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ABSORÇÃO IÔNICA RADICULAR

1 Aspectos gerais

Definições:
a) Absorção
b) Transporte ou translocação
c) Redistribuição
2 Aspectos anatômicos da raiz

Tecidos envolvidos:

• Epiderme (pêlos absorventes)


• Parênquima cortical (espaços celulares)
• Endoderme (estrias de Caspary)
• Cilindro central (vasos condutores)
FIGURA . Seção longitudinal diagramática da região apical da raiz.
A Célula Vegetal
PROCESSO DE ABSORÇÃO DO NUTRIENTE
Proteína estrutural

Estrutura da parede celular. Microfibrilas das 36 moléculas de celulose


são inter-cruzadas por hemicelulose, pectinas e proteínas estruturuais.
 Composição da membrana
• 55% proteínas
•5% carboidratos Carboidratos
•40% lipídios Lado externo

Região hidrofílica

Região hidrofóbica

Região hidrofílica

citoplasma
Proteína integral Proteína
periférica
Lado externo Moléculas de água

aquaporinas

citoplasma
Processo de absorção de água por difusão através da membrana
plasmática
3 MECANISMOS DE ABSORÇÃO
3.1 Características
• Seletividade
• Acumulação: maior concentração no sulco celular
• Controlada pelo genótipo
3.2 Mecanismos
Passivo
 Ocupação do apoplasto
 Ocorre a favor do gradiente de concentração
 Leva o elemento até o ELA (parede celular, espaços intercelulares e superfície
externa da membrana plasmática).

 Ocorre sem gasto de energia.


 Contribui com cerca de 15% do total do M absorvido.
3 MECANISMOS DE ABSORÇÃO
3.2 Ativo
 Ocupação do simplasto.
 Ocorre com gasto de energia
 Ocorre contra o gradiente de concentração
 Características
• Lento
• Irreversível
• Ainda não totalmente elucidado
 Divide-se em ativo primário e ativo secundário

• Primário: energia gerada pelas ATP-Ases

ATP ATPase ADP- + Pi + H+ + energia

• Secundário: Simporte e Antiporte


=> Gradiente eletroquímico do H+ gerado
1 2 3 4

ATP-ases liberam Pi, Proteína fosforilada pelo


ATP, provoca mudança Elemento
energia e H+ transportado Fosfato liberado
conformacional da
proteína

Figura. Transporte ativo primário


Figura. Co-transporte de um íon hipotético (transporte ativo secundário do tipo
simporte). Notar o gradiente eletroquímicio provocado pelo H+.
Simporte Antiporte

Lado externo

BAIXO ALTO

ALTO BAIXO

Gradiente de Gradiente de potencial


potencial eletroquímico do
eletroquímico do substrato B
Citoplasma
substrato A
Cinética da absorção e fatores
que interferem
V= Vmax [M]
Km + [M]

V = velocidade de absorção
Vmax = velocidade máxima de absorção
[M] = Concentração externa do elemento
Km = constante de Michaelis-mentem

Km: concentração de M que garante ½ de Vmax


Observações importantes:
 Vmax e Km são parâmetros cinéticos de absorção.
 Esses parâmetros dependem da espécie e do genótipo.
 Menor Km implica em maior eficiência de absorção.
 As raízes não esgotam totalmente o M da solução.
 Deve ser inserida na equação a concentração mínima
([M] min).

V= Vmax ([M]-[M]min]
Km + ([M]-[M]min]
1.1 Determinação dos parâmetros cinéticos

Função tempo (M-Tecido) + [M] sol. final


Raízes + [M] sol. inicial
+ fatores

a) Método clássico
- Uso de raízes destacadas
- Uso de concentrações crescentes na solução
- Cada concentração terá uma velocidade de absorção (V)
- Desvantagem número grande de vasos
Determinação dos parâmetros cinéticos pelo
método tradicional

C1 C2 C3 C4 Cn

TEMPO
b) Método da exaustão do M na solução

- Princípio: a própria planta estabelece concentrações


variadas com o tempo de absorção.
- Vantagem: pequeno número de vasos

TEMPO

21,15 µmol L-1 P 0,26 µmol L-1 P


Passos:

1- Estabelecer previamente a concentração inicial


2- Cálculo do influxo (v = µmoles/g raízes/h)
3- Linearizar a equação
4- Determinação dos parâmetros cinéticos
Resultados de um ensaio de cinética de absorção de P por plantas de soja, cv
IAC-2.
Quant P (Q) V (influxo) em
em (µmol/h/g
Tempo Conc (µmol/L) Vol (mL) (µmoles/vaso) ∆Q ∆Q/∆t raízes)
0,0 21,15 1499 31,704 - - -
0,5 19,19 1492,45 28,643 3,061 6,121 0,4520
1,0 17,60 1484,9 26,136 2,507 5,015 0,3703
1,5 15,58 1477,35 23,019 3,117 6,234 0,4603
2,0 14,60 1469,6 21,461 1,558 3,116 0,2301
2,5 12,22 1462,25 17,863 3,598 7,195 0,5313
3,0 10,24 1454,7 14,889 2,974 5,948 0,4392
4,0 6,41 1441,6 9,241 5,648 5,648 0,4170
5,0 4,09 1428,5 5,835 3,405 3,405 0,2514
6,0 2,03 1415,4 2,869 2,966 2,966 0,2190
6,5 1,19 1407,85 1,680 1,189 2,379 0,1756
7,0 0,83 1400,3 1,168 0,512 1,023 0,0756
7,5 0,52 1392,75 0,724 0,444 0,887 0,0655
8,0 0,55 1385,2 0,763 -0,039 -0,078 -0,0058
8,5 0,34 1377,65 0,474 0,289 0,579 0,0427
9,0 0,26 1370,1 0,356 0,118 0,235 0,0174
25,0

20,0
Concentração de P (µmol L-1)

15,0

10,0

5,0

0,0
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0
Tempo (horas)
Cmin = 0,26 µmol/L
25,0
y = 7,4029x + 1,7286

20,0

15,0
1/[V]

10,0

5,0

0,0
0 1 2 3 4
1/[P]
25,0 Y = a +bx

y = 7,4029x + 1,7286 Y= 1/v


20,0 a = 1/Vmax
b = Km/Vmax
15,0 X = 1/[P]
1/[V]

10,0

5,0

0,0
0 1 2 3 4
1/[M]

Vmax = 0,628 µmoL/L /h/g


raízes
Km = 4,696 µmoL/L
0,60 V= 0,628 [P]-0,26
4,696 + [P]-0,26
0,50

0,40
V (influxo)

0,30

0,20

0,10

0,00
0 5 10 15 20 25
Concentração de P (µ mol/L)
2 FATORES QUE AFETAM A ABOSRÇÃO RADICULAR

FATORES DO SOLO
 Distribuição das raízes
 Densidade das raízes
 Fluxo de água para a raiz
 Coeficiente de difusão
 Capacidade tampão
 Concentração inicial da solução
FATORES MORFOLÓGICOS
 Taxa de crescimento da raiz
 Diâmetro médio das raízes
Concentração na  Pêlos absorventes
superfície radicular  Comprimento de pêlos radiculares
 Mimicorrizas

Capacidade de absorção Influxo de íons

FATORES DE ABSORÇÃO (CONTROLE GENÉTICO)


Parâmetros cinéticos: Km, Vmax, Cmin
2.1 Fatores externos
a) Disponibilidade

- Nutriente deve está disponível (solúvel)


- Teor total
- Todos os fatores que afetam a disponibilidade
afetam a absorção: teor; pH; umidade; aeração;
M.O; T°C; outros íons.
b) pH
Efeito direto: competição
Efeito indireto: disponibilidade de nutrientes
Efluxo
c) Aeração
- Produção de energia metabólica (ATP)
- Afeta a disponibilidade de nutrientes
d) Temperatura
- De a 30º C a absorção cresce linearmente
e) Umidade
- Solubilização dos nutrientes
- Transporte de nutrientes (ex: podridão apical em tomateiro)
f) O próprio elemento
- Os elementos são absorvidos com velocidades diferentes

Ânions: NO3- > Cl- > SO4-2 > H2PO4-


Cátions: NH4+ > K+ > Na+ > Mg+2 > Ca+2

Cátions e ânions: Cat+ > An- >Cat2+ > An2-> Cat3+> An3-

g) Interação entre íons


- Inibição competitiva
- Inibição competitiva
- Sinergismo: O Mg contribui para a absorção
50

K absorvido (milimoles)
40

30

20

10

0
0 50 100 150 200 250
milimoles de CaBr2/L

FIGURA 15. Efeito do Cálcio na absorção de K+ (5.10-3 moles/l) por


raízes destacadas de cevada (efeito Viets).
h) Micorrizas
2.2 Fatores Internos

a) Potencialidade genética
- Diferenças nas nos parâmetros cinéticos
b) Estado iônico interno
Pré-tratamento (mmolL-1) de SO4-2 Absorção subsequente (nmol SO4-2 /g raiz.h)
0,5 32
0,25 40
0,05 92
0,0005 197
d) Nível de carboidrato
e) Morfologia da raíz

 Taxa de crescimento da raiz


 Diâmetro médio das raízes
 Pêlos absorventes
 Comprimento de pêlos radiculares
 Área radicular
 Raízes proteóides

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