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PARTE ORAL
Fale do poema, das impressões que ele te causa, das ideias que te sugere, por que
você o escolheu, como lhe veio a ideia do tema do trabalho, se você já trabalhou esse
tema em outras oportunidades, et al.
PARTE ESCRITA
1. introduzir a questão (tema do trabalho) a ser tratada, informando se ela
Tendo como base o poema “Autopsicografia” de Fernando Pessoa, falarei sobre a
percepção da realidade pelo Baudelaire como um ser artístico, levando em conta a
distorção da realidade dentro da arte. O compararei com o texto da carta I de Rilke e
também ao videoclipe de “Marry the Night” da cantora Lady Gaga.
a) é recorrente em Baudelaire (principalmente em sua obra), em outros períodos
literários, outras literaturas, autores;
b) é relevante e por quê;
A relevância do tema é o estudo de como o subconsciente dos artistas citados tem seu
processo criativo, como ele interpreta de diferentes maneiras a realidade e como a
transforma e a transpõe na arte.
c) já foi estudada por críticos literários, fazendo as referências. (Obs: Isso se
chama fortuna crítica, que é o levantamento dos principais trabalhos em que a
questão foi abordada);
“O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.”
“[A poesia] Não consiste nas palavras que são meros sinais [...] mas na
realidade que significam; - a qual não é todavia a realidade concreta e
objectivamente real, mas a realidade fingida pelo poeta, a que ele agora cria
imaginativa e poeticamente e nos manifesta.”
Bam
Durante todo o prelúdio, Lady Gaga fala sobre a visão artística de um momento
passado. Assim como os poetas citados acima, ela é uma artista que finge, que reproduz
uma realidade em sua arte que não é exatamente a mesma que viveu. Assim como
Baudelaire em seu poema “Elevação”, Lady Gaga eleva seu espírito artístico-poético
acima dos reais acontecimentos. Temos em seu prelúdio, o que o linguísta José
Gongalves diz sobre a criação poética: “When I look back on my life/It's not that I don't
want to see things exactly as they happened/It's just that I prefer to remember them in
an artistic way”.
Ainda dentro do prelúdio, Lady Gaga fala sobre o fingimetno poético ao olhar para trás
em sua vida: “It's sort of like my past is an unfinished painting/And as the artist of that
painting/I must fill in all the ugly holes/And make it beautiful again”.
“[;;;] Caso seu cotidiano lhe pareça pobre, não reclame dele, reclame de si mesmo, diga
para si mesmo que não é poeta bastante para evocar suas riquezas; pois para o criador
não há nenhuma pobreza e nenhum ambiente pobre, insignificante. Mesmo que
estivesse em uma prisão, cujos muros não permitissem que nenhum dos ruídos do
mundo chegasse a seus ouvidos, o senhor não teria sempre a sua infância, essa riqueza
preciosa, régia, esse tesouro das recordações? Volte para ela a atenção. Procure trazer à
tona as sensações submersas desse passado tão vasto; sua personalidade ganhará
firmeza, sua solidão se ampliará e se tornará uma habitação a meia-luz, da qual passa
longe o burburinho dos outros.”
Todos os artistas citados aqui utilizaram-se da dica de Rilke, mesmo que não tenham
lido sua carta. Viram a riqueza, a poesia, a arte na pobreza da realidade, e as replicaram
em seus escritos como uma realidade alternativa.
6. mostrar como a leitura do poema, aliada à teoria e à crítica que você usou, permitiu
verificar sua hipótese;
7. concluir ou fazer considerações finais (uma possibilidade interessante também é não
fechar a conclusão tão categoricamente, deixá-la em aberto, mas também não é
regra).
8. fazer as referências bibliográficas.
BAUDELAIRE, Charles. "Elévation". In:_____. As flores do mal. Trad. de Ivan
Junqueira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
PESSOA, Fernando. Poesias. 15ª ed. Lisboa: Ática, 1942.
PRÉLUDE Pathétique (Marry the Night Intro). Letras, 2011. Disponível em:
>https://www.letras.mus.br/lady-gaga/prelude-pathetique-marry-the-night-intro/<
Acesso em: 1 dez. 2020.
GAGA, Lady. Marry the Night. Youtube, 2011. Disponível em: >
https://www.youtube.com/watch?v=cggNqDAtJYU< Acesso em: 1 dez. 2020.
CARVALHO, José Gonçalo Herculano de. Crítica filológica e compreensão poética.
Rio de Janeiro: MEC – Departamento de Assuntos Culturais. –– (1984 [1964]). «Sobre
a criação poética». In Estudos Linguísticos. Coimbra: Coimbra Editora (II, 169-190).