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\A PRECE – FERNANDO PESSOA

Ola bom dia hoje vamos apresentar o poema “Prece” que está localizdo nas
estancias 144 e 145 do canto X da obra “Os lusiadas” de luis de Camões

LER O POEMA
O que é a prece?
A prece é um ato religioso pela qual se dirigimos a Deus para pedir-mos algum
beneficio.
Neste poema Deus é apelado para reativar a alma portuguesa para que conseguissem
conquistar de novo
Vamos entao passar á analise do poema
Relativamente á estrutura externa
Este poema é constituido por 3 quadras, onde a sua rima é cruzada e a sua métrica é
irregular.

Divisao em partes:
1ª parte(1ªestrofe)-é relatado o desanimo pois tratava-se de um Portugal descaído e
nostálgico do passado.
2ªparte (2ª estrofe)-Nesta estrofe fala-se da esperança pois estes acreditavam que
nada estava perdido.
3ªparte(3ª estrofe)- esta refere-se a suplica do futuro onde existe um pedido de ajuda
a alguém divino “Deus” dai vem o titulo do poema “Prece”.
1ª ESTROFE
Na expressão “a noite veio”, percebemos a existência anterior do dia e a sua passagem
a noite.
Enquanto o dia representa tempo de grandeza, a “noite” é o tempo de tristeza e
destruição.
Podemos verificar que o discurso está repleto de emotividade através de expressões
como “tanta foi a tormenta” e a “vontade”.
As dificuldades do passado, ultrapassadas pela vontade do povo, “nós”, contrasta com
o sentimento de desalento denunciado pelo sujeito poético e que também deve ser
assumido pelos outros.
É-nos apresentado um Portugal caracterizado pela indolência, pelo “silêncio hostil”,
agarrado às coisas materiais, sem capacidade para sonhar, “a alma é vil”, contrastando
com o passado de “tormenta e vontade”.

2ª ESTROFE
Esta segunda estrofe, logo no seu início com a expressão, “mas”, vem em oposição à 1ª
estrofe.
No último verso desta estrofe, a expressão “mão do vento” apresentam a ideia de a
“chama”, ou seja, a esperança ainda pode voltar a erguer-se.
Enquanto há vida há esperança!
Ao utilizar de novo “ainda” vem reforçar a ideia de que nada está perdido e que com
uma atitude diferente, “a ação do vento”, tudo se pode modificar.
A expressão “o frio morto”, em que o adjetivo morto pode ter o sentido conotativo de
ocultar a vida renovada, como a Fénix que surge das cinzas.

3ª ESTROFE
Na 3ª estrofe, e de acordo com o título, o sujeito poético, em tom de súplica (prece)
pede que um “sopro”, divino, ajude a atear a “chama do esforço”, ainda que se tenha
de pagar com “desgraça” ou suportar o peso da “ânsia”.
Nos dois últimos versos da 3ª estrofe podemos perceber que a “Distância” é o caminho
para o conhecimento, do mar.
No último verso, reforça-se a ideia de que é necessário procurar a identidade e o
prestígio nacional, outrora perdidos.
Estes dois versos fazem-nos crer num futuro risonho.

Simbologia da noite e das cinzas


Das cinzas
As cinzas transporta-nos para o animal lendário, fenix, que simboliza o
renascimento.

Da noite
A simbologia da noite tem 2 significados diferentes
-A preparação do dia, ou seja, a preparação daquilo que será o futuro de
Portugal.
-A ausênsia do dia devido á situação que a nação se encontra
Recursos expressivos
Personificação-”A mão do vento”, simboliza a ideia de que uma mão
divina vai fazer com que a chama se reacenda.
Apostrofe-”senhor”, representa um chamamento do receptor a quem é
destinado o discurso
Sinestesia-”Frio Morto”(tato), que apresenta sensações ligadas a
diferentes sentidos
Anaforas e repetições-”Ainda”, reforça a ideia como foi dito anteriormente
que nada esta perdido
Adjetivação-”A alma é vil”,” Silencio hostil”, onde estão a ser utilizados os
adjetivos “vil”(alma) e “hostil”(silencio) para caracterizarem a “alma e o
silencio”
Tema da do poema
Este poema encaixa-se na segunda parte da obra, onde se celebram personalidades e
acontecimentos, surgindo depois do poema “A Última Nau”, como pedido de Pessoa a
Deus, para que ajude os portugueses a reacender a Alma Lusitana, para que de novo
fosse conquistada a “Distância”.
O tema deste poema é a súplica a alguém (D. Sebastião ou Deus) para que ao povo
português seja devolvida a “chama” que se encontra escondida debaixo das “cinzas”.
O título do poema “Prece” remete-nos, de imediato, para aquele tema.

Estancias dos lusiadas 144 e 145


144
Assi foram cortando o mar sereno,
Com vento sempre manso e nunca irado,
Até que houveram vista do terreno
Em que naceram, sempre desejado.
Entraram pela foz do Tejo ameno,
E à sua pátria e Rei temido e amado
O prémio e glória dão por que mandou,
E com títulos novos se ilustrou.

145

Nô mais, Musa, nô mais, que a Lira tenho


Destemperada e a voz enrouquecida,
E não do canto, mas de ver que venho
Cantar a gente surda e endurecida.
O favor com que mais se acende o engenho
Não no dá a pátria, não, que está metida
No gosto da cobiça e na rudeza
Düa austera, apagada e vil tristeza.
Intertextualidade com “Os Lusíadas”
Na obra “Mensagem” encontramos bastantes marcas épico-lírico enquanto em “Os
Lusíadas” encontramos maioritariamente marcas épicas.
É também bastante visível que as obras são centradas em diferentes pessoas, onde a
Mensagem se centra na 1ª pessoa como podemos verificar em palavras como “Restam-
nos” (v.3), “nós “(v.5) e “conquistemos” (v.11) enquanto “Os Lusíadas” é centrado na 3ª
pessoa como se verifica em... (exemplos presentes nas estancias).
As marcas épicas que encontramos ao longo de “Os Lusíadas” servem passagem para o
leitor entender os estados de alma, os sentimentos e as reflexões do “Eu”. Disto são
exemplo os quatro primeiros versos da estância 145 onde é expressa a revolta do
sujeito poético perante a ignorância dum povo português que não reconhece o seu
valor. Outro exemplo é encontrado na estância 144 que retrata a chegada Portugal e é
assim tratado como um feito histórico. Comparando com o poema “Prece” deparamo-
nos, nos últimos dois versos, com um pedido, o sujeito lírico quer que “conquistemos a
Distância”, ou seja, pretende que Portugal recupere a sua glória vencedora passada
época dos descobrimentos. Encontramo-nos em ambos os poemas com uma interação
com um ser divino que no caso da “Mensagem” é Deus ou D. Sebastião imortalizado e
nos Lusíadas o “Eu lírico” dirige-se à Musa Calíope para manifestar o seu
descontentamento com o comportamento da pátria.

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