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Universidade Federal de Goiás

Programa de Pós-Graduação em Comunicação

Teorias da Comunicação

Aluna: Bruna Martins de Souza

Texto 5: A estrutura e a função da comunicação na sociedade, In COHN, Gabriel (org.).


Comunicação e Indústria Cultural. São Paulo: Cia Ed. Nacional, 1977. P. 105 a 117.

Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/31365123/lasswell-harold-a-


estrutura-e-a-funcao-da-comunicacao-na-sociedade

Como já estudamos diversas vezes, Lasswell diz que para descrever um ato de
comunicação, é preciso responder às cinco perguntas: Quem? Diz o quê? Em que canal?
Para quem? Com que efeito?

 “Aqueles que estudam o “quem” – o comunicador – se interessam pelos fatores


que iniciam e guiam o ato comunicativo. Essa subdivisão do campo de pesquisa
é chamada análise de controle. Os especialista que focalizam o “diz o quê”
ocupam-se da análise de conteúdo. Aqueles que se interessam principalmente
pelo rádio, imprensa, cinema e outros canais de comunicação, fazem a análise
de meios (media). Quando o principal problema diz respeito às pessoas atingidas
pelos meios de comunicação, falamos de análise de audiência. Se for o caso do
impacto sobre as audiências, o problema será de análise de efeitos.” (pág. 105)

O autor diz que “quaisquer processos podem ser examinados de dois ângulos, a
saber, o estrutural e o funcional”, e apresenta o efeito de estímulo em um determinado
ambiente fazendo um paralelo entre o desempenho da estrutura de um organismo e de
reações animais. Sobre este último, são exemplos de observadores que se manifestam ao
menor sinal de mudança.

 “Quando examinamos o processo de comunicação em qualquer Estado na


comunidade mundial, observamos três categorias de especialistas. Um grupo
abrange, com a sua atenção, o meio político do Estado como um todo; outro,
relaciona a reação do conjunto do Estado ao seu meio ambiente; e o terceiro
transmite padrões de reação dos idosos aos jovens.” (pág. 107)

A mensagem está sujeita a modificações a todo instante e, quando se originam


de grandes poderes, passam por uma sequência de “portas” para alcançar seu
público-alvo.

 “Os processos de comunicação da sociedade humana, quando examinados em


pormenor, revelam equivalência em relação às especializações encontradas no
organismo físico e nas sociedades animais inferiores.” (pág. 108)

O autor sempre faz uma correlação entre a condução da mensagem no meio externo
ao funcionamento do organismo. Ele nos mostra que assim como alguns sistemas do
nosso corpo podem se interagir sem a necessidade de um outro sistema superior, as
mensagens não precisam, necessariamente, do Estado ou de algum indivíduo com poder
superior para passar por um canal de comunicação. Esse processo acontece sozinho
todos os dias no boca a boca da vizinhança, em grupos de trabalho e vários outros
locais.

 “Os modernos instrumentos de comunicação de massa oferecem grandes


vantagens àqueles que controlam empresas gráficas, equipamento de rádio e
outras formas de capital fixo e especializado. Deve-se notar, contudo, que as
audiências “respondem”, após certa demora; e, entre os controladores dos meios
de comunicação de massa, muitos fazem uso de procedimentos científicos de
amostragem, para apressar esse fechamento do circuito.” (pág. 109)

A comunicação é tão poderosa que através dela as grandes instituições disseminam


padrões e ideologias dentro de uma sociedade, moldando valores e impondo doutrinas.
“Uma função da comunicação é, portanto, a de fornecer informações sobre o que faz a
outra elite e sobre o seu poder.” (pág. 112)

Diante disso tudo, o autor traz uma inquietação sobre a eficiência ou a ineficiência
da comunicação.

 “Levando-se em conta a ineficiência, cabe considerar a pouca importância


atribuída à capacidade de produzir informação relevante.” (pág. 113)
 “Algumas das ameaças mais sérias à comunicação eficiente para a comunidade
como um todo dizem respeito aos valores de poder, riqueza e respeito.” (pág.
114)
 “Quando as classes dominantes temem as massas, os dirigentes não
compartilham sua visão da realidade com a massa da população. Quando a visão
real de monarcas, presidentes e ministérios tem sua circulação obstada através
do Estado como um todo, o grau de discrepância denota a extensão da crença
dos grupos dominantes em que o seu poder depende da distorção (da
informação).” (pág. 116)

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