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CVV - Apostila
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PR
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
1. FUNÇÕES DE VARIAS VARIÁVEIS
A Física, através de suas fórmulas, também oferece inúmeros exemplos de funções de várias variáveis.
A notação "z = f(x, y) no domínio D 2 " significará que z é dado como uma função de x e y para
P P
O gráfico de uma função z = f(x, y) é uma superfície contida em 3 e para as funções u = f(x, y, z), o
P P
Algumas Aplicações:
1) Dado (x, y), podemos considerá-lo como por exemplo, o comprimento e a largura de um terreno
retangular e, associar a cada par (x, y):
(i) A sua área: A = x . y
(ii) O perímetro do mesmo: P = 2(x + y)
(iii) A distância do ponto até a origem: D x 2 y 2
2) Dado (x, y, z), podemos considerá-lo como por exemplo as dimensões de uma caixa retangular
(paralelepípedo reto-retângulo) e, associar a cada terna (x, y, z):
(i) O volume do mesmo: V = x . y . z
(ii) A sua área lateral: A l = 2(x . y + x . z + y . z)
B B
e h é a altura.
Analisando esses enunciados, verificamos que as funções envolvidas requerem o uso de duas ou mais
variáveis independentes.
Podemos, por exemplo, dizer que o volume de um cilindro, denotado por V, é uma função do raio r e
da altura h. Assim, V V (r, h) é uma função de duas variáveis definidas por: V (r, h) r h .
2
Essas situações mostram exemplos práticos que aplicam funções de vária variáveis.
Constataremos que o estudo das funções de três ou mais variáveis difere muito pouco do estudo de
funções de duas variáveis. Por isso, vamos, neste curso, trabalhar mais com funções de duas variáveis.
Por outro lado, vamos salientar as diferenças fundamentais entre o cálculo de funções de uma variável
e o cálculo de funções de várias variáveis.
2
Domínio de uma função de várias variáveis
A cada par ( x, y) corresponde um z . O terno ordenado ( x, y, z ) tem por imagem gráfica um ponto do
espaço.
A função de 2 variáveis reais é definida em certos pontos ( x, y) do plano real; portanto, o conjunto D
destes pontos, domínio da função, é uma superfície de 2 .
3
Exemplos: Determine o domínio das funções de várias variáveis a seguir e represente-o
geometricamente.
xy
1) Seja a função: z
x y
Solução:
x2
2) Seja a função: z
y4
Solução:
Além do quociente, temos que considerar a raiz quadrada. A função z é definida para:
x 2 0 x 2
D {( x, y) 2 / x 2 e y 4}
y 4 0 y 4
4
3) Seja a função: z x 2 5x 4 3 y y 2
Solução:
x 5 x 4 0 1 x 4
2
Resolvendo as inequações:
3 y y 0 0 y 3
2
Então, D {( x, y) 2 / 1 x 4 e 0 y 3}
Solução:
Esta função é definida para x, y , então: D 2 . Assim, o domínio D é todo o plano real 2 .
Em outras palavras, o valor de z é definido em todo ponto ( x, y) 2 .
5
5) Seja a função: w 4 xy 6 xz 8 yz
Solução:
Esta função é definida para x, y, z , então: D 3 . Assim, o domínio D é todo o espaço real
3 . Em outras palavras, o valor de w é definido em todo ponto ( x, y, z ) 3 .
6) Seja a função: w 1 x 2 4 y 2 2 9 z 2
Solução:
1 x 1 , 2 y 2 e 3 z 3
D {( x, y, z) 3 / 1 x 1, 2 y 2 e 3 z 3}
6
7) Seja a função: z ln (4 x 2 y)
Solução:
D {( x, y) 2 / x 2 y 4 0}
Para y 0 x 4
Representemos a reta x 2 y 4 0 :
Para x 0 y 2
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REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA DE FUNÇÕES
As funções de uma variável podem ser representadas graficamente como curvas desenhadas em um
sistema de coordenadas bidimensional. Como veremos agora, as funções de duas variáveis podem ser
representadas graficamente com superfícies em um sistema de coordenadas tridimensional.
Infelizmente, não há modo análogo de visualizar funções de mais de duas variáveis.
Para construir um sistema de coordenadas tridimensional, adicionamos um terceiro eixo (o eixo z ) ao
plano de coordenadas xy já conhecido, como mostra a figura a seguir. Note que o plano xy é colocado
na horizontal. O eixo z é perpendicular ao plano xy , e o sentido para cima é escolhido para ser a
direção positiva de z (por simplicidade, apenas os eixos das coordenadas positivas estão desenhados
nessa figura.
Para plotar uma função f ( x, y) de duas variáveis independentes x e y , é usual introduzir a letra z
para representar a variável dependente e escrever z f ( x, y) . Os pares ordenados ( x, y) do domínio
de f são tomados como pontos no plano xy , e a função f associa uma altura z a cada ponto desse.
Assim, se f (1, 2) 3 , expressaríamos este fato geometricamente plotando (1, 2, 3) em um sistema de
coordenadas tridimensional. O gráfico de f consiste em todos os pontos ( x, y, z ) para os quais
z f ( x, y) . A função pode associar diferentes alturas a diferentes pontos do seu domínio e, em geral,
seu gráfico será uma superfície no espaço tridimensional. Esta situação esta ilustrada na figura a
seguir:
8
Assim, da mesma forma que no estudo das funções de uma variável real, a noção de gráfico
desempenha um papel importante no estudo das funções de várias variáveis reais. Isso ocorre
principalmente para as funções de duas variáveis, cujo gráfico, em geral, representa uma superfície no
espaço tridimensional. A visualização geométrica auxilia muito no estudo dessas funções. Temos a
seguinte definição:
Definição:
O gráfico de uma função de duas variáveis z f ( x, y) é o conjunto de todos os pontos ( x, y, z ) 3 ,
tais que ( x, y) D( f ) e z f ( x, y) .
Exemplos:
1) Determine o domínio, a imagem e construa o gráfico da função: z 4 x 2 y 2 .
Solução:
Domínio: D( z) {( x, y) 2 / x 2 y 2 4} .
Gráfico:
9
Dada uma superfície S no espaço, podemos nos perguntar se ela sempre representa o gráfico de uma
função z f ( x, y) . A resposta é não. Sabemos que, se f é uma função, cada ponto de seu domínio
pode ter somente uma imagem. Portanto, a superfície S só representará o gráfico de uma função
z f ( x, y) se qualquer reta perpendicular ao plano xy cortar S no máximo em um ponto. Isso é
ilustrada na figura a seguir.
No caso das funções de uma variável, uma maneira de obter seu gráfico é elaborar uma tabela
determinando os valores da função para uma série de pontos de seu domínio. Esse método rudimentar,
embora não muito eficientes, constitui uma ferramenta importante. No entanto, para esboçar o gráfico
de uma forma mais precisa, vários outros recursos são utilizados, tais como determinação de raízes,
assíntotas, intervalos de crescimento e decrescimento, pontos de máximos e mínimos etc.
Para uma função de duas variáveis, é praticamente impossível obter um esboço do gráfico apenas
criando uma tabela com os valores da função em diversos pontos de seu domínio. Para contornar essa
dificuldade, vários procedimentos são adotados. O principal deles, muito usado pelos cartógrafos na
elaboração de mapas de relevo, consiste em determinar os conjuntos de pontos do domínio da função,
em que esta permanece constante. Esses conjuntos de pontos são chamados de curvas de nível da
função e são definidas a seguir.
CURVAS DE NÍVEL
Normalmente não é fácil esboçar o gráfico de uma função de duas variáveis. Uma maneira de
visualizar uma superfície é mostrada na figura a seguir. Note que quando o plano z C intercepta a
superfície z f ( x, y) , o resultado é uma curva no espaço. O conjunto de pontos ( x, y)
correspondentes no plano xy que satisfazem f ( x, y) C é chamado curva de nível de f em C , e
uma família inteira de curvas de nível é gerada quando C varia em um intervalo de valores.
Esboçando membros dessa família no plano xy , podemos obter uma representação útil da superfície
z f ( x, y) .
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Figura: Uma curva de nível da superfície z f ( x, y) .
Por exemplo, imagine que a superfície z f ( x, y) é uma “montanha” cuja “elevação” no ponto ( x, y)
é dada por f ( x, y) , como mostrado na figura (a) que segue. A curva de nível f ( x, y) C está
diretamente sob uma trajetória na montanha cuja altitude é sempre C . Para plotar a montanha,
podemos indicar as trajetórias de altitudes constantes esboçando a família de curvas de nível em um
plano, e colocando um “aviso” em cada curva para mostrar a altitude a que ela corresponde (figura (b),
a seguir). Esta figura “plana” é chamada mapa topográfico da superfície z f ( x, y) .
11
Exemplo:
Solução:
Simbolicamente, escrevemos: Ck {( x, y) D( f ) / f ( x, y) k}
Exemplo:
1) Para a função z 4 x 2 y 2 , algumas curvas de nível são:
C 0 : 0 4 x 2 y 2 x 2 y 2 4 ; C 1 : 1 4 x 2 y 2 x 2 y 2 15 ;
2 2 4
C1 : 1 4 x 2 y 2 x 2 y 2 3 ; C 3 : 3 4 x 2 y 2 x 2 y 2 7 ;
2 2 4
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Na figura a seguir apresentamos as curvas de nível determinadas e, ilustramos a seção da superfície
correspondente à curva de nível C 3 .
2
As curvas de nível são sempre subconjuntos do domínio da função z f ( x, y) , e portanto são traçadas
no plano xy. Cada curva de nível f ( x, y) k é a projeção, sobre o plano xy, da interseção do gráfico
de f com o plano horizontal z k .
Assim, para obtermos uma visualização do gráfico de f, podemos traças diversas curvas de nível e
imaginarmos cada uma dessas curvas deslocada para a altura z k correspondente. Nas próximas
figuras ilustramos esse procedimento para as funções: z x 2 y 2 e z x 2 y 2 .
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Observando as figuras anteriores, vemos que as curvas de nível de ambas as funções: z x 2 y 2 e
z x 2 y 2 são circunferências de centro na origem. Assim utilizando somente as curvas de nível,
podemos ter dificuldade em esboçar o gráfico corretamente. Um outro recurso muito útil para
visualizar a forma do gráfico consiste em determinar a interseção deste com os planos coordenados yz
e xz.
>> mesh(Z)
>> x=-5:0.01:5; >> mesh(X,Y,Z)
>> y=-5:0.01:5; >> surf(Z)
>> [X,Y]=meshgrid(x,y); >> surf(X,Y,Z)
OU SIMPLESMENTE >> surface(Z)
>> surface(X,Y,Z)
>> [X,Y]= meshgrid(-5:0.01:5,-5:0.01:5); >> countour3(X,Y,Z)
O
2 )DEFINIÇÃO DA FUNÇÃO
PU
UP
>> countour3(Z)
>> countour(X,Y,Z)
>> Z=X.^2+Y.^2;
>> countour(Z)
Realize cada um dos comandos ao lado e veja a >> countourf(X,Y,Z)
diferença: >> countourf(Z)
Exercício: Dadas as funções a seguir, utilize o software MATLAB para gerar as curvas de nível e
P
P
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USANDO O SOFTWARE MAPLE V PARA PLOTAR AS CURVAS DE NÍVEL E
P
P
GRÁFICOS DE SUPERFÍCIES
1) Construir, usando o software Maple V (versão 7.0), os gráficos e as curvas de nível das seguintes
P
P
curvas:
a) f ( x, y) x 2 y 2 (Parabolóide)
> plot3d(x^2+y^2,x=-3..3,y=-3..3);
> with (plots):
> contourplot(x^2+y^2,x=-3..3,y=-3..3,color=black);
,
b) f ( x, y) x 2 y 2 (cone)
> plot3d(sqrt(x^2+y^2),x=-3..3,y=-3..3);
> with (plots):
> contourplot(sqrt(x^2+y^2),x=-3..3,y=-3..3,contours=30,color=black);
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c) f ( x, y) x 2 y 2
> plot3d(x^2-y^2,x=-3..3,y=-3..3);
> with (plots):
> contourplot(x^2-y^2,x=-3..3,y=-3..3,color=black);
d) f ( x, y) y 2 x 2
> with (plots):
> contourplot(y^2-x^2,x=-4..4,y=-4..4,color=black,contours=10);
e) f ( x, y) x 2 y 2
> with (plots):
> contourplot(x^2+y^2,x=-3..3,y=- 3..3,contours=30,color=black);
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2) Outros exemplos de gráficos tridimensionais no Maple V (versão 7.0)
a) f ( x, y) xy e x y2
2
b) f ( x, y) x e x y2
2
c) f ( x, y) y e x y2
2
17
3 3
d) f ( x, y ) x 2 xy y 2 , 3 x 3 e 3 y 3
x y 5
> plot3d(x^2+x*y+y^2+3/x+3/y+5,x=-3..3,y=-3..3);
3 3
e) f ( x, y ) x 2 xy y 2 , 2 x 2 e 2 y 2
x y 5
> plot3d(x^2+x*y+y^2+3/x+3/y+5,x=-2..2,y=-2..2);
3 3
f) f ( x, y ) x 2 xy y 2 , 4 x 4 e 4 y 4
x y 5
> plot3d(x^2+x*y+y^2+3/x+3/y+5,x=-4..4,y=-4..4);
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3) Construir os seguintes gráficos, usando o software Maple V (versão 7.0), dada a função e o
P P
domínio da mesma.
a) f ( x, y) ln( x 2 y 2 ), 8 x 8 e 8 y 8 , na cor cinza (gray)
> plot3d(ln(x^2+y^2),x=-8..8,y=-8..8,color=gray);
> plot3d(ln(x^2+y^2),x=-3..3,y=-3..3);
19
5x
d) f ( x, y) , 3 x 3 e 3 y 3 , na cor azul (blue)
x y 2 1
2
> plot3d(-5*x/(x^2+y^2+1),x=-3..3,y=-3..3,color=blue);
sen( x 2 y 2 )
e) f ( x, y ) , 3 x 3 e 3 y 3 na cor verde (green)
x2 y2
> plot3d(sin(x^2+y^2)/(x^2+y^2),x=-3..3,y=-3..3,color=green);
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4) Use a função IMPLICITIPLOT => GRÁFICOS DE FUNÇÕES IMPLÍCITAS
T
a) x 2 y 2 16 (Circunferência)
> with(plots):
> implicitplot(x^2+y^2=16,x=-5..5,y=-5..5);
x2 y2
b) 1 (Elipse)
4 9
> with(plots):
> implicitplot(x^2/4+y^2/9=1,x=-3..3,y=-4..4);
x2 y2
c) 1 (Hipérbole)
4 9
> with(plots):
> implicitplot(x^2/4-y^2/9=1,x=-3..3,y=-4..4);
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d) z 2 x 2 y 2 (cones)
> with(plots):
> implicitplot3d(z^2=x^2+y^2,x=-3..3,y=-3..3,z=-3..3,color=gray);
> implicitplot3d(z^2=x^2+y^2,z=-2..2,y=-2..2,x=-2..2);
e) x 2 y 2 z 2 9 (Esfera)
> with(plots):
> implicitplot3d(x^2+y^2+z^2=9,x=-3..3,y=-3..3,z=-3..3);
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LISTA DE EXERCÍCIOS PROPOSTOS PARA A REVISÃO DOS CONCEITOS
a) f(0 ,0) =
b) f(3, 4) =
c) f(2, t) =
d) os valores de x para os quais f(x, y) = - y 2 P
P
Resposta: a) – 4 b) – 2 c) 6 – t 2
P
P
d) x = - 4 ou x = 1
Resposta: a) V ( x, y) x 2 y b) f ( x, y) 2( x y) c) f ( x, y, z) 2( xz yz )
d) V ( x, y, z) xyz e) d ( P1 , P2 ) ( x2 x1 )2 ( y2 y1 )2 ( z2 z1 )2
f) T ( x, y, z ) x 2 y 2 z 2
3) Uma loja vende um certo produto P de duas marcas distintas, A e B. A demanda do produto com
marca A depende do seu preço e do preço da marca competitiva B. A demanda do produto com
marca A é: DA 1.300 50 x 20 y unidades/mês, e do produto com marca B é:
DB 1.700 12 x 20 y unidades/mês, onde x é o preço do produto A e y é o preço do produto B.
Escrever uma função que expresse a receita total mensal da loja, obtida com a venda do produto P.
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5) Determine, em cada caso, o maior subconjunto de 3 no qual são definidas as funções:
4 xyz
a) f ( x, y, z )
9 x2 y2 z 2
Resposta: D {( x, y, z) 3 / x 2 y 2 z 2 9} , ou seja, uma bola aberto de centro na origem e raio 3
b) w x 2 yz 4 36 x 2 y 2 z 2
Resposta: D {( x, y, z) 3 / x 2 y 2 z 2 36} , ou seja, uma esfera de centro na origem e raio 6.
x yz2
c) w
xyz
Resposta: D {( x, y, z) 3 / x 0 e y 0 e z 0 } .
d) w ( x 2) 2 ( y 3) 2 ( z 1) 2 25
Resposta: D {( x, y, z) 3 / (x - 2)2 ( y - 3)2 ( z - 1)2 25} ,ou seja, uma esfera de centro no ponto
(2, 3, 1) e raio 5.
x 2y
b) z 12 x x 2
4y y 2
Resposta: D {( x, y) 2 / - 3 x 4 e 0 y 4}
x y
c) f ( x, y )
x y
Resposta: Semi-planos abertos {( x, y) 2 / x y}
d) f ( x, y) ln ( y x)
Resposta: Semi-plano aberto {( x, y) 2 / y x}
x 2 4x 3 y 2 4
e) f ( x, y) 2 .
x 6x 9 y 2
Resposta: D {( x, y) 2 / x 3 e y 2}
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7) Dadas as funções reais de várias variáveis reais, determine o domínio e represente-o
geometricamente.
a) f ( x, y) 4 x 2 y 2 1
b) f ( x, y ) 2
x y2
Resposta: D {( x, y) 2 / x 2 y 2 4} Resposta: D {( x, y) 2 / x y }
c) f ( x, y) ln (x - y) d) f ( x, y, z ) 16 x 2 y 2 z 2
Resposta: D {( x, y) 2 / x y} Resposta: D {( x, y, z) 3 / x 2 y 2 z 2 16}
25