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Módulo 6.

PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO

SISTEMAS FIXOS COM

GASES DE SUPRESSÃO

Sérgio Américo Mendes de Carvalho


Ueldo da Silva Macedo
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Proteção contra incêndio - Proteção por gases 2

SUMÁRIO

1 - Introdução

2 - Sistemas fixos de CO2


2.1 - Propriedades do CO2

2.2 - Classificação dos sistemas

2.3 - Sistema de inundação total

3 - Agentes extintores gasosos “limpos“

Bibliografia

ANEXOS

- Avaliação da aprendizagem
- Estudo de caso
- Exercício

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1 - INTRODUÇÃO

Em geral, os Decretos estaduais relativos à proteção contra incêndio não


exigem os sistemas fixos de gases.
Como exemplos são citados:

. Decreto 63.911/2018 do Estado de São Paulo:


- Tabelas 5 e 6: não exigem a instalação desses sistemas fixos.
- Instrução Técnica 26/2019 (IT 26), anexa a esse Decreto:
. Os sistemas se aplicam em locais onde usar água é desaconselhável
em função dos riscos ou em locais que possuam objetos de elevado
valor agregado.

Item 5.7: ART ou RRT do responsável técnico sobre funcionamento do


sistema fixo.

Item 5.6: os sistemas fixos de gases para combate a incêndio


podem complementar, agindo antes dos sistemas
hidráulicos (hidrantes e chuveiros automáticos), mas
não os substituir.

. Código de Segurança contra Incêndio do Estado do Rio de Janeiro –


Decreto 42/2018

- NT 2-13/2019 – Sistemas fixos de gases para combate a incêndio:

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2 - SISTEMAS FIXOS DE CO2

2.1 - Propriedades do CO2

O dióxido de carbono é um gás incolor, inodoro, não condutor de eletricidade,


quimicamente inerte e mais pesado que o ar.
A atuação na extinção das chamas ocorre pela redução da concentração do oxigênio do
ar (abafamento).
Não é eficiente para a extinção de chamas em combustíveis que contém suprimento
próprio de oxigênio com nitrato de celulose e em metais reativos (sódio, potássio,
magnésio, ...).
O coeficiente de expansão do CO2, no estado líquido adotado nos sistemas de
proteção é de 1 Kg para 0,56 m³ a 30 C, ou seja, 1 Kg de CO2 no estado líquido
ocupa 0,56 m3, quando vaporizado.

2.2 - Classificação dos sistemas

As referências são a pressão e o tipo:

Pressão

ALTA PRESSÃO

CO2 contido em cilindros.


Os cilindros devem ser submetidos
ao teste hidrostático a cada 5 anos.

Baixa pressão
CO2 contido em tanque refrigerado (-18 ºC)

Pressão: 2068 kPa (20 Kgf/cm²)

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Tipo

Sistema de aplicação local

Os reservatórios de CO2, (cilindros ou tanque refrigerado) estão ligados às tubulações


rígidas e aos difusores.
O CO2 é aplicado diretamente no equipamento ou a área do incêndio.

difusor de CO2

Sistema de inundação total


Instalado em ambientes fechados. Os reservatórios de CO2, (cilindros ou
tanque refrigerado) estão ligados as tubulações rígidas e aos difusores.
Fornece a quantidade de CO2 para reduzir a concentração do oxigênio no ar
até um percentual que seja incompatível com a continuidade das chamas.

2.3 - Sistema de inundação total


(NBR 17240, item 5.7)
O sistema de detecção automática que atue na liberação automática do CO2,
deve ser do tipo “laço cruzado”. Para a liberar o gás é necessária a ativação de,
no mínimo, 2 detectores e atuar previamente os avisadores de abandono e o
temporizador para a liberação do CO2.
O sistema de detecção com laço simples só pode ser usado para comandar
sistema de extinção onde a descarga do agente extintor não apresente risco às
pessoas.
Em função das dimensões do local a ser protegido, poderá ser necessário grande
número de cilindros.

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A descarga do CO2 resulta na atmosfera deficiente em oxigênio, representando


imediato risco se houver exposição humana (asfixia).

Avisos devem ser fixados na parte interna e externa de todos os locais que
disponham desse sistema, como exemplificado a seguir:

- AO SOAR O ALAME SAIA IMEDIATAMENTE

- AO SOAR O ALARME NÃO ENTRE

- SE HOUVER DISPARO DO CO2 NÃO ENTRE ANTES DA REMOÇÃO DO GÁS

A Central deve acionar os a visadores sonoros e visuais por tempo suficiente para
a saída das pessoas do local. Esse tempo deve considerar o deslocamento de
uma pessoa em velocidade inferior a 40m / minuto partindo do local mais
desfavorável.
Se for necessário entrar em um local onde tenha havido a descarga de CO2
deve ser usado equipamento autônomo de respiração.

Principais componentes

. Central de detecção e alarme


. Detectores
Estudados no Módulo "Sistemas de detecção e alarme"

. Válvula direcional:

Acionada no "Modo automático", por


solenóide energizada pela Central.

Direciona o CO2 para o local do incêndio.


Possui alavanca para
acionamento manual.

Possibilita que uma bateria de cilindros atenda a mais de um local

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. Comutador a pressão:

Operado por pressão de CO2


Pode ativar alarme e sinalização, interromper a
operação das máquinas do condicionamento de ar, o
fechar damper, pressurizar saídas de emergência...

. tubulação:
metálica, resistente a pressão e temperatura de operação,
preferencialmente galvanizada.
Schedule 40, para diâmetro até 19 mm (¾") e Schedule 80 para
diâmetros maiores.

. difusor:
especificado e instalado para não ocorrer congelamento, gaseificar e
difundir o CO2 de forma uniforme.

. cilindros e válvulas:
cilindros recarregáveis, pressurizados a 590 KPa
(60 Kgf/cm2) a 21 °C.
O cilindro em uso contínuo (sem ser descarregado)
pode ficar pressurizado no máximo por 12 anos. Após
esse período, deve ser submetido ao teste hidrostático.
Se for descarregado e tiver ultrapassado 5 anos do
último teste deverá ser testado hidrostaticamente antes
da recarga. NBR 12232, item 6.2.1.3

válvula piloto
válvula: (solenóide)
abertura por
pressão
("escravas")

. Válvulas piloto: abertas por comando elétrico liberado pela central, após o término
do tempo de retardo.

. Válvulas "escravas": acionadas por pressão após a abertura das válvulas piloto.

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Seqüência automática do sistema

ativação detector ativação detector - sinal para central


LAÇO 1 LAÇO 2 - alarme local (eletrônico)
laço 1 - sinalização:
. saídas de emergências
. entrada proibida
SINAL PARA
do detetor doCENTRAL
laço 1
ALARME

ativa unidade de retardo


(15 a 90 s)

LIBERAÇÃO DO CO2

Para detectores microprocessados, não há necessidade de


2 circuitos (laços).
A sensibilização de 2 detectores do mesmo circuito determina a seqüência
para a liberação do CO2.

O acionamento manual é sempre disponibilizado. Pode ser feito de


2 formas:

1 - Botoeira manual do respectivo local


. Substitui a ativação dos detectores dos 2 laços

. ACIONA: válvulas direcionais e válvulas dos cilindros

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2 - Válvulas dos cilindros e válvulas direcionais

No local onde os cilindros e as válvulas direcionais estão posicionados devem


estar fixadas as instruções para a operação manual, como mostrado no
exemplo seguinte:

ACIONAMENTO MANUAL DO SISTEMA DE CO2

. Localize o local no quadro abaixo

. Verifique a ausência de pessoas no local

. Identifique os cilindros de CO2 e a válvula direcional correspondentes ao local

. Retire o lacre e abra a válvula direcional

. Retire o lacre das válvulas dos cilindros e acione no sentido indicado

APÓS ESSES PROCEDIMENTOS O CO2 SERÁ LIBERADO IMEDIATAMENTE.

LOCAL Válvula direcional Cilindros

Controle de qualidade I A B C D

Absorção atômica II A B C

Cromatografia III A B

Sala de balança IV A

Compressor V A

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Avisadores:

. Acústico de impacto: sensibilização do primeiro detector.

. Acústico eletrônico: sensibilização do segundo detector

Bloqueador::

. Presença de pessoas:
chave na posição BLOQUEADO

. Ausência de pessoas:
chave na posição AUTOMÁTICO

Quantidade de CO2

Calculada para o volume e o tipo de combustível do maior local que será protegido.
A ventilação ou o condicionamento do ar deve ser interrompido automaticamente pela
Central ou através do comutador a pressão.
Portas, janelas e quaisquer outras aberturas devem permanecer fechadas, (de
preferência de forma automática).
Onde não for possível, devem ser compensadas por quantidade adicional de gás.

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Tipos de combustão

Combustão em profundidade: sólidos

A concentração de CO2 deve ser mantida por tempo suficiente para a


extinção e para reduzir a temperatura do combustível para que não haja
reignição (igual ou superior a 20 minutos)
Necessário inspecionar o ambiente após a remoção do gás para verificar a completa
extinção.

Combustão em superfície: líquidos e gases

A extinção deve ocorrer durante o período de liberação do CO2.

A concentração de projeto é determinada adicionando 20 % à concentração teórica.


A tabela a seguir é parte da tabela 2.3.2.1 do NFPA 12.

concentração mínima
combustível
(% volumétrico CO2)
teórica projeto
acetileno 55 66
gás natural 31 37
propano 30 36
gasolina 28 34
hexano 29 35
acetona 27 34
querosene 28 34

A concentração deve ser atingida até 1 minuto após o início do disparo.

Fator volumétrico em função do volume do local a ser protegido:


Tabela 5.3.3 - b NFPA 12

volume do ambiente
(m³) m3/kg CO2 (mínimo Kg)

14,16 a 45,28 0,99 15,1


45,29 a 127,35 1,11 45,4
127,36 a 1415 1,25 113,5
> 1415 1,38 1135

Nota:
Para combustível que necessita da concentração de projeto superior a
34 %, multiplicar a quantidade de CO2 calculadas pelos fatores volumétricos pelo
fator de correção, como mostrado a seguir:

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fator de correção Tabela 5.3.4 - NFPA 12

% CO2 fator

38 1.19
40 1,2
44 1,4
48 1,59
50 1,62

O tempo máximo entre a abertura das válvulas dos cilindros e o início do fluxo de CO2
nos difusores é de 60 segundos. NBR 12232, item 5.4.1

3 - AGENTES EXTINTORES GASOSOS “LIMPOS“

Durante muitos anos o halon 1301 (bromo trifluor metano) e o 1211


(bromo cloro difluor metano) foram usados como agente extintor de elevada eficiência
para todas as classes de incêndio, especialmente para a proteção de bens de elevado
valor (CPD, fitoteca, sala de controle, biblioteca, museu, telecomunicação e acervo de
documentos) por não causarem danos aos materiais.
Desde a década de 70, as pesquisas científicas relatam que os agentes químicos que
contém cloro, flúor, bromo, iodo, quando liberados na atmosfera são capazes de
degradar a camada de ozônio. Em 1987 as conseqüências dessa destruição foram
discutidas em Montreal por representantes de países da Comunidade Européia e
Estados Unidos, ocasião em que foi firmado um documento, conhecido como
Protocolo de Montreal, onde foram estabelecidas metas de curto e médio prazo para
a restrição ao uso e fabricação desses compostos químicos.
Em 1994, em outra reunião que teve como objetivo discutir o avanço na degradação da
camada de ozônio, foi acertado que a utilização de alguns gases halogenados,
(especialmente o halon 1301 e 1211) fosse descontinuada em diversas partes do
mundo, recomendando que a utilização deveria ser restrita em locais considerados
essenciais, como na aviação civil e militar. Isso resultou em profundos estudos para
encontrar produtos alternativos com eficiência similar no combate as chamas e que
atendessem as restrições impostas por normas internacionais muito rigorosas, visando
a preservação da camada de ozônio.

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As características fundamentais dos agentes extintores limpos são:

- não causar dano a camada de ozônio e não contribuir para o efeito estufa;
- eficientes na extinção;
- não danificar equipamentos, circuitos delicados e bens de elevado valor;
- não ser corrosivo;
- não deixar resíduos;
- não ser tóxico nem asfixiante nas concentrações necessárias para a extinção

A NFPA 2001 classifica os agentes gasosos “limpos“ em:

inertes e halogenados

Toma como referência o conceito:


NOAEL: No Observable adverse Effect Level
Concentração mais elevada sem identificação de efeitos adversos para o ser
humano (tóxico ou fisiológico)

O NFPA 2001, tabela 1-4.1.2, lista os seguintes agentes extintores gasosos “limpos“:

FC 3-1-10 nota 1 per fluorbutano C4 F10


diclorotrifluoretano (4,75 %) CH Cl2 C F3
HCFC Blend A
clorodifluormetano (82 %) CH Cl F2
clorotetrafluo etano (9,5 %) CH CL FCF3
isopropenil 1 ciclohexano (3,75)
HCFC 124 cloroterafluoretano CH Cl FCF3
HFC 125 pentafluoretano CHF2 CF3
HFC 227ea heptafluorpropano CF3 CHF CF3
HFC 23 trifluormetano CH F3
HFC 236fa nota 1 hexafluorpropano CF3 CH2 CF3

IG 01 argônio (99,9%) Ar
IG 541 nitrogênio 52 %, argônio 40 % e N2, Ar,
dióxido de carbono (8 %) CO2
IG 55 nitrogênio (50 %) N 2,
Argônio (50 %) Ar

Notas:
nota 1: gases sujeitos a restrições e limitações de uso.
Embora os gases hologenados sejam considerados não tóxicos e não
asfixiantes nas concentrações necessárias a extinção das chamas, citadas no
NFPA 2001, deve ser evitada a exposição desnecessária ao gás, em especial

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quando submetidos às chamas, pela possibilidade de liberar produtos de maior


toxicidade.

Os gases inertes (IG), com concentração para a extinção superior a 43 %


(corresponde à concentração menor que 12 % de oxigênio ao nível do mar),
não devem ser liberados em áreas onde pessoas estejam presentes.
Têm como componentes primários um ou mais dos gases seguintes:
argônio, hélio, neônio ou nitrogênio.
Como componente secundário pode conter o CO2.

Os gases halogenados têm como componentes um ou mais átomos de carbono e


átomos de halogênios: cloro, bromo, flúor ou iodo.

Nos sistemas fixos, os agentes extintores gasosos são distribuídos através de


tubulações até o local protegido, em quantidade suficiente para a extinção.
A instalação é composta de:
- cilindro
- tubulações e difusores
- elementos de comando

Os gases halogenados mais usados são:

Hepta fluorpropano (FM 200)

Nome comercial do heptafluorpropano. Agente extintor químico, (atua na reação em


cadeia da combustão).
Rápida extinção das chamas, quando empregado em sistemas de inundação total.
Na temperatura e pressão ambiente é um gás incolor e inodoro.

Devido à rápida ação sobre as chamas, a concentração de produtos resultantes


da decomposição do gás é reduzida.

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Em incêndios da classe A, em ambientes fechados, os fabricantes informam que a


concentração volumétrica de projeto (7,4 a 8,7 %) extingue as chamas durante o
tempo de descarga do gás (10 segundos)..

Em incêndios da classe B, em ambientes fechados, a concentração é função do líquido


ou do gás e deve ser informada pelo fabricante. Situa-se em geral entre 8 e 10 %.

Armazenado em cilindros, no estado líquido,


pressurizado com nitrogênio a 24,5 Kgf/cm2 (360 psig) ou
40,8 Kgf/cm2 (600 psig), a 21 ºC.

A pressão do cilindro é escolhida em função das características do


ambiente que será protegido (altura, distância aos cilindros ...)
para atender ao tempo máximo de lançamento do gás,
estabelecido pelo NFPA em 10 segundos).
Os cilindros são providos de atuadores elétricos (24 Vcc) e
atuadores manuais.
Devido à reduzida concentração para a extinção das chamas é
necessária uma área pequena para acomodar os cilindros.

Considerado seguro para a exposição humana em concentração volumétrica


até 9 % (NOAEL).
Para concentrações maiores as pessoas devem desocupar o local antes da liberação do
gás.
Com algumas alterações o sistema que opera com halon 1301 pode ser usado com o
FM 200.

Trifluormetano (FE 13)

Nome comercial do trifuormetano que foi inicialmente desenvolvido para a


refrigeração.
Agente extintor químico, com atuação e tempo de extinção similar ao FM 200.
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Acondicionado em cilindros à alta pressão (até 126 Kgf/cm ou 1852 psig, similar ao
CO2), com peso de gás entre: 18,2 e 33,5 Kg e 28,2 e 52,2 Kg.
Em função da pressão de armazenagem, tem sido mais usado em áreas com pé direito
elevado (até 8 metros), em plataformas de petróleo ou ainda quando grandes
distâncias devem ser vencidas através de tubulações até a descarga através dos
difusores.
Em incêndios da classe A, em ambientes fechados o fabricante informa que a
concentração volumétrica de 18% extingue as chamas em 10 segundos.

Considerado seguro para a exposição humana em concentração volumétrica até 50


% (NOAEL).

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Gases inertes

ARGONITE E INERGEN

O NFPA 2001, Anexo A, tabela A-1-5.1.3 estabelece o NOAEL de 43 % para os gases


inertes limpos (IG).

Concentrações maiores resultará em concentração de oxigênio inferior a 12 %, ou seja,


IPVS - Imediatamente perigosa para a vida e saúde.

Programas de computador são usados para calcular a vazão e a distribuição dos


difusores, sendo necessário conhecer detalhadamente a geometria e a ocupação da
área a ser protegida.

Usados em sistemas de inundação total e aplicação local.

Atuam por abafamento (não agem na reação em cadeia da combustão).


Acondicionados na forma gasosa, em cilindros à alta pressão (até 126 Kgf/cm2 ou
1852 psig).
O tempo máximo para a liberação do gás após a abertura das válvulas dos cilindros é
60 segundos.

INERGEN: o nome comercial do IG 541..

Composição: nitrogênio: 52 %, argônio: 40 % e CO2: 8 %

A presença do CO2 é justificada pelo fabricante como um “acelerador“ da respiração


humana para ocorrer de forma mais profunda e freqüente, compensando a baixa
concentração de oxigênio.
Considerando como 50 % de INERGEN a concentração de projeto para a proteção de
um local, a composição aproximada após a liberação será:
10,5 % de O2 e 4 % de CO2.
Respirar essa atmosfera, causará aumento da freqüência respiratória, associado ao
aumento das contrações cardíacas. Pessoas de saúde normal podem tolerar essa
exposição por curto período (em torno de 60 segundos). Poderão ocorrer
complicações em pessoas com problemas cardíacos.
Se o INERGEN contiver a concentração de CO2 superior a 8 % as conseqüências serão
mais significativas.

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ARGONITE: nome comercial do IG 55. Tem a composição seguinte:


nitrogênio 50 % e argônio 50 %.
Quando submetido às chamas as conseqüências para as pessoas expostas ao
INERGEN e ao ARGONITE, podem ser mais sérias se comparadas aos
gases halogenados, devido às condições seguintes:

. O aumento da freqüência respiratória e cardíaca resulta no aumento da


penetração de gases tóxicos no organismo.
. Mais produtos de combustão são produzidos em função do maior tempo de
descarga e de supressão.
. Incêndios suprimidos por redução da concentração de oxigênio resultam em
maior concentração de monóxido de carbono, devido a combustão incompleta.
. A quantidade de CO2 produzida em um incêndio pode alcançar 14 % no
ambiente. O volume adicional de CO2 contido no INERGEN aumenta esse
percentual.

Nota:
NFPA 2001, item 1-4.2.5 não recomenda o uso dos agentes extintores gasosos
limpos nos combustíveis:
nitrato de celulose, metais reativos, hidrazina e peróxidos orgânicos.

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BIBLIOGRAFIA

. NBR 12232/2015 - Execução de sistemas fixos automáticos de proteção


contra incêndio com gás carbônico (CO2) em
transformadores e reatores de potência contendo
óleo isolante

. National Fire Code - NFPA 12/2018 - Carbon Dioxide


Extinguishing Systems
- NFPA 2001/2018 - Clean Agent Fire
Extinguishing Systems

. Decreto 63.911/2018, Polícia - Instrução Técnica 26/2019


Militar do Estado de Sistema fixo de gases para combate a incêndio
São Paulo
. Decreto 42/2018, Corpo de - Nota Técnica 2-13/2019
Bombeiros Militar do Estado Sistema fixo de gases para combate a incêndio
do Rio de Janeiro

. Kidde Brasil - Catálogos técnicos


www.kidde.com.br

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