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S.M Respiratorio Praticas
S.M Respiratorio Praticas
APARELHO RESPIRATÓRIO
AULAS PRÁTICAS
HISTÓRIA
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A. ANAMNESE
A.1. ANAMNESE GERAL
• Idade, raça, sexo
• Origem
• Ambiente actual, coabitantes e seu estado
• Tipo de vida (contacto com outros animais, se vai à rua sozinho
⇒ trauma)
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• Ruídos respiratórios
Estridor - som que se repete sempre na mesma amplitude e
frequência (com estenose). De acordo com a localização:
nasal = arfar (inspiração) → Prova do fechar da boca
(desaparece)
faríngeo = ressonar (inspiração) → Prova do fechar da boca
laríngeo = “letra g”
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B - EXAME FÍSICO
para além do exame físico geral fazer um ESPECÍFICO que englobará:
1.Profundidade
Se são profundos e dão a impressão de serem difíceis ⇒ Dispneia
Padrões respiratórios anormais:
• TAQUIPNEIA – Aumento da Frequência Respiratória → padrão
restritivo presente em efusões torácicas, pneumotórax, hérnia
diafragmática;
• BRADIPNEIA – Diminuição da Frequência Respiratória →
depressão respiratória, coma, hipertensão intracraniana;
• HIPERPNEIA – Aumento do Volume corrente (profundidade) →
acidose, febre, exercício excitação;
• HIPERVENTILAÇÃO – Aumento da ventilação global além das
necessidades metabólicas;
• Lento, profundo → padrão obstrutivo na paralisia laríngea,
colapso/compressão traqueal;
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• Músculos auxiliares da respiração - movimentam-se em dispneia
com obstrução das vias respiratórias.
3.Ritmo
4.Frequência
Cão 10 - 35 / minuto
Gato 20 - 40 / minuto
B.2.1.- NARINAS
INSPECÇÃO:
- Cor
- Humidade
- Ferimentos
- Simetria
- Tamanho das aberturas exteriores
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Figuras 3 e 4- Estenose das narinas. Repare-se que os orifícios nasais se encontram
estreitados o que faz com que estes animais produzam estridor nasal ao inspirar pelo nariz e
também dá origem a que muitas vezes se encontrem secreções espumosas. Uma das raças
predispostas a esta patologia são os cães braquicefálicos (Boxers; Pequinois; Bulldog).
Exploração específica:
1. Estridor nasal
• fechar a boca do animal e escutar perto do nariz.
• modificar a abertura das narinas e verificar distintos sons
(principalmente na estenose das narinas → abrir → diminui o
estridor)
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3. Presença de descarga - secreção:
• Serosa (aquosa e clara) → normal
• Mucosa
• Purulenta
• Hemorrágica (se só sangue ⇒ EPISTAXIS)
• Alimento ou leite (na fenda palatina)
Saber sempre se é UNI- OU BILATERAL
4. Orifícios nasais (amplitude da abertura) - observar com otoscópio
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Figuras 10 e 11 - A imagem da esquerda é obtida por rinoscopia e representa
uma cavidade nasal normal. Na imagem da direita observa-se um corpo
estranho (pragana) no interior na cavidade nasal de um cão com história de
espirros de aparecimento agudo seguidos de rinorreia purulenta.
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Figuras 13 e 14 - A percussão dos seios paranasais deve ser realizada de forma bilateral
porque existe um septo a separar os dois seios frontais.
B.2.3.-LARINGE e TRAQUEIA
INSPECÇÃO
- procurar deformações na área da laringe e pescoço
PALPAÇÃO
- avaliar deformação e sensibilidade à pressão
- palpar a traqueia até à entrada do peito
- Técnica: sujeitar o animal com o pescoço esticado para a frente e para
cima
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1º palpação da traqueia
3 pontos de palpação (superficial - profunda):
• superior - 1os anéis da traqueia
• média
• inferior - entrada do peito
deixar passar sempre uma expiração para avaliar possível
tosse (normalmente não)
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2º palpação da laringe
tomar a laringe e baixar em direcção caudal (fica para segundo
plano a sua palpação porque é mais sensível à pressão ⇒ pode provocar
tosse ⇒ então não saberíamos se era por patologia se era por irritação
induzida pela palpação)
B.2.4.-TÓRAX
Lobos pulmonares:
• pulmão esquerdo: 2 (anterior subdividido
em cranial/caudal)
• pulmão direito: 4 (cranial / médio / caudal
/ acessório)
INSPECÇÃO
- dos movimentos respiratórios
- observar sempre forma e simetria
- busca de alterações da parede costal
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PALPAÇÃO
- Simultânea em ambos os lados do tórax
AUSCULTAÇÃO
- Eliminação consciente dos ruídos cardíacos
- Eliminar ruídos não respiratórios:
• Tremuras musculares
• Atrito no pêlo ⇒ aplicar estetoscópio com pressão suficiente
• Ruídos externos
- Evitar o arfar ou a respiração acelerada.
- Animais grandes só há fluxo turbulento até à bifurcação da traqueia ⇒ só
se ausculta na parte cranial (resto do fluxo é laminar).
- Animais pequenos também se ausculta todo o ciclo respiratório na
parede cranial do tórax.
- O som respiratório ausculta-se em todo o ciclo na traqueia.
- SOM NORMAL:
• reflexo da passagem de ar pela árvore brônquica;
• percepção constante da inspiração e debilidade progressiva na
expiração quando nos deslocamos caudalmente (porque a
inspiração é activa e a expiração é passiva);
• deve ser igual em ambos os lados.
- Técnica:
• Situamo-nos do lado contrário ao lado que vamos auscultar
e em oblíquo, de modo que o nosso braço esteja em contacto
com o animal.
• A auscultação deverá realizar-se, no mínimo, em 5 pontos
diferentes de ambos os lados (espaços 4º/6º/8º no terço
superior e 4º e 6º no terço médio).
• Mínimo de dois ciclos por ponto de auscultação.
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PERCUSSÃO
- Permite:
• identificar limites pulmonares
• saber se a quantidade de gás nas estruturas aumentou ou não.
- Técnica:
• apresentamo-mos de lado, dobrámo-nos sobre o animal e
percutimos o outro lado em 2 ou 3 linhas verticais
horizontais
• dextros: dedo médio da mão direita sobre a 2ª falange, perto da
articulação com a 3ª falange
• movimentos de pulso em arco, várias vezes.
- SONS:
• maciço - tecidos sem gás (músculo/fígado)
• claro ou ressonante - tecidos com gás (pulmão)
• submaciço
• timpânico - órgão com gás sob pressão
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- A posição de decúbito lateral não é idónea.
- É recomendável começar pelo lado direito, pois o fígado dá melhor
contraste.
- Linhas de percussão:
3 horizontais - meia escápula/articulação escápulo-humeral/meio úmero
vertical - espaços intercostais (sempre cranial ao 6º espaço).
Tipos de som:
TIPO TOM INTENSIDADE DURAÇÃO ORIGEM
Ressonante Baixo Alta Longa Pulmão normal
Timpânico Alto Alta Média Víscera com gás
Hiper-ressonante Baixo Muito alta Longa Pneumotórax
Enfisema
Maciço Médio Baixa Média Efusão pleural
Neoplasia
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Figuras 20 e 21- Duas situações de palato mole alongado patologia que faz parte da
Síndrome das Vias Aéreas dos Braquicéfalos. Na imagem da direita é visível que o
bordo do palato mole se encontra inflamado e espessado, devido à constante aspiração
para o interior da laringe e consequente vibração induzida pela passagem do ar aspirado.
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TORACOCENTESE
Pulmão
Coração
Figura 25- Esquema de como se realiza uma Figura 26- Radiografia do tórax de um
toracocentese e como se coloca a seringa e o bisel gato (posição ventro-dorsal) com um
da agulha depois de penetrar a parede costal (voltado derrame pleural, neste caso um derrame
para o pulmão). purulento (piotórax).
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