Você está na página 1de 92

ÁREA TECNOLÓGICA:

Metalmecânica

Identificação do MDI:
Metrologia
VISÃO

“Consolidar-se como o líder estadual em educação profissional e tecnológica e ser


reconhecido como indutor da inovação e da transferência de tecnologias para a indústria
brasileira, atuando com padrão internacional de excelência”.

MISSÃO

Promover a educação profissional e tecnológica, a inovação e a transferência de tecnologias


industriais, contribuindo para elevar a competitividade da indústria brasileira.

VALORES

 Transparência
 Iniciativa
 Satisfação ao Cliente
 Ética
 Alta Performance
 Valorização das Pessoas

POLÍTICA DA QUALIDADE

 Satisfazer as necessidades dos clientes com produtos competitivos reconhecidos pelo


mercado.
 Intensificar ações de aperfeiçoamento e valorização de competências dos empregados.
 Assegurar o aprimoramento contínuo dos processos e serviços com padrões de
qualidade, para o alcance de resultados.

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

2
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS NO ESTADO DE MATO GROSSO – FIEMT
Jandir José Milan
Presidente em Exercício

CONSELHO REGIONAL
Jandir José Milan
Presidente em Exercício

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL

Gilberto Gomes de Figueiredo


Diretor Regional do Departamento Regional de Mato Grosso

Lélia Rocha Abadio Brun


Gerente de Educação e Tecnologia – GETEC

Silvânia Maria de Holanda


Coordenadora da Unidade de Desenvolvimento em Educação Inicial e Continuada -
UEDE

Eveline Pasqualin Souza


Coordenadora da Unidade de Desenvolvimento em Educação Técnica e Tecnológica -
UNETEC

3
© 2012 – SENAI/MT – Departamento Regional.
É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema sem o
prévio consentimento do editor.

EQUIPE TÉCNICA DE ORGANIZAÇÃO


Elizângela Farias de Oliveira
Luiza Maria Aparecida de Queiroz

SENAI/MT
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Material Didático da
Área de Metalmecânica – Curso: Fresador Mecânico. Departamento
Regional. Cuiabá - MT, 2012.

1. Fundamentos da Metrologia. 2. Medidas e Conversões. 3.


Paquímetro. 4. Micrômetro. 5. Relógio Comparador.

CDU 621.7

SENAI - MT

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


Av. Historiador Rubens de Mendonça, 4.301
Bairro Bosque da Saúde - CEP 78055-500 – Cuiabá/MT
Tel.: (65) 3611-1500 - Fax: (65) 3611-1557
www.senaimt.com.br

4
APRESENTAÇÃO

Caro(a) Estudante,

É com prazer que apresentamos este material didático que foi desenvolvido para facilitar
seu aprendizado nos cursos de Educação Profissional do Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial – SENAI de Mato Grosso.

Este material tem o objetivo de atender as demandas industriais e satisfazer as


necessidades de pessoas que buscam atualização e conhecimentos através de cursos
profissionalizantes.

Os conteúdos formativos deste material foram concebidos para atender as Áreas


Tecnológicas de atuação do SENAI, alinhados aos Perfis Profissionais Nacionais elaborados
por Comitês Técnicos Setoriais do SENAI Departamento Nacional e com a Classificação
Brasileira de Ocupações – CBO.

Esperamos que este material didático desperte sua criatividade, estimule seu gosto pela
pesquisa, aumente suas habilidades e fortaleça suas atitudes, requisitos fundamentais para
alcançar os resultados pretendidos em um determinado contexto profissional.

5
INFORMAÇÕES GERAIS

- Objetivo do Material Didático:

Visa proporcionar o desenvolvimento de capacidades referente à metrologia, bem como,


capacidades sociais, organizativas e metodológicas, de acordo com a atuação do
profissional no mundo do trabalho.

- Área Tecnológica:
Metalmecânica

- Eixo Tecnológico:
Controle e Processos Industriais

6
ÍCONES DE ESTUDOS

Durante a leitura deste material você encontrará alguns ícones para chamar sua atenção
sobre um assunto destacado. Para contribuir com a eficácia destas reflexões,
recomendamos que realize seus estudos e registre suas conclusões, possibilitando sua
auto-avaliação e reforço do aprendizado. Veja o significado dos ícones:

Traz dicas importantes sobre um assunto

Indicação de site para pesquisa e maior aprofundamento sobre o tema

7
SUMÁRIO

CAPITULO I ........................................................................................................................11
1. FUNDAMENTOS DA METROLOGIA............................................................. 11
1.1. Um pouco de história .........................................................................................11
1.2. Terminologias ....................................................................................................12
1.3. PRINCÍPIOS BÁSICOS DE CONTROLE ..........................................................14
1.4. Método ...............................................................................................................14
1.5. Instrumento de medição ....................................................................................15
1.6. Critério de seleção do instrumento de medição .................................................16
1.7. Classificação dos instrumentos de medição ......................................................16
1.8. SI – sistema internacional de unidades .............................................................17
1.9. Unidades de base ..............................................................................................17
1.10. Unidades si derivadas .......................................................................................18
1.12. O quilograma .....................................................................................................20
CAPITULO II .......................................................................................................................21
2. MEDIDAS E CONVERSÕES ...................................................................... 21
2.1. Leitura de medida em polegada ........................................................................21
2.2. Sistema ingles- fração decimal ..........................................................................22
2.3. Conversões........................................................................................................22
2.4. Regra prática .....................................................................................................23
2.5. Representação gráfica .......................................................................................24
CAPITULO III ......................................................................................................................25
3. RÉGUA GRADUADA, METRO E TRENA ....................................................... 25
3.1. Tipos e usos ..........................................................................................................25
3.2. Características ...................................................................................................27
3.3. Leitura no sistema métrico .................................................................................27
3.4. Leitura no sistema inglês de polegada fracionária .............................................27
3.5. Metro articulado .................................................................................................29
3.6. Conservação......................................................................................................29
3.7. Trena .................................................................................................................30
CAPITULO IV ......................................................................................................................32
4. PAQUÍMETRO ........................................................................................ 32
4.1. Componentes ........................................................................................................32
4.2. Tipos e uso ........................................................................................................33
4.3. Princípio do nônio ..............................................................................................33
4.4. Cálculo de resolução .........................................................................................35
4.5. Sistema métrico .................................................................................................35
4.6. Sistema inglês ...................................................................................................37
4.7. Sistema de polgada fracionária .........................................................................37
4.8. Exemplo de leitura utilizando os passos ............................................................40
4.9. Colocação de medida no paquímetro em polegada fracionária .........................40
4.10. Conservação......................................................................................................41
4.11. Erros de leitura ..................................................................................................41
4.12. Paralaxe ............................................................................................................41
4.13. Pressão de medida ............................................................................................42
4.14. Forma de contato...............................................................................................42

8
4.15. Técnica de utilização do paquímetro .................................................................44
4.16. Comportamento metrológico..............................................................................44
4.17. Normas ..............................................................................................................45
CAPITULO V .......................................................................................................................47
5. MICRÔMETRO ....................................................................................... 47
5.1. Princípio de funcionamento .................................................................................47
5.2. Nomenclatura ....................................................................................................49
5.3. Tipos e usos ......................................................................................................50
5.4. Aplicação ...........................................................................................................50
5.5. Sistema métrico .................................................................................................52
5.6. Leitura no micrômetro com resolução 0,01 mm .................................................53
5.7. Sistema inglês ...................................................................................................53
5.8. Calibração..........................................................................................................54
5.9. Micrômetro interno .............................................................................................54
CAPITULO VI ......................................................................................................................56
6. RELÓGIO COMPARADOR ........................................................................ 56
6.1. Relógio comparador eletrônico ..........................................................................58
6.2. Mecanismos de ampliação ................................................................................59
6.2. Condições de uso ..............................................................................................61
6.3. Aplicações dos relógios comparadores .............................................................62
6.4. Conservação......................................................................................................63
6.5. Relógio com ponta de contato de alavanca (apalpador)....................................63
6.8. Conservação .....................................................................................................64
CAPITULO VII .....................................................................................................................65
7. BLOCOS PADRÃO .................................................................................. 65
7.1. Tipos ...................................................................................................................65
7.1. Fabricação .........................................................................................................66
7.2. Erros adimissíveis ..............................................................................................67
7.3. Recomendações de utilização ...........................................................................67
7.4. Acessórios .........................................................................................................68
7.5. Resistência mecânica a impactos......................................................................69
CAPITULO VIII ....................................................................................................................70
8. CALIBRADOR ........................................................................................ 70
8.1. Característica ....................................................................................................70
8.2. Tipos e aplicações .............................................................................................70
8.2. Calibradores tampões .......................................................................................71
8.3. Calibradores anulares ........................................................................................72
8.4. Calibradores de boca e calibradores de planos .................................................73
8.5. Calibradores de rosca cilindricas .......................................................................73
8.6. Qualificação de calibradores..............................................................................73
CAPITULO IX ......................................................................................................................75
9. VERIFICADORES.................................................................................... 75
9.1. Régua de controle .............................................................................................75
9.2. Réguas de fio retificado (biselada) ....................................................................75
9.3. Réguas de faces retificadas ou rasqueadas ......................................................76
9.4. Dimensões .........................................................................................................77
9
9.5. Condições de uso ..............................................................................................77
9.8. Tamanho............................................................................................................79
9.9. Cilindro-padrão e coluna-padrão .......................................................................79
9.10. Gabaritos ...........................................................................................................80
CAPITULO X .......................................................................................................................83
10. GONIÔMETRO ....................................................................................... 83
CAPITULO XI ......................................................................................................................86
11. RÉGUA E MESA DE SENO........................................................................ 86
11.1. Recordando a trigonometria ..............................................................................86
11.2. Mesa de seno ....................................................................................................87
11.3. Técnica de utilização .........................................................................................88
11.4. Medição de pequenos ângulos ..........................................................................89
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................90

10
CAPITULO I

1. FUNDAMENTOS DA METROLOGIA

1.1. UM POUCO DE HISTÓRIA

O Antigo Testamento da Bíblia é um dos registros mais antigo da humanidade. Lá, no livro
de Gênesis, lê-se que o Criador mandou Noé construir uma arca com dimensões muito
específicas, medidas em côvados.

O côvado era uma medida padrão da região onde morava Noé, e é equivalente três
palmos, aproximadamente, 66 cm.

Figura 1: Medida do côvado.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

Em geral, essas unidades eram baseadas nas medidas do corpo do rei, sendo que, tais
padrões deveriam ser respeitados por todas as pessoas que, naquele reino, fizessem as
medições. Há cerca de 4.000 mil anos, os egípcios usavam como padrão de medida de
cumprimento, o cúbito: distância do cotovelo a ponta do dedo médio.

Figura 2: Cúbito é o nome de um dos ossos do antebraço.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

11
Como as pessoas têm tamanhos diferentes, o cúbito variava de uma pessoa para outra.
Diante desse problema, os egípcios resolveram criar um padrão único, em lugar do próprio
corpo, eles passaram a usar barras de pedra com o mesmo comprimento. Foi assim que
surgiu o cúbito padrão.

Nos séculos XV e XVI, os padrões mais usados na Inglaterra para medir comprimentos
eram a polegada, o pé, a jarda e a milha.

Na França, século XVII, houve a padronização da toesa em uma barra de ferro com dois
pinos nas extremidades, e em seguida, chumbados nas paredes do Grand Chatelet, nas
proximidades de Paris. Assim, cada interessada poderia conferir seus próprios
instrumentos.

A Inglaterra e todo o território dominado por ela usavam um sistema de medida próprio.

Em 1826, foram feitas 32 barras-padrão na França. Em 1889, determinou-se que a barra nº


6 seria o metro dos arquivos e a de nº 26 foi destinada ao Brasil. Este metro padrão
encontra-se no IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas).

1.2. TERMINOLOGIAS

As definições a seguir são conhecidas por todos que intervêm, diretamente ou


indiretamente, no campo da instrumentação industrial, e têm como objetivo a promoção de
uma mesma linguagem técnica.
A seguir veremos alguns termos principais tomando como referencia o VIM.

VIM 2.1. – Medição

Conjunto de operações que tem como objetivo determinar o valor de uma grandeza.

Do ponto de vista técnico, quando uma medição é realizada espera-se que ela seja:

• Exata – isto é, o mais próximo o possível do valor verdadeiro.


• Repetitiva – com pouca ou nenhuma diferença entre medições efetuadas sob as
mesmas condições.
• Reprodutivas – com pouca ou nenhuma diferença entre medições realizadas sob
condições diferentes.
12
VIM 2.2. – Metrologia

É a ciência da medição. Abrange todos os aspectos teóricos e práticos relativos às


medições, qualquer que seja a incerteza, em quaisquer campos da ciência ou tecnologia.

VIM 2.6 – Mensurando

Objeto da medição. Grandeza específica submetida à medição.

VIM 3.5 – Exatidão de Medição

Grau de concordância entre o resultado de uma medição e um valor verdadeiro do


mensurado. Exatidão é um conceito qualitativo. O termo precisão não deve ser usado
como exatidão.

VIM 5.12 – Resolução

Menor diferença entre indicações de um dispositivo mostrador que pode ser


significativamente percebida.

MEDIDA

Valor correspondente ao valor momentâneo da grandeza a medir no instante da leitura. A


leitura é obtida pela aplicação dos parâmetros do sistema de medição à leitura e é
expressa por um numero acompanhado da unidade de grandeza a medir.

ERRO DE MEDIÇÃO

É a diferença entre os resultados de uma medição e o valor verdadeiro convencional do


objeto a ser medido.

Podemos dividir os erros da medição em três grupos: sistemáticos, aleatórios e grosseiros.

VIM 3.13 – Erro aleatório

13
É resultado de uma medição menos a média que resultaria de um infinito número de
medições do mesmo mensurando, efetuadas sob condições repetitivas.

Os erros aleatórios acontecem em função de causas irregulares, imprevisíveis e


dificilmente podem ser eliminados.

VIM 3.14 – Erro sistemático

É a média que resultaria de um infinito número de medições do mesmo mensurando


efetuadas sob condições repetitivas, menos o valor verdadeiro do mensurando.

Este erro pode ser eliminado na calibração, pois normalmente ocorrem em função de uma
causa constante.

ERRO GROSSEIRO

Este erro não está definido no VIM, uma vez que ele é devido a fatores externos e não a
instrumentos.

1.3. PRINCÍPIOS BÁSICOS DE CONTROLE

O sucessivo aumento da produção e a melhoria da qualidade requerem um


desenvolvimento e um aperfeiçoamento contínuo da técnica de medição. Quanto maiores
às exigências de qualidade e rendimento, maiores serão as necessidades de aparatos,
instrumentos de medição e profissionais habilitados.
Quando efetuamos uma medida qualquer, é preciso considerar três elementos
fundamentais: o método, o instrumento de medição e o operador.

1.4. MÉTODO

A medição pode ser direta ou indireta por comparação.

Figura 3: Medida por comparação.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

14
A medição direta é feita mediante instrumentos, aparelhos e máquinas de medir.
Emprega-se a medição direta na confecção de peças-protótipos, isto é, peças originais que
se utilizam como referência ou ainda em produção de pequena quantidade de peças.

A medida indireta por comparação consiste em confrontar a peça que se quer medir com
aquela de padrão ou medição aproximada. Assim, um eixo pode ser controlado, por
medida indireta, utilizando-se um calibrador para eixos.

Figura 4: Modelos de calibrador.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

1.5. INSTRUMENTO DE MEDIÇÃO

Para se ter uma medida precisa, é indispensável que o instrumento corresponda ao padrão
adotado. É necessário, também, que ele possibilite executar a medida com a tolerância
exigida. Em suma, a medição correta depende da qualidade do instrumento empregado.

O relógio comparador é um instrumento comum de medição por comparação. As


diferenças percebidas nele são amplificadas mecanicamente e vão movimentar o ponteiro
rotativo dianteiro da escala.

Figura 5: Modelo de relógio comparador.

Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP .

15
OPERADOR

É o operador que deve apreciar as medidas e executá-las com habilidade. Daí sua
importância em relação ao método e ao instrumento. É mais provável que um operador
habilidoso consiga melhores resultados com os instrumentos limitados que um operador
inábil, com instrumentos excelentes.

É necessário, portanto, que o operador conheça perfeitamente os instrumentos que utiliza.


Deve-se, também, tomar iniciativa de escolher o método de medição mais adequado e
saber interpretarem corretamente os resultados obtidos.

1.6. CRITÉRIO DE SELEÇÃO DO INSTRUMENTO DE MEDIÇÃO

Antes de efetuar uma medição qualquer, deve-se escolher o sistema de medição que, com
suas características, seja compatível com o uso destinado a ele. No geral, a escolha nem
sempre segue uma regra, pois a instrução de um processo ou mesmo o conhecimento do
operador pode determinar o instrumento adequado. De qualquer forma, podemos obedecer
a dois critérios básicos: campo de tolerância da medida a ser verificada e o tipo de
instrumento requerido.

1.7. CLASSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO

O resultado de uma medição depende em grande parte do instrumento selecionado. O


conhecimento de suas características e da classe de exatidão que lhe corresponde poderá
contribuir para escolher o instrumento mais adequado. A figura 6 a seguir ilustra os
diversos graus de exatidão dos instrumentos de acordo com o seu tipo ou capacidade.

Figura 6: Graus de exatidão dos instrumentos.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

16
Classificação dos instrumentos de medição, segundo sua aplicação, capacidade e
exatidão.

Veja a tabela a seguir:

Tabela 1: Classificação dos instrumentos .

1.8. SI – SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES

O Sistema Internacional de Unidades é o fundamento da metrologia moderna. Sua


abreviatura SI vem do nome francês Systeme International d’Unités. O SI é usado
internacionalmente por acordo legal mesmo em países com sistema próprio, como os
Estados Unidos, por exemplo, onde o sistema é o U.S.(Customary Sistem).

O Sistema Internacional é composto por 28 unidades, sendo 7 de base, 2 derivadas


adimensionais e 19 derivadas.

1.9. UNIDADES DE BASE

As definições oficiais de todas as unidades de base do SI foram aprovadas pela


Conferência Geral. A primeira dessas definições foi aprovada em 1889, e a mais recente
em 1983. Essas definições são modificadas periodicamente a fim de acompanhar a
evolução das técnicas de medição e para permitir uma realização mais exata das unidades
de base.

No SI apenas sete grandezas físicas independentes são definidas, as camadas unidades


de base. Todas as demais são derivadas dessas sete. Veja a tabela.

17
Tabela 2: Unidades de Base

1.10. UNIDADES SI DERIVADAS

As unidades derivadas são unidades que podem ser expressas a partir das unidades de
base, utilizando símbolos matemáticos de multiplicação e de divisão.

Dentre essas unidades derivadas, diversas receberam nome especial e símbolo particular,
que podem ser utilizados, por sua vez, com os símbolos de outras unidades de base ou
derivadas para expressar unidades de outras grandezas.

O quadro a seguir fornece alguns exemplos de unidades derivadas expressas diretamente


a partir de unidades de base. As unidades derivadas são obtidas por multiplicação e
divisão das unidades de base.

18
1.11. MULTIPLOS E SUBMULTIPLOS (PREFIXOS DO SI)

Todas as unidades podem ser estendidas sobre uma faixa de 48 ordens de grandeza do
seu valor base. Os multiplicadores são todas potências de 10. Os prefixos da tabela podem
ser empregados por unidades que não pertençam ao SI.

Observe no quadro abaixo os prefixos e símbolos de prefixos adotados.

19
1.12. O QUILOGRAMA

Entre as unidades de base do Sistema Internacional, a unidade de massa é a única cujo


nome, por motivos históricos, contém um prefixo. Os nomes dos múltiplos e dos
submúltiplos decimais da unidade de massa são formados pelo acréscimo dos prefixos à
palavra “grama” (CIPM —1967, Recomendação 2; PV, 35, 29 e Metrologia, 1968, 4, 45).

Por exemplo:
10-6 kg = 1 miligrama (1mg), porém nunca 1 microquilograma (1 µkg).

Sugestão de site para pesquisa:


http://www.inmetro.gov.br/infotec/publicacoes/Si.pdf

20
CAPITULO II

2. MEDIDAS E CONVERSÕES

Apesar de ter chegado ao metro como unidade de medida, outras unidades também são
usadas. Na mecânica, por exemplo, é comum usar polegadas.

O sistema inglês ainda é muito usado na Inglaterra e nos Estados Unidos, assim como no
Brasil devido ao grande número de empresas procedentes desses países. Porém, esse
sistema está, aos poucos, sendo substituído pelo sistema métrico.

O sistema inglês tem como padrão a jarda. Esse padrão foi criado por alfaiates ingleses.
No século XII, devido a sua grande utilização, esse padrão foi oficializado pelo rei Henrique
I.

A jarda teria sido definida então, como a distância entre a ponta do nariz do rei ao seu
polegar, com o braço esticado.

Figura 7: Medida da jarda.

Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP .

As relações existentes entre a jarda, a polegada e o pé também foram instituídas por leis,
nas quais os reis da Inglaterra fixaram que:
• 1 pé era igual a 12 polegadas.
• 1 jarda era igual a três pés.
• 1 milha terrestre era igual a 1.760 jardas.

2.1. LEITURA DE MEDIDA EM POLEGADA

A polegada divide-se em frações ordinárias de denominadores iguais: 2, 4, 8, 16, 32, 64,


128. Temos então as seguintes divisões da polegada:

21
2.2. SISTEMA INGLES- FRAÇÃO DECIMAL

A divisão das polegadas em submúltiplos ao invés de facilitar, complica os cálculos na


indústria. Por essa razão, criou-se a divisão decimal da polegada. Na pratica, a polegada
subdivide-se em milésimo e décimo de milésimo.

Exemplo:

• 1,003” é igual a 1 polegada e 3 milésimos.


• 1,1247” é igual a 1 polegada e 1.247 décimos de milésimos.
• 0,725” é igual a 725 milésimos de polegadas.

2.3. CONVERSÕES

Sempre que uma medida estiver em uma unidade diferente da dos equipamentos
utilizados, deve-se convertê-las.
22
Para converter unidade fracionária em milímetro, deve-se multiplicar o valor em polegada
fracionária por 25,4.

Exemplos:

A conversão de milímetro em polegadas fracionária é feita dividindo-se o valor em


milímetro por 25,4 e multiplicando-o por 128. O resultado deve ser escrito como numerador
de uma fração cujo denominador é 128. Caso o numerador não dê um número inteiro,
deve-se arredondá-lo para o número inteiro mais próximo.

Exemplo:

2.4. REGRA PRÁTICA

Para converter milímetro em polegada ordinária, basta multiplicar o valor em milímetro por
5,04 mantendo-se 128 como denominador. Arredondar, se necessário.

23
2.5. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA

A equivalência entre os diversos sistemas de medidas, visto até agora, pode ser melhor
compreendida graficamente. Observe.

Figura 8: Equivalência nos sistemas de medidas.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

24
CAPITULO III

3. RÉGUA GRADUADA, METRO E TRENA

A régua graduada, o metro articulado e a trena são os mais simples instrumentos de


medida linear. A régua apresenta-se, normalmente em forma de lâmina de aço-carbono ou
de aço inoxidável. Nessa lâmina estão gravadas as medidas me centímetros (cm) e
milímetros (mm) conforme o sistema métrico, ou em polegada e suas frações, conforme o
sistema inglês.

Figura 9: Régua Graduada.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

Utiliza-se a régua graduada nas medições com erro admissível superior à menor
graduação. Normalmente, essa graduação equivale a 0,5 mm ou 1".
2
As réguas graduadas apresentam-se nas dimensões de 150, 200, 250, 300, 500,
600, 1000, 1500, 2000 e 3000 mm. As mais usadas na oficina são as de 150 mm (6") e 300
mm (12").

3.1. TIPOS E USOS

Régua de encosto interno - Destinada a medições que apresentem faces internas de


referência.

Figura 10: Régua de encosto inteiro.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

Régua sem encosto - Nesse caso, devemos subtrair do resultado o valor do ponto de
referência.

25
Figura 11: Régua sem encosto.
Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

Régua com encosto - Destinada à medição de comprimento a partir de uma face externa,
a qual é utilizada como encosto.

Figura 12: Régua com encosto.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

Régua de profundidade - Utilizada nas medições de canais ou rebaixos internos.

Figura 13: Régua de profundidade.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

Régua de dois encostos - Dotada de duas escalas: uma com referência interna e outra
com referência externa. É utilizada principalmente pelos ferreiros.

Figura 14: Régua de dois encosto.

Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP .

Régua rígida de aço-carbono com seção retangular - Utilizada para medição de


deslocamentos em máquinas-ferramenta, controle de dimensões lineares, traçagem etc.

Figura 15: Régua de aço-carbono.

Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP .

26
3.2. CARACTERÍSTICAS

De modo geral, uma escala de qualidade deve apresentar bom acabamento, bordas retas
e bem definidas, e faces polidas.

As réguas de manuseio constante devem ser de aço inoxidável ou de metais tratados


termicamente. É necessário que os traços da escala sejam gravados, bem definidos,
uniformes, eqüidistantes e finos.

A retitude e o erro máximo admissível das divisões obedecem a normas internacionais.

3.3. LEITURA NO SISTEMA MÉTRICO

Cada centímetro na escala encontra-se dividido em 10 partes iguais e cada parte equivale
a 1 mm.

Assim, a leitura pode ser feita em milímetro. A ilustração a seguir mostra, de forma
ampliada, como se faz isso.

Figura 16: Esquema de leitura no sistema métrico.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

3.4. LEITURA NO SISTEMA INGLÊS DE POLEGADA FRACIONÁRIA

Nesse sistema, a polegada divide-se em 2, 4, 8, 16... partes iguais. As escalas de precisão


chegam a apresentar 32 divisões por polegada, enquanto as demais só apresentam
frações de 1".
6
A ilustração a seguir mostra essa divisão, representando a polegada em tamanho
ampliado.

27
Figura 17: Esquema de leitura no sistema inglês.
Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

Observe que, na ilustração anterior, estão indicadas somente frações de numerador ímpar.
Isso acontece porque, sempre que houver numeradores pares, a fração é simplificada.

A leitura na escala consiste em observar qual traço coincide com a extremidade do objeto.

Na leitura, deve-se observar sempre a altura do traço, porque ele facilita a identificação
das partes em que a polegada foi dividida. Veja o exemplo na figura 18, logo abaixo.

Figura 18: Esquema de leitura observando a altura.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

Assim, o objeto na ilustração acima tem uma polegada e um oitavo de polegada de


comprimento.

CONSERVAÇÃO

• Evitar que a régua caia ou a escala fique em contato com as ferramentas comuns de
trabalho.
• Evitar riscos ou entalhes que possam prejudicar a leitura da graduação.
• Não flexionar a régua: isso pode empená-la ou quebrá-la.
28
• Não utilizá-la para bater em outros objetos.
• Limpá-la após o uso, removendo a sujeira. Aplicar uma leve camada de óleo fino,
antes de guardar a régua graduada

3.5. METRO ARTICULADO

O metro articulado é um instrumento de medição linear, fabricado de madeira, alumínio ou


fibra.

Figura 19: Modelo de metro articulado.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

No comércio o metro articulado é encontrado nas versões de 1 m e 2 m. A leitura das


escalas de um metro articulado é bastante simples: faz-se coincidir o zero da escala, isto é,
o topo do instrumento, com uma das extremidades do comprimento a medir. O traço da
escala que coincidir com a outra extremidade indicará a medida.

Exemplo:

3.6. CONSERVAÇÃO

• Abrir o metro articulado de maneira correta.


• Evitar que ele sofra quedas e choques.
• Lubrificar suas articulações.

29
3.7. TRENA

Trata-se de um instrumento de medição constituído por uma fita de aço, fibra ou tecido,
graduada em uma ou em ambas as faces, no sistema métrico e/ ou no sistema inglês, ao
longo de seu comprimento, com traços transversais.

Em geral, a fita está acoplada a um estojo ou suporte dotado de um mecanismo que


permite recolher a fita de modo manual ou automático. Tal mecanismo, por sua vez, pode
ou não ser dotado de trava.

Figura 20: Modelo de trena.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

A fita das trenas de bolso é de aço fosfatizado ou esmaltado e apresentam largura de 12, 7
mm e comprimento entre 2 m e 5 m.

Quanto à geometria, as fitas das trenas podem ser planas ou curvas. As de geometria
plana permitem medir perímetros de cilindros, por exemplo.

Figura 21: Modelo de fita de trena.

Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP .

Não se recomendam medir perímetros com trenas de bolso cujas fitas sejam curvas.

As trenas apresentam, na extremidade livre, uma pequenina chapa metálica dobrada em


ângulo de 90º.

30
Essa chapa é chamada encosto de referência ou gancho de zero absoluto. Como você
pode observar no modelo abaixo.

Figura 22: Composição da trena.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

Sugestão de site para pesquisa:


www.ufmg.br/metrologia/medidas

31
CAPITULO IV

4. PAQUÍMETRO

Paquímetro (grego: paqui espessura e metro medida), é um instrumento utilizado para


medir a distância entre dois lados simetricamente opostos em um objeto. Um paquímetro
pode ser tão simples como um compasso.

O paquímetro é ajustado entre dois pontos, retirado do local e a medição é lida em sua
régua. O nónio ou vernier é a escala de medição contida no cursor móvel do paquímetro,
que permite uma precisão decimal de leitura através do alinhamento desta escala com
uma medida da régua.

Ele apresenta uma precisão menor do que o micrômetro, sendo sua precisão dada por p =
1-C/n, onde C é comprimento do nônio e n é o número de divisões do nônio.

Largamente usado na indústria mecânica devido a sua grande versatilidade, onde será
apresentado a seguir o conceito, tipos, uso e conservação desse instrumento.

4.1. COMPONENTES

Figura 23: Componentes do paquímetro.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

1: encostos, 7: nônio ou vernier superior (polegada),


2: orelhas, 8: trava
3: haste de profundidade,
4: escala inferior (graduada em mm),
5: escala superior (graduada em polegadas),
6: nônio ou vernier inferior (mm),

32
O paquímetro é usado quando a quantidade de peças que se quer medir é pequena. Os
“instrumentos mais utilizados apresentam uma resolução de: 0,05 mm, 0,02 mm, 1/128” ou
0,001". As superfícies do paquímetro são planas e polidas, e o instrumento geralmente é
feito de aço inoxidável. Suas graduações são calibradas a 20ºC.

4.2. TIPOS E USO

Tipo de paquímetro Utilização


Paquímetro universal É utilizado em medições internas,
externas, de profundidade e de
ressaltos.

Trata-se do tipo mais usado.


Paquímetro universal com relógio O relógio acoplado ao cursor facilita
a leitura, agilizando a medição.
Paquímetro com bico móvel Empregado para medir peças
(basculante) cônicas ou peças com rebaixos de
diâmetros diferentes.
Paquímetro de profundidade Serve para medir a profundidade de
furos não vazados, rasgos, rebaixos
etc.

Esse tipo de paquímetro pode


apresentar haste simples ou haste
com gancho.
Paquímetro duplo Serve para medir dentes de
engrenagens.
Paquímetro digital Utilizado para leitura rápida, livre de
erro de paralaxe, e ideal para
controle estatístico.
Tabela 3: Tipos e uso de paquímetro.

4.3. PRINCÍPIO DO NÔNIO

O nônio é a parte do paquímetro cuja finalidade é proporcionar uma medida com uma
resolução menor (mais precisa) do que a feita somente com a escala fixa. E possui uma
escala com n divisões para X mm da escala fixa.

33
Figura 24: Modelo de nônio.
Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

No sistema métrico, existem paquímetros em que o nônio possui dez divisões equivalentes
a nove milímetros (9 mm). Há, portanto, uma diferença de 0,1 mm entre o primeiro traço da
escala fixa e o primeiro traço da escala móvel. Veja a figura 25.

Figura 25: Paquímetro com mais de uma divisão.

Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP .

Essa diferença é de 0,2 mm entre o segundo traço de cada escala; de 0,3 mm entre o
terceiros traços e assim por diante.

34
Figura 26: Esquema de diferenciação na escala.
Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

4.4. CÁLCULO DE RESOLUÇÃO

As diferenças entre a escala fixa e a escala móvel de um paquímetro podem ser


calculadas pela resolução. A resolução é a menor medida que o instrumento oferece. Ela é
calculada utilizando-se a seguinte fórmula:

4.5. SISTEMA MÉTRICO

Na escala fixa ou principal do paquímetro, a leitura feita antes do zero do nônio


corresponde à leitura de um milímetro.

Em seguida, você deve contar os traços do nônio até o ponto wm que um deles coincidir
com o traço de uma escala fixa.

35
Para você entender o processo de leitura no paquímetro, são apresentados, a seguir,
exemplos de leitura.

• Escala em milímetro e nônio com 10 divisões.

Figura 27: Esquema de escala e nônio com 10 divisões..

Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP .

• Escala em milímetro e nônio com 20 divisões.

Figura 28: Esquema de escala e nônio com 20 divisões.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

• Escala em milímetro e nônio em 50 divisões.

36
Figura 29: Esquema de escala e nônio em 50 divisões.
Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

4.6. SISTEMA INGLÊS

No paquímetro em que se adota o sistema inglês, cada polegada da escala fixa divide-se
em 40 partes iguais. Como o nônio tem 25 divisões, a resolução desse paquímetro é:

O procedimento para leitura é o mesmo para a escala em milímetro. Contam-se as


unidades 0,025” que estão a esquerda do zero do nônio e, a seguir, somam-se os
milésimos de polegada indicados pelo ponto em que os traços do nônio coincide com o
traço da escala fixa.

Figura 30: Esquema de leitura.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

4.7. SISTEMA DE POLGADA FRACIONÁRIA

No sistema inglês, a escala fixa do paquímetro é graduada em polegada de frações de


polegadas. Esses valores fracionários são complementados com o uso do nônio.

Para utilizar o nônio, precisamos saber calcular sua resolução.

37
Figura 31: Polegadas fracionárias.
Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

A partir daí, vale a explicação dada no item anterior: adicionar a leitura da escala fixa a do
nônio.

Exemplo:

Agora, observe a figura:

Figura 32: Leitura em escala fixa.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

FIQUE POR DENTRO


Medir em polegada fracionária exige operações mentais. Por isso, as frações
devem ser sempre simplificadas.

Para facilitar a leitura desse tipo de medida, recomenda-se os seguintes procedimentos:

38
1º Passo:

Verifique se o zero do nônio coincide com um dos traços da escala fixa. Se coincidir, faça a
leitura somente na escala fixa.

Figura 33: Modelo de leitura na escala fixa.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

2º Passo:
Quando o zero do nônio não coincidir, verifique qual dos traços do nônio está nessa
situação e faça a leitura do nônio.

Figura 34: Modelo de leitura do nônio.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

3º Passo:
Verifique na escala fixa quantas divisões existem antes do zero do nônio.

4° Passo:

39
5º Passo:

Multiplique o número de divisores da escala fixa pelo numerador da fração escolhida.


Some com a fração do nônio e faça a leitura final.

4.8. EXEMPLO DE LEITURA UTILIZANDO OS PASSOS

4.9. COLOCAÇÃO DE MEDIDA NO PAQUÍMETRO EM POLEGADA


FRACIONÁRIA

Para abrir um paquímetro em uma medida dada em polegada fracionária, devemos:

1º Passo:
Verificar se a fração tem denominador 128. Se não tiver, deve substituí-la pela sua
equivalente, com denominador 128.

Exemplo:

2º Passo:

Dividir o numerador por 8, utilizando o exemplo acima.


40
3º Passo:
O quociente indica a medida na escala fixa; o resta mostra o número do traço do nônio que
coincide com um traço da escala fixa.

Figura 35: Esquema de medida na escala fixa.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

4.10. CONSERVAÇÃO

• Manejar o paquímetro sempre com todo cuidado.


• Não deixar o paquímetro em contato com outras ferramentas.
• Evitar arranhaduras ou entalhes.
• Ao realizar a medição, não pressionar o cursor além do necessário.
• Limpar e guardar o paquímetro em local apropriado.

4.11. ERROS DE LEITURA

Além da falta de habilidade do operador, outros fatores podem provocar erros leitura no
paquímetro como, por exemplo, a paralaxe e a pressão da medição.

4.12. PARALAXE

Dependendo do ângulo de visão do operador, pode ocorrer erros de paralaxe, pois devido
a esse ângulo, aparentemente há coincidência entre um traço da escala com outro da
móvel.

Para não cometer o erro de paralaxe, é aconselhável que faça a leitura situando o
paquímetro em uma posição perpendicular aos olhos.

41
Figura 36: Posição correta do paquímetro.

Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP .

4.13. PRESSÃO DE MEDIDA

Já o erro depressão de medida origina-se no jogo do cursor, controlado por uma mola.
Pode ocorrer uma inclinação do cursor em relação a régua, o que altera a medida.

Figura 37: Pressão de medida.

Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP .

4.14. FORMA DE CONTATO

As recomendações seguintes referem-se à utilização do paquímetro para determinar


medidas:

• Externas
• Internas
• De profundidade
• De ressaltos.

Nas medidas externas, a peça ser medida deve ser colocado o mais profundamente
possível entre os bicos de medição para evitar qualquer desgaste na ponta dos bicos.

Figura 38: Esquema de medida na forma de contato.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

42
Para maior segurança nas medições, as superfícies de medição dos bicos e da peça
devem estar bem apoiadas.

Figura 39: Modo de medição de bicos e peças.

Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP .

Nas medidas internas, as orelhas precisam ser colocadas o mais profundamente possível.
O paquímetro deve estar sempre paralelo a peça que está sendo medida.

Para maior segurança nas medições de diâmetros internos, as superfícies de medição das
orelhas devem coincidir com a linha de centro do furo.

Figura 40: Medição observando a linha de centro.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

No caso de medidas de profundidade, apóia-se o paquímetro corretamente sobre a peça,


evitando que ele fique inclinado.

Figura 41: Posição do paquímetro no ato de medição.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

43
Nas medidas de ressaltos, coloca-se a parte do paquímetro apropriada para ressaltos
perpendicularmente à superfície de referência da peça.

Figura 42: Utilização do paquímetro.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

Não se deve usar hastes de profundidade para esse tipo de medição, porque ela não
permite um apoio firme.

4.15. TÉCNICA DE UTILIZAÇÃO DO PAQUÍMETRO

Para ser usado corretamente o paquímetro precisa:


• ter seus encostos limpos,
• que a peça a ser medida esteja posicionada corretamente entre os encostos.

É importante abrir o paquímetro com uma distancia maior que a dimensão do objeto a ser
medido.

4.16. COMPORTAMENTO METROLÓGICO

A leitura do nônio deve ser realizada com o paquímetro perpendicular à vista do operador
para evitar o "erro de paralaxe". Entretanto, a maioria das pessoas possui maior acuidade
visual com uma das vistas, o que provoca um erro associado ao processo de leitura. Por
isso, recomenda-se fazer a leitura com uma só das vistas, apesar das dificuldades em
encontrar-se a posição certa.

Em experiência feita com um grupo de mecânicos, constatou-se que as indicações feitas


em paquímetros de precisão, abertos em uma dada dimensão, apresentaram uma
dispersão de ± 0,02 mm.

44
A incerteza de medição de um paquímetro depende:

• Dos erros da divisão da escala principal;


• Dos erros da divisão do nônio
• Da retilineidade dos bicos de medição;
• Da perpendicularidade dos bicos de medição em relação à haste e paralelismo entre
si;
• Dos erros da guia do cursor.

4.17. NORMAS

Na medição correta com blocos padrão, num ponto qualquer, as indicações no nônio só
podem diferir do valor do bloco padrão de um valor no máximo igual ao erro admissível
indicado na norma DIN 862, válida para paquímetros de qualidade.

Os erros admissíveis estão fixados em função apenas do comprimento medido. A


calibração para determinar os erros em operação de medição externa, é realizada com
blocos padrão, em vários comprimentos de modo a abranger diversas posições das
escalas principais e do nônio. É recomendado que esta calibração seja feita nas posições
interna, média e externa dos bicos, com força de medição constante.

As normas recomendam, entre outras características, tolerâncias da seguinte ordem:


• Planeza dos bicos para medições externas: 10 mm/100 mm;
• Paralelismo das superfícies dos bicos: 15 a 20 mm.

Como normas que fixam as características dos paquímetros e regem os procedimentos de


qualificação citam-se:

• ISO 3599 (Vernier Callipers reading to 0,1 and 0,05 mm)


• ISO 6906 (Vernier Callipers reading to 0,02 mm)
• NBR 6393
• DIN 862.

Veja abaixo as aplicações usuais do paquímetro.

45
Figura 43: Aplicações do paquímetro.
Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

46
CAPITULO V

5. MICRÔMETRO

Há poucas décadas atrás o micrômetro era considerado o principal instrumento de


medição de comprimento.

Os micrômetros foram os primeiros instrumentos que atenderam ao princípio de


ERNEST ABBÉ. As máquinas de medir modernas operam com o mesmo princípio do
micrômetro, ou seja, são construídas de forma a minimizar os erros de 1ª ordem e em
alguns casos até de 2ª ordem.

O desenvolvimento dos micrômetros deslanchou o avanço tecnológico na fabricação de


roscas e fusos de alta qualidade. Modernamente microprocessadores estão sendo
integrados à estrutura dos micrômetros, os quais executam, além da medição de forma
versátil, uma série de cálculos estatísticos.

5.1. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

O princípio de funcionamento do micrometro assemelha ao do sistema de parafuso e


porca.

Assim, há uma porca fixa e um parafuso móvel, que se der uma volta completa, provocará
um deslocamento igual ao seu passo.

Figura 44: Modelo de micrômetro.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

A tomada de medida é efetuada girando o fuso na porca correspondente, obtendo-se entre


estes elementos um movimento relativo de um passo para cada volta completa. Frações
47
de passo podem ser obtidas, subdividindo-se uma volta completa em tantas partes quantas
se queira.

O movimento axial do fuso ou da porca, determinado pelo número de voltas, pode ser
usado para alterar o afastamento entre duas superfícies de medição de um determinado
valor, como se verifica, por exemplo, nos micrômetros.

Como já referido, o movimento longitudinal pode ser realizado quer pelo fuso quer pela
porca, o mesmo pode-se dizer do movimento giratório. Nos parafusos de medição, ambos
os movimentos são realizados geralmente pelo fuso. A face frontal do fuso, normal ao eixo
do mesmo, constitui usualmente uma superfície de medição.

O fuso leva um tambor com divisões na periferia, no qual são lidas as frações de volta. O
erro do movimento de avanço de um fuso de medição que corresponde aos erros de
divisão de uma escala depende de diversos fatores:

• Os erros do passo da rosca;


• Do perpendicularismo dos sensores de medição em relação ao eixo do parafuso de
medição;
• Da planicidade dos sensores de medição;
• Do paralelismo dos sensores de medição
• Da cilindricidade do tambor de leitura;
• Do erro da divisão do tambor.

Figura 45: Ajuste do ponto zero de um parafuso micrômetro.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

48
FIQUE POR DENTRO
A norma ISO 3611, que especifica os limites de erros permissíveis para
micrômetros externos, permite um erro residual de zero. Por exemplo, um
micrômetro de 0 - 25 mm pode apresentar valor Eo igual a ± 2 mm.

Outro erro pode ocorrer no fuso de medição em virtude do "curso morto".


Designa-se desta forma a folga entre as roscas do fuso e da porca, o que se
exterioriza pela parada do fuso por uma determinada fração de volta, por
ocasião da inversão no sentido de giro. A fim de eliminar a influência do "curso
morto" sobre os resultados de medição, o movimento final do fuso durante a
medição deve ser sempre no mesmo sentido, o que na maioria das vezes
acontece na pratica. A aplicação mais conhecida da rosca como porta-medida
encontra-se no micrômetro.

5.2. NOMENCLATURA

O micrômetro tem como porta-medida um fuso roscado, cujo passo deve corresponder em
precisão e grandeza aos objetivos da medição. Os micrômetros têm em geral um passo de
0,5 mm. O deslocamento longitudinal para uma rotação completa do parafuso é, portanto
0,5 mm. Existem micrômetros cujo parafuso possui uma rosca com passo de 1 mm.

Na figura abaixo se encontra o desenho, com cortes parciais, de um micrômetro junto com
a denominação das partes principais do mesmo.

Figura 46: Componentes do micrômetro simples.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

49
5.3. TIPOS E USOS

Os micrometros caracterizam-se pela:


• Capacidade: a capacidade de medição do micrômetro normalmente é de 25 mm.
• Resolução: a resolução nos micrômetros pode ser de 0,01 mm; 0,001 mm.

Figura 47: Ajuste do ponto zero de um parafuso micrômetro.

Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP .

5.4. APLICAÇÃO

Para diferentes tipos de aplicações, temos os seguintes modelos de micrômetros:

De profundidade – conforme a profundidade a ser medida.

Figura 48: Micrômetro de profundidade.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

Com arco profundo – serve para medições de espessuras de bordas ou de partes


salientes das peças.

Figura 49: Micrômetro com arco profundo.

Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP .

Com disco nas hastes – O disco aumenta a área de contato possibilitando a medição de
papel, cartolina, couro, etc.

50
Figura 50: Micrômetro com disco nas hastes.
Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

Para medição de rosca – especialmente construído para medir roscas triangulares.

Figura 51: Micrômero para medição de rosca.

Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP .

Com contato em forma de V – especialmente construído para medição de ferramenta de


corte que possuem números ímpares de cortes (fresas de topo, alargadores, etc).

Figura 52: Modelo com contato em V.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

Para medir parede de tubo – é dotado de arco especial e possui o contato de 90º coma
haste móvel, o que permite a introdução do contato fixo no furo do tubo.

Figura 53: Micrômetro para medir parede de tubo.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

Contator mecânico – é para uso comum, porém sua leitura pode ser efetuada no tambor
ou no contator mecânico.

51
Figura 54: Modelo de contator mecânico.

Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP .


Digital eletrônico – ideal para leitura rápida, livre de erros, próprio para uso em controle
estatístico de processos.

Figura 55: Modelo digital

Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP .

5.5. SISTEMA MÉTRICO

Vejamos como se faz o cálculo de leitura em um micrômetro. A cada volta do tambor, o


fuso micrométrico avança uma distância chamada passo.

A resolução de uma medida tomada em um micrômetro corresponde ao menor


deslocamento de seu fuso. Para obter a medida divide-se o passo pelo número de divisões
do tambor.

Se o passo da rosca é de 0,5 mm e o tambor tem 50 divisões, a resolução será:

Assim, girando o tambor, cada divisão provocará um deslocamento de 0,01 mm no fuso.


Observe a figura 56, abaixo.

52
Figura 56: Esquema de sistema métrico.
Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

5.6. LEITURA NO MICRÔMETRO COM RESOLUÇÃO 0,01 MM

1º passo – leitura dos milímetros inteiros na escala da bainha.


2º passo – leitura dos meios milímetros, também na escala da bainha.
3º passo – leitura dos centésimos de milímetros na escala do tambor.

Exemplo:

Figura 57: Modelo de leitura no micrômetro.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

5.7. SISTEMA INGLÊS

No sistema inglês, o micrômetro apresenta as seguintes características:

• Na bainha está gravado o comprimento de uma polegada, dividido em 40 partes


iguais. Desse modo, cada divisão equivale a 1”:40=0,025”.
• Tambor de micrômetro, com resolução de 0,001”, possui 25 divisões.

53
Figura 58: Esquema de sistema inglês.

Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP .

5.8. CALIBRAÇÃO

Antes de iniciar a medição de uma peça, devemos efetuar a calibração de acordo com a
sua capacidade.

Para os micrômetros, cuja a capacidade é de 0 a 25 mm, precisamos tomar os seguintes


cuidados:

• Limpe cuidadosamente as partes móveis eliminando poeiras e sujeiras.


• Antes do uso, limpe as faces de medição com uma folha de papel macio.
• Encoste suavemente as partes da medição usando somente a catraca, em seguida,
verifique a coincidência das linhas de referência da bainha com o zero do tambor, se
esta não coincidirem, faça o ajuste movimentando a bainha com a chave de
micrômetro, que normalmente acompanha o instrumento.

Figura 59: Modo de calibração.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

5.9. MICRÔMETRO INTERNO

É um micrômetro de alta exatidão, destinado exclusivamente para medições de dimensões


internas como furos cilíndricos, furos quadrados ou retangulares, rasgos e canais.

54
FIQUE POR DENTRO
Além da norma ISO 3611 a nível internacional, é importante destacarmos
também as normas existentes em alguns países como:
NBR EB-1164, no Brasil.
DIN 863, Alemanha.
JIS B 7502, Japão.
VSM 58050, Suíça.
Além das citadas acima, os próprios fabricantes de micrômetros podem ter
normas internas para qualificar seus instrumentos.

55
CAPITULO VI

6. RELÓGIO COMPARADOR

O relógio comparador é um instrumento de medição por comparação, dotado de uma


escala e um ponteiro, ligados por mecanismos diversos a uma ponta de contato.

O comparador centesimal é um instrumento comum de medição por comparação. As


diferenças percebidas nele pela ponta de contato são amplificadas mecanicamente e irão
movimentar o ponteiro rotativo diante da escala.

Quando a ponta de contato sofre uma pressão e o ponteiro gira em sentido horário, a
diferença é positiva. Isso significa que a peça apresenta maior dimensão que a
estabelecida. Se o ponteiro girar em sentido anti-horário, a diferença será negativa, ou
seja, a peça apresenta menor dimensão que a estabelecida.

Existem vários modelos de relógios comparadores. Os mais utilizados possuem resolução


de 0,01 mm. O curso do relógio também varia de acordo com o modelo, porém os mais
comuns são de 1 mm, 10 mm, .250" ou 1".

Figura 60: Composição do relógio comparador.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

Em alguns modelos, a escala dos relógios se apresenta perpendicularmente em relação à


ponta de contato (vertical). E, caso apresentem um curso que implique mais de uma volta,

56
os relógios comparadores possuem, além do ponteiro normal, outro menor, denominado
contador de voltas do ponteiro principal.

Figura 61: Relógio vertical.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

Alguns relógios trazem limitadores de tolerância. Esses limitadores são móveis, podendo
ser ajustados nos valores máximos e mínimos permitidos para a peça que será medida.

Existem ainda os acessórios especiais que se adaptam aos relógios comparadores. Sua
finalidade é possibilitar controle em série de peças, medições especiais de superfícies
verticais, de profundidade, de espessuras de chapas etc.

As próximas figuras mostram esses dispositivos destinados à medição de profundidade e


de espessuras de chapas.

Figura 62: Modelo de medidores.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

Os relógios comparadores também podem ser utilizados para furos. Uma das vantagens
de seu emprego é a constatação, rápida e em qualquer ponto, da dimensão do diâmetro ou
de defeitos, como conicidade, ovalização etc.

57
Consiste basicamente num mecanismo que transforma o deslocamento radial de uma
ponta de contato em movimento axial transmitido a um relógio comparador, no qual se
pode obter a leitura da dimensão. O instrumento deve ser previamente calibrado em
relação a uma medida padrão de referência.

Esse dispositivo é conhecido como medidor interno com relógio comparador ou súbito.

Figura 63: Medidor interno do relógio.

Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP .

6.1. RELÓGIO COMPARADOR ELETRÔNICO

Este relógio possibilita uma leitura rápida, indicando instantaneamente a medida no display
em milímetros, com conversão para polegada, zeragem em qualquer ponto e com saída
para miniprocessadores estatísticos.

Figura 64: Modelo eletrônico.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

A aplicação é semelhante à de um relógio comparador comum, além das vantagens


apresentadas acima.

58
6.2. MECANISMOS DE AMPLIAÇÃO

Os sistemas usados nos mecanismos de amplificação são por engrenagem, por alavanca
e mista.

• Amplificação por engrenagem

Os instrumentos mais comuns para medição por comparação possuem sistema de


amplificação por engrenagens.

As diferenças de grandeza que acionam o ponto de contato são amplificadas


mecanicamente.

A ponta de contato move o fuso que possui uma cremalheira, que aciona um trem de
engrenagens que, por sua vez, aciona um ponteiro indicador no mostrador.

Figura 65: Modelo de instrumento de ampliação.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

Nos comparadores mais utilizados, uma volta completa do ponteiro corresponde a um


deslocamento de 1mm da ponta de contato. Como o mostrador contém 100 divisões, cada
divisão equivale a 0,01mm, como mostra a figura 66, a seguir.

59
Figura 66: Modo de ampliação por engrenagem.
Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

• Amplificação por alavanca

O princípio da alavanca aplica-se a aparelhos simples, chamados indicadores com


alavancas, cuja capacidade de medição é limitada pela pequena amplitude do sistema
basculante.

Assim, temos:
relação de amplificação =

Durante a medição, a haste que suporta o cutelo móvel desliza, a despeito do esforço em
contrário produzido pela mola de contato.

O ponteiro-alavanca, mantido em contato com os dois cutelos pela mola de chamada, gira
em frente à graduação.

A figura abaixo representa a montagem clássica de um aparelho com capacidade de ±


0,06mm e leitura de 0,002mm por divisão.

Figura 67: Modo de ampliação por alavanca.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

• Amplificação mista
60
É o resultado da combinação entre alavanca e engrenagem. Permite levar a sensibilidade
até 0,001mm, sem reduzir a capacidade de medição.

6.2. CONDIÇÕES DE USO

Antes de medir uma peça, devemos nos certificar de que o relógio se encontra em boas
condições de uso.

A verificação de possíveis erros é feita da seguinte maneira: com o auxílio de um suporte


de relógio, tomam-se as diversas medidas nos blocos-padrão. Em seguida, deve-se
observar se as medidas obtidas no relógio correspondem às dos blocos. São encontrados
também calibradores específicos para relógios comparadores. Veja a seguir.

Figura 68: Esquema de observância de medida.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

Observação: Antes de tocar na peça, o ponteiro do relógio comparador fica em uma


posição anterior a zero. Assim, ao iniciar uma medida, deve-se dar uma pré-carga para o
ajuste do zero.

Colocar o relógio sempre numa posição perpendicular em relação à peça, para não
incorrer em erros de medida.

61
6.3. APLICAÇÕES DOS RELÓGIOS COMPARADORES

Figura 69: Aplicação dos relógios comparadores.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

62
6.4. CONSERVAÇÃO

• Descer suavemente a ponta de contato sobre a peça.


• Levantar um pouco a ponta de contato ao retirar a peça.
• Evitar choques, arranhões e sujeira.
• Manter o relógio guardado no seu estojo.
• Os relógios devem ser lubrificados internamente nos mancais das engrenagens.

6.5. RELÓGIO COM PONTA DE CONTATO DE ALAVANCA (APALPADOR)

É um dos relógios mais versáteis que se usa na mecânica. Seu corpo monobloco possui
três guias que facilitam a fixação em diversas posições.

Existem dois tipos de relógios apalpadores. Um deles possui reversão automática do


movimento da ponta de medição; outro tem alavanca inversora, a qual seleciona a direção
do movimento de medição ascendente ou descendente.

“O mostrador é giratório com resolução de 0.01 mm, 0.002 mm, 001” ou 0001".

Figura 70: Relógio Apalpador.

Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP .

Por sua enorme versatilidade, pode ser usado para grande variedade de aplicações, tanto
na produção como na inspeção final.

Exemplos

• Excentricidade de peças.
• Alinhamento e centragem de peças nas máquinas.
• Paralelismos entre faces.
• Medições internas.
• Medições de detalhes de difícil acesso.

63
Exemplos de aplicação

Figura 71: Modo de aplicação.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

6.8. CONSERVAÇÃO

• Evitar choques, arranhões e sujeira.


• Guardá-lo em estojo apropriado.
• Montá-lo rigidamente em seu suporte.
• Descer suavemente a ponta de contato sobre a peça.
• Verificar se o relógio é anti-magnético antes de colocá-lo em contato com a mesa
magnética.

OBSERVAÇÕES

• A posição inicial do ponteiro pequeno mostra a carga inicial ou de medição.


• Deve ser registrado se a variação é negativa ou positiva.

64
CAPITULO VII

7. BLOCOS PADRÃO

Blocos padrão são padrões de comprimento ou ângulo, corporificados através de duas


faces específicas de um bloco, ditas “faces de medição”, sendo que estas faces
apresentam uma planicidade que tem a propriedades de se aderir à outra superfície de
mesma qualidade, por atração molecular.

A característica marcante destes padrões está associada aos pequenos erros de


comprimento, em geral de décimos ou até centésimos de micrometros ( m), que são
obtidos no processo de fabricação dos mesmos.

Em função disto, pode-se firmar que os Blocos Padrão exercem papel importante como
padrões de comprimento em todos os níveis da Metrologia Dimensional.

7.1. TIPOS

Quanto à forma da seção transversal do bloco, esta pode ser quadrada, retangular ou
circular. Os blocos de secção quadrada ou circular podem ou não ser furados no centro.

As dimensões dos blocos de secção quadrada são normalizados pela norma GGGG- 15,
norma americana. A grande vantagem destes blocos é a estabilidade proporcionada pela
forma da secção quando o mesmo é utilizada na posição vertical.

No Brasil praticamente não se utilizam este tipo de bloco. As dimensões dos blocos de
secção retangular são normalizadas pela norma ISSO 3650 e outras. Os blocos maiores
de 100 mm apresentam furos em cada extremidade, cuja finalidade é permitir a montagem
de um dispositivo que garanta a união de uma composição formada por dois ou mais
blocos.

65
Figura 72: Modelos de blocos-padrão.
Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

7.1. FABRICAÇÃO

Os blocos padrão são fabricados em aço liga metal duro, cerâmica, entre outros.

AÇO

Para os blocos em aço, quando for exigida uma alta resistência ao desgaste, as superfícies
de medição podem ser protegidas por dois blocos protetores, fabricados de metal duro
(carbonetos sinterizados).

Como o aço tem tendência de alterar o seu volume com o decorrer do tempo, a
estabilidade dimensional dos blocos padrão pode ser significativamente afetada. Para
minimizar este fenômeno usa-se liga que tenha uma boa estabilidade dimensional.

METAL DURO

São blocos geralmente fabricados em carbureto de Tungstênio. Hoje, esse é o tipo de


bloco mais usado como bloco protetor. A dureza desse tipo de bloco situa-se acima de
1.500HV.

66
CERÂMICA

O material básico utilizado é o zircônio. Sua utilização ainda é recente e suas principais
vantagens são: a estabilidade dimensional e a resistência a corrosão.

7.2. ERROS ADIMISSÍVEIS

As normas internacionais estabelecem os erros dimensionais e de planeza nas superfícies


dos blocos-padrão. Segue abaixo uma tabela com os erros permissíveis e orientação de
como determinar tais erros.

Tabela 4: Erros segundo as normas

7.3. RECOMENDAÇÕES DE UTILIZAÇÃO

Enorme cuidado é tomado pelo fabricante de um jogo de blocos padrão: na seleção do


material, na retificação, no tratamento térmico, nos processos de lapidação, na inspeção,
na gravação das inscrições e números, na calibração e na embalagem dos mesmos.

Mesmo os Blocos Padrão de grau 2 (DIN 861), usados nas oficinas, devem ser
manuseados por pessoal experiente a fim de que em pouco tempo os blocos não estejam
desgastados. Além disto, o operador deve:

67
• Evitar o aparecimento de oxidações nas superfícies de medição resultante de
umidade, agentes corrosivos, etc. Para isto é necessário que após cada dia de
trabalho os blocos sejam limpos com benzina ou similar e untados com uma
camada de vaselina. Este material de limpeza deve ser de preferência de uso
exclusivo dos blocos padrão.
• Usar pinças de madeira ou plástico para manipular blocos pequenos.
• Evitar usar os blocos em superfícies oxidadas, ásperas ou sujas.
• Evitar a todo custo um coque mecânico (queda, batida com outro sólido). Mas
ocorrendo, deve-se examinar ambas as faces de medição, usando um plano ótico, a
fim de verificar se há amassamentos (deformações permanentes) que prejudicarão
a aderência e a própria planicidade de outros colocados em contato.
• Evitar a atuação de radiação térmica, campos magnéticos e elétricos.
• Manter em suas respectivas embalagens quando não usados.
• Evitar deixar os blocos padrão aderidos por muito tempo.

Todas as recomendações citadas devem ser mais rigorosas quanto melhor for a classe de
erro do Bloco Padrão.

7.4. ACESSÓRIOS

Os blocos, principalmente os de trabalho, nem sempre são usados isoladamente e em


conjunto com outros acessórios podem ter diversas funções.

Base: é útil quando se utilizar blocos grandes sem que haja o perigo de tombarem.
Junto com outros acessórios pode formas um graminho de precisão.

Porta blocos: serve para manter vários blocos aderidos em conjunto com blocos de
transferência.

Blocos de transferência: há vários tipos que junto com o porta blocos cria uma gama de
instrumentos: graminho, calibrador de roscas internas, etc.

68
Figura 73: Acessórios de bloco-padrão.

Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP .

7.5. RESISTÊNCIA MECÂNICA A IMPACTOS

São altamente resistentes a quedas ou impactos em uso normal. Os erros devidos às


deformações superficiais provocadas por impactos ou rebarbas são totalmente
desprezíveis e facilmente removíveis.

Tabela 5: Resistência

69
CAPITULO VIII

8. CALIBRADOR

Calibradores são padrões geométricos corporificados largamente empregados na indústria


metal-mecânica. Na fabricação de peças sujeitas a ajuste, as respectivas dimensões têm
tolerâncias de fabricação fixadas pelo projeto. Para se efetuar a qualificação destas peças
de forma rápida utilizam-se os calibradores do tipo passa/não-passa.

Dada a sua grande simplicidade e seu preço relativamente reduzido, os calibradores


constituem uma solução econômica para uma série de problemas de medição na indústria,
como verificação de furos, eixos, roscas, etc., quanto a seu enquadramento ou não na
faixa de tolerância. Com a introdução da automatização, os calibradores, no entanto, vão
perdendo a sua importância dentro do processo de fabricação.

8.1. CARACTERÍSTICA

Os calibradores são fabricados de tal forma a possuírem as dimensões máximas e


mínimas de uma determinada geometria, como furos, roscas, comprimentos, etc. A
fabricação de calibradores exige uma técnica apurada visto que suas tolerâncias não
devem exceder de um quinto a um décimo das tolerâncias da dimensão a verificar.

Calibradores de roscas, por exemplo, apresentam tolerâncias de fabricação que partem da


ordem de ± 4 mm. Para realizar a calibração destes padrões é necessário, portanto,
padrões com baixa incerteza de medição. A resistência à abrasão dos calibradores é um
requisito importante devido ao seu constante contato com as peças. Os calibradores são
fabricados com aço endurecido por cementação, ou revestido de cromo duro, carboneto de
tungstênio, etc.

8.2. TIPOS E APLICAÇÕES

Existem basicamente dois grupos de calibradores: fixos e ajustáveis. Os primeiros são


exclusivamente empregados para a verificação de apenas uma determinada dimensão, o
que implica em dispor-se de um número elevado de calibradores para atender às diversas
medidas nominais com suas respectivas tolerâncias de fabricação. Os calibradores tipo
tampão e anel se enquadram neste grupo.
70
Figura 74: Componentes de um calibrador.
Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

8.2. CALIBRADORES TAMPÕES

Os calibradores tampões são utilizados para a verificação da dimensão de furos.


Eles apresentam dois lados: um Passa e outro Não-Passa.

Figura 75: Modelos de calibrador.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

FIQUE POR DENTRO


Calibradores passa-não-passa são constituídos obedecendo ao princípio de
Taylor. Este princípio diz: no lado bom deve-se ensaiar o "casamento". Assim,
por exemplo, o lado " bom " do calibrador para furos tem a forma de um eixo e
tem de encaixar no furo. Com o lado " ruim " do calibrador deve-se testar se
em nenhuma posição a dimensão especificada é ultrapassada. Para o
calibrador de furos o lado "refugo " possui duas superfícies de contato
pontuais. O calibrador não deve em nenhuma posição encaixar no furo.

71
Figura 76: Calibradores princípio de Taylor.
Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

Para os calibradores existe um sistema de tolerância especial. Como pode ser observado,
as tolerâncias de fabricação são bastante mais estreitas e deve-se prever o próprio
desgaste no lado passa. Maiores detalhes podem ser observados nas normas DIN 7162 A
7164, por exemplo.

8.3. CALIBRADORES ANULARES

Os calibradores anulares são utilizados para a verificação de diâmetros externos, como


eixos. Na figura abaixo temos os diferentes tipos de calibração anulares.

Figura 77: Calibradores anulares.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

72
8.4. CALIBRADORES DE BOCA E CALIBRADORES DE PLANOS

Estes calibradores (veja a figura 78), que frequentemente substituem os anulares e


tampões, somente ficam em contato com a peça a medir numa pequena região, ocorrendo
contato localizado ou mesmo em duas linhas opostas (contato linear).

Figura 78: Modelos de calibradores de rosca e de planos.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

8.5. CALIBRADORES DE ROSCA CILINDRICAS

É antieconômico medir todos os parâmetros de uma rosca no controle de peças. Em vez


disso, recorre-se ao emprego de calibradores de roscas que proporcionam uma verificação
simultânea de todos os parâmetros da rosca. O lado tem uma rosca com o perfil completo
e deve ser enroscado facilmente. O lado não passa é mais curto e possui de 2 a 3 filetes
cujos flancos estão. Rebaixados na parte dos diâmetros externos e do núcleo. O mesmo
não deve poder ser roscado.

O diâmetro liso, do lado não passa do calibrador, serve para verificar o diâmetro do núcleo
da rosca interna. As tolerâncias de fabricação de calibradores de rosca cilíndricos são
dadas pelas normas ABNT NBR 8225, DIN 13, DIN 259, ISO 228/I, ANSI B1.1 , entre
outras.

8.6. QUALIFICAÇÃO DE CALIBRADORES

As condições em que é executado o controle de qualidade utilizando-se calibradores


trazem consigo um desgaste relativamente rápido dos mesmos devido ao atrito existente

73
entre o calibrador e a peça a ser controlada. É, por conseguinte importante periodicamente
realizar a calibração dos calibradores, que consiste em determinar as dimensões efetivas
dos mesmos para comparação com os valores normalizados.

Aos valores das dimensões nominais dos calibradores são também atribuídas tolerâncias,
de sorte que sempre teremos um dos casos:

• Peças boas sendo refugadas


• Peças que deveriam ser refugadas e são consideradas boas.

FIQUE POR DENTRO


Algumas normas sobre calibradores são relacionadas abaixo:
Tampões................................. DIN 2245
Anéis...................................... DIN 2250
De boca progressivo.................. DIN 273
De boca passa......................... DIN 2232
De boca não passa.................. DIN 2233
De boca.................................. DIN 2234
De boca.................................. DIN 2235
De boca.................................. DIN 2238
De rosca cilíndrica.................... NBR 5876, 6159, 6160 e 6161, DIN13 e 159,
ANSI B1.1
De rosca cônica....................... NBR 8018, USAS 2.1, BS 2.1 DIN 2999.
Elas apresentam as tolerâncias de fabricação e de desgaste para os diferentes
calibradores.

Sugestão de site:
ftp://www.ftp.ci.cefetes.br/eletromecanica/dimisson/Metrologia

74
CAPITULO IX

9. VERIFICADORES

Os verificadores também são usados para medição indireta. Nesta aula, são estudados os
seguintes verificadores: régua de controle, esquadro de precisão, gabarito, escantilhão e
fieiras.

9.1. RÉGUA DE CONTROLE

Réguas de controle são instrumentos para a verificação de superfícies planas, construídas


de aço, ferro fundido ou de granito. Apresentam diversas formas e tamanhos, e
classificam-se em dois grupos:

• Réguas de fios retificados.


• Réguas de faces lapidadas, retificadas ou rasqueteadas.

9.2. RÉGUAS DE FIO RETIFICADO (BISELADA)

Construída de aço-carbono, em forma de faca (biselada), temperada e retificada, com o fio


ligeiramente arredondado.

É utilizada na verificação de superfícies planas.

Figura 79: Componentes da régua de fio.

Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP .

75
Para verificar a planicidade de uma superfície, coloca-se a régua com o fio retificado em
contato suave sobre essa superfície, verificando se há passagem de luz. Repete-se essa
operação em diversas posições.

Régua triangular - Construída de aço-carbono, em forma de triângulo, com canais


côncavos no centro e em todo o comprimento de cada face temperada, retificada e com
fios arredondados.

É utilizada na verificação de superfícies planas, onde não se pode utilizar a


biselada.

Figura 80: Régua Triângular.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

9.3. RÉGUAS DE FACES RETIFICADAS OU RASQUEADAS

Existem três tipos de régua com faces retificadas ou rasqueteadas:

• De superfície plana;
• Paralela plana;
• Triangular plana.

Régua de superfície plana - Confeccionada de ferro fundido é usada para determinar as


partes altas de superfícies planas que vão ser rasqueteadas. É o caso, por exemplo, das
superfícies de barramento de torno.

Figura 81: Régua de superfície plana.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

Régua paralela plana - Confeccionada de granito negro é utilizada na verificação do


alinhamento ou retilineidade de máquinas ou dispositivos. Possui duas faces lapidadas.

76
Régua triângular plana - Feita de ferro fundido, é utilizada para verificar a planeza de
duas superfícies em ângulo agudo ou o empenamento do bloco do motor. Pode ter ângulo
de 45º ou de 60º.

Figura 82: Régua triangular plana.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

Uso da régua de controle de faces retificadas ou rasqueteadas Coloca-se uma substância


sobre a face que entrará em contato com a superfície. No caso de peças de ferro fundido,
usa-se uma camada de zarcão ou azul da prússia. Para peças de aço, utiliza-se negro de
fumo. Ao deslizá-la em vários sentidos, sem pressioná-la, a tinta indicará os pontos altos
da superfície.

9.4. DIMENSÕES

Sempre que for possível, a régua deve ter um comprimento maior que o da superfície que
será verificada.

As dimensões das réguas encontradas no comércio estão indicadas nos catálogos dos
fabricantes.

9.5. CONDIÇÕES DE USO

Verifique se as arestas ou faces de controle estão em perfeitas condições, antes de usar


as réguas.

9.6. CONSERVAÇÃO

• Não pressionar nem atritar a régua de fios retificados contra a superfície.


• Evitar choques.
• Não manter a régua de controle em contato com outros instrumentos.
• Após o uso, limpá-la e lubrificá-la adequadamente (a régua de granito não deve ser
lubrificada).
• Guardar a régua de controle em estojo.
• Em caso de oxidação (ferrugem) nas superfícies da régua de aço ou ferro fundido,
limpá-las com pedra-pomes e óleo. Não usar lixa.

77
9.7. ESQUADRO DE PRECISÃO

É um instrumento em forma de ângulo reto, construído de aço, ou granito. Usa-se para


verificação de superfícies em ângulo de 90º.

Figura 83: Modelo de esquadro.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

Os esquadros são classificados quanto à forma e ao tamanho.

FORMA

Esquadro simples ou plano de uma só peça.

Figura 84: Modelo de esquadro simples.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

Esquadro de base com lâmina lisa, utilizado também para traçar.

Figura 85: Modelo de esquadro de base com lâmina lisa.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

78
Esquadro com lâmina biselada, utilizado para se obter melhor visualização, em virtude da
pequena superfície de contato.

Figura 86: Modelo de esquadro de lâmina bisselada.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

9.8. TAMANHO

Os tamanhos são dados pelo comprimento da lâmina e da base: l1 e l2.


Exemplo: esquadro de 150 x 100 mm (ver figura anterior).

9.9. CILINDRO-PADRÃO E COLUNA-PADRÃO

É um esquadro de forma cilíndrica, fabricado de aço-carbono temperado e retificado.

Usa-se para verificação de superfícies em ângulo de 90º, quando a face de referência é


suficientemente ampla para oferecer bom apoio.

O cilindro-padrão tem sua base rigorosamente perpendicular a qualquer geratriz da sua


superfície cilíndrica. Também a coluna-padrão possui as duas bases rigorosamente
perpendiculares a qualquer dos quatro planos estreitos talhados nas suas arestas
longitudinais e cuidadosamente retificados. A figura abaixo à direita indica o modo de se
fazer a verificação.

Figura 87: Modelo de cilindro-padrão.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

79
9.10. GABARITOS

Em determinados trabalhos em série, há necessidade de se lidar com perfis complexos,


com furações, suportes e montagens. Nesse caso, utilizam-se gabaritos para verificação e
controle, ou para facilitar certas operações. Os gabaritos são instrumentos relativamente
simples, confeccionados de aço-carbono, podendo ser fabricado pelo próprio mecânico.
Suas formas, tipos e tamanhos variam de acordo com o trabalho a ser realizado.

Os gabaritos comerciais são encontrados em formatos padronizados. Temos, assim,


verificadores de raios, de ângulo fixo para ferramentas de corte, escantilhões para rosca
métrica e whithworth etc.

Figura 88: Modelo de um gabarito


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

• Verificador de raio

Serve para verificar raios internos e externos. Em cada lâmina é estampada a medida do
raio. Suas dimensões variam, geralmente, de 1 a 15 mm.

Figura 89: Modelo de verificador de raio.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

• Verificador de ângulos

Usa-se para verificar superfícies em ângulos. Em cada lâmina vem gravado o ângulo, que
varia de 1º a 45º.

Figura 90: Modelo de verificador de ângulos.

Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP .


80
• Escantilhões para roscas métrica e whithworth

Servem para verificar e posicionar ferramentas para roscar em torno mecânico.

Figura 91: Modelo de escantilhão para rosca.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

• Verificador de rosca

Usa-se para verificar roscas em todos os sistemas. Em suas lâminas está gravado o
número de fios por polegada ou o passo da rosca em milímetros.

.
Figura 92: Modelo de verificador de rosca.

Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP .

• Verificador de ângulo de broca


Serve para a verificação do ângulo de 59º e para a medição da aresta de corte de brocas.

Figura 93: Modelo de verificador de ângulo de broca.

Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP .


• Verificador de folga

O verificador de folga é confeccionado de lâminas de aço temperado, rigorosamente


calibradas em diversas espessuras. As lâminas são móveis e podem ser trocadas. São
usadas para medir folgas nos mecanismos ou conjuntos.

81
Figura 94: Modelo de verificador de folga.
Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

De modo geral, os verificadores de folga se apresentam em forma de canivete.


Em ferramentaria, entretanto, utilizam-se calibradores de folga em rolos.
Obs.: Não exercer esforço excessivo, o que pode danificar suas lâminas.

• Fieira

A fieira, ou verificador de chapas e fios, destina-se à verificação de espessuras e


diâmetros.

Figura 95: Modelo de fieira.


Disponível em: Banco de Recurso Didático do SENAI DN/SENAI SP.

Os dois modelos acima são de aço temperado. Caracterizam-se por uma série de
entalhes. Cada entalhe corresponde, rigorosamente, a uma medida de diâmetro de fios ou
espessuras de chapas, conforme a fieira adotada. A verificação é feita por tentativas,
procurando o entalhe que se ajusta ao fio ou à chapa que se quer verificar.

82
CAPITULO X

10. GONIÔMETRO

O goniômetro é um instrumento de medição ou de verificação de medidas angulares.

Figura 96: Modelo de goniômetro

.
Disponível em: FTP://ftp.ci.cefetes..br/eletromecânica/metrologia

O goniômetro simples, também conhecido como transferidor de grau é utilizado em


medidas angulares que não necessitam extremo rigor. Sua menor divisão é de 1º (um
grau). Há diversos modelos de goniômetro. A seguir, mostramos um tipo bastante usado,
em que podemos observar as medidas de um ângulo agudo e de um ângulo obtuso.

Figura 97: Componentes do goniômetro


Disponível em: FTP://ftp.ci.cefetes..br/eletromecânica/metrologia.

Na figura 98 que segue, temos um goniômetro de precisão. O disco graduado apresenta


quatro graduações de 0 a 90º. O articulador gira com o disco do vernier e, em sua
extremidade, há um ressalto adaptável à régua.

83
Figura 98: Modelo de goniômetro de precisão

.
Disponível em: FTP://ftp.ci.cefetes..br/eletromecânica/metrologia

10.1. LEITURA DO GONIÔMETRO

Os graus inteiros são lidos na graduação do disco, com o traço zero do nônio. Na escala
fixa, a leitura pode ser feita tanto no sentido horário quanto no sentido anti-horário.

A leitura dos minutos, por sua vez, é realizada a partir do zero nônio, seguindo a mesma
direção da leitura dos graus.

Figura 99: Esquema de leitura.

.
Disponível em: FTP://ftp.ci.cefetes..br/eletromecânica/metrologia

Assim, nas figuras acima, as medidas são, respectivamente:


A1 = 64º B1 = 30' leitura completa 64º30'
A2 = 42º B2 = 20' leitura completa 42º20'
A3= 9º B3 = 15' leitura completa 9º15'

CONSERVAÇÃO

84
• Evitar quedas e contato com ferramentas de oficina.
• Guardar o instrumento em local apropriado, sem expô-lo ao pó ou à umidade.

10.2. CÁLCULO DA RESOLUÇÃO

Na leitura do nônio, utilizamos o valor de 5' (5 minutos) para cada traço do nônio. Dessa
forma, se é o 2º traço no nônio que coincide com um traço da escala
fixa, adicionamos 10' aos graus lidos na escala fixa; se é o 3º traço, adicionamos
15'; se o 4º, 20' etc.

A resolução do nônio é dada pela fórmula geral, a mesma utilizada em outros instrumentos
de medida com nônio, ou seja: divide-se a menor divisão do disco graduado pelo número
de divisões do nônio.

SITE:
www.infopedia.pt/goniometro

85
CAPITULO XI

11. RÉGUA E MESA DE SENO

A régua de seno é constituída de uma barra de aço temperado e retificado.

Com formato retangular, possui dois rebaixos: um numa extremidade e outro próximo à
extremidade oposta. Nesses rebaixos é que se encaixam os dois cilindros que servem de
apoio à régua.

Figura 100: Régua de seno.


Disponível em: FTP://ftp.ci.cefetes..br/eletromecânica/metrologia.

Os furos existentes no corpo da régua reduzem seu peso e possibilitam a fixação das
peças que serão medidas. A distância entre os centros dos cilindros da régua de seno
varia de acordo com o fabricante.

11.1. RECORDANDO A TRIGONOMETRIA

Figura 101: Esquema de leitura.

.
Disponível em: FTP://ftp.ci.cefetes..br/eletromecânica/metrologia

O fabricante garante a exatidão da distância (L). A altura (H) é conseguida com a utilização
de blocos-padrão.

86
Por exemplo: deseja-se inclinar a régua de seno 30º (a), sabendo que a distância entre os
cilindros é igual a 100 mm (L). Qual é a altura (H) dos blocos padrão?

Figura 102: Esquema utilização da régua.


Disponível em: FTP://ftp.ci.cefetes..br/eletromecânica/metrologia.

11.2. MESA DE SENO

A mesa de seno é semelhante à régua de seno. Suas proporções, entretanto, são maiores.
Possui também uma base, na qual se encaixa um dos cilindros, o que facilita sua
inclinação.

Figura 103: Modelo de mesa de seno.


Disponível em: FTP://ftp.ci.cefetes..br/eletromecânica/metrologia.

A mesa de seno com contrapontas permite medição de peças cilíndricas com furos de
centro.

87
Figura 104: Mesa de seno permitindo medição de peças com furo no centro.
Disponível em: FTP://ftp.ci.cefetes..br/eletromecânica/metrologia.

11.3. TÉCNICA DE UTILIZAÇÃO

Para medir o ângulo de uma peça com a mesa de seno, é necessário que a mesa esteja
sobre o desempeno e que tenha como referência de comparação o relógio comparador.

Figura 105: Componentes da mesa de seno.


Disponível em: FTP://ftp.ci.cefetes..br/eletromecânica/metrologia.

Se o relógio, ao se deslocar sobre a superfície a ser verificado, não alterar sua indicação,
significa que o ângulo da peça é semelhante ao da mesa.

Com a mesa de seno com contrapontas, podemos medir ângulos de peças cônicas. Para
isso, basta inclinar a mesa, até que a superfície superior da peça fique paralela à base da
mesa. Dessa forma, a inclinação da mesa será igual à da peça fixada entre as
contrapontas.

88
Figura 106: Esquema de utilização da mesa.
Disponível em: FTP://ftp.ci.cefetes..br/eletromecânica/metrologia.

11.4. MEDIÇÃO DE PEQUENOS ÂNGULOS

Nessa medição, a mesa de seno e a mesa de seno com contrapontas possuem uma
diferença de plano (dp). Essa diferença de plano varia de acordo com os fabricantes,
sendo que as alturas mais comuns são de 5, 10 e 12,5 mm.

Figura 107: Esquema de medição de pequenos ângulos.

.
Disponível em: FTP://ftp.ci.cefetes..br/eletromecânica/metrologia

Para obter a igualdade de plano colocam-se blocos-padrão que correspondam à diferença


de altura entre a base e o cilindro. Com esse recurso podemos fazer qualquer inclinação,
por menor que seja, e ainda usar blocos-padrão protetores.

89
REFERÊNCIAS

Blocos-Padrão. Disponível em: <http://rd.sc.senai.br>. Banco de Recursos Didáticos do


SENAI DN. Departamento SENAI/SP. Acesso em: 14/02/2012.

Calibrador. Disponível em: <http://rd.sc.senai.br>. Banco de Recursos Didáticos do SENAI


DN. Departamento SENAI/SP. Acesso em: 14/02/2012.

Fundamentos da Metrologia – Terminologia, classificação e instrumentos de medição.


Disponível em: <http://rd.sc.senai.br>. Banco de Recursos Didáticos do SENAI DN.
Departamento SENAI/SP. Acesso em: 14/02/2012.

Fundamentos da Metrologia – Terminologia, classificação e instrumentos de medição.


Disponível em: <http://rd.sc.senai.br>. Banco de Recursos Didáticos do SENAI DN.
Departamento SENAI/SP. Acesso em: 14/02/2012.

Goniômetro. Disponível em:


ftp://ftp.ci.cefetes.br/eletromecanica/dimisson/Metrologia/Metrologia%20-
%20Telecurso/metr16.pdf. Acesso em: 14/02/2012.

Medidas e Conversões. Disponível em: <http://rd.sc.senai.br>. Banco de Recursos


Didáticos do SENAI DN. Departamento SENAI/SP. Acesso em: 16/11/2011.

Micrômetro. Disponível em: <http://rd.sc.senai.br>. Banco de Recursos Didáticos do SENAI


DN. Departamento SENAI/SP. Acesso em: 14/02/2012.

Paquímetro. Disponível em: <http://rd.sc.senai.br>. Banco de Recursos Didáticos do


SENAI DN. Departamento SENAI/SP. Acesso em: 14/02/2012.

Régua e Mesa de Seno. Disponível em: <http://rd.sc.senai.br>. Banco de Recursos


Didáticos do SENAI DN. Departamento SENAI/SP. Acesso em: 14/02/2012.

Régua Graduada, Metro e Trena. Disponível em: <http://rd.sc.senai.br>. Banco de


Recursos Didáticos do SENAI DN. Departamento SENAI/SP. Acesso em: 14/02/2012.

Relógio Comparador. Disponível em: <http://rd.sc.senai.br>. Banco de Recursos Didáticos


do SENAI DN. Departamento SENAI/SP. Acesso em: 14/02/2012.

Verificador. Disponível em: <http://rd.sc.senai.br>. Banco de Recursos Didáticos do SENAI


DN. Departamento SENAI/SP. Acesso em: 14/02/2012.
.

90
91

Você também pode gostar