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Todo ano, de março a abril, chega a hora de declarar seu imposto de renda.

Em
2020, aproximadamente 32 milhões de brasileiros declararam o Imposto de
Renda como pessoa física neste mesmo período do ano, de acordo com uma
projeção realizada pela Receita Federal na época. 

O atraso na entrega gera multa mínima de R$165,74, então é importante


confirmar se você está no grupo de obrigatoriedade para não ter problemas
futuros com o fisco.

IMPORTANTE: A Receita Federal ainda não divulgou o calendário oficial do IRPF


2021 para entrega das declarações e sobre prazos para restituição. A tendência é
que volte às datas que eram antes da pandemia.

Entrega do IRPF em 2021

O prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda Pessoa Física 2021 –


ano base 2020 ainda não foi divulgado oficialmente. Tradicionalmente, o prazo
de declaração começa no dia 1º de março e se encerra em 30 de abril. Ou seja, o
contribuinte tem, historicamente, 60 dias para prestar contas junto ao Fisco.
Mas, no ano passado, por conta da pandemia, a Receita Federal prorrogou a data
final para 30 de junho. A tendência é que o calendário volte à normalidade em
2021.

É importante não deixar para o último momento. Tradicionalmente, nos últimos


dias de entrega da declaração o sistema da Receita Federal fica sobrecarregado
com o volume de acessos e pode ficar instável, comprometendo o envio das
informações.

Quem precisa declarar o imposto?

Para começar, é importante entender quais são as situações que te obrigam à


entrega desta declaração para a Receita Federal. Confira abaixo quais são elas:
 Os que receberam rendimentos tributáveis acima de R$28.559,70
durante o ano de 2020, como salários, honorários, férias, comissões, pró-
labore, receita com aluguel de imóveis, pensões, entre outros.
 Todos que receberam rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados
exclusivamente na fonte superior a R$40.000,00 durante o ano de 2020,
como por exemplo: alimentação, transporte e uniformes fornecidos pela
empresa de forma gratuita, reembolso de viagens em geral, salário-família,
entre outros.
 Quem recebeu em qualquer mês, dinheiro por conta de alienação de bens
e direitos – em que o IR incida – ou então realizaram operação em bolsas
de valores, mercadorias, futuro ou semelhantes;
 Teve até 31.12.2020 bens ou direitos no valor total superior a 300 mil,
somando todos os bens;
 Aqueles que passaram à condição de residente no Brasil e se mantiveram
até 31.12.2020;
 Todos que venderam imóveis residenciais e obtiveram ganho na
operação, mesmo que tenha comprado outro imóvel em um prazo de 180
dias e usaram da regra de isenção do imposto de renda;
 Quem exerce atividade rural e teve receita bruta acima de R$142.798,50
ou que pretende compensar prejuízos de anos anteriores ou até mesmo
de 2020.

Quem não precisa entregar a declaração do imposto do IRPF


atualmente?

Para não precisar entregar a declaração do Imposto de Renda de Pessoa Física, é


necessário que o contribuinte se encaixe em algum dos seguintes requisitos:

 Possua rendimento mensal inferior ao valor de R$1.999,18;


 Seja proprietário de bens cujo valor total da somatória seja inferior a
R$300.000,00;
 Seja uma pessoa física dependente de outra. Neste caso, o dependente
apenas não terá uma declaração própria em seu nome, mas a sua renda,
caso haja, será tributada normalmente, visto que deverá constar na
declaração de quem é responsável por ele. 
 Aposentados, com mais de 65 anos e que sobrevivem exclusivamente do
benefício da aposentadoria;

É válido ressaltar que caso o contribuinte esteja enquadrado em uma das


hipóteses acima, mas também atenda algum dos requisitos que requerem a
obrigatoriedade, o imposto de renda deverá ser declarado. 

Não preciso declarar IR. Vale a pena mesmo assim?


Se você não se enquadra em nenhum dos casos de obrigatoriedade que
mencionamos ou foi declarado como dependente no IRPF de outro contribuinte,
fica dispensado da entrega.

Mas vale sempre lembrar que, mesmo sem estar obrigado à entrega, declarar
seus rendimentos e despesas pode ter uma série de vantagens, podendo ser
utilizada como comprovante de renda em empréstimos e financiamentos ou até
mesmo garantindo uma restituição de imposto.

A propósito, você só pode apresentar uma declaração por CPF, então se for
declarado como dependente de alguém, não vai conseguir entregar suas
informações novamente.

Há alguma doença que dispense os portadores da entrega do IRPF? 

A Receita Federal possui uma lista de doenças cujos portadores não precisam
declarar o imposto. Veja abaixo:

 AIDS;
 Alienação mental;
 Cardiopatia grave;
 Cegueira (inclusive monocular).
 Contaminação por radiação.
 Doença de Parkinson.
 Esclerose Múltipla.
 Espondiloartrose anquilosante.
 Fibrose Cística.
 Hanseníase.
 Hepatopatia grave.
 Nefropatia Grave.
 Neoplasia maligna (câncer).
 Osteíte deformante.
 Paralisia Irreversível e Incapacitante.
 Tuberculose ativa.

O que deve ser informado em sua declaração?

Todos os seus rendimentos durante o ano de 2020, inclusive os isentos e não


tributados pelo imposto de renda como saque de FGTS e indenizações por
acidente de trabalho, além de bens, despesas médicas, odontológicas, gastos
com educação, aluguéis, pagamento de pensão alimentícia, dependentes,
operações na bolsa de valores, entre outros. 

Vale lembrar que nem todas as suas despesas poderão ser deduzidas de seu
imposto final, mas é importante incluir todas as informações necessárias para
avaliar qual o melhor cenário para o seu caso.

Deduções: Como pagar menos imposto no IRPF?

Para garantir o menor valor de imposto a pagar ou restituir o maior valor


possível, é importante declarar todas as suas despesas e saber quais delas são
dedutíveis para fins do cálculo deste imposto.

Vale lembrar que você tem a possibilidade de entregar sua declaração em dois
modelos diferentes: o simplificado, que deduz 20% da base de cálculo do
imposto, limitado a R$16.754,34, e o modelo completo, que leva em
consideração todas as despesas dedutíveis que você teve durante o ano. 

Informe todos eles na declaração e guarde os comprovantes para comparar qual


é o mais vantajoso no seu caso. Podem ser deduzidos de sua base de imposto,
por exemplo:

 O INSS pago sobre o salário de empregada doméstica, caso haja; 


 Dependentes: Pais, filhos, enteados e companheiros, são alguns exemplos
que podem ser adicionados como dependentes, garantindo uma dedução
de R$2.275,08 por dependente. 
 Pensão Alimentícia: O valor de pensão pago é dedutível quando for
estabelecido em decisão judicial ou acordo extrajudicial. 
 Educação: As despesas com educação infantil, ensino fundamental, médio
e superior do próprio contribuinte e seus dependentes também podem
ser deduzidas da base do imposto, com um limite de R$3.561,50 por
pessoa. Vale lembrar que material escolar e cursos de idioma e
preparatórios não podem ser incluídos na conta.
 Saúde: Todos os valores pagos a título de consultas, planos de saúde,
internações, psicólogos, dentistas, entre outros, podem ser deduzidos
integralmente do imposto de renda, sejam eles do declarante ou de seus
dependentes.
 Previdência Social ou Privada: É possível deduzir todo o valor pago ao
INSS em folha ou de forma autônoma, inclusive dos dependentes. Já a
previdência privada do tipo PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) pode
ser deduzida com um limite de 12% da renda bruta anual tributável
declarada.

Como declarar imóveis no Imposto de Renda? 

Os imóveis em nome do contribuinte e dos dependentes são informados na ficha


de “Bens e Direitos”. 

É importante ter em mãos o IPTU do imóvel e os dados de aquisição como data,


valor e condições da compra para preencher todos os campos solicitados.

Caso o imóvel seja financiado, o valor declarado deverá ser apenas o


efetivamente pago pelo contribuinte até 31.12.2020, até que o imóvel esteja
quitado.

Como declarar investimentos no imposto de renda? 

Os investimentos têm diversas modalidades e é importante entender como


declarar cada um deles, pois títulos de renda fixa, fundos de investimentos,
ações, conta poupança,e até criptomoedas devem ser discriminados em campos
próprios da declaração.

Os investimentos serão informados na ficha “bens e direitos” da declaração, com


seus códigos específicos.

Já os rendimentos podem ou não serem tributados pelo imposto de renda e


então serão preenchidos em suas respectivas fichas. Para Tesouro Direto, por
exemplo, acesse a ficha “Bens e Direitos”, selecione o código “45 – Aplicação de
renda fixa” e clique em “novo”.  Informe o saldo dos investimentos entre
31/12/2019 e 31/12/2020 e preencha a página com o CNPJ da instituição
financeira onde realizou o investimento. Os valores dos rendimentos
provenientes do investimento devem constar na ficha “Rendimentos Sujeitos à
Tributação Exclusiva/Definitiva”, no código “06 – Rendimentos de aplicações
financeiras”. Informe o beneficiário do título, o CNPJ, o nome da instituição e o
valor do rendimento no período.

Alterações recentes 

Aos que entregam a declaração sozinhos, é importante ficar atento às mudanças


de alguns campos e forma de preenchimento no programa. A partir de 2019,
vários pontos foram alterados ou tiveram esclarecimentos pela Receita:

 Filhos e dependentes: Independente da idade, agora é obrigatório


informar o CPF do dependente em sua declaração. Vale lembrar que ele
só poderá constar na declaração de um dos pais. Se o dependente não
obtiver um CPF, não poderá ser incluído na declaração;
 Refis: quem aderiu ao Regime Especial de Regularização Cambial e
Tributária deverá informar na Declaração de Ajuste Anual (DAA) os bens
e direitos de qualquer natureza que declararam ao aderir o programa;
 Despesas no exterior: A Receita esclareceu que as despesas com
educação, cultura e científicas, tratamento médico para si ou dependentes
no exterior, não estão sujeitas ao imposto retido na fonte.

Documentação Necessária

É importante que você organize toda a documentação e comprovantes


necessários para entregar sua declaração e o faça o quanto antes, evitando
atrasos e multas.

Para o preenchimento, você vai precisar:

 Documentos pessoais (RG, CPF, comprovante de residência e dados


bancários);
 Informe de rendimentos (a empresa deve fornecer);
 Documentos pessoais dos dependentes (CPF obrigatório);
 Informe de rendimentos financeiros e de aplicações ou extrato de
aplicações (fornecidos pelo banco);
 Comprovantes de despesas médicas (nome, endereço, CPF ou CNPJ do
prestador, data e assinatura do médico caso não seja uma nota fiscal);
 Comprovantes de despesas com ensino;
 Extrato de Previdência Privada;
 Documentação do Plano de Saúde;
 Documentação de imóveis e veículos (inclusive financiados);
 Recibos de pagamento ou recebimento  de aluguel;
 Recibos de doações;
 Incluir: Contrato social das empresas as quais é sócio; 
 Documentação de consorcios contemplados ou não; 
 Extrato do carnê-leão, caso seja autônomo;

Como saber se devo IRPF? Tabela do Imposto de Renda

Para calcular o imposto devido ou à restituir, a Receita Federal utiliza a tabela


abaixo, considerando todos os seus rendimentos tributáveis e despesas
dedutíveis:

Alíquota (%) Base de cálculo (R$) Parcela a deduzir do IRPF (R$)

– Até 1.903,98 –

7,5 De 1.903,99 até 2.826,65 142,8

15 De 2.826,66 até 3.751,05 354,8

22,5 De 3.751,06 até 4.664,68 636,13

27,5 Acima de 4.664,68 869,36

Para entender melhor sobre os valores de descontos por dependentes, limites de


dedução com educação e outras particularidades, confira as tabelas
disponíveis no site da Receita Federal.

Como o imposto é calculado?


Existem duas formas de entregar sua declaração: simplificada e a completa. 

 No modelo simplificado, aplica-se o imposto diretamente sobre os


rendimentos tributáveis, conforme a tabela do IR anual, considerando um
desconto de 20%, limitado a no máximo R$16.754,34. Nenhum outro
desconto de médicos, escola, dependentes ou previdência vão ser
utilizados.
 Completa: Nesta modalidade aplicam-se todos os descontos permitidos
sobre a receita e então, calcula-se o imposto conforme a tabela anual do
IR.

Após a entrega, caso seja preciso realizar alguma retificação, você deve saber
desde já que não é possível alterar entre simplificada e completa.

A boa notícia é que a Receita Federal disponibiliza um simulador online para que
você possa se adiantar o quanto deve para o Leão esse ano. 

Ele é super fácil de usar, basta informar todos os dados de seus rendimentos e
suas despesas médicas, com educação e outras, além das informações de seus
dependentes, caso possua. O próprio programa irá calcular em qual faixa você
será tributado e realizar os abatimentos devidos, mostrando o valor do imposto
final devido.

O programa de entrega da declaração também apresenta na própria tela uma


comparação em tempo real entre a declaração simplificada e o modelo completo.
Fique atento e escolha a opção mais vantajosa antes de transmitir sua
declaração.

Prazo de restituição do IRPF

A Receita Federal não divulgou o calendário, mas acredita-se que provavelmente


teremos datas próximas às aplicadas antes da pandemia.

Confira as datas que estavam previstas para 2020:

 1º lote: 29 de maio de 2020


 2º lote: 30 de junho de 2020
 3º lote: 31 de julho de 2020
 4º lote: 31 de agosto de 2020
 5º lote: 30 de setembro de 2020

Então não deixe pra última hora e evite problemas com o fisco mais tarde.

Como acompanhar e consultar a situação da declaração do Imposto


de Renda? 

Após finalizar sua declaração, é possível consultar o processamento entrando no 


portal do GovBR, acessando o e-CAC. Feito isso, vá até a opção “Meu Imposto
de Renda”. Lá, você tem acesso ao status de sua declaração com a Receita, além
de acompanhar a liberação de sua restituição ou emitir suas guias de imposto.

Para acessar o portal será necessário ter um certificado digital ou criar um


código de acesso. Para isso, você precisará informar seus dois últimos números
de recibo da declaração de IRPF, caso não possua, a senha pode ser gerada em
um posto da Receita Federal.

Perdi o Prazo e Agora?

Descubra quais são as penalidades para quem não entregou a Declaração de


Imposto de Renda 2021.

5 passos para declarar o IRPF 2021

1. Organize toda a documentação necessária 

A primeira coisa que você precisa para entregar a declaração é separar toda a
documentação necessária. Utilize a lista completa de documentos necessários
que informamos no início do artigo para confirmar se você já está com tudo
certo para partir desta etapa para a próxima.

2. Instale o programa da Receita Federal ou baixe o aplicativo

Com todos os documentos em mãos, é hora de realizar o download do programa


da Receita Federal em seu computador ou baixar o aplicativo IRPF.
Você pode iniciar uma declaração do zero, importar os dados de sua declaração
do ano anterior ou se tiver um certificado digital, selecionar a opção de
declaração pré preenchida, que importa várias informações automaticamente
para o programa.

3. Preencha todos os campos e fichas da declaração 

Chegou a hora de preencher os dados da declaração. Junte os documentos


separados e inclua as informações conforme as orientações que passamos, tendo
muita atenção no preenchimento, pois a maior parte dos casos de malha fina são
por erros preenchidos de forma incorreta.

É muito importante lembrar que você só pode lançar dados que possuam
comprovantes válidos para comprovação, como notas fiscais e recibos. 

4. Verifique a declaração mais vantajosa

Ao finalizar o preenchimento das informações, o programa irá apresentar o valor


a pagar ou restituir nas duas modalidades disponíveis: completa e simplificada. E
você poderá escolher a mais vantajosa para você.

No modelo completo poderão ser deduzidas todas as despesas permitidas por lei
da base de cálculo do imposto. Ou seja, de seus rendimentos tributáveis serão
deduzidas as despesas com INSS, médicas, com educação e outros. 

Já na declaração simplificada, estas despesas não são consideradas, tendo a base


de cálculo um desconto fixo de 20%, limitado a R$16.754,34 total.

5. Transmita as informações 

Após terminar o preenchimento, conferir e escolher seu modelo de declaração,


basta verificar as pendências para garantir que nada ficou para trás e transmitir
sua declaração para a Receita Federal.

Imprima o recibo e a declaração completa e gere uma cópia de segurança do


arquivo, ele pode ser utilizado para importar seus dados na declaração do ano
seguinte.

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