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MATOS, Sônia Regina da luz. Revista conjuctura, v.14, n.1,p93-134, jan./maio2009.

Camila Silva Araújo

Técnico em enfermagem, bolsista do projeto de iniciação científica (PIBIC) e graduanda


em Licenciatura em Pedagogia na Universidade Federal do Pará (UFPA).

Didática e suas forças vertiginosas

Sônia Regina Luz Matos, Universidade de Caxias do Sul (UCS)

Atualmente pesquisadora do PPGEDU/UCS, Grupo de Pesquisa CNPq - Educação,


Filosofia e Multiplicidade Contemporâneidade/UCS, Coordenadora Institucional do
PIBID/UCS, Membro do Instituto Latino Americano de Estudos Avançados
(ILEA/UFRGS), ministra disciplinas de: didática, currículo, alfabetização - crianças e
EJA. Formação: Estágio. Pós-Doutorado (2016), Université Paris 10 - Nanterre,
Laboratório de pesquisa filosofia, arte e estética. Doutorado em cotutela em Educação
(UFRGS) e Sciences de l'Education (Université Lumière Lyon 2), Mestra em Educação
(PUCRS), Graduada em Pedagogia Matérias Pedagógicas (PUCRS), Apostilamento em
Supervisão Escolar e séries iniciais (PUCRS). Especialista em Psicopedagogia.
Participa da Mobilidade Universitária entre UCS e Univiersité Lumière Lyon 2 (Institut
des Pratiques d'Education et de Formation - ISPEF) em Lyon - França. Obteve bolsista
CAPES Estágio Pós-Doutoral, Bolsa Doutorado Observatorio de Educação Escrileituras
(INEP/CAPES/UFRGS), Bolsa Doutoral Sanduíche no Exterior (CAPES), Bolsa Accueil
Rhônes Alpes (França), Bolsa Mestrado CNPq, Bolsa de Intercâmbio Interinstitucional
na Universidad Complutence, Madrid (Espanha), Bolsa de Iniciação Científica CNPq e
Kellog. Participou de Programas de Extensão Universitária em campus avançado no
Nordeste, Amazônia e Roraima. Escreveu seus últimos livros sobre alfabetização,
escrita e formação de professores, atuação na área de currículo, didática, formação de
professores alfabetismos, educação infantil e diferença. Coordenou a área no Pibid -
Pedagogia. Liivros sobre alfabetização, escrita e formação de professores, atuação na
área de currículo, didática, formação de professores alfabetismos e diferença.

As transformações no tempo e no espaço são constantes, e acompanha-las se


torna uma tarefa importante. Nestas mudanças se torna necessário buscar entender o
que aconteceu no passado, para compreender o que está acontecendo agora, uma vez
que esta articulação de conhecimentos teórico histórico e social são importantes no ato
de educar. Deste modo, o comprometimento do estudo da didática é crucial para a
docência, uma vez que passado e presente estão interligados para o educador que
almeja ter uma visão ampla e crítica sobre o ato de educar. Para uma melhor
contextualização deste assunto, o artigo Didática e suas forças vertiginosas, da autora
Sônia Regina de Luz Matos, da Universidade Caxias do Sul (UCS) foi publicado em
maio de 2009 pela revista conjectura, que, cujo objetivo está em expor a forma como a
modernidade e a pós modernidade atingem diretamente a educação.

No primeiro tópico - Forças modernas da (na) didática – a autora faz uma


contextualização de acontecimentos históricos importantes da modernidade como a
revolução cientifica, o século das luzes e a revolução francesa. Este momento é
marcado pela transição do geocentrismo para o heliocêntrismo, ou seja, as divindades
deixam de ser o centro do universo, abrindo espaço para o homem racional e dotado de
conhecimentos. Alguns autores tiveram papel importante para este momento, entre eles
estão Descartes, Galileu, Francis Bacon e Newton. Outros autores importantes como
Rousseau e Comenius contribuíram significamente para a construção de uma didática
com aspectos metodológicos de aprendizagem, o primeiro redefine um novo conceito
de infância e o segundo reconhece o direito de todos ao saber.

O segundo tópico - currículo - ressalta a importância de ultrapassar a ideologia


de uma didática baseada apenas na ciência, enfatizando que está deveria se sobrepor
as estratégias de ensino e suas praticas metodológicas, uma vez que se fazia presente
a necessidade de uma contextualização sócio-historica, gerando um novo campo de
estudo na didática. É através de Bobbitt, na obra the curriculum (1918), e com Ralph
Tyler que o currículo torna-se um novo campo da didática a partir dos anos 60. Este
modelo primeiramente passa pelo tecnicismo e pensamento tradicional, para isto a
autora utiliza um modelo de organograma e dois modelos de esquema, deixando bem
nítido as características do currículo tecnicista e tradicional, que por sua vez beneficia a
classe burguesa, deixando totalmente de lado questões sociais e politicas, tornando a
educação uma forte influenciadora de desigualdade, onde a educação é segundo a
autora, uma maquina de fazer conteúdos.

O terceiro tópico - Planejamento tecnicista e tradicional – possui um quadro de


planejamento que engloba a técnica e o modelo para a elaboração de um plano de
aula, em seguida a autora utiliza sete tópicos explicando brevemente e com clareza os
conceitos de cada item, que seriam unidade, tempo, objetivos, conteúdos, método,
técnica de ensino, recurso e avaliação. O objetivo desta organização é ter controle total
do modo de ensinar e dos comportamentos dos alunos, e para isso a autora lista
algumas das regras utilizadas para uma educação “didaticamente corretas”.

No quarto tópico - Plano de unidade, ou de ensino - a autora utiliza o recurso de


um quadro segundo Libâneo (1991,p.232) explicitando como funcionaria este plano de
unidade/ensino, que enfatiza e reforça como este modelo é fragmentado e
hierarquizado. Em suma, é com uma perspectiva marxista que a autora relata o
decaimento que o discurso tecnicista passa apresentar com os discursos
contemporâneos, e deixa uma pergunta referentes as vertigens do modelo da didática
tradicional que hoje ainda estão presentes.
É no quinto tópico – forças da (na) didática critica – que a autora reforça sobre o
projeto pedagógico moderno, utilizando o discurso de pensadores marxistas e
humanistas que contribuíram para a didática critica, uma vez que estes autores
aceitavam somente o que pudesse ser justificado racionalmente, o que gerou a crise
das ideias modernas. Esse pensamento fortemente iluminista possui criticidade
ideológica, pois as teorias apresentadas são contra os privilégios sociais e políticos. A
autora explica que a didática estruturalista critica poderia através da critica ideológica,
reverter a alienação através de ajuda das instituições escolares que após a
conscientização da alienação, volta-se a pedagogia da libertação e deste modo, o corpo
docente combatesse aos mecanismos de repressão da ideologia da pedagogia
tecnicista.

A importância da crise da modernidade está evidente no sexto tópico – o


currículo critico – onde o homem já não é um oprimido da sociedade capitalista, pois a
educação passa a ser um ato politico e influenciado por teorias marxistas, assim,
mantem-se a critica referente a didática tradicional, pois o educador, é mobilizador e
conscientizador da natureza politica da realidade, e desse modo mantem o status quo.
Para uma melhor compreensão, é utilizado como recurso a imagem de um
organograma, onde as setas indicativas são interativas, a centralidade da educação
está na avaliação, e todos os elementos estão ligados e são interdependentes.

o sétimo tópico – planejamento – deve levar em consideração a idade dos


alunos, o conhecimento e as experiências sobre o tema, após, faz um aparato sobre a
abertura do projeto, o trabalho pratico e a culminância, explicando seus conceitos.
Posteriormente, a autora explica detalhadamente como elaborar um projeto e por meio
de um organograma detalha características do planejamento. Em seguida, trata do
roteiro de como fazer um projeto, com resumo de itens que podem ajudar na montagem
do projeto. Chamando atenção para a proporção que esse trabalho pode ajudar nas
praticas pedagógicas.

O oitavo tópico – tema gerador-

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