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Fatores que acarretam nos acidentes de

trabalho e medidas paliativas.

Leonardo Tiengo Almeida dos Santos

Curso Técnico em Edificações –


PROTEÇÃO E SEGURANÇA DO TRABALHO.
ÍNDICE

1- INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 3
2- LEGISLAÇÃO BRASILEIRA DE SEGURANÇA DO TRABALHO ................................ 4
3- RISCOS DE ACIDENTES DE TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ........................ 9
4- PRINCIPAIS ACIDENTES E SUAS PREVENÇÕES ...................................................... 10
5- OS RISCOS E AS MEDIDAS PALIATIVAS DE SEGURANÇA ................................... 12
6- BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................... 21

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1- INTRODUÇÃO

A Indústria da Construção Civil é uma atividade econômica que envolve


tradicionais estruturas sociais, culturais e políticas. É nacionalmente caracterizada
por apresentar um elevado índice de acidentes de trabalho e está em segundo lugar
na frequência de acidentes registrados em todo o país. Esse perfil pode ser
traduzido como gerador de inúmeras perdas de recursos humanos e financeiros no
setor.

Os acidentes de trabalho têm sido frequentemente associados a patrões


negligentes que oferecem condições de trabalho inseguras e a empregados
displicentes que cometem atos inseguros. No entanto, sabe-se que as causas dos
acidentes de trabalho, normalmente, não correspondem a essa associação, mas sim
às condições ambientais a que estão expostos os trabalhadores e ao seu aspecto
psicológico, envolvendo fatores humanos, econômicos e sociais.

Com um ritmo intenso de trabalho e atividades que demandam esforços


repetitivos e escaladas em grandes alturas, trabalhadores do ramo da construção
civil enfrentam vários perigos no exercício da profissão. Quedas, carregamento de
peso de forma incorreta, descaso com Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e
falta de fiscalização são alguns dos fatores que podem gerar acidentes graves no
setor.

Estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostram como


essa situação é grave: mais de dois milhões de trabalhadores brasileiros morrem por
ano em virtude de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, geralmente por
conta das condições inseguras. Isso significa uma média de três pessoas morrendo
por minuto. Contudo, algumas atitudes simples podem ajudar a evitar esse tipo de
situação.

Algumas das medidas que podem ser adotadas pelas empresas são: A
distribuição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como luvas, capacetes,
cintos, botinas e máscaras; a capacitação de funcionários por meio de cursos e
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palestras; além de fiscalização constante pelos técnicos de segurança e mestres de
obra.

Para que o acompanhamento dê certo, todos os profissionais devem ser


treinados para o exercício e supervisão da segurança no meio de trabalho. Logo na
admissão, os colaboradores devem receber cartilhas ilustrativas com orientações
sobre proteção respiratória, uso de cintos de segurança, bem como uma lista de
todos os EPIs obrigatórios, acompanhados por fotos, nome e finalidade de uso.

2- LEGISLAÇÃO BRASILEIRA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

A Legislação Brasileira de Segurança do Trabalho surgiu para amparar os


trabalhadores vítimas de acidentes do trabalho, substituindo a idéia de culpar os
trabalhadores por negligência, pelo conceito de gestão da segurança e controle de
perdas. Sendo assim formularam-se leis que obrigam as empresas a criarem
políticas de prevenção e auxílio a trabalhadores acidentados (ex: pagamento de
pensão, indenização ou aposentadoria aos trabalhadores que tenham sido vítima de
acidentes com lesão e as famílias em caso de óbito).

As leis trabalhistas devem garantir o trabalho seguro e salubre como uma


questão social e de interesse dos trabalhadores, empregadores e governo. A
primeira legislação surgiu em 1919, com a criação da lei 3.724. de 15/01/19,
conceituando risco profissional e determinou-se o pagamento de indenização ao
segurado e a família, proporcional a gravidade do acidente; Posteriormente a essa,
outras leis e decretos foram criados dispondo novos direitos aos trabalhadores,
destacando-se entre as principais:

- Em 1934 com a Lei 24.637, 24/07/34 ampliou-se a abrangência para Doença


Ocupacional, e também foram feitas alterações em 1944, que obrigou a máxima
higiene e segurança no trabalho, e 1967 tornando o seguro responsabilidade de
seguradoras privadas e adotou o conceito de acidente ocorrido no trajeto Trabalho

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casa e desenvolveu programas definidos pela Previdência Social de prevenção a
acidentes e reabilitação profissional;

- Em 1976 determinava ao antigo INPS (atual INSS) recolher 1,25% das


contribuições do seguro acidente para investimento na prevenção dos mesmos. A
mais importante alteração realizada na legislação ocorreu em 1977, através da Lei
6.514 que alterou o Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho,
relativo à Segurança e Medicina do Trabalho. Revogando o que legislava desde
1943, esta lei, em suas considerações gerais, na seção 1 , art. 154 destacava:

“A observância, em todos os locais de trabalho, do disposto neste


Capítulo, não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições
que, com relação à matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou
regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios em que se situem os
respectivos estabelecimentos, bem como daquelas oriundas de contratos
coletivos de trabalho.”

Outro artigo de extrema importância nesta lei é o art. 200 que destaca:

“Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer disposições


complementares às normas de que trata este Capítulo, tendo em vista as
peculiaridades de cada atividade ou setor de trabalho.”

Este artigo foi determinante para a consolidação da legislação acidentária,


através da criação, e aprovação de 28 NR´s (Normas Regulamentadoras)
sancionada pelo ministério do trabalho em 8/06/1978, pela portaria 3.214,
englobando os mais diversos aspectos do trabalho. São elas:

NORMAS REGULAMENTADORAS:

NR-01 - Disposições Gerais


NR-02 - Inspeção Prévia
NR-03 - Embargo e Interdição

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NR-04 - Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho - SSMT (
Atual: Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho)
NR-05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA
NR-06 - Equipamento de Proteção Individual - EPI
NR-07 - Exames Médicos ( Atual: Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional - PCMSO)
NR-08 - Edificações
NR-09 - Riscos Ambientais ( Atual: Programa de Prevenção de Riscos Ambientais -
PPRA)
NR-10 - Instalações e Serviços em Eletricidade(Atual: Segurança em Instalações e
Serviços Elétricos)
NR-11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais
NR-12 - Máquinas e Equipamentos
NR-13 - Vasos sob Pressão ( Atual: Caldeiras e Vasos de Pressão)
NR-14 - Fornos
NR-15 - Atividades e Operações Insalubres
NR-16 - Atividades e Operações Perigosas
NR-17 - Ergonomia
NR-18 - Obras de Construção, Demolição e Reparos ( Atual: Condições e Meio
Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção)
NR-19 - Explosivos
NR-20 - Combustíveis Líquidos e Inflamáveis ( Atual: Líquidos combustíveis e
inflamáveis)
NR-21 - Trabalhos a Céu Aberto
NR-22 - Trabalhos Subterrâneos(Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração)
NR-23 - Proteção Contra Incêndios
NR-24 - Condições Sanitárias dos Locais do Trabalho ( Atual: Condições sanitárias e
de conforto nos locais de trabalho)
NR-25 - Resíduos Industriais
NR-26 - Sinalização de Segurança

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NR-27 - Registro de Profissionais ( Atual: Registro profissional do técnico de
segurança do trabalho no Ministério do Trabalho e da Previdência Social)(Revogada
pela Portaria GM 262, 29/05/08)
NR-28 - Fiscalização e Penalidades.

A NR 18 é a norma mais importante para as atividades exercidas em


canteiros de obras, na medida em que obriga a elaboração e o cumprimento do
PCMAT (Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da
Construção) e determina as condições seguras para os trabalhadores nas atividades
no canteiro de obra. É o objetivo principal dessa NR18:

“Estabelecer diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de


organização, que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas
preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de
trabalho na Indústria da Construção.”

Posteriormente foram criadas mais 5 normas, para atender as necessidades


do trabalhador; são elas:

NR-29 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário


NR-30 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário
NR- 31 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na
Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura
NR-32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde
NR – 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados

Todos esses direitos trabalhistas são garantidos pela Constituição federal de


1988 que enfoca no artigo 7°:

“Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

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XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde,
higiene e segurança;
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou
perigosas, na forma da lei;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e
de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz,
a partir de quatorze anos; ”

Posteriormente surgiram outras leis que garantem assistência ao trabalhador;


dentre elas destacamos:

- Lei 8.112 de 11 de dezembro de 1990, que dispõe sobre o regime jurídico dos
servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas
federais, regulamentando as condições em que os mesmos têm direito aos
benefícios decorrentes de acidentes do trabalho.

- Lei 8.213 de 24 de julho de 1991, que dispõe sobre os planos de benefícios da


Previdência Social.

- Decreto 3.048 de 06 de maio de 1999, que aprova o Regulamento da Previdência


Social, alterado pela Decreto 6042 de 12/02/07.

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3- RISCOS DE ACIDENTE DE TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

De acordo com citação da Agência do Senado em 11/03/2013 “O crescimento


acentuado da construção civil, verificado nos últimos anos em todo o país, tem sido
acompanhado pelo aumento do número de acidentes de trabalho e de mortes de
operários, principalmente por soterramento, queda ou choque elétrico. O setor foi o
foco da preocupação de auditores do trabalho, gestores públicos e especialistas da
Justiça do Trabalho”.

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) aponta que: a cada dia de 2011, em


média, 50 trabalhadores saíram do mercado por morte ou invalidez permanente,
vítimas de acidentes de trabalho em todos os setores produtivos. Naquele ano,
foram cerca de 18 mil acidentes registrados, que resultaram em morte ou invalidez
permanente. E outros 300 mil acidentes de trabalho, também em 2011, causaram
invalidez temporária de trabalhadores, número que pode ser muito superior, tendo
em vista que não há registro para o mercado informal.

Entre as causas de tantos acidentes, aponta-se a falta da cultura da


prevenção e um ritmo de trabalho cada vez mais denso, tenso e intenso, imagina-se
que o acidente faz parte da produção, que é obra do acaso. Não, o acidente é
principalmente obra do descaso, da falta da cultura de prevenção.

Nos canteiros de obra, essa pressão sobre o trabalhador se verifica pela


redução do tempo para construção de um metro quadrado, que em 1995 era de 42
horas e hoje foi reduzido para 36 horas, conforme informações do Sindicato
Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho.

A improvisação presente na construção civil agrava o problema, verificado


nas diferentes regiões do país, seja em construções de moradias incentivadas pelo
programa Minha Casa, Minha Vida, ou em grandes obras para implantação das
novas hidrelétricas e para os eventos esportivos que o país sediará.

Além disso, temos como outras causas de acidentes na construção civil:

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• Baixa qualificação profissional de boa parte dos trabalhadores;

• Elevada rotatividade de pessoal;

• Maior contato individual dos trabalhadores com os itens da construção civil;

• Realização de atividades sob condições de clima, como ventos ou chuvas fortes;

• Falta de treinamento e procedimentos.

Observa-se também que a maior parte dos acidentes é não incapacitante, tendendo
a estar concentrado nos membros inferiores e superiores. Podemos classificar esses
acidentes entre os tipos abaixo:

• Prensamento de membros, principalmente das mãos;

• Presença de corpos estranhos nos olhos;

• Picada de animais peçonhentos;

• Projeção de materiais sobre partes do corpo;

• Lesões pela utilização de ferramentas portáteis;

• Quedas no mesmo nível ou de mais de um nível.

4- PRINCIPAIS ACIDENTES E AS SUAS PREVENÇÕES

Consultar os trabalhadores e recorrer aos seus conhecimentos ajuda a assegurar


a detecção correta dos riscos e a aplicar soluções viáveis. Existem inúmeros perigos
inerentes ao trabalho na construção civil. No entanto, existem também inúmeras
“boas práticas” que podem facilmente ser aplicadas no sentido de impedir a
ocorrência de acidentes. O primeiro passo consiste em efetuar a avaliação dos
riscos de forma adequada e suficiente. Deverá ser assegurada uma verdadeira
redução da exposição ao perigo, quer por parte dos trabalhadores quer de outras
pessoas (incluindo os visitantes dos canteiros de obras ou o público que está de
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passagem), a avaliação dos riscos deverá ter em consideração todos os possíveis
riscos e perigos. Assegurar a redução de um risco não implica criar outro. Todos os
perigos deverão ser identificados, incluindo os que decorrem de atividades laborais e
de outros fatores como, por exemplo, o planejamento dos canteiros de obras. A esta
fase de identificação segue-se a avaliação da extensão dos riscos existentes e a
avaliação das medidas de prevenção disponíveis. Foram tomadas medidas
suficientes ou é necessário tomar medidas adicionais? Os resultados da avaliação
dos riscos ajudarão a selecionar as medidas de boas práticas mais adequadas.

Prevenção prática os principais perigos incluem o trabalho em altura, os


trabalhos de escavação e a movimentação de cargas. É necessário dar prioridade a
medidas que eliminem ou reduzam os perigos na sua origem e que proporcionem
uma proteção coletiva. As medidas de proteção individual como, por exemplo, a
utilização de equipamentos de proteção, deverão ser implementadas nos casos em
que não seja possível efetuar uma redução significativa dos riscos através de outros
meios.

Além da avaliação global dos riscos é necessário efetuar um acompanhamento


constante e proceder a inspeções regulares.

Trabalho em locais de grande altitude As quedas em altura constituem a causa


mais comum de lesões e mortes na indústria da construção civil. As causas incluem:
trabalho em andaimes ou plataformas que não estão equipados com grades de
segurança, ou sem que o trabalhador tenha um cinto de segurança corretamente
colocado; telhados frágeis; e escadas que não são adequadamente apoiadas,
posicionadas e fixadas.

Todo o processo de construção deverá ser planejado de forma a minimizar o


risco de ocorrência de quedas. Durante a fase de concepção do projeto pode
planejar-se a existência de meios de proteção contra quedas. É possível reduzir os
riscos através da utilização de guarda-corpos.

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5- OS RISCOS E AS MEDIDAS PALIATIVAS DE SEGURANÇA

5.1- INSTALAÇÕES ELETRICAS

O trabalho deve ser realizado por profissional qualificado e supervisionado por


profissional legalmente habilitado;

O quadro de força principal, a distribuição, as tomadas e os comandos devem ter


proteção contra intempéries;

A fiação elétrica enterrada deve ser protegida por placas de concreto ou eletrodutos,
ter sinalização de advertência e ser mantida à distância mínima de 1,50m das
escavações;

O fusível, a chave e o disjuntor devem ser compatíveis com o circuito. Não substituir
por dispositivo improvisado ou por fusível de capacidade superior, sem a
correspondente troca de fiação;

Usar o conjunto plugue e tomada para ligar máquinas e equipamentos elétricos


móveis;

Aterrar estruturas e carcaças de equipamentos elétricos.

5.2- ORGANIZAÇÃO E LIMPEZA

O canteiro organizado propicia:

Otimização dos trabalhos;

Redução das distâncias entre estocagem e emprego do material;

Redução dos fatores de risco de acidentes.

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Para o bom aproveitamento da área dos canteiros, é importante:

Manter materiais armazenados em locais pré-estabelecidos, demarcados e cobertos,


quando necessário;

Desobstruir as vias de circulação, passagens e escadarias;

Coletar e remover regularmente entulhos e sobras de material, inclusive das


plataformas;

Utilizar equipamentos mecânicos ou calhas fechadas, para a remoção de entulhos


em diferentes níveis;

Utilizar capacete, luvas, máscara descartável e calçado de segurança para a


remoção de entulhos, sobra de materiais e limpeza do canteiro;

Evitar poeira excessiva e riscos de acidentes durante a remoção.

5.3- ALMOXARIFADO

Deve ser instalado em local que facilite a recepção dos materiais e a distribuição
pelo canteiro;

Manter limpo, organizado e identificado, de modo a não prejudicar o trânsito de


pessoas, a circulação de materiais e o acesso aos equipamentos de combate ao
incêndio;

Manter os materiais com facilidade de acesso e manuseio;

Os materiais tóxicos, corrosivos, inflamáveis e explosivos, devem ser identificados e


separados por compatibilidade química. Devem ser armazenados em local isolado e
sinalizados

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5.4- ESCAVAÇÕES DE VALAS E POÇOS

Identificar previamente a existência de galerias, canalizações e cabos elétricos; bem


como os eventuais riscos com emanações de gases;

Inspecionar diariamente o escoramento do talude;

Delimitar as áreas de escavações com fitas zebradas e cavaletes, proibindo o


tráfego de veículos; Quando houver trânsito sobre a escavação, instalar passarelas
de largura mínima de 0,60m, protegidas por guarda-corpos;

Depositar os materiais retirados da escavação em distância superior à metade da


profundidade medida a partir da borda do tubulão;

Viabilizar ventilação mecânica, com ar filtrado, no local da escavação;

Na interrupção do serviço, manter cobertos os tubulões, com material resistente;

Tornar obrigatório o uso de cinturão de segurança, dupla trava de segurança no


sarilho e cabo de fibra sintética para içamento do trabalhador, em caso de
emergência;

Instalar escadas ou rampas para abandono rápido do local;

Promover revezamento de atividades entre os poceiros a cada hora trabalhada;

Elaborar procedimento para resgate, disponibilizar equipamentos e ministrar


treinamento para todos os envolvidos, com simulação de emergência.

5.5- CONCRETAGEM

Verificar previamente, na operação do vibrador, a existência da dupla isolação,


instalações elétricas adequadas à potência do equipamento, cabos protegidos
contra choques mecânicos e cortes;
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Inspecionar o escoramento e a resistência das formas, por profissional habilitado,
antes de iniciar as atividades de lançamento e vibração de concreto;

Promover revezamentos frequentes de atividades entre os trabalhadores que


transportam o mangote, com os demais trabalhadores envolvidos na tarefa de
concretagem;

Inspecionar as conexões dos dutos transportadores previamente à utilização.

5.6- RECORTES DE PAREDES E REVESTIMENTOS

Realizar os recortes em local aberto, com o vento a favor do trabalhador;

Priorizar cortes em via úmida para evitar a propagação da poeira;

Utilizar o riscador para recortes de revestimento cerâmico e/ou equipamento para


aspiração de poeira em locais fechados;

Realizar a operação de recorte das peças com serra mármore ou riscador, apoiada
na bancada, visando minimizar a adoção de posturas inadequadas e risco de
acidentes.

5.7- PLATAFORMAS

Instalar plataforma principal de proteção em todo o perímetro, a partir da primeira


laje, em edificações com mais de quatro pavimentos;

Instalar plataformas intermediárias a cada três pavimentos, retirando somente após


o fechamento da periferia dos pavimentos;

Instalar a tela entre as extremidades de duas plataformas de proteção consecutivas,


retirando-a somente depois de concluído o fechamento da periferia até a plataforma
imediatamente superior;

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Retirar periodicamente o entulho das plataformas;

Restringir o comprimento do talabarte do cinturão de segurança tipo paraquedista ao


ponto de ancoragem, para não ultrapassar o limite da edificação (periferia);
Instalar, conforme projeto, dispositivos destinados à ancoragem e sustentação dos
andaimes dos cabos de segurança para uso de proteção individual em edificações
com altura superior a 12m, a partir do térreo.

5.8- ANDAIMES TUBULAR

Instalar andaimes em montantes apoiados em sapatas sobre solo resistente, com


guarda-corpo (1,20m) e rodapé (0,20m), com toda a superfície de trabalho isenta de
saliências ou depressões, e com travamento que não permita seu deslocamento ou
desencaixe;

Providenciar a fixação e sustentação dos andaimes somente por profissional


legalmente habilitado;

Montar os andaimes com material antiderrapante, forração completa e nivelada e


fixá-los de forma segura e resistente;

Utilizar o andaime móvel somente em superfícies planas, com travas nos rodízios e
somente deslocá-lo sem pessoas ou materiais na plataforma;

Utilizar o cinturão de segurança, tipo paraquedista, em altura superior a 2 metros,


preso ao trava-queda com cabo de fibra sintética independente.

5.9- POÇO DO ELEVADOR

Manter as proteções nas aberturas dos poços dos elevadores, mesmo durante a
execução das atividades nos vãos;

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Proibir atividades próximas aos halls dos elevadores que possam provocar a queda
de materiais nas aberturas dos poços dos elevadores;

Instalar fechamento provisório em material resistente e seguramente fixado à


estrutura nos vãos de acesso ao poço dos elevadores.

Orientações para remoção das ferragens do poço do elevador:

Iniciar a remoção das ferragens dos pavimentos superiores para os inferiores;

Fornecer e tornar obrigatório o uso do cinturão de segurança, fixado ao trava-queda,


que deverá estar preso ao cabo de fibra sintética, afixado ao teto do poço do
elevador;

Utilizar capacete de segurança, óculos de proteção ou protetor facial, respirador


contra poeira, protetor auditivo e luvas de raspa no uso da esmerilhadeira;

Instalar nas entradas dos poços dos elevadores cartazes para informar a existência
de trabalhadores realizando atividades no local.

5.10- SERRA CIRCULAR

Instalar coifa protetora com alavanca de regulagem, cutelo divisor, proteção no


sistema de transmissão de força e no dispositivo de acionamento;

Disponibilizar caixa coletora de serragem e sistema de coleta de poeira de madeira;

O trabalhador deve utilizar dispositivo empurrador para serrar peças de tamanho


reduzido, de modo a afastar as mãos do ponto de corte;

Afixar na carpintaria a relação dos trabalhadores autorizados a operar a serra


circular;

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O trabalhador deverá utilizar capacete, protetor facial, protetor auditivo, luvas de
raspa, respirador descartável, avental e calçado de segurança.

5.11- BATE ESTACA

Manter o pilão no solo quando não estiver em operação;

Usar cinturão de segurança, tipo paraquedista, preso ao trava queda em cabo


independente, ao posicionar a estaca no capacete do pilão;

Isolar a área de operação, durante o posicionamento da estaca no capacete;

Utilizar protetor auditivo, luvas de raspa, bota de borracha ou de couro, vestimenta e,


na operação de soldagem dos anéis, usar máscara de solda, avental, luva e
mangote de raspa.

5.12- LEVANTAMENTO E TRASPORTE DE CARGAS

No levantamento manual, agachar próximo à carga mantendo a coluna ereta, os pés


afastados e a carga próxima ao tronco para que a força seja realizada pelas pernas.

Usar dois ou mais trabalhadores para transportar cargas com peso superior a 23kg.

A rampa portátil permite acesso do carrinho à carroceria do caminhão, evitando o


transporte manual de carga.

Os carrinhos para transporte de materiais devem ter rodas adequadas ao piso e


sistema de trava a ser utilizado em piso desnivelado. Devem ser mantidos,
preventivamente, com engraxe das roldanas e calibração dos pneus.

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5.13 – TRANSPORTE MECANIZADO

Permitir a operação somente por profissional qualificado;

Manter a cabina do elevador em boas condições de conservação e com placa com


indicação de carga máxima permitida;

Instalar torres dimensionadas para as cargas previstas, afastadas de redes elétricas


ou isoladas, conforme normas da concessionária local;

Instalar torre e guincho em uma única base de concreto, rígida e nivelada;

Manter a distância de 4,00m (quatro metros) entre a viga superior da cabina e o topo
da torre, após a última parada;

Providenciar aterramento elétrico da torre e guincho do elevador;

Revestir as torres de elevadores com tela de arame galvanizado ou material similar;

Proteger as partes móveis do sistema de transmissão;

Providenciar sistema de comunicação, via rádio, em frequência diferente das outras


operações;

Fornecer ao operador assento com encosto dorsolombar.

5.14- GRUA

A grua deve ser montada, desmontada e mantida somente por profissional


qualificado, operações que devem ser supervisionadas por profissional legalmente
habilitado.

Deve ser operada somente por trabalhador treinado e em boas condições de saúde;
Deve ter estrutura aterrada, para-raios a 2,00m acima da parte mais elevada da torre
e lâmpada piloto para sinalizar o topo;

Deve dispor de anemômetro com alarme sonoro. Quando a velocidade do vento for
superior à 42Km/h, permitir a operação assistida e quando superior a 72Km/h, proibir
a operação;

Proibir sua operação sob intempéries;

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Elaborar e implementar procedimento para resgate do operador, em caso de mal-
estar;

Disponibilizar ao operador: assento com encosto dorsolombar, garrafa térmica com


líquidos resfriados para o consumo e pausas para as necessidades fisiológicas;

Providenciar sistema de comunicação via rádio, em frequência exclusiva, entre


operador e sinaleiro amarrador;

Isolar áreas de carga e descarga no raio de ação da grua;

Verificar diariamente o funcionamento do sistema de fim de curso;

Seguir o plano de carga conforme determinação da NR-18, anexo III.

5.15- EPI’S

Cabe à empresa:

Adquirir os EPI adequados a cada tarefa, com Certificado de Aprovação – CA,


expedido pelo Ministério do Trabalho e Emprego – MTE e fornecer gratuitamente
aos trabalhadores;

Orientar e treinar periodicamente os trabalhadores para o uso, guarda e


conservação dos EPI;

Substituir imediatamente quando estiverem desgastados, danificados ou


extraviados.

Cabe ao trabalhador:

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Utilizar os EPI necessários de acordo com a tarefa a ser realizada;

Zelar pela sua guarda, limpeza e conservação;

Solicitar a substituição, quando necessário;

Atentar que o EPI é de uso exclusivo.

6- BIBLIOGRAFIA

Dicas de Segurança no Canteiro de Obras - INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL –


EDIFICAÇÕES - Coleção Manuais | 2008

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0370-44672005000100007

http://www.tst.jus.br/web/trabalhoseguro/dados-nacionais

http://www.aplequipamentos.com.br/acidentes-na-construcao-civil-como-evitar-esse-
risco-fatal

http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfmngAE/prevencao-acidentes-construcao-
civil

http://blogrubensmenin.com.br/seguranca-do-trabalho-na-construcao-civil

http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=28&Cod=787

http://blogdopetcivil.com/2010/10/28/seguranca-no-trabalho-na-construcao-civil-
parte-i/

http://mariana-wwwedificacoesacidentes.blogspot.com.br/

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