em dia, dado a segmentação do Progra- regiões mais pobres do Estado?
ma Produzir, essa possibilidade está afastada Realmente a demanda hoje tem sido mais con-
de Goiás. O Produzir está tão bem estrutura- O senhor acredita que Goiás atrairá também centrada no Sudoeste e no Sul de Goiás, mas já
do que o empresariado sente confiança em indústrias de suporte ao setor de bionergia? existem outros projetos para outras regiões. Re-
investir em Goiás. A prova disso é que as em- Acredito sim. O que ocorre no desenvolvimen- centemente, assinamos contrato do Produzir
presas líderes de vários segmentos vieram pa- to industrial é que todo grande empreendi- com uma usina de Vila Boa de Goiás, próximo a
ra cá nos últimos anos, como é o caso da Co- mento atrai outros, menores. Isso em todos os Brasília, que está criando uma nova zona de
san, no setor sucroalcooleiro. Isso acontece setores. Um laticínio atrai indústria de embala- produção de cana. Essa é uma prova de que é
também no segmento de alimentação e do gens. Uma montadora atrai indústrias de auto- possível descentralizar os investimentos. A pre-
setor farmacêutico, por exemplo. O governa- peças. E a usina de álcool exige investimentos sença da Ferrovia Norte-Sul pode criar novos
dor Alcides Rodrigues tem insistido na manu- em pesquisas. É normal que Goiás passe a re- pólos de desenvolvimento no Norte e Nordeste
tenção dessa política de incentivos fiscais, ceber indústrias e distribuidores de insumos, de Goiás. Na ação financiadora, a GoiásFomen-
que é intocável. Além da disposição do Gover- como de mudas, por exemplo. Estamos abertos to já está em 221 dos 246 municípios de Goiás,
no de Goiás em atrair os investimentos, há o para receber esses projetos e buscar a sua via- proporcionando investimentos em todas as re-
compromisso das empresas em promover a bilização em nosso mercado. Com um detalhe: giões produtoras do Estado. Então, é possível
melhoria de vida em nosso Estado. É isso que os investimentos na produção de bioenergia criar novos pólos e proporcionar essa diversifi-
tem marcado o sucesso do nosso programa. são uma necessidade, já que o barril de petró- cação no nosso desenvolvimento.

TECNOLOGIA

Produção de etanol
s fábricas de etanol já contam lhadas com os produtores de milho
A com uma nova ferramenta
que ajuda a aumentar a produção
que vendem os grãos para a insta-
lação, essas informações permitem
por bushel de milho. A Pioneer Hi- selecionar melhores híbridos de se-
Bred, unidade de negócios da Du- mentes que ofereçam maior rendi-
Pont anunciou o QualiTrak, um mento de etanol por bushel.
novo sistema de medição e relató- Os relatórios fornecem informa-
rio que facilita o fluxo de infor- ções comparativas abrangentes pa-
mações sobre o rendimento pre- ra todas as cargas de grãos entre-
visto do etanol, tanto para as gues na fábrica. Esses dados ajudam
equipes das fábricas quanto para os produtores e os processadores a
os produtores do grão. avaliar e comparar todas as entre-
A função de medição do Quali- gas. "Com o melhor gerenciamento
Trak incorpora a tecnologia de cali- da cadeia de suprimentos, essas in-
bração Ethanol Yield Potential, pro- formações vão melhorar os resulta-
prietária da Pioneer, usada com os dos econômicos da indústria do eta-
analisadores de grãos FOSS. Essa nol e da produção de milho", afirma
calibração prevê com precisão o Sanders. O QualiTrak pode ajudar as
rendimento do etanol de todos os fábricas a produzirem mais etanol
grãos comerciais, independente da com o mesmo volume de grãos.
fonte das sementes. Ele é o único A Pioneer também planeja licen-
sistema que prevê e reporta dados ciar sua tecnologia de calibração
sobre o rendimento de etanol em Ethanol Yield Potential e o sistema
galões por bushel. "O sistema ofere- QualiTrak para universidades, ou-
ce às empresas de processamento tras organizações e empresas de se-
previsões comparativas abrangen- mentes. A Pioneer já avaliou o ren-
tes sobre o rendimento do etanol dimento potencial de etanol de to-
para todas as cargas de grãos que da sua linha de milho híbrido e
chegam às fábricas", afirma Russ identificou mais de 180 híbridos
Sanders, diretor de marketing da que produzem volumes maiores do
Pioneer Hi-Bred. Quando comparti- etanol do que a média.

CANAL 5
PANORAMA

Energias do Brasil Usina Cerradinho inaugura Centro de Operações


A Energias do Brasil, empresa do Grupo
Energias de Portugal, lançou o Instituto
Energias do Brasil (IENBR), instituição sem A Usina Cerradinho inaugurou dia 14 de
fins lucrativos que desenvolverá e novembro o Centro de Operações
coordenará as ações ambientais e sócio- Integradas (COI). O evento reuniu os
culturais da holding e de suas controladas. diretores da empresa, colaboradores e

cerradinho/divulgação
A sustentabilidade estará presente em todos convidados. O novo prédio, que fica dentro
os aspectos da nova instituição, não só no da área industrial, foi projetado para
seu principal objetivo, mas até mesmo na centralizar todas as atividades da área
origem das suas receitas, já que grande parte industrial das unidades do grupo em
delas virá dos recursos obtidos com a venda Catanduva, Potirendaba e Chapadão do de 1% a 2% na produtividade da cana-de-
dos créditos de carbono gerados a partir dos Céu (GO). O local é dotado de açúcar na etapa industrial. Novo sistema
projetos de MDL (Mecanismo de computadores, sensores, instrumentos agiliza controle - De acordo com o diretor
Desenvolvimento Limpo do Protocolo de medidores, câmara e ainda sala de industrial, Luiz Antônio Magazoni, a
Kyoto) e de projetos em mercados treinamento e laboratório. De acordo com o criação deste centro de operações,
voluntários realizados pelas empresas da diretor-presidente Luciano Fernandes possibilita agilidade na tomada de decisões
Energias do Brasil. A nova instituição tem Sanches, o COI controla as rotinas do "Esta automatização dos processos cria
como objetivo promover o diálogo de modo processamento da cana-de-açúcar, condições para a redução de perdas no
a harmonizar as atividades sócio-ambientais, permitindo ganhos nas tomada de decisões, processo industrial e isso é muito
educativas e culturais da Energias do Brasil e reduções de custos operacionais e ganhos importante na busca de soluções", disse.
de suas empresas controladas e coligadas;
desenvolver o despertar da consciência
sócio-ambiental, a ética, a cidadania e a
efetivação dos direitos humanos. Centroálcool vai contratar portadores de deficiência
divulgação/centroalcool

O Tribunal Regional do Trabalho de Goiás


Grupo Farias amplia homologou um acordo inédito firmado entre
a Centroálcool e o Ministério Público do
investimentos Trabalho de Goiás que garante o
O Grupo Farias vai construir em cumprimento da lei de cotas para pessoas com
Pernambuco uma indústria para produção deficiência e reabilitados da Previdência
de ETBE (etil-tercio-butil-éter), no Social, na usina Centroálcool, localizada no
Complexo Industrial Portuário de Suape. município de Inhumas-GO.
O novo produto, ETBE, é um aditivo para No acordo, a empresa se comprometeu, no
gasolina feito a partir do etanol misturado prazo de doze meses, a preencher a cota no
ao isobutano, um derivado do petróleo. setor industrial, que mantém um total de 272
No primeiro ano, o total do investimento trabalhadores. A reserva legal ou a lei de cotas
será de R$ 632 milhões (US$ 370 milhões) obriga as empresas com mais de 100 disponibilidade de vagas e das exigências
na implantação de uma processadora capaz empregados a contratarem de 2% a 5% de para preenchimento dos cargos.
de gerar 100 mil toneladas de ETBE. Em pessoas com deficiência ou reabilitados. Ainda ficou acordado que a Centroálcool
2012, com a conclusão do projeto, a planta No setor de agricultura, em razão da doará, a título de danos morais coletivos, por
estará produzindo 400 mil toneladas/ano rotatividade da atividade, a empresa se obrigou, ter descumprido a cota, a importância de R$ 5
de ETBE, gerando um faturamento de R$ no momento em que houver necessidade de mil à Escola Especial Estadual Diurza Leão que
1,1 bilhão. O alvo do investimento é o contratações de empregados, a comunicar as cuida de 119 pessoas com deficiência mental,
mercado europeu. entidades oficiais e particulares da em Inhumas.

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PRODUTIVIDADE

Cana que rende


38% a mais
NOVAS VARIEDADES Rhudy Crysthian com altos índices de produtividade, mas com
FORAM DESENVOLVIDAS baixo teor de sacarose, crescimento inadequa-
om margens de ganho que variam de

C
do à mecanização, suscetível a doenças ou ou-
PARA ATENDER REGIÕES 12,50% a 37,85% em relação às varie- tras características de determinada região.
DO CENTRO-SUL E DO dades convencionais RB e SP, desen- Nesse caso, pesquisadores afirmam que o prin-
volvidas pelas universidades brasileiras cipal é ter o material genético de melhor qua-
NORDESTE DO PAÍS e pelo Instituto Agronômico de Campinas lidade e plantá-lo no local adequado. Depois,
(IAC), responsáveis por quase metade da cana fertilizar adequadamente o canavial e, por
plantada no País, o Centro de Tecnologia Cana- fim, cortar a cana no momento ideal de matu-
vieira (CTC) lançou, no último mês, a terceira ração. Segundo o estatístico do programa Va-
geração de cana-de-açúcar. São seis novas rietal do CTC, Rubens Braga Júnior, a margem
qualidades da gramínea, do CTC 10 ao CTC 15. de contribuição das novas variedades de cana
As novas variedades foram desenvolvidas para representa o ganho médio do investidor em
atender diversas regiões do Centro-Sul e do cinco anos, que seria o período adequado de
Nordeste do País, com seus mais variados regi- duração de um canavial.
mes de clima, diferenças de solo e de período A margem líquida de contribuição medida
de plantio e colheita. A CTC 11, por exemplo, em reais por hectare é a medida líquida de ga-
foi desenvolvida para solos de média fertilida- nho em cinco anos, depois de extraídos os cus-
de, cuja produtividade, em toneladas por hec- tos (preparo, plantio, tratos culturais, corte,
tare, é 8,43% maior em relação às variedades carregamento e transporte da cana) e industri-
existentes, mas o ganho líquido, em reais por ais (de todos os processos) até se chegar aos
hectare, chega a R$ 539, ou 37,85% a mais do produtos finais álcool e açúcar.
que a média. Entre os principais benefícios das novas cul-
Os níveis de produtividade aliados à locali- tivares, os técnicos do CTC destacam proprie-
zação do cultivo da cultura foram fatores re- dades como adaptabilidade à colheita mecani-
levantes para os pesquisadores do CTC para o zada, elevados teores de sacarose, resistência a
desenvolvimento das novas variedades. Para o doenças da cultura e alta probabilidade de
coordenador do programa Muda Sadia, Mar- adaptação a regiões nas quais o cultivo esteja
cos Casagrande, pouco adiantava uma cana em expansão.

Fonte: CTC

joão faria

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CARACTERÍSTICAS MELHORAMENTO
CTC 10 - Sua principal característica é proporci-
onar elevada produtividade agrícola de colmos.
Indicada para colheita do meio para o final da sa-
fra em todas as regiões do Centro-Sul, apresen-
tou resistência às doenças ferrugem e mosaico e
respondeu favoravelmente à aplicação de matu-
IAC lança novas variedades de
radores químicos. Mostrou ganhos de até 15%
em produtividade, excelente brotação de soquei-
ra, alto perfilhamento e índice zero quanto a flo-
rescimento e isoporização.
cana-de-açúcar
CTC 11 - Dotada de alto teor de sacarose, para
colheita do meio para o final da safra em ambi-
o início deste mês, o Instituto

N
entes de médio a alto potencial produtivo, essa
variedade é de rápido desenvolvimento vegetati-
Agronômico (IAC), órgão da Se-
vo. Apresenta, em geral, porte ereto, excelente
brotação de soqueira e baixos índices de isopori- cretaria de Agricultura do Estado
zação e florescimento. Resistente a doenças como de São Paulo, também lançou
ferrugem e escaldadura, se destaca também pela mais quatro variedades de cana-de-açúcar.
excelente adaptabilidade à colheita mecanizada.
As variedades, IAC91-1099, IACSP93-2060,
CTC 12 - Para colheita do meio para o final da IACSP95-3028 e IACSP95-5000 têm como
safra, em ambiente de média produção, apresen- características principais a capacidade de
ta baixos índices de florescimento e isoporização,
além de excelente brotação de soqueira e porte gerar até 120 toneladas de cana por hecta-
ereto. É resistente a doenças como escaldadura re cultivado, com índices de maturidade
das folhas, síndrome do amarelecimento, ferru- para os diferentes períodos da safra.
gem, carvão e mosaico. Respondeu favoravel-
mente à aplicação de maturadores químicos e Segundo o pesquisador Marcos Landell,
proporciona alto teor de sacarose. diretor do Centro de Cana de Ribeirão Pre-
to, as novas variedades vão assegurar pro-
CTC 13 - De alta resistência a doenças como fer-
rugem, escaldadura e mosaico, é uma variedade
dutividade maior de 1,5% ao ano, índice
precoce com alto teor de sacarose e excelente que têm sido conquistado nas últimas dé-
adaptabilidade à colheita mecanizada. Recomen- cadas pelo setor. "São duas variedades pre-
dada para ambientes de alto potencial produtivo,
para colheita do início para o meio da safra, apre-
coces e duas médias tardias, de alta produ-
senta baixos índices de isoporização e floresci- tividade", destaca Landell.
mento, além de porte ereto. O presidente da UDOP, José Carlos Tole-
CTC 14 - Tolerante à seca, apresenta alta produ-
do, destaca a importância do lançamento
tividade e altos teores de sacarose e fibra, além de novas variedades para o desenvolvi-
de porte ereto e baixo índice de florescimento; o mento do setor, ao declarar que o progres-
índice de isoporização é zero. É resistente a do-
so do setor sucroalcooleiro no Brasil se de-
enças como ferrugem, escaldadura e mosaico e
respondeu favoravelmente à aplicação de matu- ve em grande parte ao comprometimento
radores químicos, em ambientes de médio a alto de centros de pesquisa de melhoramento
potencial produtivo, para colheita do meio para o genético da cana, como o IAC, que muito
final da safra.
têm contribuído para o crescimento sus-
CTC 15 - Recomendada para diversos ambientes de tentável do segmento.
produção, para colheita do meio para o final da sa-
fra, é tolerante à seca e apresenta excelente brota-
ção de soqueira com alto teor de sacarose. Resisten-
te a doenças como ferrugem, carvão e escaldadura,
respondeu favoravelmente à aplicação de matura-
dores químicos. De alta produtividade, demonstrou
estabilidade até mesmo nos ambientes de baixo e
intermediário potencial de produção.

americo jose

CANAL 9
SAFRA INSTITUCIONAL

Esmagamento Cana goiana


rumo à liderança
de cana subirá 10,6% sifaeg/divulgação

olocar o Esta-

A Companhia Nacional de Abasteci-


mento (Conab) estima que a indústria
DESTINO DA CANA
C do de Goiás
como o segundo
3 23,5 milhões de toneladas para
esmagará 475,12 milhões de toneladas de maior produtor de
a fabricação de açúcar
cana-de-açúcar na safra 2007/08, con- 3 251,6 milhões de toneladas para cana-de-açúcar
cluída na região Centro-Sul e em proces- a indústria do álcool hidratado e anidro do País. Essa é a
samento desde setembro na Região Nor- 3 74,8 milhões de toneladas para outros fins, principal bandei-
como a produção de cachaça, rapadura,
deste. O terceiro e último levantamento alimentação animal e semente ra levantada pelo
da entidade para a safra indicou aumento Fonte: Conab presidente execu-
de 10,6% no esmagamento em relação à tivo do Sindicato
safra anterior. Isso corresponde a 86,4% é expressivo neste momento e não traz da Indústria de Fa-
da colheita total de 549,9 milhões de to- preocupações ao governo. O terceiro e úl- bricação de Açú-
neladas no ciclo atual, volume recorde e timo levantamento da Conab confirmou a car e Álcool do Es-
15,8% superior em relação à safra tendência de maior produção de álcool em tado (Sifaeg/Sifa-
2006/07. O crescimento é resultado da ex- detrimento do açúcar. O processamento çúcar), André Luiz
pectativa de aumento pelo mercado da da safra 2007/08 na Região Nordeste co- Baptista Lins Rocha. Goiás ocupa hoje o posto de
demanda de álcool na época do plantio. meçou em setembro e vai até abril. quinto maior produtor nacional de cana, mas o
Mato Grosso do Sul e Paraná foram os No Centro-Sul, que responde pela maior executivo do Sifaeg projeta reverter este quadro
Estados que tiveram maior crescimento na parte da produção de cana do País, o esma- em, no máximo, cinco anos.
área cultivada com o produto: 27%. Já gamento da próxima safra (2008/09) come- Rocha argumenta que a cana ocupa apenas
São Paulo, o maior produtor do País, teve ça em abril. Para a safra 2008/09 de cana, a 0,7% de toda a área agricultável goiana, en-
o menor índice na comparação com ou- expectativa é de crescimento da produção. quanto a soja fica com 7% e as pastagens com
tros Estados. A área plantada com cana em A destinação para o setor sucroalcoo- 57%. "Pelos dados, percebemos que a cultura
São Paulo na safra 2007/08 cresceu 11,9%, leiro ficou assim dividida: 223,5 milhões ainda tem muito espaço para crescer", come-
que mostra uma queda de rendimento das de toneladas vão para a fabricação de mora. Goiás tem hoje 17 usinas em funciona-
lavouras de cana daquele Estado. açúcar e 251,6 milhões de toneladas vão mento. A expectativa é de outras quatro entra-
Mesmo com o resultado considerado para a indústria do álcool hidratado e rem em funcionamento no próximo ano. Ao to-
'fraco', São Paulo confirma sua posição de anidro. O restante, 74,8 milhões de tone- do, Rocha espera que sejam 40 usinas em cinco
maior produtor de cana, respondendo por ladas, vai para outros fins, como a produ- anos. Um salto na produção de 22 milhões de
58% da colheita. A Conab apurou que o ção de cachaça, rapadura, alimentação toneladas para 60 milhões de toneladas.
plantio de cana na região amazônica não animal e semente. Ele afirma que o Estado possui uma política
agressiva de atração de empresas. Para o presi-
dente, o mercado consumidor está bem aten-
dido com o consumo de etanol em constante
crescimento, mas falta construir um mercado
interno mais consolidado. Ele exemplifica que
30% dos carros flex do País são abastecidos
exclusivamente com gasolina, o que mostra
um forte trabalho a ser feito pela frente.
Para isso, o presidente defende uma intensi-
ficação na política de comunicação do setor e
canal
na tributação. "Precisamos participar dos de-
safios de desenvolvimento político-energético
e das soluções agroenergéticas para resolver o
problema de escassez de energia e de um pos-

Petrobras amplia parcerias sível apagão em um futuro próximo", define.


Ele afirma que essas ações atendem a tudo
que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, co-
companhia portuguesa Galp e a Pe- usar produtos alimentícios, como soja ou
A trobras vão investir juntas na produ-
ção de biocombustíveis e na procura de
milho", adiantou Gomes, ao indicar a ma-
mona e o pinhão manso como as fontes a
mo embaixador do etanol, tem feito em outros
países, incentivando outras nações a produzi-
rem o etanol para que o combustível possa se
novas reservas de petróleo na costa per- serem pesquisadas e produzidas. O execu- transformar em uma commodity.
nambucana. De acordo com o diretor da tivo garantiu que o objetivo da Brasgalp
área internacional da Galp, Fernando Go- não será entrar em conflito com o que já
mes, já foi assinado o documento de cria-
ção da Brasgalp, que será formalizada em
janeiro do próximo ano. Gomes não quis
vem sendo desenvolvido na área no País.
"Será um investimento complementar",
comentou. A expectativa do diretor é que
40
usinas vão estar operando em Goiás
mencionar o valor dos investimentos, mas a Brasgalp entre em operação em 2010,
adiantou que a Brasgalp terá capital 50% com uma produção de 900 mil toneladas nos próximos cinco anos, elevando a
da Galp e 50% da Petrobras. A empresa se de óleo. A meta é exportar o biocombus-
produção de 22 para 60 milhões de to-
compromete a não produzir biocombustí- tível para a Europa. De Pernambuco sairá
vel com base em alimentos. "Não vamos o óleo, o refino será feito em Portugal. neladas de cana

10 CANAL
PROJETOS DE MDL
stoc
PERDAS COM A PROPOSTA DO
k.hc
hng GOVERNO APRESENTADAS NO ESTUDO

Comparando a proposta do governo


com a situação atual e com a proposta
das empresas, são constatados os
seguintes fatos:

1- A geração de crédito de carbono é


sempre maior quando se utiliza apenas um
único fator de emissão para todo o sistema,
o que aumenta o retorno financeiro dos
projetos de MDL para as empresas.

País pode perder até 2- Apenas uma das quatro regiões (Sul) se
beneficia da divisão baseada em 4
subsistemas. As outras regiões apresentam
quedas significativas no potencial de

R$ 153 milhões
geração de créditos de carbono.

3- A base de dados proposta pelo governo


faz a geração de créditos das plantas
outorgadas ter uma queda que varia de
44% a 38%.

MINISTÉRIO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA PROPÕE UTILIZAÇÃO DE 4- 68% dos projetos de MDL terão sua
geração de créditos reduzida.
NOVA BASE DE DADOS NO CÁLCULO DE GERAÇÃO DE CRÉDITOS
5- Quase 20% dos projetos ficarão
inviáveis por que a redução de geração
de créditos vai deixá-los na faixa de
ma perda de 25% do potencial de geração

U
e para projetos eólicos, com maior potencial na Re- menos de 10 mil créditos de carbono/ano.
de créditos de carbono no Brasil por gera- gião Nordeste". Até hoje fizemos o cálculo a partir Redução do potencial de desenvolvimento
do MDL no país.
ção de eletricidade para o sistema interli- de informações publicamente disponíveis”.
gado a partir de fontes renováveis de A diferença é que para o método indicado como 6- A redução de capital estrangeiro do
energia. Essa será a conseqüência do novo modelo preferencial pela metodologia - que o governo pre- mercado de carbono investido na área
de energia será de R$ 153 milhões em
de cálculo do fator de emissão - que serve para de- tende implementar, mas que não é utilizado em todo o país: R$ 13,8 milhões no Norte, R$
terminar a redução de emissões de CO2 nos projetos quase nenhum país do mundo - não há informação 103,6 milhões no Nordeste, R$ 74,2
de créditos de carbono - proposto pelo governo fe- publicamente disponível", afirma o diretor técnico milhões no Sudeste e R$ 47,1 milhões
no Centro-Oeste.
deral. Segundo o estudo realizado por empresas do da Ecoinvest Carbon, Ricardo Esparta. Ele destaca
setor, o potencial de perdas pode chegar até R$ 153 também que existem outras dificuldades metodoló- 7- A subdivisão do sistema cria barreira ao
milhões/ano. gicas, por exemplo, o despacho fora da ordem de desenvolvimento de projetos de geração de
energia a partir de biomassa nas regiões
Enquanto o Ministério de Ciência e Tecnologia mérito que vai contra o espírito da metodologia. Sudeste e Centro-Oeste, regiões de maior
(MCT) propõe a utilização de uma nova base de da- Para ele, o governo coletou informações, fez o atividade agrícola.
dos que leva em consideração números de quatro cálculo e publicou somente os resultados. Outra di-
8- A subdivisão também prejudica o
subsistemas (Norte, Nordeste, Sul e Sudeste/Centro- ferença está no que é considerado para o cálculo do
desenvolvimento de projetos de hidrelétri
Oeste) para o cálculo de geração de créditos de car- fator de emissão como restrição significativa de cas nessas regiões que têm grande potencial
bono, a proposta das empresas aponta para um úni- transmissão. "No nosso cálculo e para efeito de im- hidrelétrico a ser explorado.
co número como base para cálculo em todo o siste- pactos na geração, são consideramos desde 2002 a
9- Redução drástica do desenvolvimento da
ma de energia interligado. Pela análise feita pelas existência no Brasil de dois subsistemas. Há mais de energia eólica no Nordeste.
maiores empresas do mercado como a EcoSecuriti- 50 projetos registrados assim.
es, Ecoinvest e Econergy, a proposta do Governo é a A partir de agora o governo quer utilizar a de- DIFERENÇAS

pior opção quando comparada à situação atual ou à marcação oficial de quatro submercados para defi- Situação atual
proposta das empresas do setor. O fator de emissão nir a mesma restrição significativa de transmissão", Desde 2004, o mercado trabalha com o
é a razão de todo CO2 equivalente por toda energia critica. A quantidade total de créditos de carbono sistema elétrico dividido em dois
subsistemas (N/NE e S/SE/CO) e com dados
gerada num sistema. Por meio desse cálculo, define- gerada também diminui com a utilização de quatro de geração de eletricidade dos últimos três
se quantas toneladas de CO2 são emitidas na at- subsistemas ao invés de um único. anos, divulgados anualmente em artigos no
mosfera para cada megawatt de energia gerada. Essa redução na geração de crédito inviabiliza Congresso Brasileiro de Energia. Hoje, com
as expansões do sistema de transmissão, as
De acordo com Nuno Cunha e Silva, diretor para um grande número de projetos porque insere cerca empresas que atuam no mercado querem
a América Latina na EcoSecurities, a proposta do de 102 projetos numa faixa de geração de Reduções ter como parâmetro uma base de dados
governo tem uma série de desvios na metodologia Certificadas de Emissões (RCEs) abaixo das 10 mil unificada de todos os sistemas, já que novos
pontos de transmissão entre os dois
aplicada que inviabilizam o desenvolvimento de unidades por ano - o tamanho definido hoje como subsistemas entraram em atuação, a
projetos de MDL e prejudicam a competitividade das mínimo para um projeto de Mecanismo de Desen- comercialização de energia elétrica entre
energias renováveis no país. "Ela cria barreiras espe- volvimento Limpo (MDL) pagar todos os custos de Estados é livre e, finalmente, os mercados
são regidos por preços muitos semelhantes.
ciais para projetos de biomassa e hidroelétricos, com transação e obter uma quantidade significativa de
maior potencial nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, benefícios financeiros.

CANAL 11
TECNOLOGIAS

Automação e Informação
ma empresa que quer ser competi-

U
COM O EMPREGO DA em tempo real, as informações da área agrí-
tiva e marcar presença no merca- cola com o ritmo de moagem da extração;
AUTOMAÇÃO HÁ do precisa estar alinhada à melho- melhor controle de custos gerenciais e filo-
MELHORIA NA ria de seus processos e otimizar sofia de manutenção nas entressafras ou
sua linha de produção. Com a automação, mesmo corretivas; segurança operacional
ESTABILIDADE DO pode-se ter tudo sob controle e direcionar inteligente; redução de poluentes; maior
PROCESSO, da melhor forma a produção, através de um controle da qualidade dos produtos e um
maior controle do processo, precisão nas in- maior rendimento dos equipamentos de
PROPORCIONANDO formações, segurança, maior qualidade do processo; aumento de produtividade; rastre-
produto final e menores perdas de insumos abilidade do processo visando qualidade ou
UMA MAIOR entre outros. A automação deve ser vista exportação; redução de erros no processo e
PADRONIZAÇÃO como disciplina-chave para ser alinhada aos perdas em geral.
vetores estratégicos da empresa, visando à
conquista dos objetivos determinados em SETOR SUCROALCOOLEIRO
seu planejamento, e não só como redutora "Ao analisar o índice de automação das usi-
de mão-de-obra. Permite também melhores nas, vemos que o setor sucroalcooleiro, de
seguranças operacional e do RH através da uma forma geral, sempre esteve automatiza-
diminuição de afastamentos por acidentes, do, porém com soluções como hardware,
visto que transforma procedimentos manu- software e serviços que não representavam
ais em automáticos, tirando o RH de áreas as mesmas práticas de consumo por outros
insalubres. setores econômicos de maior maturidade,
Os custos de produção podem cair com o como o químico, o petroquímico e o siderúr-
emprego da automação e há melhoria na gico, entre outros", explica o engenheiro,
estabilidade do processo, proporcionando consultor e diretor técnico do CBTA (Centro
uma maior padronização das operações e Brasileiro de Tecnologia e Automação) Mar-
produtos. Vale salientar que validar todas as co Coghi. Ele conta que essas soluções de
etapas do processo industrial será um item automação e informática, de um modo geral,
cobrado pelos importadores, pois isso já é não atendiam nem implementavam normas
empregado em várias indústrias do mundo e e requerimentos destes mercados globais,
só a automação permite esse controle. No atendendo apenas às necessidades do mer-
setor sucroalcooleiro, por exemplo, ao utili- cado setorial, o sucroalcooleiro. "Os requisi-
zar a automação uma usina consegue ga- tos prioritários na seleção dos fornecedores,
nhos, como: elaboração de uma logística di- sejam de equipamentos, hardware, software
ferenciada e casada com a indústria; otimi- ou serviços de automação, eram os ‘preços ‘.
zação do processo; otimização da produção; Hoje ainda são, entretanto, tais critérios de
redução de custos devido ao melhor empre- seleção estão sendo mudados devido aos in-
go de energia térmica; maior eficiência na vestimentos em treinamento e capacitação
programação da produção, podendo casar, dos profissionais do setor", avalia.

montagem sobre fotos/stock.hchng/jalles machado

12 CANAL
Falta de cultura em automação
A maior dificuldade ao implantar a automa- em açúcar ou em álcool, baseado no preço e
ção e informática nas usinas está na falta de margem de venda para pedidos já em carteira",
cultura do usuário em saber listar o escopo do salienta o consultor.
trabalho e os requisitos que deseja tanto para
TA (Tecnologia da Automação) como para TI PLANTA DIGITAL
(Tecnologia da Informação) da usina, seja para O CBTA (Centro Brasileiro de Tecnologia e
a área agrícola como para a área industrial. Automação) criou o conceito Planta Digital,
"Baseado nesse cenário, quem impõe a necessi- que materializa a experiência prática e lições
dade hoje é o fabricante da solução, não há aprendidas em planos diretores realizados ao
uma especificação feita pelo cliente", observa longo dos anos. O curso qualifica pessoas para
Coghi. Por outro lado, há carência de profissio- atuar com o que há de mais atual em tecnolo-
nais qualificados para essas áreas, pois parte gia e tendências, no que diz respeito à automa-
dos conceitos obtidos são impostos por forne- ção e informática aplicadas nas usinas. Também
cedores. Para entender, na prática, como isso visa criar um conceito de integração e colabo-
divulgação
funciona, veja o exemplo: acompanhar a exe- ração da informação digital dentro de uma in-
cução da produção de açúcar, por exemplo, é dústria (usina) e entre seus fornecedores (fa-
acompanhar o açúcar em suas várias formas zendas de cana), clientes (armazéns de distri-
desde quando se planeja uma sacarose e o mo- buição de açúcar, alcooldutos, parques de tan-
mento do preparo do solo, passando pelo plan- cagem de álcool) e seu grupo controlador e
tio da cana, adubação, colheita e tempo de conselho administrativo. O conceito Planta Di-
queima até o momento onde esse açúcar é en- gital se colocado em prática (incluindo todos os
tregue para o cliente em forma VHP, por exem- instrumentos como motores, bombas, válvulas,
plo. "Acompanhar a execução da manufatura painéis de controle e CCMs, controladores pro-
do açúcar em cada uma das etapas requer al- gramáveis, supervisórios, PIMS, MES, Balanço
gumas funcionalidades, como: rastreabilidade e de Massa, Balanço Energético, LIMS, Custos Ge-
genealogia, índice pluviométrico, pH, teor de renciais, Manutenção, Planejamento de Plantio
sacarose no corte, teor de sacarose na recepção, e de Colheita, Logística e Transporte de Cana)
eficiência do cozedor, disponibilidade das dor- demanda um investimento entre R$ 15 a 18
nas, capacidade de destilação, balanço energé- milhões, com implantação entre 5 a 10 safras.
tico, balanço de massa, custos gerenciais de ca- "O tempo de retorno do capital investido de-
da etapa, dados do mercado consumidor e a pende da tonelagem de cana planejada para ser
decisão de se transformar o caldo produzido moída", lembra Coghi.

As usinas produtoras de açúcar e de álcool estão Tecnologias emergentes


investindo mais em treinamento e capacitação
dos profissionais do setores de TI e TA Profissionais de usinas das áreas de auto- Informática, voltado ao setor sucroalcooleiro.
mação e informática e gerentes industriais co- O curso mostrou mais uma vez a importância
nheceram um conceito inovador para tratar da otimização de processos ao reduzir os cus-
com a informação digital ao participarem do tos de produção dentro das usinas, atrelado ao
evento sobre tecnologias emergentes voltadas aumento na sua produção. O evento foi reali-
à Automação e Informática para o Setor Su- zado pelo CBTA - Centro Brasileiro de Tecno-
croalcooleiro. Em outubro, aconteceu em Ri- logia e Automação e organizado pela P4 Pro-
beirão Preto, no Hotel JP, o evento Planta Di- moções e Eventos.
gital: As Novas Tendências de Automação e Texto: Paula Rosário

CANAL 13
OPINIÃO

Transporte intermodal, a saída


Q
uando contemplamos o ma- continua a investir meros 3% do to-
pa da América Latina, salta- Os portos do Sul e tal de recursos destinados a trans-
nos aos olhos a viabilidade porte em rodovias .
de se integrarem os países por uma do Sudeste estão A impressão que nos passa a falta
fantástica rede de transporte inter- com a capacidade de priorização de recursos para as
modal. Essa rede seria capaz não só hidrovias é de uma extrema dificul-
de ligar os povos e as culturas por de escoamento dade em mudar a mentalidade dos
meio de estradas, ferrovias e hidrovi- gestores públicos para identificar as
as, mas também de promover o in-
praticamente prioridades de infra-estrutura de
tercâmbio de idéias e soluções para travada transporte no Brasil. Quando adota-
os problemas que nos assolam. mos uma perspectiva mais ampla de
Como observava o saudoso gover- planejamento, vemos que, sem dúvi-
nador Franco Montoro, os proble- nais de escoamento, mas como vias da, a integração das diversas bacias
mas da América Latina, como a vio- de acesso aos rios e ferrovias. hidrográficas brasileiras e a integra-

divulgação
lência, o tráfico de drogas e a fome, É preciso, de uma vez por todas, ção destas com a de países vizinhos
transcendem as fronteiras de cada reconhecer que os portos do Sul e do são inadiáveis.
país para se tornarem problemas da Sudeste estão com a capacidade de As vastas áreas agricultáveis do Marconi Perillo é senador (PSDB-GO) e
América Latina. Assim, encontrar os escoamento praticamente travada. Centro-Oeste se estendem na dire- presidente da Comissão de Serviços e In-
caminhos de escoamento da produ- Isso significa que, no caso do Centro- ção da Cordilheira dos Andes, dos fra-Estrutura do Senado
ção, por hidrovias, ferrovias e rodo- Oeste, uma das mais promissoras Pampas e da Amazônia. Têm o inve-
vias, para o Norte ou para o Sul, pa- fronteiras agrícolas do País, o cami- jável potencial não só de alimentar o
ra o Atlântico ou para o Pacífico, de- nho do crescimento aponta necessa- Brasil, a América Latina e boa parte
ve ser visto como uma prioridade riamente para os portos do Norte e do mundo, mas também de alterar,
continental, uma agenda de todos do Nordeste. em parte, a matriz energética do Pla-
nós, latino-americanos. A alternativa seria o corredor Cen- neta por meio do etanol.
No contexto brasileiro, sabemos tro-Norte, que tem como área de in- Mas de nada adiantará ter uma
que, se não forem tomadas medi- fluência as regiões sul do Maranhão, produtividade alta e um magnífico
das enérgicas e imediatas, no senti- sudoeste do Piauí, porções do Tocan- potencial de mover e alimentar o
do de resolver os gargalos do esco- tins, leste do Pará e centro-leste do mundo se não planejarmos, para os
amento da produção, sobretudo a Mato Grosso. O corredor pode tran- próximos anos, a integração intermo-
oriunda da região Centro-Oeste, sportar as cargas agrícolas pelo ca- dal do Brasil e, para as próximas déca-
corremos o risco de ver uma produ- minho das rodovias, hidrovias e fer- das, a integração da América Latina.
ção - capaz de bater recordes a cada rovias, até os principais portos do Não é mais um sonho a possibili-
ano - empacada, sem ter como che- Maranhão (Itaqui) e Pará (Santarém, dade de navegar da Argentina à Ve-
gar ao consumidor. Vila do Conde e Belém). nezuela por nossos maravilhosos
É preciso, de uma vez por todas, A verdade é que, comparada a ou- rios, mas uma necessidade, uma
reconhecer a necessidade de se via- tras modalidades de transporte, a hi- meta a ser atingida por qualquer
bilizar o transporte intermodal. As drovia recebe pouca atenção dos go- governo que deseje pensar num
rodovias já não podem - nem de- vernos. A realidade hoje permanece Brasil pujante e numa América La-
vem - ser vistas como principais ca- inalterada: em hidrovias, o Brasil tina vigorosa.
SETOR SUCROALCOOLEIRO

Expansão
EMPRESÁRIOS DEMONSTRAM CONFIANÇA E
INVESTEM NA PRODUÇÃO SUCROALCOOLEIRA
Evandro Bittencourt
investimentos iniciais previstos são
uperado o breve período de

S
da ordem de R$ 4 bilhões. Mais 10
retração ou reavaliação dos projetos devem ser apresentados nos
investimentos em usinas de próximos meses ao Conselho do Pro-
produção de álcool e açúcar, o grama de Desenvolvimento Industri-
setor sucroalcooleiro volta a mostrar al de Goiás (Produzir).
vigor e confiança na expansão do A equipe técnica do Instituto de
mercado de energias renováveis. Le- Desenvolvimento Integrado (Indi),
vantamento do CANAL Bioenergia órgão que cuida da atração dos in-
nos Estados que são considerados as vestimentos para Minas Gerais, in-
novas fronteiras: Minas Gerais, Goiás, formou ao CANAL Bioenergia que há
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e atualmente 32 projetos em implan-
Tocantins, revela que a maior parte tação em Minas Gerais e outros oito
dos investimentos inicialmente pro- de expansão.
gramados vem se confirmando. Desde 2005, são 40 os projetos ofi-
Para o Estado de Goiás, segundo ciais de implantação e expansão em
balanço recentemente divulgado Minas Gerais. Somados, os investi-
pela Secretaria de Indústria e Co- mentos previstos são de R$ 8,5 bi-
mércio (SIC), estão programados 98 lhões. Devem ser gerados mais de 53
projetos, que correspondem a R$ mil novos postos de trabalho e com
12,65 bilhões em investimentos. todas unidades em plena operação, o
Em funcionamento, as novas uni- processamento de cana-de-açúcar
dades serão responsáveis pela ge- para a produção de açúcar e álcool
ração de 67, 8 mil empregos diretos passaria de 36,5 milhões de tonela-
e 206,5 mil indiretos. das, previsão de fechamento da atual
O Estado de Goiás conta com 20 safra, conforme dados da Companhia
indústrias implantadas, 19 delas já Nacional de Abastecimento (Conab),
em produção. Essas unidades geram para mais de 100 milhões.
17,9 mil empregos diretos e 53,6 mil Segundo o Instituto de Desen-
indiretos. Os investimentos fixos re- volvimento Integrado, o Governo
presentam cerca de R$ 954 milhões. de Minas disponibiliza para os in-
Há outros 23 projetos em fase de vestidores em potencial um levan-
implantação (veja quadro), com ca- tamento geopedoclimático que
pacidade para gerar 15,1 mil empre- aponta as áreas em que o plantio é
fotos: camem/divulgação
gos diretos e 44,2 mil indiretos. Os mais favorável.
Goiás recebe maior número de investimentos
CONFIANÇA
A acentuada queda do preço do álcool O presidente executivo do Sindicato da In-

99
no pico da safra jogou um balde de água dústria de Fabricação de Álcool e Açúcar do
fria em alguns investidores e contribuiu, Estado de Goiás, André Luiz Rocha, lembra
entre outros fatores (questões tributárias e que Goiás é uma das principais novas fron-

projetos
de logística), para que em alguns dos pro- teiras do setor sucroalcooleiro e à médio pra-
jetos fosse adotado um ritmo mais lento. zo, deve receber o maior número de investi-
A confiança na produção sucroalcooleira mentos . São 99 projetos aprovados na Secre-
parece que foi restabelecida. Uma boa no- taria de Indústria e Comércio e, em 5 anos,
tícia, que sinaliza a recuperação do merca- 28 novos investimentos devem estar implan- de usinas foram aprovados pela
do, foi dada recentemente pela União da tados ou em implantação."
Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica). Se- A maior parte dos investimentos pertence
Secretaria de Indústria e Comércio
gundo levantamento da entidade, no mês a grupos que já atuam no setor sucroalcoo- do Estado de Goiás
de outubro o volume de vendas chegou a leiro, destaca o dirigente, a exemplo da Jalles
1.542 milhões de litros, ultrapassando a Machado, Grupo Farias, Goiasa, Usina Santa
última previsão, divulgada em 29/10, de Helena, Usina São João e Usina Cerradinho. as responsáveis pelas estradas brasileiras es-
1.450 milhões de litros. Trata-se de um de- Novos players, como a Brenco e a Odebrech, tarem repletas de caminhões, situação que
sempenho recorde, jamais atingido no são exceções. André Rocha atribui a atrativi- reduz a vida útil das rodovias, muitas delas
mercado nacional. dade exercida por Goiás à qualidade e aos em situação precária de tráfego, o que acaba
O aumento se deve, principalmente, aos preços baixos das terras no Estado em relação por onerar ainda mais os custos com o tran-
preços relativos mais baixos no mercado, ao Estado de São Paulo, bem como aos recur- sporte da produção.
somado ao crescimento de veículos bi- sos hídricos e ao programa de incentivo fiscal A reconfiguração do setor, provocada pelo
combustíveis nas ruas (cerca de 1,6 milhão de Goiás. Pesa contra, reconhece, as deficiên- grande volume de investimentos, também re-
de modelos flex foram vendidos de janei- cias de logística. "Temos problemas de escoa- quer, na opinião de André Rocha, agilizar a
ro a outubro deste ano). Em outubro, o mento do produto para a Região Sudeste e discussão de uma política tributária única, se-
preço do álcool hidratado ao produtor para exportação." guindo, por exemplo, o Estado de São Paulo,
(sem impostos e fretes) ficou em R$ onde o ICMS sobre o combustível é de 12%.
0,58548/l ante 0,75858/l do mesmo perío- ALCOOLDUTO "Trata-se de uma energia produzida no País,
do do ano passado, uma queda de 22,8%. O presidente executivo do Sifaeg lembra, limpa, que precisa ser incentivada. Também
Em novembro, muitas distribuidoras no entanto, que em 2011 o alcoolduto deve esperamos que o etanol possa ser usado para
anteciparam as compras de etanol e os estar concluído e novos modais devem ser abastecer o sistema de transporte público."
preços pagos aos produtores tiveram uma utilizados, tais como a hidrovia Tietê-Paraná- À fase de desestímulo aos investimentos
elevação. Apesar deste aumento, os preços Paranaíba. "Precisamos também começar a em 2007, Rocha atribui como principal res-
de 2007 ainda são os menores dos últimos discutir a hidrovia Araguaia- Tocantins, pois ponsável o preço do álcool, que durante os
quatro anos. acredito ser possível desenvolver esse projeto meses de maior produção chegou a valores
de forma ambientalmente sustentável. abaixo do custo de produção. Aos poucos, no
Aguardamos também a chegada em Goiás da entanto, o crescente mercado interno reequi-
Ferrovia Norte-Sul, em 2010." libra a relação dos valores relativos à produ-

179 Em relação às ferrovias já existentes, ele


queixa-se dos preços das tarifas para a utili-
zação das linhas férreas e das condições des-
ção e à remuneração.
Paralelamente a isso, ressalta André Rocha,
o setor sucroalcooleiro passa por uma grande

usinas
sas vias e cobra da Agência Nacional de Tran- transformação, com aumento da produtivi-
sportes Terrestres o cumprimento de seu pa- dade. "Há 30 anos, colhíamos 50 toneladas
pel de fiscalizadora. Para exemplificar, ele ci- de cana por hectare. Hoje, colhemos 80 tone-
ta o exemplo da Ferrovia Centro-Atlântica, ladas e algumas variedades chegam a 200 to-
devem ser construídas nas no- que em sua avaliação não tem recebido os neladas por hectare, apesar de apresentarem
vas fronteiras do etanol nos investimentos necessários para que seja mo- baixo teor de sacarose." A mecanização da
dernizada e se torne mais rápida. "O custo de colheita avança rapidamente e as empresas
próximos anos transporte nessa ferrovia (em razão do des- mostram-se cada vez mais preocupadas com
caso com manutenção e das tarifas elevadas) a responsabilidade sócio-ambiental e investi-
está de 3% a 5% abaixo do frete rodoviário, mentos que agregam valor à produção, com
quando sabemos que ele é muito menor". As destaque para os projetos de obtenção de
deficiências da malha ferroviária no País são créditos de carbono, ressalta.
Mato Grosso do Sul terá
mais 43 usinas até 2012
O Governo do Estado do Mato ção da energia gerada nas usinas .
Grosso do Sul oficializou a con- O governador de MS, André
cessão de incentivos fiscais a 43 Puccinelli, assinou termo de com-
novas usinas, além das 11 unida- promisso com representantes de 43
des já instaladas no Estado. As in- usinas, firmando acordo para pro-
dústrias serão instaladas em 26 dução de 3 bilhões de litros de eta-
municípios e os investimentos so- nol até 2009, de modo a atingir a

Em Minas, 32 novas mam R$ 17,3 bilhões. Até 2012,


as 43 indústrias devem atingir
oferta necessária para viabilizar o
projeto da Petrobras de construção

indústrias até 2014 uma produção anual de 7,3 bi-


lhões de litros de álcool e 9 mi-
lhões de toneladas de açúcar.
Os novos investimentos têm po-
de um poliduto para o escoamento
da produção, que em grande parte
seria destinada à exportação. A
empresa, quando anunciou o pro-
tencial para gerar 76,2 mil empre- jeto da obra para escoamento de
Em Minas Gerais, segundo in- destaca o desenvolvimento da gos diretos e indiretos. Serão in- álcool, apresentou a necessidade
formações da Secretaria de De- tecnologia de produção de eta- dustrializadas aproximadamente de uma produção de pelo menos 2
senvolvimento Econômico do nol a partir da palha da cana, 160 milhões de toneladas de cana, bilhões de litros de álcool.
Estado, existem 40 projetos de subproduto que se tornará cada a serem cultivadas em área total de
produção sucroalcooleira para vez mais abundante com o 1,4 milhão de hectares. As usinas MATO GROSSO
serem implantados até 2014, dos avanço da mecanização. terão capacidade para produzir Em Mato Grosso, onde estão ins-
quais 32 são novas unidades. Os Uma das reivindicações do 1.500 MW de energia elétrica, a taladas 11 usinas sucroalcooleiras,
outros 8 referem-se à expansão setor para que o programa do partir da queima do bagaço da ca- existem pré-consultas para a insta-
de usinas já existentes. Para o etanol ganhe mais impulso é a na, produção que elevará o Estado lação de novas unidades, mas ne-
presidente do Sindicato da In- reforma tributária, com a con- aos estatus de exportador de ener- nhuma ainda foi aprovada, segundo
dústria de Fabricação de Álcool cessão de uma alíquota menor gia elétrica, uma vez que o consu- informou Fernando Sandrim, gestor
do Estado de Minas Gerais, Luíz para o álcool. "Isso criará as mo interno, atualmente, é de ape- de energia da Secretaria de Indús-
Custódio Cotta Martins, o au- condições para um mercado nas 600 MW. Para tanto, o execu- tria, Comércio, Minas e Energia do
mento de produção resultante interno muito amplo." A pers- tivo do grupo Odebrecht e ex-pre- Estado do Mato Grosso. Algumas
da construção dessas usinas será pectiva de aumento de produti- sidente da União das Indústrias de empresas, no entanto, anunciaram
absorvido pelo crescimento do vidade, a médio e longo prazos, Cana-de-Açúcar, Eduardo Pereira estudos de implantação de indústri-
mercado interno. O mercado de ressalta o dirigente, também de Carvalho, cobrou investimentos as no Estado, a exemplo da
carros flex, por exemplo, a partir são muito boas. Mesmo que o em linhas de transmissões da rede Companhia Brasileira de
de 2012, representará 50% do preço do barril do petróleo re- de energia elétrica para a distribui- Energia Renovável .
total de veículos de passeio que cue para valores impensáveis,
rodam no País. na faixa dos US$ 35,00, o eta- O governo do MS assinou termo de com-
E a partir de 2011, quando o nol continuará sendo viável. "É promisso com 43 usinas, para produção
alcoolduto ligando Uberaba por isso que os capitais estran- 3 bilhões de litros de etanol até 2009
(MG) à Paulínia estiver pronto, a geiros e fundos de investimen-
produção poderá ser escoada a tos estão apostando no setor
preços mais competitivos para sucroalcooleiro nacional. Preci-
mercados internos e externos. samos tornar o álcool uma
"Além disso, vamos ter no Triân- commoditye para consolidar
gulo Mineiro uma indústria al- esse crescimento, produzindo
coolquímica, a Dow Chemical, com tecnologia e preço baixo.
que além de produzir etanol se- Somos, atualmente, o único Pa-
rá uma grande consumidora do ís capaz de fazer isso."
combustível". Para Luiz Custó- Luíz Custódio lembra que as
dio, os combustíveis renováveis barreiras atualmente existentes
são uma tendência irreversível, contra a difusão do etanol pelo
tendo em vista a escalada do mundo são tarifárias e outros
preço do petróleo, que se apro- tipos de barreiras podem ser
xima dos US$100,00. criadas, como as sociais e am-
bientais. "Fala-se em monocul-
NOVAS TECNOLOGIAS tura, mas isso não acontece,
O presidente do Siamig des- pois em Minas Gerais são culti-
taca uma renovação da tecno- vados apenas 499 mil hectares
logia de geração de energia, co- de cana. O município que mais
mo a gaseificação do bagaço da tem cana plantada é Delta, que
cana-de-açúcar, possibilitando tem 42% de sua área ocupada
a obtenção de um poder calorí- pela cana. Nos outros municí-
fico 10 vezes maior que o da pios produtores de cana, este
queima direta. "O País está cres- porcentual não passa de 30%.
cendo, precisa de energia e o Além disso, a cana requer me-
setor sucroalcooleiro é o único nos uso de herbicidas e insetici-
usina cerradinho

que tem condições de produzir das que outras culturas, como a


usina bertim

energia rapidamente". Ele ainda soja e o milho", compara.

18 CANAL
MINAS GERAIS

TOCANTINS
Usinas com protocolos de intenção assinados
No Tocantins, embora grande parte NOME DA EMPRESA / GRUPO NOME DA USINA MUNICÍPIO
dos investimentos esteja direcionada Concrenor Indústria e Comércio Ltda Usina Araguari Araguari
para a produção do biodiesel, a indús- Total Agroindústria Canavieira Bambuí Bambuí
tria sucroalcooleira também aumenta Santa Elisa Campina Verde Bioenergia Campina Verde
Santa Elisa Platina Bioenergética Campina Verde
a sua participação. Além da Destilaria
S.A. Usina Coruripe Açúcar e Álcool Coruripe II - Campo Florido Campo Florido
Tocantins, localizada em Arraias, há
Grupo Transcap Usina Capinópolis Capinópolis
uma outra em fase de implantação, a S.A. Usina Coruripe Açúcar e Álcool Carneirinho Carneirinho
Zihuatanejo do Brasil, que deve ser Usina Moema Açúcar e Ál./ Cia Açucareira Vale do Rosário Vale do Rosário/Moema Frutal
inaugurada em 2008. Segundo o ex- Queiroz Pitangueiras Usina Cerradão Ltda Frutal
presidente do Sindicato da Indústria de FLE Empreendimetos Usina Gurinhatã Gurinhatã
Fabricação de Álcool do Estado de Goi- Carolo Planalto II Ibiá
ás, empresário Igor Montenegro, que li- Moema Usina Bom Jardim Açúcar e Álcool Itapagipe
dera um grupo empresarial que se pre- Santa Elisa Ituiutaba Bioenergia Ituiutaba
Cabrera Central Energética Açúcar e Álcool Cabrera Energética Limeira do Oeste
para para iniciar a implantação de ou-
Perplan / Grupo Saci / Uni-Systems Bioenergética Aroeira Monte Alegre de Minas
tra usina sucroalcooleira no Tocantins,
Destilaria São Benedito São Benedito Monte Alegre de Minas
a expansão do setor no Estado não de- CEMAM Monte Alegre de Minas
ve se dar na mesma velocidade verifica- Tenório Usina Nova Ponte Ltda Nova Ponte
da em outras fronteiras, mas ainda as- Vale do Paracatu Agroenergia Vale do Paracatu Paracatu
sim o crescimento será significativo. Ele S.A. Usina Coruripe Açúcar e Álcool Coruripe - Prata Prata
diz que além do próprio empreendi- Usina Zanin de Açúcar e Álcool Ltda Usina da Prata Prata
mento, mais 4 usinas devem se instalar Crystalsev Com. E Rep. Ltda. Santa Vitória Santa Vitória
no Estado até 2011. Companhia Energética Vale do São Simão Andrade Santa Vitória
Central Energética Paraíso CEPAR São Sebastião do Paraíso
Igor destaca que o Tocantins tem al-
Usina Alvorada Açúcar e Álcool Alvorada II Tupaciguara
gumas limitações em relação aos Esta- Balbo Uberaba Uberaba
dos que recebem pesados investimentos Cia Energética Açúcar e Álcool Triângulo Mineiro Usina Vale do Tijuco Uberaba
na expansão do parque industrial. Na Cia Energética Açúcar e Álcool Triângulo Mineiro Uberlândia Uberlândia
margem esquerda do Rio Tocantins, por Cia Energética Açúcar e Álcool Triângulo Mineiro Floresta dos Lobos Uberlândia
exemplo, região Pré-Amazônica, a legis- Chalet Agropecuária Usina Nova Energia Uberlândia
lação estabelece áreas de reserva legal S.A. Usina Coruripe Açúcar e Álcool Coruripe - União de Minas União de Minas
de até 85%. Na região direita do Rio, a Santo Ângelo Central Energética Veríssimo Veríssimo
transição climática para o semi-árido
também impõe restrições, exigindo mai-
ores investimento em irrigação. Há ain-
da que se considerar a distância ALGUNS PROJETOS E UNIDADES EM CONSTRUÇÃO NO ESTADO DE GOIÁS
em relação aos principais
NOME CIDADE INÍCIO DA MOAGEM
centros consumidores e a
Tropical Bioenergia Edéia 2008 2008
inexistência de empresas
Canadá Acreúna 2009
de suporte, de manutenção Serra do Caiapó Rio Verde 2010
de equipamentos e fabri- Boa Vista (São Martinho) Quirinópolis 2008
cação de peças. Por outro Camen Morrinhos 2008
lado, há vantagens como Ouro Verde Silvânia 2009
o preço mais baixo das Cotril Indefinido 2010
terras e a menor concor- Nadini Aporé 2009
rência da produção de Energética do Cerrado Itarumã 2010
cana com a agricultura Energética São Simão São Simão 2008
de alimentos. Planalto Itumbiara 2009
Usina Porto das Águas LTDA Chapadão do Céu a definir
Central Itumbiara Bioen. e Alimentos Itumbiara a definir
Caçu Com. Ind. Açúcar e Álcool Vicentinópolis a definir

CANAL 19
PEÇAS E EQUIPAMENTOS
São Paulo concentra
empresas de suporte

Empresas se preparam Empresas fabricantes de equipa-


mentos, peças e prestadoras de ser-
viços ao setor sucroalcooleiro estão

para atender expansão concentradas basicamente no Esta-


do de São Paulo, enquanto a maior
parte dos investimentos em novas
unidades de produção tem se dirigi-
do para outros Estados do País, es-
FABRICANTES DE EQUIPAMENTOS PARA INDÚSTRIA pecialmente Minas Gerais, Mato
SUCROALCOOLEIRA ESTABELECEM ESTRATÉGIAS PARA Grosso do Sul, Goiás e Mato Grosso.
Entretanto, ainda não se vê clara-
ATENDER ÀS DEMANDAS INTERNA E EXTERNA mente uma movimentação dessas
empresas em direção ao Centro-
divulgação/smar
Evandro Bittencourt Oeste e Triângulo Mineiro.
O diretor comercial da Heron In-
vigor dos investimentos no setor sucro-

O
dústria e Comércio LTDA, Valdir Perin,
alcooleiro tem claros reflexos na indús- limitou-se a dizer que há possibilida-
tria de equipamentos direcionados para de de abertura de nova unidades da
a ampliação ou construção de novas empresa nos Estados que concentram
unidades industriais de processamento da cana- grandes volumes de investimento,
de-açúcar. O mercado interno é sem dúvida o mais mas não adiantou informações em
aquecido, mas as realizações e perspectivas de ne- relação a esse tipo de investimento.
gócios com o mercado internacional também re- A estratégia da empresa, pelo me-
velam o bom momento vivido por esse segmento nos por enquanto, é ampliar o alcan-
da indústria brasileira. ce de suas atividades e rede de aten-
Em relação à exportação, a maior dificuldade Linha de transmissores de pressão, um dos dimento a partir de bases já estabele-
enfrentada pelas indústrias brasileiras, segundo equipamentos demandados pelo mercado cidas. Jayme Tamaki, gerente de Área
seus executivos, são as deficiências de logística da Smar Equipamento Industriais, por
e a desvalorização do dólar. Pesam, também, "os pamento Industriais, a indústria exporta ou tem exemplo, afirma que essa nova reali-
preços praticados pela concorrência no merca- potencial para comercializar toda a sua linha de dade não tem representado dificulda-
do internacional, além da excessiva carga tribu- produtos, desde os instrumentos de campo, de- des para a empresa em que atua até o
tária que as empresas nacionais arcam", ressal- dicados às variáveis de processo como pressão, momento, o que atribui à capacidade
ta Jayme Tamaki, gerente de Área da Smar Equi- vazão, temperatura, concentração/densidade e de prestar pronto atendimento às de-
pamentos Industriais. nível, como também a linha de controladores di- mandas de produtos e serviços no
Segundo o diretor comercial da Heron Indús- gitais e sistemas de supervisão e gerenciamento. Brasil como um todo. "Possuímos uma
tria e Comércio LTDA, Valdir Perin, exportadora "Oferecemos esses produtos contendo todos os rede de escritórios regionais e de re-
de sopradores de fuligem e válvulas automáticas protocolos de comunicação existentes no mer- presentantes em todo o País, porém,
de controle, atualmente as exportações repre- cado. Temos exportado há vários anos para to- providenciamos toda uma logística
sentam 15% do faturamento da empresa. A dos os países de perfil açucareiro e, agora, com que atenderá de forma local e perso-
perspectiva, segundo o executivo da Heron, é um certo incremento, dado o interesse no uso nalizada nestes Estados que estão ex-
que esse percentual seja elevado nos próximos dos combustíveis não fósseis." pandindo suas atividades no setor su-
anos para até 25%. Para os próximos anos, embora não quantifi- croalcooleiro."
que em número, o executivo da Smar afirma
PAÍSES COMPRADORES que a previsão é de um aumento significativo ALCANCE
Os países que demonstram maior interesse em nas exportações, sobretudo para os Estados Para atender à demanda crescente
equipamentos destinados à produção sucroalco- Unidos, Índia e países açucareiros das América de equipamentos e serviços no setor
oleira, segundo Waldir Perin, são os do Mercosul, Central e do Sul. sucroalcooleiro nacional, Jayme Ta-
além de países da América Central. Países africa- Em relação à abertura de linhas do BNDES pa- maki, da Smar Equipamentos Indus-
nos - apesar do incentivo do presidente Lula ma- ra a importação de equipamentos por outros triais, diz que em virtude do cresci-
nifestado em suas visitas ao continente, como países, Jayme Tamaki diz tratar-se de uma ferra- mento das vendas foram definidas
parte do seu esforço em tornar o álcool uma menta poderosa para o aumento das exporta- uma série de ações, já em andamen-
commoditye a partir da entrada de novos países ções, porém aplicável a grandes volumes de ne- to, que abrangem as divisões e de-
no rol dos produtores do biocombustível -, ain- gócios. "No nosso caso nunca foi utilizada, prin- partamentos da empresa envolvidos
da não exercem pressão de demanda sobre as in- cipalmente em função dos procedimentos buro- com o setor sucroalcooleiro, visando
dústrias. Segundo Jayme Tamaki, da Smar Equi- cráticos que existem." a atender à intensa pressão de de-
manda ao longo dos próximos anos.
"Além das novas unidades em cons-
trução, temos mais de 300 unidades
operando que também demandam
produtos e serviços com qualidade e
pronto atendimento".
As dificuldades em relação a esse
desafio, segundo o executivo da Smar,
serão sentidas por empresa de menor
porte, com infra-estrutura e recursos
humanos reduzidos.
ÁLCOOL ORGÂNICO BRENCO

Novos
investimentos
Novidade
indústria de
na A Companhia Brasileira de
Energia Renovável (Brenco)
anunciou o início da implanta-
ção do seu segundo pólo de Usi-

cosméticos nas de Álcool e Energia Elétrica


na região Centro-Sul do Brasil.
Serão construídas duas unidades
no município de Paranaíba-MS,
e uma em Itajá-GO. As três usi-
NATURA INVESTE EM LANÇAMENTO DE PERFUMES nas em conjunto representarão
PRODUZIDOS COM ÁLCOOL VEGETAL ORGÂNICO um investimento de R$1,2 bi-
lhão, terão capacidade para pro-
preocupação com o impacto da fabri-

A
produto. Foram cinco anos de pesquisas. Era cessar 10 milhões de toneladas
cação de cosméticos no meio ambien- preciso encontrar substitutos aos produtos quí- de cana-de-açúcar, produzirão
te tem levado uma indústria desse se- micos que tradicionalmente são utilizados na cerca de 500 milhões de litros de
tor a usar em seus produtos o álcool fermentação, como antibióticos e anti-espu- álcool anidro por safra e gerarão
orgânico, que vem da cana-de-açúcar colhida mantes. As pesquisas ainda estavam em anda- aproximadamente 6.000 empre-
sem queimadas e cultivada sem o uso de agro- mento quando a parceria com a Natura foi fei- gos diretos.
tóxicos e adubos químicos. Para lançar os no- ta. A empresa responsável pela fabricação do ál- O início das operações destas
vos produtos do mercado, a Natura levou dois cool orgânico diz que o processo de produção é usinas está previsto para 2010,
anos e meio. O projeto foi realizado em parce- até 70% mais caro que o convencional. "Mas os 2011 e 2012, complementando
ria com o Grupo (Balbo), fabricante do açúcar consumidores dos nossos produtos não vão pa- os 5 projetos já anunciados pela
orgânico da marca (Native). O valor do investi- gar mais pelos perfumes com selos orgânicos. empresa em seu primeiro pólo
mento feito pela empresa não foi revelado, mas Os custos foram absorvidos por nós, porque a de produção na região de Costa
a Natura fez adaptações na infra-estrutura , Natura assumiu o compromisso de se tornar Rica (MS), Alto Taquari (MT),
áreas de estocagem e tubulações para poder carbono neutro", informa Valéria Grossmann, Mineiros I e II (GO) e Perolândia
utilizar o álcool orgânico. da Natura. (GO). Com esse investimento, a
Um dos motivos foi evitar a mistura ao álco- A substituição do álcool comum pelo álcool Brenco dá mais um passo em
ol tradicional, também usado na empresa. E ain- vegetal orgânico, nos perfumes e desodorantes, seu objetivo de se tornar, até
da houve mudanças nas embalagens, para incor- é mais um passo no desenvolvimento de produ- 2015, um dos maiores produto-
poração do selo. "A empresa sempre acreditou tos que utilizam matérias-primas e processos res de etanol do País, com um
que os ingredientes da Natureza têm as melho- sustentáveis rumo à meta de neutralizar todas total de 10 usinas e uma produ-
res soluções para os consumidores. Acreditamos as emissões de carbono da cadeia de produção. ção estimada em 1 bilhão de
que o valor e longevidade de uma empresa estão Grossmann explica que o álcool vegetal orgâni- galões (3,8 bilhões de litros).
ligados à sua capacidade de contribuir para a co é produzido de forma sustentável e social-
evolução da sociedade e para seu desenvolvi- mente responsável. "A cana é integrada a áreas DEMANDA CRESCENTE
mento sustentável", afirma Valéria Grossmann, de vegetação nativa, como pequenas matas, rios A Brenco atua de forma in-
diretora de Marketing de Inovação da Natura. e lagos, portanto, a plantação desse tipo de ál- tegrada na produção, comer-
O grupo que fabrica o álcool orgânico inves- cool conserva a biodiversidade local", ressalta a cialização e distribuição de
tiu 8 milhões de reais no desenvolvimento do Diretora de Marketing. etanol, trabalha no desenvolvi-
Essa inovação já está presente em cerca de mento de mercados dentro e
70 por cento do portfólio de perfumes e deso- fora do Brasil, visando a cres-
dorantes da empresa. E o consumidor sente a cente demanda mundial por
diferença quando compra o produto fabricado combustíveis limpos e renová-
com o álcool orgânico? Segundo Valéria, além veis. Com a construção de usi-
da redução do impacto ambiental, o álcool or- nas de última geração, a Bren-
gânico mantém reconhecida qualidade dos co busca adesão aos padrões de
perfumes e garante o mesmo desempenho em responsabilidade social, fiscal,
perfumação e sensorial. "A perfomance em si é ambiental e operacional.
a mesma. Nosso consumidor não sentirá na pe- A companhia mantém um
le a diferença!" Com essa iniciativa, a Natura grupo principal de investidores
acredita que se tornou pioneira mundial na uti- brasileiros e norte-americanos
lização em larga escala de álcool orgânico na que dispõem de importantes
fabricação de cosméticos. recursos financeiros e industri-
ais, entre os quais Khosla Ven-
tures, The Yucaipa Companies,
Grupo Semco, Tarpon Investi-
mentos, Amber Capital, Ashmo-
re Energy International e ou-
tros. Seus investidores estão en-
tre os mais ativos do mundo na
área de produção, pesquisa e
desenvolvimento de fontes re-
natura/divulgação

nováveis e tecnologias alterna-


tivas de energia.

CANAL 21
ETANOL DE MILHO

Visita técnica ao
Corn Belt
fotos: francila calica

uatorze produtores rurais, engenheiros agrô-

Q
mo balizador mundial de preços das commodities agrí-
PRODUTORES nomos, economistas e representantes de insti- colas. No local o grupo pode entender como é o funcio-
GOIANOS REALIZAM tuições ligadas ao setor agropecuário realiza- namento diário de comercializações da Bolsa. No dia da
ram recentemente visita técnica a plantações visita do grupo, 15 de setembro, o ambiente de comer-
VISITA TÉCNICA AO de milho e soja, bolsas de comercialização de commodi- cialização de milho era o mais agitado, reflexo do boom
CINTURÃO DO MILHO ties, Federações de Agricultura, usinas de produção de de plantio e consumo do produto para produção de eta-
etanol à base de milho e instituições de ensino agrope- nol nos EUA.
NOS EUA EM BUSCA cuário dos Estados Unidos da América (EUA). A viagem
DE INFORMAÇÕES foi organizada pela Federação da Agricultura e Pecuária O MILHO AMERICANO
de Goiás (Faeg) com o apoio do Senar Goiás. A safra americana de milho está estimada em 350 mi-
SOBRE A PRODUÇÃO Os Estados de Iowa, Illinois, Indiana e Ohio entraram lhões de toneladas, desse montante, 82 milhões serão
DE SOJA, MILHO E para o cronograma de visitas do grupo. O foco da via- destinadas à produção de etanol. De acordo com o dire-
gem técnica foi o de conhecer a região americana deno- tor da Laifa Group - empresa de análise de mercado do
ETANOL minada "Corn Belt" (cinturão do milho). O grupo visitou Estado de Illinois -, Álvaro Ancêde, em um ano as lavou-
fazendas de produção de milho e soja, conheceu como ras de milho nos Estados Unidos ocuparam áreas que os
os americanos desenvolvem atividades agropecuárias, analistas estimavam um prazo de 10 anos para serem
pôde ver de perto o alto grau de tecnificação das pro- preenchidas. A produção de etanol a base de milho é,
priedades rurais daquele País e entendeu melhor o papel para os Estados Unidos, uma questão de independência
do governo americano no apoio ao desenvolvimento e ao petróleo do Oriente. Entretanto, segundo Ancêde, o
manutenção da agropecuária nos Estados Unidos. A vi- consumo de etanol representa uma parcela pequena em
sita teve início pela Bolsa de Chicago (Chicago Board of relação ao consumo do petróleo. Situação que, para o
Trade - CBOT) que é, hoje, a instituição de maior credi- analista, não compensaria todo o impacto no mercado
bilidade na comercialização de produtos agropecuários mundial de grãos produzido pelo aumento no plantio de
no mundo. A entidade - localizada em Illinois - atua co- milho americano.

22 CANAL
Planta industrial é movida a carvão mineral
Etanol de milho
No município de Nevada, em Iowa, o gru-
po teve a oportunidade de conhecer a tecno- Do processo é gerado De acordo com o analista de mercado
logia empregada em uma planta industrial de internacional da Federação da Agricultura
produção de álcool à base de milho. Os pro- um subproduto sólido de Iowa, Joel Severinghaus - que acompa-
dutores foram recebidos pela equipe técnica (DDGS) com alto teor de nhou a visita à Lincolnway Energy, a pro-
da Lincolnway Energy - usina que opera des- dução de etanol de milho é estratégica
de 2005 na região produzindo etanol de mi- proteína destinado para os Estados Unidos. Ele explica que
lho. A planta industrial produz cerca de 570 à ração de bovinos, além de gerar divisas ao País e criar pos-
mil litros de etanol por dia. É movida pelas tos de empregos as usinas auxiliam os Es-
275 toneladas de carvão mineral consumidas suínos e aves tados Unidos a diminuírem a dependência
pelos equipamentos diariamente. São proces- de petróleo do oriente médio. Por esses
sados por dia, aproximadamente, 1,3 milhão motivos, Joel Severinghaus acredita que
de quilos de milho. automaticamente, logo que o caminhão en- os investimentos nessa área continuarão
O alto grau de tecnificação da planta in- tra na planta industrial. com o apoio forte do governo americano.
dustrial surpreendeu os visitantes. Apenas 45 O etanol produzido é escoado por ferrovias Essa opinião também é defendida pelo
pessoas trabalham na usina - que funciona e a malha ferroviária passa dentro da área da vice-presidente de políticas públicas da
24 horas de segunda a segunda. Somente indústria. Do processo é gerado um subprodu- Federação de Agricultura de Ohio, Keith
quatro pessoas são necessárias para manter a to sólido (DDGS) com alto teor de proteína Stimpert. Durante a visita do grupo à se-
usina funcionando durante a noite e nos fi- destinado à ração de bovinos, suínos e aves. A de da entidade Stimpert destacou o Brasil
nais de semana. O fluxo de chegada de cami- equipe técnica da Lincolnway Energy explicou como um forte País produtor de grãos e
nhões com a matéria-prima é contínuo, a in- aos visitantes que a intenção, nos próximos um potencial concorrente na produção de
dústria tem condições de receber 15 cami- anos, é investir na construção de uma indús- etanol. O grupo também passou por cam-
nhões de milho por hora (com cerca de 20 to- tria de produção de biodiesel à base de soja e pos experimentais de variedades transgê-
neladas cada). Como todas as etapas do pro- matéria vegetal do milho (caule e folhas), em nicas de milho e soja da Monsanto, por
cesso, a coleta de amostras e análise da ma- uma área ao lado da planta industrial de eta- armazéns cooperados de grãos e proprie-
téria-prima recém-chegada à usina é feita nol à base de milho. dades produtoras. Um relatório completo
sobre a visita técnica está à disposição,
para consultas, no site da Federação da
Agricultura e Pecuária de Goiás (www.fa-
eg.com.br).
Francila Calica - Faeg

CANAL 23
LEILÕES

divulgação

Rhudy Crysthian milhões de litros de biodiesel. A ANP já reali- confirma a expectativa da ANP e acredita que
zou de novembro de 2005 a fevereiro de 2007, o Brasil tem capacidade produtiva suficiente
esolvido o problema dos prazos pa- cinco leilões de biodiesel, comercializando 885

R
para suprir toda a demanda de B2. A Brasil
ra a entrega de biodiesel por parte milhões de litros do produto, adquiridos pela Ecodiesel, que programa construir uma indús-
das indústrias, a Agência Nacional Petrobras e sua subsidiária, a Refinaria Alber- tria de biodiesel em Dourados (MT), vai esperar
do Petróleo, Gás Natural e Biocom- to Pasqualini. os resultados dos dois leilões para venda de bi-
bustíveis (ANP) garantiu o cumprimento da A ANP diz que tem também programados odiesel que a ANP programou para este mês,
legislação que determina a mistura de 2% a leilões para dezembro que poderão elevar em para só então definir o seu cronograma de
partir de janeiro do próximo ano. E foi mais mais 1% a adição de biodiesel ao diesel, em ca- obras e investimentos em todo o Brasil.
longe, anunciou que pretende antecipar em ráter autorizativo e não obrigatório. A portaria A Brasil Ecodiesel reforçou que, dependendo
três anos - de 2013 para 2010 - a meta de 284 fixou dois leilões para negociar quantida- do resultado dos leilões para atender a deman-
adicionar 5% do combustível ao diesel con- de superior ao mínimo de 2% (B2) - respecti- da pela mistura obrigatória de 2% ao diesel, a
vencional. vamente com 0,8% e 0,2% da demanda nacio- empresa definirá a melhor forma de organizar
A novidade é que com os problemas ao nal de diesel apurada pela ANP no período de sua infra-estrutura para suprir a demanda con-
longo do ano com as empresas que não con- entrega do biodiesel, de 1º de fevereiro a 31 de tratada. A Brasil Ecodiesel foi a campeã de par-
seguiam entregar o produto no prazo esti- julho de 2008. Em nota, a ANP ressalta que a ticipação nos leilões do novembro.
pulado, a ANP assegurou que prevê, de ago- oferta extra, permitirá à Agência trabalhar
ra em diante, multas e a exigência da apre- com percentuais acima da meta para determi-
sentação de garantias bancárias pelas em- nados consumidores. Os produtores de biodies- A PARTICIPAÇÃO NOS LEILÕES POR REGIÃO
presas vencedoras dos leilões. Além disso, el pressionam pela antecipação da mistura de Nordeste . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .27,4 %
somente poderão participar da licitação em- 5% (B5) ao diesel, prevista para 2013, argu- Centro-Oeste . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .27,4 %
presas com plantas de produção já autoriza- mentam que a capacidade instalada no setor é Região Sul . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21,6 %
Sudeste . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4,5 %
das pela Agência. muito superior à demanda atual.
Região Norte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9,2 %
Nos leilões realizados em novembro, o Foram autorizadas 44 plantas que somam
preço médio do biodiesel ficou em R$ 1,86, capacidade de 2,5 bilhões de litros por ano. RESULTADOS DOS 6º E 7º LEILÕES
sendo vendido 380 milhões de litros que se- Mais 30 unidades estão em fase de regulamen- Nome Volume Percentual
Brasil Ecodiesel . . . .161 milhões . . . . . . . . . . .43 %
rão pagos com 709 milhões de reais. Este tação na ANP, que irão adicionar 1,2 bilhão de Granol . . . . . . . . . . . .65 milhões . . . . . . . . . . .17 %
volume de biodiesel deverá ser entregue ao litros de capacidade em 2008. A demanda do Biocapital . . . . . . . . .50 milhões . . . . . . . . . . .13 %
longo dos seis primeiros meses de 2008. De mercado, considerando a adição de 2%, soma Caramuru . . . . . . . . .38 milhões . . . . . . . . . . .10 %
Fiagril . . . . . . . . . . . .23 milhões . . . . . . . . . . . .6 %
acordo com a ANP, 34 usinas estavam aptas cerca de 800 milhões de litros por ano. Comanche . . . . . . . .20 milhões . . . . . . . . . . . .5 %
a participar. Dessas, 27 concorreram, mas O diretor executivo de RI da Brasil Ecodiesel, Oleoplan . . . . . . . . . .10 milhões . . . . . . . . . . . .3 %
apenas 11 conseguiram vender biodiesel. Ricardo Luiz de Lima, destaca que as distribui- Bioverde . . . . . . . . . . .5 milhões . . . . . . . . . . . .1 %
Biocamp . . . . . . . . . . .4 milhões . . . . . . . . . . . .1 %
Ainda no primeiro trimestre do próximo doras já não estão mais tão despreparadas pa-
Binatural . . . . . . . . . . .3 milhões . . . . . . . . . . . .1 %
ano a Agência realizará mais dois leilões, ra a comercialização do biodiesel, o que refle- Agropalma . . . . . . . . . .1 milhão . . . . . . . . . . .0,2 %
quando deverão ser licitados cerca de 400 te positivamente nas atividades do setor. Ele

24 CANAL
SAFRA 2007/2008

Produção de álcool cresce 9,7%


produção total de álcool até meados de no- 711,4 milhões de litros por mês, 481 96 milhões 2006. O estoque de álcool ao final da quinzena
A vembro na safra 2007/08 atingiu 18,18 bi-
lhões de litros nas usinas do Centro-Sul do País,
de litros de hidratado e 229,53 milhões de litros
de anidro. O pico de consumo desde o início da
passada era formado pela soma dos 760,7 mi-
lhões de litros de estoque de abertura da safra,
aumento de 9,74% ante os 15,09 bilhões de litros safra passada foi no mês de outubro, com o re- em 1º de abril, com a produção de 18,18 bilhões
de igual período da safra passada. O crescimento corde de 1,524 bilhão de litros. Foram consumi- de litros até 16 de novembro, subtraindo as saí-
ocorreu em cima da disparada da produção de dos no Centro-Sul 9,77 bilhões de litros de ál- das totais entre mercado interno e externo de
etanol hidratado, utilizado nos veículos flex ou cool, sendo 6,30 bilhões de litros de hidratado, álcool, de 11,86 bilhões de litros.
nos só movidos a álcool. Os dados constam no re- usado nos veículos flex ou nos só a etanol, e O mix do destino do processamento da cana-
latório de acompanhamento de safra da União da 3,47 bilhões de litros de anidro misturado à de-açúcar confirma a safra mais alcooleira dos
Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). gasolina no porcentual de 23% a 25%. Já as ex- últimos tempos, com 54,7% da moagem desti-
De acordo com a Unica, até no mês passado, portações de álcool na primeira quinzena foram nada à produção do combustível, contra
a produção de hidratado foi de 11,25 bilhões de 93,21 milhões de litros e somam 2,09 bilhões 50,01% do mesmo período da safra passada. Os
de litros, ante 8,02 bilhões de litros em igual de litros desde o início da safra 2007/08. 45,3% do mix de destinados ao açúcar nesta
período da safra passada, alta de 40,25%. Já a safra mostram uma produção de 24,66 milhões
produção de álcool anidro caiu 1,99%, se ESTOQUE de toneladas do produto, queda de 0,56% sobre
comparados os mesmos períodos, de 7,06 Os estoques totais de álcool nas usinas e des- as 24,80 milhões de toneladas produzidas até o
bilhões de litros, para 6,92 bilhões de li- tilarias do Centro-Sul do Brasil somavam 7,06 final da primeira quinzena do ano passado.
tros. O consumo interno de álcool no bilhões de litros até 16 de novembro deste ano
Centro-Sul do Brasil na primeira e eram 19,37% maiores que os 5,92 bilhões de
quinzena de novembro foi de litros de igual período de

denusa

carteira do setor de biocombustí- mentos de R$ 17,3 bilhões, e represen-


FINANCIAMENTO A veis composta por todas as linhas
do BNDES soma financiamentos de R$
tarão moagem de 100 milhões de tone-
ladas de cana-de-açúcar. A criação do
19,7 bilhões. Desse total, R$ 15,4 bi- DEBIO foi motivada pelo crescimento

Recursos do lhões correspondem a projetos para a


produção de açúcar e álcool, R$ 2,3 bi-
lhões para cogeração, R$ 1,8 bilhão pa-
no número de projetos de usinas volta-
das para a produção de açúcar e álcool
e revela a prioridade da direção do

BNDS somam ra o cultivo da cana e R$ 142,5 milhões


para pesquisa e desenvolvimento no se-
tor. Este ano, os desembolsos para o se-
BNDES de apoiar um setor que se tor-
nou estratégico para o país, pela com-
petitividade e tecnologia desenvolvida
tor deverão atingir R$ 3,2 bilhões. Em na produção de etanol.
2004, o Banco liberou para o mesmo
segmento R$ 605 milhões, que repre- REGIÕES
sentaram 1,2% do total. Os investimentos de maior porte do
Outro foco de atuação do BNDES no setor sucroalcooleiro, ou seja, acima de
setor é o apoio à internacionalização R$ 300 milhões, estão concentrados no
das empresas e à tecnologia. O Banco sul do Mato Grosso do Sul e no sul de
vem monitorando esse processo e já ini- Goiás, bem como no extremo oeste de
ciou sondagens sobre as intenções de Minas Gerais. Isso ocorre em função do
investimento e exportação de máqui- menor custo de produção, sobretudo
nas e equipamentos. em razão do baixo custo de arrenda-
O aumento previsto de moagem no mento da terra.
biênio de 2008 a 2010, cerca de 100 mi- Os projetos de novas usinas concen-
lhões de toneladas de cana, equivale a tram-se em Minas Gerais, Mato Grosso
um aumento de 26% em relação à safra do Sul e Goiás, Estados que compõem a
2005 e 2006. Os 47 projetos de co-gera- fronteira da expansão do setor. Os de-
ção, em andamento, vão gerar 1,4 mil sembolsos para a região Sudeste têm
MW, ao longo dos próximos dois anos. participação significativa, o que se expli-
O novo Departamento de Biocom- ca pela importância do parque de usinas
bustíveis (DEBIO), criado em setembro em operação no Estado de São Paulo.
deste ano pela diretoria do Banco e vol- No entanto, há um relevante cresci-
tado exclusivamente para projetos de mento da Região Centro-Oeste, sobre-
açúcar e álcool já possui uma carteira tudo em razão da escolha de Goiás e
composta de 77 operações. Os projetos Mato Grosso do Sul como Estados pre-
demandarão financiamentos de R$ ferenciais na recepção dos investimen-
12,1 bilhões, equivalentes a investi- tos em novas usinas.

CANAL 25
CANA-DE-AÇÚCAR
UM MERCADO QUE
NÃO PÁRA DE CRESCER

Mecanização O mercado de colheitadeiras cresce


na mesma proporção das áreas que se-

avança
rão colhidas mecanicamente. As vendas
unitárias no varejo do setor de tratores
cresceram aproximadamente 44% e a
de colheitadeiras cresceu 64% nos pri-
meiros nove meses de 2007, comparado
com o mesmo período do ano anterior.
As vendas unitárias no atacado de tra-
tores e colheitadeiras cresceram aproxi-
SINDICATOS SE PREOCUPAM COM A MÃO-DE-OBRA E COM O madamente 51% e 126%, respectiva-
mente, durante os primeiros nove meses
IMPACTO ECONÔMICO QUE A MEDIDA TRAZ PARA AS USINAS de 2007 comparados com 2006.
A comercialização de máquinas co-
Rhudy Crysthian equipamento de colheita mecanizada está em lheitadeiras na AGCO registrou um au-
torno de R$ 2 milhões. "Os produtores mineiros mento de 47% nos nove primeiros mes-
ampliação do uso de máquinas na co-

A
estão conscientizados em agilizar o corte meca- es desse ano comparado ao ano anteri-
lheita da cana, medida tecnológica nizado da colheita de cana em terras próprias e or (não incluído o impacto da taxa de
utilizada para reduzir o impacto am- arrendadas. O único problema se refere à gera- câmbio). "Os tratores e colheitadeiras
biental na eliminação das queimadas ção de caixa para aquisição dos equipamentos", impulsionados pela tecnologia da AGCO
da palha e a redução de ervas daninhas das la- afirma o Superintendente do Siamig-MG, Lucia- construíram fortes posições da empresa
vouras é uma realidade cada vez mais próxima no Rogério de Castro. no mercado" explicou André Carioba,
dos produtores do País. Mas essa espécie de 'pro- Ele acredita que é necessário que os usineiros Vice-Presidente Sênior e Gerente Geral
tocolo ambiental' levanta também dois pontos tenham financiamento a longo prazo para aqui- da AGCO na América do Sul.
cruciais para o setor: o que fazer com a mão-de- sição do maquinário, além de a mecanização ser A AGCO está atualmente desenvol-
obra órfã das queimadas e o impacto econômico programada de modo que caminhe junto com a vendo uma colheitadeira de cana de
para as usinas na hora de garantirem investi- requalificação de pessoal, realocado para as de- açúcar no Brasil que é considerada pela
mentos para a mecanização da lavoura. mais atividades do setor. Castro diz que a colhei- empresa como um produto estratégico
Por mais que as usinas sucroalcooleiras afir- ta mecanizada, quando totalmente adotada, irá para o crescimento da AGCO. Esta nova
mem que irão absorver a mão-de-obra, especia- eliminar mais de 13,5 mil empregos diretos só em idéia está sendo desenvolvida com a
listas dizem que a medida é praticamente impos- Minas Gerais. No Estado já se encontram mecani- ajuda dos principais clientes e técnicos
sível. Em São Paulo, por exemplo, seriam desem- zados cerca de 100 mil hectares e a previsão da das usinas de açúcar. O produto estará
pregados cerca de 2,7 mil pessoas por safra para área nesta safra (2007/08) é de 485 mil hectares. disponível em três diferentes versões de
cada ponto percentual a mais de área mecaniza- Este ano, 10% da cana colhida em Goiás foi re- acordo com diferentes demandas dos
da. O que representaria a perda de 159 mil pos- alizada por meio de máquinas. A previsão é que mercados mundiais.
tos de trabalho se a medida fosse adotada agora na próxima safra sucroalcooleira do Estado, que
em todo o Estado, de acordo com cálculos do começará a ser colhida em abril, este índice de-
Instituto de Economia Agrícola (IEA). verá chegar a 40%. A previsão do presidente do
Uma colhedora custa em média US$ 300 mil Sindicato das Indústrias de Fabricação de Açúcar joão luiz oliveira/divulgação agco
no mercado e as perdas diretas e indiretas são e Álcool de Goiás (Sifaeg), André Rocha, é que o
bem maiores que no processo de colheita manu- número de trabalhadores nas lavouras de cana
al, de acordo com um estudo do Departamento ainda permaneça o mesmo na próxima safra.
de Produção Vegetal da Escola Superior de Agri- O Sindicato das Indústrias de Fabricação do
cultura "Luiz de Queiroz", da USP. E é nos custos Açúcar e do Álcool do Estado de Mato Grosso do
dessa mecanização onde estão centrados as mai- Sul (Sindal-MS) pretende realizar ainda este mês
ores preocupações do presidente do Sindicato da uma reunião com a equipe técnica da entidade André Carioba (esq), Vice-Presidente Sê-
Indústria de Fabricação do Álcool e Açúcar no para discutir os rumos da próxima safra. Nesta nior e Gerente Geral da AGCO para a
Estado de Minas Gerais (Siamig-MG), Lu- reunião, serão analisados e definidos também América do Sul e Martin Richenhagen,
iz Custódio Cotta Martins. qual a fatia da safra no Estado será colhida Presidente da AGCO
A entidade calcula que todo o por máquinas.
MÃO-DE-OBRA

Plano de qualificação
iante do crescimento acelerado nos últi- com cursos que durarão, em média, 200
D mos anos e previsão da instalação em
torno de 90 novas unidades no País até
horas, a partir de fevereiro.
Produtores acreditam que este plano é
2012, o setor sucroalcooleiro assinou com o de fundamental importância para dar su-
Ministério do Trabalho, em Brasília, um Pro- porte ao crescimento do setor, além da
tocolo de Intenções para implantação, a possibilidade de requalificação dos corta-
partir de fevereiro de 2008, do Plano Setori- dores de cana para outras atividades na
al Sucroalcooleiro de Qualificação Nacional. usina, diante do avanço da mecanização.
Os Estados participantes são Minas Gerais, Somente para Minas Gerais, a expectati-
São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Per- va é do aumento da colheita de cana dos
nambuco, Alagoas e Bahia, com estimativa atuais 36 milhões de toneladas (safra
de treinamento de 6,3 mil trabalhadores e 2007/08) para 85 milhões de toneladas em
recursos em torno de R$ 3 milhões. 2012/13; aumento de 27 usinas atuais para
O plano é considerado piloto e cada Es- 52 (2012/13), com investimentos de US$ 3
tado irá fazer o treinamento específico, de bilhões no período e geração de 50 mil no-
acordo com o perfil produtivo da região, vos empregos.

sifaeg/divulgação

Usina Coruripe
incentiva ações de resgate da cidadania
usina coruripe/divulgação

Usina Coruripe, uma das maiores produtoras


A de açúcar, álcool e energia do país, partici-
pou no mês passado da 18ª Feira de Artesanatos,
realizada no Expominas, em Belo Horizonte, Mi-
nas Gerais. O evento reuniu mais de oito mil ex-
positores do Brasil, América Latina, Europa e
África, e gerou cezrca de R$ 70 milhões em ven-
das entre visitantes e lojistas e aproximadamen-
te US$ 1 milhão em exportações.
A Usina Coruripe contou com a parceria do
Instituto OKSIGENO e do IDESE - Instituto para o
Desenvolvimento Social e Ecológico. Neste ano,
o estande da Coruripe foi o único do evento a ser
carboneutralizado. Por meio de uma parceria
com o OKSIGENO, durante toda a organização e
a realização do evento foram quantificadas as
emissões de gases de efeito estufa (GEE), consu- aquecimento global. E o artesanato também es- suem baixa renda familiar. Os projetos visam
mo de água e energia e geração de resíduos do teve garantido no estande da Coruripe. O IDESE - construir a cidadania, incrementar a cultura so-
estande da Coruripe. As informações estão sen- Instituto para o Desenvolvimento Social e Ecoló- cial e fomentar a economia das comunidades,
do transformadas em um inventário e o resulta- gico também recebeu uma parte do espaço para por meio de práticas ecologicamente corretas
do será revertido no plantio de árvores no Sítio apresentar alguns dos projetos desenvolvidos nos para produção de bolsas, enfeites, tapetes, baús,
Pau-Brasil, um Posto Avançado da Reserva da Bi- municípios de Pontal do Coruripe e Feliz Deserto, entre outros artigos de artesanato. Isso é possí-
osfera da Mata Atlântica, localizado em Coruri- em Alagoas, e em Campo Florido - Minas Gerais vel através da preservação de áreas de replantio
pe, Alagoas, que é preservado pela Usina. de palmeira de Ouricuri e Taboa, que são espéci-
Além disso, uma parte do estande da Usina foi CIDADANIA es que servem de matéria-prima para a confec-
cedida ao OKSIGENO para que fosse montada Os projetos apresentados durante a Feira fo- ção dos artesanatos e da produção de papel ar-
uma apresentação interativa, que visa conscienti- ram o de Ouricuri, Taboa e OPA - Oficina de Pa- tesanal, feito com bagaço de cana e sacos de ci-
zar e mobilizar a sociedade sobre a importância pel Artesanal, que contam com a participação de mento. A Coruripe foi a precursora dos projetos
de tratar temas como: efeito estufa, mudanças artesãs alagoanas e mineiras associadas, que são e, atualmente, fornece apoio financeiro e admi-
climáticas e projetos para reverter o quadro de mulheres com idade de 16 a 70 anos e que pos- nistrativo para a execução das atividades

CANAL 27
ETANOL

Produção
em alta escala
O BRASIL PRECISA PRODUZIR 20 VEZES MAIS ETANOL DO
QUE PRODUZ. PARA ISSO, TEM QUE INVESTIR EM PESQUISA ridesa/divulgação

m centro de pesquisas para planejar a Desafio à pesquisa


U
serva. "O modelo atual da cultura de cana, ba-
produção de etanol em alta escala no seado na queima da palha e em mão-de-obra
País e enfrentar os desafios científicos quase ‘descartável‘ em pleno século 21, não ser- "O desafio à pesquisa a longo prazo, para o
relacionados à viabilização da obten- ve a uma ambição nacional maior", raciocina. Brasil, é a planta-energia - quer dizer, projetada
ção de etanol por meio da hidrólise enzimática. Para atender a novos patamares de produ- para ser fonte de energia, não mais de açúcar",
A tarefa de desenhar uma proposta para um fu- ção, será necessário estabelecer um novo mo- explica Cylon. Os hidrocarbonetos produzidos
turo Centro de Pesquisas em Bioetanol é uma delo, intensivo em tecnologia, baseado na agri- pela fotossíntese são utilizados pelas plantas
das metas estabelecidas no contrato de gestão cultura de precisão e na mecanização da colhei- com duas funções: uma metabólica e outra es-
entre o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) ta. "Nessa escala, será imprescindível a susten- trutural. A parte metabólica são, principalmente,
e o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos tabilidade - solo, água, biodiversidade têm que os açucares presentes na seiva - no caso da ca-
(CGEE), que encarregou o físico Cylon Gonçalves ser estudados com atenção". Para ele, nesse as- na, em seu caldo. Da fermentação dos açúcares
da Silva de coordenar a elaboração do projeto sunto, a Embrapa deverá ter um papel central a é que se obtém o etanol. Para criar sua estrutu-
conceitual. "O desafio para o Brasil é produzir cumprir - aproveitando, inclusive, sua presença ra, a planta utiliza outros hidrocarbonetos: celu-
10, 20 vezes mais etanol do que produz hoje". em todo o território nacional e sua tradição no lose, hemicelulose e lignina - presentes no cau-
Para isso, o País deverá modernizar sua agri- extensionismo rural. le, por exemplo. A celulose pode ser quebrada
cultura, organizar a produção, e investir na pes- em açúcares e, depois, fermentada em etanol.
quisa em várias frentes para obtenção do etanol ORGANIZAÇÃO "Ocorre que a celulose faz parte da "armadura"
celulósico", reflete Cylon, que tem na sua baga- Cylon afirma que há uma lição a ser aprendida da planta, difícil de quebrar. Para obter etanol
gem a experiência de implantar o Laboratório com o Estado de São Paulo: a lógica da con- celulósico, é preciso usar métodos extremamen-
Nacional de Luz Sincrotron. O coordenador do centração da produção em clusters. Essa pro- te violentos - alta pressão, alta temperatura,
projeto - que ocupou também a secretaria de posta emerge dos estudos coordenados pelo ataque químico", continua o físico.
programas e políticas do MCT durante a gestão professor Rogério Cerqueira Leite para o CGEE. Por isso, o ideal é desenvolver variedades de
do atual governador de Pernambuco, Eduardo "Cada centavo economizado vai contar para a cana que permitam acesso mais fácil à celulose.
Campos - observa que, nos níveis de consumo competitividade do etanol brasileiro: os custos Isso configura um programa de pesquisas, genô-
de energia atuais, os biocombustíveis serão um de transporte do campo para a refinaria, o cus- mica proteômica, metabolômica da cana, meta-
pequeno nicho no "gigantesco negócio" do for- to de armazenamento, de distribuição", diz. A bolismo de organismos capazes de digerir a ce-
necimento de energia. Esse nicho, no entanto, produção concentrada responde à necessidade lulose, engenharia genética das leveduras que
tem importância estratégica para o Brasil, por- de otimização de custos e maximização da pro- fermentam o açúcar, para que se tornem capa-
que aqui "tem terra, tem água, tem sol" para dutividade. Nessa logística, a Petrobras e suas zes, por exemplo, de sobreviver em alta tempe-
produzir etanol a partir de cana-de-açúcar. subsidiárias, como a Transpetro, assim como o ratura e pressão. "São problemas fascinantes -
CENPES, são as grandes parceiras. significa descer ao controle da matéria ao nível
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA Atendidos esses dois desafios, resta a pes- molecular", revela Cylon.
De longe, a cana é a planta de melhor efici- quisa nas novas tecnologias para produção de "Até agora, procurei organizar o planejamen-
ência energética entre as utilizadas atualmente: etanol - não mais a partir do açúcar, mas da to do novo centro", conta Cylon. Para isso, o pes-
o etanol produz 10 ou até 11 unidades de ener- celulose da cana. Há consenso entre os pes- quisador buscou alcançar um consenso ainda in-
gia para cada uma despendida na produção. Até quisadores, no Brasil e no exterior, de que o formal entre pessoas de grande experiência jun-
aqui, entretanto, o caminho do etanol de cana- etanol celulósico poderá alcançar o patamar to aos setores acadêmico e produtivo sobre as-
de-açúcar não requereu grande esforço de pes- de eficiência energética da cana brasileira, em pectos conceituais como sua missão, seus obje-
quisa. Cylon destaca o trabalho do Centro de termos de conversão de energia. Os Estados tivos e programas. Foi definido o local onde será
Tecnologia Canavieira, de Piracicaba, interior de Unidos, atuais líderes mundiais na produção instalado o centro: o prefeito de Campinas, Hé-
São Paulo, financiado atualmente por um con- de etanol - obtido a partir de milho, com bai- lio Santos, editou o decreto para a desapropria-
sórcio de empresas do setor. "Mesmo assim, o xa eficiência -, investem organizadamente em ção de uma área de 25 mil metros quadrados, no
Brasil não produziu nada extraordinário do pesquisa e desenvolvimento para a viabiliza- Pólo de Alta Tecnologia da cidade.
ponto de vista científico ou tecnológico", ob- ção comercial do etanol celulósico. Centro de Gestão e Estudos Estratégicos

28 CANAL
EMPRESAS E MERCADOS

Boraquímica recebe Cotril lança L200 TRITON


certificação ISO A Cotril Mitsubishi Motors lançou, no dia
13/11, em uma noite japonesa, um novo
A Boraquímica recebeu a Certificação conceito em cabine dupla: L200 TRITON. A

fotos: divulgação
ISO 9001:2000. De acordo com a festa mostrou ainda toda a magia do novo
empresa, essa certificação, na verdade, veículo, concebido sob os pilares da tecnologia,
vem apenas somar-se à política de força e resistência.
qualidade praticada pela Boraquímica A TRITON foi inspirada na Mitologia. O
desde a sua fundação. Prova disso é que filho de Poseidon (senhor dos mares), Triton,
Tubos Ipiranga tem novo
nestes pouco mais de cinco anos de carregava um tridente, deixando sua marca por Centro de Distribuição
atuação, a empresa tem crescido a cada onde passava. Essas marcas podem ser
ano, conquistando novos mercados e encontradas em todo o veículo como um sinal Após a bem sucedida estratégia de
clientes. Fábio Chaves, diretor de nascença. Completando sua linha de cabines fortalecimento no mercado carioca, onde
comercial, afirma que a empresa passou duplas 4×4, a Mitsubishi apresenta um veículo recentemente inaugurou uma filial na cidade
por diversas auditorias para que fossem versátil e equilibrado. Além da força e do Rio de Janeiro, a Tubos Ipiranga prepara
comprovadas todas as normas de resistência, o conceito TRITON se apresenta mais uma novidade: seu novo Centro de
conduta até o recebimento da pelo design com formas suaves e curvilíneas Distribuição localizado na cidade de
certificação. Distribuidora de produtos que garantem aerodinâmica e asseguram um Diadema-SP, na região do Grande ABC. Com
químicos com sede em São Paulo e visual esportivo e contemporâneo. 56 mil metros quadrados, o novo Centro de
depósitos em Santana de Parnaíba e A nova L200 mantém o DNA off-road da Distribuição destaca-se por ser, a partir de
Sertãozinho-SP, em breve a marca que proporciona maior confiabilidade e agora, a maior planta da empresa.
Boraquímica estará inaugurando uma também adaptabilidade ao uso urbano. O Posicionado em local estratégico, entre as
nova filial em Araçatuba-SP para veículo está à venda na Cotril, nas versões Rodovias Anchieta e Imigrantes, permitirá o
atender com mais agilidade, motor a gasolina com transmissão rápido escoamento dos produtos
principalmente, seus clientes do automática e motor a diesel com disponibilizados pela Tubos Ipiranga. De
segmento sucroalcooleiro. transmissões manual e automática. acordo com Fernando Del Roy, diretor
comercial da empresa, todo o estoque de
tubos, flanges e conexões de aço carbono que
Randon vende para até então ficava armazenado na unidade
Toniollo, Busnello matriz, em São Bernardo do Campo, também
no ABC, será deslocado para a nova área.
A Randon Veículos vendeu para a
empresa Toniollo, Busnello 10 Renco equipamentos S/A
caminhões fora-de-estrada Randon
modelo RK 430B, com motor Scania e no Centro-Oeste
transmissão automática Allison, que
serão utilizados na construção da Usina A Renco
Hidrelétrica em Nonoai (RS), no Rio Equipamentos
Passo Fundo, onde a movimentação de
Rumo ao Nordeste S/A, empresa
rochas será da ordem de 1,3 milhão de A Aon Affinity do Brasil, corretora voltada para a
m³. A Toniollo, Busnello S.A - Túneis, especializada na gestão de seguros venda de
Terraplenagens e Pavimentações atua massificados, acaba de fechar parceria com a máquinas, peças e
em todo o país executando obras nas Cosern - Companhia Energética do Rio locação para
áreas de mineração, barragens e no Grande do Norte, para oferecer o produto indústria da construção, mineração,
ramo rodoviário. Proteção Familiar Premiada Cosern. pedreiras e florestal, inaugurará em 2008
Por R$ 2,40 mensais, é possível contratar o revendas em Goiânia e Belo Horizonte.
serviço (por meio da proposta enviada junto à Distribuidor autorizado da Doosan Infracore
conta de energia da Cosern), que oferece para sua linha de Escavadeiras Hidráulicas
seguro residencial, proteção para incêndio, de esteiras e sobre rodas, Mini-Escavadeiras,
queda de raio ou explosão, além de seguro Mini-Carregadeiras e Carregadeiras de
para pagamento de contas de energia em caso Rodas, atendendo às regiões Norte,
de desemprego voluntário. Hoje, a área de Nordeste além dos estados de Minas Gerais,
utilities da Aon Affinity conta com mais de Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal a
20 parceiros no segmento, e administra mais Renco aluga e vende também
de 3 milhões de clientes ativos. equipamentos da Haulotte.

30 CANAL

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