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Módulo 6

PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO

SISTEMAS DE DETECÇÃO E ALARME

Sérgio Américo Mendes de Carvalho


Ueldo da Silva Macedo
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Proteção Contra Incêndio - Detecção e alarme 2

SUMÁRIO

1 - Introdução

2 - Sistema de detecção eletrônica

3 - Componentes do sistema de detecção


3.1 - Detector de incêndio
3.2 - Acionador manual
3.3 - Avisador acústico e visual
3.4 - Central

4 - Tipos de sistemas de detecção


4.1 - Sistema convencional
4.2 - Sistema endereçável
4.3 - Sistema analógico
4.4 - Sistema algorítmico

5 - Comissionamento e entrega do sistema

6 - Treinamento de operação do sistema

7 - Manutenção do sistema

8 - Sistemas de detecção, alarme e combate a incêndios

Bibliografia

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1 - INTRODUÇÃO

Os incêndios se distinguem por diferentes características. A proteção de um


local ou de um equipamento deve ser especificada após estudo das
particularidades, visando à escolha dos componentes mais adequados.
Os sistemas de detecção e alarme são muito importantes na prevenção de
incêndios. Não atuam diretamente na extinção das chamas, mas contribuem
decisivamente para o seu controle por perceberem a combustão no estágio inicial.
A NBR 17240, outubro/2010 - Sistemas de detecção e alarme de incêndio é a
referência para projetos, instalações, comissionamento e manutenção desses sistemas.

Alguns Decretos estaduais definem a necessidade dos sistemas de detecção e alarme


em função da ocupação, altura e área da edificação.

O Decreto 63.911/2018 do estado de São Paulo é exemplificado a seguir, para o serviço


de hospedagem:

Grupo de ocupação
Grupo B: serviço de hospedagem
e uso
Divisão B1eB2

Segurança contra altura (m)


incêndio térreo H6 6 < H  12 12 < H  23 23 < H  30 > 30

Detecção de Incêndio x 4 ;5 x5 x x x

4: isentos os motéis que não possuam corredores internos de serviço;


5: detectores de incêndio devem ser instalados em todos os quartos;

Hotel e Hotéis, motéis, pensões, hospedarias, pousadas,


B1
assemelhado albergues, casas de cômodos...

Hotéis e assemelhados com cozinha nos


B2 Hotel residencial
apartamentos (apart-hotéis, hotéis residenciais)

O Código de Segurança contra Incêndio e Pânico do Estado do Rio de Janeiro,


(Decreto 42/2018), também estabelece as exigências do sistema em função da
ocupação, altura e área da edificação.
A Nota Técnica 2 – 7/2019 – Sistema de detecção e alarme de incêndio do Corpo de
Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro estabelece os parâmetros técnicos para o
dimensionamento do sistema.

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2 - SISTEMA DE DETECÇÃO ELETRÔNICA

Constituído por circuitos com detectores automáticos e acionadores


manuais, interligados a uma central que transforma os sinais recebidos em
alarme sonoro e visual.
Podem operar automaticamente dispositivos para fechar portas
corta-fogo, interromper a operação de condicionadores de ar e acionar
sistemas fixos para extinção de chamas:
chuveiros automáticos, gases e pó químico.

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3 - COMPONENTES DO SISTEMA DE DETECÇÃO

3.1 - Detector de incêndio


(NBR 17240, item 6.3)
Sensor que pode “perceber” a presença de fumaça, a elevação da temperatura ou a
presença de chama em um ambiente e transmitir um sinal de alarme para a central,
indicando o local da ocorrência.
Deve ter indicação visual própria:
Detectores pontuais: no detector ou na base. Vermelho: indicação de ALARME
Indicação de funcionamento: opcional
Identificação no detector: fabricante, tipo, faixa de atuação.

Os eletrodutos do sistema de detecção e alarme de incêndio deve atender


exclusivamente a esse sistema. Devem ser preferencialmente metálicos,
aparentes ou embutidos e operarem em 24 Vcc.
Devem ser identificados com anéis com 2 cm de largura, na cor vermelha a
cada 3 m. (NBR 17240, item 6.7)

O desenho a seguir mostra a diferença de sensibilidade dos detectores.

A seleção do tipo e do local da instalação dos detectores deve tomar como referência
à conseqüência imediata mais provável de um princípio de incêndio, o julgamento
técnico e as características do ambiente, principalmente a ventilação. (NBR 17240,
item 5.4)
As características mais representativas são:
. produção de fumaça
. tipo da fumaça (clara ou escura)
. aumento de temperatura
. presença imediata de chama
. ventilação do local protegido (trocas de ar por hora)
. tipo e altura do teto

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Detectores pontuais de fumaça

A fumaça resulta da combustão e se manifesta quando os combustíveis sólidos


alcançam temperatura próxima a 200 °C. As partículas da fumaça podem ser visíveis ou
invisíveis ao olho humano.
Os gases, vapores e partículas que resultam da combustão têm temperatura mais alta
que o ambiente e se movimentam de forma ascendente (convecção).
Esse fenômeno ocorre mesmo com pequena diferença de temperatura. Um exemplo
típico é a fumaça do cigarro.
Quando a fumaça se movimenta perde calor. Ao se aproximar do teto, se distribui
horizontalmente.
A temperatura no teto pode ser mais elevada que a temperatura da fumaça, em função
da insolação ou das luminárias, impossibilitando a ascensão da fumaça até o detector
(estratificação).
Quando a temperatura aumenta com o desenvolvimento da combustão a estratificação
não ocorre.

TETO Estratificação:
distância entre
a fumaça e o teto.

Principais causas:
. radiação solar no teto;
ou em grande área
envidraçada;
. lâmpadas acesas;
. aquecimento do ar por
operação de máquinas

Em ambientes onde a estratificação possa ocorrer, os detectores devem ser


instalados alternadamente no teto e em níveis mais baixos, conforme
(NBR 17240, item 5.4.1.10 e Figura 10)

Área de cobertura do detector pontual de fumaça: máximo: 81 m²


(NBR 17240, item 5.4.1.1 e Figuras 1 e 2)
Considerar essa área como um quadrado com lado de 9 m, inscrito em um círculo
com raio de 6,3 m.
Condições para instalação:

- ambiente desobstruído
- altura máxima: 8 m
- teto plano ou com vigas até 0,2 m em relação à laje
- ambientes com até 8 trocas de ar por hora

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O aumento do fluxo de ar causa a diluição da fumaça e reduz a área de ação dos


detectores iônicos e óticos.
Para que o tempo de sensibilização seja similar, o número de detectores deve ser
aumentado (NBR 17240, item 5.4.1.12 e Figuras 11)

Área de cobertura (m2)

n° de trocas de ar por hora

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Ambiente bem ventilado (ventilação contínua)


A velocidade de vento de 0,5 m/s resulta em mais de 100 trocas de ar por hora, o
que compromete a sensibilidade dos detectores de fumaça.
Manual de instalações elétricas em indústrias químicas, petroquímicas e de petróleo,
Item 3.15

A velocidade do ar próximo aos detectores não pode ser maior do que a


especificada pelo fabricante.

Área de cobertura em teto com vigas abaixo da laje


(sem considerar as trocas de ar)

altura da viga área de cobertura


(m) (m2)

até 0,2 81
2
> 0,2 até 0,6 /3 de 81

> 0,6 ½ de 81
(NBR 17240, itens 5.4.1.5 e 5.4.1.6)

Notas:
A redução da área de cobertura não precisa ser aplicada quando o detector for
instalado junto à laje em cada “caixa” formada pelas vigas com a área máxima
de cobertura de 81 m2.
Em tetos com vigas os detectores devem ser instalados na laje

Instalação:
- no teto: distância superior a 0,15 m das paredes ou vigas
- na parede: distância entre 0,15 e 0,30 m do teto
Distâncias para não instalar o detector em "espaço morto", pois não
existe variação de direção de 90 graus para a fumaça.
(NBR 17240, item 5.4.1.2 e Figura 3)
0,15 m

TETO

Espaço
morto
0,15 m

Aceitável
aqui
Nunca
0,30 m

aqui

Aceitável
aqui

PAREDE

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. Instalação de detectores de fumaça em tetos inclinados:


(NBR 17240, item 5.4.1.9)

Ambientes com ar condicionado, ventilação forçada ou aberturas com fluxo


de ar:
instalar os detectores de fumaça próximos aos retornos ou nos dutos de ar
(detectores específicos para dutos).
Não instalar a distância inferior a 1,5 m dos locais de insuflamento ou da
entrada de ar no ambiente. (NBR 17240, item 5.4.1.14)

Detector de fumaça iônico

Detectam todo o espectro de partículas, desde as invisíveis até fuligem.

Possuem 2 câmaras de ionização onde estão instaladas pequenas fontes radioativas,


emissora de partículas alfa (Amerício 241).
A câmara de medição é aberta permitindo a circulação do ar do ambiente.
A câmara de comparação é fechada.
O ar ionizado em ambas as câmaras, forma íons positivos e negativos, que se
movimentam em direção aos eletrodos das câmaras, resultando em corrente elétrica
muito pequena.

Na penetração de fumaça, gás ou vapor na câmara de medição, os íons se agregam às


partículas tornando-as mais pesadas, o que reduz a velocidade de deslocamento e a
corrente de ionização. A resistência elétrica da câmara de medição se eleva em relação
à câmara de comparação. Esse desequilíbrio é registrado pelo circuito eletrônico e se
ultrapassar o valor estabelecido, a central é comunicada.
Quanto maior o número de partículas de combustão que penetram na
câmara mais rápido o estado de alarme do circuito.
Ao final da vida útil ou na ocorrência de defeito, os detectores iônicos devem ser
encaminhados a Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN.
Possuem indicação luminosa de ativação (LED vermelho).

Detector de fumaça ótico (fotoelétrico)

Não detectam partículas invisíveis e podem ter dificuldade de detectar


fumaça escura.
Eficientes para fumaças claras.
A luz é emitida por um diodo luminescente. O receptor é uma célula fotoelétrica que
normalmente não recebe a luz do emissor. Ambos posicionados em uma câmara
escura.
A entrada de partículas (fumaça ou poeira) na câmara de medição resulta na dispersão
e reflexão dos raios luminosos que alcançam o receptor, resultando na alteração da
corrente elétrica. Essa alteração é amplificada e transmitida a Central que ativa o
alarme.

Os detectores óticos são menos dependentes do número de trocas de ar que


os detectores iônicos.

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receptor diodo câmara de medição

circuito de alarme

transmissor

Um circuito de detecção com detectores pontuais convencionais (não


endereçáveis) pode monitorar no máximo uma área de cobertura de 1600 m2. Isso
corresponde a uma combinação de 20 dispositivos (detectores e acionadores manuais)
(NBR 17240, item 6.6.1)

Detectores de fumaça micro processados (inteligentes)

Podem ser iônico ou ótico.

Um microprocessador analisa as informações, toma decisões e envia a central.


No circuito de detecção com detectores pontuais endereçáveis o limite de
detectores e acionadores manuais é função da especificação do fabricante
(NBR 17240, item 6.6.5)
Alguns circuitos comportam até 255 detectores.
O detector efetua a própria supervisão para verificar desvio no ajuste do alarme. Se não
puder compensar o desvio, envia um sinal a central.
Cada detector possui um código que indica o local onde está instalado.

Detector linear de fumaça


(NBR 17240, itens 5.4.4 e 6.3.4)
Um transmissor projeta um feixe luminoso infravermelho modulado para a unidade
receptora. O sinal recebido é analisado. A fumaça altera a intensidade do feixe
emitido pelo transmissor, o que caracteriza anormalidade.
O feixe de luz é projetado paralelo ao teto, próximo a saída de ar do ambiente.
Em casos específicos, como a prumada de cabos elétricos, o feixe pode ser instalado na
vertical ou na angulação necessária.
A distância entre o detector linear e o teto deve atender às especificações do
fabricante, sendo recomendado adotar 0,3 a 1 m.

A distância entre o emissor e o receptor de luz não pode exceder a 100 m.


A distância entre feixes de luz adjacentes não pode exceder a 15 m.
(NBR 17240, item 5.4.4, figura 20)

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Deve detectar obscurecimento causado por partículas da projeção do feixe de luz


durante o período e tamanho pré determinados, enviando o sinal a Central.

Se o feixe de luz no receptor for alterado, um sinal de falha deve ser enviado a
Central que compara com a referência que é a intensidade do feixe em condição
normal de funcionamento. Se essa condição permanece por um intervalo de tempo
pré estabelecido a Central libera o alarme.

O detector linear de fumaça é indicado para


ambientes com uma ou mais das seguintes
características:

. Difícil acesso para instalação e manutenção


de detectores pontuais
. Alturas elevadas
. Comprimento do local muito superior a altura
. Interferência eletromagnética ou de vibração,
desde que instalados fora da área de
interferência
(armazém, fábrica, museu, túnel)

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Detecção de fumaça por amostragem de ar (alta sensibilidade)


(NBR 17240, itens 5.4.6 e 6.3.6)
Opera de forma ativa, aspirando o ar do ambiente através de uma tubulação calculada,
fazendo-a passar por uma câmara onde está posicionado o detector. É considerado um
sistema de detecção de alta sensibilidade

Usado em condições especiais onde o tempo previsto para a detecção


através de detector pontual (5 a 7 minutos) é considerado longo, como por
exemplo, nas salas de operação das empresas de telecomunicação.

TETO

DETECTOR

3-4m
in.
7m

3m

Sistema composto por 5 componentes:

. VENTILADOR: mantém a circulação do ar;


. TUBOS DE AMOSTRAGEM: transporte do ar até a central;
. SELETOR: ignora partículas maiores que 10 micra;
. DETECTOR ÓTICO;
. SENSOR: interpreta os sinais emitidos pelo detector.

Composto por um detector e uma rede de tubos


para a amostragem do ar.
Um ventilador de alta eficiência aspira o ar
através dos dutos posicionados no teto.
Cada ponto de amostragem equivale a um
detector pontual de fumaça em relação à
posição e a distância.
O tempo máximo de transporte da amostra de
ar do ponto mais distante até a câmara de
análise (detector) é 120 segundos

Os tubos de amostragem de ar devem ser rígidos (PVC, cobre, latão ou outro material
especificado pelo fabricante)

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Na câmara de detecção a amostra é exposta a um contador seletivo de partículas
com feixe de luz de xenônio ou lazer. Deve distinguir poeira e partículas de
combustão, através de filtro ou de circuito eletrônico.

Detecta partículas que resultam do superaquecimento de isolantes elétricos


em concentração muito baixa.
Minimiza os efeitos da velocidade e da diluição do ar

O sinal é amplificado para produzir a leitura.


Os detectores podem ser programados para
transmitir alarme em qualquer nível.
Os níveis são chamados de alerta, ação e
incêndio.
O nível de fumaça é indicado no gráfico de
barras.

Sensibilidade: até 1000 vezes maior se comparada aos detectores pontuais


de fumaça.
Não é recomendada a atuação de sistemas de combate a incêndio somente pelo sinal
de um detector por amostragem de ar. Devido à alta sensibilidade, o sinal deve ser
confirmado por outro tipo de detector de fumaça ou por outro detector por
amostragem de ar. (NBR 17240, item 5.4.6.8)

Detectores pontuais de temperatura


(NBR 17240, item 5.4.2)
Usados em ambientes com materiais que no inicio da combustão produzem muito calor
e pouca fumaça. Indicados também para ambientes com vapores, gases e partículas
em suspensão, onde os detectores pontuais de fumaça podem emitir alarmes falsos.
Térmico
Entra em operação quando a temperatura atinge um valor pré-fixado.
Instalado em ambientes onde alcançar essa temperatura indica seguramente um
princípio de incêndio.
Termovelocimétrico
Entra em operação quando a temperatura atinge um valor pré-fixado ou se houver
rápido aumento de temperatura em curto intervalo de tempo sem atingir a temperatura
fixa.
Exemplo: 8 ºC em um minuto

Instalação
. Área máxima de cobertura: 36 m² (NBR 17240, item 5.4.2.1)
. Altura máxima em relação ao piso: 5 m
. Instalados no teto ou nas paredes: atender as distâncias estabelecidas para os
detectores pontuais de fumaça (ver página 8)
. distância máxima entre os detectores: 4,2 m (NBR 17240, item 5.4.2, Figura 14)

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Distâncias máximas entre os detectores pontuais de temperatura em função da


altura da viga (NBR 17240, item 5.4.2.5 e 5.4.2.6)

. altura da viga abaixo da laje


- até 0,2 m 4,2 m
- maior que 0,2 até 0,6 m 2,84 m
- maior que 0,6 m 2,1 m

Notas:
A redução da área de cobertura não precisa ser aplicada quando o detector for
instalado junto à laje em cada “caixa” formada pelas vigas com a área máxima
de cobertura de 36 m2.
Em tetos com vigas os detectores devem ser instalados na laje

A faixa de atuação do detector é função da temperatura máxima do teto:


(NBR 17240, item 5.4.2.9, tabela 1)

temperatura do teto (º C) atuação do detector (º C)

47 57 a 79
69 80 a 121
111 122 a 162
152 163 a 204
194 205 a 259
249 260 a 302

. Detector pontual de temperatura instalado em altura superior a 5 m


(NBR 17240, item 5.4.2.10, tabela 2)

Detector linear de temperatura


(NBR 17240, itens 5.4.5 e 6.3.5)
Aplicações especiais. Uso mais freqüente em bandejas de cabos e esteiras rolantes. As
características são definidas pelo fornecedor, como por exemplo: comprimento máximo,
flexibilidade, resistência mecânica, cobertura do cabo

Sensibilidade dos detectores pontuais: fumaça e térmicos

Na maioria dos incêndios a fumaça predomina no início da combustão em relação à


temperatura.
Com diferença de 4 °C em relação ao ambiente, a fumaça ainda terá o movimento
ascendente, podendo alcançar o detector de fumaça. Essa diferença de temperatura
não é suficiente para atuar o detector de temperatura.
Os detectores de fumaça são mais sensíveis que os detectores de temperatura. Essa
característica determina a diferença entre as áreas de cobertura.
Para os detectores de temperatura, é conveniente analisar a área de ação em função
do combustível presente no ambiente protegido. Pequena quantidade de combustível
ou baixo poder calorífico retarda o alarme. Nesse caso é conveniente aumentar o
número de detectores.

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Detectores de chama
(NBR 17240, item 5.4.3 e 6.3.3)

Instalados em locais ventilados onde o


movimento do ar pode dissipar a fumaça ou o
calor ou onde a primeira conseqüência da
combustão sejam as chamas.
Classificados pelo tipo de radiação:
. Ultra violeta (UV)
. Infravermelho: comprimento de onda simples
. Infravermelho: comprimento de onda múltiplo

Detector de chama instalado na área


. Combinado: ultra violeta e infravermelho (UV / IR)
de processo. Detecção por UV/IR Faixas espectrais:
Plataforma Petrobras
UV: 0,10 a 0,35 micron
Foto: General Monitors
WWW.generalmonitors.com IR: 0,76 a 4,70 micron

Sensibilidade
diminui:
. com o quadrado da distância
. com o aumento do ângulo entre a chama e o detector

O fabricante, nas características técnicas do detector de chama, informa a


área de cobertura (campo de visão) que depende do detector e das
características do combustível (emissão de radiação).
Permitem o ajuste de sensibilidade tomando como referência à faixa de radiação e o
retardo para os comandos automáticos.

A instalação deve considerar:


- “Campo visual” do detector. Ausência de obstáculos entre o detector e a área
protegida;
- Ausência de radiações capazes de causarem a sensibilização indevida do
detector (alarme falso). Essas radiações podem ocorrer em arco elétrico, solda,
corte com maçarico, luz solar, descargas atmosféricas, superfícies aquecidas.
O fornecedor deve ser consultado sobre as radiações que possam sensibilizar o
detector.
- Concentração de fumaça: pode inibir a sensibilização do detector,
principalmente se o tempo entre o início da combustão e as primeiras chamas for
prolongado.
- Proteção da lente do detector: evitar o acúmulo de partículas e não diminuir a
sensibilidade entre as manutenções. Conveniente que o detector possua
dispositivo para indicar a redução da sensibilidade.
Em áreas eletricamente classificadas (gás, vapor ou particulados que possam
formar mistura inflamável) deve ter a proteção específica, como por exemplo
possuírem invólucros a prova de explosão.

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3.2 - Acionador manual


(NBR 17240, itens 5.5 e 6.4)

Componente do sistema automático de detecção e alarme ou de


comando do sistema de extinção de incêndio.
Instalado nos locais de circulação de pessoas: acessos, hall,
corredores e saídas.
Possibilita ao ocupante da área em emergência se antecipar à
atuação dos detectores e enviar a central o sinal de alarme.

Detalhes para a instalação:


- altura: entre 0,9 e 1,35 m do piso
- ser identificado e sinalizado: cor vermelha
- Instruções de operação em português, no invólucro de proteção
- possuir dispositivo que dificulte o acionamento indevido, mas que seja
facilmente liberado quando for necessário operá-los
- possuir acionamento do tipo travante que permita a identificar o acionador
operado. A colocação na posição normal deve ser feita de forma manual.
- Se possuir dispositivo de rompimento, não deve resultar em fragmentos
cortantes
- distância máxima percorrida de qualquer ponto da área protegida: 30 m
- mínimo: 1 acionador por pavimento

3.3 - Avisador sonoro e visual


(NBR 17240, itens 5.6 e 6.5)
Instalados em quantidade que permita visualizar e ouvir a
indicação de princípio de incêndio em qualquer local do
ambiente, em condição normal de trabalho.
Instalados nos locais de circulação de pessoas: acessos, hall,
corredores e saídas.
O Avisador visual deve ser pulsante.
O som não pode ser confundido com outro sistema de alarme
instado no ambiente protegido.
Supridos por fonte de energia elétrica autônoma, em corrente
contínua (24 Vcc) que garanta os seguintes períodos mínimos de
funcionamento:

Detalhes para a instalação:

- altura: entre 2,20 e 3,50 m do piso


- ser identificado e sinalizado: cor vermelha
- 24 horas: em supervisão
- 16 minutos: em alarme com o funcionamento simultâneo de todos os
avisadores da maior área supervisionada.

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3.4 - Central
(NBR 17240, itens 5.3 e 6.1)

Processa os sinais provenientes dos


circuitos de detecção (detectores e
acionadores manuais) e converte em
indicação. Comanda ou controla outros
componentes do sistema.
Posicionada em local seguro e de fácil
acesso (sala de controle, portaria).
Monitorada constantemente por
operadores treinados.
Montada com componentes eletrônicos,
com técnica modular. Permite a revisão de
cada laço individualmente, sem afetar o
funcionamento geral do sistema.
No gabinete da Central só devem ser
instaladas baterias seladas.

Identificação:
. Nome do fabricante, endereço e telefone
. Ano de fabricação, modelo e número de série
Principais dispositivos e equipamentos

- Alarme sonoro e visual por circuito.


Operado em incêndio e defeito no circuito de detecção:
ruptura de fio, fuga de eletricidade e curto circuito. Esses eventos são sinalizados
na central como "defeito"
Chave para silenciar o circuito em alarme.
O reset do circuito deve ser manual. Na ocorrência de outro alarme a indicação
sonora deve ser ativada.
- Cores de indicação:
vermelha: alarme de incêndio
amarela: falha
verde: funcionamento normal

- Dispositivo manual para acionar dos avisadores e circuitos de comando

- Alimentação elétrica (comercial ou gerador), com retificador e baterias


Tensão nominal: 24 Vcc
Autonomia mínima das baterias:
. 24 horas de funcionamento do sistema em regime de supervisão e
15 minutos de alarme de incêndio, com operação simultânea dos avisadores
sonoros e visuais da maior área supervisionada.
. Baterias ligadas ao carregador/flutuador, posicionadas em local protegido
e ventilado, com fácil acesso

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A central deve funcionar sem as baterias, através da alimentação elétrica, prevista no


sistema (rede pública ou gerador)
- Tempo máximo para sinalização na central:
. alarme de incêndio: 30 segundos
. falha: 200 segundos

4 - TIPOS DE SISTEMAS DE DETECÇÃO


(NBR 17240, item 5.1)

4.1 - Sistema convencional

Composto por um ou mais circuitos de detecção. Cada circuito é instalado na área


protegida.
Quando um detector é sensibilizado, a central identifica a área onde o circuito está
instalado. Não identifica o detector.
Não permite ajuste do nível de alarme dos detectores através da Central.

4.2 - Sistema endereçável

Composto por um ou mais circuitos de detecção. Cada detector recebe um endereço


eletrônico.
Quando um detector é sensibilizado, a central identifica o detector e a área onde o
circuito está instalado.
Não permite ajuste do nível de alarme dos detectores através da Central.

4.3 - Sistema analógico

Sistema endereçável no qual a Central monitora constantemente os detectores


comparando-os com valores previamente definidos (fumaça ou temperatura).
Permite ajuste do nível de alarme dos detectores através da Central.

4.4 - Sistema algorítmico

Sistema analógico no qual os detectores possuem um ou mais critérios de avaliação das


medições comparando-os com valores previamente definidos (fumaça ou temperatura).
Permite ajuste do nível de alarme dos detectores através da Central.

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5 - COMISSIONAMENTO E ENTREGA DO SISTEMA


(NBR 17240, item 8)
Todos os sistemas instalados devem ser comissionados conforme o procedimento
descrito na NBR 17240, item 8.1.
O cliente deve ser convocado a acompanhar o comissionamento do sistema.
Nota:
Comissionamento: procedimento para verificar as condições de funcionamento de todo
o sistema, atendendo a Norma técnica e ao projeto executivo, para a entrega e aceitação
do sistema de detecção.
Conveniente disponibilizar esses documentos no local onde a central está instalada.

Desabilitar todos os sistemas automáticos de combate a incêndio e desligamento de


equipamentos controlados pelo sistema em ensaio.
Habilitar após terminar o ensaio.

Detector térmico e termovelocimétrico


Ensaio: gerador de ar quente que produza temperatura 10 % superior à nominal
do detector, devendo atuá-lo no máximo em 90 segundos.

Detector de fumaça
Ensaio: Injeção na câmara do detector do gás especificado pelo fabricante
(aerosol com mistura de hidrocarbonetos não polares e propano /
butano como propelente).
O sinal de alarme na Central deve ocorrer no máximo em 30 segundos.
A fumaça também pode ser produzida com a combustão de materiais
idênticos aos existentes no ambiente protegido

Detector de chama
Ensaio: Usar uma fonte emissora de UV e/ou IV dentro do cone de visão do
detector e na distância especificada pelo fabricante.
O detector deve ter o tempo de resposta máximo de 5 segundos.

Circuitos elétricos

Ensaios em pontos aleatórios em cada circuito de detecção. Devem ser sinalizados na


Central no máximo em 2 minutos).
Ensaio de circuito aberto: retirar um detector ou desconectar um dos fios de cada
componente do circuito (acionador manual, avisador).
Ensaio de curto-circuito: colocar em contato os condutores de cada circuito de
detecção.
Ensaio de fuga a terra: colocar em contato com o aterramento do sistema cada
condutor do circuito de detecção.

Circuito de detecção com detectores pontuais endereçáveis: o limite de


detectores e acionadores manuais é função da especificação do fabricante
(NBR 17240, item 6.6.5)

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Avisador e indicador

Ensaio em todos os avisadores: com a atuação de um detector ou do acionador


manual do circuito de detecção em teste. O avisador deve ser atuado em até
30 segundos.
Deve ser audível em todos os locais onde estiver instalado.
Deve ser visível na distância frontal mínima de 15 metros com a incidência da
luz natural ou artificial.

Central

Ensaio: verificar o funcionamento de cada uma das funções e dos circuitos a ela
interligados.
Verificar a identificação: de cada módulo, borne, circuito e fusível.
Verificar a proteção de toque acidental: pontos alimentados com 110 ou 220 Vca
Verificar sinalização padrão:
vermelha: alarme de incêndio
amarela: falha
verde: funcionamento normal
Verificar tecla para inibir alarme sonoro: som de alarme diferente do som de
falha.
Verificar eliminação de alarme: com a correção do elemento em alarme e reset
da Central.
Verificar sinalizações de falha:
. alimentação primária
. ligação da bateria
. fuga para a terra

Informação para operar a Central: no interior da Central ou próximo a ela na


ocorrência de alarme ou falha (em português)

Informação do fabricante e fornecedor: NBR 17240, item 6.1.1-K

Energizar o circuito de maior consuma de corrente: em 10 minutos, com a bateria


desconectada, não deve haver falha.
Tensão de saída: mínima 24Vcc e máxima 32 Vcc.

Entrega e aceitação do sistema

O instalador deve emitir o Certificado de entrega e o termo de garantia.


Esse documento deve ser assinado pelo instalador e pelo cliente.
“ Projetista e instalador garantem que o sistema de detecção e alarme de
incêndio cumpre todos os requisitos estabelecidos na NBR 17240: 2010.
Os detectores são adequados a área supervisionada. Os ensaios práticos dos
alarmes, antes da entrega final mostram que os detectores estão instalados
corretamente no ambiente.
O sistema está completo e pronto para a entrega ao usuário sem restrição ao
funcionamento”.

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Proteção Contra Incêndio - Detecção e alarme 22

O instalador deve ser fornecer ao cliente todas as plantas, diagramas, cálculos,


resultados dos testes e manual de operação.

MANUAL DE OPERAÇÃO
Deve contemplar:
- relação e descrição de todos os componentes;
- seqüência para identificar defeitos e respectivas correções;
- operação do sistema sem instrução pessoal do fabricante ou instalador

Livro de controle
Conveniente disponibilizar na entrega do sistema e ser mantido na Central.
Anotar:
defeito, alarme falso, reparo. Ensaios, substituição de componentes.
Data, causa, correção, nome e assinatura de quem identificou e de quem fez a
correção.

6 - TREINAMENTO DE OPERAÇÃO DO SISTEMA


(NBR 17240, item 9)
Deve incluir:
. Identificação dos componentes do sistema;
. Sinalização visual e sonora;
. Teclas de comando e controle;
. Principais funções do sistema;
. Procedimento em caso de alarme e falha;
. Procedimento para desativar / ativar partes do sistema.

7 - MANUTENÇÃO DO SISTEMA
(NBR 17240, item 10)
A manutenção preventiva e corretiva deve ser feita por técnicos habilitados.
Relatório após cada manutenção: o executante deve citar as condições de
funcionamento do sistema. Colocar data, hora, período de garantia dos serviços
executados e assinar o relatório.
O responsável pela manutenção deve treinar as pessoas que operam o sistema.

Roteiro mínimo de manutenção preventiva


(NBR 17240, item 10,5)
- Medir a corrente em cada circuito de detecção e alarme e comandos e comparar
com os valores obtidos na manutenção anterior;
- Verificar a supervisão em cada circuito de detecção e alarme e comandos;
- Verificar o estado geral dos componentes da Central e condições de operação;
- Verificar o estado geral e a carga da bateria;
- Medir a tensão da fonte primária.

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Manutenção trimestral

Roteiro mínimo de manutenção preventiva, acrescido dos itens seguintes:


- Ensaio funcional dos detectores: conforme procedimento fornecido pelo
fabricante. No mínimo em 25 % dos detectores ensaiados em cada trimestre e
100 % ensaiado em 12 meses;
- Ensaio funcional dos acionadores manuais e avisadores;
- Ensaio funcional de todos os comandos, incluindo os comandos do sistema
automático de combate a incêndio;
- Verificar danos em eletrodutos e fiação;
- Verificar alterações nas áreas protegidas: dimensões, ocupação,
equipamentos, ventilação....

8 - SISTEMAS DE DETECÇÃO, ALARME E COMBATE A INCÊNDIOS


(NBR 17240, item 5.7)
Em muitos ambientes encontra-se instalado o sistema de detecção e alarme conjugado
com o sistema de combate a incêndio através da liberação de água, pó químico ou gás
(halogenado ou inerte), como pode ser observado no desenho seguinte.

1 - DETECTOR ATIVADO envia um sinal a central

2 - CENTRAL comanda a operação dos avisadores (acústicos e visuais),


a interrupção da operação do condicionamento de ar, o
fechamento das portas corta-fogo e “dampers”e a
liberação do gás de supressão

3 - CILINDROS DE GÁS interligados as tubulações e difusores

4 - DIFUSORES direcionam o gás de supressão para a extinção das


chamas

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Principais requisitos:
. Circuitos de comando para descarga do agente extintor: supervisionados pela
Central (rompimento de fios, fuga de eletricidade...).
. Central: deve acionar os avisadores sonoros e visuais por tempo suficiente para a
saída das pessoas do local. Esse tempo deve considerar o deslocamento de uma
pessoa em velocidade inferior a 40 m / minuto partindo do local mais desfavorável.
. Sistema de detecção do tipo laço cruzado: no mínimo 2 detectores devem ser
ativados e atuar os avisadores de abandono e o temporizador para liberar o agente
extintor.
O sistema de detecção com laço simples só pode ser usado para comandar
sistema de extinção onde a descarga do agente extintor não apresente risco às
pessoas.
. Alarme: deve possuir sons diferentes para o primeiro detector ativado e para o
segundo detector ativado (confirma a necessidade de liberar o agente extintor).
. Acionadores manuais para liberar o agente extintor: devem ser identificados
para não serem confundidos com os acionadores com função somente de alarme.
. Chave de bloqueio: impossibilita liberar o agente extintor se houver pessoas no
local protegido. Todos os bloqueios devem ser sinalizados na Central.

Áreas habitadas: sequência da operação


. Pré alarme na ativação do primeiro detector: permite verificar a origem do
Alarme.
. Alarme de abandono: ativação do segundo detector. Som diferente do
pré alarme.
. Abertura da válvula direcional: referente ao local onde os detectores foram
ativados.
. Inicio da temporização: para liberar o agente extintor para o local protegido.
. Término da temporização: a Central envia o sinal elétrico para a válvula de
liberação do agente extintor.

Outras operações comandadas pelo sistema de detecção e alarme:

. Desbloqueio: saídas de emergências (roletas...) e portas corta-fogo


. Desligamento: energia elétrica, sistema de ventilação e condicionamento de ar
. Fechamento: portas corta-fogo e “dampers” de insuflamento e retorno de ar

As passagens de cabos e tubulações devem possuir vedações permanentes que


impeçam a passagem de fumaça e calor.

As válvulas direcionais e as válvulas dos cilindros devem ter dispositivos manuais de


abertura.

Tanques, cilindros e tubulações do sistema de extinção devem ser pintados em


vermelho.

Após a extinção das chamas, o local deve ser bem ventilado antes da entrada de
pessoas.
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BIBLIOGRAFIA

. ABNT NBR 17240/2010 . Sistemas de detecção e alarme de incêndio:


Projeto, instalação, comissionamento e
manutenção de sistemas de detecção e
alarme de incêndio - Requisitos

. Dácio de Miranda Jordão . Manual de instalações elétricas em


indústrias químicas, petroquímicas e de
petróleo, Item 3.15

. Polícia Militar do Estado de . Instrução Técnica 19/19


São Paulo Sistemas de detecção e alarme de incêndio
Decreto 63911/2018
Corpo de Bombeiros Militar do Estado Nota Técnica 2-7/2019
do Rio de Janeiro
Sistemas de detecção e alarme de incêndio
Decreto 42/2018

. NFC - National Fire Code . NFPA 72 - National fire alarme code

. Kidde Brasil . Catálogos e informações técnicas


www.kidde.com.br

. Siemens . Catálogos e informações técnicas


www.siemens.com

. Bosch . Catálogos e informações técnicas


www.securitybosch.com.br

. Ezalpha . Catálogos e informações técnicas


www.ezalphamv.com.br

. Betta
www.betta.com.br

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