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de Estado da Saúde de São Paulo – SES/SP
Coordenadoria de Controle de Doenças ‐ CCD
Centro de Vigilância Epidemiológica – CVE/CCD
Divisão de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar – DDTHA/CVE
SURTOS DE DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ÁGUA E ALIMENTOS
‐ Perguntas e Respostas e Dados Estatísticos ‐
O que é Doença Transmitida por Água e Alimentos (DTA)?
É a doença que ocorre devido à ingestão de alimentos, bebidas e água, contaminados por:
microrganismos como bactérias, vírus, parasitas, príons e toxinas; ou por produtos químicos,
agrotóxicos e metais pesados ou outros contaminantes. É conhecida também como infecção
ou intoxicação alimentar.
Quais são os sintomas?
Os mais comuns são: diarréia líquida, náusea, vômitos, cólicas abdominais, e febre em alguns
casos. Os sintomas podem durar de um dia a uma semana, em geral três dias. Alguns
microrganismos podem causar sintomas mais graves, como distúrbios neurológicos, renais,
hepáticos, alérgicos, septicemia, e até óbito.
Quais são essas Doenças?
Entre aquelas que se manifestam com diarréia aguda estão as enteroviroses causadas mais
freqüentemente pelo rotavírus e norovírus, as parasitoses por Cryptosporidium e Giárdia, e as
causadas por bactérias como Bacillus cereus, Clostridium perfringens, Escherichia coli
patogênica (vários tipos), Salmonella (vários tipos), Shigella, Staphylococcus aureus, e outras.
Entre as doenças com sintomas neurológicos destacam‐se: o Botulismo (fatal se não tratado a
tempo) causado pela toxina da bactéria Clostridium botulinum formada em conservas, em
geral caseiras, de vegetais e carnes, ou em outros alimentos preparados sem higiene ou sem
procedimentos corretos; a Síndrome de Guillain‐Barré é outra doença com sintomas
neurológicos que pode ser causada pela bactéria chamada Campylobacter jejuni, encontrada
em aves e frangos e na água não tratada.
A Síndrome Hemolítico‐Urêmica (SHU) é doença grave que pode ser causada mais
freqüentemente pelas bactérias Shigella e Escherichia coli do tipo O (principalmente pela E.
coli O157:H7) e provoca anemia hemolítica (destruição dos glóbulos vermelhos do sangue),
danos renais graves (inclusive, insuficiência renal), entre outros sintomas. Em geral, aprece em
crianças menores de 5 anos após diarréia aguda sanguinolenta.
A Hepatite A é causada por um vírus que pode ser veiculado pela água ou alimentos
contaminados com esgoto/dejetos humanos e também por alimentos preparados por
indivíduos com a doença (com ou sem sintomas), devido às mãos sujas ou mal lavadas. Afeta o
fígado, causando mal‐estar, prostração, náusea, vômito e icterícia, e mais raramente, óbito .
A toxoplasmose é uma doença causada por um parasita de felinos, o Toxoplasma gondii, que
pode ser transmitida por água, verduras e carnes cruas contaminadas com fezes de gatos.
Causa uma doença parecida com a mononucleose, com muitos gânglios, febre, mal estar,
prostração, podendo afetar o baço, fígado, cérebro, retina, além de provocar, em gestantes,
morte fetal e aborto ou o nascimento de crianças com a doença e complicações.
As toxinas naturais de alguns vegetais, plantas, feijões, cogumelos venenosos, e de peixes e
frutos do mar, podem causar reações alérgicas importantes e alguns casos sintomas
neurológicos. A ingestão de alimentos contaminados com agrotóxicos e outros produtos
químicos causa intoxicações, envenenamentos e até óbitos.
Algumas bactérias do grupo das Salmonellas (por ex., a Salmonella Enteritidis, encontrada em
aves e ovos) podem passar para a corrente sangüínea, especialmente em pessoas com
problemas imunológicos, em crianças, gestantes e idosos, causando a septicemia (infecção
generalizada) e óbito. O grande problema é que algumas cepas dessas bactérias vem
adquirindo resistência aos antibióticos e dificultando o tratamento desses casos graves.
A Febre Tifóide é causada pela Salmonella Typhi, veiculada por água e alimentos contaminados
com esgoto/dejetos humanos e também por alimentos preparados por mãos sujas ou mal
lavadas de portadores (pessoas que tiveram a infecção e permanecem contaminados, sem
sintomas). Provoca transtornos abdominais (cólicas, constipação) e febre alta, e nos casos mais
graves, várias complicações que podem levar ao óbito.
As doenças priônicas, são assim chamadas por serem causadas por um tipo de proteína
chamada príon. A grande maioria delas não está relacionada à transmissão alimentar. A única
de importância para a vigilância de alimentos é a variante da Doença de Creutzfeldt‐Jakob
(vDCJ), conhecida como o “mal da vaca louca” transmitida pela carne bovina contaminada,
com casos na Europa, especialmente no Reino Unido. É invariavelmente degenerativa e fatal .
Não há registro de casos no Brasil.
Qual o tratamento para as DTA?
Para a doença diarréica aguda/diarréia aguda/gastrenterite o tratamento básico é feito a partir
de ingestão de sais hidratantes orais, e de muito líquido (água potável/tratada, sucos). Para os
casos mais graves que exijam internação, pode ser necessária hidratação endovenosa e outros
procedimentos médicos dependendo das manifestações clínicas e órgãos afetados. Não há
vacinas para a grande maioria de patógenos. Há vacina para determinados tipos de rotavírus
(indicada para criança menores de 1 anos) e contra a hepatite A. As vacinas contra a cólera e
febre tifóide não conferem imunidade duradoura e são utilizadas em situações específicas.
O que é surto de DTA?
Considera‐se surto quando duas ou mais pessoas apresentam a mesma doença após ingerirem
alimentos e/ou água da mesma origem (OPAS).
Quais as causas mais freqüentes de contaminação dos alimentos?
Um dos principais problemas é o preparo inadequado do alimento, seja pela falta de
higienização da matéria‐prima, ou pela falta de higienização das mãos e dos utensílios e das
superfícies da pia, pelo cozimento inadequado, etc. Manipuladores de alimentos, com lesões
na pele ou com ferimentos nas mãos, podem transmitir microrganismos patogênicos para os
alimentos e causar doenças nos consumidores. Outro importante problema é o hábito de
deixar os alimentos preparados ou suas sobras muito tempo fora da geladeira, isto é, em
temperatura ambiente. Sabe‐se que duas horas após seu preparo, bactérias e toxinas
começam a se desenvolver/multiplicar‐se nos alimentos.
Determinados hábitos alimentares também contribuem para a ocorrência dessas doenças: a
ingestão de determinados produtos de origem animal (carnes bovina, suína, aves, ovos, peixes
e frutos do mar, leite e derivados não pasteurizados) crus ou mal cozidos, representam
importante fator de risco para a ocorrência de gastrenterites e de outras formas de DTA.
Verduras cruas e frutas devem sempre ser higienizadas e desinfetadas antes de se consumir.
A implantação de sistemas públicos de água tratada e de esgoto reduziu drasticamente os
casos de diarréia e outras doenças infecciosas. Contudo, águas de bica, fontes e até mesmo
águas minerais (produzidas sem os devidos procedimentos ou clandestinas) respondem por
grande parte dos surtos veiculados por água. Saneamento básico deficiente, especialmente
encontrado em áreas rurais e periferia urbana, é um importante fator de risco para a
ocorrência de surtos de diarréia, de hepatite A e de febre tifóide e para a persistência da
circulação de microrganismos patogênicos na população.
Quem faz a vigilância de surtos de DTA no Estado de São Paulo?
É feita pelas seguintes instituições :
Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), da Secretaria de Estado da Saúde, e equipes de
vigilância epidemiológica, regionais e municipais, são responsáveis pela captação e
investigação dos surtos
Laboratórios do Instituto Adolfo Lutz (IAL), da Secretaria de Estado da Saúde, central e
regionais, e laboratórios públicos e conveniados ao SUS nos municípios, são responsáveis pelos
exames laboratoriais para identificação do microrganismo causador do surto.
Centro de Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado da Saúde, e equipes regionais e
municipais respondem pela fiscalização de procedimentos de
preparação/manipulação/fabricação de alimentos, pela emissão de alvarás de funcionamento,
etc.
Trata‐se de um processo integrado a outros órgãos como SVS/MS (Secretaria de Vigilância em
Saúde/Ministério da Saúde), ANVISA (Agencia Nacional de Vigilância Sanitária), Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), OPAS/OMS, Saneamento e Meio Ambiente,
entre outros.
Por que os surtos de DTA devem ser investigados e como são identificados no Estado de São
Paulo?
A ocorrência de um surto indica que houve falha no sistema de produção ou preparação ou
distribuição de alimentos ou da água. Os surtos são identificados por meio de três
subsistemas, coordenados pela Divisão de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar/CVE:
1) MDDA ‐ Monitorização da Doença Diarréica Aguda – é o registro semanal de casos de
doença diarréica aguda nas unidades sentinela dos municípios. A avaliação e
constatação de aumento do número de casos, ou de mudança de faixa etária ou da
gravidade de casos são sinais de alerta para se desencadear a investigação de
ocorrência de possíveis surtos no município.
2) Vigilância de surtos de DTA – notificação espontânea da ocorrência de surtos, feita por
médicos, laboratórios, vítimas de surtos, imprensa ou outros às vigilâncias
epidemiológicas municipais ou ao CVE.
3) Vigilância em laboratório – busca de diagnósticos de casos esporádicos de
enteropatógenos de DTA feitos por laboratórios e utilização de técnicas de
sorotipagem e biologia molecular (encaminhamento de cepas para o IAL Central) para
identificação de possíveis vínculos entre os casos e alimentos suspeitos. O aumento de
diagnósticos semelhantes desencadeia uma investigação de ocorrência de possível
surto.
Qual a importância das DTA?
São importante causas de morbidade e mortalidade no mundo, especialmente as
gastrenterites/doenças diarréicas agudas (DDA). Segundo a OMS, estima‐se a ocorrência de
mais de 2 milhões óbitos por DDA ao ano, em todo o mundo, sendo que o alimento é na
atualidade, um importante veiculador de DDA. Mais de 30% da população em países
industrializados são afetadas por DTA.
Existem dados sobre a ocorrência de surtos de DTA no Estado de São Paulo?
Sim, os sistemas de vigilância implantados ou aprimorados a partir de 1999, permitem
conhecer as características dos surtos ocorridos no Estado de São Paulo, e são de fundamental
importância para a tomada de medidas preventivas como implantação de novos programas
educativos e de novos regulamentos sanitários, entre outras medidas. É preciso destacar que
as notificações de surtos do Estado de São Paulo ao Sistema Nacional de Vigilância de Surtos
de DTA representam mais de 70% do total de notificações, o que reflete uma maior
sensibilidade e organização do sistema, e não necessariamente a maior ocorrência de surtos.
Segundo os dados da SVS/MS, há vários Estados do Brasil que não conseguiram ainda
consolidar ou implantar seus sistemas de vigilância de surtos de DTA. Da mesma forma, há
municípios no Estado de São Paulo sem registro de surtos de DTA, o que não significa que não
tenha ocorrido surto, mas que seu sistema de vigilância municipal, talvez, necessite ser
melhorado. A notificação de surtos de DTA deve ser feita à Vigilância Epidemiológica do
município onde ocorreu o surto ou então à Central CVE (tel. 0800 555 466).
RESUMO ESTATÍSTICO ‐ Características epidemiológicas dos Surtos de Doenças Transmitidas
por Água e Alimentos (DTA) notificados à DDTHA/CVE, ESP, 1999 – 2008 (os dados do ano de
2008 ainda são preliminares).
No período de 1999 a 2008 foram notificados ao CVE 2.712 surtos envolvendo 76.797 casos (v.
Figura 1 com a distribuição de surtos e casos de DTA ano a ano no período) e com 39 óbitos
(letalidade = 0,05%).
Figura 1
1 ‐ Distribuição
o de Surtos e Casos de DTA
A por ano
de ocorrêência, ESP, 19999 – 2008* (N
N = 2.712 surto
os, 76.707
casos)
5
500 20000
Número de Surtos
Número de Casos
393
4
400 344 325 21
32 15000
302
3
300 235 15197 260
20
00 226
10000
2
200 106 11082
9
9802 5000
100 8638 6
8196
4981 5678 5289 97
479
0 3137 0
ANO
Fontee: DDTHA/CVEE/SES‐SP
(*) An
no de 2008 – D
Dados preliminares
Destee total, 2.3700 surtos (87,4 4%) foram de gastrenterrite/doença d diarréica aguuda afetando o
72.50 08 pessoas (994,4%) e cau usando 31 ób bitos (letalidaade = 0,04%)). O número de surtos de e
botullismo alimen %) com 14 casos (0,02%) e 4 óbitos (lletalidade =
ntar foi de 9 ssurtos ( 0,3%
28,6% %), relacionaados a vários alimentos como palmito o em conservva industrial,, tortas de frrango
e queeijo cremoso o, ou de franggo com ervilha e palmito o, salgadinho
os, pizzas, san
nduíches de
metro o, tofu em co onserva commercial e sard dinha em con nserva caseirra. O númeroo de surtos d de
hepatite A foi de 333 surtos (12,3%) com 4.275 casos (5,6%) e 4 óbitos (letalid dade = 0,1%),
grand de parte delees devido à ttransmissão de pessoa paara pessoa, eem ambienttes fechados
como o creches e eescolas, e outtros por ingeestão de água de bica con ntaminada o ou sem
identtificação da ccausa primárria de transm missão .
A disttribuição doos surtos de D DTA (N = 2.7 712 surtos) se egundo o aggente etiológgico identificcado
1) Bactérias: 524 (19,3%)), dentre elass a Salmonella com 214 surtos (correespondendo a
foi: 1
7,9% do total de ssurtos notificcados e a 42 2% do total de surtos causados por baactérias), o
Clostrridium botulinum: 9 surttos (0,3%) e, surtos por o outros tipos de bactériass (11,1%) ; 2)Vírus:
563 ssurtos (20,8% %), dentre elees os por Rotavírus (8,3% %) e outros vvírus (0,2%); 3)Parasitas: 89
(3,3%%); 4) Toxinass/Contaminaantes Químiccos: 22 (0,8% %), perfazend do um total dde surtos de DTA
com iidentificação o etiológica dde 1.198 surttos (44,2%) ccom 48.666 p pessoas afettadas (63,4% %).
O tottal de surtos de DTA com m etiologia de esconhecidaa foi de 1.514 4 surtos (55,88%) com 28.131
casoss (36,6%). Esse importantte percentuaal de surtos ssem identificcação do ageente causado or
está rrelacionado aos surtos de diarréia, devido princip palmente à ccoleta tardia ou à falta de
e
coleta de amostraas de fezes d dos pacientes, à pesquisaa laboratoriaal incompletaa de possíveis
agenttes etiológicos (por exem mplo, suspeitta‐se clinicam mente de que o agente seja viral e nãão se
coleta amostra paara bactériass ou parasitaas ou não se solicita a invvestigação co ompleta; se o o
resulttado for neggativo, significa apenas que a doença não foi caussada por víru us ou por aqu uele
deterrminado víru us que foi tesstado, pois nem sempre são testadoss outros posssíveis
enterrovírus), e também devid do à ausênciaa de sobras d dos alimentoos suspeitos que deveriam ser
testados para a id dentificação dos agentess patogênicoss.
A me ediana do tottal de surtoss de DTA no período 199 99 a 2008 foi de 7 pessoas por surto ((isto
é, pelo menos 50 0% do total de surtos envvolveram até por surto); a vvariação de casos
é 7 pessoas p
foi dee 1 a 2.775 casos.
A carracterização dos surtos d de DTA por ttipo de alime ento/veículoo de transmissão (N = 2.7 712
surto
os), no períoddo mostra qu ue 51% do to otal de surtos estavam asssociados a aalimentos
prepaarados/maniipulados, com m variações próximas de esse valor, paara mais ou ppara menos, a
cada ano analisad do. A água, in ncluindo‐se ssuas várias o
origens (poço o, bica, água mineral, caixa
d’águua sem higien ne, sistema ppúblico de ab bastecimentto, contaminações por essgoto, etc.)
repreesentou em ttorno de 2% do total de ssurtos, chegaando a 3% em alguns anos; a transm missão
pessooa‐a‐pessoa foi responsáável por 7% d do total dos ssurtos e é prreponderante nos surtos por
rotavvírus e por heepatite A; o ttotal de tipo de alimentoo ou outro veeículo não identificado /n não
informmado foi de 40%. Esse allto percentual está relacionado princcipalmente ààs dificuldade es das
equippes municipaais locais de ccondução daa investigaçãão epidemiológica e freqü üentemente à má
qualiddade de preeenchimento dos dados n no SINANNett (sistema dee informação o para registrro de
agravvos/doenças de importân ncia em saúd de pública).
os suspeitos causadores de surtos de
Entree os alimento e diarréia agu
uda destacam
m‐se as refeições
com múltiplos alimentos (23% %) e ovos/maaioneses (15
5%).
Os su
urtos de DTA e ocorrência (N = 2.712 ssurtos) apressentaram as seguintes
A por local de
caraccterísticas: 1)) preparadoss nas Residên
ncias: 27%; 2
2) preparadoos em Restauurantes e outtros
estab
belecimentoss comerciais: 24%; 3) oco orrência em outros espaçços: 39%; 4) sem informaação
do local de ocorrêência: (10%).
Número de Casos
35 1000
785 739 772
288
30 25 629 800
9
25 567 580 536 5 20
20 1
17 17
15
600
15 3
283 400
9
10 7
200
5
0 0
1999 20000 2001 2002 20
003 2004 2005 2006 2007 20088*
Ano
Surtoss Casos
C
Fonte: DDTHA/C CVE/SES‐SP
(*) 2008 – Dado os preliminares
Além das Salmonellas que resspondem por 42% do tottal de surtos de diarréia ccausados por
bactéérias, destacaaram‐se, no o mesmo perríodo, outras bactérias co omo Staphylo ococcus aureeus
(16%), Shigella (qquase 15%), B Bacillus cereus (6%), Closstridium perffringens ( 4% %), E. coli (4%
%) e
outraas (13%), comm algumas vaariações desses percentu uais conform me o ano anaalisado.
As característicass dos surtos p por Salmoneella no período de 1999 aa 2008 foram m: 214 surtoss com
7.0822 casos e 7 óbitos (letalid dade = 0,1%); a mediana foi de 11 cassos (isto é,peelo menos 5 50%
dos surtos envolvveram até 11 1 pessoas por surto); a variação: 2 a 1.020 casos.. Esses surto os
repreesentaram 25 5% do total d de surtos de diarréia com m etiologia id dentificada, 442% do totall de
os por bactérrias como citado anteriorrmente. O so
surto orotipo identtificado pred dominante en ntre
as Salmonellas fo oi a S. Enterittidis (50,91% %).
Os alimentos susp peitos de cau
usar esses su
urtos por Sallmonella foraam preparaddos em
restaurantes e ouutros estabellecimentos ccomerciais (335%) ou prep parados em rresidências (21%);
16% eestavam relaacionados a ffestas e evenntos servidoss em geral poor bufes; 5%
% ocorreram em
crechhes, escolas ee outros espaços fechadoos similares; 7% em comunidade abeerta (casos
dispeersos pelo município) e 16% sem iden ntificação ou
u não informaação do locaal de ocorrên
ncia
(Figura 4).
Figgura 4 ‐ Percentu
uais de distribuiçãão dos surtos porr Salmonella segu
undo o local
de ocorrência, ESP, 1999 a 2008* (214 = surtos)
7%
% 16%
35%
21%
16%
%
5%
%
utros estab. Comerciais
Restaurantes e ou
R Festas//Eventos/Buffes
Creches/Escolas/S
C Similares Residêência
Comunidade aber
C rta Não Identificado/Não In
nformado
Fonte: DDTHA/CVEE/SES‐SP
(*)) 2008 – Dados preliminares
O que
e fazer para evitar essass doenças?
Algum
mas dicas e ccuidados:
SEPA
ARAR OS ALIM MENTOS durrante sua preeparação – sseparar aqueeles que já fo oram lavadoss e
desin
nfetados dos que ainda seerão preparaados; não utilizar a mesm ma faca durante a preparração
dos aalimentos, e ssempre higieenizá‐la, com
m água e sabãão antes de ttocar cada alimento. Não o
mistuurar os difereentes alimenntos na pia enquanto os p prepara e sempre higienize as mãos, os
perfície da piaa, com água e sabão, a cada preparo de alimento
utenssílios e a sup o. Cuidado coom os
utenssílios de maddeira, como ccolheres de p pau e tábua de carne. No os restaurantes, o uso de esses
utenssílios está proibido. Em ccasa, após a uutilização, lave‐os bem com água e sabão e deixe e‐os
secarr bem antes d de guardá‐loos. Se apreseentarem ranh huras, riscas,, trincas, ‐ deespreze‐os, p
pois,
torna‐se difícil a higienização adequada deles. Há no mercado “tábuas de carne” de vários
tipos de materiais, porém todos eles, depois de certo tempo, podem apresentar ranhuras de
difícil higienização e devem ser substituídos.
LAVAR SEMPRE AS MÃOS antes de preparar ou comer alimentos e toda vez que utilizar o
banheiro ou chegar da rua. Pessoas que cuidam de crianças devem lavar bem as mãos depois
de trocar fraldas de bebês e antes de preparar ou ingerir alimentos. Após brincar ou tratar de
animais de estimação lave bem as mãos. Salmonellas podem ser transmitidas por bichinhos
como iguanas, hamsters e outros.
LAVE BEM FRUTAS E VERDURAS com água potável/tratada e depois as higienize com
hipoclorito de sódio ou água sanitária (siga as instruções no rótulo ou bula do produto).
Vinagre doméstico não mata os microrganismos, ajuda apenas a despregar sujeiras.
UTILIZAR PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL OU VERDURAS E FRUTAS DE FONTES CONFIÁVEIS
– não compre produtos de origem clandestina ou de quem você não tenha certeza de que está
familiarizado com os procedimentos corretos, seja de criação de animais para consumo
humano, seja na plantações/hortas ou no preparo/fabricação de alimentos. Muito cuidado
com conservas de carnes e vegetais, de origem clandestina ou caseira, pois podem ter sido
feitas sem higiene e conter a toxina que causa o botulismo (doença grave e fatal se não tratada
a tempo), além de outras bactérias que causam diarréia.
SEMPRE AQUECER OU REAQUECER OS ALIMENTOS antes de ingeri‐los, mesmo que tenham
anteriormente sido guardados na geladeira. Em padarias, rotisseries e outros
estabelecimentos comerciais, não compre ou coma salgados ou tortas com recheios que
estejam no balcão à temperatura ambiente. Esses produtos deverão estar no refrigerador e
serem reaquecidos antes do consumo ou estarem em balcão térmico em temperatura acima
de 60°C. Sobremesas e bolos com cremes ou recheios úmidos devem permanecer em balcões
adequadamente refrigerados. Guloseimas doces ou salgadas preparadas no comércio devem
também portar etiquetas que indiquem a data de validade.
GUARDAR SEMPRE AS SOBRAS DE ALIMENTOS DENTRO DA GELADEIRA. Não deixe os
alimentos preparados (pratos cozidos, fritos ou assados ou saladas, sobremesas, etc.) em
temperatura ambiente por mais que duas horas, pois os microrganismos e suas toxinas
começam a se desenvolver.
Organize sua geladeira sem enchê‐la demais, pois a quantidade excessiva de alimentos,
bebidas, etc., impede a circulação de ar refrigerado. Alimentos perecíveis (leite, queijo,
manteiga, iogurte, doces, etc.) devem ficar nas prateleiras superiores que são mais frias. Não
guarde os ovos na porta, pois o movimento constante de abrir/fechar a porta pode quebrá‐los
e assim contaminar outros alimentos. Guarde‐os em uma forma de plástico de modo que
fiquem separados de outros alimentos. Verduras, frutas e legumes podem ficar nas prateleiras
ou gavetas de baixo. Na porta da geladeira guarde alimentos industrializados como sucos em
caixas tetra pak, frascos de mostarda, catchup, molhos, conservas em vidro, refrigerantes, pó
de café, etc. Use, de preferência, recipientes de vidro ou cerâmica/louça, tampados, para
guardar sobras de alimentos ou então potes de plástico, desde que não estejam danificados ou
com ranhuras que são de difícil higienização e de risco para crescimento de bactérias ou
mofos.
Alimentos a ser congelados devem ficar no compartimento de cima (freezer ou congelador),
embalados e organizados por tipo de produto, de forma a não contaminar outros alimentos
tais como aqueles que serão servidos sem cocção prévia – por ex., sobremesas geladas.
Higienize sempre seu refrigerador/freezer seguindo as instruções do fabricante.
LAVAR SEMPRE AS LATINHAS E GARRAFAS DE REFRIGERANTES OU DE OUTRAS BEBIDAS, com
água e sabão.
RECUSAR CANUDINHOS SEM EMBALAGEM, pois podem ter sido reaproveitados.
PREFIRA MAIONESE E OUTROS MOLHOS EM SACHES INDUSTRIALIZADOS ‐ evite consumir
maionese, catchup, mostarda e outros molhos em bisnagas e frascos reutilizáveis deixados nas
mesas de bares, restaurantes e lanchonetes, pois, em geral, ficam em temperatura ambiente e
os conteúdos são repostos sem prévia higienização, fatores que favorecem a multiplicação das
bactérias. Não coma saladas com maionese tipo ”caseira” feita de ovos crus.
Restaurantes e outros estabelecimentos comerciais devem seguir a regulamentação sanitária
estadual (Portaria CVS no. 6/1999) que proíbe o uso de ovos crus em pratos/alimentos que
serão comercializados sem cocção prévia. A legislação tem por finalidade garantir a segurança
de seus alimentos ‐ os estabelecimentos comerciais devem utilizar maionese industrial ou ovos
pasteurizados em líquido ou pó, disponíveis no mercado.
OBSERVAR SEMPRE A HIGIENE DO LUGAR ONDE SE VAI COMER FORA ‐ evite comida de rua e
principalmente os locais onde não haja refrigerador para armazenar os produtos perecíveis, ou
falte local com água para a devida higienização das mãos do manipulador/preparador de
alimentos. Na praia, não coma salgadinhos, sanduíches, frutos do mar ou petiscos que estejam
à temperatura ambiente. Ostras cruas e outros frutos do mar, em temperatura ambiente e
sem higiene podem causar graves intoxicações.
Prefira os restaurantes onde você possa comer pratos feitos na hora. Nos “self‐serv” veja se os
pratos quentes estão em balcão térmico adequado que os mantenha bem quentes, e se as
saladas e sobremesas estão em balcão devidamente refrigerado. Observe também se os
balcões onde você se serve têm anteparos que evitem que o consumidor contamine a comida
espirrando ou tossindo ou mesmo encostando punhos de suas blusas, camisas, aventais, etc.,
que podem contaminar os alimentos preparados. Veja também se o restaurante dispõe de
uma pia com sabão e toalhas de papel para que o consumidor lave as mãos antes de começar
a se servir, ou sentar‐se à mesa.
Não coma em locais em que existam baratas, ratos e outros insetos circulando pelos chãos ou
paredes! Veja como estão as chapas dos fogões, as panelas, os azulejos das paredes, onde está
o recipiente de lixo, a limpeza do chão, etc.. É importante visitar a cozinha dos restaurantes
onde você vai fazer suas refeições.
Notifique à Vigilância Sanitária de sua cidade os locais sem higiene e sem os cuidados
necessários para comercialização ou preparação de alimentos seguros.
NÃO SEJA UMA FONTE DE TRANSMISSÃO PARA OUTRAS PESSOAS ‐ Se você estiver doente,
evite preparar alimentos que serão consumidos por outras pessoas, pois pode haver
contaminação do alimento e propagação para outras pessoas. Diarréias, Febre Tifóide,
Hepatite A, e inclusive gripes e resfriados, podem ser veiculados para outras pessoas quando
foram preparados por pessoas com essas doenças.
NOTIFIQUE PARA A VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE SUA CIDADE A DOENÇA TRANSMITIDA
POR ALIMENTOS!
PARA SABER MAIS consulte o site: http://www.cve.saude.sp.gov.br ‐ em Doenças
Transmitidas por Água e Alimentos.
Documento elaborado pela Divisão de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar (DDTHA), Centro
de Vigilância Epidemiológica (CVE), SES‐SP, em novembro de 2009.