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Gases Medicinais
Gases Medicinais
Gases medicinais, vácuo e vapor d’água devem ser distribuídos a todos os pontos do
EAS onde sejam necessários, resultando assim em uma extensa rede de tubulações,
registros, válvulas e dispositivos de segurança.
Os sistemas de distribuição geralmente não são visíveis para os usuários, sendo que
sua implantação na unidade de saúde é feita durante a construção do prédio. O
abastecimento de insumos ao sistema de distribuição assume formas bastante
diferentes, dependendo do tipo necessário. Por exemplo: vapor d’água geralmente é
produzido em uma única caldeira para todo o EAS, oxigênio pode ser comprado em
tanques criogênicos (temperaturas inferiores a -150 ºC), e vácuo pode ser produzido
em diversos pontos do estabelecimento por bombas locais.
2. Tipos de gases
2a - Argônio
2b - Ar medicinal
2c - Dióxido de carbono medicinal
2d - Hélio
2e - Misturas medicinais
2f - Nitrogênio medicinal
2g- Óxido nítrico
2h- Óxido nitrosos medicinal
2i - Oxigênio medicinal
2j - Xenônio
2a - Argônio
Gás nobre e inerte - não reage quimicamente com outra substância,
nem forma compostos. É usado principalmente em determinados tipos
de equipamentos de eletrocirurgia (bisturis elétricos), mais exatamente
nos coaguladores de argônio.
O gás é insuflado sobre o campo cirúrgico criando uma atmosfera inerte
que elimina os inconvenientes do oxigênio do ar (combustão de
gorduras, faiscamento errático e dispersivo) garantindo coagulação mais
rápida e homogênea. É usado também em equipamentos de absorção
atômica.
2b - Ar medicinal
Sempre que um paciente inala algum medicamento ou droga (durante
anestesias, por exemplo) ou quando receber suporte respiratório
(respiração com auxílio de ventilador pulmonar), é necessário um
suprimento de ar comprimido para tais procedimentos. Além de
satisfazer os níveis de pressão requeridos pelos equipamentos, a
instalação de ar comprimido deve distribuir ar puro, isento de poeira,
poluentes e microorganismos.
2d - Hélio
O hélio é um gás nobre, inerte, que possui baixa eletronegatividade e
alto potencial de ionização. Conseqüentemente, não forma ligação nas
condições normais, existindo como um átomo simples. Geralmente é
comercializado no estado gasoso, comprimido em altas pressões, ou
líquido a baixas temperaturas.
2e - Misturas medicinais
As unidades de saúde que dispõem de laboratórios de análises clínicas,
laboratórios experimentais ou estejam associadas a instituições de
pesquisa podem necessitar de misturas de gases para aplicações
medicinais específicas. As situações mais comuns são:
a) CULTURA MICROBIOLÓGICA
Cada tipo de microorganismo sobrevive em um meio
ambiente bem determinado (temperatura, umidade e
composição da atmosfera). Para criar estas condições
existem misturas comerciais (ditas anaeróbicas) com
diversas proporções de dióxido de carbono, hidrogênio e
nitrogênio.
b) MISTURAS CARBOGÊNICAS
São compostos de dióxido de carbono, oxigênio e
nitrogênio em concentrações próprias para o tratamento
de acidentes vasculares, cerebrais e isquêmicos. A função
do dióxido de carbono é estimular a respiração, que por
sua vez provoca um aumento da pressão arterial e a
conseqüente dilatação dos vasos obstruídos, permitindo
assim melhor oxigenação do cérebro. As misturas
carbogênicas são muito usadas em UTI e centros
cirúrgicos.
c) DIFUSÃO PULMONAR
Nos procedimentos diagnósticos para avaliação da função
pulmonar, uma grande variedade de misturas gasosas e
gases puros são necessários. O volume, a capacidade de
difusão e outras funções dos pulmões são medidos tendo
como variáveis o consumo dos gases, sua difusão no
sangue e eliminação pela expiração.
d) ANÁLISE SANGÜÍNEA
Os equipamentos para gasometria sangüínea
(concentração de gases dissolvidos no sangue) medem
parâmetros importantes para avaliação fisiológica do
paciente - principalmente das funções pulmonar e renal.
2g - Óxido nítrico
Há cerca de um década o Óxido Nítrico (NO) era considerado um gás
tóxico e nocivo ao meio ambiente, equiparado aos piores poluentes
atmosféricos. Sua alta reatividade ao oxigênio e à água - possui um
elétron livre - possibilita sua conversão rápida em nitratos e nitritos.
2i - Oxigênio medicinal
Tal como o ar comprimido medicinal, o oxigênio é o gás mais comum
encontrado nas unidades de saúde. É altamente oxidante, fundamental
para a presença da vida aeróbica e constitui um importante insumo
terapêutico.
2j - Xenônio
Gás nobre e inerte (não reage quimicamente com outra substância, nem
forma compostos). Em função de seu número atômico alto, é usado
através de inalação pelo paciente como agente de contraste em
tomografias, pois é suficientemente opaco aos raios X para ser
detectado no corpo humano.
3. Fornecimento e distribuição
Zoom - Comparação entre cilindros de alta pressão e de gás liquefeito. As designações de letras e
tamanhos podem variar de acordo com o fornecedor.
3b - Tanques criogênicos
Um único tanque criogênico pode armazenar dezenas ou milhares de
litros de gás, que é liquefeito pela baixa temperatura (ponto de ebulição
inferior a –150 °C) e pela pressão adequada (150 psi). Um líquido
criogênico quando evaporado produz um volume de gás 700 a 900 vezes
maior que no estado líquido.
4. Vácuo
Vácuo é produzido por sistemas semelhantes aos de ar comprimido medicinal, porém
mais simples. Embora algumas bombas de vácuo sejam idênticas aos compressores de
ar, trabalham de forma inversa, retirando o ar do interior das tubulações e
descartando-o na atmosfera.
Bombas lubrificadas a óleo podem ser usadas, desde que haja a garantia de não serem
danificadas por gases anestésicos que podem entrar no sistema.
O sistema de vácuo é composto por: tanque receptor e dreno automático, bombas
duplas e linha de exaustão. O tanque receptor funciona como um “reservatório de
vácuo” a fim de evitar variações na pressão negativa e também como coletor de
impurezas.
Os resíduos devem ser drenados periodicamente para o esgoto, de forma que o
fornecimento de vácuo não seja interrompido.
5. Tubulações e conectores
Gases medicinais e vácuo são transportados até ao usuário por um sistema de tubos
que inclui válvulas, alarmes, monitores de pressão e conectores.
6. Vapor
Diversos processos nas unidades de saúde necessitam de energia térmica. O calor
pode ser produzido localmente através da queima de combustíveis - como é o caso do
fogão de cozinha - através do aquecimento de uma resistência elétrica pela passagem
de corrente (chuveiro ou forno elétrico) ou do aquecimento de água em captores
solares.
Cada sistema apresenta interesse em determinadas condições de operação. Uma das
formas mais econômicas e práticas de geração e transporte de calor é através do
vapor d’água em caldeiras centralizadas, e do transporte desse vapor em tubulações
de alta pressão até os locais de consumo da energia.
A água usada na geração do vapor é barata e abundante, e uma vez utilizado, o vapor
condensado retorna à caldeira para ser reaquecido, de modo que a água é recuperada
em grande parte.
A produção de vapor em uma caldeira central otimiza trocas térmicas e minimiza
perdas, sendo a opção mais econômica em termos de combustível.
Um problema da instalação de vapor é a necessidade de tubulação de ida e volta, que
deve ser isolada do ambiente para que as perdas térmicas sejam mínimas. Isso
representa um custo de instalação considerável.
Em um EAS, o calor é utilizado nos seguintes processos:
6a - Economizador
6b - Superaquecedores
6c - Pré-aquecedor de ar
6d - Automação
6e - Proteção
6f - Aproveitamento de condensado
6g - Tratamento da água
6a - Economizador
É um aquecedor de água constituído por tubos de aço e aletas. Esse
sistema aquece a água antes de entrar na caldeira, aproveitando o calor
dos gases em alta temperatura que se encaminham para a chaminé, por
isso geralmente situam-se no alto da caldeira.
6b - Superaquecedores
Conjunto de tubos por onde circula o vapor saturado para que receba
mais energia, perca a umidade e se torne vapor superaquecido. O feixe
de tubos coletores funciona como uma caldeira auxiliar, mas é
submetido a temperaturas mais altas que a normal.
6c - Pré-aquecedor de ar
É um trocador de calor que eleva a temperatura do ar de entrada para a
combustão, aproveitando o calor dos gases da chaminé. Promove
economia de 2,5% na eficiência da queima a cada 50ºC de aumento da
temperatura de entrada do ar. Aumenta a temperatura de combustão
com melhor aproveitamento dos gases.
6d - Automação
Dependendo do nível de automação do funcionamento da caldeira,
dispositivos como termostatos, pressostatos, válvulas eletro-hidráulicas,
comandos a distância podem ser necessários.
6e - Proteção
Os seguintes itens de segurança estão normalmente presentes nas
instalações com caldeiras: - apagamento automático da caldeira em
condições de excesso de pressão ou temperatura;
6f - Aproveitamento de condensado
No processo de geração e distribuição de vapor, uma alternativa é a
cogeração de energia, aproveitando o condensado do vapor. Quando o
vapor se condensa, a energia transferida ao material que está sendo
aquecido representa 75% da energia fornecida pela caldeira para
produzir vapor.
6g - Tratamento da água
O vapor é um poderoso agente oxidante das tubulações, promovendo
corrosão, incrustações e fraturas nos metais que com ele tomam
contato. Como toda a tubulação de vapor é metálica (em função das
temperaturas e pressões envolvidas), deve-se cuidar para que a água
usada na geração do vapor seja a mais adequada possível, no sentido de
minimizar as agressões realizadas pela passagem do vapor.
7. Manutenção
Os sistemas de gases, vácuo e vapor nas unidades de saúde compreendem dois tipos
de manutenção: a das instalações e a dos equipamentos, que nem sempre são
realizadas pelas mesmas equipes.
As instalações, pela vinculação estreita com a estrutura física do edifício, são
geralmente atendidas pela equipe de manutenção e reformas prediais (engenheiro
civil, pedreiros, encanadores, eletricistas etc.).
A manutenção dos equipamentos, pela maior especialização e diversidade tecnológica,
pode ser feita pela equipe de engenharia biomédica (assim como os demais
equipamentos médicos), através de contratos com os representantes, totalmente
terceirizada, ou ainda em solução mista, que inclua contribuições internas e externas,
em função do tamanho e da capacitação da equipe local.
Os sistemas de gases, vácuo e vapor hospitalares incorporam diversas tecnologias,
com predomínio da engenharia mecânica. São em geral equipamentos grandes e
pesados, muitas vezes fixos no local, cuja manutenção é freqüentemente realizada no
próprio ambiente (principalmente as manutenções preventivas).
Instalações de gases, e em particular de geração de vapor, são ambientes de risco
para os trabalhadores, pela presença de temperaturas e pressões extremas, pela
presença de materiais inflamáveis e explosivos.
Esses riscos devem receber o máximo de atenção por parte da equipe de manutenção,
através de treinamentos específicos e periódicos, uso de EPI e planejamento da
manutenção em conjunto com a equipe de trabalhadores do EAS envolvidos com estas
instalações.
A freqüência de manutenções preventivas é geralmente indicada pelo fabricante dos
equipamentos. Na ausência de tal informação, recomenda-se proceder a uma inspeção
geral a cada seis meses, observando itens qualitativos, testes quantitativos e
procedimentos de manutenção.
Esses resultados devem ser lançados em uma planilha para controle e informação no
momento da substituição ou aquisição de novos equipamentos. Um estoque de peças
para pequenos reparos de emergência deve ser obtido junto aos fabricantes, para
evitar paradas longas por pequenos defeitos.
Deve merecer atenção particular a inspeção nas instalações e nos equipamentos em
relação a presença de vazamentos, trincas nas conexões, obstrução de válvulas de
alívio, ventilação e filtros, que precisam ser inspecionados a uma freqüência
determinada pelas manutenções preventivas.