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Imunoestimulante (Defensyn®)
na melhora clínica de cães com
Leishmaniose Visceral
Luana Dias de Moura (coordenadora da pesquisa)
MV, MSc, Doutoranda em diagnóstico
e terapêutica na Medicina Veterinária
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Suplementação com Imunoestimulante (Defensyn®) na melhora clínica de cães com Leishmaniose Visceral
Amastigotas intracelulares
Fagolisossoma
Proliferação
Absorção
Lise
Macrófago
Re-invasão
Adesão
Amastigotas
Promastigotas
metacíclicas
A resistência à infecção em animais assintomá- número de linfócitos T CD4+, o que sugere a ausência
ticos dependerá da resposta celular Th1 a qual está asso- de resposta efetiva no sentido de eliminar o parasita
ciada à produção de citocinas pró-inflamatórias IFN-γ, (CORRÊA, 2007). Em cães assintomáticos predomina a
TNF-α, IL-2 além de linfócitos T CD4+ e CD8+ (figura 2). resposta imune celular para Th1 mediado por IFN-γ e
TNF-α, proporcionando resistência à LVC.
Nos cães sintomáticos observa-se proliferação
do parasita nos macrófagos, devido a uma redução no
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Suplementação com Imunoestimulante (Defensyn®) na melhora clínica de cães com Leishmaniose Visceral
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juntamente com o uso de imunomoduladores (FRASER dieta convencional (ZEISEL, 1999). Outra definição
et al., 2008). O paciente deve ter acompanhamento de composto nutracêutico, seria a substância não
clínico e laboratorial constante, idealmente em fármaco, produzida de forma purificada ou sob forma
intervalos de 6 meses, na busca de se manter um bom de extrato e administrada de forma oral para fornecer
prognóstico. ao organismo os agentes necessários para a estrutura e
função normal, visando melhorar a saúde e o bem-estar
O primeiro medicamento oral destinado ex- dos animais (BOOTHE, 1997).
clusivamente aos cães acometidos com a LVC foi a
miltefosina (hexadexilfofocolina, HepC), que promo- As substâncias nutracêuticas são as vitaminas
veu importante avanço terapêutico no tratamento da antioxidantes (A, C e E), flavonoides, vitamina D, ácidos
enfermidade (SUNDAR & OLLIARO, 2007). O modo graxos poli-insaturados, L-carnitina, glucosamina,
de ação da miltefosina, que é uma droga leishmanicida condroitina, prebióticos, probióticos, minerais e fibras
(CROFT et al., 1987), está associado a alterações no me- dietéticas (DAVÍ et al., 2010).
tabolismo lipídico, mais precisamente, na biossíntese
dos fosfolipídios promovendo assim, ação leishmani- Na alimentação dos cães e gatos, os suplementos
cida (LUX et al., 2000). Por meio de nota técnica con- nutracêuticos são recomendados com objetivo de
junta nº001/2016 MAPA / MS, foi autorizado o registro favorecer a saúde do trato digestório, da resposta
do produto Milteforan® (Virbac Saúde Animal) para o imune, das condições de pele e pelagem, da composição
tratamento da LVC no Brasil, uma vez que a miltefosina corporal e da prevenção de danos decorrentes do
não é uma droga utilizada no tratamento da doença em envelhecimento, além de auxiliar nas funções orgânicas
humanos (MAPA / MS, 2016). dos animais doentes.
Sabe-se que a quimioterapia da LVC ainda é um Sabe-se que as bactérias que residem no trato
desafio, devido a inexistência de tratamento efetivo que gastrointestinal influenciam o desenvolvimento
elimine o parasita. Dessa forma, a suplementação dos do Tecido Linfoide Associado ao Intestino (GALT),
cães com alimentos nutracêuticos pode ser um potente modulando assim a imunidade do animal. O GALT é
adjuvante para boa resposta imune ao tratamento de LV considerado maior órgão imunológico do organismo,
em cães. onde são localizadas, aproximadamente 80% das células
de defesa e 50% das células imunes efetoras, realizando
Os alimentos nutracêuticos são suplementos as seguintes atividades: captura, processamento e
alimentares que contém forma concentrada de apresentação de antígenos ingeridos; produção de
composto bioativo, o qual se apresenta separado da anticorpos locais, em especial IgA; ativação de respostas
matriz alimentar e é utilizado com finalidade melhorar imunes citomediadas, particularmente as mediadas por
a saúde e em doses que excedem aquelas contidas na linfócitos T CD8+ e macrófagos (SANTOS, 2017).
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Mananoproteínas
ꞵ-1,6-glucano
ꞵ-1,3-glucano
Quitina
Figura 04. Estrutura da parede
celular da Saccharomyces
cerevisiae (Fesel & Zuccaro,
2016). Bi-camanda
fosfolipídica da
membrana celular
UDP-GlcNAc UDP-Glc
Os glucanos são polímeros de glicose com sinais intracelulares, com consequente produção de
ligações ꞵ(1-3) e ꞵ(1-6), já quitina é composta por ꞵ(1-4)- componentes da resposta imune inata (como citocinas,
N-acetilglucosamina e uma pequena porção de lipídeos IFNs, moléculas do complexo de histocompatibilidade,
(MAGNANI & CASTRO-GOMES, 2008). entre outros), que atuam contra os microrganismos.
(MEDZHITOV et al., 1997). Estes receptores estão
Os ꞵ-glucanos obtidos microrganismos pertencem presentes principalmente nos macrófagos, neutrófilos,
a uma classe de substâncias conhecidas como modificadores células dendríticas (CDs) (ABBAS et al.,2003).
de resposta biológica (MRB), pois alteram a resposta no
hospedeiro. Esses polímeros ativam a resposta imune via A estrutura que permite o reconhecimento do
sistema complemento diretamente, ou com auxílio de ꞵ-glucano pelo sistema imune, está associada a padrões
anticorpos que produzem fatores quimioterápicos que moleculares (PAMP’s). O ꞵ-glucano desencadeia respostas
induzem a migração de leucócitos para o sítio de infecção cuja função é proteger o hospedeiro de invasões de patógenos,
(MAGNANI & CASTRO-GOMES, 2008). caracterizando como parte da imunidade inata de organismos
superiores (MAGNANI & CASTRO-GOMES, 2008).
1.4.2. AÇÃO DO ꞵ-GLUCANO NO SISTEMA IMUNE
Os receptores relacionados ao reconhecimento
Os ꞵ-glucanos possuem várias propriedades do ꞵ-glucano em vertebrados incluem a dectina-1, o re-
imunomoduladoras. Eles agem por estimulação do ceptor do sistema complemento 3 (CR3) e a lactosilcerami-
sistema imune, principalmente em macrófagos, exercendo da. O mecanismo de resposta é mediado pela combinação
efeito benéfico contra uma grande variedade de bactérias, desses receptores, porém o mecanismo mais esclarecido é
fungos, vírus e parasitas (MANTOVANI et al., 2008). o da dectina-1 (MAGNANI & CASTRO-GOMES, 2008).
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Citocinas (pró-inflamatórias)
Fagocitose
Sinalização
intracelular Burst respiratório: espécies reativas
de oxigênio e óxido nítrico
Figura 05. Modulação da atividade de macrófago por PRRs (Adaptado de Lenung et al., 2006).
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A resposta celular Th1 promove a formação das conectadas a essa cadeia. O ꞵ-glucano mais abundante
citocinas INF-γ, TNF-α e IL-2, responsáveis pela ativação é a 1,3 ꞵ-glucano que apresenta habilidade para
de macrófagos, realizando assim o burst respiratório, com estimular o sistema imunológico, através da ativação
a produção de óxido nítrico e a eliminação do parasita de macrófagos, células endoteliais dendríticas, células
(Figura 07) (SANTOS, 2017). T e B, linfócitos polimorfonucleares, com a indução da
Patógeno Interleucina
Beta-glucano
Imunoglobulina
Receptor
(Ativar) Citocinas
Síntese de Óxido
Nítrico Nitrocoxide
Figura 07. Ativação de macrófago por ꞵ-glucano. Adaptado de Peluso (2020) e Baneth (2008).
O imunorreceptor CR3 funciona como uma expressão de diversas citocinas (KUBALA et a., 2003).
molécula de adesão celular, que possui um sítio de Devido a função biológica desse polipeptídio, verifica-
ligação para carboidrato, local onde o ꞵ-glucano se se efeito benéfico a uma série de doenças que incluem
adere. E o receptor lactosilceramida é um esfingolipídio as infecções virais, parasitárias, bacterianas e fúngica,
presente na membrana plasmática celular e, juntamente combate a tumores, efeito anti-inflamatório, anti
como ꞵ-glucano realça o burst oxidativo e as funções hipocolesterolêmico, hipoglicêmico, mutagênico, e em
antimicrobianas (MAGNANI & CASTRO-GOMES, 2008) situações supressão imune divido ao estresse (FREITAS
JUNIOR et al., 2012).
1.5. DEFENSYN® COMO IMUNOESTIMULANTE
NA LVC O Defensyn® (König, Saúde Animal) é um
suplemento alimentar imunomodulador. Possui em
Muitos alimentos comerciais para cães e gatos sua composição nutrientes altamente concentrados
produzidos no Brasil contêm derivados da levedura e direcionados às exigências nutricionais de animais
Sacharomyces cerevisae, cuja inclusão beneficia o que se encontram em estado de convalescência,
sistema imune e a microbiota do trato gastrointestinal ou seja, se recuperando de alguma enfermidade,
(ZAINE et al., 2014). A parede celular é constituída de doenças crônicas, imunossupressoras, que não
principalmente por mananoproteínas, ꞵ-glucanos e possuem cura e até mesmo em situações oportunistas.
quitina (LIPKE & OVALLE, 1998). Possui alta concentração de ꞵ-glucano, e também
grandes quantidades de mananoligossacarídeos e
Os mananoligossacarídeos presentes na parede frutoligossacarídeos. Também é composto por outros
celular tem ação prebiótica, observada pelo estímulo nutracêuticos de grande importância, como as vitaminas
do crescimento das bactérias que agem auxiliando o A, C, E, B1, B2, B6, B12, inositol, ácido pantotênico,
trato digestório. Consequentemente há o aumento da ácido fólico, zinco e selênio quelato, glutamina, sulfato
microbiota benéfica, com consequente diminuição da de Glucosamina, ácido linoleico, Lactocilus acidiphilus e
patogênica, caracterizada pela aglutinação de patógenos plasma sanguíneo.
(CARCIOFI & GOMES, 2010).
2. JUSTIFICATIVA E OBJETIVO
Os ꞵ-glucanos são polissacarídeos, que se
diferenciam pelo tipo de ligação entre as unidades de O uso de nutracêuticos na veterinária pode, po-
glicose presentes na cadeia principal e pelas ramificações tencialmente, resultar em benefícios aos pacientes. Ainda
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existe escassez de informações científicas sobre sua reco- em pó, e sua forma de administração é oral, onde pode
mendação, dosagem adequada e eficácia (ZAINE et al., ser misturado a água ou polvilhado sobre o alimento
2014), mas, conforme apresentado anteriormente, existem a ser consumido. Recomenda-se o consumo imediato
evidências que as substâncias imunomoduladoras sejam al- da água ou alimento, após a adição do produto. Já o
tamente benéficas para animais em estado convalescente. alopurinol é um medicamento de uso oral, em forma
de comprimidos e, normalmente comercializados
Como a ocorrência de lesões sistêmicas da LVC nas versões de 100 ou 300mg. Durante o período
está diretamente relacionada com a resposta imune do experimental, recomendou-se que o tutor mantivesse a
hospedeiro e a evolução da doença (BARBIERI, 2006), e alimentação do animal em sua normalidade, fornecendo
o Defensyn® possui alta concentração de ingredientes a mesma dieta consumida previamente ao ensaio.
imunomoduladores em sua composição, o presente
estudo se justifica como forma de avaliar a efetividade Após o diagnóstico positivo para LVC dos cães,
da suplementação com este imunoestimulante na recomendou-se medidas preventivas para evitar picadas
melhora clínica de cães com LVC, quando submetidos ao de flebotomíneos. As medidas preventivas foram o
tratamento com Alopurinol na dosagem recomendada uso de coleira impregnada com deltametrina ou o uso
de 10 a 20 mg/kg/BID. de spray repelente a base de permetrina. Posterior
ao término do ensaio experimental, os animais
Assim, este estudo teve por objetivo avaliar a foram encaminhados novamente aos clínicos que os
suplementação alimentar com o imunoestimulante acompanham para continuar o tratamento contra LVC.
Defensyn® na melhora clínica de cães com LVC em conjunto No início do experimento (D0) e ao final (D60) todos
com tratamento alopático convencional com o Alopurinol. animais foram submetidos ao diagnóstico sorológico,
parasitológico, a avaliação clínica e de parâmetros
3. METODOLOGIA bioquímicos e hematológicos.
O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Os animais utilizados na pesquisa foram subme-
Experimentação Animal (CEEA) da Universidade Fede- tidos ao diagnóstico parasitológico, método considera-
ral do Piauí. Para a realização deste estudo foi solici- do padrão ouro. Para realização deste exame foi feito
tado consentimento dos tutores, permitindo as coletas contenção adequada de cada animal, e posteriormente
amostrais e acompanhamento clínico. O presente tra- coletado as amostras, por punção de medula óssea, lin-
balho foi realizado sob a supervisão da M.V. Luana Dias fonodos e/ou citologia de pele quando presente lesões.
de Moura (CRMV PI-01311) na cidade de Teresina, Piauí, O material coletado foi fixado, corado pelo método do
com colaboração de clínicas veterinárias. panótico rápido, e enviado para analise com pesquisa
direta do parasita, em laboratório particular de Teresi-
3.2. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL na. Essa metodologia possibilitou o diagnóstico preciso
dos animais com positividade para LVC.
Neste estudo foram utilizados 25 cães com
diagnóstico positivo para a LVC. Inicialmente, realizou- 3.3.2. AVALIAÇÃO CLÍNICA
se uma triagem onde diversos cães foram submetidos
a avaliação clínica e parasitológica, metodologia O perfil clínico dos animais utilizados no estudo,
considerada padrão ouro no diagnóstico da LVC, e apenas foi avaliado de acordo com a metodologia adaptada
os que tiveram avaliação positiva foram distribuídos nos proposta por Silva et al. (2017). Esta metodologia consiste
tratamentos experimentais. Os cães foram distribuídos de em avaliar e pontuar através de uma ficha, a sintomatologia
forma casualizada em três tratamentos experimentais, os da doença, onde considera-se: o grau de atividade do
quais consistiam em: animal, presença de ectoparasitas, estado nutricional,
estado de pele e pelos, presença de secreções e tamanho
Grupo 1: Alopurinol (15mg/kg/sid) + Defensyn® de linfonodos. A escala utilizada na pontuação varia de 0
(3g/5kg/sid); com 09 cães; (zero) a 2 (dois), quando apresentadas condições normais
Grupo 2: Alopurinol (15mg/kg/sid), com 09 cães; recebiam pontuação 0 (zero) e conforme o aumento da
Grupo 3: Controle; sem o consumo do alopurinol e/ou severidade das lesões há o consequente aumento desta
Defensyn®, com 07 cães. pontuação. Ao final do preenchimento desta ficha soma-
se toda a pontuação recebida nos diferentes itens avaliados
O período experimental adotado, foi de 60 dias e o seu valor total é considerado como o escore do animal,
após a positividade do exame parasitológico. Os animais atingindo-se escore máximo de 25 pontos. Dessa forma,
receberam tratamento por 60 dias após a positividade quanto maior o valor do escore apresentado, maior as
no exame parasitológico. O Defensyn® é um produto evidências dos sinais clínicos decorrentes da LVC.
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3.4. ANÁLISE ESTATÍSTICA Figura 8. Escore clínico dos animais no início do período
experimental (D0). Colunas seguidas de letras diferentes
Foi adotado delineamento casualizado. Para diferem estatisticamente (5%). G1: Alopurinol (15mg/kg/sid)
análise estatística, utilizou-se o software GrafPad Prism + Defensyn® (3g/5kg/sid); G2: Alopurinol (15mg/kg/sid);
5.0 (GraphPad Pris Inc., San Diego, Estados Unidos). Os G3: Controle; sem o consumo do alopurinol e/ou Defensyn®.
dados foram analisados utilizando-se teste de variância
e, quando significativo foram analisados através dos
testes de Kruskal Wallis e Dunn’s com a adoção de 5%
de significância.
4. RESULTADOS
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Figura 10. Avaliação clínica de um cão do G1 (Alopurinol (15mg/kg/sid) + Defensyn® (3g/5kg/sid)). Imagem A:antes do
período experimental (D0). – onicogrifose, úlcera nasal, hiperqueratose de focinho, despigmentação de lábio e focinho, úlceras
e ponta de orelha e dermatite esfoliativa. Imagem B: Ao final do período experimental (D60) – onicogrifose.
Figura 11. Avaliação clínica de um cão do G1 (Alopurinol (15mg/kg/sid) + Defensyn® (3g/5kg/sid)). Imagem A: antes do
período experimental (D0). – úlcera nasal, hiperqueratose de focinho, despigmentação de lábio e focinho, dermatite esfoliativa,
alopecia generalizada. Imagem B: Ao final do período experimental (D60) – despigmentação de focinho e lábio, secreção ocular.
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Figura 12. Avaliação clínica do cão do G2 (Alopurinol (15mg/kg/sid)). Imagem A:antes do período experimental (D0) –
Pelagem ruim, alopecia generalizada e periocular, onicogrifose, mucosas hipocoradas, despigmentação de lábios e focinho,
úlceras em ponta de orelha, dermatite esfoliativa, secreção ocular, blefarite / uveíte. Imagem B: Ao final do período experimental
(D60) – pelagem ruim, onicogrifose, dermatite esfoliativa, secreção ocular, blefarite e uveíte
Figura 13. Avaliação clínica do cão do G2 (Alopurinol (15mg/kg/sid)). Imagem A: antes do período experimental (D0) –
onicogrifose, despigmentação de lábio e focinho, despigmentação de lábios e focinho, úlceras em lábio e ponta de orelha, dermatite
esfoliativa, áreas de alopecia. Imagem B: Ao final do período experimental (D60) – onicogrifose.
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Tabela 01. Parâmetros hematológicos e seus respectivos desvios padrões dos animais do G1 (Alopurinol + Defensyn®) e G2
(Alopurinol) no início (D0) e no final do período experimental (D60).
G1* G2*
Valores de
Hemograma
Referência5
D0 D60 D0 D60
Hemácias
4,7 ± 1,3 5,6 ± 0,7 4,7 ± 1,4 5,4 ± 1,1 5,5-8,5
(milhões/mm³)
Hemoglobina
11,3 ± 2,2 12,4 ± 1,8 12,6 ± 6,0 12,1 ± 2,7 12-18
(g/ld)
Hematócrito (%) 33,8 ± 7,5 38,8 ± 4,6 37,5 ± 13,5 34,7 ± 11,4 37-55
VGM (fl)1 69,5 ± 6,5 69,0 ± 3,4 72,2 ± 7,4 71,1 ± 3,1 60-77
CHGM (%)2 31,8 ± 2,0 31,9 ± 3,4 32,3 ± 2,6 31,3 ±1,2 32-36
RDW (%)3 18,4 ± 5,5 19,3 ± 5,9 15,7 ± 1,2 16,1 ± 0,8 14-17
Plaquetas
241 ± 133 209 ± 122 270 ± 120 234 ± 111 200-500
(x10³/mm³)
PPT (g/dl)4 7,7 ± 1,2 7,7 ± 1,3 9,5 ± 3,9 8,7 ± 1,1 6-8
Leucócito (x10³μl) 10900 ± 2500 8900 ± 3800 12800 ± 5000 11400 ± 2700 6000-17000
*Tratamento experimental G1 com Alopurinol (15mg/kg/sid) e Defensyn® (3g/5kg/sid) e G2:Alopurinol (15mg/kg/sid); 1Volume
globular médio; 2Concentração de hemoglobina globular médio; 3Amplitude de distribuição eritrocitária; 4Proteína plasmática total;
5
Meyers DJ, Cole EH, Rich LJ. Medicina de laboratório veterinária: interpretação e diagnóstico. São Paulo: Editora Roca, 1995.
Tabela 02. Parâmetros bioquímicos e seus respectivos desvios padrões dos animais do G1 (Alopurinol + Defensyn®) e G2 (Alopurinol)
no início (D0) e no final do período experimental (D60).
G1* G2*
Valores de
Bioquímica sérica
Referência5
D0 D60 D0 D60
Creatinina (mg/dl) 0,8 ± 0,2 0,8 ± 0,2 0,8 ± 0,3 1,0 ± 0,4 0,5-1,6
PT (g/dl)3 9,1 ± 2,0 7,3 ± 1,8 7,6 ± 2,6 7,0 ± 2,4 6,0-8,0
ALB (g/dl)4 2,6 ± 1,0 2,5 ± 0,7 2,4 ± 0,9 2,5 ± 0,5 2,3-3,8
Globulina (g/dl) 6,5 ± 2,7 4,7 ± 2,2 5,2 ± 2,9 4,6 ± 2,8 2,4-5,2
*Tratamento experimental G1 com Alopurinol (15mg/kg/sid) e Defensyn® (3g/5kg/sid) e G2:Alopurinol (15mg/kg/sid); 1Fosfatase
alcalina; 2Transiminase glutâmico-pirúvica; 3Proteínas totais; 4Albumina; 5Meyers DJ, Cole EH, Rich LJ. Medicina de laboratório
veterinária: interpretação e diagnóstico. São Paulo: Editora Roca, 1995.
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Dada a inexistência até o momento de uma droga Brener et al (2005) ao avaliar a atividade in vitro
que seja capaz de estimular uma resposta imunoespecífica, do 1,3 ꞵ-glucano sobre a secreção de citocinas pró-infla-
e assim eliminar o parasita, muitos estudos tem buscado matórias em macrófagos peritoneais em camundongos,
a melhora da condição de vida dos animais acometidos observaram boa capacidade de secretar citocinas da ativi-
pela LVC. A busca é por tratamentos que auxiliem na dade celular Th1. Dessa forma, observa-se em cães assin-
melhora dos sinais clínicos, promovam a atenuação tomáticos para LVC acentuada redução de parasitas nos
dos efeitos colaterais, e confiram longevidade e bem- macrófagos, devido ao aumento no número de linfócitos
estar ao paciente. Mas a terapêutica da LVC continua T CD+4 (perfil Th1).
a ser um desafio (PHAM et al., 2013), tendo em vista
a grande dificuldade dos médicos veterinários no Em relação as análises hematológicas, indepen-
controle da doença e estabilidade do paciente. O uso de dente do grupo e do tempo analisado, observou-se resul-
suplementos nutracêuticos compostos por prebióticos e tados esperados para cães acometidos com LVC, como
imunoestimulantes tem sido uma escolha promissora, anemia normocítica e normocrômica, trombocitope-
e com excelente custo-benefício, para atuar como nia, leucocitose e eosinopenia (SILVA et al., 2011; CIA-
adjuvante no tratamento desses cães. RAMELLA et al., 1997; FREITAS et al, 2012). Não houve
modificações dos resultados hematológicos com os trata-
O consumo de Defensyn® demonstrou mentos empregados.
melhorar significativamente os sinais clínicos dos cães
tratados simultaneamente com o Alopurinol. Sabe- O acompanhamento dos parâmetros bioquímicos
se que a ocorrência de lesões sistêmicas da LVC está é fundamental para avaliar os distúrbios na função renal e
diretamente relacionada com a resposta imune do hepática (MONTEIRO, 2010). Os parâmetros relacionados
hospedeiro, dessa forma, o consumo do suplemento a ureia e creatinina identificam o comportamento da
contendo alta concentração de ꞵ-glucanos, ingrediente função renal, pois uma das características marcantes da
imunoestimulante, auxilia na melhora clínica do paciente LVC é a insuficiência renal crônica, sendo em muitas vezes
(SANTOS, 2017). a principal causa da morte em cães com leishmaniose. A
função renal é comprometida pelo desenvolvimento lento
A melhora clínica observada nos cães suplemen- e progressivo de lesões renais irreversíveis, ocasionando a
tados com Defensyn® pode ser em decorrência da res- perda de suas funções, como consequência da deposição
posta imunológica celular Th1. Os macrófagos possuem glomerular de complexos imunocirculantes (FREITAS et
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