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PROJETO DE SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO POR CHUVEIROS

AUTOMÁTICOS (SPRINKLER):

CINCO PROBLEMAS RECORRENTES COM IMPACTOS IMPREVISÍVEIS

Braulio das Mercês Gonçalves Viana


(Autor)

João Carlos Wollentarski Júnior


(Revisor Técnico)

Felipe Decourt
(Gestor do Projeto)

Rio de Janeiro - 2019


Índice
1 - INTRODUÇÃO ....................................................................................................................4

2 - PROBLEMAS MAIS RECORRENTES IDENTIFICADOS NOS PROJETOS .........5

2.1 PROBLEMA 1 - APLICAÇÃO INCORRETA DE NORMAS DE PROJETO/INSTALAÇÃO


2.2 PROBLEMA 2 - CLASSIFICAÇÃO INCORRETA DE RISCOS
2.3 PROBLEMA 3 - SELEÇÃO INCORRETA DOS MODELOS DE SPRINKLERS
2.4 PROBLEMA 4 - DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO INCONSISTENTE
2.5 PROBLEMA 5 - ESPECIFICAÇÃO INCOMPLETA DE PRODUTOS E CERTIFICAÇÕES

3 - CONCLUSÃO .......................................................................................................................27

4 - REFERÊNCIAS .....................................................................................................................28

SOBRE A IPÊ CONSULTORIA ...............................................................................................29

SOBRE A SKOP INDÚSTRIA ................................................................................................30

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CINCO PROBLEMAS RECORRENTES COM IMPACTOS IMPREVISÍVEIS introduÇÃO

1. INTRODUÇÃO
A boa prática da Engenharia de prevenção contra incêndios resulta, manutenção e, consequentemente, na eficácia do sistema. O
como objetivo último, na possibilidade de salvar vidas. Há algo mais material, ora apresentado, não esgota o assunto, porém oferece
nobre? Convenhamos que salvar vidas e proteger patrimônios não ao leitor rotas seguras para a solução desses principais problemas.
é algo muito fácil. Certo? Nosso objetivo é elucidar QUAL é o PROBLEMA e APONTAR de
que forma, e quais fontes, o leitor deverá pesquisar para chegar à
Vivemos em tempos onde a técnica é cada vez mais invocada como SOLUÇÃO mais indicada, dirimindo as dúvidas técnicas, evitando
o meio de solução dos mais variados problemas, porém o que se a recorrência e fugindo definitivamente do “eu acho”.
vê ainda em muitos casos é a prática do famoso “eu acho”, que
não passa de um mero palpite e se opõe diretamente à aplicação Se tomarmos como base, por exemplo, as 1285 páginas do handbook
apurada da boa técnica da engenharia. Justamente, para fugir do da NFPA13:2019, perceberemos que há um vasto material de
“eu acho”, especialmente nos assuntos relacionados ao projeto do consulta; isto sem falar da NBR10897:2014, IT23:2018, IT24:2018,
Sistema de Proteção Contra Incêndio por Chuveiros Automáticos etc. Trabalhos como este, são como que pequenas ilhas neste mar
(Sprinklers), é que estamos disponibilizando este conteúdo que de informações. Iniciaremos nossa jornada pelos cinco problemas
se originou da consulta aos profissionais projetistas, ao longo mais recorrentes em projetos e o convidamos a “navegar” conosco.
do segundo semestre de 2018, que nos ajudaram a identificar Vamos aos estudos?!
os cinco problemas mais recorrentes nos projetos de sistemas
de sprinklers e que geram impactos imprevisíveis na operação,

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CINCO PROBLEMAS RECORRENTES COM IMPACTOS IMPREVISÍVEIS PROBLEMAS MAIS RECORRENTES IDENTIFICADOS NOS PROJETOS

2.0 PROBLEMAS MAIS RECORRENTES


IDENTIFICADOS NOS PROJETOS

2.1. PROBLEMA 1 - APLICAÇÃO INCORRETA


DE NORMAS DE PROJETO/INSTALAÇÃO

Não existe um documento que possa ser considerado como


única diretriz quando o assunto é o sprinkler e seus sistemas.
Alguns documentos darão diretrizes mais gerais sobre aspectos
administrativos e legais; outros, objetivarão as especificações
técnicas dos projetos, equipamentos e instalação. Estamos
“imersos” em milhares de páginas de Normas, Leis, Portarias,
Resoluções, Instruções Técnicas, etc. Sendo assim, o projetista
deve conhecer bem a função e aplicabilidade de cada um destes
documentos, especialmente os de cunho técnico, pois compõem
o hall de fontes de consulta. De forma resumida temos a seguinte
organização: Normas Técnicas Internacionais, Normas Técnicas
Brasileiras, Instruções Técnicas dos Corpos de Bombeiros, Leis
Municipais, Estaduais e Federais. Segue uma breve explanação
sobre cada uma delas:

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a) NORMA TÉCNICA INTERNACIONAL

• NFPA13:2019 – “Standard for the Installation of Sprinkler Entre outros importantes requisitos, a NFPA13:2019 orienta:
Systems” (Norma que define critérios amplos para instalação
Tipos de sistema e requisitos (cap. 8);
e critérios básicos de projeto para ocupações convencionais
Requisitos para alocação de sprinklers (cap. 9);
incluindo depósitos). Requisitos de instalação para sprinklers de cobertura estendida
para cima, pendentes e laterais (cap. 11);
Norma estadunidense, de referência internacional, que possui o Requisitos de instalação para sprinklers de supressão antecipada

objetivo de “fornecer um grau razoável de proteção, para a vida e resposta rápida – ESFR (cap. 14);
Requisitos gerais para estocagem (cap. 20);
e a propriedade, contra incêndios através da padronização dos
Proteção de armazenagem com pilhas altas utilizando sprinkler
requisitos de projeto, instalação e teste para sistemas de incêndio” Modo de Controle Densidade/Área – CMDA (cap. 21);
(NFPA13, 1.2.1). Requisitos para aplicação de ESFR em estocagem (cap. 23);
Proteção do armazenamento em prateleiras usando sprinklers
intraprateleira – in-rack (cap. 25);
Plantas e cálculos (cap. 27).

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b) NORMAS TÉCNICAS BRASILEIRAS

• ABNT NBR10897:2014 – Sistemas de Proteção contra incêndio • ABNT NBR13792:1997 – Proteção contra incêndio, por sistema
por chuveiros automáticos – Requisitos. Esta é a Norma Brasileira de chuveiros automáticos, para áreas de armazenamento em geral
para instalação de chuveiros automáticos e para projeto de - Procedimento (Norma que define critérios de projeto de áreas de
ocupação normais exceto depósitos. armazenagem onde não existem porta paletes - racks)

“Esta Norma estabelece os requisitos mínimos para projeto e a Esta Norma Técnica “fixa as condições mínimas exigíveis para
instalação de sistemas de proteção contra incêndio por chuveiros projeto, cálculo, instalação e manutenção de sistemas de
automáticos, incluindo as características de suprimento de água chuveiros automáticos para proteção contra incêndio de áreas
(Ex.: Cap. 6), seleção de chuveiros automáticos (Ex.: seção 5.2), de armazenamento em geral (ABNT NBR13792:1997. p.2). Possui
conexões (Ex.: seção 5.5), tubos (Ex.: seções 5.3 e 5.4), válvulas a NFPA13:1994 como referência normativa, porém como já
(Ex.: seção 5.6) e todos os materiais e acessórios envolvidos em decorreram 22 anos desde o seu lançamento, ficou desatualizada
instalações prediais. Esta Norma não tem a intenção de restringir o frente a outros documentos normativos, tais como algumas
desenvolvimento ou a utilização de novas tecnologias ou medidas instruções e códigos de Corpos de Bombeiros (Ex.: IT-24 do
alternativas, desde que estas não diminuam o nível de segurança” CBMESP) e especialmente frente à NFPA13:2019. Esta Norma
(ABNT NBR10897:2014.p.1). A Norma trata ainda da classificação encontra-se em processo de revisão técnica.
de risco (Ex.: Cap. 4 e Tabela A.1), métodos de cálculo (Ex.: Cap. 8)
e outros assuntos pertinentes;

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c) INSTRUÇÕES TÉCNICAS DOS CORPOS DE BOMBEIROS • CBMESP-IT-24 – Instruções Técnicas dos Corpos de Bombeiros
do Estado de São Paulo que estabelece “parâmetros técnicos
• CBMESP-IT-23 – Instruções Técnicas dos Corpos de Bombeiros para implementação do sistema de chuveiros automáticos para
do Estado de São Paulo que adequa “o texto da norma NBR 10.897 áreas de depósito” (IT24, requisito 1). O documento indica que
[...], para aplicação na análise e vistoria de projetos/processos “foi elaborada tendo como base a NFPA 13” e que “para sua
submetidos ao Corpo de Bombeiros. “Aplica-se a todas as compreensão é necessário consultar a NFPA 13” (IT24, requisito
edificações onde é exigida a instalação de chuveiros automáticos” 2); Entre outros importantes requisitos, a IT-24 também orienta
e “adotam-se a NBR 10.897 [...], com as adequações constantes no requisitos relacionados à:
item 5 desta IT” (CBMESP-IT23, requisitos 1, 2.1 e 2.2). Esta IT
orienta vários procedimentos, entre eles: critério de proteção em função da altura do edifício (5.1.2);
proteção de paletes vazios (5.1.9);
que as Normas Brasileiras devem ser adotadas, sendo aceita chuveiros internos de estruturas porta-paletes (5.1.12);
a NFPA13:2019 nos casos não contemplados nas Normas armazenagem (5.1.13);
Nacionais (item 5.1); método de controle de incêndio para a proteção de mercadorias
procedimentos relativos à apresentação do projeto técnico armazenadas em paletes, pilhas sólidas, caixas tipo bin-box ou
(item 5.2); em prateleiras (5.2);
diretivas sobre cálculo hidráulico e por tabela (item 5.8); proteção de mercadorias em estruturas porta-paletes (5.3);
passos básicos para cálculos hidráulicos de chuveiros
automáticos (anexo A), sendo o primeiro dos passos, a correta
identificação da ocupação ou do risco a ser protegido;

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d) NORMA TÉCNICA BRASILEIRA DE PRODUTO - SPRINKLER (curiosidade)

ABNT NBR16400 – Não possui relação com projetos de sistemas, mas estabelece os requisitos
mínimos para construção e ensaios laboratoriais para os chuveiros automáticos. Norma utilizada pela
ABNT Certificadora e ULbr como referência nos processos de certificação de sprinklers. Citada aqui
apenas à título de curiosidade e esclarecimento;

Na questão legal, existem ainda os decretos dos governos estaduais, como o assinado recentemente
em São Paulo, o decreto nº 63.911, de 11/12/2018, que institui o Regulamento de Segurança Contra
Incêndios das edificações e áreas de risco no Estado de São Paulo, nos termos da Lei Complementar nº
1.257, de 6 de janeiro de 2015. Citamos também a recente Portaria Nº 108, de 12 de julho de 2019 que
institui o Modelo Nacional de Regulamento de Segurança Contra Incêndio e Emergências, elaborado
pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, órgão ligado ao Ministério da Justiça e Segurança
Pública.

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No fluxograma abaixo é possível verificar, resumidamente, a forma


como as Leis e Normas se relacionam.

NORMAS TÉC. DE
LEIS FEDERAIS LEI ESTADUAL INSTRUÇÕES TÉCNICAS NORMA TÉCNICA DE PRODUTO
PROJ. E INSTALAÇÃO

LEI 13.425 SÃO PAULO - DECRETO CBPMESP - IT-23 ABNT NBR 10897:2014 AINDA CITA A NBR6125
Nº63.911 de 10/12/18 e 6135, PORÉM AS
MESMAS JÁ FORAM
SUBSTITUIDAS PELA
NR-23
ABNT NBR 16400:2018

CODECOM CBMESP - IT-24 ABNT NBR 13792:1997

REFERÊNCIA TÉCNICA
INTERNACIONAL

NFPA 13

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A título de complemento, sugerimos Leis determinam: apenas sprinklers conforme a Norma


a leitura do seguinte artigo: ABNT NBR 16400:2018 podem ser aplicados em São Paulo

As Normas Técnicas desenvolvem-se e tornam-se mais abrangentes através dos estudos de casos de
falha do que fora preconizado anteriormente ou do surgimento de situações e aplicações novas. As
Normas trazem em si o histórico do conhecimento acumulado ao longo das décadas.

Uma vez que seja entendida a função de cada um dos documentos citados, o projetista terá material
suficiente para desenvolver seu trabalho e dirimir as dúvidas que surgirem ao longo da elaboração
do projeto. Segundo a pesquisa realizada com os projetistas, uma das dificuldades mais recorrentes é
a classificação correta da ocupação e do risco a ser protegido, assunto que abordaremos no capítulo
seguinte.

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2.2. PROBLEMA 2 - CLASSIFICAÇÃO INCORRETA DE RISCOS

Segundo João Carlos W. Jr.: “equívocos na classificação de risco geram problemas incalculáveis. É preciso estudar profundamente o
assunto”; o autor ainda cita: “Quantas vezes nos deparamos com shopping centers projetados como se fossem de risco leve? Existe por aí,
também, uma enorme quantidade de galpões de armazenagem projetados como se fossem de risco extraordinário” (2015, p.13). A correta
classificação de risco de incêndio do ambiente protegido é o pontapé inicial para o correto dimensionamento dos componentes do sistema:
sprinklers, tubulação, bombas, etc.

O ponto de partida para a correta classificação de risco de uma ocupação será a consulta ao anexo A da Norma ABNT NBR10897:2014 e
a NFPA 13:2019 para classificações de estocagem (Cap. 20). Seguem abaixo, os critérios de classificação de estocagem segundo a NFPA.

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Na Norma Brasileira, a tabela A.1 apresenta as ocupações mais NOTA: Download gratuito
https://www.sprinklerbrasil.org.br/biblioteca/
comuns, tais como: clubes, escolas, edifícios de administração dos itens 1 e 2:

pública, alguns tipos de fábricas, entre outros. A tabela A.2, da


mesma Norma, destina-se aos casos de ocupações especiais, ou 1. SPRINKLERS: conceitos básicos e dicas excelentes para profissionais – Um estudo
seja, locais onde se fabrica, armazena e/ou manipula: líquidos prático sobre a NFPA13 – AUTOR: João Carlos Wollentarski Júnior – DESTAQUE:
combustíveis e inflamáveis (NFPA30), aerossóis (NFPA30B), Classificação de ocupações (página 20);

produtos químicos (NFPA45), ou ainda locais com utilização


2. INSTALAÇÃO E DIMENSIONAMENTO DE SPRINKLERS: um roteiro para a análise
específica, como: salas de computadores (NFPA75), hangares
de projetos – AUTORAS: Mariele Ribeiro Guimarães, Raquel Aline Andrade Rizzatte,
em geral (NFPA409), terminais de aeroportos (NFPA415), etc. Thaís Cássia de Oliveira Sousa, Thaisa Soares Leão.
Em geral, para cada ocupação especial existe uma Norma NFPA DESTAQUE: Capítulo 6 - Classificação do risco da edificação (Pág. 41)
específica, dada a ausência destes critérios na Norma Brasileira.
Cabe lembrar a importância de se utilizar sempre a versão mais 3. ABNT NBR10897:2014 – Todos os requisitos. DESTAQUE: Requisito 4
(Classificação de riscos) e o Anexo A (Exemplo de ocupações e Normas)
atual das referidas Normas.
Com a correta classificação de risco da área protegida, todas as demais etapas de
definição e dimensionamento do sistema terão mais condições de serem executados
Segundo a Norma ABNT NBR10897:2014: “A classificação deste corretamente, entre eles a seleção do sprinkler a ser utilizado.
anexo inclui ocupações que têm uso e condições similares às
indicadas na tabela”, ou seja, nem todos os ambientes estarão ali Com a correta classificação de risco da área protegida, todas as
descritos, porém, por similaridade, será possível classificar outros demais etapas de definição e dimensionamento do sistema terão
tipos de ocupação. mais condições de serem executados corretamente, entre eles a
seleção do sprinkler a ser utilizado.
Ainda sobre a correta classificação de riscos de incêndio, sugerimos,
minimamente, a consulta às seguintes literaturas, como forma de
reforço de conteúdo:

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2.3. PROBLEMA 3 - SELEÇÃO INCORRETA DOS


MODELOS DE SPRINKLERS

É mais comum do que se possa imaginar que alguns profissionais do mercado de incêndio entendam,
equivocadamente, que apenas uma das muitas características do sprinkler é a que vai definir o modelo a ser
aplicado em seu projeto; pensam que definindo a temperatura ou o fator K, por exemplo, fecharão a questão.
Mas não é assim! O especialista em projeto de sistemas de combate a incêndio por sprinkler precisará definir
ao menos nove características técnicas, conforme quadro abaixo.

RESUMO DE CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DE SPRINKLERS

ITEM ESPECIFICAÇÕES VARIAÇÕES


COEFICIENTE DE DESCARGA (FATOR K) - 40 (2.8) 80 (5.6) 161 (11.2) 242 (16.8) 323 (22.4) 403 (28.0)
1
L/min/bar1/2 (gpm/psi1/2) 61 (4.2) 115 (8.0) 202 (14.0) 282 (19.6)3 63 (25.2) 500 (34,0)
2 DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA (COBERTURA) Cobertura padrão Cobertura estendida
Em pé
3 ORIENTAÇÃO DE INSTALAÇÃO PendenteL ateral Oculto Flush
(upright)
CLASSIFICAÇÃO DE TEMPERATURA E Ordinária (57-77) Alta (121-149) Ultra-extra-alta (204-246)
4
TEMPERATURA NOMINAL - (°C) Intermediária (79-107) Extra-alta (163-191) Ultra-alta (260-302)
5 VELOCIDADE DE OPERAÇÃO Resposta RápidaR esposta padrão
6 CONDIÇÃO ESPECIAL DE USO Resist. à corrosão Seco (Dry)
CARACTERÍSTICA DE DESEMPENHO E CMDA (Modo de Controle CCAE (Controle para ESFR (Resposta e supressão
7
PROJETO Densidade/Área) antecipada
8 CERTIFICAÇÃO ABNT UL FM
Cores
9 ACABAMENTO Natural (bronze/Latão) Cromado Acabamentos Especiais
(variadas)

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Para definir corretamente o modelo de sprinkler a ser aplicado em A definição da sensibilidade térmica é outro fator que requer
um determinado ambiente existe uma sequência a ser seguida. cuidado; resumidamente, destacamos que, em geral, os sprinklers
Conforme abordado no capítulo anterior deste e-book, o ponta de resposta rápida são destinados a ambientes classificados como
pé inicial para a definição do modelo de sprinkler é a correta risco leve (ver item 7.5 da ABNT NBR10897:2014) e os de resposta
classificação de risco do ambiente. Uma vez que este passo seja padrão são destinados ao risco extraordinário, porém há exceção.
dado, será possível definir a densidade de água necessária para Maiores detalhes deverão ser pesquisados nos demais itens das
a proteção do ambiente. Outra especificação importante nesse Normas de projeto e instalação: ABNT NBR10897:2014 (8.5.2.2 /
processo é a determinação da temperatura nominal do sprinkler. 8.5.5.3.4 / C.5.1.2) e NFPA13:2019 (9.4.3).
Segundo João Carlos W. Jr., este quesito “tem sido alvo de muitas
dúvidas de projetistas e construtores, mas é uma das questões mais
simples de serem resolvidas” (2015, p. 127). Para isso, o projetista
terá muitas orientações, entre elas, as disponíveis na tabela 2
da ABNT NBR10897:2014, para definir a faixa de temperatura
adequada e, caso tenha dificuldade em determinar a temperatura
no teto, poderá consultar a seção 9.4.2 da NFPA13:2019 e demais
requisitos relacionados ao assunto.

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Não é raro encontrar projetos equivocados, que, por exemplo, • A Norma ABNT NBR10897:2014 (Requisitos do 7.1 ao 7.8);
definiram sprinklers de resposta padrão para sistemas novos, cujo • O livro de João Carlos Wollentarski Jr., Sprinklers: Conceitos
ambiente foi classificado como risco leve ou, ainda, sprinkler com básicos...; e
faixa de temperatura ordinária (57-77°C), destinado à temperatura • O livro de autoras diversas: Instalação e dimensionamento
máxima de 38°C no teto, instalados próximos à claraboias onde de sprinklers..., consultando especialmente os fluxogramas
a temperatura máxima, dependendo da região e estação do ano, apresentados a partir da página 92.
pode ser muito superior aos 38°C. Se erros como esses ocorrem em
projetos prediais, o que poderia ocorrer em projetos de proteção Percebemos que a definição do sprinkler adequado ao projeto
de indústrias e armazéns logísticos, caso o projetista faça apenas não é uma tarefa fácil, porém ainda é uma das primeiras etapas
análises superficiais? do projeto do sistema de sprinklers. Na sequência dos trabalhos, o
projetista terá a necessidade do dimensionamento do sistema de
Como o assunto é muito extenso, ressaltamos que outras forma mais abrangente. Veremos sobre isso a seguir.
importantes características precisarão ser definidas e é por
isso que recomendamos a leitura das bibliografias citadas neste
trabalho, entre elas, destacamos:

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2.4. PROBLEMA 4 - DIMENSIONAMENTO


HIDRÁULICO INCONSISTENTE

Certamente, uma das maiores preocupações do projetista, Buscando o fortalecimento desta “base conceitual”, é importante
especialmente do mais novo, é saber qual o melhor software de entender que o sistema será elaborado com base em critérios
cálculo hidráulico. É possível que você tenha vindo direto neste variados, porém, para fins de objetividade, avaliaremos dois
capítulo, justamente buscando esta resposta! Porém, veja o que diz dos principais critérios, são eles: pressão e vazão, aplicados aos
um dos mais experientes projetistas do Brasil, João Carlos W. Jr.: sprinklers pertencentes à área de cálculo.

“A primeira coisa que todo profissional que começa a trabalhar deseja saber é como os Conforme esclarecem as autoras do livro “Instalação e
cálculos são feitos. Com alguns anos de experiência no assunto, posso afirmar que não se
Dimensionamento de Sprinklers: Um roteiro para a análise
trata de um grande motivo de preocupação, pois realizar os cálculos é o mais fácil. O mais
de projetos”, existem três métodos de dimensionamento de
difícil é entender o que está previsto nos capítulos referentes à NFPA 13. Longe de mim
menosprezar os demais itens da norma, mas penso que, se o profissional não tiver uma boa tubulações: “Tabela, densidade/área, pressão mínima no bico.”
base conceitual, dificilmente vai realizar um bom trabalho.” (2015. p. 14) (2017, p.75).

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MÉTODO POR TABELA: MÉTODO HIDRÁULICO DENSIDADE/ÁREA:

Nesse método os diâmetros nominais das tubulações são Consiste na determinação dos diâmetros nominais da tubulação
estabelecidos com base em tabelas definidas em normas, em função por meio de cálculo de perda de carga [...] de modo a garantir
de cada classe de risco de ocupação e do material da tubulação. uma densidade preestabelecida e distribuída, com certa
Para sistemas novos, o dimensionamento com tabelas só pode ser uniformidade, sobre uma área de aplicação de chuveiros operando
utilizado se a área do sistema for inferior a 465 m². Entretanto, as simultaneamente e de maneira a atender às características de
tabelas de dimensionamento podem ser utilizadas para ampliações pressão e de vazão. Para o dimensionamento por cálculo hidráulico
e modificações de sistemas existentes que foram originalmente densidade/área são necessárias as seguintes informações:
calculados por esse método.
• Área de operação, em m².
• Densidade, em mm/min.
• Área máxima coberta por chuveiros, em m².
• Demanda adicional para hidrantes.
• Dados sobre os abastecimentos de água.

Neste método, a vazão mínima requerida em um sprinkler é


determinada para o chuveiro mais desfavorável multiplicando-
se o valor da densidade pela área de cobertura do chuveiro.
Conhecendo-se o valor da vazão calcula-se o valor da pressão
neste mesmo chuveiro por meio da Equação P = (Q/K)²; onde: P
[bar], Q [L/min] e K [L/min/bar1/2].

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DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO POR


PRESSÃO MÍNIMA NO SPRINKLER:

Consiste na determinação dos diâmetros nominais da tubulação por meio de cálculo de perda de carga
de modo a garantir uma pressão mínima preestabelecida nas tabelas específicas da NFPA-13. A partir
desta pressão será encontrada uma vazão mínima no bico de sprinkler. Para o dimensionamento por
cálculo hidráulico são necessárias as seguintes informações:

• Quantidade de bicos em operação;


• Fator K;
• Pressão mínima no bico;
• Vazão mínima no bico.

Todos os itens citados acima, exceto a vazão no bico, são encontrados nas tabelas específicas de cada
classificação de risco. Apenas a vazão mínima deve ser calculada. A fórmula para cálculo é Q = K. √P;
onde: P [bar], Q [L/min] e K [L/min/bar1/2]. Obtendo os valores de vazão e pressão mínima é possível
realizar o cálculo da perda de carga através da fórmula de Hazen Williams.

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Dando sequência à exposição, vale citar que o Anexo


Passo 1: Identificar a ocupação ou o risco a ser protegido;
A da Instrução Técnica nº23 (IT-23) do Corpo de
Passo 2: Determinar o tamanho da área de aplicação dos chuveiros automáticos;
Bombeiros de São Paulo indica que “a técnica de Passo 3: Determinar a densidade de projeto exigida;
projeto hidráulico pode ser resumida em 15 passos Passo 4: Estabelecer o número de chuveiros contidos na área de cálculo;
básicos. Estes passos podem ser usados como um guia Passo 5: Determinar o formato da área de cálculo;
para o projeto do sistema ou como um “checklist” para Passo 6: Calcular a vazão mínima exigida para o primeiro chuveiro;
Passo 7: Calcular a pressão mínima exigida para o primeiro chuveiro;
a análise do projeto. ” São eles:
Passo 8: Calcular a perda de carga entre o primeiro e o segundo chuveiro;
Passo 9: Calcular a vazão do segundo chuveiro;
Passo 10: Repetir os Passos 8 e 9 para os chuveiros seguintes até que todos os
chuveiros do ramal estejam calculados;
Passo 11: Se a área de cálculo se estender até o outro lado da subgeral, os Passos 6 até
9 são repetidos para o lado oposto. Os ramais que cruzam deverão ser balanceados
com a mais alta pressão de demanda;
Passo 12: Calcular o fator K para a primeira subida, com fatores adicionais calculados
para as linhas desiguais;
Passo 13: Repetir os Passos 8 e 9 para as subidas (ao invés de chuveiros) até que todas
as subidas da área de cálculo tenham sido calculadas;
Passo 14: Computar a perda de carga no ponto de abastecimento com as
compensações devido a desníveis geométricos, válvulas e acessórios e diferença de
materiais da tubulação enterrada;
Passo 15: Comparar a vazão calculada com o suprimento de água disponível.

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No caso dos sistemas molhados, a limitação de tamanho “A área máxima prevista para a alimentação de apenas uma coluna,
do sistema também se dá em função da área máxima de ou a área máxima para a alimentação de apenas uma coluna em
cobertura. Segundo João Carlos W. Jr.: cada andar de um edifício de múltiplos andares, pode ser resumida
como segue:

1) Risco leve – 4.800 m²;


2) Risco ordinário – 4.800 m²;
3) Risco extraordinário hidraulicamente calculado – 3.700 m²;
Risco extraordinário feito por tabelas – 2.300 m²;
4) Estocagem/Armazenagem alta – 3.700 m².

As áreas ocupadas por mezaninos não precisam ser computadas.


Quando um sistema alimenta riscos extraordinários ou de
estocagem, junto com riscos leves e/ou ordinários, pode-se ter até
4.800m2 de área no sistema, desde que a área máxima relativa
aos riscos de estocagem ou extraordinário não seja maior que
3700m².” (2015. p. 115)

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É possível verificar na Norma Brasileira de Projeto, a ABNT Como o assunto é muito extenso, recomendamos a leitura das
NBR10897:2014, outros requisitos de instalação fundamentais bibliografias aqui citadas como referência, entre elas:
para o dimensionamento do sistema. São eles:
• O livro Instalação e dimensionamento de sprinklers: um roteiro para
• Condições gerais e restrições de uso (Requisito 7.1 e 7.2); análise de projetos (autoras diversas). Consultando especialmente o
• Áreas máximas de proteção (Requisito 7.3); capítulo 7.
• Definição das temperaturas de operação e velocidade de resposta
(Requisito 7.4 e 7.5); Após falarmos um pouco sobre aplicação de Normas, classificação
• Área de cobertura por chuveiro automático (Requisito 7.6); de risco, seleção de sprinklers e dimensionamento hidráulico,
• Espaçamento entre chuveiros automáticos (Requisito 7.7); abordaremos no tópico a seguir, a especificação de equipamentos
• Distância entre defletor e tetos/forros (Requisito 7.8); e suas certificações.

DICA: Para que se tenha a garantia de que as perdas de carga serão compatíveis
com os cálculos realizados, vale também a dica: “Tubos e conexões fabricados
conforme os padrões indicados na NFPA 13 ou na NBR 10897 possuem os
requisitos de qualidade para uso em sistemas de sprinklers. Não é necessário
que sejam certificados, ao contrário dos acoplamentos ranhurados que,
obrigatoriamente, têm de ser certificados. ” (Wollentarski Jr., 2015.p.59).

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CINCO PROBLEMAS RECORRENTES COM IMPACTOS IMPREVISÍVEIS PROBLEMAS MAIS RECORRENTES IDENTIFICADOS NOS PROJETOS

2.5. PROBLEMA 5 - ESPECIFICAÇÃO


INCOMPLETA DE PRODUTOS E CERTIFICAÇÕES

Segundo o pesquisador Deives Junior de Paula, do Laboratório de • Um projetista que estava elaborando um sistema de pré-ação
Segurança ao Fogo e a Explosão do IPT, as falhas de suprimento de duplo ativado com comando elétrico, porém colocou em uma
materiais representam cerca de 18% do total de falhas identificadas das pranchas do projeto o desenho de um sistema com comando
na concepção dos sistemas de proteção contra incêndio (2015, por pilotos (detectores) do tipo seco, alegando que era apenas
p.114 – tabela 34). Confrontando esta informação com pesquisa para “deixar indicado”. Vale a pergunta: será que houve ajuste do
de opinião dos projetistas, que realizamos no segundo semestre de desenho posteriormente?
2018, que indicaram o título deste capítulo como um dos principais
problemas em projetos, podemos presumir que boa parte dos • O cliente solicita a cotação da seguinte forma: VGA completa.
problemas da etapa de aquisição originam-se, na verdade, em É possível que o solicitante entendesse que ao utilizar esta
especificações incompletas de materiais e equipamentos, ainda no palavrinha, “completa”, todos os problemas estariam resolvidos,
período de elaboração do projeto. como que num passe de mágica. Porém, resta-nos saber: resolvido
para quem? Neste caso, como fica a questão dos equipamentos
Ao longo dos atendimentos técnicos, que prestamos aos nossos opcionais: câmara de retardo, pressostato, gongo hidráulico,
clientes, já identificamos situações onde: válvula borboleta à montante, etc.

• O cliente solicita a cotação de um sprinkler indicando apenas • No tocante à certificação, temos ainda a situação clássica de
o diâmetro da rosca do mesmo. Possivelmente, este comprador solicitações de cotação que indicam a necessidade de certificação
não sabe que existe, por exemplo: fator K, temperatura nominal, “ULFM”, como se estas marcas de conformidade fossem uma coisa
etc. Infelizmente, esta situação é muito comum. Existem ainda a só, e não UL e FM.
criatividade nas indicações das unidades de medida, como colocar
“GRC” para indicar °C.

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CINCO PROBLEMAS RECORRENTES COM IMPACTOS IMPREVISÍVEIS PROBLEMAS MAIS RECORRENTES IDENTIFICADOS NOS PROJETOS

Com a intenção de ajudarmos nesta questão, indicaremos a seguir • VÁLVULA DE GOVERNO E ALARME (VGA)
as principais características técnicas, necessárias à uma boa
especificação de alguns dos equipamentos que compõem o sistema 1) Diâmetro: 2½”, 3”, 4”, 6” e 8” (diâmetros mais comuns);
2) Tipo de conexão na entrada e saída: Ranhura (Groove) / Flange;
de proteção por sprinklers.
3) Pressão máxima de trabalho: 175psi / 250psi / 300psi;
4) Certificação: UL e/ou FM;
• Chuveiro automático SPRINKLER (conforme quadro da 5) Equipamentos opcionais: Gongo / Pressostato / Câmara de retardo.
seção 2.3)
1) Coeficiente de descarga - Fator K (L/min/bar1/2 ou gpm/psi1/2)
2) Distribuição de água (tipo de cobertura)
3) Orientação de instalação;
4) Classificação de temperatura e temperatura nominal (°C);
5) Velocidade de operação;
6) Condição especial de uso (quando necessário);
7) Característica de desempenho de projeto;
8) Certificação;
9) Acabamento.

Indicação de leitura
complementar:

Sprinkler: Conhecendo as características técnicas e a


forma correta de especificar

Indicação de leitura
complementar:

Válvula de Governo e Alarme: noções gerais

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• SISTEMA DE PRÉ-AÇÃO

1) Tipo de intertravamento do sistema: Simples ou Duplo;


2) Diâmetro da válvula: 1½”, 2”, 2 ½”, 3”, 4”, 6” ou 8” (diâmetros mais comuns);
3) Tipo de conexão do sistema: Ranhurado (grooved) ou Flange;
4) Tipo de ativação:
• Quando for intertravamento simples (single interlock): Ativação elétrica,
Piloto molhado ou Piloto seco;
• Quando for intertravamento duplo (double interlock): Ativação Elétrica /
Elétrica ou Elétrica/Pneumática;

5) Supervisionado ou não (apenas em sistemas com intertravamento simples e com


válvula de diâmetro de 1½”. Não supervisionado implica em não monitorar a pressão
na linha seca). O sistema não supervisionado está limitado a 20 sprinklers, conforme
previsto no requisito 6.2.5.3.2 da ABNT NBR10897:2014 e no requisito 8.3.2.4.1 da
NFPA13:2019;
6) Solenoide de 175 ou 300psi (Apenas para válvulas com diâmetro entre 2” e 8”);
7) Outros itens deverão ser especificados conforme as definições do projeto, tais
como: alarme mecânico (gongo), painel de controle e ativação e seus periféricos,
dispositivo de manutenção/controle de pressão, fontes de pressão (ar comprimido ou
nitrogênio),
acelerador, válvula borboleta à montante da válvula, etc.

NOTAS:
(1) Referência utilizada: RELIABLE (EUA);

Indicação de leitura
complementar:

Sistemas de pré-ação: conhecendo mais para especificar melhor

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• SISTEMA DE DILÚVIO

1) Diâmetro da válvula: 2”, 2 ½”, 3”, 4”, 6” ou 8” (diâmetros mais comuns); Além da especificação técnica do produto é necessário que seja
2) Tipo de conexão do sistema: Ranhurado (Grooved) ou Flange; definido qual (is) certificações o equipamento deverá ter. O ideal
3) Tipo de ativação: Elétrico, Piloto seco ou Piloto molhado; é que os processos de certificação de sprinklers sigam o modelo
4) Solenoide de 175 ou 300psi (Apenas para o modo de ativação elétrico);
que envolve duas auditorias que se complementam, conhecida
5) Outros itens deverão ser especificados conforme as definições do projeto, tais
como: alarme mecânico (gongo), painel de controle e ativação e seus periféricos,
mundialmente como Modelo 5. A primeira, é a auditoria técnica
válvula borboleta à montante da válvula, etc.
que avalia o desempenho dos chuveiros automáticos à luz
dos ensaios de Normas Técnicas de referência e a segunda é a
Outros componentes do sistema, tais como: Tubulações, conexões, auditoria de Gestão da Produção com base nos critérios da ISO
bombas d’água, chaves de fluxo, manômetros, dentre outros, 9001:2018, aplicada sobre a linha fabril dos sprinklers. Somente
também precisam de correta especificação para o bom resultado desta forma é possível definir, parametrizar e medir a qualidade
da instalação. dos chuveiros automáticos e, auditando a linha de produção,
garantir que os milhões de processos envolvidos na fabricação de
sprinklers de qualidade sejam bem controlados a ponto de manter
a conformidade em todos os produtos liberados para o mercado.
Atualmente as certificações mais aplicadas no Brasil são: ABNT,
ULbr e FM.

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CINCO PROBLEMAS RECORRENTES COM IMPACTOS IMPREVISÍVEIS CONCLUSÃO

CONCLUSÃO

Sabemos a importância dos sistemas de proteção contra incêndio por sprinkler, especialmente no que diz
respeito à proteção à vida e é justamente por este motivo que, cada vez mais, os projetos relacionados a
este sistema necessitam de aperfeiçoamento contínuo. Partindo deste princípio, buscamos contribuir
através deste trabalho com este aperfeiçoamento.

Foram ressaltados, aqui, apenas os problemas mais comuns identificados por projetistas do mercado
brasileiro, porém os desafios para a execução de um bom projeto de sistema de prevenção por sprinklers
são ainda maiores que os listados neste trabalho. É por este motivo que o caminho seguro para a
excelência técnica e a diminuição contínua do “achismo” passa, obrigatoriamente, pelo aprofundamento
no conhecimento acumulado em mais de um século de desenvolvimento desta tecnologia.

Ressaltamos que o conteúdo deste material, certamente, não esgota os assuntos e são apresentados a
título de contribuição ao leitor, num esforço de suporte ao trabalho de elaboração de projetos.

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CINCO PROBLEMAS RECORRENTES COM IMPACTOS IMPREVISÍVEIS REFERÊNCIAS

4. REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10897: Sistema de NFPA 13:2019 Edition - Society of Fire Protection Engineers (SFPE). Disponível em:
proteção contra incêndio por chuveiros automáticos - requisitos. Rio de Janeiro: <https://static1.squarespace.com/static/59e0b23432601ee433019e64/t/5bd1c22
ABNT, 2014. 130p. f15fcc016eb7caf0e/1540473391718/NFPA+13-2019.pdf>. Maryland - EUA, 2018.

________. NBR 13792: Proteção contra incêndio, por sistema de chuveiros automáticos, PAULA, D. J. Aceitação de Sistemas de Sprinklers – Requisitos e critérios mínimos de
para áreas de armazenamento em geral - Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 1997. avaliação para liberação do uso e operação de sistemas de sprinklers. Publicações do
29p. Prêmio Instituto Sprinkler Brasil. São Paulo, 2014. p. 114.

CORPO DE BOMBEIROS DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO. WOLLENTARSKI JR., J.C. Sprinklers: Conceitos básicos e dicas excelentes para
Sistemas de Chuveiros Automáticos – Instrução Técnica nº 23. Secretaria de Estado profissionais: um estudo prático sobre a NFPA 13. Publicações do Prêmio Instituto
dos Negócios da Segurança Pública. São Paulo, 2018. Sprinkler Brasil. São Paulo, 2015. p. 13.

________. Sistema de chuveiros automáticos para áreas de depósito – Instrução NATIONAL FIRE PROTECTION ASSOCIATION - NFPA 13: Automatic Sprinkler
Técnica nº 24. Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública. São Paulo, Systems Handbook – Fourteenth edition - 2019.
2018.

GUIMARÃES, M.R; RIZZATTE, R.A.A; SOUSA, T.C.O; LEÃO, T.S. Instalação e


dimensionamento de sprinklers: um roteiro para a análise de projetos. Publicações do
Prêmio Instituto Sprinkler Brasil. São Paulo, 2017. 113p.
ISMAN, K. E. Reorganization of NFPA 13 2019 Edition. In: October Lunch & Learn:

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SOBRE A IPÊ CONSULTORIA
A Ipê Fire Protection Consultoria é uma empresa, cujo foco é a prestação de serviços de segurança pública e patrimonial através de
consultorias e projetos de sistemas de prevenção e combate contra incêndio e pânico. A Ipê atua em todos os mercados que demandam
soluções de segurança contra incêndio e pânico: Edifícios comerciais, Indústrias, Galpões, Centros médicos, Universidades e escolas,
Estádios e Shoppings.

Em seu setor de projetos a Ipê disponibiliza equipe técnica de alto nível para elaboração de projetos básicos e executivos, com os níveis de
detalhamento de desenhos, escopo e especificação adequados à necessidade do cliente. Os Gestores e os funcionários da Ipê têm grande
orgulho da posição que ocupam e da responsabilidade inerente à condição de Engenheiros e Técnicos. A Ipê é parceira de seus clientes em
suas buscas pelo cumprimento de suas missões estratégicas e metas empresariais.

A Ipê tem como diretor o Engº João Carlos Wolletarski Jr. que é formado em Engenharia Civil pela UFMG e possui em seu currículo as
seguintes prerrogativas: ex-Presidente da ABSPK (2016-2017), membro do comitê da ABNT para Normas de sprinkler - NBR 10897, NBR
13792, NBR 16400, NBR 16704 e atual coordenador do comitê de chuveiros automáticos do CB-24 da ABNT; membro do comitê técnico
da ABSPK (2012-2015); trabalha com projetos e consultorias na área de proteção contra incêndio há 18 anos com trabalhos em vários
estados do Brasil especialmente em sistemas de sprinkler para galpões de estocagem; é vencedor do primeiro concurso trabalhos técnicos
focado no sprinkler e seus sistemas, que é promovido pelo ISB, em 2013 com o trabalho: SPRINKLERS: conceitos básicos e dicas excelentes
para profissionais - UM ESTUDO PRÁTICO SOBRE A NFPA 13. Atualmente, o Eng. João Carlos é um dos mais renomados projetistas de
sistemas de prevenção contra incêndios no Brasil.

A parceria da Ipê Consultoria e em especial do Eng. João Carlos com a Skop, foi o fundamento que propiciou a elaboração deste e-book,
levando a termo, com toda sua experiência acumulada, a revisão técnica deste trabalho.
sobre a skop
Mais de 40 anos dedicados a prevenção de incêndios.

Os produtos fabricados pela Skop salvam vidas humanas, minimizam e evitam a destruição de
patrimônios e a paralisação de atividades produtivas. Desde que inaugurou, em 1977, já forneceu
sistemas de chuveiros automáticos para grandes empreendimentos; nesta época, iniciou a sua
caminhada apenas com uma linha: o SK2, que possuía poucos modelos. Cinco anos mais tarde, tornou-
se pioneira na Certificação ABNT para sprinklers e em seguida, lançou a sua linha mais famosa: a RTR,
com 64 modelos.

Quase dez anos após o lançamento da linha RTR, com abertura de mercado, formou representação
comercial com a Reliable Sprinklers (1994), fábrica americana de sprinklers certificados, cuja parceria
dura até hoje. Conquistou a Certificação da Produção (ISO9001), ampliou a rede de representantes e
de produtos, lançando em 2012 a linha JCR, com tripla certificação (ABNT, FM e ULBR).

Com isso, produz atualmente mais de 240 modelos diferentes em sua sede no Rio de Janeiro. Criou
parcerias com importantes empresas do mercado brasileiro e desde o ano de 2011 com a ABSpk
(Associação Brasileira de Sprinklers) vem fazendo história. Em 2017, o autor deste e-book, Braulio
Viana, conquistou o segundo lugar na 4ª edição do Prêmio ISB (Instituto sprinkler brasil) com a
apresentação do trabalho técnico com o tema: Sprinklers no Brasil. Apresentação e análise da nova
norma ABNT NBR 16400:2015 – Enfim uma sólida base técnica para a construção de um mercado
confiável. Na Skop, Braulio Viana está à frente da Engenharia de Aplicação e Desenvolvimento. O
projeto de elaboração deste segundo e-book contou com a gestão do Diretor Geral da Skop, Ex-VP
Executivo da ABSpk e atual Membro do Conselho Consultivo da ABSpk, Eng. Felipe Decourt, que
também é autor do livro Planejamento e Gestão Estratégica pela FGV/RJ.
sobre a skop
Em 2018, após três anos de desenvolvimento, mesmo em meio às crises do mercado brasileiro, a
Skop lançou uma nova linha de sprinklers nomeada como B-11, que já “nasceu” com certificação ULbr
e ABNT e é destinada à aplicação em empreendimentos que não eram atendidos pelas linhas RTR
e JCR, como armazéns e locais fabris. A linha B-11, lançada sob o slogan NOS SUPERAMOS PARA
TE SURPREENDER e que segue padrão técnico da linha JCR (FM/UL/ABNT), é fabricada na mesma
linha de montagem deste último e está sob o mesmo rigor do sistema de gestão da qualidade auditado
através dos requisitos da ISO9001:2008. Notadamente a linha de sprinklers B-11 trouxe ao mercado
brasileiro um produto inédito, inovador e com padrão internacional.

Após o sucesso de downloads de nosso primeiro e-book - Sprinklers: O guia essencial – em 2018, a Skop
empreendeu em conjunto com a Ipê Consultoria a elaboração deste material abordando a temática dos
principais problemas relacionados ao projeto de sistemas de proteção contra incêndio por sprinklers.
Esperamos contribuir cada vez mais com o mercado brasileiro de sprinklers, disponibilizando conteúdo
pertinente, de qualidade e que promova o crescimento profissional de todos os envolvidos.

Skop, a vida mais segura!


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Fábrica
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CEP 21011-500 Centro . Betim – MG
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Tel:
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