Você está na página 1de 9

Débora Marroni

Eduardo Germano

Haylander Francesco

Kayppe Magalhães

Luciene Silva

Marla Oliveira

ATIVIDADE 1
Professora: LUCIENNE FRANÇA REIS PAIVA
Turno: MANHÃ
Curso: FARMÁCIA
DISCIPLINA: MICROBIOLOGIA CLÍNICA 2021.1
ORIENTAÇÕES
REFERENTE ÀS AULAS ONLINE E VÍDEOS-AULAS DE “BIOSSEGURANÇA", COLETA

DE AMOSTRAS CLÍNICAS” E “MICROSCOPIA. MEIOS DE CULTURA. TÉCNICAS DE

PLANTIO” PARA FIXAÇÃO DO APRENDIZADO E PONTUAÇÃO DE A1.

PARA RESPONDER A QUESTÃO 09 DESTE EXERCÍCIO VOCÊS TERÃO QUE

ASSISTIR AO FILME “EPIDEMIAS/BACTÉRIA FATAL” QUE FOI ENVIADO POR E-

MAIL link do filme: https://youtu.be/p_Hfpc32N_k

Este exercício pode ser realizado em grupo (preferencialmente) ou

individualmente.

Para ser enviado até 30/03/2021pelo email: luciennefranca@gmail.com.

Para realizá-lo além de aulas teóricas (slides), livros, dentre outros,

consultarem as apostilas de aula prática 1A, 1B e 1C.


1. Em um esfregaço de secreção de pele foi realizada a coloração pelo método de GRAM e foram
visualizados bastonetes Gram-positivos. Considerando a reação tintorial dessa bactéria, descreva a
estrutura da sua parede e os princípios desta coloração.

REAÇÃO TINTORIAL (entre a parede celular Gram + e os reagentes)

Muitas explicações já foram sugeridas na tentativa de elucidar o mecanismo da reação de Gram. As mais

plausíveis dizem respeito à diferença na estrutura química da parede celular. Num primeiro momento, todas as

bactérias (G+ e G-) absorvem igualmente o cristal violeta (corante básico que possui afinidade pelos seus

citoplasmas, devido à carga elétrica negativa oriunda principalmente dos radicais fosfatos dos ácidos

nucléicos). A seguir, o lugol reage com o cristal violeta formando o complexo iodo-cristal violeta (CV-I), que se

fixa e cora a célula mais intensamente. Posteriormente, quando tratamos o esfregaço com álcool, as

bactérias se comportam de maneira diferente:

As bactérias Gram-positivas não se descoram facilmente pelo tratamento com o álcool. Isto se explica

pelo fato dessas bactérias possuírem uma espessa parede celular (várias camadas de peptidioglicano),

além de outros possíveis componentes, como: ácidos teicóicos, proteínas, polissacárides e etc. Estas

substâncias não são solúveis em álcool, que parece atuar reduzindo a permeabilidade da parede,

dificultando a extração (saída) do complexo CV-I (no citoplasma). A bactéria Gram-positiva permanece

então com a coloração (coram-se em roxo) até o final.

As bactérias Gram-negativas são descoradas pelo tratamento com o álcool. Estas bactérias possuem uma

delgada camada de peptideoglicano (que não é suficiente para impedir a passagem do solvente) além

de uma membrana externa rica em lipídios (lipoproteina, fosfolípides e lipídio “A” que participa do LPS). O

álcool solubiliza (dissolve) estes lipídeos (muitas vezes dissolvendo membrana externa), o que contribui

para um aumento da permeabilidade da parede, permitindo a remoção CV-I, descorando a célula.

Finalmente, as bactérias descoradas pelo álcool, por não apresentarem contraste que permita sua

visualização, são contra coradas pelo corante secundário, que é a fucsina (coram-se em rosa).

ESTRUTURA DA PAREDE CELULAR DE BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS

As bactérias Gram-positivas retém o cristal violeta devido à presença de uma espessa camada de

peptidoglicano (polímero constituído por açúcares e aminoácidos que originam uma espécie de malha na

região exterior à membrana celular das bactérias) em suas paredes celulares, apresentando-se na cor roxa.

IMAGEM 1 IMAGEM 2

PRINCÍPIO DA COLORAÇÃO DE GRAM

Em suma, o procedimento de coloração de Gram permite que as bactérias retenham a cor com base nas

diferenças nas propriedades químicas e físicas da parede celular. De fato, o uso dos corantes permite

aumentar o contraste e evidenciar a estrutura bacteriana.

A coloração envolve 3 etapas principais:

1) Coloração com violeta de cristal (um corante solúvel em água, roxo);

2) A descoloração (utilizando etanol / acetona);

3) A contra-coloração (utilizando corante Safranina, vermelho).

IMAGEM 3
2. Considerando a coloração de Gram é correto afirmar, EXCETO:

Questão A
a) permite o resultado presuntivo do agente infeccioso

b) o fundamento da reação é baseado nos componentes de parede celular

c) apenas bactérias são visualizadas na coloração


d) a quantidade de micro-organismos na amostra biológica interfere no resultado

e) para otimização da metodologia é imprescindível um esfregaço homogêneo

Questão B
a) tem valor preditivo positivo

b) direciona o tratamento empírico em algumas situações, tais como líquor

c) grandes volumes devem ser centrifugados e usado o sedimento para o esfregaço

d) o controle de qualidade dos corantes é indispensável

e) classifica as bactérias em Gram positiva e Gram negativa segundo a afinidade a fucsina

3. Em relação aos meios de cultura relacionados abaixo, fale sobre a classificação, para que se
destina este meio e suas características, e um breve relato sobre o funcionamento deste meio:
a) Meio de Stuart
Princípio: a carência de uma fonte de nitrogênio impede consideravelmente a multiplicação de
microorganismos e a composição nutritiva garante a sobrevivência deles.

Utilidade: transporte de diversos materiais e conseqüente conservação dos microorganismos. Conservação

de microorganismos patogênicos como: Haemophilus spp., Pneumococcus, Salmonella spp., Shigella spp.

entre outros.

Controle de qualidade:
Crescimento bom (com 0, 24 e 48 horas de crescimento):

Haemophilus influenzae ATCC 10211

Shigella flexneri ATCC 12022

Streptococcus pneumoniae ATCC 6305

Bordetella pertussis ATCC 9340

Conservação e validade: conservar embalado de 4 a 8°C por 1 a 2 semanas.


Interpretação: cor original do meio: Branco opalescente. Como este é um meio de transporte, não há

evidência de crescimento bacteriano.

Fórmula / Produto: meio comercial: Meio de transporte STUART.

b) Ágar MacConkey
Princípio: o cristal violeta inibe o crescimento de microrganismos Gram positivos especialmente enterococos

e estafilococos. A concentração de sais de bile é relativamente baixa em comparação com outros meios, por

isso não é tão seletivo para Gram negativos como, por exemplo, o ágar SS.

Utilidade: isolar bacilos Gram negativos (enterobactérias e não fermentadores) e verificar a fermentação ou

não da lactose.

Controle de qualidade:
Positivo: Proteus mirabilis ATCC 12453 (não fermentador de lactose).

Positivo: Escherichia coli ATCC 25922 (fermentador de lactose).

Negativo: Staphylococcus aureus ATCC 25923.

Interpretação:
Cor original do meio: rosa avermelhado.

Crescimento de bacilos Gram negativos.

Colônias cor de rosa: fermentadoras de lactose.

Colônias incolores: não fermentadoras de lactose.

Não há crescimento de cocos Gram positivos.

Conservação e validade: conservar as placas embaladas de 4 a 8°C por até 3 meses.


Fórmula / Produto: meio comercial: Ágar MacConkey.
c) Meio de Tioglicolato de sódio
Princípio: o meio de Tioglicolato dá suporte para o crescimento de vários microrganismos. O potencial de oxidação e

redução baixo do meio neutraliza efeitos antibacterianos das espécies preservadas com mercúrio. A resazurina e o azul

de metileno são indicadores da posição de oxidação de aeróbios e a dextrose incluída na fórmula é para os

microrganismos que tem crescimento vigoroso na presença docarboidrato.

Utilidade: usado para o cultivo de microrganismos aeróbios, microaerófilos e anaeróbios. Usado para controle de

esterilidade bacteriana de diversos materiais.

Controle de qualidade:
Crescimento bom a excelente:

Bacillus subtilis ATCC 6633

Streptococcus pyogenes ATCC 19615

Interpretação:
Cor original: amarelo claro.

Presença de crescimento: turvação do meio.

Ausência de crescimento: meio permanece inalterado.

Crescimento de microrganismos anaeróbios: crescimento na profundidade do meio.

Crescimento de microrganismos aeróbios: crescimento na superfície do meio.

Conservação e validade: temperatura ambiente: 3 meses. Entre 4 a 8ºC: 6 meses.


Fórmula / Produto: meio comercial: Tioglicolato caldo com indicador.

d) Ágar Chocolate
Princípio: o meio de Ágar Chocolate é amplamente utilizado para o cultivo de microrganismos exigentes, embora

cresçam neste meio quase todos os tipos de microrganismos. Á base do meio, é adicionado sangue de cavalo, carneiro

ou coelho em temperatura alta, o que faz com que as hemácias lisem, liberando hemina e hematina, compostos

fundamentais para o crescimento dos microrganismos exigentes.

Observação: se utilizar sangue de carneiro ou coelho no lugar do sangue de cavalo, adicionar os suplementos a base de

NAD (coenzima I) e cisteína após resfriar a base achocolatada à aproximadamente 50 C. º


Utilidade: crescimento de microrganismos exigentes Haemophilus spp., Neisseria spp., Branhamella catarrhalis e

Moraxella spp.

Controle de qualidade: crescimento bom a excelente: Haemophilus influenzae ATCC 10211.


Interpretação:
Cor original do meio: castanho escuro (chocolate).

Colônias de tamanho pequeno a médio, com pigmento amarelo: sugestivo de Neisseria spp., Branhamella catarrhalis

ou Moraxella spp.

Colônias pequenas e delicadas, com pigmento creme claro: sugestivo de Haemophilus spp.

Conservação e validade: conservar de 4 a 10°C por 4 meses.


Fórmula / Produto: meios comerciais: BHI Ágar*, Columbia Ágar Base, Blood Ágar Base, Mueller Hinton Ágar.
Sangue de cavalo, carneiro ou coelho desfibrinado. Recomenda-se o uso da base de BHI Ágar, por apresentar melhor

crescimento das cepas exigentes, principalmente cepas de Haemophilus spp.

e) Ágar CLED ou Brolacin


Princípio: usado para isolamento e quantificação de microrganismos presentes em amostras urina. A deficiência de

eletrólitos inibe o véu de cepas de Proteus.

Utilidade: isolar e quantificar microrganismos Gram positivos, Gram negativos e leveduras.


Controle de qualidade:
Lactose positiva: Escherichia coli ATCC 25922: crescimento moderado a denso, colônias médias ou grandes

amareladas, após 48 horas de incubação.

Lactose negativa: Proteus vulgaris ATCC 8427: crescimento moderado a denso, colônias azuis translúcidas.

Interpretação:
Cor original do meio: azul claro.

Colônias lactose positiva: cor amarela.

Colônias lactose negativa: cor azul.

Características de crescimento:

Escherichia coli: colônias opacas, amarelas com ligeira cor amarelo escuro no centro, com cerca de 1,25 mm de

diâmetro, as não fermentadoras de lactose colônias azuis.

Espécies de Klebsiella: colônias muito mucosas, cor variável de amarelo a branco azulado

Espécies de Proteus: colônias azul translúcidas, geralmente menor que E.coli

Espécies de Salmonella: colônias planas, cor azul

Enterococcus faecalis: colônias amarelas, com cerca de 0,5 mm de diâmetro

Staphylococcus aureus: colônias amarelas, com cerca de 0,75 mm de diâmetro

Staphylococcus coagulase negativa: colônias amarelo palha e brancas

Corynebacterium: colônias pequenas e cinza

Lactobacilos: colônias pequenas e com superfície rugosa

Pseudomonas aeruginosa: colônias verdes, com superfície prateada e periferia rugosa

Conservação e validade: conservar embalado de 4 a 8°C por até 3 meses.


Fórmula / Produto: meio comercial: Ágar Cled.
4. Marque F (Falso) ou V (Verdadeiro):
(V) O calor úmido é largamente utilizado como método de esterilização no laboratório de Microbiologia.
(V) O setor de Microbiologia se enquadra no nível de segurança 2 , excluindo a manipulação de

Mycobacterium (nível 3).

(V) A coleta de amostras biológicas é uma etapa crítica e deve ser realizada por profissionais capacitados.
(F) O transporte de amostras biológicas não impacta na viabilidade dos micro-organismos.
(F) Apenas com Ágar Sangue e Ágar MacConckey conseguimos isolar todos os principais agentes infecciosos
na rotina de Microbiologia Clínica.

(V) Placas e tubos com meio de cultura onde foram plantados os materiais clínicos, em incubação em

temperatura e atmosfera adequadas, devem ser examinadas após 18 a 24 horas.

5. Sobre os meios de cultura utilizados na rotina dos laboratórios de microbiologia clínica, é CORRETO
afirmar:
a) Ágar sangue azida ou Ágar Columbia, utilizado no isolamento de Sthaphylococcus e Streptococcus,
é um meio seletivo para bactérias Gram positivas.
b) Ágar S.S. é um meio diferencial e seletivo para Sthaphylococcus e Streptococcus.

c) Ágar sangue é considerado um meio complexo e seletivo utilizado na identificação de espécies do gênero

Streptococcus.

d) Ágar MacConkey é um meio seletivo e diferencial utilizado para identificar bactérias Gram positivas

fermentadoras ou não de lactose.

e) Ágar Sabouraud é utilizado para isolamento de bactérias e fungos.

6. Faça a associação correta entre os meios de cultura e suas características:

A) Meio de Stuart
B) Ágar MacConkey
C) Meio de Tioglicolato de sódio

1. O cristal violeta inibe o crescimento de micro-organismos Gram positivos, especialmente


enterococos e estafilococos.
2. É um meio de cultura utilizado para transporte de materiais. Ele conserva micro-organismos como
Pneumococos, Salmonella spp, Shigella sppe outros.
3. É um meio altamente nutritivo e versátil, de enriquecimento, utilizado para a cultura de micro-
organismos anaeróbios, microaerófilos e aeróbicos em vários espécimes clínicos.

a) A1, B2, C3

b) A3, B1, C2

c) A2, B3, C1

d) A3, B2, C1

e) A2, B1, C3

7. Meio de cultura sólido, muito utilizado em Microbiologia Clínica, considerado um meio seletivo e
diferencial, devido permitir o crescimento apenas de bacilos Gram-negativos, inibindo totalmente o
crescimento de bactérias Gram-positivas. Isso se refere ao:
a ) Ágar Cled;

b) Ágar Mac Conkey;


c) Ágar Mueller Hinton;

d) Ágar Sangue;

e) Meio de Rugai.
8. As bactérias Gram negativas são divididas em 2 grandes grupos. Vocês irão estudar estes dois
grupos.
a) Quais são estes grupos?
As bactérias Gram negativas são divididas no grupo em dois grupos, sendo estes:

Bactérias fermentadoras de glicose: conseguem fermentar a glicose com ou sem produção de gás; são

aeróbios e anaeróbios facultativos e crescem bem em meios comuns de cultura, como ágar MacConkey.

Bactérias não fermentadoras de glicose: são microrganismos aeróbios, não formadores de esporos,

caracterizados por não usarem carboidratos como fontes de energia por meio da fermentação e não podem

degradá-los por meio de vias oxidativas.

b) Qual a prova bioquímica é utilizada para classificação dos grupos?


A prova utilizada para a classificação destes grupos, é conhecida como: Meio OF que significa oxidação e

fermentação da glicose.

c) Como é feita a prova e sua leitura?


O meio OF é projetado para se adaptar às características metabólicas de bacilos não fermentadores. Ele

contém 0,2% de proteína peptona e 1,0% de carboidratos, de modo que a proporção de meio de proteína

para carboidratos é de 0,2: 1 e a proporção no meio é de 2:1 Usado para a fermentação de carboidratos.

No BGN não fermentado, a concentração mais alta de carboidratos aumentará a capacidade dos

microrganismos de produzir ácido, enquanto o BGN produzirá um ácido muito fraco. O meio tem uma

consistência semissólida e usa azul de bromotimol como indicador de pH e contém uma pequena quantidade

de tampão difosfato para ajudar a detectar a produção de ácido. Inicialmente, é verde e contém um

indicador azul de bromotimol, que fica amarelo à medida que o açúcar produz ácido. Sua leitura acontece da

seguinte maneira: São usados dois tubos, um é exposto ao ar e o outro é coberto com óleo mineral estéril. Os

microrganismos oxidantes só produzem ácido no meio aberto exposto ao O2 atmosférico; os microrganismos

em fermentação produzem ácido em ambos os meios; as bactérias não glicolíticas sendo inativas no meio de

ph alcalino. Foram testados dois meios (um com vaselina e outro sem vaselina), onde a fermentação da

glicose foi realizada em meio livre de oxigênio (com vaselina) e a oxidação da glicose em tubo de ensaio

aberto (sem vaselina).

9. Após assistir o filme Epidemias/bactéria fatal (link acima e enviado por e-mail) resolva as
questões:
a) Faça uma breve introdução sobre as cepas de Escherichia coli enteropatogênicas.
O termo EPEC foi usado pela primeira vez em 1955 por Neter et al. (1955) para descrever uma série de E. coli

cepas epidemiologicamente relacionadas a uma série de surtos de diarreia infantil em 1940 e 1950 (Bray 1945;

Robins-Browne 1987). Definido originalmente pelo sorotipo, EPEC agora são definidos como aqueles que têm a

capacidade de causar diarreia, a capacidade de produzir uma histopatologia no epitélio intestinal conhecida

como anexação e apagamento (A / E) lesão, e a incapacidade de produzir toxinas Shiga (Nataro e Kaper

1998).

Subclassificação do patogrupo enteropatogênico de E. coli (EPEC) como típico EPEC (tEPEC) e EPEC atípico

(aEPEC) foi possível após o desenvolvimento de métodos de biologia molecular e celular e de ensaios de

cultura de tecidos que forneceram uma grande quantidade de informações sobre os fatores de virulência da

EPEC (Kaper et al. 2004).

Uma característica notável das infecções por tEPEC e aEPEC compreende a formação de uma lesão

histopatológica característica conhecida como fixação e apagamento (AE). A principal diferença entre os

dois grupos é que a aEPEC não tem a virulência associada Plasmídeo EAF (fator de aderência EPEC) (pEAF),

que codifica um pilus tipo IV conhecido como pilus formador de feixe (BFP) (Trabulsi et al. 2002). Os métodos

ideais para diferenciar entre tEPEC e aEPEC são a detecção da produção de BFP e de o fenótipo de adesão

associado ao BFP (adesão localizada), uma vez que alguns aEPEC cepas podem carregar um operon bfp

defeituoso, resultando em reações positivas com o gene bfpA (Trabulsi et al. 2002; Abe et al. 2009).

b) Descreva objetivamente sobre a E. coli do filme EHEC (enterohemorrágica), características


microbiológicas, fatores de virulência e patogenicidade, sintomas clínicos, epidemiologia, surtos já
descritos no mundo. Diagnóstico laboratorial: isolamento, identificação, testes sorológicos.
Características microbiológicas: A bactéria Escherichia coli pertence à família Enterobacteriaceae e, além de

apresentar formato de bacilo, apresenta características de fermentação gram-negativa, anaeróbia

facultativa e açúcar. Geralmente é encontrado na microbiota intestinal (intestino) de pássaros e mamíferos.

Fatores de virulência e patogenicidade: A EHEC possui a capacidade de se fixar no hospedeiro além de

produzir shiga-toxinas que levam a patogenicidade da linhagem.


Sintomas clínicos: A toxina produzida pela EHEC pode danificar a parede interna do intestino grosso e ser

absorvida pela corrente sanguínea, para chegar a outros órgãos, como os rins. O paciente inicialmente

apresentou cólicas abdominais intensas e diarreia aquosa, que durou uma semana, em média algumas pessoas

apresentam complicações potencialmente fatais, como a síndrome urêmica hemolítica SHU, que pode causar

insuficiência renal súbita e anemia hemolítica. Redução da micção associada à fadiga, que pode evoluir para

convulsões e / ou derrame.

Epidemiologia: A principal forma de infectar humanos é ingerindo alimentos e água contaminados, mas a

possibilidade de infecção direta entre as pessoas pela via fecal-oral é baixa. Essa abordagem é ainda mais

importante entre membros da família infectados, profissionais da área de alimentos e indivíduos com práticas de

higiene inadequadas. Resíduos de humanos ou animais podem ser potenciais para infecção. Alguns alimentos

podem veicular a EHEC como a carne e o leite. No Brasil é encontrado relatos de casos de ocorrência da

Síndrome Urêmica Hemolítica e nesses casos a EHEC é indicada como provável agente etiológico, mas não há

nenhum caso notificado que associe a infecção ao consumo de alimentos.

Surtos já descritos no mundo: Nos Estados Unidos, comer alimentos considerados de alto risco de infecção

incluem leite não pasteurizado, cidra não pasteurizada e queijo fresco feito de leite cru. Portanto, alimentos como

hambúrgueres, vegetais e alimentos processados podem ser a causa da epidemia. A infecção por EHEC foi

relatada em muitos países, mas a frequência de ocorrência é menor do que nos Estados Unidos.

Diagnóstico laboratorial: O diagnóstico é feito através de amostras de fezes e alimentos infectados. É feito

pelo cultivo e identificação da bactéria por métodos moleculares, fenotípicos e sorológicos. Quando se utiliza o

método tradicional de cultivo as amostras de fezes devem ser inoculadas em Ágar MacConkey.

Isolamento: Nas regiões onde E.coli 0157:h7 é mais frequente, portanto há um aumento, por parte dos

laboratórios clínicos, do uso de meio de isolamento apropriado, o agar Mac Conkey-sorbitol.

Identificação: Cultura das infecções por ECEH requer meios especiais. A identificação do sorotipo específico

ajuda a identificar a origem de um surto.

Testes sorológicos: Os testes bioquímicos e sorológicos e feito a partir das colônias no Petrifilm localizados por

sobreposição da membrana do kit-HEC.

c) Discuta o papel da biologia molecular nestes diagnósticos.


Os métodos de isolamento e detecção de E. coli são distribuídos em 3 categorias. Na primeira é utilizada

propriedades bioquímicas específicas das bactérias. Na segunda envolve a utilização de técnicas imunológicas e

a terceira, técnica da biologia molecular com o uso de sondas. Com a difusão dessa técnica, é possível investigar

a presença ou ausência de microrganismos patogênicos em uma diversidade de amostras, seja na área alimentar,

de saúde ou na área ambiental. Estas técnicas apresentam vantagens quando comparadas às técnicas

tradicionais de cultivo, principalmente no que se refere à sensibilidade das análises e relativa rapidez.

O diagnostico molecular é capaz de identificar e diferenciar os genes alvos utilizados neste tipo de diagnostico.

As técnicas moleculares que utilizam a hibridização e amplificação de sequências genéticas específicas são

importantes para detectar grande variedade de microrganismos, incluindo os subtipos de Escherichia coli. A

Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) é uma técnica utilizada para o diagnóstico e tipagem da E.coli produtora

de toxinas shiga (STEC) e é baseada na amplificação de sequências específicas de DNA. Apresenta dentre as

suas vantagens facilidade e rapidez de execução, baixo custo, especificidade e sensibilidade. Outros tipos de

PCR como a amplificação randômica do DNA polimórfico, conhecida pela sigla RAPD-PCR (“Random Amplification

of Polymorphic DNA-Polymerase Chain Reaction”), é utilizada nos estudos sobre a diversidade destes

microrganismos e possibilita observar uma estreita associação de padrões eletroforéticos com parâmetros clínicos

e epidemiológicos. Para a populações de E. coli, o RAPD-PCR é um método de tipagem com elevado potencial

discriminatório,o que possibilita detectar uma diversidade genética de populações bacterianas e as relações

entre amostras epidemiologicamente relacionadas. Além disso, o emprego da técnica de PCR tem se mostrado

também muito útil como um instrumento alternativo de classificação filogenética de populações de E. coli,

proporcionando esclarecimentos sobre a virulência e a evolução de linhagens que são patogênicas.

d) Discutir o tratamento do paciente nestes casos do filme: uso de antibiótico?


Não há cura para doenças causadas por esse tipo de bactéria. Embora os antibióticos sejam usados para matar

bactérias, faz com que ela libere toxinas que pode aumentar o risco de o indivíduo desenvolver a Síndrome

Urêmica Hemolítica já que a morte da bactéria aumentaria a liberação de toxinas, além de danos graves aos rins

e ao cérebro.

e) Discuta brevemente sobre coprocultura – exame microbiológico indicado para diagnóstico de infecções
intestinais, que vcs estudarão em uma próxima aula.
A coprocultura é uma análise bacteriológica das fezes, que são recolhidas em um recipiente e colocadas em

cultura em laboratório para identificar a presença de um germe responsável por uma infecção bacteriana. Ela é

recomendada em casos de diarreia persistente, intoxicação alimentar ou suspeita de doença intestinal.


REFERÊNCIAS
Alfredo G. Torres et. al. Escherichia coli in the Americas. 2016. Acessado em 16 de

março de 2021.

SOUZA, et. al. Escherichia coli enteropatogênica: uma categoria diarreiogênica


versátil. Rev Pan-Amaz Saude v.7 n.2 Ananindeua jun. 2016. Disponível em:

http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2176-

62232016000200079: Acessado em 16 de março de 2021.

Coprocultura: Parte 1 - Salmonella e


Carlos Henrique Pessôa de Menezes e Silva.

Shigella. Protocolos de Microbiologia Clínica. NewsLab - edição 86 - 2008.


Disponível em: https://www.newslab.com.br/wp-

content/uploads/yumpu_files/Especial%20microbiologia%20Pt.%201.pdf. Acessado

em 16 de março de 2021.

APLICAÇÃO DA TÉCNICA PCR PARA


Fernanda Maria Santos do Nascimento, 2008.

DETECÇÃO DE BACTÉRIAS POTENCIALMENTE PATOGÊNICAS EM UM SISTEMA


UASB-LAGOAS DE POLIMENTO PARA TRATAMENTO DE ESGOTO DOMÉSTICO.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

SANEAMENTO, MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS. Disponível em

http://www.smarh.eng.ufmg.br/defesas/511M.PDF. Acessado em 17 de março de

2021.

Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde Programa Nacional de DST e

Aids. Técnica de Coloração de GRAM. Brasília, 2001. Disponível em:

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/115_03gram.pdf. Acessado em: 16 de

março de 2021.

Cristiane Mara Silva da Caracterização molecular de amostras de


Costa.

Escherichia coli carreadoras dos genes stx isoladas de bovinos nos estados de
Rondônia e do Rio de Janeiro. FIOCRUZ. Fundação Oswaldo Cruz, 2013. Disponível
em: https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/24636/1/661.pdf. Acessado em: 16

de março de 2021.

IMAGEM 1: https://blog.jaleko.com.br/como-e-feito-o-metodo-de-gram/

IMAGEM 2: https://kasvi.com.br/bacteria-gram-positiva-gram-negativa/

IMAGEM 3: https://kasvi.com.br/bacteria-gram-positiva-gram-negativa/

Você também pode gostar