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JOÁO RICARDO CATARINO

NUNO VIC rDRINO

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Joio Ricardo Cau.rino e Nuno Victorino

3.• Edi~o
Março 20 12

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\'<foltcr:~ Kluwcr l ~onug:tl ~ob a marca Coimbr.t Edicor:t
INFRACÇÕES TRIBUTÁRIAS
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ANOTAÇÕES AO REGIME GERAL
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Tdef. 239 852 6~0 - F:u 239 852 65 1 3. 8 Edição
2012

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ISBN 978.972· 32· 197S.) - 3.' e~l.

D('pósito Leg.1l n .~ '42 0)1/20! 2


CAPfl'UW I
D ISPOSIÇÓES COMUNS

Artigo 23.•
Classiftt:afáO dAs t:ontra-ordetzllfÕes

1- As contra-ordenações tributárias q ualificam-se como simples ou


graves.
2 - São contra-ordena~ simples as pw1fveis com coima cujo limite
máximo não exceda € 5 750.
3 - São contra-ordenações graves as puníveis com coima cujo limite
máximo seja superior a € 5 750 e aquelas que, independentemente da coima
aplicável, a lei expressamente qualifique como tais.
4 - Para efeitos do disposto nos números anteriores, atende-se ~ coima
cominada em abstracto no tipo legal.

RfMISSÓES

- Contra-ordenasõcs graves: A maioria das contra-ordenações aduaneiras, desig-


nadamente, artigo 108.• (Descaminho), arrigo 109.• (lmrodução irregular no consumo),
anigo 110.• (Recusa de enrrcga, exibição ou aprcscmação de documenros c mercadorias),
artigo III.• (Violação do dever de cooperação), •roigo 112.0 {Aquisição de me~Cadorias
objecto de infracção aduaneira) e oinda migo 113.• (Recusa de cnucga, exibição ou
apre.•entaçõo de escrita c de documcmos fiSClllmeme relevantes), anigo 117.•, n.• 2 (Falta
ou arraso nn nprcsemação ou exibição de documentos ou de declarações), artigo 118.•
(Falsificação, vicinção c <>Iteração de documentos fiscalmentc rclev:omes) . Ul'tigo 11 9.•
(Omissões e incx:lctidócs nas declarações ou cm outros docmnemos flscalmem.c: rcJevan..
ces), anigo 120.• (Inexiscência de conrabilidade ou de livros fiscalmence relevantes),
anigo 121.•, n.• 2 {Não organizaç.ío da concabilidadc de harmonia com as regras de
3 normaliz.ação contllbilrstica e atrasos na sua execução após norificaçã.o para regularização).
~ artigo 124.•, n.• I (Faltll de designação de reprcscntllntes), anigo 125.•-A (Pagamemo
! ou colocnção ~ disposição de rendimemos ou ganhos conferidos por ou associados a valor
.! mobiliários), artigo 125.•-B (lnexistênci• de prova da apresemação d• declaração de
~

'
'2 Coltnbt;) Ed1t0ff• 241
1Artigo _2_3_
.•.:...
1 _ _ _ __ )Artigo 23.•]

:tquisiçâo c ~licnação de acções e ouu·os vnlores mobiliários ou da incervenção de ceotida .. 3 - Como se sabe, no supra citado artigo 1 13." da LGT o legislador não enunciou
de.c: relev:uHe$), arrigo 126. 0 (Tron$fcrênda para o e.~lrangeiro de rendimentos sujeitos a qualquer critério geral e abstracto de qualificação das contrn-ordenaçó<:s denrro de cada
tributação), anigo 127.0 (lmprc~slo de documentos por tipografias não auwriz.1<las) c um desses três tipos. Procede-se agora a essa definição optando-se por um critério de
128.• J'alsid:>dc inform:irica. natureza eminememenre quantitativo, mo.s que não pode deixar de assemar em postulados
- Contra·ordenoç6<.s •imples: Anigos 110.•-A {Falta ou auaso de entrega, exibi- de raiz qualitativa, Ugados por12nto ao dcsvalor da acção e à medida da reacção tom que
ção ou apre.sc:nt>ção de documentos ou de declarações}, 111.•-A (Omissões e inexactidões em cada tipo comra-ordenacional se pwlem as diversas infracções tipificadas no presente
nas declarações ou em outros documentos tributariomcmc relevanres), 114.• (Falta de rq:ime.
enucg;a da prcstação tribm~ria), I 15.• (Viol•ção de segredo fiscal), J 16.• (Falca ou atraso
de declarações). 117.• n ... I, 3 e 4 (Falra ou atroso na apresentação ou exibição de doeu· 4 - S.r:i a classificação das infracções em "simples" incompatível com os valores
menu>< ou de declarações), 121.•, n.• 2 (Náo organi>.açáo da contabilidade de harmonia associados~ liquid•çáo e cobrança dos tribmos c ao dever fundamenral de pagar imposros!
com as rq:ras de nonnaliuç;io conoabilrStica e atr.uos na sua execução), I 22." (Falta de 1\ essencialidade deste parece indiciar ncste senrido, mas importa reter que incide sobre os
apresentação, ames da respecoiv:o uriliu~io, dos livros de escrituração), artigo 123.• (Vio- contribuintes uma extn:mamentc complexa reia de obrigações da m•is di..:= lndok e nem
bção do de•·er de emirir ou exigir recibos ou facmras), 124.•, n.• 2 {f-alta de designação rodas se tradulem em factos que directa e imediacamente se reflictanl na arrecadação do
d.e representante$, quondo na pes$00 do gestor de bens ou de direitos), 125.• (Pagamento imposto. Estas, dicas acessórias. não revdom, genericomcnte e por comparação com as
indevido de rendimentos) e 129.• (Violaçiio da obrigaçjo de possuir e movimentar con- obrigaç6d principais, a mesma gravidade, o que permite compreender a bipartição, mesmo
tas bancárias). consider.mdo que o legislador tenha oprado por critério claramente quancirat.ivo.
- A qualilkaç~o pode sofrer alteraçóes pontuais, conforme se esteja na presença de
tentO<iva em que o~ lirnires abstractos m~ximos descem para metade (anigo 27.•, n.• 4) 5 - A realidade aduaneira, subcsp«ie da realidade tributária amplamente conside·
ou na presença de infrocçõe.s comecidJS por ~$$0a.s colcctiva.s. casos em que os mesmos rada, tende a apresentar-se de modo bem diferente pois os limites quantitativos agora
limites se elevam ao <iobro (artigo 26.•, n. o 4). estn.belccidos podem efec-tivamente vir a determinar que a maior parte das contr~'l-orde . .
n:tçóes aduantirns, a m'uuercm-se as colmas previsras nos respectivos tipos. tendam, na
NOTAS sua mniori:l, n serem qualifknd:1s como graves.

I - Esrn cla<Sificnção j:l consoava, ainda que cm moldes diferentes, do artigo 113.• 6 - Importa rdcmbr:~r que no artigo 20.• do R)lFNA já se estabelecia que s6 as
da LGT c, :~nres deste diploma, do Código da tstradn aprol"ddo pelo DL n.• 4412005. comra-ot·denaçóes punfveis coon coima cujo limite máximo fosse superior a 500 000$00
de 23·2. poclcriam ser puníveis também con1 s:mçõe.,. accssóri~s. Os pressupostos dessa aplicaçao
Os n."' 2 e 3 11assamm • rct· a redacção da Lei n.<> 64-B/2011, de 30- 12 (Lei de corrw.ram ..sc, assim m~is exigentes pois fornm elevados os Limites até agora :l.doptados. No
Orçamento pora 20 12). fl-<ra alcer:tç1ic> veio >ubir os li mires a panir dos quais se considera RGIT :tpenas quando as infracções se;;jam gravc.s são suscepdveis de sancionamenro aces·
que a comra~ol·dcnaç.:io é qu~lificndn com<> gr.tve. Este aumento está em conson~nch• s6rio, nos rcrmos do artigo 28.~ Para os crimes as penas acessórias encoturam.-sc regula-
com a subida dos limircs absrr:oCIO> das coimM operada por esta Lei de Orçamento. das no artigo 16.0 para onde se remete.

2 - Efectivamente, • Lei Ger:ol Tribut~ria, no seu migo I 13.•, previa a qualifi. 7- /\cru•lmente n oínica rdevôllcia prática desta classificação parece resrringir-se ~
cação das conrra ..ordenaçõe.s fiscais cm simplesJ graves e muito graves para efeiros de possibilidade de serem aplic:ldas sanções .acessórias (artigo :;tS.o do RGTD, 2s contra·
sanções aplicáveis. f:.nabclccia ainda que só as muito graves podiam ser sancionadas ·orden:oções graves.
simulrancamenrc • titulo principal c •cess6rio. Para além disso, importa relevar que
nem a Lei Quadro das Contra ordenações (LQCO) vigenre, nem, segundo se sabe, a ESTUDOS
proposta de >lreraç.~o desta, pendente de aprovação oa Assembleia da República, esra·
belce<:m tal distinção ou condicionam a aplicaçilo de sanções •cessórias a uma determi· JORGE I>E FICVEIR&>O DIAS, 0 mouimmfQ áe á.scrimindit;~Zçiío e o iUeito de ment
nada gravidade ou qualificação da contra-ordenação. Retoma-se assim uma classificação ordma(iío sorittl, Jornadas de Direito Criminal, Ed. Cenrro de Estudos Judiciirios,
bipartida que a LGT tinha vindo a afinar, contribuindo para que não haja uma ver· p:lgs. 3 I5 e scgs.
dadcira e própria s-inronia emn: cl~ificaçócs, por se I ratar de critérios que parcialmem·e Jost RosENDO DIAS de 31· 7· 1991, Sitll(ÍÍD Aámi~tistTatitld.s in Revista de Direito
se sobrepõem. . Público, Vol. 9, p~g. 37.
242 ( . . . . (ditOII•
243
[Artigo 24.•) _ _ _ _ _ _ Di1posiróa aplicdwis às rtmtraMqrdemt(õts . [Artigo 24.•)

JURISPRUDtNCIA culdade de averiguar na maioria dos casos se o facro foi praticado com dolo ou com
negligência.
Sanções aeess6rias
3 - Em tese geral, a negligência pode ser definida como a falra de cuidado cm não
As sanções acessórias nlo são efeito automático de aplicação das penas principais; se prever o que se deveria ter previsto, não tomando as precauções devidas para evitar o
consequentemente, é essencial que nas sentenças que as imponham se especifiquem os resulrado dpico. Por~m. no mundo do direito as coisas não se :apr~nram assim de forma
fundamenros de direito c de facto determinantes da sua fixaç5o, sob pena de cometimento do simples. A doutrina distingue a negligência conscjeme da inconsciente. a qual (em
de nulidade pr<vis!3 na allnea 11) do migo 379.• do Código de Processo Penal. Ac. da hoje consagraç5o expressa, respeccivamenre, nas alíneas tt} e b) do arcigo 15.• do CP.
RL de 10-3-1999 (Rec. 7874/98), Col. de Jur., 1999, 2, 138. A "'1:1igi1Jritt ctJtuâtnu aproxima-se muito do dolo eventual já que nda o agente previu
a realiuç!o da infracÇão mas confiou que nâo ocorreria ou mostrou-se: indiferente à sua
Artigo 24.• ocorrência (allnca 11/). E nisto se disuncia pois do dolo eventual já que neste, o agente
prevê como posslvel a verificaç5o do resultado tlpico e actua conformando com essa
Punibilitúuú dA negligêt•da possl""l reali2.1ç5o. Vcja·sc, a propósito. o disposto na alínea 11) do artigo I 5.• do Código
Penal.
I - Salvo disposição expressa da lei em contrário, as contra-ordena~ões
tributárias são sempre puniveis a titulo de negligência. 4 - A ntgligltrcia Ítlcotlscimu apresenta maiores dificuldades de dclimitaç5o. Mas
2 -Se a lei, relativamente ao montante máximo da coima, não distinguir enrende-sc que :a. carncrcriz.a todas as situaçóes em que. o agente, não previu, como podia
o comportamento doloso do negligente, este só pode ser sancionado até e devi>, segundo as circunstâncias do caso, a ocorrência da infracç5o. Esperava-se dele o
metade daquele montllnte. acaramento de um dever de cuidado para que o r""ul!3do danoso se não produzisse mas
isso n5o aconteceu. Muitas vezes a lei proíbe condutas que sejam adequadas~ produção
REMISSÕES de resultados undjurfdicos, não desejados ponanto. Noutras. permite cais condutas mas
exige do agcnce csp<'Ciais cuklados para que o resulrado danoso se não verifique.
- Vct· artigos 15.0 (Negligência), 16.0 (Erro sobre as circunstâncias do facto), i ].o
(Erro sobre a ilicitude) e 29. 0 (Culpa), do CP. 5 - O Código J'emd - anigo 15.• - define negligência como a omissão de um
- Ver arrigo 8. 0 ela LQCO. devet· de cuidado a que o agente estava obrigado quando, segundo as circunstâncias, se
emende que era c:rp:cz de se comporcar de outro modo. Por ourro lado, a doutrina pro·
NOTAS cede~ distinç;(o entre negliglncilf conJcimtt e 1Jcgligbtcia incomcient'c ainda a negligênci~
grosseira que se oporia~ negligência simples (cfr. artigo 137.•, n.• 2), se~ do que a doutrina
I - Preceito novo. Embora se tCitha levantado a questão de saber se com este ratnbém distingue, por vezes, a negligência em grave, leve e levíssima.
preceito se pret'endia consagrnr uma presunção de negligência, torna-se cJaro que a soJu.. Existe negligência gt·osseit·a quando não se verifica o cuidado, a diligência e a atenção
ção normativa emergente do preceito apenas prcrende significar que, sempre que o legis- que é de exigir ao agente menos cuidadoso, atenco ou diligente. Se se puder concluir
lador, no ripo conrra·ordenacional correspondente, não lim ite a punibilidade da con- que, no caso em apreço, ba.srava ao ageme deter-se e reflectir um insranre, para que con..
tra-ordenação aos casos em que seja pr"Aticada com dolo, as infracções serão puníveis desde clufsse que o acto a praticar poderia trazer as consequências nefastas que produziu, pode
que praticadas com negligêncio, sem que seja necessário o tipo legal dizê-lo expressamente. afirmar-se que ao agir o fez com negligência grosseira. Estamos perante uma condura de
Solução contrária, como se compreende, •cria violadora dos princípios cnformadores manifesta irreRcxlo ou ligeireza, ou cm que é notória a falra de precauç5o exigida pda
ínsitos no texto fundamenral. Em face do que antecede, a regra consagrada neste preceito, mais elcmcnrar prudência ou pela previsáo mais dementar a observar nos 3:Ctos correm~
acaba por ser a inversa da que resulta hoje do artigo 15.0 do Código Penal e do arrigo 8.• da vida. (Cfr. DAMÁSIO OE jESUS Dirriw Pmttl, vol. ), pág. 260).
da Lei-Quadro das Conrra-Ordcnações.
6 - Assume particular interesse para a derenninaç5o do desvalor da acç5o e do juízo
2 - o n.• 2 foi acrescentado a ""rsão aprcsenrada cm anteprojecto e corresponde de censur.bilidade sobre a conduta do agente a articulação precisa dos conceitos de dolo
ao <S!3belccido no n.• 4 do artigo 17.0 da mesma l.QCO. O legi.slador entendeu que a eventual c neglig!ncia consciente. A propósito, )ost OE fARlA COSTA, na Col. de Jur.,
soluç5o normativa consagr.da se impunho por ratOCS empíricas, aten!3 a frequente difi- 1997, n.• I , pág. 13, desenvolveu um interessante estudo que emendemos por bem
244 245
..
(Artigo 24.• ] [Artigo 24.•)
Disposi('Õn rtplicdwis às conrm-ordmarM Difposiçón ro:;•;;
n;;
"':"-
:: - - -- - --

tr:anscrever na parre para o efeito relevante: •DOW EVENTUAL - NECLICIJNGA 11 - O f..cto de o legislador vir a referir no pr~ccito que as contrtt-ordmaróts
CONSGENTE. I - Qunlqun intapmnriío 'I'"~ fora 1ob" a ma11rin do dolo ronm1111 triburárilll Jiio ~mprr pu11ítKu n título dt lltgligbtria, não quer dizer, como i' observ~­
tltw sofor ttm tuiáodo atrncido d~ rntrirão~ por s~ rratar d~ una dr fronttira tlOnnAtivn. mos, que esta se prauma em sede de inmuçio ou na decisão de aplicaçlio de coima.
II - O fimdammto do agir dolo1o mide mt atitude lticn do t~gtntt de hostilidade'"' ncomo- Alguns arcS<os do TCAS parecem aponmr neste sentido, porém não comungamos com
d((ÇIÍO ou indif~nça perante o dtutr-ser juridico.-ptnn4 enquanto o fimdammtb 'da actuarlio esta inrcrpret:•ç.'ío. Efectivamente no Ac. do TCAS, de 4-12-200 l, proferido no proc.
Htglig~nte se encontra nd omisslio d~ um dwer ob-jec:tivo t!e t·uidtttlo que o agente nr1. captlZ de 64927. aquele Tribunal vem referir que, .. ."tm 111ttliria de coJJirrl·ordwaçó<J,JJáo hd
repn:stJIIttr no â m tmtnndniismo concrero. III - Por isso, a diJtinriío entre dolo etJentunl e mponsabilidtttlt objmivtt, sendo de exigh; 11/bu tia materialidade dos jitCtos, n culpa do
11tglígéncia comtienM n/io pode nrmncnr do demmto intelmunl. Rrpmtmnr o premchimmto ageme, sob 11 forma de dolo ou de ncgliKintinl nlio Jt pr~Jwnindo o dolo mns pr~sumit~do~se
do tipo kgnl como multn~o pouf1111l ou provávrl da conduta I um tmro comum, quer no dok> a neglígêt~cin pela violafáo de preceitos legais ou regulamentares, podendo o agente
""'"tua' quer 4 ntgbght(Uf consdmte. rv- o t4111llído volitivo do dolo .wntunl detK ~r iliáir ~sta pretttllfÍÍO com 11 prova de 'I"~ praticou o facto sob pressílo tlrt"JA sitwt-
d<tccuulo na .PIZS'Iivídadt do agmtt tÚ náo qutrer dnenrndcnr os mmmismo1 wlitivoJ que pío exterior tal que ttiío era possl•el <xigir-lhe diftrenu conduta. • (sublinhado
lnNUJrm" roztllr, qun- a ttqiio prinâpnl inunrionalmn1u '/llmda, quu (IS multados aája~<n· n0$$0}.
tts qu~ aqu~IA tttçáo provawlmtnu tlnmcadearia. V- O tltmtnto configurador da ttnsu· A eJte respeito, porece-nos que o TCAS ter~ feiro errada inrcrprenção da lei,
mbilidttd< da m:gligfncia midt "" cnpnâdade de cumprimmro do dev.r objectifl() de c11idado". porquanto a negligência não se presume (prova-se) c ao arguido não cabe ilidir qual-
quer presunç5o neste aspecto. Primeiro porque a presunção não existe, depois porque
7 -'f.-tl como rtsulm do n.• 2 do prelmbulo e do migo 13.• do Cf> o principio dn c.abe à entid:ldc com comperência para aplicar a coirna reunir os clemcmos probató-
culpa constitui um dos princlpios base, pois que, para que existll culpa na prática de deter- rios necessários para concluir pel~ culp" do :ogentc, sendo q ue este pode inclusive
minado facro~ é necessário que a mesma se possa imputar ao agente a dm]o de dolo ou nada fazer.
negligência. Sempre que seja posslvel demonstras que o agente omiriu os deveses de dili- Esrc emendimento sufragado no aresto mencionado é atenr6rio do prindpio da
gência a que era obrigado segundo as circunstincias do caso e as suas capacidades e conho- presunção da inocência cuja consagração constitucional resulta do artigo 32.• da CRP,
cimemos pessoais e se mosrre e:xcluldo o dolo pode o agente ser punido por negligência. aplicivd a qualquer processo de natureza sancionat6ria.

8 - Nos termos do artigo 13.• do CP. a punição a titulo de negligência :I$$Ume JURISPRUOtNCIA
foros de manifesta excepcionalidade, isto é, só nos asos especi:tlmence previ5tos no CP,
é punível o F.tcro pradcado com negligência. Assumo-se aqui regra diferente, ao se afi rmar PreJuliÇ~o J uris Tanturn
a
que :os contra-ordenações rribur~tias são sempre puníveis titu lo de negligência.
I -Faltando a prova do elemento moml, as contravenções não podem ser impura-
9 - Quanto à quest~o da violação de um dever geral de cuidado pode ver·se a das ao agente. 11 - Em matéria de contravenções, rem-se aceitado uma presunção de
argumentação expendida por BELEZA DOS SANTOS (RLJ, anos de 1967, pág. 162 e 1970 negligênci:a., presunção esta que sempre tem de ceder perante prova em controi.rio.
p:!gs. 225 e segs.), EDUAROO CoRREIA, op. tit., vol. I, págs. 421 e segs., e ainda fiCUEl· III - E.sr.a prova em contrário não cartc.c de convencer positiva.menrc da não verificação
I\EDO D IAS, O Problnmt da CÃmâmrín da Ilicitude <m Dírrito Pmnl, págs. 127 e segs. da n<gligência, bastando que, neutralizando a presunção, crie no espírito do julgador, um
estado negativo de dúvida, conquanto fundadaAc. SI'A, Proc. 001063 de 77-12-7, AO.
10- No direito civil a negligência ou mera culpa c-.onstltui a rcprovaçáo ou censura n. o 195 Ano xvn, pág. 365.
da conduta desrc~pcitadora dos interesses tutelados pelo direito que emerge da omissão
dos deveres de cu•dado ou de diligência que, segundo as circunstancias de cada caso, eram Infracções fiscais
c?•~cretamenre exiglvcis p.ra evitar o dano. Quando se reporte ao devedor - responsa-
bJhdade contratual - o jul1,o de censura que sobre este recai asscnca no facto de ele não I -• A infracção tributária assenta na possibilidade de um juCw de censura ao seu
te~ agido com a diligêncja ou com o discernimento concretameme exigíveis em ordem a agente, não bastando para a sua perfeição a verilic.•ção da mera materialidade dos F.!ctos
evJtar a f.lra de cumprimenro da obrigação a que se enconcrava adstrito. Também aqui em que exterioriza; II - .t., pois, seu pressuposto a cuiJ>a. abrangendo esra o dolo ou a
é possCvd conceber que nuns casos o devedor tenha previsro a f.alta de cumprimento como simples negligência. lll - Nas infracções fiscais o dolo não se presume, pelo que os
um efeito plausível da sua conduca c, noutros, que nem sequer se renha apetcebido de elementos que o definem carecem de comprovação. Ac. do SI'A. de 23-1-85 (Rec.
que a sua candura doscmboaria na impossibilidade do cumprimento. 2793), Aca. Dout. do SI'A, 282, 686.
246 Coimbra Editor•• Coimbta Editor•• 247
Diposi(Ões comum _ _ _ _ __ )Artigo 24.•)
.:.1Art
_ _,ig,_o_2_4.:.·_·.:.
1- -- - - - - - - - - - - Dispo1i(fi" npli<áwis ilJ <O!Jira·ordentt(firs

Negligência consciente 3 - A representação mental do resultado c a conformidade com ele pertencem ao


foro interno do agente, devendo o julgador partir de factos materiais consumados e dai
1 - Em simações d~ negligência inconsciente embora aceitando-se o critério nor- retirar o grau de pr6·figuração do resultado pelo agente, segundo a experiência comum.
mativo p:ua concluir se for.lrn cometidas uma ou várias infracçóes. com o que o concurso Ac. da R.E, de 20-1·87, BMJ n.• 365, pág.. 713.
não é aF.astado pelo f.acro de uma só conduta violar diversos preceitos - a opção advirá
dos concretos juizos de rcprov;oç:ío que se formulem, número esse a determinar pelas Contra-ordenação fiscal. Negligência. NA. Ocver de vigilância. Contabilista.
resoluções ou determinações de vontade do agente. Negligência
2 -Todavia, rudo isso (resoluções - vomade de rcaliur infracções), não se ajUSla,
em principio, aos chamados crimes involunclrios. Ac. do SI), de 25-6-86, BMJ o.• 358, I - 11 dever do comribuintc t.elar para que as declarações de impostos sejam emre·
pág. 283. gues na repartição de finanças, acompanhados dos respccri,•os meios de pagamento.
11 - Se o contribuinte omite essa vigilincia, dando azo a que o comabilisca da firma
Principio da culpa - Culpa cone<cta não cnrregue tais dcciH>çóes e embolse o dinheiro que devia ser enrregue ao Esrado,
procede com negligênci:a. Ac. do SIA de 2-7-2003 (Proc. n.• 01698/03).
I -O principio da culpa impõe-se, nos termos do artigo 13.• do C. Penal de 1982,
como fundamenro c limirc do poder punitivo do Estado (•reside na compreensão de que Imputação a titulo de dolo c de negligência
toda a pena rem de ter como $upone axiológico-normativo uma culpa concrW~J>- n.• 2
No illcito de mera ordenação social, como aliás, no il!cito criminal, a imputação da
do Preãmbulo daquele Código).
responsabilidade pela infrneção rcspcctiv:a pode ser feira atítulo de dolo ou de negligência.
. _2 - Niío é suficiente,, no caso de um transporte de droga, que o mesmo seja anti- O dolo e a negligência têm de comum o elemento inrelecmal, ou seja, a consciência
JUrCdtco e corresponda ao upo legal de crime do artigo 23.•, n.• I, do DL n.• 430/83,
da ilicitude. O que inexistc na negligência e exisre no dolo é a voncade do resultado
de 13·12. Tal &crualidadc, pal'll poder ser punida, além de ilfcira tem de ser rambém
produzido, ou seja, da realização do respccrivo tipo legal - o clemenro volitivo. O que
culp:lvel.
não significa que, m• negligência, nao exista vontade: a puniçáo a dtulo de ncglig€nci;'l.
3 - Os elemenros essenciais daquele crime não se conformam s6 em função dos
funda-se, ali:ls, na omissão voluntária de um dever. Só ·que essa vonradc não 6 dirigida
conceitos normarivos da ilicitude, mas também da culpabilidade. Ac. da R.E, de 24-1-87,
para o resultado, para a práriCll do illcito: é uma volunrariedade em sentido jurídico e não
BMJ n.• 353, p:lg. 527.
em scnrido psicológico, como acontece no dolo. Ac. do TCA, de 3·12-2003 (Ree.
Dolo eventual - Negligênd" n.• 5673/01).
Conua-ordenaçiío fiscal. Oolo. Negligência. Culpa. Auto de noticia. Âmbito
Só exisrirá dolo evenrual qu"ndo o agente tendo representado a realização de um
do recurso jurisdicional.
f.tcro CC>mo uma consequência poss,vel da sua conduta, acma conformando~ú com
aquela r-eali:..1ção (n. 0 3 do artigo 14.0 do C. Penal de 1982). Exige-sé, no dolo cvcn· A culpa que não se presume mas que por ser algo que, em regra, se liga ao caráCter
t~al, que o agenre se haja conformado com a possibilidade de realização. Caso contr:l· illcito·tfpico do fato respectivo csrá, em prindpio, ínsita na descrição desse facco pelo que
no, a sua condura será openas negligente, se se verificarem os de.mais pressupos.<os nos casos em que se prevêem tipos legais de infracção cometida com dolo e com negli-
estabelecidos no artigo 15.0 do mesmo C. Penal. Ac. da R.E, de 16-4-85, BMJ 0 .• 348:· gência preenchidos pela mesma materiolidadc, a descrição faetual terá imp!Ccita uma
pág. 483. afirmação da exist~ncia de culpa.
Na falca de referência explícita ao dolo deverá entender-se o facto como ncgligenrc
Dolo eventual - Negligência como forma mínima de imputação subjectiva de uma conduta a uma acruação. Ac. do
STA, proC. 0705/04, de 10·11·2004.
_1 - Se o agente, ao praticar um faeto e não obstante prever como possível a veri·
ficaçao de um resultado, nio renuncia a conduta, existe dolo evenru>.l. · EST UDOS
2 -Se o agente prev~ a possibilidade do resultado, mas reage desfavoravelmente ao
mcsm.o, actuando t3o-s6 por confiar que não surgira, verificar-se·á apenas~ negligência Sobre a t~tgligillcia pode ver-se o esrudo de KARL·HEINZ Gossa. Vtlbos ' 1101101
conse:tenre. wni11lm tia do111ri11a dn ntgligbtcút, Boi. da Fac. de Dir. de Coimbra, n.0 59. pág. 213.
248 249
(Art igo 25.•) (Artigo 25.•)
Difptm'rór.s romum - - - -

Acerca da punibilidade da ntglig2nrin, consultar: de ve7.cs que o mesmo tipo de c1·ilne for preenchido pela conduta do próprio ageme.
Relativamente ao concurso de contra-ordenações valem as regras estabelecidas no
- I IANS H FNRJCI J JESCIICK, Dolo y cnYJr dL tipo, TrataM de Derecbo f'tna~ Pane artigo 19.• do OL 11.• 433/82, aplicado aqui subsidiariamente por força do disposto no
General (vers!o esponhob do 'I'Ctulo onginal úbrbucb d-. Smzftedms, Berlin artigo 3.• des1e RGIT.
1978), Ed. Bosh, Casa Editorial SA, Barcelona, vol. I, págs. 394 e segs.
- JOiiANNF.S WF.SSF.I.S, 0 delllo romiJsivo doloso, Di,i/Q Pcnttf,I'arte Geral; Tradução 3 - No que otende ao preceito em anotação entendiam os serviços na redaoção
Brasileira, Ed. Sérgio António r.,.bris Editar, Porro Alegre 1976, págs. 25 e segs., anterior~ Lei n.• G4-N2008, de 31-12 (llide Ollcio Circulado n.• 60028 de 12-6-2003
e ainda na mesma obra O dtlito romissiuo ,cg/igmu (culposo), págs. 146 e segs.; da OSJT), que cm conjugaçilo com o ortigo 19.• da LQCO, a ki 11Áo aige o somatório
- MANUEl. CAVALEIRO FEJUWRA, lir6tt dt Dirdtt> Pena/, Ed. Verbo, págs. 302 matn111itico das coimas, 2111es se devendo aplicar, por força do artigo 3.• do R.G.l.T..
t se~.;
subsidiariamente as disposições da LQCO.
- TERESA 8F.J.F.7.A, Dirmo Ptnal, Ed. AOFL, vol. 11, págs. 565 c segs. Assim. nos termos do citado artigo 19.•. é obrigatórúz uma d«isíío única partt a
- Acerca do dolo, consuhar ainda, I!.OUARDO CORRLIA, Direito Criminttl, Livraria apÜcllfiD Je tuna só coimA qutr s~ nt4a puanu u'!' (()11tuno itk11l ou um €oncnno ""'
Almcdina 1971 , vol. I, p:lgs. 367 e segs. de taiJ infracf{ks. . • .
Sendo o limite múimo da moldura legal desta co1ma umc:a é fOrmado pela soma
Art:igo 25. o <W coimas concretamente aplica<W a cada unta das infracções que integram o concurso
Concurso de coutra-ordmAfões (artigo 19.•. n.• 1, da LQCO), mas sem exceder _o dobro ~o limi<~ móximo da c~n~ra
_ orden 2ç~o a que corresponder a coima com o hmue n1áxtmo mats devado c o Linute
As sanções aplicadas /Is con tra-ord enações em co ncurso são sem pre mini mo d.1 única coima apliclvd, é constituído pda coima concreta mais elevada.
objecto de cúmulo material. Desta form• e ainda prosseguindo o raciocínio que resulta do Oficio acima mencio-
nado, para determinar os limites máximo c mínimo da coima única aplicável, torna-se
REMISSÕES necesdrio:
Fixar previamente as coimas concretas que seriam de aplicar a cada uma das in(rac..
-Concurso de contra·ordenações: Artigo 19.• da LQCO. ções em concurso; . . . r •
- Concuno de infracções: Artigos 10. 0 RGIT e 19.• c n.• 2 do 20.•, ambos do Seguidamente somam-se essas coimas concre~as o que constttUJrá, ~m pn~Cl~IO, o
LQCO. . limite máxin'IO da coirmt lanica abstractamente aphcável ao concurso de mfracçocs,
- Montante das coirnnSI Anigo 26.• Verifica - se então qual d:lS contra- ordenações que integram o concurso é abs·
- Ver artigos 30.•, 77.• e 78. 0 do CP c ainda 52.•, 471.• e 472.'' do CPP. uacc~uncnce punível com coima cujo limite máximo é mais elevado;
- Ver artigos 30.•, n.• I {Concurso de crimes), 70." • 74.• (Escolha e medida da E calcula - se o dobro desse limite móximo mais d evado;
pena) d o CP. Compara - se cntiio a soma dru; coimas concre<as referidas em b) com o dobro do
limite m~ximo referido cm d);
NOTAS O li mite mb.imo da coima única absrraccamenre aplicável ao concurso de infracções
é o menor destes dois valores referidos cm <);
1 - Di~-se que h:l cúmulo material quando são sontadas as sanções aplicadas a cada Verifica·se finalmente qual <W coimas concretas referidas em a) é mais elevada e será
uma das infracções que integram o concurso. Distingue-se do cúmulo jurídico pelo F..cro esse o limite mínimo da coima única absrractamente aplicável.
de, neste. se formar uma sanção única ou torai, em que se unificam juridicamente as
sanções correspondentes a cada infraoção. 4 - Nos rermos da Circular n.• 73/2010, Série li, da OAIEC foi determinado que
f.ste preceiro rem a redação dada pela Lei n.• 55-N2010, de 31·12, que veio repor o artigo 25.• do Regime Geral <W Infracções Tributárias (RGID. na rcdaoção que lhe foi
(depois de grande poMmica e discussão no seio da doutrina e Jurisprudência) a regra do dada pel• Lei n.• G4-N2008, de 31-12- LOE 2009, consagrava, a reg~ do cúmulo
cúmulo marerial. jur!dico para a punição do concurso efOetivo de contra-ordenações mbu~nas, a qual, de
acordo com a jurisprudência do STA, se apresenava absrracrameme ma1$ f.tvotável ·~
2 - Em tese geral e na t&:nico adoptada pelo Código Penal, o concuno de infrac· contribuintes, pelo que d~a ser ~tplitado rttroattiwmmu aos protC1SDJ tontrll-4rdmacto-
ções determina-se pelo número de tipos de crime cfcaivameme cometidos ou pelo número nais ptnÂ~IIttJ, st áa 1u1111plica{iDtJD caso cont:rtto "Junáar uma sanfáo 11111is fowrtlwl 4D
250 251

~D::_ú'l.'P~os~iro~-~tS~<~o::_m~"::!"'!.- - - - -- - - -- - - - · - -- - - - -- - [Arr.igo 25.


4
(Arrigo 25.•] --------------'D~ispoJi('Õtt aplirdveis às NJntra~oTtÚIIii(Ótt ]

11coima.tlo (Acórdão proferido pelo STA, cm 21-1-2009, no pr<>e<.s.«> n.0 0928/08 - dis- 5 - Apesar do aposto, a Lei n.• 55-A/2010, de 31-12 (Lei do orçamento para
ponível em www.dgsi.prl; 2011) veio dar uma nova redacção a este preceito, volrando o verificar-se o cúmulo mate-
J>ara efeims de punição, o concurso efcccivo ideal (onde uravés da mesma condura rial como rcsultova da versão original.
o agente comere diversas infraeçõ<s) e o concurso efectivo real (no qual a uma pluralidade
de conduras do agenrc correspondem uma pluralidade de infr.cções) são equiparados 6 - Sobre a macéria da sucessão de normos no que respeita à punição do ooncurso
naquele anigo; de contra-ordenações rributárias c dos seus efeitos pr:lcicos resultantes da oltcraç>o legis-
No enramo. nem todas ns situaçô<:s que englobam a existência de várias violações lativa incrodu·l.idn pela Lei n.• 55-A/20 IO, de 31- 12 (LOE 201 1) no arcigo 25.0 do Regime
do mesmo cipo concra.-ot·denacional ou de vários tipos concrn·ordcnacionais se <:sgocam Geral das 1nfr:acções Tributárias {RGIT), vem • DGAIEC a transmitir, arr:avés do Circu-
no concurso efectivo de contra-ordenaçõos, podendo ocorrer a figura da infracção COilti- lar n.• 11/2011, do Série 11 que:
nuada, ral como prevista no artigo 30.0 , n.0 2, do C6digo Pen.al, aplicável às contra-ordena·
ç6es tributárias nos rermos conju&ados dos artigos 3:•, alrnea b), do RGIT c 32.•; Em fonrlío t/4 nova rcdll<(iÍO do artigo 25. • do RG/T, promovit/4 pr/o llrtigo 128. •
Quando, na área de umo mesma AIF.lndega ou Delegação Aduaneira, se detecte uma t/4 LOE 201/, o crmcum1 -foctiiX) tlt contra~rátnlt(Ót'S tribut4rim oolto1111 srr punitbJ
siruoção de concurso de contra-orden•ções aduonciras que englobe vários proc=os j~ dt acordo com a rtgrtt do cúmulo mAterial, qut bavitt tlltttlo tm m'gor ati
insc:turado.s, deverão os mesmos ser apensados por efeito de conexão. nos termos do 31-12-2008.
artigo 36.• do RGCO, ex vi anigo 3.0 , allnea b) do RGIT, com vista à aplicação de uma Rcmltnndo deft4 rtgra que a coima lltlica a apliCilr nas situa(Óef d, con1:1mo de
única coima cm cúmulo jurídico, desde que não tenha aindll sido proferida decisão fin:tl cofllm ..ordtllnções t·orrespondt unicnmenu à soma dm coimas parctlarts aplitntlas rt cadrt.
cm qua.lquer de.les; · wna daJ t:ontrrt~ord~naçóes que IJ imtgrmn, n m~smtt não se assume como abstmctammte
A coima única a aplicar ao concurso de contra·orden:tçóc:s, cm absuacco, deriva das mais jiJvordvel ao arguido ~~ n~na 11~tdidrt, apn1as d~verá ser apiicruft, aos procmos
coim:tS roncrccas que caberiam a cada uma das contra-ordcn2ç6es componentes do con· rt~ptilamts a conrra.-.ordroaçóa praticadtt.s a parrjr da data dtt sua ~tttraáa tm vjgor
curso, cm função das quais ser~ cstabelecida o moldura doquela coima único, dentro dos - 1-1-201 I.
limites que decorrem do artigo 25.0 do RGJT; Nntts taJOs, continua a tn411kr~~, tm absrratto~ a ntcc.siáaá~ át apnz.111çiío áe
Poro amo, caberá oo oplicador proceder às seguinrcs operações (Cfr. Manud Simu procnstJJ t~nJo tm vistA a apliazçáo tÚ 1111111 roinut tínita~ umA vn qut o roncuno ~r~
Sanros e Jorge Lopes de Sousa, in Conrra-ordcnaçóos- Anoroç6es ao Regime Geral, man«t como um ~kmento de conaáo de proussos~ nos ttmtas do n. • 1 Jq nrrigo 36. •
Vislis, }.• edição, Janeiro de 2006, pág. 204): t/4 Rtgimt Gtml do Ilícito de Mmt OrdtiiRfÍÍO Social (RGCO), ex vi alfnta b) do
11rligo 3. • do RGIT.
a) Fixar, em. primeiro lug:u·, as coimas concretas que scri:lm de aplicar a cada uma Fttce no cardcur mais gravoso partt o arg11ido da nova m lacr;iio do tmigo 25.• do
das infracções em concurso (ns quais deverão focar pcc-fcimmenre identificadas e RGIT, tt suuu11o de nonniiJ ora ocorritÚl obstard, no entanto, a que a npemaç/W de
discrimi nadas na rcspcctiv:t decisão); prou.uos ttniHt lugar ~mre p rocasoJ mptitallltJ a tontra~ordenllflits praJi(adttS na vig;n~
h) F-azer a soma dessas coima.s concretas que con.sdtuir~, em princípio, o limite âtt áa nnurior rtdoc(iiO do 11rtigo 25. • t pro<tssos ulativos 11 colltra-orátiiA(ÓN Morridos
máximo da coima únic:a abstrac-tamen(e aplicável ao concurso de infracções; no domfnio tia actua4 imponá~rsr. nntn casos, a ussnçáo tia contxíio, nos ttrmos do
c} Verificar qual das conma·orden>ções que inrcgram o concul'$0 é abstracramenrc aff11t11 a) t/4 n. • 1 tia llrhgo 30. • áo C4áigo át Pro<esso Ptnllf (CPP), 11plic4wlllo áomf-
punível com coima cujo limire máximo é mais dcvadOi nio contnl~rátnnâonnl tribut4rio, por efoi(() do áispos(() nos termos conjugados t/4 alí-
á) Calcular o dobro desce limire m~imo mais elevado; nta b) do artigo 3.• do RGIT t do artigo 41.• tio RGCO.
t) Comparar a somo dos coimas concretas referida em b) oom o dobro do limite No IJ'"mpeito à regra áo ctimulo jurfdico para n puniçíiiJ do COJICtlrtO dt con-.
m~imo referido em d); t/'(/•ordtnnçócs 1ributárias, aplicável a todas ttJ contra-ordenações ocorrrdns ntt
/) O limite máximo da coimn única abstracrumcnrc aplic:lvelao concurso de infrac· 31-12-201 O. continumn a vala ns instriiÇÕtt prct1istns 11a Circula1· n.• 73120 I O, Série/I.
ções é o menor destes dois valores referidos em c}; Al~riii•St para a circunstlincia d~ que n nplkafáOde coimt1 únjca nns sitttafÕtS dt
g) Verificar qual das coimas concretas, referidas cm 11}, ~ mois elevada e será esse o concurso tle comra..ord~mJçOa ap~nas ttm lugar. por naturua, tm sttft tlt tltcislío final,
limire mínimo da coima alnico abstractamente aplicável. ~m prtju~ da mptctiVII llfK'ISil(iÍO dr prMmos poátr MO'"r tm qualt[utr mommto
tia fosr 11áminismztim tio proasso de contrrt·oránutçiío (desde qut níio hajtt siáo proforit/4
Uma vez ftxados estes limircs, o aplicador decerminar.l, cm concreto. a coima única áctislío fit~al rm nmhum áos proussos mvoluitios). Tal nii4 inviabiliz.ll11 possibilidoát
• aplicar ao concurso, >tendendo aos crirérios enunciodos no artigo 27.• do RGIT. que o 11rguiáo ""'de, qutr nn momelllo amtrior à "P"'Sitfiio, quu 11pds a •~tSmll, poder
252 Coimbr" Edrlort•
253
(Artigo 25.•) DhptJsiçõcs apli~dt~eis às tontm~ordmllfÕts Disposiçórs ronm_m;__ _ _ _ _ _ _ _ __ __ __ _ _ __ _ _ _.:[_A_ru
;'.g"-o- 2;.
5...:..•)

optar p~lo pttKtlmento 1111tccipndo da coima rt!atitJamrnte a alguma ou algum11s dm Conexão de pro<lCSSO$ con tra-ordenacionais. Cúmulo das coimas. I nfracção
t01Jt'Ta-.QrtÜnaçór.s de que 11em ttcusadb, cftrtunndo o respectivQ pagamento da coima e continuada.
l'UJlas apiicártci.J.
De igual modo, friJd~se qta o tOIJCurso de conJra..ordtnaçóts ocorre sempre que I - A conex~o de processos contra-ordenacionais tem lugar nos termos dos arti·
11tr11vls dn metmd t:lmdurn o agtnt< cor>Wt ditJtrJIJS irif'acçóes (concurso tftctiw úÚa/) gos 24.• e segs. do C PP, por força do artigo 32.• do DL n.• 433/82, de 27-10 e só. opera
ou se rtgist<m uma pl~trnlidddt dt rondulllS do agmtt a q11t (l)rretpantkm uma plrmt· relativamente aos processos que se encontrarem simulrancameme na fase de anquénto, de
/idndt M infrnr(Õn (ttmtrmo t{trtitJo rtlll), intkptndmummt< dt as mamas raull4mn instruç5o ou de julgamento.
M ""' só ou de vlriOJ autos de tlotlriA ou participações. Date nwdo, é irrtltvanu para 2 - A partir da entr2da cm vigor da Lei n. 0 61-N2008, de 31-12 que, pelo
qt-iUJJ tÚ aforirio J" mímtrtJ dt infmtç&s a timtnsiÂncút tk tU mmnm ui"m relakltlas artigo 113.• alterou a redacção do artigo 25.0 do RGIT, passou a vigorar, com aplicação
num tíniro nut(l Jt notltitt ou p11rti'tip4(ilo. Assim, s4 dnJtttl JtT trttt4das CIJmo um11 só imediata, a ...,gra do cúmulo jurldico das coimu aplicadas por infracções tributárias em
iJifracráo tiS situll(ón que~ tiUJUdrtm n11 fig~tftl t14 inft,uriúl contÍIJutu/4 (prniJtd no processos de contra-ordemção.
n. • 2 do drtigo 30. • do C4digo Pendi < aplicd~<l às contm-ordnta~a triblftdrias nOJ 3 - Por forç.t do disposto nos anigos 3.0 , alínea b), do RGIT c 32.0 do RGCO,
termos tonjugados dn 111fma b} do artigo 3. • do RGIT t do n. • I do artigo 32. • do logram aplicaçio, nas infracçõcs tribudrias, a título subsidiário, as normas gerais ae<rc:a
RGCO). do crime continuodo definido no artigo 30. 0 , n.• 2, do CP, punido com a pena corres-
pondente 11 conduta mais grnvc que integrn a continuação. Ac. T CAS, proc. 03362/09,
JURISP RUDI.\NCIA Scc. Contencioso Tribut~rio, de 19-1-2010.

Unidade de infracções, pluralidade de infracções, unidade de resol ução, p lura- Contra-ordenação flscal não aduaneira. Cúmulo jurídico. Aplicação ~a lei
lidade de resoluções, ClOntinuaçiio criminosa. mais favorável.

Depende do número de re•oluçõcs a pr:hica de uma o u de um~ plu ralidade de I - Por força do artigo 113.• da Lei n.• 64-N2008, de 3 1-12 (Orçamento do
contra-ordc:naçõcs. Assim. se as diversas actividadt-s são cxpress.1o de uma única resolução Estado para 2009], que deu nova redacção do anigo 25 .• do RGIT, a regra do cúmulo
que a cod2s r •·eside haver:l a pr:ltica de uma única conua-ordenação; se há p luralidade de nuccrial dos contra-ordenações tributdrias em concurso foi substitulda pela regra do
resoluções as actividades que preenchem um determinado tipo contraordenacional inte· cúmulo jurldico.
gram tantas contra-ordenações quancru< as resoluções tomadas. Ac. RP d e 15· 1-2003 , II - E porque esse regime se apresenta abstracromente mais f.wor:ível ao arguido,
p ro e. n.• 0 240884. deve ser aplicado sempre que os coimas aplicad os a cada urna das co ntra-ordenações ainda
não cenhnm sido cumpridas. Ac. d o STA, proc. 0983/09, de 18-2-2010.
Con Ira-orden ação flscal. Concu rso d e infracções. C úmulo jurí d ico. Aplicação
d a l ei mais favorável Contra-ordenação flseal. Omissão d e pronún cia. Excesso d e p romíncia. Co n·
curso. Con tra-ortlenação. RG IT
Tendo o concribuinte pratic:~do v~rias contra-ordenações fiscais, deve ser punido
com uma coima dnica, nos termos do • •·tigo 25.• do Regime Geral das lnfracçoes Tribu- I - Embora a aplicação da regra de punição do concurso de· contra-ordenações
tárias [segundo a redacç~o do artigo 113.0 da Lei n.• 64-A/2008, de 3 1-1 2 (Orçamenco cons,.nre do artigo 25.• do rgit seja logicamente posterior à decisão sobre a verificaçio
do Estado para 2009)]. Ac. do STA, proc. 0928/0 9, de 21-1-2009 · destas, ene<ndendo-se que, sendo aplicada uma coima única, recomenda-se que seja orga·
niudo pela autoridade competente um único processo e seja proferida uma única decisão
Contra-ordenação fiScal. Concurso. Cúmulo jurídico. Cúmulo material. de aplicaçio de coima, c estando fixado no probatório que o comporratnemo de que a
~rrcnte foi acusada nos presentes autos repe<Íu-se várias ,,ez.cs ao longo do ano de 2004
I - f-ace ao disposro no arrigo 25. 0 do RGIT (na redacção inrroduzida pelo e 2005, para at.!rn de que dos próprios elementos constantes da decisão adminiscr.uiva de
anigo 113.• da Lei n. 0 64-N2008, de 31-12 (Lei do Orçamento} a prática de várias aplicação da coima decorria que a sua pririca era •&equeme"' e a recorrente trouxera ao
infracções fiscais ~ punida com uma única coima. processo informação c documentação referente à existência de dez outros processos de
II - O cúmulo é O$$im jurídico e não material. Ac. do S'L\, proc. 0631109, de contra-orden•çio tribm~rios, afigur.t-se admissível, por razóc:s de economia processwl, o
9-9-2009. pr~vio conhecimento da questlio eleita como decidcnda e bem assim que, assumida •
254 255
(Artigo 26.•) Disposirics C()mum !Artigo 26.•)

con~uência de •nulaçáo da decisão administrativa de aplicoçáo da coima pora que a - Ver também rd:lrivomente ~ roima, ainda: Anigos; 3.•, alíneo ti) (Exc:cuçáo), 7.0 ,
Situaçao fosse contemplada à luz da (nova redacção) do artigo 25.• do rgit, se consideras- o.• 5, e 8. 0 (Responsabilidade pelo pagamento), 23. 0 (Limites), 24.•, n.• 2 (Negligência),
sem prejudicad:ls :lS quesrões suscitadas pela t'ecorrente, tanto mais que também essa nova 27.• (Medida da), 29. 0 c 30. 0 (direito à reduç5o), 31.0 (Correcção) , 32.• (Dispensa e
decisão de aplicaçáo de coima única· sempre seria susceprfvel de recurso; não havendo arcnu:Ição especial), 34.• (Prescrição), 52.• e 76.• (Competênci:> parn aplicação), 53.•,
nessa medida, prcjuC1.o pam a recorren te. ' 80.• c 81.• (Recurso da aplicaçáo), 61.• (Exrinçlío do procedimento), 6~ .0 (Nulidades),
li - ~ão sen~o poss(vel ao tribunal "a quo" fixar a coima único ~plicável às con- 65.• (Exewçáo), 67.• e segs. (Processo de aplic.•çáo), 70.•, n.• I, e 75.• (Pagamento ante-
~ra~rdenaçocs fisco~ cm COitCUllO nos rermos dos anigos n.• c 78.• do Código Penal, cipado), 78.• (Pagomento volumário), 79.0 (Requisitos de aplieaçáo), 83.• (RccullO da
JUSDfico-se a anulaçao da dectsão administrativa de aplicaçáo da coima c a reme$Sa dos senrença), 85.• e 86.• (Competênci• pora a rc:visão): Ver ainda anigos 82.• (C..duádade),
au<os à Admininraçáo fiscal para que esro o fuç-.. Ac. do STA de 30·3-2011 roc. 18.0 (Determinação da medid• da) 89.• (Execuçlío) 17.• (Monranre da) 88.0 (Pagamento)
n.• 0757/10 ' p 29.• (Prescrição) 30.•-A (Interrupção da prescrição) da LQCO.
- RC>ponsabilidade civil pdas multas e roimas: Artigo 8.• do RGIT. Ver ainda
ESTUDOS artigo 129.• (Responsabilidade civil emergenre de crime) do CP.
- Responsabilidade criminal: An igos 11. 0 ( Pessoal), 118.0 a 128.• (extinção),
Sobre a questlo do cúmulo jurfdico e material das penas pode ver-se CAVALEIRO do Cl~
FERREIRA, DirriUJ Pmal, vol. II, pág. 320. - Responsabilidade das pessoas oolectivas e equiparadas: Anigo 7.• do RGIT
c 165.• do CC.
Artigo 26.• - Respon.sáveh civis: Artigo 49.• do RGrr:
Montame das coimas
NOTAS
1.- Se o. contrário não resultar da lei, as coimas aplicáveis às pessoas
I - A responsabilizaçáo conrra ordenacional das pessoas rolectivas emerge da con-
Clolectivas, sociedades, ainda que irregularmente constituidas, ou outras enti-
sideraçáo geral feira no senrido dç que esras estão dor>das de pellOnalidadc jurfdica, a.
dades liscalmente equipandas podem elevar-se até ao valor máximo de:
qu;~l se: considera iniciada no momento da sua Consutu.ição e terminacb com a sua disso-
luçiio. Ainda que juridicamente se diga que nt5taS enridades, a personalidade jurldica é
a} € 165 000, em caso de dolo; instrumental e nao natur:d, como sucede com as pessoas singulares, e logo assim com
b) € 45 000, em caso de negligência. umn ubrangência esuiramcnte necessária à prossecução dos seus fins, é nela que se apoia
a ronsideraçlío da sua respo nsabilização pessoal, de resto, na linha do que j:l vinha esta-
. 2 - Se_o contrário não resultar da lei, as coimas aplicáveis às pessoas belecendo a LQCO e unto os RJIFNA- artigo 18.• - e RJIFA - •rtigo 17.• "A
saogula.res nao podem exceder metade dos limites estabelecidos 00 número personalidade juríruca é pois, como a singular, uma reolidade do mundo Jurldioo, mas
anterior. rendo subjacente uma rc:alidade exrra-jurldico. Só que tal realidade é assu diferente da
3 - O montante mínimo da coima a pagar é de € 50, excepto em caso I que intervém nas pessoas singulares. Quanto a t5tas, a pe=nalidade jurldica tem romo
de redução da coima, em que é d e € 25. I ped,!:stal um ente corpórc:o provido de individualidade f!sico-ps!quico narurnl. Nas pessoas
4 -Sem prejuho do disposto nos números anteriores, os limites mínimo colectivas, o substrato d:o pc1·sonalidade jurldica é formado por organil.1ÇÓCS de homens
e_máximo das coimas previstas nos diferentes tipos legais de contra-ordenação, ou de homens e de bens dirigidos~ realização de inrcresses comuns ou colectivos (neste
sao_elevados _para o do~ro sempre que sejam aplicadas a uma pessoa colectiva, st:ntido, cft. MANUEL DE ANDRADE, Tcoria Gun/ dn fi•IAçáo jurfdícn, vol. I, pág. 50}.
soaedade, amda que Kregularmente constitulda, ou outra entidade fiscal- Os n... 1 e 3 passaram a ter a redaeçáo da l..c:i n.• 64-B/2011, de 30·12 (Lei de
mente eqoipanda. Ü!Ç2mcnto para 20 12). Es1a altcraçlío veio subir os li mires absrraaos absolutos das
coimas aplicadas neste RGIT. Este aumento está em consonancia com a subida dos
REMISSÕES ~ limites abstracros das roimas operada por esra Lei de Orçamenro.
~
- Ver anigos 7.• e 18.• da LQCO. "' 2 - A elevaçáo para o dobro dos li mires mlnimo e máximo assenta na consideraçáo
-Ver artigo 27.• (Dererminaçáo da medida da roima) do RG IT. j genérica de que as pessoas colectivas-, por razões ::uincntes ao seu substrato e organização
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(Artigo 26.•] J)isposirõa ttplifdwis às (()11/ra-ordennr&r Disposifics Ml!llms (Artlgo 26.•1
- -- - - - ' - --'-

formal que se considero adequad• ~ realização dos seus fins, a qual, de par com uma 5 - O n.• 4 do artigo cm anotação foi objtcto de rectificação pela Declaração de
capa< idade económica tcoricamcn•e superior, a f.u. incorrer num juho de cen.surabilidade Rectificação n.• 1512001. publicada no DR n.• 180, Série 1-A. de 4-8-2001 e o n.• 3
de diferenre grou jUStificando uma maior punição. Sendo, como é conhecido. a pessoa revc a redacção d2 Lei n.• 53-N2006, de 29-12, que baixou os limires abstroctos mlnunos
colecriva, uma organi.z..1çáo de realidades onde se integram mmo um conjunro de pessoas a aplicar ~s coimas rributárias de € 150 para € 30 (com a LO 2012. passou paro € 50).
tidas por capa;;...es como um pauimónio ajuscado aos fins em visla, enrende-se que a pc.'i~
soa colectiva escl. normalmente. adequadamente apetrechada a d:tr adequada resposta ~s DOUTRINA
obrigações emergentes dos seus :lCtOS, entre a..o; quais se concmn as de n;uureza tributária.
Na verdade. a pes:~oa colectivn é um 'lpntrimónio de aftctslft1o'', como lhe chama, eloquen- Oficio Circulado n.• 7 808-DSJF, de 1997-9-24
temcnrc,JOÁO D.E CASTRO Mto.NOF.S, 1éoria Geral do Dirá/o Civil, vol. I, pág. 493, cd.
policopi:tda, um património especificamente orient•do par.a a prossecução de cercos ime-- RJIFNA - responsabilidade penallpcs.colcctiv- responsabilidade penaUagente
r = e fins que tem a orientá-lo, segundo critérios de competência, pe5SOas singul:m:s, singular - responsabilidade cumulativa ·
que actuam no inrcn:ssc interessado ou egofst3 que a caraacri23.
( ...)
.3 - A elevação dos limites m~ximos das coimas rehnivamcnrc :aos estabelecidos no
artigo 17." do DL n. 0 433/82, de 27- 10, justifica-se pelos valores que cvcnrualmente III - INSTRUÇÕES
scjnm postos em causa por ilícitos de natureza ftsca1 mas que, npcs:u disso> não assumam
c traccerísl'icas eticamente reprov:tvds como cri mes fiscais. Por outro lado. a amplitude Apli01ção dos artigos 6.• e 7.• do RJIFNA bs contra-ordenações fiscais
da coima permirc à em idade fiscal competente para a sua aplicaçfto ponderar devidamente t) Os artigos 6.• e ? .o do RJIFNA, incluindo a regra da responsabilidade cumula-
a ju.n iça da mesma e a sua proporcionalidade ao in fractor, sabendo-se que os limites tiva por infracções praticadas por pessoas colectivas, conrinuam a aplie<~t-$< ~ contra-
mbimos só em casos excepcionais dc:v.:m ser aplicados para poder haver uma graduação ·orden•çóes fi.~e•is, nio sendo a alteroçfto ~ redacção do artigo 22.•, do mesmo diploma,
ponderada das diver$:1$ infracçôcs verifiC:Idas. ê nesta ~= que o bom senso e a expe- condicion:an1e ck entendimenro diverso, com efeito:
riência cem uma palavra a dizer de forma a evitar exageros e di.s.rorções que se devem
repudiar. Essa ~ a regro no direiro penal sccund:lrio, no qual se incluem as infra~s
fiscais não aduaneiros e, rambém, no regime geral das contra-ordenaçôcs (arn·
4- Conscienre de que as infracções tributárias (crimes e conrra-ordenaçóes), são gos 7.• e 16.• do DL n.• 433/82, de 27- 10 c artigo 4.• do RJIFNA};
csscncia~menre praticadas por pessoas colcccivas. esl'e dispositivo do m\mero 4 vem numa A sistemática do RJIFNA assim o comprova, incluindo-se os artigos 6.• e 7.0 na
tcntaciva de prevenção geral. pretender funcionar como cricério dissuasor da prácica deste Parte I (Prindpios Gerais) e Capitulo I (Disposições comuns), reforçada, de
tipo de ;nfracções. E de uma análise atenra aos limites t~bmactos constantes de alguns forma esclarecedora, pelo artigo 4.0 do 0 !. n.• 394/93, de 24-1 I, e confirmada
tipos comra-ordenacionais grnves, dcsignad:tmeme os aduaneiros, constatamos que esta pelo n.• 4 do artigo 25.• do CPT.
inrenção náo é rão inocente quanto isso e tem um propósito bem definido. um-a vez que
as coimas se elevam a monranres de € 165 000. f acerca da interpretação deste número 2) Sendo tod• a responsabilidade penal ou comra-ordenacional uma responsabilidade
4 e da sua conjugação com o número I que se levanram algumas questões na doutrina. subjectiva, a mcsm• regro deverá ser extensiva ~ pessoas colectivas.
Tendo em conta que já resulta do lei que as infracções constantes dos artigos 108.• e 109.• Neste caso, e arcndendo à ficção jur!dica que constitui a pessoa colectiva, o grau de
deste RGIT já são punidas com limites abstracros de € 165 000, quando praticadas por culpa desta é medido pelo da pessoa ou pessoas singulares que agiram em nome c no
pessoas colectivas os limircs máximos devam-se para € 330 000? Parece-nos que não. interesse daquela, imputando-se, nonnativamcnrc, à respectiva pessoa colectiva, a culpa
Até pela letra do n.0 4 <1ue refere .. . •sem prejuízo dq disposto nos .nú11ieros anteriores... " psicológica verific:oda nos agentes si>1gul"'·cs. E sendo de concluir pelt~ puniç;to da pessoa
que parece estabelecer um regime vÍJlcub civo em relação ao que se estabelece no ntíme.:Os colectiva ou entidade cquijY.trada, sempre haver:i punição cumulativa da pessoa singular
I , 2 c 3. Assim sendo. Os limites constantes do n.0 I funcionariam como limites abs- que culposa.meme praticou maccrialmcme os f-acros positivos ou negativos punidos, a
ttaetOS absolutos, só podendo ultrapassados quanodo taxativ•meme tal resultar da lei menos que se verifique a causa de exclusão • que se refere o n.• 2 do •rtigo 7.• do
(oquc j~ são os casos dos artigos 108.• e 109.•). Neste sentido embora com argumenta· RJIFNA.
ção diferente veja-se, Jorge Lopes de Sousa e Manuel Simas Santos, RGIT anoltldo, Do exposto, decorre a necess3ria responsabilidode cumulativa ou concomitante da
3.• Edição, Áreas Edirota, 2008, p~g. 288. pessoa ou pesso:os singulares que agiram em nome da pessoa colectiva, podendo afirmar-se
258 259
IArt.igo ZG.oj Ditposirõrs 11pli~ár~r.iJ lu ('()nh~4>rdmarõts
~~~--------------~ !Artigo 26. •i
Di~oúr6n ~ro~"~"~"~"--------------------------------------------~--~--~
que se verifica co-autoria sempre que as primeiras sejam condenadas, independentemente
de! se tr.a tarem de crimes rribuclrios comuns, lisca.is ou adu2neiros. :o
tal d• vida económica e que a pers<guiç2o da maior pone das infracções .d~reit~ eco-
nómico p:usa pela nc=sid•de de punir penolmcnte, ao lado das pessoas ond1v1du:us que
l'.Sl'UOOS agem como seus órgãos ou represenronrcs, a própria pessoa colectiv:~. VI -- ~. porém,
manifesto que mesmo nesca perspectiva n5.o <X:orre qualquer violação d.e. pr:Ceico ou
Responsabilidade de pessoas colecti>11S princípio conscicucional pela norma legal que estabelece aquela responsob1ilwç~o penal.
Vll __ A consagraçao legal da responsabilidade individual ao lado da ~csponsab•ildade do
A rr:sponsnbilidnde ju,.fdico-ptllttl dtJ empmn e dos seus t!rgt1os (ou uma reflexão sobre ente colectivo pelos mesmos fuctos não viola o prindpao do .ilnon bts 10 1d~mn, constante
o :oheridade nas pessoas colectiva.<, ~ luz do direito penal), in Revista Portuguesa de
do artigo 29.•, n.• 5, da Consriruição, umn vez que não exiSte um duplo JUlgamento da
Cié!ncia Criminal, 1992, 4, 537.
mesma pessoa pelo mesmo facto. Ac. do TC. n.• 212/95, de 20-4-1995 (P. 490/92),
Boi. do Min. da Just., 446 (suplemento), 655.
jURISPRUOtNCIA

Pessoas colecti= Pes.soas colectivas

A responsabilidade criminol das pessoas colectiY:Is, que é possfvel, não pode fundar-se As pessoas colecdvas podem ser criminnlmentc responsabilizadas nos crimes c~~tra a
exclusivamente no artigo l i." elo Código Penal, devendo pam o <feito existir disposição economia, nos tormos do OL n.• 28/81, embora, como é óbvio, não possom s.:r SUJ<Iras à
expressa. Boi. do Min. da Just., 448, 424. pena de l)l'is~o. Ac. da RL de 14-1-1987 (Rcc. 21 960), Col. de Jur., 1987, 1, 151.

Responsabilidade penal das pessoas colectivas Responsabilidade adua.neira

I -- O anigo 12.•, n.• 2, da Constituição, na medida em que esubelcce que -as ! - O sentido ulliforme da doutrina e jurisprudência p~trias sempre foi o de recu-
pessoas colectiv:IS goum dos direitos e estão sujeiras aos deveres comparlveis com a sua sar, como regra, a atribuição da qualidade de sujeitos activos de infracçõts criminais às
na1urez:v, pcrmi[e concluir que, se a res-ponsabilização criminal das pess<XJS colectivas n5o pessoas col<et ivas. . .
puder ser entendida como compadvcl com a sua nacurC'Za, emão, não seria possível ade- II -- Nos termos do anigo 24.• do Comenc1oso Aduane1ro, .os representantes ~e
quar ral responsabilização com a Lei Fun<iamcnral. !I-- O prindpio da individualidade uma sociedncle que. no exerdcio de accividade deste. tivessem comeudo uma. tr:ans~r~o
ela respons.1bilidade criminal não tem consagração expressa, sendo certo que o preceito fiscal, só podiam ser condenados como agentes desta transgressão desde que mdlVIdual
que, em direito ordin:lrio, esrabclcce tal principio esrá concebido por forma a admiri•· ou pessoalmente dvessem sido notificados pnt{t concestar e apresentar :l su~ ~efesa.
excepções (artigo 11.• do Código Penal). III -- A responsabilidade criminal das pe.ssoas 111 - DaC que a sua condenação, sem que lhe fossem abertas as f:1ses de acusaçao e de
colectivas admitido hoje, essencialmente, ao nlvcl do chamado direito penal secundário defesa, tr>duza ofensa do principio do contraditório e constitua processual nos termos do
ou do direito penal económico, no direito penal do trabalho ou enfim do direito pellal anigo 70.• do ContenciosôAduaneiro. Ac. do S.T.A. (f.P.) de 30-l-1985 (Rec. 2649),
do ambiente assoma na absolura n<eessidade de usar os meios repressivos próprios do Acs. Dout. do STA, 287, 1267.
direito criminal no combate das novas fonnas colectivas de delinquência aliada à inope-
rúncia das $3.JlÇÓCS criminais u.su~is relativamente aos cnres colectivos. IV- O dever de Pes.soas colectivas
responsabilidade criminal d.., pessoas colectivas é hoje entendido como um dever perfei-
ramcntc compatível com a n:-cut·eza própria daquelas entidades c, por is..'io, a norma do Uma pessoa colectiva-- sociedade comercial-- pode ser susccptlvel, a fàce do direito
>rtigo 3.• que no DL n.• 28/8~. de 20-1, consagr;o tal responsabili1"oção criminal não penal vigente, por infracções conrravencionais punidas com multa. Ac. da RL
COntraria o :migo 12.• da Consriruição. V -Mas, na medida cm que a Constituição de 27-4-1983 (Rec. 5209), Boi. do Min. da Just., 333, 508.
(artigo 2.u) comere ao Estado de direito democrárico em que se consubst•ncia a República
Portuguesa o respeito e a garantia de efectivação dos direitos fimd•menrais e o objectivo Medida da Coima. Limites da Coima. Pagamento Voluntário. Principio da
de rcalizat a democracia económica, teN. de ser esre preceiro conscimcional o verdadeiro Igualdade
parimetro de conformidade com a Lei Fund•mental da responsabilização penal das pes-
soas colectivas, uma v.:z mosrmdo que a preservação da confiança é um valor IUndamen- O julgador em processo de eontra-ordenaç:ío aduaneira c no que respeita ~ med~da
de coima, apenas est.í baliudo, quanto ao seu Imute mVumo, pela norm~ punmva
26o
Coimbra Editoro • 261
)Artigo 26.• ) Dispo;t'rõcs apli~dt~tis às toni1~1Jrdmações )Artigo 26.•]
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apl idvel e pelas regras co nstantes dos art igos 17." do RJIFA e 18 e 72 d o DL no Ol. n .o 433/82, de 27-10 e do DL n.• 17/91, de 10-10, às regras gerais da audiên-
n.• 433/82. cia consran~ts do Cód igo de Processo Penal. 11 - Não tendo o M inistério Público
O mon.anrc da coima, determinado segundo as regras de pagamento volu mário oportunamence requerido a comparência do aucuante em audiência. a não aud ição deste
previstas no artigo 65.• do RJIFA, não constitui limire máximo da medida da coima a pelo Tribunal não constiwi vfcio de julgamemo. lii - O principio da investigação
aplicar na dc:cisõo final, quer pela autoridade admüüstrativa quer pelos tribunais. oficiosa rem os limires previstos na lei e e.<rá condicionado, desde logo pelo principio
Não viola o artigo 13.• da C.R.P., que nao exige igualdade absolma nem proíbe da necessidade. IV-O jufr.o de necessidade ou de desnecessidade de diligências de
discriminações, a scnrença d:a 1.• Instância que condenou o arguido em coima superior prova não vincuhdas ou não tarihdas, rributário da livre apreciação cridca dos julgados,
à que resulraria da aplicação das regras do pagamemo voluntário por serem diferentes as na própria vivência c imediação do julgamento. constilUÍ pura questão de facro insus·
siruações daquele que se aprcsenra a pagar voluntariamente c do que aguarda decisão final. cepdvel de fiscalização pelo tribunal de revis"'. V - A semença proferida cm rCCuf$0
Ac. SD\ proc. 022153 de 98-2-11. de decisão adminisuoadva que aplicou uma coima rem de obedecer aos requi.siros refe--
ridos no artigo 374.• do Código de Proc<"SSO Penal. VI- Não comendo tal scmença
Graduação de coima nem a idernificação do arguido, nem a enumeração dos factos provados e não provados,
nem fazondo qualquer exposiçlo dos morivos de facto e de direito que fundamentaram
I - Na graduação da coima dever.! atender-se b várias circunS1incias dcscriras no ~ decisão f~Clic;a. nem indicando as provas que serviram para formar a convicção do
ardgo 190.• do Código de Procc:sso Tribur~rio. II-& a decisão que aplica a coim• é a~ tribunal enferma de nulidade. Ac. da RC de 6-3-1997 (Rcc. 7191), Col. de Jur.,
Juramente omissa na indicaç:to de ra.is circun.stincias enferma a mesma de fãlta de rcqu.is.iros . 1997, 2, 45.
legais. I l I - Nesta hipótese ooorre uma nulid•de insuprível em processo de contra-ordena-
ção. Ac. d o S.T.A. de 16-4-1997 (Rcc. 21 220), Acs. Oout. do STA, 432, 1432. Contra-ordcnafÕCS

Competência para execução d e coima


Ainda que seja judicialmente declarndo nulo o acto adnünistrativo, consisteme na
aplicação de uma coim:l, por incompc(ência material da aum ridadc q ue o praticou, o
A competência para a execução do pagamento de coimas aplicadas administrat iva-
respeccivo prOCC'SSO não deve ser mandado a rquivar, mas a mes ·ser ~emerido à autoridade
mente ca be aos tribunais crim inais e níio aos t ribunais cíveis. Ac. da RCde 9-4·1997
:a.d m inisnaciva comperen te para a sua instrução e aplicação da coima. Aç. da RL
(Rcc. 49/97), C ol. d e }ur., 1997, 3, 45.
de 19-3-1996 {Ree. 599), C ol. d e Jur., 1996, 2, 139 .
Compe têncla para execução d e coima
Contra-orden ação ftsc"l
O tribun:\1 competente para a execução d estinada à o bte nção d e pagam ento de coima,
imposta p elas au ro rid:tdes admin istrativa, é o q ue scrh co1flpetentc p am o recurso da [ - O mln imo d" coima é o q ue a lei determinar. II - A le i fiscal é inte rpretad a
decisão c m que renha sido aplicada. Ac. d o S.T.J. d e 5-12-1996 (P. 746), Col. deJur., como qualquer ourra lei, obedecendo aos mesmo princíp ios (artigo 9." do Código Civil).
1996, 3, 201. Ac. d o S.'f.A. de 11-1-1995 {Rec. 18 83 1).

C ompetência pa ra execu ção de coima Em processo de conrra-ordenação, o requeriment o de i nrerposição de recurso da


decisão da t.• j nsdnci~ deve .ser sempre motivado. ou seja, deve ser acompanhado de
O rribunal competente para a execução de uma coima, por falta de p agamentO, é o morivação, sob pena de rejeição. Ac. d a RL d e 12-10-1994 (R et. 33 390), C ol. de
que seria competente para conhecer da impugnação da decisão administrativa q ue aplicou J ur., 1994, 4, 151.
essa coima. Ac. da RL d e 2-7-1996 (Rec. 261), Col. d e J ur., 1996, 4, 151.
Legit im idade para recurso
Contra-ordenações
A autoridade adminiStrativa que aplicou a coima não pode recorrer da scnrença do
I - A audiência de diJCussão c julgamento de recurso de decisão admirüstradva rribunal de I.• itiStância que revogou a decisão de aplicação da coima. Ac. d a RE d e
que aplicou uma coima está submetida, na aus!ncia de disposições específicas in.ren:u 12-7-1994 {Rcc. 297194), Col. d e Jur., 1994, 4, 1:18.
262 263
[Artigo 26. •) Dhposi('Õtl apliráwiJ às rontrtt-()TtÚIUt(ÓtJ [Attõgo 26.•]

Contra-ordenações do prec.c:ito legal posto cm crise, e, por outro lado, que se fàça a dcmonsu,.ção de que
essas normas foram aplic>das na decisão impugnada como seu suporte normacivo. 11 - A
Não tem narurcta judicial o prazo mencionado no n. 0 3 do artigo 59.• do DL distinta naturc7.a do ilícito criminal e do ilrcito de mera ordenação social rcfleae·se no
433/82, de 27-10, com a alteração inrrodutida pelo DL n.• 356189, de 17-10. Ac.
11. 0 domfnio do cxercfcio da competência para legislar sobre tais matérias, assim, enquanto é
do S.T.J . n.• 2/94 de 10-2-1994 (Publicado em 7-5-94). da exclusiva comperência da Assembleia da República salvo autorização ao Governo defi-
nir crimes e penas em sentido estrito e legislar sobre o regime gemi de punição das con-
Impugnação judicial de coima tra ot·denaçõcs c do respectivo pt·ocesso jd é da competência concorrente da Assembleia
da Rep(tblica e do Governo definir, dentro dos li mires do regime gemi conna-ordenações
O praz.o de 8 dias, a que se reporca o >rtigo 59.0 , n.• 3. do DL n.• 433/82, de 27-10, e respectiva punição, garantido pelo artigo 59.•, n.• l , do DL n .• 433/82, de 27-10, com
pua impugnação da decisão da autoridade administrativa ~ um pra2o judicial, o qual se efectividade e permanência o direito de impugnação judicial das decisões das autoridades
suspende nos termos do n.• 3 do anigo 144.0 , do Código de processo Civil. Ac. da Rd. administrativas aplicadoras de uma coima h4-de concluir-se que as normas dos artigos 33.•
do Porto de 24-3-1993 (Rec. 644/92), Col. deJur., 1993,2,237. e 3.•, n.• 1, do mesmo diploma niio aremam por qualquer forma contra o principio da
reserva da função jurisdicional aos tribunais consagrado no artigo 205.• da Constituição.
Contra-ordenações IV - E, do mesmo modo, tais normas também não afectam o disposto no arrigo 211.•
do texto constitucional uma vez que aquelns :turoridades administratiV".a.S nfio dispõem em
O prazo de impugnaçáo judicial da decisão da autorid:tdc ndmin istmtiva que aplicou caso algum de uma competência criminal cspcci3lizada, limitando~se a cfccnwr o proces-
uma coima suspende-se dUt':lllte as férias, sábados, domingos e feriados. Ac. da RC samento das conrrn--ordcnações por form:' a tornar possh•el a imposição das respectivas
de 17-3-1993 (Rec. 52193}, Col. de Jur., 1993, 2, 57. coimasJ que tem natureza distinta da do.s illciros criminais. V - lU normas dos ani . .
gos 20.•, altnca a), 31.•, n.• 1, 32.0 , n.0 I, aiCnea c), c 34.0 , n.• I, do DL. n.0 432/83, ~e
Pr.w> pua recuno 3-12 náo do organi<:2meme inconstitucionais pois o Governo, para a.s c:dnar, não cuec•a
de qualquer credencial parlamemar; com efeito, a criação no ambito do Ministétio do
I - O recurso de impugnação da decisão da autotidade administrativa que impõe Comércio e Turismo do Conselho da Concorr~ncia ao qual é conferida competblcia para
uma coima deve ser interposto denrro do prazo de 8 dias conrados após o conhecimento decidir os processos relativos a práticas restritivas da concorrência e para ptoeeder à apli-
da coima aplicada por essa autOridade administrativa. II - A apresentação à autoridade cação das respectivas coimas, cabendo das suas decisões recurso nos termos da lei geral
administrativa de requerimento a solicitar a anulação ou redução da coima, aliás, nâo tem uaduz..-sc numa solução legislaciva intciramcnrc harmónica com a lei ..quadro dos actos
qualquer efeito interruptivo ou suspensivo daquele prazo. Ac. da RL de 9-3- 1993 (Rcc. illcitos de mera ordenação social. VI - Nos processos por contm-ordenação n:ío tem
3309), Col. de Jur., 1993, 3, 153. sentido uma instrução comraditória destinada a defender os arguidos contm o vexame de
um julgamento criminal que no C3SO não tem lugar; por isso as normas dos artigos 18.o
~razo para recurso allnca c), 19.•, n.• 1, 28.• e 29.•, n.• 1, do DL n.• 422/82 ao arribuCrcm à Direcção-
-Geral da Concorrência e Preços compettncia para organizar e instruir os processos pelas
I - O prazo judicial é aquele período que media entre dois actos judiciais pratica- contra-ordenações a que se reportam não ofendem o disposto no artigo 32.•, n.• 4, da
dos num processo judicial. 11 - O prazo de 8 dias, referido no artigo 59.•, n.• 3, do Constituição. Ac. do TC n.• 158/92, de 23-4-1992 (P. 103/91}, Boi. do Min. da
DL n.• 433/82, de 27-10, para interposição do recurso da decisão de coima aplicada pela Just., 416, 326.
autoridade aduaneira, não é um prazo judicial pelo que nrio se lhe aplica o artigo 144.o,
n.• 3, do Código de Procc.<SO Civil, mas sim o artigo 279.•, do Código C ivil. Ac. do Limites <las coimas
S.T.A. de 20-1-1993 (Rec. 14 557), Acs. Dout. do STA, 380-381, 891.
I _:. S5o inconsrirucionais, por violação do artigo 168.•, n.• 1, alCnea ti), da Cons-
Contra-ordenações tituição, ns normas que fixam limites mix.imos das coimas acima do montante máximo
permitido pelo anigo 17.• do DLn.• 433/82, de 27-10, como acontece com o artigo 162.•
~--:Para a admissibili~dc do recurso previsto na allnea b) do n.• 1 do artigo 70.• do Regulamento Geral das Edificaçóes Urbanas, aprovado pelo DL n.• 38 382, de
da let n. 28182, de 15-11 tmpom por um lado que o recorrente haj• suscitado durante 7-8-1951, na redacção que lhe foi dada pelo DL n.0 463/85, de 4- 11. 11 - Quando o
o proc:euo a questio de constitucionalidade de modo directo e peroepdvcl, com indicação Tribunal Constitucional confirma a decisão recorrida deve utilizar-se sempre a •fórmula
2õ4 Coimbra Edito,o• 265
(Artigo 26.•) Disposi(6t:s npiüáuâs às ronrm-ordr nti(ÓCI Dispwiçót:s comu1u [Aroigo 27.•]

.:negar provimemo :.o recurso•, mesmo que $C trate de recurso obrigatório do Ministério de 27-10, o que significa que não pode fi~ar lo coima um limite mínimo inferior nem
Público c este, nas alegações. twha pedido a confirmaçõo da decisão recorrida. Ac. do um limite máximo superior oos fucados no artigo 17.0 daquela lei-quadro. 111 - No
TC n.• 126/92 de I -4-1992 (P. 33/92), Boi. do Min. da Just., 416, 1. caso -sub judicio•. havia que. ao fixar em concreto a coima. considerar que os seus
limites eram de 50 000$00 a 500 000$00, uma vez que, apesar de o D«reto Regula-
Contr:a·ordwaçóes mentar n.• 43/87, de 17-7. ter sido cdirado na vigência da versão origin~ria do DL
n.• 433/82, o adminismtivo impugnado foi proferido j~ na vigência da ~rs~o dada ao
I - Em cnaréria de ilícito de mera ordenação social é da competência reservada da seu arrigo 17.• pelo DL n.• 356/89, de 17-10. IV - Assim, não é inconstitucional a
As.<cmbleia da R<:pt!blica, salvo autorização ao Governo, a elaboração de legislação sobre norrna constante do arrigo 82.0 , n.• I, alínea!J, do Dec.Reg 43/87 qu•ndo fixa em
a dcrtniçáo da natureza do ilícito, a definição do tipo de sa11ções oplicáveis às conrra- 50 000$00 o limire mínimo d• coima, pois tal limite não é inferior aos 500$00 esti-
~ordenaçóes e a flxaçâo dos respeccivos limites e as linhas gerais do processo· por que se pulados na versão actual do n. 0 1 do :lrtigo 17." do DL n. 0 433/82. V - A norma
há-de rcgcr a aplicação de tais sanções. II - Ao Governo cabem a elaboração de legis- em causa já é, porém, inconstitucional no fixa1·, para pessoas sü\gularcs, o limite rniximo
lação peDa qual se proceda a desgraduação de comravençúes niio puníveis com pena pri- da coima cm 2 000 000$00, pois ~:~I limite é superior ao de 500 000$00 previsto naquela
vadva de liberdade em contra-ordenações c a definição, puniç:ío e modificação de con~ mesma disposição legal. Ac. do TC. n.• 435/91 de 19-11-1991 (P. 256/90) Boi. do
cretas infracções contra-ord.cnacionais, devendo, po1·ém, o Governo, nestes aspectos. Min. da Just., 411, 133.
respeitar os limites que estiverem definidos pelo regime geral regulador desse ripo t!e
- e.
ilícito. III assim, n1anifesra a inconsritucionalidodc da norma da alínea b) do ~.• I Artigo 27.0
do arrigo 15.0 do DL n.• 21/85, de 17-1, na parte em que ftxa o monrantc máximo da
D eterminafÍÍO da medida da coima
coima em 250 000$00, nos casos de exploração de m~quinas de diversão sem licença ou
com licença caducada; com efeito, não sendo aqui credencial legislativa bastante a ki .
1 - Sem prejuízo dos limites máximos fixados no artigo anterior, a
n.• 25/84, de 13-7, e não existindo ourra autorização legislativa específica, o Governo
coima deverá ser graduada em funfão da gravidade do facto, da culpa do
n:io poderia ulrrapassar na fixação do monranre m~imo da coima es~abelecida naquela
norma o valor m~imo legalmente previsto no n.• I do artigo 17.• do DL n.• 4.3.3/82, agente, da sua situação econ6mica e, sempre que possível, excc:der o beneficio
de 27- 1O, ou seja, o montante de 200 000$00, pelo que, ao F.m!-lo, invadiu a competên- ccon6mico que o agente retirou da prática da contra-ordenação.
cia reservada e exclusiva da Assembleia da Rept\blica, com violação do preceituado na 2 - Se a contra-ordenação consistir na omissão da prática de um acto
alínea ti) do n.0 1 do artigo 168.• da Constituição, gerando, em consequência, e nessa devido, a coima deverá ser graduada em função do tempo decorrido desde a
parte, a inconstitllcionalidadc orgânica de ral not·ma. IV - A fixação do montante data em que o facto devia ter si<lo praticado.
máximo da coima cm 500 000$00 através da redacção dada ~qucle artigo 17.• pelo DL 3 -No caso d e a mercadoria objecto da contra-ordena5ão ser de irnpor-
n.• 356/89, de 17-10, náo afecta a verificação da inconstitucionalidade orgânica da norma ta5ão ou de exportação proibida ou tabacos, gado, carne e produtos cárneos,
question oda; na verdade, a violação das regras de competência legislativa incidindo no álcool ou bebidas alco61icas, tais circunstâncias são consideradas como agra·
processo de feitura da norma, gerando o vício genético da incompetência, tem de ser vantes para efeitos da determina5ão do montante da coima.
apn:ciada tendo por parâmetro o enquadramento normarivo tal como cxi.s.tia no momento 4 - Os limites mínimo e máximo da coima aplicável à tentativa, s6
da pritica do acto, pelo que posteriores modifiC2ç6es desse enquadnmenro s6 poderão punível nos casos expressamente previstos na lei, são red=idos para metade.
servir de parãmc:rro a actos a prariclr fiuurameme. Ac. do TC. n.• 447/91 de 28-11-1991
(Rec. 227/90}, Boi. do Min. da Just., 411, 196. REMISSÕES

Contr:a-ordenações I Coimas - Ver artigo 75.•. n.0 3, do RGIT no caso do prosseguimento do processo para
cobrança <de diferença de coimas.
I - Integra-se na competência legislativa concorrente da Assembleia da República -Ver artigo 18.• (Determinação d• medida da coima) da LQCO.
e do Governo a criação uex novo» de contra-ordenaçóe.~ ou a convers:ío em contra-orde- - Ver artigos 7 J.o (Determinação da medida da pena), e 73.0 (Atenuação}, 78.0
nações de anteriores contravençõts puníveis con"l pena não restritiva da liberdade e bem (Crime continuado) ambos do CP.
assim a fixação da respectiva punição. II - Porém, sob pena de inconstitucionalidade, - Ver ainda, artigo 77.• do Código Penal no que rcspeiro ao COI\Curso de con·
o govern o não pode ultrapassar o regime geral de punição fixada no DL n.• 433/82, era-ordenações.
266 Coimbra Editor~• 267
[Artigo 27.•) Dis-posições ttplicávâJ r)s romm-oráennçót~ Dhpwi~~~-~·~~~~~"~"s~---------------------------~[Art
__i~g~•-2_7_.•~1
- Ver a~·rigos 374.• (Requisitos da decisão condenatória) c arrigo 379.• nulidade 7 - A jurisprudência f.rmadll tem demonstrado a .essenôalidade da valoração da
da sentença do CJ'P. conduca do agente enquanto postulado essencial da punição. O que se compreende
- Vc:r notas rem issivas ao arc igo anredor. . atendendo~ ôreunst~ncia de a ausência dessa valoração impedir uma correcta percepção
da medida do dcsvalor da acção do infractor. A sua falta inquina a decisão por f.tlta de
NOTAS requisitos legais, torn:~ndo~a contencios:uneme atacável.

I - Este preceito deverl: ser conjugado com o disposto nos artigos I7.• c 18.~ da 8 - O requisi10 da graduação da coima em montante que exceda o beneficio eco·
LQCO aprovada pelo DL n.• 433/82. nómico que o agcn[t rcliraria. do f.a.cro iUcito tem em vista garandr que a sua prática não
se mos1re compensodora mesmo numa lógica quantitacivisr.t. Trara·se de um preocupação
2 - <_).uer alei ~uadro das conm-ordenaçóes quer o próprio Código Pená!, prevêem que exrravasa os postulados d• prevenção geral para se si rua r na dissuasão assente na fone
como medada repressava adequada em muaçóes de pouca gravidade, a possibilidade de probabilidade ou certeza de que através da coima a autoridade comp<:(ente para a lixar
uma admocstaçã~ (arrigo 51.• da LQCO aprovada pelo OL n.• 433/82 e artigo 60.• do ir:! procurar r.tmbém corrigir qualquer vanragern directa que a infracção possa ter propi·
CP), porém o legulador do RJIFA par~ ter pouca apet~ncia por estas soluç- dado.
efi • · fa ' · oes, uma Ytt
que poua r erenc~a • .. ."'~mas ~vid~ por exemplo o n.• 3 do artigo 35.•).
. A ~dm~la~o consnrua ~m .SI~ uma Deci.sao condenatória) peJo que se baseia na 9 O n.• 3 tipifica um conjunto de factos que a lei considera agrav.mtcs da con·
'".'puraçao subjectt,"" de dctermanado facto tfpico, ii leito c culposo declarado punJvd pot dura do agente, por consubstanciarem condutas tipicas pelas quais frequentemente ocorre
la aduaneara antcnor (artigo 2.•, n.• I, alrnea b), do RJTFA e I.• do CP). • viol•ção de regimes legais especificas relativamente a mercadorias ou actr<idades econó-
micas considcr>das setU!vcis. De f.>.cto, a importação ou exportação proibida de rabacos,
3 - O orrigo em anomçio corresponde ao artigo 19.• do RJTFNA c ao artigo I7 •
n.·~·~~~ .. gado, carne e produtos drncos, álcool ou bebidas alcoólicas, constitui actividade onde se
têm detectado inúmeros fr.udes, pelo que, a exemplo do que já amerioa·memc sucedia
r>nto no RJIFA orn a·evogado como cm diplomas anteriores, tais condutaS são objecto de
4- Resulrava ames do arrigo 190.• do CP'!; embora este fosse mais especifico tipificação expressa pam efeitos de dererminação da medida da coima.
quanco demc~uos :l :ltc~der para a determinação da coima á aplicar, o que se com-
30s
~rec~de mal em vtst~ da maaor exrcnsiio, complexidade c abrangência do p resemc regime I O- Na descrição das :agravantes constantes do n.• 3, para efeitos da determinação
)Uridtco ?nele o COIIJUiltO dos flgu ros legais tipilicadores de crimes c contra ordenações do montante da coima1 o legislador omitiu :lS circunstâncias relativas aos óleos minerais
surge ma1s compJcro e exigente. como agravante.

5 - A n~ces.sidade d e gmduaç.1o da coima resulta da própria natureza do d ireito I I -- No que atende ~ determinação da medida concreta da sanção em casos de
contra <>rdenacaonal. Ao contrário do q ue sucede na' responsabilidade civil o d did concurso de contra-ordenações, consulte-se a nora n.• 3 ao artigo 25.•
da rc.sp-onsab'l'd d 1
' t a c <o agente se afere em fian"'o do grau de d
n c a me a
1 d
cond . . . . · r ano que rcsu tou a sua
uta, no d•rctco Crlmlllal c contra ordenaciona1, a rnedicla da responsabilidade d DOUTRINA
agente resulta do gra~a de culpa. Deste modo, a correcta determinação da medida d:
culpo do agente consurua uma rarefi> essencial do julgador. A culpa consritui um pressu· Oficio Circulado n.• 716-NJT, 1991· 5· 9
posto fundamenralp•ra que se possa estabelecer um nexo de causalidade entre o facto e
a pes'?a d o agen~e~ pc~o que s~ i~p6c .uma. rig~rosa delimitação dos seus termos para Instruções - graduação das coimas -- Código do Proc=o Tributário (CPT)
garannr que_ a ~C:Cw.o nao consltfUI uma dcgfttma m1rorni.ssâo na vida privada do suspeiro.
o que oonsmuana solução imoler:lvel f.u:e ao direito co11$tiruldo. Na graduação da coima dever-se-io considerar rodos os elementos consumes do
arrigo 190.• do Oldigo conjugado com o artigo 19.• do R]TFNA.
6 - Por essa razao,
- a nonna extgc,· como de resto ranro o fazia o CPT como o RJ"'A Tendo em conta que, cm termos de uniformização de aitério, a determinação da
a pondera"' d d' fa
;o e •versos ctores desunados · a avaliar precisamente 0 grau de culpatr.
do medida da pena não poder:! resulr.tr desproporcionada relativamente à maior ou menor
agente. Daro de outro modo, r.tis exig~ncia obrigam A avaliação cm momento prévio do gravidade da situação, sob pena da punição não ser a adequada ao aso conaeto, TOCO·
exacro desvalor da acç5o face aos valores que a o preceito legal v~lado pretendia p~uir. mcnda-se uma cuidada ponderação.
268 269
~E~ton•
.I_A_t...!
r ig,_;o__;;,
27;..;'-!
•J:__ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ ___;Dhpo1ÍfÕâ nplicdrJeis às contfd..-ortlcnnçil'l Dt'tpoJiç6es l'Omum [Artigo 27.•1

Oflcio Circulado n.• 7 808-DSJF - 1997-9-24 II) lnfr.tcçó<:s com coima dependerue do imposto cm làlta:

RJ!FNA - Coima dependente de imp. a liquidar - Ónus da prova - Coima I) Caso se trate de iniTacção reputada como negligenre (quer por ser conside-
(mlnimo lcga.O rado como tal, nos termos do n.• 2 do artigo 25.• do CrT, quer por assim o ser, de
fàcto) c independentemente da redução de coima se enquadrar nas alíneas 11) ou b)
( ...) do arrigo 25.• do CI'T, as per«nt•gens de 25% c 50% aplictr-sc-ão a 5% (Pessoas
singulares) ou a I Oo/o (Pessoas Colccúvas) do irnP""tO devido, valores esres que seriio
VIl - INSTRUÇÕES os considerados como m(nÍmO$ legais, respeitando-se. cm qualquer ca.so, o limite
Monrantc do mínimo legal da coima referido nos artigo.< 25.• e 27.• do CPT. mlnimo (attigo 18.•, n. 0 3, do RJ IFNA) corninado na lei;
Urnitcs e campo de aplicação das alteraçó<:s introdu1,idas pelo DL n.• 23/97. de 2) Rcpurando-se :t inft·acçã<'> como praticada com dolo e sendo de aplic.r a
23· 1, nos artigos 25." c 27.• do CPT, no que se refere à cottsidcração do que é o limite allnea b) do artigo 25.• do CPT, é necess;lrio o apurame~to daquele, o qual se f:u-:1
mloim<> legal para cfcico de aplicação das petcttt~tgcns a que se referem as alínea.< 11) e b) mediante auclição do amor da i~frncçâo, não sendo de inscaurn1· proccs~o de con-
do citado a•·tigo 25.•: ua~ordenação, para este efciro, Tr:H:l ..Se de um proccdimcnro mínimo visando a
dcmonstr~ção de que o dolo existe, uma vez que é à Adminisrração que c:tbe o ónus
I) Infracções com coima não dcpcndetlte de imposto cm f..ha da prova;
Da audição do infractor, podem resultar duas siruações:
I) Sendo de cnqua.drar a redução de coima na alfnca a) do ortigo 25.•. a per·
cenragcm de 25% aplica-se sempre sobre o mlnimo legal previsto para os ca$()$ de
a) Provar-se que a infracção foi cometido dolosamenrc:, caso cm que se apliar:l
negligência n• moldura penal do contra-ordenação que sc vise aplictr à situação cm
a redução de 50% sobre o valor de I0% do imposto devido, tr:u:ando-se de
~uso, tendo cm coma a natureza do infractor (Pc$$0:1 Colectiva/Pessoa Singubr) e
Pessoas Singulares, ou sobre o valor de 20% do imposto devido, tr.uondo-se
mdcpendemememe do grau de culpa cm concr«o (n.• 2 do artigo 25.•);
de Pessoas Colectivas, respeitando-se, em qualquer caso, o limire do n.• 3
2) Sendo de enquadnr a redução da coima na allnea b) do artigo 25.•, a
do artigo 18.• do RJIFNA;
rercc:n~•gcm de 50% aplica-se sob te o mlnimo legal previsto para os casos de negli-
b) Não se provar o dolo, caso cm que se proceder:l à aplicação da pcrcenrogem
gênc." ou de dolo, consoante o grau de culpa apurndo (n.• 2 do artigo 25.•) e nos
scgutnces termos: de 50% sobre 5o/o ou I0%, consoante se rrare de P. Singulores ou P. Colec-
tiva.<, do imposto devido, com respeito pelo limite do n.• 3 do nt•tigo 18.•
11) Rcput:mdo-sc a infracção como pmic:~d:t com negligência é de aplicar, sem do RJIFNA.
mais, a percentagem de 50% sobre o mlnimo legal previsto para os casos de
ncgligênci« e atendendo sempre à narure1.a do infractor; III) O procedimento a que se rdl:rc o n.• 3 do artigo 25.0 , quando seja de
b) Reputando-se a inftacção como pratic.1da com dolo, I! necessário o apura- aplicar, é extensivo às infracções aut·o-dcnunciadas, em que se verifique o direito de
mento deste, o qual se fará mediante oudição do autor da infracção, não redução de coimas, praticad2s ante.• e depois da entrada em vigor d• mesma norma
scndo de insraurar processo de contra-ordenação, para este efeito. Trau-se (Dl n.• 23/97, de 23-1);
de um procedimento mínimo visando a dem<>nstração de que o dolo trtistt; IV) Não ha,•er:l qualquer unçilo para as situações em que o tipo conrra-orde·
uma Ye< que é à Adminisuação que cabe o ónus do prova; nacional contemple apenas a punição a drulo doloso (vide arrigo 28.•, 33.•, 39.•
c 40.• do RJIFNA) e a infracção a que..: aplique o direito de redução de coima seja
Duas situaçóe.s se podem emão, verificar: cometida por negligência (anigo 13.• do C. Penal e artigo 83.•

na) Provar-se o dolo, caso em que se aplicar:( a redução sobre o mínimo para os jUIUSP~UO.flNCIA
c:LSos de dolo consoante a moldura do tipo contr·J-ordenacional cm causa e
con.soance a natureza do infractori C<>ncurso de contra-ordenações
bb) Não se provar o dolo, caso em que se aplicor:l a reduç;io sobre o mínimo
legal previsto na moldura contra-ordenacional em causa, para a negligência, (... ) Se a<entarmos a que, cm IIIMéria subst<tntiva, as regras do Código Penal são
tendo em con(a ainda a nacure1..1. elo infractor. sempre aplicáveis ~s conrra-ordcnaçiSes, salvo o dispoSto em contrátio, fucilmenrc se con·
270
271
(Artigo 27.•] [Artigo 27.•]

cluir:i q ue o citado anigo 19.• visa apen:u irmoduz.ir alteraç&. no modo de cnconrrar a fiscal e das respectiva sanç6es são de excluir, ramo a aplicação por analogia, como a inrer-
medida abstracta d:t coima única - p2rtc cm que dispõe diferentcmenre do Código Peno I. prctaçiio exrcnsiva. Ac. do STA de 15-4-98 (Recurso n. • 22 308), in CTF/390/AbriU
Quanto à definiçáo de concurso e sua rest:mce regulamentação subsmntiva rege o disposto Junho/98, pág. 381.
no tmigo 77 do Código Penal.
Ora, assim entendido o citado artigo 19.", dele resulta apenas ter o arguido di rciro Graduação de coima
a que, cm caso de concurso. lhe seja aplicada uma coima tinic::~., em substituição das
coimas corresponderues a cada uma das ~rias infracç&. comrridas. ( ...} Recurso de I - Na graduação do coima dever.\ arender·$C u v:írias circunsdncias descriras no
contra-ordenação n.• 7197, do 2.• Juho do 1iibunal f'IScal Aduane.iro de Lisboa. artigo 190.• do Código de Processo Tribur.l.rio. II -Se a decisão que •plica a coima~
absolutamente omissa na indicação de t3is circunnSncias enferma a mesma de fall2 de
Limices das coimas requisitos legais.' III - Nesta hipó<= ocorre uma nulidade insuprlvd em processo de
contra-ordenação. - Ac. do S.T.A. de 16-4-1997 (Rec. 21 220}, Acs, Dout. do STA,
Tanto quamo julgo S{lber. e ntendem as autoridades administrativas que sendo o 432, 1432.
montancc mínimo para o pagamenro voluncirio o correspondente à décima parte do
m:lximo da coimo apliclvel (artigo 65.• RJIFA}; c sendo, normalmente, o pagamento Coimas- nulidades - coima (<lecisão de aplicação} -coima (validade fonnal
volunr:irio efectuado pelo mínimo; por oquelc momame .., deverá foxar o núnimo da da decisão} - coima (validade substancial)
coima a aplicar.
Penso ser tal entendimento err6neo. Decisão de aplicação de coima. Sua validade formal e substanc.ial. A nulidade do
Desde Jogo porque p2rtc de um pressuposto errado: de que o pagamento voluntário migo 195.•, n.• I, aHneo á), com referência aos artigos 190. 0 e 212.•, n.•!, alínea c),
se f.1Z pelo mínimo. O ceno é que na gmndc maioria das transgressões c conrra~ordcn!l.­ do CPT. 1 - A lei basta-se, para que se mo.me cumprido o requisito prevL<eo na alinca c)
ções o pagamento volum:lrio se F..z pdo minimo; mas isso não tem necessariamente de do n.• I do artigo 212.• do Cl'T, «com a indicação na decisão de aplicação da coima,
ser assim, pois nada impede que em certo tipo de contra-ordenações seja estabelecido dos elemenros que contribuíram para a fiXaçãO da coima aplicada•, n~o exigindo, pois,
outra regra para o pogamento volunr:irio. que os elementos indicados $Cjam todos e só os referidos no artigo 190.0 , ou que OS$CS
Por outro. lado tal entendimento contraria a lei expressa que ftx• um mínimo legal elementos jusrifoquem a coima aplicoda, ou seja, o aceno da decisão, at~ porque esra-
da cotma; mímmo esse que aquele entendimento tornaria complcramente inútil. mos aqui no campo da validade formal da decisão e não da sua validade substancial.
Por último, porque se me afigur:~. ser oucro o sentido a tirar do estatuído no II - Assim, só a fàlto absoluta de indicação desses elementos $Crá geradora da nulidade
•_rtig~ 6>.• RJ_IFA. O legislador teve consci~ncia de que, por vC'lcS, as contra-ordenações prevista na allnea á) do n.• I do artigo 195.• do Cl'1~ não sendo apliclvcl às decisões de
f1sc:us ad uanetras envolvem pessoas ou entidade.~ com largo poderio económico e susten- aplicação da coima ern processo de conrraordenação fiscal, a disciplina do CPA, designa-
ta.d~s por estruturas organizativas eficazes, que tornariam a invcsrigação c processo de damente o seu arrigo 125.•, porque afastada pelas normas especiais do CPT, que regem
aplrcação de coima morosa, diflcil c dispendiosa. Numa siruação de cllculo custOS"bene- essa matéria. Ac. de 3·· 1 1-98 (Proc.• 1018/98}, io CTF/392/0ut./Det./98, pág. 403.
Rc:ios, propõe c:nrio, c amecipadamente, a esses eventuais infracrores, uma 'uan.sacç2o'
que sarisfaz os interesses do Esrado (que recebe uma coima e n5o rem que arcar com as Coimas - mercadorias em citcU!ação - ~outra-ordenações - documentos de
despesas e ocupação de esrrururas do correspondeme processo} e do evenrual infracror uansporte
(que pagando urna coima pode ainda ver lucro na actividade desenvolvida e não tem que
efectuar despesas nem ocupar escrururas com a defesa no correspondente processo}. Trib. Mercadorias em circulação. Falta de emissão ou exibição do documento de transporte
Fiscal Aduaneiro de Lisboa, 2.• Juízo Rec. de Contra-ordenação n. o 3/97. - RJIFNA. Artigo 18.• e 33.• Conrra-Ordenaç&s fiscais. Artigo 3.• do DL n.• 20-N90.
Coima. Limites mínimo e m:lximo. Artigo 17.• do DL n.• 433/82. Lei n.• 45/89.
Analogia - interpreta~o extensiva - juros compensatórios - coimas - Processo de conrra·ordenação 6scal. Nulidades. lnf. 195, n.• I, alínea á), do <::PT.
Código do Processo Tribur:irio (CP'D l - A falta de emissão ou exibição do documento de transporre, nos rermos dos
~ artigos 13.•, n.• !, alínea b), e n.• 13.0 do DL n.0 45/89, de 11-2, n5o é subsumfvel ao
. fixação de coima c juros compensatórios. A coima deve ser ftxada cm função do ~ ilfcito previsto no artigo 33.•, n.• I, 2.• parte do RJ IFNA, constituindo, antes, conrra-
~ rnpoSIO em falta o u do imposro que dcvcl'ia ser pago se não tivesse sido cometida a ~ -ordenação foscai autónoma, devendo ser punida dentro da moldura Sancionat6ria do
111fracçã<> e não ramb~m cm função dos juros cornpensar6rios. No Ambito do iliciro l mesmo arrigo 13.• rodavia denrro dos Jimircs assinalados no anigo 18.• do RJIFNA.
272 '
~ Coimbrf Edltoca• 273
(Artigo 27.•) DiJp~Jfirin romuns
(Artigo 28.•)

2 - Este niio fixa novas moldur:a.s sancionarórias para tais conrra-ordenações pelo colec<iva. O grau de culpa é meramente objoctivo e resulta da ponderação dos interesses
que estas são punrveis com coirn:l iguaJ à respectiva l'n ulra, mas dentro dos limites mínimo em presença c da ilicimde objectiva do comportamento da arguida.
c máximo do mesmo normativo. · II - "fendo através da informação dos seus serviços conclufdo que a situação eco-
3 _A omissão da •indicaçiío dos elcmemos que contribuíram para a ftxação da coima nómica da arguid~ era boa e afirmodo tal fàcro no despacho de aplicaç5o da coima com·
- cfr. anigos 2 12.•, n.• I, allnca á) e 190.• do CPT - niio concretiza a nulidade insan~· petia à arguida contrariar tal F.octo ou provar os F.octos que em contrário alegara no tecurso.
Yd prevista no seu artigo 195.•, n.0 I, allnca á), se aquela foi apliada no mínimo legal e. Ac. do TCAN, See. 2.• Secção - Contencioso Tributário, proc. 00022/03.TFPRT.12,
nos auros, lôi prestad• informação com os elementos a que se refere aquele artigo 190.• que de 31- l -2008.
permitam o controlo judicial da aplicação (graduação) da mesma coima. Ac. do STA
de 22-9-1993; (Recurso n.• 16098), CTF/376/0ut:ubro/Dezembro/94, pág. 227). Artigo 28.•

CIVA - in&ac~óes - crimes fiscti.s - d ividas fiscais (regularização das) - Sa11fÕes acessóriAs
rulpa (exduslio da) - ilicitude (exclusão da)
1 - São aplicáveis aos agentes das contra-ordenações tribmárias ~ves
I -A invocação de dificuldades financeiras do sujeito passivo de !VA não conftgura as seguintes sanções acessórias:
causa de exclusão da ilicitude ou dn culpa por in fra~ão decorreme da f:llta de entrega do
imposto (IVA) liquidado e recebido de terceiros e não cmregue ao Estado no prv.o legru. a) Perda de o bjectos p ertencentes ao agente;
2 - Não deixa de haver prejuízo pata o Estado pelo F.octo de o NA n!o entregue opor· b) Priva~ão do direito a receber subsídios ou subven~ões concedidos
mnamenle: nos seus cofres, vir :a ser entregue* acrescido de juros, após aplicaçáo da res- por entidades ou se rvifGS públicos;
pectiva coima. 3 - O OL n.• 235·N96, de 9·12, embora despenalizando :a.s infra~ões c) Perda de benefícios fiscais concedidos, ainda que de fonna automá·
criminais, desde que tenha havido adesão ao registo do DL n.• 124/96. não abarca nessa tica, franquias aduaneiras e benefícios conc~.didos pela administração
dcspenal ização as infracções por contra-ordenação, mesmo que ocorra, quamo à$ dfvidas d a seguran~ s ocial o u inibição d e os ob ter; ·.
de nature-ta foscai com elas conc.xionadas, tal adcs~o ao regime do Dl n.• 124/96. Ac. d) Privação temporária do direito de participar em feiras, mercados,
do TCA de 14-7-98 (Ree. n.• 688/98), CTF/391/Julho/SeLI98, p~g. 253. leilões ou arrematações e concursos de obras públicas, de forneci-
mento de bens ou servifGS e de concessão, promovidos por entidad.es
Ten tativa
ou servi~os p úblicos;
Na verdndc, n n.• I do artigo Hl.• do D L n.• 433/82 dispóc que a tentativa não é e) Encerramento d e estabelecimento ou de d ep6sito ;
punível quando o agente volunrariamcme de.~iste de prosseguir n:l execução da contm- j) Cassa~ão de licenças ou concessões e s uspensão d e autoriza~ões;
~ordenaç:ão, ou impede a consum:açffo, ou, não obsronre a consumaç5o, impede a verifi .. g) P u blicação da deci.<Jão condenat6ria a expensas do agente ~ infraq:ão.
eação do resultado não compreendido no tipo da contra-ordenação; e o n.• 2 do mesmo
preceito dispõe que quando a consumação ou a verillcação do resulrado são impedidas 2 - Sempre que a infraq:ão prevista no n .• 6 <!o artigo 1 08.•.~eja come·
por facto independente da conduta do desistente, a tentativa não é punfvel oç este se tida a título d e dolo e o m ontante d e dinheiro líquido objecto da referida
esforça por evitar uma ou outra. infracção sej a d e valor s uperior a € 150 000, é d ecretada, a tl~ulo. d e san ção
O ra, este regime só poderia aplicar-se no rnso dos autos se se tivesse provado (c n:io acess6ria, a perda d o montante total que exceda aqu ele quanutauvo.
provou) que os arguidos se apresentaram voluntlltiamente a pagar ou a garantir o paga· 3 - Os pressupostos da aplicação das sanções acess6rias previstas nos
memo das imposições devidas pela cor~o pautal, em antecipação da liquidação oficiosa números anteriores são os estabelecidos no regime geral do illcito d e m era
da Alf.\.ndcga. Ac. do TCA de 3-12-2003 (Ree. n.• 5673/01).
o rdenação social.
1
4 - A sanção ace~sória d e in ibição d e obter benefícios fiscais e fran quias
Recurso aplicação coima - falta concretiz.•ção do tipo s ubjectivo da infracção
aduaneiras tem a d uração m áxima d e dois anos e pod e recair sobre q uaisquer
- falta de fundamentação.
benefícios ou incentivos directa ou indirectamente Ligados aos impostos sobre
I - Sendo a arguida uma pessoa colec<iva ou cquipani""l o grau de culpa a impu· o rendimento, a despesa ou o património e às prestações tributárias a favor
tar-lhe nada tem a ver com razões de intencionalidade e voluntaried•de dessa pcsso> d a segurança social.
274 275
Disp#Si(&t tomuns (Artigo :u.•J

5 - As mercadorias de importação e exportação proibida são sempre acessórias aplicáveis às contra..orden3çócs graves~ cm vet da opção de remeter para as que
declaradas perdidas. estão já previstas na LQCO. Sem prejufzo desta opç.~o, deve notar-se que a determinação
dos pressuposms de aplicação destas deve f.uer-se nos termos da LQCO, tal como se prevê
REMISSÕES no n.0 2 deste preceito.

- Ver artigos 16.• (Penas acessórias aplicáveis :10s crimes tribll!ários), 17.• (l>ressu- 3 - Outras sanções acessórias poderiam cer sido adoptadas, m:u foSS<; porque era
poS!os de aplicação de penas acessórias nos crimes tribucirios), 18.• a 20.• (Perda de duvidosa a sua eficácia, fosse porque isso tornaria mais complexo o regime, a opção foi
mercadorias objecto do crime, de meios de transporte, c de armas c outros insrrumentos) no sentido de não inovor neste respeico. De fàcco, encre outras, pode ri.. ter-se oprado por
e 92.• a 102.• (Crimes aduaneiros) deste RGIT. indu ir no elenco, desde logo, a destruição ou inutiliz.ação das mercadorias a expensas do
- Sanções acessórias: Anigos 21.• 21.•-A e 31.• da LQCO e 100.• {Interdição de infractor, quando por exemplo, fossem de imporução proibida.
actividades), 103.• (Extinção das medidas de seguranç"), 124.• (Pmws de prescrição das
medid.., de segurança) do CP. 4 - Este preceito segue a filosofia que j:l se cons"grava no artigo 1 14.• da LGT,
- Ver artigos 14.• c 64.• (Bencflcios foscais) da LGT. relativamente à cumulação de sanções. Quanto ~o n. 0 2 deste artigo mais não é do que
- Ver artigo I 08.•, n.• 2 {Perdimento de meios de rran.sponc no descaminho). o prosseguimento do princfpio já expoS!o no anigo 7.• do EBF {aprovado pelo DL
- Ver artigo 24.0 (Efeitos da perda) da LQCO. n.• 215/89, de 1-7. e alterado e republicado pelo OL n.• 108/2008, de 26-6). A medida
- Ver artigos 7.•, 11.• e 12.• do EBF. não é nova. Resultava até do artigo 18.0 do RJIFA, dos artigos 20. 0 e 54.•, n.• 3, do
. - Ver Código do~ Regimes Contributivos do Sistema Previdencial de Segurança· RJIFNA c dos artigos 204. 0 , 205.•, 212.• e 229.• do CPT. Os pressupostos da LQCO
Social, aprovado pela Le1 n.• 110/2009, de 16-9; alterado pela Lei n.• 119/2009, de 31 -12, são os que resultam do artigo 21.• para onde se remete.
e pela Lei n.• 55-A/2010, de 31-12, em vigor a panir de 1-1-2011.
- Ver Regulamento (CE) n.• 1889/2005 do Parlamento EuroP<:u e do Conselho, 5 - O preceito deve ser articulado com a LGT c bem assim com o artigo 16.• deste
de 26- 10·2005 00 L 309 de 25-1 1-2005), relaiivo às obrigações declarativas de dinheiro RGIT que estabelece o regime das penas acessórias para os crimes. A LGT continha, no
lfquido transportado à entrada ou à safda da Comunidade e DL n.• 61/2007, de 14-3. seu anigo 114.•, o princfpio geral segundo o qual apenas as contu-orilenaçõcs graves
podem ser sancionadas simultaneamente a tÍtulo principal e acessório, que ora é objecto
NOTAS de respeito. Cancendo rais sançõe$ acessórias de expte$Sa tipificação legal, em ordem ~
salvaguarda de garantias constitucionais, o preceito concretiza-a de forma taxaüva. A sua
I - O preceito não é novo embora inove. De f.1cto, as sanções acessórias clencadas aplicação depende de decisão expressa c casuística do órgão competente para o efeito.
no preceito correspondem b ji previstas da Lei-Quadro das Conrra·Orden3ç6es, no O presente RGIT atribula tal compet~ncia à Comissão de Infracções Fiscais, nos termos
RJIFNA e a algumas das sançõe$ acessórias previsC:lS no DL o.• 28/84, com as adapraçõe$ do n.• 2 do seu artigo 52.0 , sendo actualmente competente para ral, o órgão com com-
constantes da alfneo b) c no n.• 3. determinadas pela referencia expressa às franquias petência para aplicação da coima.
aduaneir:u. A solução expressa, ora adoptada, no sentido de limitar a aplicabilidade das
sanções accssóri:lS apenas às comra·ol'denaçóes muito graves resultava j:l do artigo 114.• 6 - Naturalmente que, em obedi~ncia ao principio constitucional da tutela judicial,
do Lei Geral Tributiria, ora revogada. O n.• 4 reproduz parcialmente o artigo 44.~ do ramo as decisões de aplicação de coimas como as de aplicação de sanç6cs acessórias podem
RJIFA ser objecto de recurso para o tribunal tributário de 1.• instância compecente, salvo nos
Os n.• 2, 3. 4 c 5 deS!e preceito, foram alterados pela Lei n.• 53-A/2006, de 29· 12, c:uos cm que a contraordenação deva ser julgada cm 1.• in.sclncia por tribunal comum.
que veio a acrescema.r um n.0 2 consagrando a perda do monranrc rotai que e~ccda os Assim sucede nos casos em que, por força do disposto nos artigos 77.• e 78.0 da LQCO,
€ 150 000, sempre que a infracção prevista no n.• 6 do artigo I 08. • seja cometida a titulo se deve considerar que, nos termos desses preceitos, os Tribunais comuns julgam os crimes
de dolo c o montante de dinheiro lrquido objecto da referida infracção seja de valor fiscais convoland<>-os na pronúncia, ou a final, em contra ordenações fiscais, aplicondo a
superior a € 150 000. respectiva coima ou julgam crimes fiscais em concurso com concra ordenações fisais.

2 - A ptrda de objtttos como sanção acessória e em moldes lige.iramente diferences 7 - O regime emergente do preceito deve ser articulado com o disposto no artigo 7.•
dos previstos no RGIT, encontra-se j~ prevista no OL n.• 433/82 (LQCO). No entanto', do EBF, onde se displíc que as sanções impeditivas, suspensivas ou cxtimivas de beneflcios
parece tct constiruldo intenção confessa do legislador a opção por clcncar as sanções fiSCais só são legalmente admis:sfvcis se estiverem concxionadas com o bcncllcio concedido.
1:16 Coimbf• tdt«M•• 277
~D~isp~o::sif6!:::;es:_:<~•c:":.:"':::"':..____ _____________ _____ ....;[Attigo 28.•)
[Artigo 28.•) J)ilposiçót1 nplltdrJeis lu ttmtnt~t>rám.açhs
1
Não 5<' compreendem no conceito de bencllcios f~SC~is <» d=grovamemos fiscais impU- 12 - O cxcrdcio de actividades de desembaraço aduaneiro depende frequenrcmenre
citO$ result;ames dos conceüos de rendirnemo e de capic:Ll constantes dos preceitos defi- de autorizações, umas respeirando ao exerclcio da actividade propriamente dita, lig;oda
nidores da incidência. Tem<» dúvidas sobre o eoncrero senrido, conteúdo e alcance do po"amo à pessoa do agente c omr:a.s dirccumcmc concxionadas com .a. n:nurcu. ou ~
eonceito de benellcioo fiscais empregue no preceito sob anO<açáo. Se empregue em rermos r.gimes específicos a que se encontrem sujeitas • mercadorias. São exemplos de amoro-
rigoro!OS. o conceito de "lmuftá~ fotttf parece n!io incluir os "incentivos fiscais" cm zações que objcaivameme podem ser suspendidas, todas as que foram objecto de rnoa·
sencido próprio, realidade diferente, atema a n21ure1..a dinimica c ame-causal destes e a me mo na nota n.0 1O supra.
natur= esr:hica daqueles (neste 5<'nrido, pode eonfronrar•$C NUNO SÁ GoMES, TeoriA
Geral dos BmrfttioJ Fiscais, Cadernos de CfF n.• I 65. p~gs. 35 e segs.). Cremos todavia 13 - Há um vasto conjunto de eonceiros específicos da ciência aduaneira que
que essa não deve ter sido a incenção do legislador uma vc>, que as ra1.ões em que se funda merecem ponderação e que aqui se elencam:
a aplicac;:íio acessóri:a de suspensão de bencllcios fiscais valem, com idênticos fundamenco.,,
p:tra o i~1cemivo fiscal propriamente dica) quando. num c:tso c noutro, e.~cejam em causa -- Armuenagem - impon!lncia para se conservarem mercadorias num clcpósilO
conduta sancionávcl t·elativa ao que houver sido concedido. ou armazém, nas al~ndegns, docas, etc., conforme o rempo que ali estãO (Dória,
Ditio11ário Pratico dr Comlrrio e Contabilidade, 3.' ed., 1."·86). 11 o aluguer
8 - Acerca do problema da abrangência do preceito e das quescões intesprerativas pago pelas mercadorias gumladas cm qualquer armazém particular.
que pode levanrar, veja-se NUNO SÁ GOMES, R<júxdn sobrt a Natureza, úgitimidndt, - Armazenista - é aquele que eompra mercadorias por junco - ou atac:tdo -
Constitutionalibdt t Eficdcia das SallfÓtJ Extintivas, SuspmJÍUIU r lmptditivaJ dos Drsagra· que deposita em armazéns aberros à venda pública (Dó.U, Diciondrio Prdlic~ dt
v11mmtos Fisr11ÍI nn Coso dr Condmaçáo por !nfrruçiio TributJ.ria, Cadernc» de CfF Comlrrio t Contabilidlldr, 3.' ed., J.•.86).
n.• 145. - Annazios genis - do depósitos amomados pelo governo, ou sob a sua admi·
nistnção, destinados a receber e guardar mercadorias, mediante caução e paga-
9 - O eoncciro de tkpó<ito ral eomo vem empregue no prece.iro eonstirui uma figuro mento das raxas fixadas nas respectivas carilàs (Dória, Diriondrio Prdti<O dr
especificamente. aduaneira, e deve ser entendida no ftnlido de local autorizado pelas Com!rcio r Con~~tbilibdr, 3.' ed., I .•-87).
allhdegas para receber e armazenar mercadorias. - Licença (administrativa) - ~ o .cro administrativo que permite a algu~m a
Em senrido mais técnico poderemos dizer que do ponto de vista comunitário o prática de um acto ou o exercício de uma ac:dvidade relativamente proàbidos,
legislador em1>reg:t o termo depósito ttmportlrio num duplo sentido, como local de arma· MARCELLO CAETANO, Man. Dir. Adm. 9.• ed., reimpressão 1980, vol. I.
zenagenl e como estamro aduaneiro. Assim, enquanto agu:.'lrd;un que lhes seja atribuído pág. 459.
um destino aduaneiro, as mercadorias apresentadas h alfnndega têm, a parrir do.momemo Licença (fiscal) - condiciona o exercido de cerca actividade licita ao pagamento
dessa apresentação, o csraturo de mercadori<os em depósiro temporário. Estas mercadorias de um imposto ou de uma taJGI (M. CAETANO, Man. Dir. Mm. , 9.' ed., reim·
seriio denominndas, nos artigos seguintes, «mercadorias em dep6sito temporário•. As pressão 1980, J.•-460).
mercadorias em depósito temporário só podem ser armazenadas nos locais autorizados - Licen~as (Dir. Fiscal) - uma das modalidades das taxas é a que decorre da
pelas autoridadcs aduaneiras e nas eondiçõcs por elas lixadas (artigos 50.• c 51.• do CAC). remoção de limites imp<»ros à livre actividade dos particulares, umas vezes pôr
razões gerais de ordem administr.ativa, outras vezes como simples expediente de
I O - Consriruem litmfiU objecto de ça.ssaçiio, por exemplo, no âmbito .da relação eobrança de receitas. As primeiras denominam·ft /iunças administrativaJ: as
ttibut.lria aduaneira, as relativas à concessão de qualquer regime aduaneiro económioo ou segundas /iunçltl jisc11is (AuiERTO XAVIER, Man. Dir. Fisra~ 52).
suspensivo, às relarivas à eonsriruição de enuq>OStos adu•neiros e fo.scais. às relativas aos - Autorização (Dir. Adm.) - é o aCto adminisrrarivo que permite a alguém o
estatutos de depc»itário autorizado, domiciliação, reprcsenranre fiscal. exerdcio de um seu direito ou poderes legais. A entidade autorizada possui,
No enranro <curioso salientar que quer o legislador aduaneiro, quer o legislador pois, um dirciro ou um certo poder, mas o exercício deles está-lhe vedado ames
comuniclrio nlto utiliza o termo licença para esras situaç6es. mas sim nu:Qrit:ttção. embora, que intervenha previamente o consentimento da Administração fundad~ n:a
independentemente da sua designação funcionem eomo licenças para a concessão de apreciação das circunst5ncias de interesse público que possam rornar conven1enre
beneOcios ou est{ltutos. ou inconveniente esse cxerdcio. (M. CAETANO, Mnn. Dir. Adm., 9.' cd. reim-
pressão, 1980, 1.-459).
11 - Acerca do conceito de "fnmquia aduaneirnN podem ver-se as anotações ao - Autorização - é umn das modalidades da assistência (formll de suprimcnro da
artigo l.c• incapacidade jurldica). Existe se a vontade do assistente se manifesta num
278 Coimbr~ Editora• Coimbra Editora•
279
(Artigo 28.•] Dlsposlçót:s aplicdwis às rontm-ordmaçóes Dirpos,'çóes comuns [Aitigo 28.•)

momento logicamente anterior ao acto (LUIS A. CARVALHO FERNANDES, Üor. o fim que se propõe (ob. cit, 262). Ver do mesmo autor, Dir. ComrrriAI, 2.' cd.,
Gtr. Dir. Cio., cd. 1983, 1.•, Tomo I, p:lg. 128. 1.•-259 e (natureza), 283.
- Estabelecimento- esta palavra significa: 11) na linguagem corrente ou popu· - Estabdccimento comercial - é o complexo da organiução comercial do
lar, a loja, o imóvel, as instalações materiais em que as mercadorias slio colo- comerciante:~ o seu negócio cm movimento ou apto para entrar em movimentO.
c:odas para venda ao público; b) no sentido técnico-jurídico, design:a a unidade Um estabelecimento pode existir c, logo, ser objecto de negociação, independen-
iduJ, complexa e abstracta, inserida em qualquer sector indu$tria1 ou corner- temente do facto de ter ou nóo começado a laborar (FERRER CORREIA c MARIA
ciaJ que abrange, aMm da sede~ muitos outros elementos, corpóreos e incor- ANGELA COELHO, RDE, XfX 1-282). Para se qualificar como estabelecimento
pórcos, as mercadorias, os utensílios e equipamentos que, em cada momemo, decerminada organização não é forçoso que enejam presentes todos os elementos
se encontram nas instalações próprias ou arrendadas (A. VARELA, RU, que hão-<le concorrer para o seu eficat e perfeito funcionamento. Bast~r:1 que
115.0 ·252, nota 1). se encontrem reunidos os elementos essenciais que individualizam e dão consis ..
- Estabelecimento: tência ao estabelecimento - que seja reconhecível o núcleo essencial do csrnbe-
lecimento mercantil, o qual naduz a sua capacidade lucrativa ou o seu avi:unento.
a) na linguagem vulgar é frequente usar-se e5te termo para designar o próprio Para saber quais são esses elementos fundamentais não é vi~vel formular um
ediflcio ou o prédio onde funcione a organiução comercial ou industrial; critério geral pela variedade de estabelecimento que a pcltica oferece (ob. <it.,
11) tiO plano jurídico, é frequente empregar-se este termo em sinonímia com 288).
empresa; um e outro designam a mesma re:tlidade; - Obra (contrato de empreitada) - é o efeito do trabalho, o resultado de uma
11) esta expressão deve ser usada para designar propriamente o complexo objec- acção. O resultado material prometido pelo emprcireiro pode consistir na cons-
tivo de bens reunidos pelo cmpreurio para o cxerdcio da sua actividade trução, fabrico, modificação, beneftciação, manutenção ou destruição de uma
económica (PINTO FUI(TADO, Omo Dir. A"tnÁIImmtos Vinntlísti<os, cd. coisa, pois tudo isso é produto do trabalho (Ac. S.T.J. de 17·5-83: BMJ,
1984-355). 327.•-646, texto, p~g. 648).
- Obras públicas (Dir. Adm.) - slio os trabalhos de conStrução, gr.tnde repanação
Estabdecintcnto comercial- esta expressão abrange o conjunto ou compkxo e adaptação de bens imóveis feitos total ou parcialmente pôr conta da Adminis-
de cois:a.s corpóreas c incorpóreas organitado pana o exercício do comércio pór tração para fins de utilidade pública (MARCELLO CAETANO, Man. Dir. Aám.,
detenninada pessoa singular ou colectiva (B. MACALHÁES, Do Estàbelecimento reimpressão 1980, 2.•-1001). Nota: esta noção doutrinal foi acolhida pela lei
Comtrcird, 2.• cd.-13). artigo 35.• do Dec. n.• 46427, de I 0-7-65.
Estabelecimento comercial - é o complexo da organização comercial do - Subsídios (Economia) - são as quantias entregues sem contrapartida direcrn
comerciante, o seu negócio em movimento ou apto para entrar em movimenco. pelo Estado, quer a empresas privadas quer a empresas públicas ou a colectivi·
Um estabelecimento pode existir, e, logo, ser objecto de negociação, indepen- dades. Podem ser de explorarfio (destinam-se a permitir que certas empresas
dentemente do facto de ter ou não começado a laborar (FERRER CORREIA, ROA, vendam a sua produção a um preço determinado, mas inferior ao que: seria
47.•, p~g. 799). É o conjunto de realidades, materiais ou imateriais, afectadas praticado, admitindo~~ que compensem, total ou parcialmente:, os eventuais
ao ex<rcício do comércio (ÜUVEIRA AscENs.I.O e MENEZES CoRDEIRO, ob. ciuula, prejuízos) e de eqt~ipllmroto (têm por fun facultar a realização de investimentos
p{g. 878). a cerras empresas ou sectores que não têm a necessária capacidade financeina)
Estabdecimento comucial - ~ a organização, ou melhor, aquele complexo (Au.IN CoiTA, Dir. EmnomÍit, 4.' cd., p.lg. 3%).
org:uútado de bens ou serviços postos ao serviço da empresa para que est2 possa
rcaliur os seus fins. Não é demento da empresa; constitui sim um pressuposto 14- Ainda acerca da alínea./) do n.• I os conceitos de estabelecimento ou depósiro,
que com ela se não pode confundir (F. ÜLAVO, Dir. Comparado, 2.• cd., 1.0 -255). sofreram alguma evolução na terminologia técnica aduaneira, correspondendo hoje aos
Não se confunde com o património do comerciante, faz parte dele e não se conceitos de entreposto (fiscal, aduoneiro c francos). No que atende aos entrepostos
esgoto com o património. Só se inclui no esrnbelccimento o que o comerciante fJSCais regem os artigos 24.• a 34.•, 84.•, 98.• e 114.• do CIEC e 18.0 , n.• 3. do CISV.
afecta ao exercício do seu comércio; rodos os seus outros bens c direitos, susccp.. Quanto aos entrepostos aduaneiros regem os artigos 98.• a 113.• do CAC, 496. 0 a 521.•
dveis de avaliação pecuniária, embora se integrem no património, não se com- c 524.• a 535.• das DACAC e 57.0 , n. 0 2, e 96.•, n.• 2, alínea c), do CIEC. Relativa-
preendem no estabelecimento (ob. cit., 261). O elemento greg:irio do conjunto mente aos entrepostos francos encontmm consagração legal nos attigos 166.• • 181.• do
que se denomina estabelecimento é a vontade do comerciante tendo em atenção CAC, 799.• a 842.• das DACAC.
28Ó Coimbra Editora• Coimbft Editora• 281
(Artigo 28.•) DiJpoJi(VJts ttplit·ávriJ às rontra~ordmttfÓCs (Artigo 28.•)
- - - ---'
I 5 -A alínea t) dos n.•• I c 3 do preceito em anotaç.ío, foram alterados peJo DL c:mincntemenre grave, quer peJas consequências cm termos de repercussão soda! e orça-
n.• 22912002, de 31- 1O. mental, quer ainda pela jtl elevada moldura sancionatória aplicável, que nalguns casos
chega aos € 165.000. Pretendendo-se confossadamente um combate mais efeccivo e
16 - Refere-se o preceito em anotação às penas acessórias aplicáveis aos autores da eficaz :l es1c problem:'l a lei veio atribuir ~ sanções acessórias um carácccr mais gravoso
prática de contra-ordenações tributárias graves. as quais são: par2 este tipo de infrocções.
I! assim que, no domlnio contD-ordenacional, para além de se passar a prever a quer
A rn:1ioria das comra-ordcnaçócs aduaneiras} design:.damenle. artigo IOS.o, a perda quer a inibição de obter bcneBcios fiscais, &anquias aduaneiras e benefrcios con-
Ot=minho; artigo I 09. •, lncrodução irregular no consumo; artigo li o.•, Recusa cedidos pela administração da segurança social, se veio a consagrar adicionalmente que a
de enuega, exibição ou apresentação de documentos e mercadorias; artigo III.•, inibição de obter tais bcnelkios ou incentivos C$tC:S pode reca.ii sobre quaisquer bendlcios
Violação do dever de cooperação; artigo 112. 0 , Aquisição de mercadorias objecro ou incentivos di~ta ou indirectame.me ligados aos impostos sobre o rendimemo~ a des-
de infr2cç'io aduaneiD; arugo 113.•. Recusa de entrega, exibiçio ou apresentação pesa ou o património c u prestações tributirias a favor da segurança social, o que ~
de escrita e de documentos flScalmente relevantes; artigo 117.•, n.• 2. Falta ou manifestamente mais gr2voso do que o regime anterior onde se referia que só podia I'<!C2ir
arraso na aprcsenta~o ou exibição de documentos ou de declarações; anigo 118.•, sobre incentivos fiscais que n5o fossem inerentes ao regime jurídico aplicável à coisa ou
Falsificação, viciação e alteDção de documentos flScalmenre relevantes; artigo 119.•. direito beneficiados.
Omissões e inexactidões nas dcclaraç6es ou em outros documentos fiscalmente
relevantes; artigo 119.0 -A, Omissóes e inexactidões nos pedidos de in formação 19 Pela primcil'll vez. no preceito em anotação e no que atende a esta tipologia
vinculativa; artigo 120.•. lnexist€ncia de contabilidade ou de livros flScalmente de sanções acessóriM, o legislador refere-se a uma realidade tributária diversa. Referimo-nos
relevantes: artigo 121.•, n.• 2, Não organização da contabilidade de harmonia com aos incentivos fiscais que algum• doutrina separa do conceito de benclkios fiSCais. lo i é
as regras de normali•açao conmbiltstica e atrasos na sua execução após notificação o caso de Nl!NO S..l. GOMf:S (ver a este respeito Teoria G<ral tÚ)s /Jnufltios Fiscais, Cader-
para regularização: artigo 124.•, n.• I, Falta de designação de representantes; nos de CTF n.• 165, p~gs. 31 e segs.), que d:\ a estas duas expressões, na ciência fiscal,
artigo 125.•-A. Pagamento ou colocação 1l disposição de rendimentos ou ganhos um sentido preciso c distinto.
conferidos por ou associados a valores mobiliários; artigo 125.•-B, Inexistência de Assim, no que respeita aos beneftcios fiscais, pode afirmar-se que estes turelam..sc
prova da apresentação da declaração de aquisição e alienação de acções e ourros interesses públicos, cm termos tstdticos, mediante bmtfltios fiscais relativos a situações ji
valores mobiliários ou da incervenç.io de entidades relevantes; anigo 126.•, Traru- ctJnttmtadflS, por superiores razões políticas (... ), difercntcmence nos incentivos fiscais.
fe,·ência p:lra o estrangeiro de rendimentos sujeitos á tributaçãot artigo 127.o, tutclam..sc em termos dinbmiros, rnediame inctnüvos ou ~stímulos, a actividade dos sujei·
Impressão de documentos por tipogmfins não autorizadas e 128.• Falsidade infor- tOS a que essas medidas se dirigem c que se pretende incitar ou fomentai'. "Trata ..se, neste
mática. caso do qut 11 d()uh·imt dcsigtut, por vtztt de mtdida.s de incentivo fiscal, que cem á nacurezn
de illttllliiJOs .sp«/ficos, espécie do género económicos, que abronge também o• incelllivos
17 - Conforme jtl se referiu supra, também aqui, em sede contra-ordenacional, ftnanctiros, os ttuxl/i()S Jlcnicos etc. Se a.o;sim é. a caracccrização de uma figura como inctn·
existe uma diferença de in tensidade na redacção do preceito cm relação à anterior. eivo ou mlmuÚJ fiscal din/Jmico, ou como bmtflcio ou vamagem flstdl estático depende
Enquamo naquela a lei se ref~ria ~suspensão dos bcnelkios fiscais concedidos, i.e. à sua menos da formuloção legislativa do que do regime jurídico do fontionammto da medida
interrupção tempoml, impedindo-se assim que por períodos determinados os beneficiá- empregada." (cfr. op. tit., p~gs. 36 e 37).
rios ou titulares não pudessem usufruir das vantagens fiSCais que lhes advinham por via 20 - A classificação tripartida de impostos sobre o rendimento, sobre a despesa ou
do benefício fisc.1l, agora vem determinar a sua perda ou a inibição temporária de os o património ~ hoje a mois utilizada. Na realidade, é para esta classificação que aponta
ob<er peJo espaço de dois anos. Trot•« de um claro agravamento do regime na linha a CRP no seu artigo 104.• ao referir que:
enunciada no diploma. que executou a aurori1.ação legislativa ao abrigo da qual esta
alternç.io foi promanada, evidenciada cam~m nas alrcraçóes aos regimes substantivos. a /. O impost4 sob" o rmdimml4 pessoal visa a dimim<ifáo das desigualdades e
LGTeo EBF. será únko e progmsiw, ttntlo mt tttnta ttJ nt=idad~ t M rmdimrot4s do agregado
familiar. .
I 8-Os ilícitos de mCI'2 ordenação social no domúlio tributário (também conhecido 2. A rributafÍÍO das emprt11U incide fi~~tdam"entalmmtt sobre o uu rmdimmto
po~ direito contra-ordcnacional tribur.lrio) assumem actualmente uma relevância signifi-
cativa. Não só pelo ntlmero de casos registados (processos autuados) como pela narureza 3. A tributtt(ÍÍO do património d- contribuir para a igualdade rotrt M tidadíios.
282 283
[Artigo 28.•) Disposiç6ts ('()tnUnl [Artigo 28.•]

4. A tributação do consumo visa adaptar a tSITutura do consumo à evolução das fundamentos de direito e de facto determinantes da SWJ. lixaç:ío, sob pena de cometimemo
11eussid11d~sdo tkunvolvimtnto económico e da jmtiça social devtndo ontrar os conJu· de nulidade prevista na al!nca 11) do artigo 379.• do Código de Processo Penal. Ae. da
mO> de luxo. RL de 10-3-1!>99 (Rec. 78741!>8), Col. deJur., 1!>!>9, 2, 138.

Traro&+.se de uma da.ss-if'icação eminentemente económica que assen[a na pr6pria Contn-Ordenaçõcs


estrUiura dos impostos em apreço. A título exempliJiauivo (e correndo os riscos ineren-
res a qualquer tentaciva de classificação) podemos afirmar que são imposros:
I - ll da exclusiva compct~ncia da Assembleia da República, salvo autorização
a) sobre o rendimento; IRS, IRC, Contribuição Aurárquica ... ao Governo, legislar sobre o regime geral de punição dos acros ilCcitos de mera orde-
b) sobre o património; Imposto sobre Sucessões e Doações, Imposto Municipal de naç:ío social e do respectivo processo. 11 - .ll da competência do Governo, mesmo
Sisa, lmposro Municipal sobre Veículos . .. sem autori:r.ação legislativa, definir, dentro dos limites do regime gcntl, contra-ordena·
c) sobre a despesa; IVA, Direitos Aduaneiros, Imposto do Selo, ISP. IST, IABA, çõcs, alreri·las, dimin;l-las e modi6car a sua punição, bem como desgntduar contra-
ISV. venções não puníveis com pê no restritiva de liberdode em comnt·ordcnoções. III - Do
regime geral do il!cito de mera ordenação sociol não pode deixar de consta< um qua·
2 1 - A allnca c) do n. 0 I c o n.• 3 do preceito sob anotação foram alteradas pelo dro rígido das sançóes aplicáveis, bem como uma referência, com valor taxativo, aos
DL n.• 229/2002, de 31· 10, e insere-se num conrexro mais vasto de conferir maior montantes mínimo e máximo das coimas. Os decretos ..Jci do Governo não podem.
equidade e justiça ao sistema ftSCal, passando a concess>o e a manutenção de benellcios assim, sem autorização da Assembleia da República, fixar coimas com limites mCnimos
ftseais a depender do regular cumprimento de obrigações tributárias ou l segurança social inferiores ou limites múimos superiores aos do ortigo 17 .• do DL n.• 433/82, de
{veja-se a este propósito o Código dos Regimes Contributivos do Sistema Prevideneial 27-10. IV - Não é organicomenrc inconsritucional a norma do anigo 9.•, n.• I,
de Segurança Social, aprovado pela U:i n.• 110/200!>, de 16·9, alterado. pela Lei conjugada com a do corpo do n.• I do arrigo 15.• do DL n.• 21/85, de 17-1, que
n.• 119/2009, de 3 1-12, e pela Lei n.• 55-A/2010, de 31-12, em vigor a partir de transformou cm contra-ordenação a conrravençfio, punfvcl com multa, prevista no-<
l-1·2011), por parte do benefoci:lrio, pelo que pressupõe não apenas que este continue a artigos 3.• c 22.•, n.• !, do DL n. 0 293/81, de 16· 1O. V- Não podendo o Governo
cumprir como tunbém que não seja condenado pela prática de csime uiburário ou de estabelecer limites das coimas inferiores ao mínimo ou superiores aos rn;lximos fixados
contra-ordenação considerada gntvc. Os comenr.lrios sobre o alcance desta medida ino- no artigo 17.0 do DL o.• 433/82, de 27-10, não é inconstitucional a norma da alfnca b)
vadora acham-se inseridos no artigo 16.• deste RGIT para onde se remete. do n.• I do artigo 15.0 do DL n.• 21/85, na parte em que estabelece um limire mínimo
22 - Para prevenir que as sanções acessórias n5o sejam aplicáveis de forma automática da coima superior ao limite m(nimo do regime geral. mas já é inconstitucional na pane
(o que implicaria considerar tal inconsritucional, nos termos do auigo 18.• da CRP), no em que estabelece Uf!l limite múimo superior ao limite máximo do regime geral.
n.• 3 do preceito em anmação o legislador vem referir qu• os pmsuposros da aplicaçlio das VI - Esta inconstitucionalidade parcial impede tiio-só que ao infractor seja aplicada
StJnçikJ acmóri111 prtvÍIIIu ni)J mímm» anreriom são M t:stabekcidos no rrgimt geral do ilf<i«J coima de montante superior ao limite de 200 000$00, mas não implica a sua absol-
d~ mmz ordma(íio wciaL Ora a este respeito a LQCO nos seus anigos 21.• e 21.•-A, vem vição. Ac. do TC. n. 0 114/!>0, de 18-4-19!>0 (P. 610/88), Boi. do Min. da Just.,
apomar crit~rios para aplicação das sanções acess6ri>S, designadamente no que à gravidad, . 396, ll5.
da infraqíio t à culpa do agmtt. Assim sendo, cm nosso enrender, deve F..r.er-se uma .apre-
ciação casuCsticn com visra à determinação da gravidade objecriva (afctida em termos de
ponderação da gravidade da infracção e da proporcionalidade, razoabilidade, aptidão e ESTUDOS
indispensabilidade da sanção) e da gntvidade subjectiva (aferida em rermos de apreciação
da culpa do agente, antes de se fazer a aplicação de qualquer das sanções acessórias. No que respeica aos conceitos de franquias aduaneiras. estobelccimento e depósitos,
licenças, concessões e aurorizaç6cs:
JURISPRUOtNCIA A. BRICAS AFONSO, Código dos Impostos Esp•dais d• Consumo, Ed. Coimbra Editores,
2008.
Sanções acessórias ÁJ..VAR.O C\NeJRA c MANUEL FERNANOES, Código dos Impostos Especiais sobre o Con·
sumo, Vislis Ed., 2000.
As sanções acessórias nlio slo efeito automático de aplicação das penas principais; NuNO VICTORJNO e JOÃO RICARDO CATAI\INO, Código Aduaneiro Comuniulrio t
consequentemente, é essencial que nas sentença5 que as imponham se especifiquem os DisposÍfÓ<S de Aplicaçlio, Vislis Ed., 2000.
281 285
Dt'JposirlrJ romtttJJ (Artigo 29.•]
[Artigo 29.•1 Dúpt~siçóttdplicdwis às contm-ordenaçits

normativa. anterior - em r:u.ão da extensão do n.0 2 as alíneas a) e b), e consequente


Artigo 29.•
climinaçilo do n.• 3 do artigo 2.• do CI'f Da comparação de regimes resulta ter si~o
Direito à redtlfÍÚJ dAs coimas eliminada a referência ao destino das coimas por se entender não ser este o lugar própno
para regular essa mat~ria. Este instituto coexiste com o da antecipação do pagamento e
1- As coimas pagas a pedido do agente são reduzidas nos termos o do pagamento volunt:l.rio das coimas, ambos previstos na parte relanva ao processo de
seguintes: contra-ordenoçilo.
O n.• 1 passou a ter a redacção da Lei n.• 64-B/2011, de 30-1 2 (Lei de Orçamento
a) Se o pedido de pagamento for apresentado nos 30 dias posteriores
para 2012). Esta alteração veio diminuir as pcrccmagcns de redução das coimas operadas
ao da prática da infracção e não tiver sido levantado auto de notícia, por este mecanismo. Esta redução está cm consonância com necessidade de obr<nção de
recebida participação ou den6ncia ou iniciado procedimento de mais r<ec:ira patente nesta Lei de Orçamento. ··
inspecção tributhia, para 12,5 % do montante minimo legal;
b) Se o pedido de pagamento for apresentado depois do pra:ro referido 2 - O mecanismo do direito ~ redução das coimas é substancialmente diferente do
na alínea anterior, sem que tenha sido levantado auto de notícia, · do pagamento volunt~rio da coima, previsto no artigo 50.•-A da LQCO c n~ anigo. 7~.•
recebida participação ou iniciado procedimento de inspecção trihu- deste RGIT. Parece clara a intenção de generalizar a todas as conua-ordena~ o darctto
t:lria, para 25 % do montante mínimo legal; a redução das coimas, que se encontrava até agora co.Í.:.grado no artigo 23.• do CPT.
c) Se o pedido de pagamento for apresentado até ao termo do proce- Este instituto n5o existia no direito aduaneiro punitivo. Foi. no entanto, considerada
dimento de inspecção tributária c a infracção for meramente negli- adequada a suo expressa comagroção de forma abrangente, atencas as vantagens que o
gente, para 75% do montante mínimo legal. ·mesmo apresenta, pese embora a assunção de que, por falta de tradição o mesmo poderá
gerar alguns problemas ao nfvel da organização administrativa aduaneira.
2 - Nos casos das aJJneas a) c b) do número antedor, é considerado
sempre montante mínin1o da coima o estabelecido para os casos de negligência. 3 - O dirtiro ~redução de coimas já vinha sendo regulado pelo artigo 25.• do CPT.
3 - Para o fim da alCuca c) do n.• 1 deste artigo, o requerente deve dar O regime acrualmcntc emergente deste RGIT corresponde-lhe grosso modo, ~~ respeito
conhecimento do pedido ao funcionário da inspecção tributária, que elabora pelo que se estabelecia até agora, no artigo 117 .• da LGT, ora revogado. O reqmmo b:ís1co
relatório sucinto das faltas verificadas, com a sua qualifica5ão, que será é o da apresentação do pedido por iniciativa do contribuinte_pois que o regime assenra no
enviado à entidade competente para a instru~ão do pedido. fomento de uma alÍIUde colaboradora do faltoso, razão pela qual a extensão da redução
varia na ra1.ã0 dirccrn da diligência daquele. Aspecto igualmente rdc-vame é o fuctor tempo,
REMISSÕES isto é, o momento em que o pedido é apresenrado fàce à data da pr.ltica da infracção e da
circunscância de haver ou não. sido levantado auto de nodda.
- Direito à redução d a.t coima.t na circulação de mercadorias: Artigo 17.•, n.• I.
O cxerclcio deste direito pressupõe assim, a nosso ver, desde logo os scguinres requi·
do RBC.
si tos:
- Requisitos da decisão que aplica a coima: Artigo 79.• do RGIT
-Ver artigos 30.• (Requisitos da redução), 3 1.• e 58.• do RGIT.
- que o contribuinte tome a iniciativa de o r~quercr <:-m face da indicação supra
-Ver artigo 63. 0 , n.0 I, alfnea b) (lnsp~o) da LGT.
expressa "do eontribuintt ttpmmtado anus.. . ", valendo todavia como pedido a
- Ver artigo 85.• (Dever de colaboração) do CJVA.
entrega da prestação tribuciria ou do documento ou declaração em fàlta (cfr.
-Ver arrigos 132.0 a 134.0 (Fiscalização) do CIRS.
arligo 30.• in&a);
- Ver anigo 133.0 c 134.• (Fiscalização) do CIRC.
- que o pedido seja apresenrado o.ntes da insrauração do processo de contra orde-
-Ver artigos 36.• (lnfcio e praw do proccdimemo de ins~o) e 49.• (Notifica-
n~Oi
ção para infcio do procedimento de inspecção) do RCP!T
- que a rcgulariução ocorra dentro dos prazos de pagamento previstos no
NOTAS artigo 30.• in&.a;

I - Corresponde ao artigo 23.0 do CP'I: tendo a respectiva terminologia e pressu- 4 - Com este mecanismo prc:u:nde..sc fomentar a aurCHienúncia. ou sej.a. as siru:l·
postos sido harmonizados, pelo que não são inteirameme coincidentes com a solução çõcs cm que o agente da infracção, antes de ter sido descoberta a sua prática, regulariza

286 Coimbq (d«.M• 287


!Artigo 29.•) Disposi('Ôçs aplic.dwis às contra-orrimn{iitt Dispotí(6n romunt !Artigo 29.•1

a sua siruaçao rribut~ria (vidtartigo 56.•, aUnea dj), dando a conhc«r, por essa circuns· pagamento "~tpmtnllldo", inculcando a ideia da necessidade de apresentação ou redução
tância, ~ Adminim~ção Fiscal a irregul•ridade da sua conduta. a escrito dessa vontade expressa do interessado.

5 _ Jmporc:t ter em atenção que o direito ~ redução não tem, todo ele, a mesma 1 - O requisito da apresentação ao pedido ames da instauração de processo contra
expressão qu:.mtit:ariva, send.o t~mo mais cxprcssi~ .quan...to ~aior ~oro r~evo do com- otdenacional af......se em função da ocorrência de registO de auto de notícia pois é com esre
portamento illcito do conmbuontc perante a admmlSti)I.ÇOO mbuclna. Assim: acro, reali,...do em ~vro próprio, bem como de participação ou denúncia, que se M inicio a
este proo:sso. Como se oompreendcr:l, a dac:t da autuação releva pac:t um vasto conjunto de
Nos termos da alrnca a) do n.• 1 - o direito~ redução para 12,5% do mínimo efeitos, cnfi'C os quais se oonc:tm a oonc:tgcm de pra200 ptOCeSSU2ÍS ou até mesmo a prescri-
legalmente aplicável para os casos de llegligência depende: ção... Al.FRl!OO jose OE SoUSA, comemava a propósiro, em anOc:tção ao arrigo 25.• do
"'!
CPT. o seguinte: • ...o peditbJ tk "dllfáo d4 atim4 ~ser feiJQ 11ti 110 momtnto rt:gúJo do
- da •presenc:tção de pedido de pagamento nos 30 dias posteriores ao da pd- 11uto tk noti<Üt (não ú kvttnumm/11), d4 P"rtkÍ/"'fÚ ou da tkntinalz (não tk reablmmto), ou
tica da infracção; ú inlrio d4 jisulirA{áo ou tÚJ txllmt li estriu. Isto porrp« lU tdlnuzs a), b) t c) ~ ttrtituiiiMt
- do não levantamento de auto de notlci2, particip•ção ou deoúncia; mm • txpmstt •ÍnslllUntfio d4 procti1Q• da n.• J, não hnwndo qualqutr ntziW tzP"""" P""'
- de não haver sido iniciada a acção de inspec~o ou exame~ escrita; alttntr lU rondif{ín d4 ttpontantidadc tÚJ paganrmto das mulw no regime amnior~
- do pagamento c regularizaç>lo da situação tributária, nos 15 dias posteriores l'rossegue:
ao da entrada nos serviços, do pedido de redução.
"Com tftiro, o § J. • do artigo 7. • do CPCI diJpunha que aptttiiJ st tomidtra
npontilnto o pagammto tftttuado ptlo infractor qut, antes de ttr mtrado nn qualqun
- Nos termos da allneo b) do n.• I - o direito~ redução para 25% do mini mo strvifO da aáminÍJITilfáO focal o auto dt notlcút. a participa ou a dtnúnâa~ parttttpt o
legolmente aplic~vel depende: fiwo ou solicite a regulllrizaçiío da mpectiva situafÍÍO tributdria".

- da apresentação de pedido de pagamemo depois de 30 dias mas não haja 8 - Actualmente, a acçíío de inspecção deve iniciar-se nos termos dos artigos 36. 0
sido levantado auto de nodcia, participação ou denúncia nem iniciada acção e 49.o do RCPIT, odi>nte transcritos, cm subordinação ao principio estabelecido no
de inspecção ou exame a escrita; artigo 69.o da LGT onde se e.n abelca que o procedimento de inspocção tributária pode
- do pagamento c reguloi'Ízoção da situação tributária, nos 15 dias posteriores ter ínfcio por iniciativ:l da administraçao tributária. conquanto sejam respeitados os pra-
ao da entrada nos serviços, do pedido de redução. zos c fundamentos previStas na lei. Trata-se porém de prindpio assente em valor já há
muito reconhecido. A propósito, M. CAlrrANO "MmiUal.. .", p:lgs. 1296 a 1298 c segs.
- Nos termos das allncas c) do n. 0 I - o direito~ redução para 75% do mlnimo entendia já que estando em causa, no procedimento, interesses privados, os interessad?s
legolmente aplicável depende: devem ter conhedmento de tudo quamo possa j~1fluir na sua siruação ou seja noccssáno
para a defesa e reali,...ção dos direitos e interesses em causa.
- da apresentação de pedido de pagamento até ao termo do procedimento de
inspecç3o rribut~ria; 9 - Assim se compreende que o início do procedimento deva obrigatoriamente ser
- de a infracção ser meramente negligenre; oomunicado aos interessados por carta registada, nos termos da aplicação conjugada dos
- do pagamento c regularização da situação tribuclria, nos 15 dias posteriores artigos 35.•, n.o ), e 38.•, n." I c 3, do C.P.P.T., se tal comu~icaçã~ não constituir .•m
~ notificação da coima pela entidade competente. si mesmo causa de ineficlcia dos fins que a administração rnbuclna pretenda realozar
(n.• 2 deste artigo 69.•). O interesse dela visa F.tcultar aos destinatários a utilização das
6 - Sendo competente para a insc:turação do processo de oontta ordenação o serviço possibilidades de intervenção no procedimento que a lei lhes confere, seja para a ad~pç>io
de finanças ou a aiBndega da área onde se consumou a infracção, é neles que deve o de uma 2titude colaboradora seja para aferirem da propriedade legal dos aaos praticados
interessado apresenrar o pedido de redução de coim>, nada obstando, a nosso ver, que o e exercer as garantias que a lei lhes confere.
mesmo seja consumado verbalmente, tendo, neste caso, que ser reduzido a escrito por-
j
quanto, cm F.tce do regime emergc.n tc deste preceito, a dac:t do mesmo é relevante J"'fa
a determinação do regime de redução a aplicar. Note-se que a lei se refere a pedido de i IO -
utlimLIIIIJ,
lmporc:t realças que a omissio d4 iftrtioaçáo d4 romunica;iío do itlirio do pro-
quando não haja motivos que impeçam a sua realização. constituir.{ um vCcio
288 CoitnbR: EditOCJ• 289
[Artigo 29.•1 Dispon'rúcs aplicdwú às c()ntrn-ordma{Ões DispoJl;6es comum [Artigo 29.•1

do procedimemo susceptlvd 'd e ge••ar a anulaçõo da decisão que com base nele for romada. 16 - A entidade competente pam a f<Xação de coima é a do anigo 76.• RGIT, em
Se todavia. a f.1lra de comunicação não tiver prejudicado efectivamente os dirciros do conjugação com o ••·tigo 52.•
inreressado, pens-amos que t.1l vicio poderi considerar-se sanado se puder ainda intervjr
no procedimcmo. 17 - A problcm~tica da circulação de mercadorias em território nacional e dos
meios de rransporte encontra-se regulada no OL n.• 147/2003, de J 1-7, substituindo
11 -Deve a comunicaçõo conter algum conteúdo mínimo' Entendemos que sim, com efeitos a 6-9 o DL n.• 45/89, de 11-2. O regime jurídico agora em vigor introduz
embora tanto 11ão o derermine exprcssameme nem a LGT nem o RCPIT. Decorre porém olgumas modificações de fundo na problem~tica do redução das coimas (artigo 17.•, n.• I.
do artigo 55.•. n.• 3, do CPA, subsidiariamentc aplicável, que ,..) comunicação deve daquele diploma) para cuja compreensão se remete para as no= dos aurores ~ edição
indicar um conjunto mCnimo de dcmc.nros, a saber: 11 tntUúule que ordenou a instauração anorada do Regimt dt Btns tm Cirt.Ja;íio, Ed. Vis) is.
do procedimento; a tÚt4 do inkio do mesmo; o snuiço por onde o mesmo corre e o
respeaiw objee<o. De resto, não F.lta quem veja em tal regime obrigatório de comuni· JURISPRUO~CIA
cação u_ma manifestação concreta do direito que assiste ao cidadâo em panicip:ar no
procedimemo adminísrralivo (cfr. nesre sentido, RUI MAO!m, O /'ro€nso Adminis"a· Pn120 pua rcauso
tiuo.... p3gs. 376/3n).
I - O recurso de impugnaçõo da decisão da autoridade administrativa que impõe
12 -A LGT eonsagl':l a possibilid•de de não haver lugar ~ notificação do início do uma coima deve ser interposto dentro do pr:no de 8 dias conl':ldos após o conhecimento
procedimento uibm:lrio. S5.o o.s casos cm que a mesma " .. .poSia pr~Judicar a naturn:tt da coima aplicada por e5Sa autoridade administrativa. II - A apresentação a autoridade
confidmda/ ou secrtra tiA moriria". A não comunicação persegue um propósito nitidamente administrativa de requerimento a soücita_r a anulaçáo ou redução da coima, alias. não cem
cautelar. pretendendo evir:tr um procedimento que se venha a mostrar inócuo e inútil, o qualquer efeito inrerruprivo ou suspensivo daquele prazo. Ac. d a RL de 9-3·1993 (Rec.
que con.s-tiuü a tradução, a contrdrio, do principio da administraçáo aberra~ sem ·o secre- 3309), CJ, 1993, 3, 153.
tismo que caractcrizaVô\ o processo administrativo clássico. Compreende-se que, nas
situaçóes em que estejam em causa valol'es que, pelo seu secretismo c confidencialidade, lntei'C$$ados
importem preservar a lei consagre tal excepção, quando a comunicação poss:~ revelar·«:
I - S~o interessados a quem o acto adminLmativo tem de ser notificado, nos termos
perturbadora ou contdria hs medidas que com o procedimento o 6rgão público visa
alconçar. do arrigo 268.•, n.• 3, da CRP. os desrinat~rios directos dele, os intervenientes no procedi-
mento adminisrmivo gracioso através da legitimidade assegurada pelo anigo 53.• ,), LI'TA,
c ainda os titulares de direitos ou interesses legalmente procegidos que possam ser lesados
13 - Sobre o conceito de lltgligbi<Í« vejam-se as anotações aos artigos 24.• deste
RGJ'C pêlos actos a praticar no procedimento e que possam ser desde logo nominalmente identi·
ficados (artigo 55.•, n.• 1, do CPA). ( ...) Ac. do S.T.A. de 11-3-1997, Rec. n.• 36 259.
14 - Nos termos da allnea d) do nnigo 56.• se tiver sido exercido o direito à redu-
Contra-ordenação. Redução da coima.
ção da coima, a declaração do contribuinte ou obrigado tributário a pedir a regularizaçõo
da situação tributária antes de insraurado o procc•so de contra-ordenação, não pode Se o pedido do pagamento <lo imposto for apresencado antes do levantamento de
servir de b= ao processo de cotma-ordenação. Nesres casos ainda (cm que é solicitado auto de noticia, recebimento de parricipaçõo ou início do procedimento de inspeoçõo
do direito à redução da coimn nos termos dos .rtigos 29.• e 30.•) o prazo de prescrição tributária, havenl direito ~ redução de 50% do m!nimo legal, sendo esse pedido apresen·
do procedimento suspende-se, desde a apresencaçõo do pedido at~ à noriflcaçõo para o tado mois de 30 dias após a infracção (arrigo 29.•, n.• 1, alfnea b), do RGIT). Ac. do
pagamento, uma vez que n5o ted sido ainda instaurado o processo de contra-ordenação
STA, proc. 0384/05, de 6-7-2005.
(arrigo 33.•, n.• 3).
Contr:a-ordenação fiscal. RGIT. Coima. Contra-otdenação grave. Pagamento
15 - O ~gime previsro neste artigo não se confunde, como vimos, com o do voluntário. Oitcito l redução da coima.
pagamenro volunt:lrio previsto no anigo 78.• dcsre RGIT, nem com a figura da ameci-
paçõo do pagamento das coimas, prevista no anigo 75.0 para os quais se remere a leitura I - Nos termos do artigo 23.•, n.• 2, do RGIT contl'3-ordenaçóes graves são nomca·
das respectivas noras. damenre aquelas punlveis com coima cujo limite máximo seja superior a € 3750,00.
290 291
Disposi('det comum [Artigo 30.•)
[Artigo 30.•1 Dúpósiçót::J ttplicdwis àJ contnt-oránmçóes

II - O f.1cro de se trntar de contrn·ordenaçáo grave não significa que lhe seja neces· c) Da regularização da situação tributária do infractor dentro do prazo
sariameme aplic.ivel s.1nçáo acessória. previsto nas alineas anteriores;
111 - Não sendo aplic:lvel sanção occssória, o arguido goz.a do dirciro à redução da d) (RevogatÚl).
coima, previsto no artigo 29.• do RCIT. Ac. do STA, proc. 0382/05, de 6-7-2005.
2 - Em caso de incumprimento do disposto no número anterior, é de
Contra-ordenação. Redução da coima. Juros compensatórios. Pedido do imediato instaurado processo contra-ordenacional.
oontribuinte. Olvida fiscal. 3 - Entende-se por regularização da situação tributária, para efeitos
deste artigo, o cumprimento das obriga\'Ões tributárias que der.un origem à
I -O direito ~ redução das ooimas depende, em regra, de um pedido de pagamento infracção.
da coima com redução formulado pelo infrnctor, nos termos previstos no n. • I do 4 - Sempre que nos casos das alíneas a) e b) do n. 0 1 do artigo 29.0 a
anigo 29. o do RG IT. regularização da situação tributária do agente não dependa de tributo a
II - Pode-se ainda ficcionar tal pedido, de acordo com o n.o 4 do artigo 30.• do liquidar pelos serviços, vale como pedido de redução a entrega da prestação
RGIT. nas situações previsru nas allneas a) e b) do n.• I do artigo 29 .• do mesmo
tributária ou do documento ou declmção em falta.
RGIT, quando não houver tributo a liquidar e se mostre regulariz.ada a situação rribu-
r.iri:a. . 5 - Se, nas circunstâncias do número anterior, o pagamento das coimas
com redução não for efectuado ao mesmo tempo que a entrega da prestação
III - <;:onsi~~-se haver rrib~to a liquidar pelos serviços quando há lugar a juros
compcnsatónos • ltqu•dar pelos serv•ços, pois estes juros ioteg111m-sc na dívida de imposto tributária ou do documento ou declaração em falta, o contribuinte é notifi-
(artigo 35.•, n.• 8, da LGT). Ac. do S1J\, proc. 0667/08, de 6-11-2008. cado para o efectuar no prazo de 15 dias, sob pena de ser levantado auto de
noúcia e instaurado processo contra-ordenacionaL
Contra-ordenaçlio. Redução da coima.
REMISSÕES
I - Da combinaç~o dos artigos 29. n.• 1, alíneas a) c b), c 30.•, n.O' 1 e 4, do
0,

RGIT resulra que a reduç!io da coima s6 é poosfvel de.sde que tenha sido requerida pelo - Ver artigo 29.0 , 31. • e 58.• do RGn:
":C"'~o, fi~ndo, ~orém, dependente do pagamento da coima e da regularização da situa· - Ver artigo 113.0 a 115.0 , 283.0 (Acusação), 277.0 (Arquivamento), ~13.• (Data
çao tn butána previStOS nos referidos preceitos legais. da audiêncio), do CPP.
. 11 - A ficçáo de pedido de redução derivada da enttega de prestação rribijtária só - Ver artigo 46.• c 47.• do LQCO.
ex1stc nos casos em que não hd lugot a liquidação de tribmo pelos serviços e 10da a pres- - Direito à redução das coimas na circulação de mercadorias: Artigo 17.•, n.• I,
taç.ão <levida é paga, integrando-se nes<:L os juros. Ac. do STA, proc. ·0572/08, do RBC.
de 4-2:-2009. - Notificação• Artigos 30.•, n.• I, alfnea b), 3!.•, n.• 2, 33.•, n.• 3, 63.•, n.• I,
ollneas c) e d}, 70.• (Do infractor), 79.• n.M2 e 3, 80.•, n.0 I, 83.•, n.• 3. e 105.•, n.• 6,
Artigo 30.• do RGIT.
- Obrigações acessórias: Artigos 8.•, n.• I. alfnca d), 17.• (Na gc:st.ío de negócios),
R~quísítos do dirrito à ~dufiiO tÚl coima 3J.o (Dos sujeitos passivos), 59.• (Principio da colabornção), da LGT.
- Sanções acessórias: Artigos 28.• do RGIT, e 21.• 21.•-A e 31.• da LQCO e
1 - O direito à redução das ooimas previsto no artigo anterior depende: IOO.o, 103.0 (Extinção das medidas de segurança) c 124.• (Praws de prescrição das medi·
das de segurnnça) do CP.
a) Nos casos das alíneas a) e b), do pagamento nos 15 dias posteriores - S11bsi.nancia da p restação tributária: Artigo 9.• (Subsistência da prestaçáo tri-
ao da entrada nos serviços da administração tributária do pedido de butári2) do RGIT.
redução;
b) No caso da alínea c), bem como no do artigo 3l.o, do pagamento NOTAS
nos 15 dias posteriores à notificação da coima pela entidade com-
petente; I- Corresponde basicamente ao disposto nos anigos 26.• e 30.• do CPT.

292 Colmbrl (ditoQ. 293


[Artigo 30.•) ---------------=O~is:!:'f'OSl=·f'H'~
-~·1'!:../jrdwis .Is cqnrm-.rrlrlf4{4n [Artigo 31.•)

A al!nea d) do n.• I desre preceiro, foi revogada pela Ld n.• 55-B/2004, de 30-12, f..lroso, rem cm vista a prevenção de siruaçócs fururas. v. g. anigos 113.•, 114.•, 1 15.•
passando a ad mitir-se o dircico A redução para rodas as comra-o rdcnações (graves o u ou 118." Naruralmcnre, se o pagamento e I o u .-.gulari?.ação da situação tribur.iria cm
simples). causa não ocorrerern nos pra1.os referidos no n.0 1 do preceiro sob nnotaçáo, ''unl d~
imediato imtnurndo p rocmo contra--ordenltcionaf' .
2 - O direito à redução não constirui um mecanismo gentrico, mas depende da i
verificação das circunstincias prcci.as elencadas c inscreve-se no prop(>siro de f.azer cor- .. 5 - A U:i n.• 55-B/2004, de 30-12, veio revogor alínea d) do n.• I deste preceito
responder a uma atitude colabol"'o~.dora do comribuimc, uma valornçio positiva dos deve- permitindo q ue seja concedido o direiro à redução para todas as contc•· o rdenaçócs (gr:a·
re-s de c:ooperaçúo que sobre si genericamente impcndem, traduz.indo-os numa correspon- vcs ou simples). Independentemente das r.l?.õe.s que assistiram a esta inversão {que não
denrc redução do dcsvalor da acção anterior fu ndada cm ral atitude. . foram certamente aduaneiras visco que ao tempo as infracções aduaneiras eram rodas
graves), após a entrada cm vigor da U:i n.• 6712007, de 31-12, parece-nos haver aqui (no
3 - O cumprimemo das obrigações rriburirias que der:am origem à infracção a que que às infracç6cs aduaneiras respeita) um claro desequillbrio. Efc:aiv•mentc s6 se •dmirc
se refere o n.• 3 pode rer conteúdo diverso, vori:lvcl cm função do ripo de infracção em poder existir amecipação do pagamento da coima, nos termos do anigo 75.0 , pelo mini mo
f.tlra. Assim, ela há-de consistir: legal cominado desde q ue o valor da presraçlio uibm~ria em falto não seja superior a
€ 15 000 o u, não havendo lugar a prestação uibucdria, a mercadoria objecro de infracção
- na •'entuga, exibição ou apresentação da escrita ou dos documentoJ fiscaim enre náo seja de valo r aduaneiro superior a € 50 000 e, em qualquer ca.<o, não afasta a apli-
nlevltnt~·, q ue na d>ta fixada para o efeito fo ram reousados ao fu ncion:lrio cação das sanções acessórias previstas na lci. Or:1, nos termos do prcceiro cm anor:1:çio,
competente, na conrra-ordcnação prevista no anigo I 17.• desre RGIT; admire-se o pag:omento reduzido da coima para 12,5%, 25% ou 75% do monClllte mini mo
n• •mt.-.ga de prtttllfilo tributdria deduzida ou que, níio tmtlq Jitlq deduzida, o legal e par:a rodas as conrra-ordenaçócs.
devmt str", quanto~ contra-ordenação previsra no artigo 114.• deste RG IT;
- na "elltrtga da.s decinraçóts em jitltn qun.nto à contrn~orticnaçáo., previsra no 6 - A problemática da circulação de mercad orias em território nacio nal e dos meios
al'l igo 116.• desre RG IT; · de transporte encontra-se regulada no DL n. 0 147/2003, de 11 -7, substituindo com
- na .. entrega; exibifiO ou dpuunuríio dos docummt.os "mprovativos dos fortDl, efeiros a 6-9 o DL n.• 45/89. de 11-2. O regime jurlclico agora em vigor introduz algu-
Vlt!IJrn ou si11111fíin constttntes das_ tltdarar&s de rmdimtnttJS qu nlt mtrtga tlm m2S modificações de fundo na problcmáúca da redução das coimas (artigo 17.•, n.• 1,
tltdaraçóes de inkiq alttrap1o ou U1111fi11J de actividat/n" quanto à contra-ordena- daquele diploma} para cuja compreen$áo se remerc para •• noras dos aurores à ediçio
ção prevista no artigo 117.• deste RGlT; · anor-.da do Rtgimt dt !kns tm Circulação, Ed. Vislis.
tl:l"tUJIIisiçlúJ dus Livros de contabilidade ou dt escrihtrnçiíu 1111 rt>pectiva legalizaçilo,
btm como na tscriturtt diiJ optrações ou fitctos passadas no que for posslvel 1111 ao
rlltlnltiiiO Ja lUIJ aprt'Stnlltfíio IZOJ UTVÍfOI ~~llil', qu20(0 l COntra-Ordenação Artigo 31.0
prevista no artigo I 20.0 desre RGIT; .
Coima depmdnm de prrstaçíio tributáriA em falta ou a liquitÚlr
n• •organização da contabilidade dt harmonia com as rtgrllf tlt nonnalíuçíio ton- e correcfliO das coimas pagas
ldbillstica t na m:uptraçáo dos atrmos d11 txtcuçíio da comabilidade e das escritu-
rnçíio dos Ji.vros e outros t lcmtntos dt escrita,,, quanto à comra-ol'<lena.ção prevista
1- Sempre que a coima variar em função da prestação tributária, é
no arrigo 121.• desce RG IT;
considerado montante mínimo, para efeitos das alíneas a) e b) do n.• 1 do
na "dtsigna.çlo de repr~stntJtntes". quanto à con[ra-ordcnação previsla no
arcigo 124.• deste RGIT; artigo 29.•, 10% ou 20% da prestação tributária devida, conforme a infrac-
no "pagamento do impollo dt~~itfq pela tromfori nda para o estrangtiro de rmdi- ção tiver sido praticada, respectivamente, por pessoa singular ou colectiva.
mmtos a tlt sujtitos", quanto à contra-ordenação prevista no anigo 121.• desce 2 - ,- Se o montante da coima depender de prestação tributária a liquidar,
RG IT; a sua aplicação aguard ará a liquid ação, sem prejuf7A> do beneficio da redução,
se for paga nos 15 dias posteriores à notificação.
4 - O que anreccde permite evidencior que há casos em que o observincia das 3 - No caso de se verificar a falta das condições estabelecidas para a
obrigações fiscais incumpridas ou não é mai.s possfvel, ou perdeu interesse ou nio f:n redução das coimas, a liquidação destas ~ corrigida, levando-se em conta o
sequer sentido, embor:a a aplicação da co ima vise a modificação do comporramenro do montante já pago.
294 Coimbra Editort• Coimbra Edltoro• 295
(Artigo 31.•) Disposiç6ts comuns (Artigo 31.•)

REMISSÕES redução. Oeste modo, pan. permitir o pagamento da coima redu1ida, os prazos do
anigo 30.• devem contar-se a panir da notificação da liquidação da prestação uibut:ária
- Ver artigo 29.• (Direito ~ redução de coimas) c 30.• (Requisitos do direito 11 que for devida (ver n.• 2 deste artigo 31.•).
redução da coima) do RGIT.
-Ver artigo 3. 0 (Oassificação dos tribucos) da LGT. 7 - Quanro ao n(amcro 2. comprecnde~se a solução normativa: se a coima depende
- Subsist&>cia da prestação tributária: Artigo 9.• (Subsistcncia da prestação tri· da prestação tributária, só a liquidação strirto stnsu daquela permitir:l aquilatar o seu
burária) do RGI1: montante máximo e mlnimo. Quando assim ocom, o infractor deve ser notificado da
liquidação da presução tributária. O pmo de 15 dias previsto, deve contar-se a partir
NOTAS da notificação para a liquidação e não da entrada de qualquer pedido de redução
(migo 30.•, n.• I, allnca a)).
1- Corresponde ao disposto nos anigos 27.• a 29.• do CJYT embora conrcnha
solução inovadora quanto ao que deva ser considerado "montante mfnimo,.. Ao contr.lrio 8 - O número 3 acautela um conjunto vn.lto de situações cm que o infractor, depois
do que sucedia no CJYT, o legislador optou por aglutinar num mesmo preceito uês>faetos de ter pago coima com beneficio do direito à redução, se verifica que, afinal, não cumpriu
diferentes. ou nio cumpria os requisitos legais de que dependia ral beneficio da redução. Ao invés
O n.• I passou a ter a redacção da U:i n.• 64- B/2011, de 30-12 (Lei de Orçamento de tr.u:ar a situaçio como meramente consumada, o legislador opa e bem, por salvaguar..
para 20 12). Esu alteração veio aumentar as percentagens ar consignadas. Este incremento dar as correcções que se revelam necessárias. Várias situações podem determinar a cor-
eSt:i em consonância com necessidade de obtenção de mais receita patente nesta U:i de recção de coima paga. Elencamos as seguintes:
Orçamento.
- afinal j:l existia auto de notícia devidamente regiscado, participação ou denúncia
2 -Sobre o conceito de prtstariio tributária vejam-se os comentários ao artigo 11.0 recebida - allnea a) do n.• I do artigo 29.•
deste RGIT. - a situação tributária não se encontrava regularizada - allnca t) do n.• I do
artigo 30.•
3 - O número I determina o que deva considerar-se montante mlnimo quando se - o pagamento da coima se efectuou para aMm do praz.o de 15 dias posteriores ao
estabeleça coima vari:ive.l. Este passa a variar cm função da preStação de imposto devida da enuada nos serviços do competente pedido de redução - ai Incas a) e b) do
c da natureza da pessoa do infractor, no respeito pelo principio geral da punição mais n.• I do arcigo 30.•
elevada. das pessoas colectivas. A distinção agora feita, está em conformidade com a aquando da apresentação do pedido de redução, já se tinha iniciado a acção de
alteração introduZ-ida no n.• 2 do artigo 9.• deSte RGIT. Assim, a distinção cOJlStante inspecção ou o exame aos elementos de escrita - alíneas a) e b) do
nesce n.0 1 náo assenta nos conceitos de dolo oU negligência, mas apenas no fàcto de o arcigo 29.•
infractor ser uma pessoa singular ou uma pessoa colectiva.
Em rodos eStes casos, há lugar à inStauração do processo de contra ordenação para
4 - Os limites, que eram de "1096 ou 2096 do impotto druiáo ... • no artigo 27.• efeitos de determinação da correcta valoração da conduta do arguido e da determinação
do CPT, passaram a ser de 5% e 10%, na versão inicial d.o RGIT, pelo que havia uma do momante da coima a aplicar, sem prejuf>o, naturalmente, do montante que a título
redução efectiva do que deva consider.r-se montante mín imo da coima, quando de coima houver sido p:oga (n.• 3).
variável.
No emanro, abandonam-se os conceitos de dolo e de negligência passando a relevar 9 - O regime emergente deste n.• 3 não é inovador. J:i resultava tanto do artigo 29.•
a natureza do infractor: pessoa singular ou colectiva. · do CJYT como também do artigo 7.• do CPCI. - Código do Processo das Contribuições
e ImpoStos. onde se determinava:
5- Ver comentários ao artigo 26. • supra.
"§ /. • "Aptn/11 se considera espontânto o pagamento efmuado pt/o infractor qu<,
6 - Sendo a coima variável. a sua determinação importa • quantificação de um antes de ttr tntmdo em qualqer urviço da administrará() fiscal o auto de noticia, a
agregado prévio: o imposto devido, a cujo apuramento a autoridade competente ter:i de participafáo ou n demínâa, participe o jitclo ou solicite a regularização da rtspectivn
procedc.r, em ordem, então sim, a permitir ao infractor a possibilidade de pagamento com situJJçíio tribulllria.
296 297
[Artigo 31.•[ Dispmi(lits nplitáw-is lts contm~ortbnn(ôet Disposír6a romrms [Artigo 32.•]

§ 2. • A liquidnrlio dn multn paga npo111n11ramen1r deverá ser corrigida qua11do, do-u a 11ova liquidarfW dm1ro du pram dr 30 dúu a comar dnqrui< ac1o e tJoli-
dtpois de efttl'tuula, sr tttrificar 11 jâi111 lÚJs r~quisitos indicados no pdrdgrafo anteriorlt. fi(l(ndo-u o infractor para iftthJ.tlr o pagamento da tJova multa. /(f!ando ..u. porém.
tm conta, tt importância porventura jJ paga.
O preceito foi objecto de, pelo menos, dois esclarecimentos sancionados por despa- Na IJipdttu de o inttrtssado não eftttuar tal pagamtnlo~ insenurar~se-á o
cho minisrcria.l: adcquado prowso dr lransgressfW".

- Foi proferido o despacho do Ex.mo Secrerário de Esrado do Orçamento Artigo 32.0


de 12-1-n (publicado nos Cadernos de CfF n.0 217-219. pág. 279). do com
Dispnua e attstUilfiío especial das coimAS
o ceor seguime:
1 - Para além d..., casos especialmente previstos na lei, pode não ser
•t- A <om<(ílo dn multA paga npo11tA11rAmmu só pode s" efiauaJa 110
aplicada coima, desde que se verifiquem cumulativamente as seguintes cir-
rnp~rtÍVD proc~UD Je ITIJtugmsíiO jJ ÍNt4UTIIdO 01111 ÍIIJIIIIITtiT ~ln fou Jo IIUIO J~
cu.nst~cias:
n01/rilt, partidparlio ou dmrincút, por jôT(A úque se disp« nos artigos 6. •, 103. •
e 107.• do Código de J'ro<tsSQ dAS Comribuirõn r lmpostus r uma I1<Z quc a folta
a) A pr.itic:a da in&ac:~o não ocasione prejuízo efectivo à receita tribu-
dos rtquisüos !.galmmtt mabtf«idos rttira ao pogammto -ftctuado a qualifica(IÍO
ti~ npomAn~o.
tária;
11 - fixaú a mu/111 (que pode niío srr igUIII à quc sr dclmninou para o
b) Esw regularizada a falta cometida;
inatfcquado pagamemo rspom/Jneo). tfewrd notificar-sr o arguido para satisfazer a c) A falta revelar wn diminuto grau de culpa.
import/Jncitt que tx(tdtr o montanlt )d pago. txtinguindo-se o procedimento judi-
2 - Independentemente do disposto no n. 0 1, a coima pode ser espe-
ciai ou proJstguináo os autos StiiJ ttrmos legais, conJoanu o arguido procedeu ou
niio ao pagamemo do quc lhe mt rxigido. . cialmente atenuada no caso de o infractor reconhecer a sua responsabilidade
III - O disposto nos números alllrccdmiN é igualmmu aplicável aos casos e regularizar a situa5ão tributária até à decisão do processo.
de pagammlo rspomllnto -ftcluado posuriormmtt ao inicio dr quaúptrr focaliza-
ção (vtjll o§ 2. • do arligo 127. • do Cótligo M lmposlo de Transacções e o§ único REMISSÕES
do artigo 79. • do Cótligo do Imposto Profissional), hipótrse mr que drvrrá aguar- - Ver artigo 51.• (Admoestação) e 18.•, n.• 3 (A<enuaçao especial da coima, limi-
dar..Jt 11 insummp1o do prottSJO e ttcturlr pela forma jd indicacúl: tes), da LQCO.
- Ver artigos 13.• (Dolo e negligência), 14.• (Dolo), 60.• (Admoescação) do ·et~
foi publicada Circul:or da DGCI a que coube o n.• 21/77, onde se esclareceram - Ver artigo 5 1.• (Subsriruição da coima po< admoestação) da LQCO.
dúvidas sobt·e o n.• I do anigo IS.• do OL n.• 667/76, de 5-8 (que mandava - Arquivamento do processo: Artigo 77. 0 , n.• do RGIT.
acrualizar o monrante das coimM), deveria ter ou não aplicação às infracções - Atenuação da pena: Artigo 22.• do RGIT e artigo 73.0 do CP.
cometidas anteriormente ~ sua vigência, bem como se os erros cometidos na - Sobre a regularização da falta cometida e da situação rriburária vcc remissões
ftxação dM mul<M para pagamento espontâneo deveriam considerar-se susceptí- rd:nivas a obrigações acessórias c outras constantes no artigo anterior.
veis de correcçio. Tendo o assunto sido submetido ;\ consideração superior veio
a ser sancionado pelo Subseçredrio de Esrado do Orçamento, por seu despacho NOTAS
de 22·8 último, o en.tendimenro seguinte:
I -O preceito corresponde aos artigos 116.• e 117.• da LGT, conjugados com o
•t - Por virmt!. do prindpio grml tiA nlio retroartividtuú eJtAbdecido nu n.o 5 do arúgo 18.• da Lei-Quadro das Conrra-OrdeJUções. O n.• I rem a sua génese
artigo 6.• do Código Pcnal. A lltltutli:r,açiío ttmslanu do n. • 1 do 1tr1igo 18. • d4 no anigo 21.0 do RJIFNA.
DL n. • 667176, de 5-8. nlio I de aplicar às multas por inftarçón rometidas ante-
riomttlllt ii Útil d4 entradA cm vigor dme dip{Qma. • 2 - Vide anigos 868.• c segs. do DACAC e artigo 99.• da RA (com a re<b.cção do
11- O arto d4 fiquiÚ(Iio dAS multAS fHlnt JHlgAmrnto apontànro, como acto DL n.• 244187, de 16-6), acerca da dispensa da cobrança a posteriori da Olvida Adua-
ttdminis1rati110 que I, pode ur corrigiú no tJISO Je "ro contra o EstAdo, prowlrn· ncir:a.
298 299
Dúpi)JiçM (()ttmns [Aitigo 32.•!
[Artigo 32.•!

3 - Trara·se de um impomr11e mecanismo que já tinha consagração efectiva, quanto 9- No dom!nio das infracções adu•neiras c da LQCO (artigo 35.•. n.• 3. do RJIFA
ao n.• 1. no artigo 116.• da LGT. hoje revogado. Como se verifiCa o legislador enrendeu e 51.• do LQCO) previa-se um mecanismo semelh•nte, quando a mercadoria obj<ero de
dever consagrar um mecanismo de afaStamento excepcional de aplicação de coimas sem· infracção fosse de diminuto valor (20.000$00 do RJIFA) ou quando a infracção e a culpa
prc que, ~m função das concretas circunstâncias do caso, a infracção se possa considerar do agente fosse diminua c ral medida se justificasse (LQCO).
enquadrada nos parâmetros do n. 0 I.
10 - O conceito de prejuJzo efectivo à rcceim tributária tem sido objocto de dis-
4 - O deferimento legal para a plena esfera do órgão aplicador da coim:o da decisão cussão jurisprudcncial. tendo havido uma inclinação no sem ido de se considerar que esce
de aplicação da mesma, resulta do poder de administrar justiça que lhe cabe, na conside· se reporto a situaç6es existentes ames da regul:oriz.~ção da fàlta. .Assim sendo, parece ser
raç!io plena de que, na ponderoçlio dos interesses em jogo, podem aiscir circunstância! de considerar que caberão neste conceito tão somente as situações cm que não esteJ~ em
cm que, pelas suas caractcrbticas inrr!nsecas, a solução mais justa seja a do af.asramenro causa a f.aha de pagamento da prestação tributária, mas sim a o incumprimento d< outras
do coim2. Tal solução rem S<:mprc, todavia, um carácter acepcional. · obrigações por parte do sujdto passiw {u g. violação do sujeiro fiscal negligeme constante
do artigo 115.•, fàlra ou arraso na apresemação de declarações do artigo 117.•. f..lra de
5 - Os requisitos de que depende o mecanismo de afastamento excepcional de apresentação de livros de escrituração do artigo 122.•, fàlca de nomeação de represcntan·
aplicação de coimas constante do n.• I compreende ramo requisiros de ordem objectiva tes do artigo 124.• e violação da obrigação de possuir conta bancária do artigo 129.•).
(r" g. estar regularizada a falta cornerida; não ltaver preju!zo para a filzenda nacional) como
de ordem subjectiva (a làlra revelar um diminuto grau de culpa) cuja fundamentação 11 - A dispensa e atenuação especial da coim:o são um forre incemivo ao cumpri·
precisa pode ser de dif!cil execução. De F..cro, a determinação da subjectividade - "a menro das responsabilidades tributárias, uma vez que estão dependentes da regularização
folia ~Tvt!lar um diminuiu grau tle culpa• - impõe uma procisa valoração subjectiva da da situação tribur<iria. Apesar desta constatação, verifica..se que es-te me~~nismo pouc.;'
convicção (mima do ageme que os elementos dispon!veis nem sempre serão capazes de rem sido utilizodo pela Administração Triburária. Tomande>-se por adqu~t~do que a "'""
revelar. A necessidode de subscqucnre dererminação do animus ao agente pode revelar-se gência cumulativa feita na alínea a}, ~·· 1 do .artigo 32..• do RG~T d~ que ~ prática da
imprariclvel. contra-ordenação fiScal não deve ocasoonar preJufw efecrrvo à r<eeJta tnbutároa se reporta
a sitUações em que não se chegou a produtir prejuízo antes de ocorrer a regularização do
6 - O recurso de decisão de aplicação de coima não inibe o juiz de se decidir pela f.alca, inviabilizando assim a dispensa de aplicação da coima, resta ainda o mecanismo da
n5o aplicoção de coima aren13 a natureza de plena jurisdição do processo contra ordena- admoestação, arcnra a rcdutida gravidade da infracção c da culpa do agente que o jusri·
cional. fique, aplicável ao ~rocc:sso de contra-ordenação rriburária "'vi do disposto no artigo 51.•
do LQCO (subsidi:oriameme aplicável (Is contra-ordenações mbutánas por força da ai!·
7 - O n.• 2 é inovador pcrmirindo, nas situações onde n~o hajam condições para nca b) do artigo 3.0 do RGIT).
o afasramenro excepcional de aplicoçflo de coima, a sua arenuação especial sempre que o Tamb6m, nos parece ser desproporcionado que se admira que cm sede. de auro·
infractor reconheça a sua responsabilidade e venha a regukriz:tt a situação cributám aré -<icnúncia e antes da existência do processo de contra-ordenação possa S<:r aplicada uma
~ decisão do processo contra ordcnacional. A lei não indica de que modos poderá coima reduzida nos termos dos artigos 29.• c 30.• do RGIT e não possa de igual forma
dcmonscrar-S<: a verificação do requisito "rmmlm:immto di! rttponJIIbilit!AH parecendo-nos ser dispensada a aplicação de coima a que se refere esre preceito.
todavia q ue ele poderá ser dodo como evidenciado a partir dos actos e declarações que o
arguido pratique no processo e da conduta que com elas evidencie concreramenre assumir. J URlSPRUDmCIA
Embora não se consagre em que termos é realizada esta atenuação. o arrigo 18.•, n.• 3,
da LQCO, aplicávd ao processo de contra-ordenação tributária por força do disposto no Dispensa ou alteração especial da sanção. RGIT.
artigo 3. 0 do RGIT. vem referir que 1uando .houver lugar à aunuaríio especial da punifíio
por colllrt:14Jrdenação. os limit~J máximo e mínimo da roimtttlio reduzidos para metade. I. ~...)
2. Não tendo a arguida posto ao tribunal "a quo• a questão da aplicabilidade do
fi - Para al6m da dispensa e :ttenuação especial das coimas a enridade competente artigo 116.• da LGT ou actual anigo 32.• do RGIT, e não sendo ela_de .conh<eimenro
para a decisão pode ainda ordenar o arquivamento do processo quando entendo exisrircm oficioso, nio pode o Tribunal de recurso conhecer dessa nova questao, Já que _recurso
dúvidas IUndodas acerca do aisr~ncia da contra ordenação, nos termos do artigo 77.•, jurisdicional visa modificar a decisão proferida e nio criar soluções sobre maréna nova.
n.• I, desre RGIT. A.c. do T.C.A. de 25.03.2003, Proc. n.• 7215/02.
300 Coimbra Editora• 301
(Artigo 32.•) DiJpori(6<1 <Omwns:..__ _ __ _ _ _ __ __ _ _ __ _ __ __ .::IAni.=..:~·
g~o-=3::2::.
.•..:
1

Recurso apJjc:ação coima. Dispensa de pe.na: requisitos. das coimas e sanções acessória.s, não se impondo, assim. que sejam indicadas as razões por
que se não atendeu aos elementos apresentados na defesa.
1. A possibilidade de dispensa de pena ao abrigo do disposto no artigo 32.• do III - A falta de consideração dos elementos invocados na dcfcs:t apenas poderá cor
RGIT (c. an~<riormcnte, dos onigos 21.0 do RJIFNA e 116.• da LGT) depende do pre- relevância como vício da decisão de aplicoção de coima se essa falra afectar a correcção
cnchimenro cumulacivo dos rcspccti'-os pressupostos, onde desde logo se ocige que d• da decisão, designadamence ~ se verificar uma sicuaçâo em que, se esses deme:mos cives·
prático da infracção não tenha OC2Sionado prejuízo ekctivo ~ receica fiscal. sem sido considerados, deveria ter sido aplicoda uma coima diferente da que foi aplicada
2. Consiscindo a infracção no não envio conjuntamente com a declaração periódica ou deveria ccr .1ido decidida a sua dispensa.
do competente meio de P•&'lmemo auto-liquidado, t<~l infracção causa prejuízo efectivo, IV - No que concerne 1t po<.<ibilidade de dispensa de coima, ao abrigo do disposto
não lhe sendo aplicável ral norma. Ac. do TCAN, Sec. 2.• Secção - Contencioso nos artigos 32.• e 33.• do RGIT, a exigência cumulativa de que esteja regularizada a fitlta
Tributário, proc. 00316/04, de 3-2-2005. cometida e que a pr:ltica da infracção não ocasione prcjuíw efectivo à receita criburária
conduz à conclusão de que, para ocorrer dispensa, nlo basca a regularização da falca, sendo
Recurso da decisão aplicoção da coima. Dispensa de coima. Da medida con- necessário que se esteja perante uma situação cm que nao chegou a produzir-se prejuízo,
creta da pena. Atenuação especial da coima. antes de ocorrer a regularização.
V - Em processo de contra-ordenação tributária, o Tribunal de recurso pode alte-
l - Para :'gir sem culpa rcria a recorrente de actuar sem consciência da ilicitude do rar a decisão do tribunal recol'l'ido sem qualquer vinculação aos seus termos e ao seu
fàcto, o que da mesma ..b initio• afàsca ao protelar o pagamento do imposto subjacente sentido (artigo 75.• elo Regime Geral elas Contra-<>rdenaçócs, subsidiariamentc apliclvel,
~ dcclaraçio periódica, o que devia ter feito, n• hora cena, c, ainda que o \OCnha a pagu podendo, indusivomenre, apreciar ofodosamenrc se ocorrem nulidades da senrenço r<eor·
m•is carde, •crescido de juros, n5o deixa de cousa r prejuízo, uma vtt que os juros não s5o rida. Ac. elo STA, proc. 0356/10, de 7-7-2010.
uma recompensa sua pelo atraso no pagamento que de t~motu próprio)• ela assuma, mas
uma consequ~ncia objectiva ela f.'l!t'ol de pomualidade no pagamento que a lei estabelece. Recurso aplico5ÍÍo coima - dispensa coima- ctímulo jurídico versus material.
II - Só hd lugar à dispensa de aplicação da coima quando cumulativamente se
verifico a •usência ele prejuízo efectivo da receita tributária, se mostra regularizada a falta I - A Lei n.• 51-A/96, de 9- 12 não é aplicável ao ilícito concra-ordenacional,
comccida e t diminuto o grau de culpa. aplicando..sc exdusivamence aos crimes fiscais que enumel'3.
Jil - Mas ocorre sempre prejuízo para o credor tributário quando a presc:ação tri- II - A exigência cumulotiva feita na alínea a) do utigo 32.• do RGIT de que •
butária não for entregue nos praws estabelecidos na lei, não sendo, por U.o, apliclvel o prática da contra·ordenaçâo fiscal não ocasione prejuCzo efectivo à receito\ criburári~
disposco no anigo 32.•, n.• I. do RGIT. reporca-se a situações cm que n~o chegou a produzir-se prejuízo ;unes de ocorrer a regu·
IV - A atenuação especial da coima, ao abrigo do disposto no ortigo 32.•, n.• 2, larização da F.tlm.
do RGIT, só se justifico se a arguida agiu com culpa diminuta, se entre a prática da UI - (... ). Ac. do TCAN, Scc. 2.• Secção - Contencioso Tributário, proc.
infracção e a em"'ga do pagamento por conta <!<correram três m<SCS c se esta regularizou OOS88/06.2BEBRG, ele 24-10-2007.
a situação ames de ter sido notificada do levantamento do auto de noticia. Ac. TCAS,
proc. 01799/07, Sec. CT-2.• Jul>,o, de 3-7-2007. Contra-ordenação. Coima. Atenuação especial. Requishos cumulativos.
De hao·monia com o disposto no n.• 2 do migo 32.• do RGIT a atenuação especial
Contra-ordenação fiscal. Nulidade insuprível. Nulidade de sentença. Conhe- da coima exige a verificação cumulaciva de dois pressupostos, a saber: o reconhecimento
cimento oficioso. Dispensa de coima. da sua responsabilidade por parre do infraccor e a rcgul2rização ela situação tributária att
à dccis5o do processo. Ac. do STA, p roc. 0331/08, ele 2-7-2008.
I - À face do preceituado no artigo 63.•. n. 0 I, do Regime Geral das Infracções
Tributárias, não constitui nul idade insuprível da dcx:isão administrativa de aplicação de Contra-ordena5ÍÍO fiscal. Dispensa de coima. Prejuízo para a fo7.enda nacion:o.l.
cojma por contr:a ..ordenaç:ío tributária a não consideração de elementos invocados na
defesa pelo arguido. 1- A exigência cumulativa feita na alínea tt), n.• I do arcigo 32.• do RGIT ele que
II - Designadamente, no que concerne à fundamentação, •penas se exige que a a pr:lrico da contra-ordenação fiscal não ocasione prejuízo efcx:tivo à receita rribudria
deci&o de aplicação de coima contenha a descrição sumária dos factos e indicoção das reporta-se a situ:oçóes em que não chegou a produzir-se prejuízo anrcs de ocorrer a regu·
normas violadas c punitivas c a indicação dos elementos que contribuíram para a fiXação larização da F..lca.
302 Coimbra Editora• 303
(Anigo 32.•] [Artigo 33.•)

II - Tal n§o será o ca<o d:o declaração periódic:t do IVA ser entregue sem que seja A alteração introduzida pelo DL n.• 394/93, no que concerne a este dispositivo, teve
acompanhada do rcspeccivo meio de pagamento. Ac. do STA, proc. 044/08, de 16-4-2008. apenas c-m vista colmatar uma lacuna, atribuindo a competência· para o afascaJnento
excepcional de coimas às autoridades n:fi:ridas no artigo 54.0 No enranro, aprovcira-sc
Recurso de contn-ordenação. Falta do pagamento por conta. Oispenu da para esclarecer que na aplicação deste mecanismo dever-.sc-á ter em conra a observilncio
coima. Atcnua9io especial da coima. dos requisitos seguinres:

I -1ft acordo com a jurisprudência dos tribunais triburários superiores, ocorre sempre a) A falta não consciruir crime;
prejuízo par.> o credor tributário quando, • prestação rriburária não for entregue nos prazos b) Não haver prejulzo real e concreto para a Faunda Nacional;
esmbclccidos na lei, não sendo, por isso, apliclvel o disposto, no anigo 32.•, n.• I, do RGIT. c) Regulamação da falra;
2 - Todovia, juscifica-se • atenuação especial da coima, ao abrigo do n.• 2 do d) Palro acidental e de pouca gravidade.
anigo 32.•, do RGIT, se à lu1 dos elementos coligidos nos autos o arguido agiu com culpa
diminuta. Ac. TCAS, proc. 02405/08, Sec. CT-2.• Juho, de 15-7-2008. NOTA - De rudo o exposto conclui-se q11e haver:l responsabiliz.ação conrra-orde·
nacional, e que, no caso das entidades públicas, as mesmas possuam personalidade e
Contra-ordenação fiscal. Atenuação especial. Coima. Cusw. capacidade jurídica própria ou seja, que não se confundam com o Estado, pois neste caso,
estaria excluída a responsabilidade criminal e comra-ordenacional, pois que o órgão san-
l - Não contendo o RGIT qualquer norma sobre os termos da atenuação especial cionador se confundirit com o órgão sancionado.
da coima, será em princípio nplic;lvd •os termos da atenuação o disposto no n.• 3 do Entenda-se que na pessoa colectiva Estado e, por aplicação analógica as Regiões
artigo 18.• do RGCO, subsidiariamcntc apliclvel no que respeita às contra-ordenações Autónomas, integram-se todos os serviços dele dependentes (v. g. Direcções-Gerais, Tri-
tribut:lrias a vi do disposto na alínea b) do artigo 3.• do RGIT. bunais, Nodrios, Conservatórias e outros serviços locais e regionais que se integram na
II - Qu•ndo a reduzida gravidade da infracção e da culpa do agente o juStifique, estrutura orgânica do Serviço Cenrral).
como no caso dos autos, o Tribunal pode decidir proferir uma admocsmçâo, "' •i do Ao contJOÚ'ÍO, todos os cnccs públicos menores que constituam um centro aulónomo
disposto no artigo 51.• do RGCO (subsidiariamente aplic;lvcl às contra-orden:>ç6es rri- de relações jurídicas, com personalidade jurídica própria (a conferir pelos respectivos
but:;lrias por força da alínea b) do migo 3.• do RGI'I). estatutos), j~ existe autoridade necessária para aplicação de sanções. A título de exemplo,
11( - Manrcndo-sc a imputação da infracção f<ira pela Administração fiscal, h:l que citam-se as autarquias locais, os inStitutos públicos e demais entidades públicas dotadas
condenar cm custas a recorrida na medida cm que decaiu, e bem assim nas devidas na de personalidade jurídica.
fuse administrativa do processo de contra-ordenação, ex vi do disposto no artigo 513.• No enronto, a responsabilidade individual dos a~nres que actuarem pelas entidades
do Código de Processo Penal, apliclvel subsidiariamenre por força dos artigos 2.0 , alínea b), públicas decorre independentemente sempre que se verifiquem os pressupostos dos artigos 6.•
do RGIT e 41.•, n.• I. do RGCO. Ac. do SV., proc. 0670/10, de 13-10-2010. c 7.• do RJIFNA (agir voluntariamente ou contra ordens expressas dos órgãos competentes).
Tal como exige o n.• 2 do anigo 46.• do DL n.• 24184, de 16-1, que aprovou o
Contra-ordcna~ão. Coima. Dispensa de pena

O insriruro da dispensa de pena, previsto no artigo 74.0 do Código Penal, não é


correspondentemente aplic:lvel cm matéria conrra-ordenacional. Ac. do TRP
i Estatuto Disciplinar dos Funcion:lrios Públicos e Agentes da Administração Pública
Central, Regional c Local, e o artigo 23.0 do DL n.• 519-F/79, de 29-12, e os artigos 49.•
e 58.•, n.0 1, ambos do Decreto Regulamentar n.• 55/80, de 8-10, sempre que os servi-
ços da Administração FJScal detectem o incumprimenro de obrigações fiscais por parte
de 30-3-2011, proc. o.• 469/09.8TBBAO.PI das entidodcs referidas na presente nora deverão comunicar tal fãcto ao superior hierárquico
das mesmas, para eventual procedimento disciplinar (§ aditado pelo Ofício Circulado
DOUTRINA
n.• 2025, de 4-5-1994, da DGCI).( ... ).
Oífcio Circulado o.• 825-DSJT, 1994-2-17 Artigo 33.•
R}1FNA - coimas - afastamento excepcional das coimas Prescrição do procedimento
( ...) J 1 - O procedimento por contra-ordenação extingue-se, por efeito da
2. Afustamenro excepcional das coimas (artigo 21.•) j prescrição, logo que sobre a prática do facto sejam decorridos cinco anos.
304 305
(Art;go 33.•) [Art;go 33.•)

2 - O prazo de prescri5ão do proced imento por contta-ordena5ão é 2 - Não deve confundir-se a prescrição do proeedimemo contra ordenacionol com
redurido ao prazo de caducidade do direito à liquida5ão da prestação tribu- a prescrição da sanção (artigo 34.• deste RGIT), ou das·obrigações tribur.irias (anigo 48.•
tária quanrlo a infraC5ão depender daquela liquidação. da LGT). O prnzo de 5 anos é mancido tal como, de resto, já sucedia no anrerior CPCI
3 - O prazo de prescrição interrompe-se e suspende-se nos termos - arrigo 115.• Importa todavia salientar que depois da entrada em vigor do RJIFNA e
estabelecidos na lei geral, mas a suspensão da prescri?o verifica-se também do que no $CU artigo 4.o, n.0 2. se esubdecia a remissão expressa nesta maféria para o
por efeito da suspensão do processo, nos termos previuos no n.• 2 do arrigo 27.• d2 LQCO, pelo que o prazo de prescrição passou a ser:
artigo 42.•, no artigo 47.• e no artigo 74.•, c ainda no caso de pedido de
- de 2 anos quando se rrat<: de conrra-orden:oç.'ío a que seja :~pliclvcl 11ma coimn
pagamento da coima antes de instaurado o processo de contra-ordenação
supei'Íor ao montante m~ximo previsto no n." 1 do artigo J7.0 (750 000$) e,
desde a apresentação do pedido até à notificação para o pagamento.
- de I ano para os demais casos.
REMISSÕES
3 - O anigo 35.0 do CPT volrou a esrabeleccr uma regra especifica de 5 anos para
-Ver nnigos 8.•, n.• 2, ollnea a}, 48.• (Prescrição), 49.• (Interrupção e suspensão a prescrição do procedimento por contra ordenações fiSClis, prazo que agora se mantém,
da prescrição) da LGT. pese embora a evolução verificada em geral no di reito tribmário subsranrivo no sentido
-Ver nnigos 37.•, 45.• (Caducidade do di reito 1t liquidação) e 46.• (Su~pensão do da redução dos prazos e das maiores exigências feitas ~ administração tributária em vism
prazo de caducid•de) da LGT. ~ uma maior celeridade no procedimento.
- V<r anigos 27.•, 27.•-A (Suspensão da prescrição), 28. 0 (Interrupção da prescri- Como é sabido, em matbia prescricional o direito fiSCal não criou novas figuras jurí-
ção), 29.• (prescrição da coima) c 30.•-A Onrcrrupção da prescrição da coima) rodos dicas nem confUnde os iMitutos da prescrição e da caducidade. São pra'ZOS de caducidade
da LQCO. os que condicionom o exerclcio do direito à liquid>ção dos impostos. Estes prazos não se
- Ver artigos 118.• (Pre">Grição do procedimento criminal), 119.• (ln Ceio da con- suspendem nem interrompem) s:~lvo se a lei exprcssarneme o autori1..1r. Por outro lado. os
tagem do pmzo), J 21 .• (Interrupção do prazo de prescrição), 120.• (Interrupção do pmzo prazos de prescrição pressupõem uma obrigação constituída, uma dfvid" que se extingue
de prescrição) e 121.•, n.• 3. do CP. por não ser exigido o seu pagamento dentro de certo prazo. O prazo de prescrição de
-Ver artigos 61.• do RGIT (Causas de extinção do procedimento por conrra- impostos chegou a ser de 20 anos, nos teimas do enlio artigo 27.• do CPQ. Acrualmente
·ordenação); 74.•, n.• 2 (Susperu.'ío do prnzo de prescrição). tal prazo geral enconrra-se muiro reduzido, rendo a LGT fixado o mesmo em 8 anos.
-Ver artigos 300.• (PrC$crição) a 318.0 (Suspensão da prescrição) e 326.• (Reco- 3.1 - O entendimento supra referido, não é porém pacífico. Na realidade parte
nhecimeruo, efeit·os, duração da prescrição) do CC. · da doutrina c da melhor jurispl'ttdência tem emendido de forma divers:~ uma vez que o
RJIFNA - Regime Jurídico das Infracções fiscais nüo Aduaneiras, nprovado pelo DL
N011\S n.• 20-N90, de 15-I, era omisso quanto ao regime da prescrição das contra-ordenações
fiscais não aduaneiras, havendo ent~o que começar por apreciar a questão à luz da Lei
I - Esra mat~ria cncontrnva« regulada no anigo 35.0 e 193.• do CPT. Como se Quadro das Conrra-Ordenações (LQCO - aprovada pelo DL n.• 433/82), como direito
consrara, procede-se a um alargomcnto dos prazos correspondentes previstos no RJIFA, •ubsidiariomente aplicável por força do d isposto no migo 3.•, alfneo b), do RJIFNA. No
fucto que levou alguns a considero-lo excessivo, relll'esencando mesmo assinalável alarga- normativo descrico inserem-se as disposições rehuivns à. prescriçao, dispondo~sc no seu
menm fàce li solução normativa anterior. o legislador terá achado convenience respeitor artigo 27.0 que o pmzo de prescrição seria de dois anos, relarivamen re a contra-ordenações
o prazo estabelecido no artigo 119.• da LGT, que deste regime é fonrc. A parte final do a que seja aplicável uma coima superior a 750 000$00.
n.• 2 corresponde ao n.• 3 do •rrigo 33.• do CPT. Orn, este prazo é manifcscamenre mais f.avorivel para o arguido, do o que constava
Não nos parece que esra fosse a melhor solu~o do ponro de visra legislativo. Efec- no arrigo 35.• do CPT e sendo este um principio basilar do dirciro penal, levou a que
tivamente os princfpios da simplicidade e da cderidode não se cumprem com o aumento cm imporfantes arcsros se viesse a considerar que cm o prazo prescricional aplicável ao
dos prazos dt:: pt·escrjção. Con'IO jd sabiamenre ensinava Beccaria, "... nos d(litos menortJ, pt'Ocedimemo conrra-ordenadonal fiscal (11idt, neste scnrido, Ac. do STJ de 22-1-2003,
rtduzintÚJ ..se n proba.bili.dadt de inocência do rétt, tleve aumentar D ttmpo da iltvtJtigaçlío t, Proc. n.• 02P972 e Ac. do STA de 12·6-1996, Rec. 17 949, in Ac. Doutrinais do STA,
r<duzindo-~e o riJ<O d4 impunid4dt, dtvt diminuir-~e o tempo d4 pmcrirllo. • (CEsAAE SEC- 4 19, 1305).
CARIA, Dos Dtlitos t das Pm11s, XXX. Ed. da Fundação Calouste Gulbenkian 1998, Desu form• e rendo cm conta a recente jurisprudência do STJ, vertid2 no Ac.
p:lg. 131). n.• 6nOOI, de 25-1 0-1, publicado no DR, S<riel-A, de 30-3-1, foi ftJCoda jurisprudên-
306 Coiml>ra EditOt"• Coimbr;t Editora .. 307
(Artigo 33.•] (Artigo 33.•)

cia no sentido de que a regra do n. 0 3 do migo 121.• do Código Penal, na sua versão de Prescriçi.o presuntiva- esm expressão indica que a prescrição se fu~da na pre~un­
1995 (que corresponde a igual norma anterior, consrulte do artigo 120.•, n.• .3, do Código ção de cumprimento; destina~,. no fundo a proteger o devedor contra o nsco ~e sansfa-
Penal na versão de 1982), se aplica subsidiari2mente ao regime prescricional do procedi- zer duas vezes dividas de que não é usual exigir recibo ou guardá-lo durante multO tempo
mento contn ..ordenacional (P. LIMA e A. VAREU, Cdd. Civ. AnotltM, nota ao artigo 312.•; c A. VARF.LA, RLJ,
Consta dessa norma, na pane que importa considerar, que a prescrição do procedi- 103.•-254).
mento criminal (ou contra-ordenacional) tem sempre lugar quando, desde o início e
ressalvado o tempo de suspensão, civer decorrido o praz.o normal de prescrição, acrescido 5- Curioso~ cons<Orar que o arrigo 193.• da LGT, referia, para além da prescrição,
de mecade. Assim nas conrra-ordenações previstas e punidas pelo RJIFNA o prazo máximo outras formas de extinção do procedimento contra-ordenacional (à semelhança do que já
de duração do procedimento seria de ues anos. Tal jurisprudencia rem precisamente em dispunha o processo criminal- artigo 127.• e segs. do CPP), como sejam, a morte do
vista impedir a renovação sucessiva do praw de prescrição, através do mecanismo da arguido, a amnistia, o pag:amento volunclrio c a acusação recebida em procedimento
intcrrupçiio. por pane da Adminismção Triburuia, de forma a não prolongar tlá mmum, crimin2.1.
a existência do processo de contra-ordenação contra o arguido (neste sentido, jORGE Loru
DE SOUSI\ e MANUEL SIMAS SANTOS, Rtgimt GtrtJI tfm lnfrttcçóa TribuwriM, AnottiiÚJ, 6 - Embora o procedimento contr.o-ordenacional tributário não preveja ausas de
200 I - Ed. Áreas Editora, p;lg. 263). suspens5o da prescriçilo, o CPT previa j:i algumas nos artigos 35.•, n." 2 e 3. 182.•
c 203.•. n.• 4.
. 4 - O conceito de prrscrição tem merecido <OntO por pane da doutrina civilista
em geral como rribut~ria cm particular, muita atenção. Assim, sobre o preciso conteúdo 7 - No que re.peira ~ awas de interrupção do procedimento comra-ordcnacional
e alcance do mesmo podem consult:ar..se os aurores mais representativos: tribuclrio, sSo as que cOn$lam do artigo 28.• da LQCO. Da conjugação do artigo 27.•
da LQCO com o artigo 121.•, n.• 3, do Código Penal (aplicável subsidiariameme ao
Prescrição - ~ a atribuição a uma pessoa, cm favor da qual correu um decurso de processo contra-ordenacional uibutúio) resulta que o procedimento comra-ordcnacional
tempo de inacção do seu credor, ou de posse do bem, do direito de invoca< a 'seu favof deve chegar ao seu termo no pro>.o mhimo de sete anos e seis meses.
esse decurso para considerar cxtinra a divida ou transformada a posse em propriedade
(CM'TRO MENDES, Dir. Ci11il, 7íoria Gtmf. 1979, págs. 11 1 e 794). 8 - Importa tomar em consideração que a suspensão e a interrupção do procedi-
Prescrição - é o in•tituto por virtude do qual a parte contrária Se pode opor ao mento configuram realidades juridicamente distintas. A swpmsáu uma ve2 ccssad~. leva
exercício de um direito, quando este não •cja exercitado durante o tempo flXa'do na lei ~ retom:< da conrogcm do prazo, contado da verificação d~ cau•a suspenSIVa, levando-se
(At MF.IOA COSTA, Dir. Obrignç66S, 4.• ed., pág. 789). todavia cm conta rodo o tempo que tenha decorrido até ao seu início. De outra fonna,
Prescriç~o - é ~ form~ de extinção de direitos subjectivos que opera quando não a int<rrupçllo tem como efeito que a contagem do prazo se reinicia desconsiderando-se o
sejam actuados durnnte determinado lapso de tempo fix~do pôr lei (A. MENEZES CoR- prazo que houver decorrido até~ sua verificação.
DEIRO. Dirrisos Rtnis, 1979-789).
Prescrição - di·t-se que M prescrição quando alguém se pode opor ao exercício 9 - As mercadorias que entram na Comunidade estão sujeitas ao pag:amenro de
dum direito pelo simples facto de este não ter sido exercido duranie dererminado pr.t7.0 direitos aduaneiros IVA (c eventualmente, se caso disso, IEC). As alf.lndegas compere a
fiXado na lei. Para que haja prescriç5o é necessário a verificação dos seguintes requisitos: arrecadação dos direitos aduaneiros devidos por essas mcradorias. Quando se privou o
a) um direito não indisponível; b) que possa ser exercido; c) mas que o não seja durante Es!'ado da percepção dessas receiw, cometeu-se uma infracção fiscal aduaneira. Emen-
cerro lapso de tempo estabelecido na lei; d) c que não e.teja isento de prescrição. (A. demos que nesta mat6ria, e estando em causa a perccpçiio de Recursos Próprios Com.u-
MENEZES CoRDElRO, Dir. Obriga(6ts, 1980, 2.• ed., p~gs. 155 e 157). nir:irios os prtUAs de pmtriríio resultam da Lei Comunitúi2 reguladora dcna maténa,
Prescrição extintiva ou negativa - era a designação que era dada no C. Civil de desigoadameme o Reg. (CE EURATOM) n.• 2988/95, do Conselho de 18-12 - ]0 L
Seabra 2 acru31 "Prescrição•. n.• 312 de 23- 12-95), que es<Obelece que o prazo de prescrição do proce&mcnto ~de
Prescrição positiva ou aquisitiva - era a denominaçáo dada, an[es da entrada em quatro anos a conrar da data em que fOi pratiada a irregularidade, interrompendo·~ por
vigor do C.C. de 1966, "UsuapiSo". qualquer acro, de que seja dado conhecimento à pessoa em causa, emanado da autondade
Prescrições presuntivu - são presunções de pagamento, fundando-se cm que as competente tendo em vista irurruir ou inmurar procedimento por irregularidade.
obrigações a que se rcforem costumam ser pag:as em praz.o bastante curto e que não é Todavia, a prescrição tem lugar o mais cardar na data cm que termina um pra10
cosrume exigir quiroção do seu pag:amento 0/IIZ SERRA, RLJ, 109.•. pág. 246). igual ao dobro do prazo de prescrição sem que a autoridade competente tenha aplicado

~t(dlotcn• 309
]Artigo 33.•] [Anigo 33.•]

uma s:tnção. exccpm nos caso cm que o procedimento tenha 'sido suspenso cm confor- proposra contra de. Esta deft$a chamava-se pmrriptio, porqu~ vinha escrita no alto da
midade com o n.• I do anigo 6.• do supra eirado Regulamemo. fórmula (GIRARO, Tiwiti illmmtaire de droit romfli!t, pág. 227) .

10 - O tempo é, em direito, um grande modificador das relações jurídicas- qua- I 2 - O conceito de prescrição, com o decurso dos rempos, veio a desli!;"NC do
mquam ttihil tx ttmportfir, tamm nisi in ttmporrjit. Com efeito, pelo decurso do tempo seu significado originário, verificando-se um alargamento no seu conteúdo. Como escreve
consdcutm-se c extingucm ..se direitos subjccdvos ou potc.stativos, difel'c-se a exercitabili- DIAS MARQUES: «0 finómnlo prncricionai um os uus afloramentos nas mais PllriluJas
dade d e direitos subjecrivos ou f.oz-sc cessar essa cxcrci12bilidade. regiõts tÚJ mundo normativo: no dinito privntÚJ como no direitq público~ nos dirtill!s reais.
É sabido que a cl~usula acessória dos negócios jurldicos - o urmo -, umas vcu:s, 110 dirrito foe•l e no dirrito pe11al no Jirtito administmtiw t 11o dirrito procmuaf,. (l'racri-
difere a eficácia de um cerro facro já verillcado para depois de decorrido cerco pr= sobre çáo txtintiva, pág. 2).
a data em que aquela se verificou-, rermo inicial, dm a quo - ou que essa eficácia nSo Desre alargamemo de conreúdo resultou que a palavra prescrição começou a ser
deva produzir-se .senão até um certo rnomemo - termo final, dits 11d quem. usada indisdnc:ameme e a designar realidades muiro diferentes. que nada t~rn a ver com
Por ourro !.do, aind• é arravés do f.acro umpo que se lixa qual de enrre várias leis este instituro. Com cfeiro, muitas vezes, f.tla-se de prescrição, onde devia f.llar-se de
ele difCremes datas deve 5<:r chamada a regular cerro direito, na queniío da n~o rctroacti· caducidade, perempção, pcrc.lusáo ou náo uso. Nasce a.ssim. a necessidade de caracterizar
vidade. nitidamente o insricmo da prescriç:i.o.
Como ensina GUILHERME MOREIRA: •Hd dirdtos ttmportlrios por natu~. nn IJUt Como vimos, a prcscri~o exrintiva é o instituto por via do qual os direitos subjec-
o umpo sm~ dt mcdÍIÚJ dos efoitos do focto }11rldico produtor desm dirtitos, como se dtl 110 tivos se extinguem quando não exercidos duramc certo tempo ftxado na lei. Porquê esta
u:s11fruto vital/tio ou por tnnpo d~tt1711Íntul4, 110 llrrmtf4mtnto ~ no comiNillto. exrinç5o? A prescrição justifica-se porque as situações de meto, de larga duração, têm
.H ti outros que só pot!em txerur..st dentro de certos prazos. sendo nt~se caso o tempo a uma fone tendência para se convencr cm direito.
mtáid4 dt dumrlio para 11 pombilitlmk dt tks se"m txtrcidos. l1nporca, por outro lado, ao lmere.'i..liC da segurança do direito que não possam
. f!d outros que auromah"tttmtnte se rxtingutm, por virtudt de se hawr tornat!D intjiru inwcar-se relaçócs jurldicas de cujos fundamentos não haja possibilidades de rer ideias
o áJ_retiO, tomo ruontect tom a prtsc-riçíío t:Xtintivtl dttm direito dt cr!dito, e ou ainda que tt cercas senão com grandes dificuldades. Procegem-se assim os obrigados comra as dificul-
txtmgunn mas porqut entrttanto, Jaáo o á«Uno do umpo. g mnsh"tui 11ma outra n·lll4rio dades da prova a que estariam expostos no caso de o credor vir muito tarde exigir o seu
ju~l~ica p~s!tiva que é incompatlflti com o t!irtito t!e outrem. que desaparece. como na prtJ. . crédiro.
m(llO JH'IIIIIM. Sucede, por ourro lado, que a prescrição tem cambém um fim educativo: estimula
E, nUm disso~ o rempo tDnstitui tamhbn ait~dtl um fodDr que determina, não só mDJi.. os titulares do dirciro ao seu exercido ou cfecúvação. A perda dos direiros é uma sanção
ficii(Óes "" cnpncidatk r:ivil das pmoas (amplo: 11 maioridatk), como o <ttabt!rr:immto dt ~ sua negligência. Embora se possa dizer que o insriruro da prescrição não é jusro
P"!""fón com bast nas quail outms situaçón jurldicas st dtfinmr, origmt dt outiT)J direitos - impium remedium, lhe chamavam os >ntigos- o cerco é, que há razões de convenien-
como ncomece ""nwbtâll> (lmtituiçóts de Dirtito Civil, vol. !, pág. 382). cia ou de oporrunidade em o F.ner funcionar. Com efeiro, se é injusro que um devedor
. Daqui se rira d~de já uma conclusão: o tempo ~ um elemento a que a ordem se veja dcsobri!;'tdo pelo decurso do tempo, é igualmcme injusto poder o credor vir a
JUrld•~a n5o pode de1xar de arender. A sua efic~cia sobre a vicia dos direitos~ enorme rodo o tempo exigir o cumprimenro da obriga~o.
c~~o se viu. mas, nesta anotaçlio. vó\mos procurar definir apenas o campo da pres~ Ora, o direito é uma disciplina de imeresses. Os comandos jurldicos não se forma-
CriÇ>O. ram caprichosamente. O que os determina é uma avaHaç5o de imercss.es com escopo
bem definido: a pa2. social. Podemos, pois, concluir que a prescrição <em o seu funda·
.1 I - A p~rição, consrirui um claro exemplo da acruação do rempo na dieáci~ mento nesta necessidade de paz. sod:'l.
da VIda dos dutltos. Uma cena situação de l1cto, em dererminadas condições, pode Slio assim, três os elementos da prescrição negativa:
rransformar-se numa situação de direito só pelo decurso de um cerro espaÇo de tempo;
oucra.s vezes} um cc"o direito pode também exringuir·.se pelo seu não cxercfcio durante a) A exist€nc~ de um direito;
um cerco cempo. Diz.-se. neste caso~ que se operou a prescrição. b) O seu não exercício por parre do ritular;
Quanto à sua origem, a p>lavra prescrição não signilia nada. ~ uma abreviarura r) O decurso do tempo.
da expressão larina pmcriptio fongi tmporis tt longissimi ttmporis. Era um meio de defesa
oferectdo ao possuidor em cerras condições. nomeadamenre quando a sua posse rinha Verificados esres três elcmenros, os direitos extinguem-se, perdendo • eficácia os
durado basranre rempo (longum ttmpus, longa possessio) e que lhe permitia aracar a acçl[o f.aaos que lhes deram origem. Vejamo-los em seporado.
310 311
[Artigo 33.•) DispMi(in ttlmuns [Artigo 33.•)

a) A lxist;,,na de um ái,..ito Interrupção da prucriçio

A doutrina dominante sustenta que a prescrição exrimiva ~ aplic~vel, em princípio, Diz-se interrupção da prescrição o f..eto previsto na lei que inutiliza rodo o cenipo da
a rodos os direitos subjectivos. prescrição decorrido até ao momento em que esse f..cro se realizou. Após a interrupção inicia-se
Ma.s a regra sofre alguru desvios. Assim ~que oão imprescriúvcis os direitos respei- nova prescrição. Esta manrém o mesmo c:aclau da anrcrior, obedecendo is mesmas regras.
tantes ao Estado e capacidade das pessoas e em ospccial os direitos f.omiliares p<M<>ais.
Esres direiros .são inalienávds c, como tais, impre.scridveis. O prazo prescricional
A doutrina acrescenta ainda que não são prcscritíveis os dil'eitos fuculrativos, isto ~.
aqueles direiros que se rraduzem em poderes ou f.oculdadcs que se englobam num direito São dois os modos de fixar o tempo para efeito da sua influência nas relaçocs jur{-
mais amplo (CUNHA GONÇALVES, Trataáo tk Dirt:ito Civil, Jll, págs. 650 c $cgs.). dicas: o termo e o praw.
Tn-mo: la fixação do rempo medianre a referência, a uma cerra clara do calend:lrio.
b) O 1m não anrlciD por p11m tio tituÚir Assim: ostipula-sc que uma divida sc vencerá no dia 30-4-2014.
Praz.o: I a. flx2ção do rempo com referência a uma série mais ou menos longa de
Etu segrmdo requisito do focto pmcricional comisu na ausência de n:acrão por parte do momentos temporais (dias meses ou anos). Determina-se aqui um per!odo de tempo.
titular do áirtito, a qual dtvt r.omnr a forma concrtta dt ausinâa tk cau.sas interruptlveü. Assim: a divida vencer-se-á dent~·o de dois meses. Não há dificuldade na contagem do
Por isso alguns autores apomam como elemento• da prescrição, aMm dos referidos, tempo no caso do termo. Onde elas podem surgir ~ no prazo.
a ausência de causas interruprivas c suspensivas. A conragem pode &=..se de dois modos:
Pensamos, ao contrário, que, no não exerdcio por pane do titular do inrtressc, j:f.
estão englobadas as ideias de não interrupção ou suspensão. Com efeito, se houve inter- a) Computação nacur.ol;
rupção ou suspensão é porque houve exercido do direito. · b) Computação civil.
Parece, pois, não haver necessidade de esrar a multiplicar os elementos do facto
prcscriclonal, o que redundaria cm dificultar o problema sem, a nosso ver, qualquer Na computação natural o prazo conta-se de momento a momento -11 momtnto ad
inre.resse. mommtum.
Uma, vez. produzido o acontecimento, o prazo começa a conrar-se e vai terminar no
c) O á8curso tio t~mpo
momento preciso, ?tquela mesma hora, minuto e segundo. Na computação civilwma ..sc
A prescrição actua automaticamente, sem dependência de ser invocada em jufw como unidade de tempo o dia inteiro. Qual desces sistemas é p•·efcrlvel? COVlELLO,
como excepção. Manuak, pág. 315, diz que a computação civil baseia-se num dado certo c connolável
A efidcia da prescrição dá..se independentemente da vontade das partes. Decorrido f..cilmenre, como ~ o espaço de um dia, anres que sobre um dado tio incerto e pouco
o prazo fixado na lei e preenchidos os outros requisitos a respecriva relação jurfdica conrrolável oomo é um momento fugidio, considerado especialmente o f.ocro de que a
exunguc...se. indicação do momento varia de relógio par.o relógio.
f cerco que a parte deve mnnifestar a sua vontade para o juiz verificar a presc;ição, Seria, pois, dar lugar a questões sem número c de imposs!vel solução, se paro se
mas, o facto de o juiz não poder declará-la ex olficio não significa que o efeito exrinrivo compmar o tempo se devesse atender ao instante nmtem:ícico inici:ll. Ora, o critério da
da prescrição não exista. O efeiro real da prescrição pode ser aproveitado pelo incerossado contagem do (tempo para efeitos jurldicos é, segundo as nossas leis, o segundo, ou sejn,
indcpendenremenre da verifiCação feita pelo tribunal e de aviso do devedor ao credor a a
o do cômputo civil. esre o primeiro principio a observar na contagem. o segundo é
dizer-lhe que csrá disposto a servir-se da prescrição. o de que nio se conra no prazo o dia inicial, mas o terminal.
Por isso se diz que ela opera ipso iur< c não ope excepâone. O urro principio é o de que qumdo o praw termina em férias, domingo ou feriado
esse prazo só termina no primeiro dia útil a seguir. Compreende-se. Naqueles dias não
Início ela prescrição se podia exercer o direiro a que o prazo se refere.

A prescrição comoça a conrar-se desde o momemo em que a obrigação que se excin· 13 - Da prescrição no direito penal
gue se coma exigfvel, isto é, do momcnro em que o credor pode accionar o devedor e n2o Trar.lmos at6 aqui da prescrição no campo do direito priY:ldo. E fizemo-lo porque
o faz. é neste campo que o insdtum se encontra tra[<ldo oom maior desenvolvimento. A teoria
3 12 Cotmbra Edlto,.e 313
(Artigo 33.•) _ __ OispQsifli~s aph't-!Jveís rh <Otttra-oráenaçóa Disp()si(Vn ctJmllm (Artigo 33.•)

geral da prescrição tem o set~ assento legal no Código Civ.il. Os outros ramos de dheiro A prescrição começa desde o trânsito em julgado da sentença de condenaçii.o. E quais
limiram·se a marcar "" desv10$ ~ regulamentação gcr31 ali esboçada. Importa, por ISSO, são os seus efeitos? O primeiro efeito é faur desaparecer a obrigação de cumprir pena.
ao estudo que nos propusemO$ faur, indag.r alguns desses desvios. Desaparecida a obrigação de: cumprir a pena, a sentença conserva, no emanco, todo o seu
Interessa agora o Pcn:a..l. o Processo penal e o concr:l..ordenacionaJ rributário. valor de sentenç• condenatória, qnanro à.< regras da rtincidênci• e da sucessão. Finalmente,
• resdmição ou reparação civil mandada r•..,, por sencença criminal passada em julgado
Fundamento prescreve segundo as regr.s do direim civil.

A prescrição Pen>l, na su• dupl• forma de prescrição da acção penal e de prescrição Prcsc.rição do procedintento crimjnal
da pena, concretiz.a o reconhecimento da força jur!dic:a dado a uma força nanual: isto é,
ao decurso de tempo que enfr:aquece ou apaga a memória dos factO$, que diminui ou O instiruto jur!dico da prescrição penal rem como fundamemoo a diminuição do
anula o inceres.sc repressiVo, que apouca ou destrói os elementos de prova, que amansa os alarme social c o desaparecimento da recordação do crime. O tempo decorrido pode até
mais ferozes temper:amentos criminosos (MANZINI: /nsritraio11i di diritto pnuzk, pág. I39). demonstrar a cessação da periculosidade por pane do acusado, se este se absteve de pra-
Há, de &.ao, conveniblcio social em n3o deixar indefinidameme a sorte do réu/arguido ticar novas infracções. Nada mais acrescentaremos. A prescrição do procedimento tem
dependente da eventualidade da sua punição. 11 no inreressc da sociedade que a prescri- um car:laer gcr:al.
ção oper:a, no imeresse da paz social. Aplica-se a rodas as infracções, às graves como às simples. Em regra. o prm> da
Com efeito, a sociedade encor:aja a boa conduta do arguido oftrecendo-lhc a pers- prescrição do procedimento é mais curto que o da prescrição da pena. Com efeito, o
pectiva da impunidade, se dur:anrc um cerro tempo ele se absrém de chamar sobre si a procedimenro judicial criminal tributário prescreve no praw (artigo 21.• do RGIT) de
atenção pública. Esquece•se a lembr:ança da sua acção criminosa. cinco anos. Esta prescrição cona-se desde o dia em que foi cometido o crime ou, se antes
Por outro lado, o arguido, par:a se subtrair~ acção da jusriça, levou certamente uma dele algum acro rcve lugar a respeito do crime, desde o dia do último aao.
vida errante, de privaçõe-s c de a.ngús-cias, que consdtuem uma forma de expiaçáo. Acresce Mas quando se considera cometido o crime? «Nos crjmes imtautân.cos, no momento
que, com o decorrer do tempo, é dificil a obtenção de provas: as testemunhas desapare- em que a :acç!io foi praticada. Nos crimes continuados começa a prescrição com o
ceram ou csqucccram·se dos fàctos, os vestígios do crime já não existem, erc., erc. último actOi no crime permanente. quando ~caba o estado antijurídico; no crime de
Por ouu o lado, a opini3o p~blica já não reclama sanção, o facto está esquecido. omissão, :t prescrição começa só no momento em que termina o dever, não naquele ern
A ncces:sidade do exemplo desapareceu, a sociedade já não sente a necessidade de punição. que aparece a punibilidade de condura» (M~ZCF.R, Tratado de derecho pettAI, trad. esp.,
Por isso, a prescrição é um precioso demcnro da política criminal. · p~g. 403).
Q uais são os cfeiros? A prescrição exringue o procedimento judicial.
Prcscri?o das penas. Noções
Prescrição no procedimento contra..ordenacional tributário
f noccssário ddimitar :IS duas formas de prescrição: a da pena e a do procedimento.
I:. o tdnsiro em julgado da 5cnrença o marco que deli mira a prescrição do procedi- Os arrigos 33.• e 34.• do caplrulo III, da Parte I do RGIT. inrirulam-sc respectiva-
mento da prescrição da pena. A prescrição da pena verifica-se quando decorre um certo mente «Prescriçi{o do procedimento» e 11Prescrição das sançóes contra-orden:'l~io.nais». No
cempo depois da condenação, com trânsito, sem que a pena cenha sido exec~tada. artigo 33.• trata-se da prescrição do procedimento por infracções rribur:lrias.

Condições Regulamentação

Todas as penas se podem cxringuir pela prescrição: penais e contra ordenacionais. A lcitur:a do artigo 33.• do RGIT evidencia desde logo que o legislador não elaborou
Segundo o ortigo 122.• do C.P.. as pen•s prescrevem nos p=os de: uma regulamcnação completa do insriruro da prescrição. · Naquele preceiro, tr:ata-sc
apenas de alguns aspectos da prescrição: designadamente, a dur:tção do praz.o prcscricio-
a} 20 anos, se forem superiores • IO •nos de prisão; nal. Compm:ndc-sc, de acordo com o disposto no artigo 3.• do RGIT, em rudo o que
b) I5 anO$, se forem iguais ou superiores a 5 anos de prisão; não esteja especialmente regul•do neste diploma, obscrvar-sc-ão as disposições do diteiro
e} IO anos, se forem iguais ou superiores a 2 anoo de prisão; comr:a-ordenacional comum (LQCO, api"OY2da pelo DL n.• 433/82, de 27- IO).
d) 4 anos. 11os casos reswnes. Vamos, pois, estudar a prescrição no RGIT.
314 3I5
DiJposiç6n tomrms [Artigo 33.•)
[Artigo 33.•1 DtiptJsirõo aplicdwis Jts contra-ord~1Ulf$fs

despacho ou sentença que as aplicou. A prescrição da coima envolve a prescrição da


A prescrição do procedimento tributário
sanção acessória que ainda não tiver sido executada.
Começaremos pela prescriç.io do proctdimmto tributÁrio. Dispõe-se no n.• I do
artigo 33.• do RGIT que o procedimento por infracções tributárias prescreve docorridos a) b1frio - Esra prescrição corre dC$de o dia cm que a decisão condenatória tran-
cinco anos (o mesmo pratO que já constav.t no artigo 119.• da LGT relarivameme às sitou em julgado.
infracções fiscais). As decisões transiram em julgado quando não renha sido interposto recurso no prazo
de vinte dias a contar da notificação do respectivo despacho ou senrença, ou da afixação
Seu fundamento. Inicio. interrupção. Suspensão. Conhecimento do competente edira.l (artigo 59.• da LQCO).

Como dissemos, i pracrição no RGIT oplica-se a teOria geral do insriruro eloborado b) lntnruPfáo - A prescrição interrompe-se com a sua execução.
pelo di~ro penal. Por isso, o li.andamento da prcscriçi.io do procedimento é aqui o mesmo. A pracrição da coima ocorre sempre quando, desde o seu início e ressalvado o tempo
Repouso na acção deletéria que o tempo exen:e sobre os f.actos humanos, pela qual, ate- de susperuio, rivc:r decorrido o prazo normal da prescrição acrescido de metade.
nuando-se roda a n:cordação do abrme produUdo pelo facto, o procedimento judicial pode
oparecer cm ~no momento supérfluo c na pr.ltica inútil, pela dificuldade se não impossibi- <) Smpnuiio da pnscriçio da <oima - A prescrição da coima suspende..., durante
lidade de n:colher as prcwas. Conhecido o seu fundamento jurldico, vejamos a .sua actuação. o tempo cm que:

a} Inicio - A pre&erição corre desde o dia em que foi praticada a infracção e a) Por força da lei a execução não pode começar ou não pode continuar a rer lugar;
interrompe-se nos termos do artigo 28.• da LQCO, ou seja: b) A execução foi interrompida;
c) Foram concedidas facilidades de pagamento.
i) Com • comunicação ao arguido dos despachos, decisões ou medidas contra
ele tomados ou com qualquer notificação; d) Efiitos - A prescrição faz desaparecer a obrigação de cumprir a penalidade
ii) Com a realização de q uaisquer diligências de prova, designadameme exames pecuni&ria. Note..se, no encanto, que a sentença ou decisão condenatória, conserva todo
e buscas, ou com o pedido de auxilio às autoridades policiais ou a q ualquer o seu valor condenatório, designadamente quanto à responsabilidade fiscal e civil. A
autoridade aclministrnrivai prescrição octua assim sem prcjulzo do direiro do Estado ao reccbimenro da prestação
iii) Com quaisquer declaroç6cs q ue o arguido renha proferido no exercício do rribur~ria em divida, pois para estes o p razo geral de p rescrição é de 8 anos, nos termos
d ireito de audição. ao artigo 48. 0 da LGT.

E ainda nos casos de concurso de infracções, a inrenupção da prescrição do e) Co111Jedmmto- O amol'idade administrativa competente conhecerá oficiosamente
procedimento criminal determina a inrcn upção da prescrição d o procedim ento por da prescrição na decisão se o não tiver feiro am es.
contra~ordcn açáo.
O procedimento começa com norteia da infracção (notitia criminis- arti· 14 - No caso de se tratar de infracção aduaneira que não revista carácter criminal o
gos 35.• do RGIT c 248.0 do CJ>J>), forrnali:r.ada ~autoridade rribuciria competente prazo de prtScrição é reduzido a rrês ano.s de acordo com o disposro no n..• 2 do anigo em
através da apresentação do auto de noticia (artigos 57.• do RGIT e 243.~ do CPP), a~1oração c no seguimento do que j~ consrirufa jurisprudência assente (vide a este respeito
da participação ou denúncia (artigos 60.0 do RGIT e 245.• c scgs. do CPP). Ac. do STA, Proc. n.• 020881, de 19-2-97 eAc. do STA, Proc. n.• 023977, de 10·5-2000).

b) Smpensão - A prescrição pode ainda ser suspensa para além dos casos previstos D OUTRINA
na lei, durante o rempo cm que o pr~dimenro não puder legalmente iniciar-se
ou continuar por falta de autorização legal. Oficio Circulado n.• 743-SG D SJF, 1990-5-4

A prescrição das sanções aplicadas cm processo por in&aeçõcs tributárias. lnl-


Pra.os - RJIFNA - prucrição
cio. Interrupção. swpensão. Conhecimento.

As coimas aplicadas por contra-ordenação prevista nos arrigos 108.• a 127.• do ( ...)
RGIT, prescrevem no praro de cinco anos contados a partir da data em que rransirou o G. Pr:uos de prescrição apliclveis
316 317
<oitrin E6tcn•
(Artigo 33.•) DlspoJÍ(Õtf aplicdvtis lu conrm-orámaçies DiJp(Jsiç6t'l romum (Artigo 33.•)

Para as infracções comelidos a p>1'Ul' da enu·ada em vigol· do RJIFNA, quer para o 3. OM rc:rem sido sancionad:l.S superiormente as seguimes instruções:
procedimento quer pam as coimas, são aplic~vcis os prazos estabelecidos no regime geral
das contra-ordenações - artigo 27. 0 e seguintes do OL n.• 433/82, de 27-1 0. ") O prazo de prescrição do procedimento judicial aplicável à.s rransgressões
Tamlx!m aqui hd que oonsiderar qual é a punição mais favordvel ao arguido resulwue praticadas at~ l enmda em vigor do DL n.0 20-N90. de 1~·1, bem como
do oonfromo dos dois regimes relotivamenre is infracções cometidas ames do RJIFNA, u oomra~rdenaçóes previstos no novo Regime Jurldico das ln&aoçôes Fiscais
devendo, por isso, proceder-se ~ contagem desses prazos nos termos de Lei Civil Nlo Aduaneiros e au! 30-6-1991. é o previsto no artigo 29.• do DL
(•rrigo 297.• do Código Civil), isto ~. contam-se os novos a panir da entrada em vigor n.• 433/82, de 27-10, ou seja 2 (dois) anos para as in&aoçôes oomin2das
da lei posterior c os amigos de acordo com a lei anterior, elegendo-se aqueles que mais oom coimo superior a 100 000$00 (al!nea a) e I (um) ano nos resranrcs casos
cedo aringirem o seu 1ermo. (alrr>ea bJ).
b) O respectivo processo de contagem é idêntico cm ambos os normativos, cujo
Oficio Circulado n.• 2 685-N]T, 1992-12-7 prazo se conta sempre da prática da infracção, sendo, po~. diferentes as
respectivas cau~s de interrupção: na lei contravencional a instauraÇão do
PraxA>$ mais favorá..,is - representante da fucnda pública - arquivo de pro- processo de rraMgressiio c qualquer acto neste praticado que renha sido
cessos - Código do Processo Tributúio (CPT) notificado ao arguido (anigo 115.0 , § 2.•, do CPCO; e na lei contra-arde-
nacional os aetos referidos no artigo 28.• do DL n.0 433/82, de 29-10.
( ...) <) Pese embora os referidos processos de transgressão poderem ser arquivados
Assumo: Acolhimento pela Administração Fiscal da corrente jurisprudencial que por prescriçio do procedimento judicial, desde que verificados os nccess~rios
preconiza a aplicação da contag<:m de prazos de prescrição m•is curtos que os previstos pressupoStos legais, é certo que os mesmos deverão prosseguir o mais ripido
no artigo I 15.0 de CPCJ. possCvel para arrecadação do imposto liquidado naqueles processos cumula·
Acerca do assun to indicado em epCgrofe, tenho a honra de comunicar a Vossa tivamente com as muitos por infracções anteriores ao RJlFNA, isto aré ser
Excelência que, por despacho de Sua Excelência o SubSecret~rio de Estado Adjunto proferida sentença condenatória no pagamento do imposto devido.
da Secretória de Estado Adjunto e do O rçamemo de 24·1 1- 1992, para observancia Porém, nos processos de contra-ordenação o imposto é sempre de arrecadar
dos serviços e uniformidade de procedimentos, foram sancionadas as seguintes ins· fora do processo. conforme dispõe o artigo 182.• do CPT, combinado com
cruções: o artigo s.o do DL n.• 154/91. de 23-4.
d) Os processos de transgressão e/ou contra-ordenação pendentes nas Reparti-
I. É entendimento un:lnimc dos Tribunais Tributários, do Supremo Tribunal ções de Finanças, desde que verificados os pressupostos da prescrição, deve·
Administrativo e, inclusive, do '!Hbun:d ConstitUcional e que a Adminimação Fi$cal r5o ser enviados aos Senhores Rcpresenranres da Fazenda Pública, os quais
imeiramente acolhe, que as infracções fiscais cometidas imediatamente ames de se abSterão de deduúr acusação, ordenando o seu arquivamento.
4-2- l 990, dam da entrada em vigor do Regime JurCdico das Infracções Fiscais Não No caso dos processos já se encontrarem no Tribunal Tributário e desde que
Aduaneiras (RJIFNA), aprovado pelo DL n. 0 20-A/90. de 15-1. bem como as não estejam afectos ao respecrivo Juiz, os Senhores representantes da Fazenda
contra-ordenações fiSCllis n~o aduaneiras praticadas após aquela data e aré 1-7-1991, Póblica, igualmente, abstcr-se-ão de deduzir acusação e, consequentemente,
exclusive, data da entrada em vigor do Código de Processo Tributário (CP1), apro- ordenarão o arquivamento dos processos, os quais deverão ser remeridos à
vado pelo OL n.o 154/91, de 23-4, se aplica o prazo de prescrição p revisto no Repartição de finanças de origem.
migo 29.•. n.• 1. alrneas a) e b), do DL n.0 433/82. de 29-10, em detrimento do e) Nos processos em que j:l haja recurso inrerposco da decisão judicial que
prazo de prescrição previsto no artigo IJ 5.o do CPCI. os mandou arquivar por estar prescrico o procedimento judicial, deverão
2. Isto, por força do principio constitucional inserto no artigo 29.•. n. • 4, «Ín os Senhores Representantes da Fazenda Pública apresentar requerimento
fin,.. da CRP, combinado oom o n.• 4 do arrigo 2.o do Código Penal, que consagra a desistir do respe:clivo recurso~ isto sem prejuízo da susrentaçáo do
o principio da retTaaetividade da lei mais favocivd ao agente, sendo apliclvel em mesmo recurso. no parte respeitante ao imposro a exigir dcnrro do pro...
todo o domfnio nncion2<6rio público, designadamente no ilrcito de mera ordenação cesso e nos casos em que a decisão judicial igualmente o renha mandado
social que u aontra·ordenaçóes respeita e no domínio das in&aoçôes fiscais que, quer arquivar.
as conrra-orden:1ç6cs da nov.a lei, quer as conrn.vençóe.s da andga nâo deixam de j) A prescrição do procedimento judicial nos rermos expostos, não deve preju-
constituir. dicar, conforme j:l foi solientado, o prosseguimento dos processos nos quais
318 Coitnbrl: EditOta •
(Artigo 33.•) Dúposi{i<s aplicJwis .b conmt-O~ .;.
D_isp<n,__,iroa.;.·.:..:.coc"ccc'"ccns.:..:._ _ _ __ __ __ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _..:IArtigo 33.•)

seja devido imposto, recorrendo-se, por isso, sempre das decisóe.o; judiciais Cont.rawOrdenações aduaneiras, inexistência de caus-as de suspensão da prescri-
que não contemplem o imposto quando exigido cumulativamente. ção do procedimento, pruo normal c prazo mslximo da prescrição . .

JURISPRUDÍNCIA I - O regime geral d•s conrra·ordenações n~o pr<:Vê causas de suspensõo da pres-
crição do procedimento mas apenas causas da sua interrupção (artigo 28.• do DL
P.-.esaição - prazo nonnal n.• 433/82, de 27-10).
II - O prazo de prescrição do procedimento por dcscaminho doloso de dirciros é
i!. que, por forçn do disposto no anigo 32.• DL n.• 433/82, ~ aplicável o disp<»to de dois anos (artigo 20.0 , n.• I, alínea a), do RJI FA).
no n.• 3 do artigo 121.• (anteriormente 120.•) .do Código Penal segundo o qual a pres· III - Não havendo causas de suspensão do praw de prescrição em matéria de
criç5o "ttm umprt lugar quando, dtsd~ o sru inicio e ressalvado o tempo de JUSptnsílo, tiver contra-ordenações aduaneiras, por força do artigo 32.• do DL n.• 433/82, de 27-10,
J~rrido q pTIIZD nqmuzl J~ pmcripio iUTndJo J~ mtt4Je•- no caso, 3 onoo (cf. Ac. STA, subsidiariamenre aplicasse o disposro no artigo 120.0 , n.• 3, do Código Penal, nos rermos
24NOV93, Rec. 16.530, e Acli-ib. Tribucirio de 2.•1nstincia, IODEZ96, rec. 64.130). do qual nuna o prazo de prescrição pode exceder o prazo normal acn:scido de merade.
Tendo a infracção imputada nos autos ocorrido, conforme resulta do quadro de fls. 10, IV - E. assim, o praw de prescrição do procedimento por um descaminho doloso
entre OUT93 e FEV94, e nõo se verificando a ocorrência de qualquer fàcto suspensivo de direitos (artigo 35.•, n.• I, do R)lf.A) nunca pode ulrrapassar os três anos. Ac. RE
da prescrição, completou-se aquele pram de prescrição em FEV97. Trib. FJSCal Aduaneiro de 3-5-95, BMJ, 447, p~g. 603.
de Lisboa, 2.• Juizo Rec. de Contra-ordenação n.• 2/97.
Preterição - ilícito de contra ordenação social
Prescrição - facto interruptivo
O procedimento por conrraordenação aduaneira prescreve e interrompe-se nos termos
Tendo a infracção imputoda nos autos ocorrido anteriormente a 28DEZ94, e não do regime regra do illciro de contra ordenação social- anigos 27.• e 28.• do DL
se verificando a ocorrência de qualquer facto suspensivo da prescrição, completou-se aquele n.• 433/82, de 27-10. Ac. do Sli\, Pleno da Secção do Contencioso Tributúio, de
prazo de prescrição em 28De7.97. Trib. Fiscal Aduaneiro de Lisboa, 2.• Juízo Rec. de 1:2.7-89, Rec. 3587, Apêndice ao DR de 24-4-91.
Contn.-i>rdenação n.• 14/97.
Prescrição Foscai
Prescrição - interrupção do prazo pata a defesa
I - Uma infracÇio tributária, embora praticada anceriormemc a emrada cm vigor
Na sequência da notific.1ção para apresentar a sua defesa, e dentro do respectivo do DL n.• 20-N90, de 15-1, pode vir a ser punida pei:IS sanções previsras naquele diploma,
pram, a arguida solicirou cópia de documentos n:fcridos na panicipação e para a qual desde que a puna mais fàvoravclmenre (anigo 3.0 , n.• 2, do DL n.• 433/82, de 27-10).
remete na enunciação descritiva dos fàctos constitutivos da infracção imputada. Tal II - O pram de prescrição do procedimemo judicial tem duração diferente, conforme
requerimento interrompe o prazo para a apresentação da defesa, que só começa, de novo,
a correr depois de decisão sobre esse mesmo requerimento, conforme rcsulca do mais
demencar bom senso, com inúmeros afloramentos nos rexros leg;ais, dos quais podemos
r for comado nos termos do Artigo L 15. do Código de Processo das Contribuições e
lmposros ou pelo arrigo 27.• do DL .n.• 433/82. !li- O prazo de prescrição do pro-
cedimento judicial mais curto ~ de apliação imediata. N-A lei nova é mais ben~ola
cirar, a título de exemplificarivo, o anigo 22.•, n.• 2, CPT., o artigo 85.• da LPTA, 24, para o infractor, por isso ~ aplicada em bloco por tornar mais f.kil ou mais r.ipida a
n.• 2, da Lei do Apoio Judiciário (LAJud). Trib. Fiscal Aduaneiro de Lisboa, 2.• Juízo consumação da prescrição. Ac. do STA de 13-3-1991 (Rec. 13 146), Acs. DouL do
Rec. de Contra-ordenação n.• 14/97. STA, 359, 1271.

1'.-escrição - Decurso do prazo Infracçócs fiscais aduaneira.o

O artigo 120.•, n.• 3 do Código Penal, que dispõe que a prescrição do procedimento ~ I - Em virtude da competência que, por força do preceituado na primitiva redac-
criminal rem sempre lugar quando tiver decorrido o prazo normal da prescrição acrescido • ção do anigo 213.•, n.• 3. da Constituição da Repúblic:t Ponuguesa, no DL n. 0 173-N78,
de mcrade, vigora t:.mbém para as contra-ordenações. Ac. do STJ de 7-5-1992 (Rec. i de 9-9, e na alínea J) do n.• I do anigo 4.• do DL n.• 129/84, de 27-4, passou a ser
42475), CJ, 1992, 3, 12. ~ atribuída aos tribunais comuns, para conhecer e julg:u crimes ou delitos fiscais, cumpre-lhes
320 ;:;' Coimbra Edito••• 321
[Artigo ~3.•! Disposirões comum (Artigo 33.•]

aplicar, também, a legislação especial, contida no Contencioso Aduaneiro designadamente Ac. do S.T.A. de 22-2-95, proferido no recurso, n.• 17845, publicado em Apêndice
as respectiva.s normas de carácter substantivo c adjectivo. li -Assim, por uacro que ao Diário da República de 31-7-97, pág. 475. ·'' ,..
constitua procedimento fiscal contra o infractor», a que o§ único do anigo 27.() do
Concendoso Aduaneiro atribui efeiro inrerruptivo da prescrição do procedimcnro fisca.l) Pfll'<O de presetição
deve encendcr-se «acto que imegre proccdimenco criminal fiscal contra o agente». Ac. da
Rei. de Évora de 27·5·1997 (Rec. 642/95), Col. de Jur., 1997, 3, 285. Ac. do Tribunal Constitucional n.• 408/98, de 2-6, O.R. de 9-12:- Julga incons-
ritucional a norma do artigo 22.0 do Esraturo do Serviço Regional de Conciliação c
Transgre.s-são fiscal - suce.ssão de leis penais - Aplicação da lei no tempo - Arbirragem do Trabalho dos Açores, aprovado peJo Decrero Legislarivo Regional
Amnistia n.0 24/88/A, de 19-5, por violação do artigo 229.•. n.<> I. alínea a), da Constiruição da
1 - Na sucessão de leis penais é de aplicar a lei concretamente mais favorável ao República (Revisão de 1982; hoje artigo 227.•), ao esrabelecer um regime especial de
infraccor, por força do disposco na parte final do n.0 4 do anigo 29." da Consricuiçâo, suspensão do praw de p rescrição para exercício de direitos, eontm o estabelecido na lei
preceito esse aplicável camb<!m às transgressões. geral, sem que se verifique um imeresse específico da região que se tenha que~ido defen~
2 - Se a inft·acção. mesmo tendo em consideração a hipórese m;Üs desfavorável ao der. AC 408/98- 2-6-1998, publicado em 9-12-1998.
infractor esr.l abrangida por lei de amnistia, deixa de rer inreresse a averiguação de qual
dos rcgimt.s é o mai.~ favodvel ao infractor, devendo julgar-se logo extinto o procedimento Interrupção de prescrição - Notificação avulsa
judicial. Ac. do S.T.A. de 20-11-91, recurso n.• 13545, publicado cm Apêndice ao
Diário da República de 10-8-94, pág. 1327. Ac. do S.T.J. n.0 3/98, de 26-3, O .R. de 12-5;- •J\ norificaçao avulsa pela qual se
matlifesra a intenção do exercício de um direito é meio adequado tt interrupção da pres-
Con ceito de amnistia- Limite da multa- Multa fixa - Conhecimento ofi- crição desse dirciro, nos termos do n.0 1 do artigo 323.0 do Código Civil•. Ac. 3/98,
cioso- l.ci n.• 23/91, de 4-7 - Multa concreta e multa abstractamente aplicável Diário da República n.• 109, Série l-A, págs. 2182 a 2189, publicado em
12-5-1998.
1 - A amnistia é um acro de soberania, de clemência que tem por fim fazer esque-
cer cercos filctos ou acco.·~ que, na realidade, não têm um carácter odiento.
Presetição
2 - A amnistia é de conhecimenco oficioso, embora possa ser requerido pelo con-
tribuinte.
1- Para efeiros de interrupção da prescrição é relevante a data da acusação, inde-
3 - A Lei n.• 23/81. 4-7, artigo !.•, alínea x) - cfr. alínea dd)- rem em conra
pendentemente de qualquer outra> designadamence a data de encrada do processo na
a multa efectivamenrc ftxada e não a mulra aplicável. Ac. do S.T.A. de 29-04-92, pro- secretaria. ll - Assim, ocorrida uma contravenção em 9-11-1991 e deduzida acusação
ferido no recurso n. • 13892, publicado em Apêndice ao Diário da República de
cm 4~1 1~1 992. não se verifica a prescrição do respectivo procedimento criminal. Ac. da
22-2-95, pág. 910.
Rei. do Porto de 9-2-94 (P. 1194), Boi. do Mio. da }ust., 434, 689.
Con tra-ordenafão - EXtinção do procedime.nto - Pagamento voluntário -
Falta de legitimidade para recurso Interrupção de prescrição

Nos rermos das combinadas disposições dos arrigos 4!.• do DL n.• 433/82, de O regime da interrupção do procedimento c•·iminal previsro no n.• 3 do arrigo 121.•
27-10, e os arrigos 647.•, § 3.•, do C.P.P. de 1929. e 401.•, n.• 1, alínea a), do C.P.P. de do Código Penal aplica-se subsidiariamcnre às conrra-ordcnações, o mt-smo não aconre-
1987, carece de legitimidade para recorrer quem requet· e paga volunrariamente a coima cendo quanto ao regime da suspensão, fuce ao disposto no arcigo 27.• do DL n.• 433/82,
aplicável por conrra-ordenação. Ac. do S.T.A. de 17-4-91, proferido no recurso que, nos termos desta norma, está limitado às si[Uaçóc-s a( previstas. Ac. da Rei. de
n.• 13056 publicado cm Apêndice ao Diário da República de 30-9-93, pág. 195. Lisboa de 13-3-1998 (Rec. 574/98), Boi. do Min. da Just., 475, 764.

Impugnação judicial-Liquidação- Pagamento \'Oluntário do imposto- Amnistia Contra-ordenações/Presetição

É judicialmcnre impugnável a liquidaç.1o do imposto, mesmo que este tenha sido O regime Penal da prescriç.1o não é aplicável às concra-ordenações. Ac. da Rei. de
pago como condição do aproveiramenro de "benefícios" concedidos pela lei de amnistia. Lisooa de 9-3-1999 (Rec. 1329/99), Col. de Jur., 1999, 2, 132.
322 Coimbra E<lltora• 323
!Artigo 33.•] Dlsposirõn nplicdvâs às contrtt...()rdmdçón Dúpt>siçón tomuns (A<tigo 33.• )

PTC$crição I Contra-ordenaÇÕe$ 27-IQ, e do artigo 4.•, allnca b), do Regime Jurldico das lnfi:acções Fiscais Aduaneiras.
IV-Assim, tendo o recorremo sido condenado pela pclrica da contravençõo previSta e
1 - O artigo 121.•, n.• 3, do Código Penal aplica-se b conua-ordenaÇÕe$. punida pelo anigo 35.•, n.M I e 2, al!nca&), do DL n.• 376-N89, de 25-10, punida com
11 _ Em processo contn-ordcnacional, não é obrig,uóri:t a constituiÇio formal de arguido. a coima de SOO 000$00, a qual foi cometida cm 19· 10-1989. encontra-se prescrito o
Ae. da Rd. de Coimbra de 28-4-1999 (Rec:. 209199), Col. de Jur., 1999, 2, 55. re$pectivo procedimento contra..,ncional, por cerem decorrido mais de crb anos sobre
aquela data. Ae. do Trib. Tribut. de 2.• l n.st. de 27·5·97 (Rcc. 61 190), Boi. do Min.
Interrupção de pre$t:rição da J ust., 467, 654.

1 - A prc.<crição imerrompc·se, independememence da citação, quando esca não Contra-Ordenações fucais1Pre$trição


puder sCJ' lcv:.da a efcico, por, motivo de Cndolc pt·occssual, de organização judiciária ou
de t•cgime rribucddo, nos cinco dias seguintes ao da aprcscncação da petição. lf - A A norma do artigo 35.•. n.0 I, do Código de Processo Tributário, ao estabelecer um
cir:.çfio feita para além dos cinco dias a que alude o n.• 2 do 'migo 323.0 do Código C ivil, prazo prescricional para as contra-ordenações fiscais mais longo do que o esratuldo pnra
por se encontrarem a decorrer férias judiciais qu{lndo foi requerida, deve ter-se como as contra-ordenações em ger:tl, não encerra umá desigualdade de tr:uamcnco a•·bicrário,
demorada por ratões quer de organização judiciária, quer de nacureza processual, e náo sem fundamento razoável ou m•rerial bascamc dos arguidos em prOCe$SOS de concra·
· por causa imput4vd ao requerente, não impedindo, por isso, o efeito imerrupdvo decla- -ordenação fiscal cm comparação com os arguidos em outros processos de contra-orde-
rado naquela norma. III - No caso concreco, muito embora a citação tenha tido lugar nação, pelo que não infi:inge o principio da igualdade plasmado no artigo 13.•, n.• I, da
apenas a 28-10-1994, a petiÇio inicial foi apr=ntada no dia 23· 8· 1994, ou seja, cm data ConscilUiÇio. Ac. do Trib. Const. n.• 302197, de 16-4-97, P. 275196, Boi. do Min.
anterior aos cinco dias que precediam a oco~nci• do prescrição (3-9-1994); e como a da Just., 466, U O.
citação se não fez dentro dos cinco dias posretiore$ ~ data da propositura da acção por
cwsa que 11 autora não é imputável, forçosa a conclusão de que a pre$Crição se imerrom· P rescriçãoiContra-ordenaçócs
peu decorridos que foram esses cinco dias. Ac. do S.T.J. de 17-6-1998 (P. 457198),
Boi. do Min. da J ust., 478, 324. O DL n.• 433182, de 27-10, não consagra o princípio da suspensão do pte$Crição
do procedimenco por contra-ordenaç6cs. Ac. da Rd. de ltvora de 12-11-1996 (Rec.
Interrupção de prescrição 632195), Boi. do M in. da Just., 461, 541.

A irtcompctência do tribunal não obsta à interrupção da prescrição, nos termos do Contra-ordenaçóesiP=criç~o


arcigo 323.•, n.o 2, do Código Civil. Ac. do S.T.J. de 17-6-1998 (P. 446198), Boi. do
Min. da Just., 478, 321. O disposto nos n ... 2 e 3 do artigo 121.• do Código Penal é aplicável ao procedi·
mcnto conrra-ordcnacional. Ac. da Rel. de Luboa de 21-10-1997 (Rec. 5098197),
Contra-o rdenações aduaneiras Col. de Jur., 1997, 4, 153.

I - O procedimento por contra-ordenação aduaneira extingue-se por efeico ~· Caducidade I Prescrição


prescriçã:o, logo que sobre a pclrica da mesm• sejam decorridos dois anos, quando se trate
de concra-ordenação punida com coima superior • I00 000$00, nos termos do disposto I -A caducidade extingue 0$ COrte$pondentes direitos subjectivos; a prescrição torna
no artigo 20.•, n.• I, alfnea a), do Regime Jurldico daslnfracções FIScais Aduaneiras (DL os inexigfveis. II - Se houver absolvição da insdncia por causa imputável ao •ucor, a
n.• 376-N89, de 25-10). II - E o n.• 4 do referido normativo legal diz que a contagem prescrição ocorrecl após a conragem de novo prazo pte$Cticional a parei r d• citação; se
do praw de prescrição, do procedimemo ou das coimas e as circunsdlncias em que os for por causa não impucável ao aucor • prescrição só pode ter-se por completada 2 meses
mesmos se suspendem ou imerrompcm são reguladas pelo disposto no DL n.• 433182, após o tcinsito da decisão absolutória. III - No que respeita à caducidade, o aucor
de 27 -lO. IJI - Deste modo, a prescrição do procedime mo comravencional teci sempre poderá propor nova ncção em trinca dias após absolvição na ancerior, a não ser que dis-
lugltr q<<ando, desde o seu início e ressalvado o tempo de suspensão, tiver decorrido o ponha do prazo de 2 meses que será aplicável quando não tiver dado causa, pot· culpa
pra1.o norm:~l de prescrição, acrescido de metade, nos termos do disposto no artigo 121.•, sua, a tal absolvição. Ac. da Rei. de Lisboa de 14-12-1995 (Rec. 87016195), Col. de
n.• 3, do Código Penal, aqui aplicável por forç.' do arcigo 32.• do DL n.• 433182, de Jur., 1995, 5, 154.
325
(Artigo 33.•) [Artigo 33.•)

Prescrição fiscal prejuízo do efeito dcsgr:lduativo resultance do novo regime ln.stimCdo, cuja aplicação
retroacciva emnna da relação de sucessão de leis existentes entre aquele regime novo e as
I - A 2.' parte do n.• ~.do artigo 29.• da C<>nstituição da República consagra o norma.s transgrcs.sionais lntCI'Íormcnte vigentes. lll - Lei mais favorável é a que Jnenos
princípio d~ apJicaç:io rctro~ctiva de ]eis sancion:atórias mais favor:lveis ao infr:acror. agrava o infraaor depois de feim a respeCtiva comparação. !V - O artigo 3.0 do DL
11 - Tal prind pio abr.tnge as leis =cionarórias de contra-ordenações fiscais não adua· n.• 433/82, de 27·10, não conrraria o enrendimemo descriro ou seja • aplicação retroac-
nciras. IlJ - O migo 2.• e o n.• 2, do anigo 5.• do DL n.• 20-N90, de I 5· I, que tiva da lei mais favorável. V - A lei nova é mais benigna ao infr.tcror, por isso é aplicada
aprovou o Regime Jurídico das Infracções fjS(;ais não Aduaneiras, ao proibir a aplicaçSo cm bloco parn tornar mais F.icil ou mais rápida a consumação da prescrição do procedi·
recroacti~ do regime sancionatório do referido Rcgjme a transgressões fi.scais não adun- mento judicial. Ac. do S.T.A. (S.T.) de 28·10·1992 (Rcc. 13 001), Aes. Dout. do STA,
neiras comctid:lS antes da entrada em vjgor do novo regime, na medida cm que este seja 378, 689.
mais favoO'i:vd ao infracror, estio feridos de inconsticucionalidade material. IV - O
regime de prescrição do procedi memo previsro no artigo 27.•, n.• I, alínea 4}, da Lei Conteneioso aduaneiro. Direito com11nitário. Procedimento j11dicial. Cadu·
Quadro das C<>ntra·Ordcnaçóa, aplicável subsidiariameme às comr.t·ordcnaçõa /iS(;aiS cidade de liquidação. Cobrança à posteriori. Direitos de imporm5io. Infracção
não aduaneiras por força do n.• 2, do artigo 4.•, do Regime Jurídico das Infracções Fiscais penal. Infracção fLScal. Contra-ordenação aduaneira.
não Aduaneiras, é mais favorável do que o regime de prescrição previsto no artigo 115.•,
§ J.•, do Código de Processo das Contribuições e impostos. V - Em consequência, 6 A expressão "acto passivei de procedimento judicial repressivo" constante do artigo 3
aquele primeiro regime o aplicável às transgressõa liS(;OÍS não aduaneiras cometidas ames do Regulamento CEE, do Conselho n.• 1697179, de I979-7-24 - que contempla os
da entrada cm vigor do novo regime aprovado pelo DL n.o 20-N90. VI -A prCS(;fiÇiO prazos de caducidade do direito de liquidação c cobr.tnça ?a posreriori de direitos de
do procedimento judicial por contra·ordenações, no regime do Regime Jurídico dos importaçâo e de exportação - exclui os aCtos que constituam mer.a cont.ra-ordena.ç5o.
Infracções Fisc~is não Aduaneiros,~ aplicável o n.• 3. do artigo I20.•, do Código Penal Ac. do STA, Proc. n.• 020881, de 19-2·97.
c, por remiss3o, o artigo I I 9.• do mesmo diploma, quanro à suspensão da prcscriçiio.
VII- A notific:oção nos termos dos artigos 1 I7.• e 127.•, do Código de Processo das Direitos aduaneiros. Facto determinante. Caducidade. Proc~dimento judi-
Conrribuiçõa c Impostos não vole como causa de suspensão da prescrição prevista na cial.
alfnea b), do onigo 1 I9.• do Código Penal. Ac. do S.T.A. de 10-~1993, Aa. Dout.
do STA, 380-381, 909. I - Os incumprimentos de obrigações relativos ao funcionamento do regime de
aperfeiçoamento activo que estão ressalvados na al(nca d) do n.• I do artigo 2.• do Reg.
Prescrição de contra·ordenação fiscal (CEE) n.• 2 144/87 do Conselho, de 13·7·87 como não sendo factos constitutivos da
divida aduaneira são apenas aqueles que não têm reais consequências sobre o funciona·
I - O principio da aplicação rerroacriva da Lei sancionatória mais &voclvel, con- menro substancial ou material do regime, como os formais c outros como o não cumpri-
sagrado nos artigos 29.•, n.• 4, da Constituição e 4.• do Código Penal, é aplicável cm menro de um praw cuja prorrogação poderia ser concedida se arempadamenre requerida.
matéria contra·ordenacional. ll - Assim, o regime transitório in5titufdo pelo DL II - Tendo sido concedida pela autoridade aduoneira a autorizoçõo de utilização do
n.• 20-N90, de 15·1, que aprovou o RJIFNA, deve inrerpretar·sc corrccrivamcnte, cm regime de aperfeiçoamento activo sob as condições da reexporração dos produtos com-
termos restritivos, de modo a acolher o dito principio constitucional - interpretaç.~o pensadores dentro do prazo de 6 mese.< c do apummcnto do regime dentro dos JO dias
conforme à Constituição. Ill - Os artigos 120.0 , n.•• 2 e 3, e 119.•, do Código Penal seguintes. o facto constitutivo da dCvida aduaneira constimiu ..sc no momenm cm que se
são aplicáveis subsidiariamenre ao regime da presc!ÍÇÕO nas conrr.t-ordenaçõa fiscais. Ac. esgotou esse prazo sobre a dara da autorização sem que tenha sido apurado subsrancial-
do S.T.A. de 25-11-1992 (Rec. 14 598), Aa. Dout. do STA, 377, 544. menrc o regime [ai. d) do n.• I do artigo 2. 0 e allnea c} do anigo 3.• do Reg. {CEE)
n.• 2144/87 do Conselho). III - O conceito de •acto passível de procedimento judicial
Pres.crição fiscal repressivo• utili1.ado no artigo 3.• do Reg. (CEF.) n.• 1697/79 do Conselho, de 24-7 deve
ser entend ido, f.,ce ao direito português, como dit.cndo respeito a acco integrador de uma
J - O principio da aplicação retroactiva da lei mais favorável ao agente vale para infracção criminal c não de uma infracção conrra-ordenacional. IV - O prazo de c.1du·
todo o direito sancionarório, indu indo as conrra-ordenaçõa fiscais. 11 - As disposições cidade da acção de cobrança de direitos comunit:l.rios no regime de aperfeiçoamento activo
transitórias - artigos 2.• e 5.•, n.• 2, do DL n.• 20·N90, de 15-I - visaram asscgur.tr é de uês anos, mesmo quando o fiocto constirurivo da dívida aduaneira seja um incum-
a punição das transgressões cometidas antes da entrada cm vigor daquele diploma sem primento não compreendido na ressalva da alínea d) do n.• I do migo 2.• do Reg. (CEE)
326 Coimbra Editora• Coimbta Editora• 327
[Anigo 33.•] DispMÍfÕ~s nmmns (Artigo 33.•]

n.• 21 44/87. salvo quondo s<o verifique a hipórcse do anigo 3.• referido no item anrerior. por não rer conhecido da prescriçio, o recurso não mcnxe provimenro, pois mesmo que
A.:. do Sli\, Proc. n.• 023977, de 10·5·2000. ocornsse a nulidade, da não conduziri• l alteração do julgado. III - 11 de cinco anos,
nos termos do anigo 35.•. n.• I, do Código de Processo Tributirio, o pl'llUl de prescrição
Prescrição do procedimento cont.ra~ordenacional do proadimento contra·ordenacional relativ:amente a infracção fiscal não aduaneira come-
tida em Outubro de 1996. quando já não vigorava o prazo inferior estabelecido no
A regra do n.• 3 do artigo 121.• do Código Penal, que estatlli a verificação da pres- artigo 27.• do DL n.• 433/82, de 27-10. Ac. elo STA de 26-2-2003 (Proc. n.• 01789/02)
crição do procedimento quando, descontado o tempo de suspensão, tiver decorrido o
prazo normal da prescrição, acrescido de me ~:ade, é aplicável, subs-idiariamenre, nos termos Prazo de prescrição das infracções fiscais
do migo 32.• do tcgime geral das contra-ordenações (DL n.• 433/82, de 27-10, alter>do
1>e1o DL n.• 244195. de 14-9) ao regime prcscricional do proadimenro contra-ordena- ( ... ) Considerando a data da pcltica dos f..etos que a integr>m e que o RJIFNA é
cional. lu;. do S.T.J. de 30·3·2001 (Processo n.• 1205/98 - 3.• Secção), Jurispru· omisso quanto ao regime da prescrição das contra-ordenações fascús não aduaneiras, h:!
dência n.• 6/2001, DR. n.• 76, I Série-A de 30-3-2001, p~gs. 1808 a 1851. que começar por apreciar a questão à luz do regime geral das comra-ordenações (RGQ
(como direito subsidiariameme aplicivel por força por força do disposto no artigo 3.•,
Contra-ordenação. Prescrição do procedimento. Recurso para melhoria da alínea b), do RJ IFNA), regime esse constame do DL n.• 433/82, de 27· 10, na redacção
aplicação do direito. Regime geral do illcito de mera ordenação social. do DL n.• 244/5, de 14-9, sem se atender porém às al<eraçôes introduzidas pela Lei
n.• 109/2001, de 14-9, por implicar manife-~tamente regime mais desfàvornvel aos argui-
I - O disposro no artigo 73. 0 , n.• 2, do RGCO é aplid.vcl subsidiariamen re ao dos no que respeita aos prazos de prescrição.
Regime Geral das lnfr>cções Tribut:lrias. ll -Aquele n.• 2 compreende as decisões Porque o montante da coima apliclvelà contr>-ordenação é a previst<~ no artigo 31.•,
concretizadas ranro por sentença, como ali expressamente se refere, como pelo despacho n.• I, do RJI FNA, o prazo prescricional é dois anos, por força do seu arrigo 27.•, alínea a},
referido no s<ou artigo 64.• do eicado DL n.• 433/82, na redacção anrerior l Lei n.• 109/2001.
Jll - A expressão, "melhoria da aplicação do direito", dali consranre, não deve Conforme jurisprud~ncia fixada pelo Acórdão n.• 212002, de 17-1-02, publicado
restringir·s<o, ao comt:lrio do que parece resultar da sua letr>, a casos em que estejam em no DR, l-A, de 5·3·02, O regime da suspensão do procedimento criminal é extensiw,
causa questões de interpretação ou aplicação da regra jurldica, propriamente ditas. com os devidas adaptações, ao regime de suspensão prcscricional das cornra-ordcnações,
N - Mas, antes, servindo de v:Uvula de segurança do $iStema, deve compreender também previsto no ardgo 27.•-A do OL n.• 433/82, de 27- 10, na redacç5o dada pelo DL
casos de e rros claros na decisOCo judicial, nomeadamente de manifesto lapso na conr:ogem n.• 244/95, de 14-9.
ou cálculo do prazo de prescrição do procedimento comra-ordcnacional. V- Tal praw Por outro lado, o Ac. n.• 6/2001 , de 25· 10-01, publicado no DR, l-A, de 30·3-01,
é de cinco anos, conr:odos a panir da prática do f.tcro - artigo 34.• do CPT. ·119.• da fiXou jurisprudSncia no sentido de que a •·cgra do n.• 3 do artigo 121.0 do C.P.. versão
LGT e 33.• do RGIT - , começando a correr novo prazo, com o limite imposco pelo de 1995 (que corresponde a igual norma anterior, constante do artigo 120.•, n.• 3, do
artigo 121.•. n.• 3, do Old. Penal - s<ou n.• 2 - estando, assim, j:! prescriro o proa- C.P. na versão de 1982), se aplica subsidiariamenre ao regime prescricional do proadi·
dimento rclaúvo a infracção cometida em 31-10-95. Ac. do S'L\ de 18-6-2003 (Proc. mento por contra-ordenações.
n.• 0503/03). Consta dessa norma, na pane que importa considerar, que A prescrição do proadi·
menro criminal tem s<ompre lugar quando, desde o infcio e ressalvado o tempo de sus-
Contra-ordenação. Recurso jurisdicional. Prescrição do procedimento. Omis- pens~o. dver decorrido o prazo normal de prescrição, acrescido de mer:odc. ( ...) Ac. do
são de pronúncia. Ordem de conhecimento. STJ de 22·1·2003 (Proc. n.• 02P972).

I - Suscitada, perame o Supremo Tribunal Administmtivo, em recurso interposto Recurso de decuão proferida em processo de contra-ordenação. Â.mbito. Pres-
de decisão de I.• instância cm processo de contra-ordenação fiscal, a prescrição do proce· crição. 1
dimenro, questão de que o tribunal recorrido não conheceu, impõe·s<o apreciar essa ques-
tão antes da nulidade impucada l sentença, uma vez que, a proadcr, imp~ca a extinção I. Em recurso jurisdicional de decisão proferida em processos de contra-ordenação
do proadimemo. ll - Verificando-se que não ocortcu a prescrição, e não vindo ques- 6.scais niio aduaneiras, o rribunal de recurso pode alterar a decisão do rribunal recorrido
tionada a sentença no s<ogmemo em que decidiu da existôncia da infracção, s<ou enquadr>· sem qualquer vinculação aos termos e s<omido da decisão, podendo mesmo alterar o
menro legal, e punição, mas s6 se suscitando a sua nulidade por omissão de pronúncia, decidido em pontos que não sejam di.s<:utidos pelo recorrente;
328 Coimbra Edito•• • Coimbra Editor~• 329
[Anjgo 33.•] _____
Dispost'(its r.omum:___

2. O praw de prc:s<:riç2o do procedimento concra-ordcnaciorual ~ de cinco anos, -ordenações fiSCais (não aduaneiras), po$itivadas no artigo 35.•, n.• 4, CPT, por outro
m:u enconrrava-se sujeiro às inrerrupçóes previsra.s no anigo 35.•, n.• 4 do CPT c hoje lado, compulsados os autos não se enconrram causas de suspensão do escalpcli-.ado praw
do artigo 33.•, n.• 3 do RGIT; de prescriç5o, configuradas nos n.• 2 e 3 do mesmo normarivo.
3. Tais interrupções da prescrição e consequente contagem de novo prazo, têm como 7. A prescrição extingue o procedimento por contra-ordenação- cfr. artigos 193.•,
limite máximo o imposro pcb norma do artigo 121.•, n.• 3 do Código Penal (prazo alfnea b), CPT - na acrualidadc, artigo 61. 0 , alfnca b), RGIT - c 27.• (pane inic.ial)
normal "crcsc.ido de mccade), e hoje do artigo 28." , n.• 3 do DL n.• 433/82, de 27-10, do RG !MOS. Ac. do TCAN, Sec. 2.• Secção- Contencioso Tributário, proc.
nn redacção da Lei n.• 109/2001, de 24-12, ambos, aqui aplicáveis subsidiariamenre. Ac. 00432/04, de 29·11-2006.
TCAS, p roc. 00369/04, Sec. Contencioso Tributário- 2.• ]uiz.o, de 22-2-2005.
Contra-ordenação - WA - prescrição.
Prescrição e extinção de procedimento por contra-ordeoação (prazo geral acres-
cido de metade). 1. A prescrição do proccclimenro conm-ordenacional tem sempre lugar quando,
desde o seu inicio c ressalvado o rcmpo de suspcnsio, tiver decorrido o prazo da prescri-
1. O conhecimento (e dc:<:.isio) de matéria respeitamo ~ extinção de proccclimemo çáo acrC"SCido de metade;
concra..ordenacional, por prescrição, reveste foros de oficiosidade. 2. Assim, o pra?.o máximo de prcscriç5.o em procedimento conrra~ordenac.ional
2. Nos termos do 3rtigo 35.•, n.• I. CPT, aplicável "in casu" (anotando-se a equi- tribmário é de sete anos e mcio;
valência do, prcscntememe, em vigor artigo 33.", n.• 1, RGI'J'), o procedimento por 3. Na comagem do referido pra1.o máximo de prescrição (sete anos c meio) deve
contr:~.-otdenações fiscais (n!io aduaneiras) prescrevia no prazo de cinco anos a contar do ser ressalvado o tempo de suspensão da pre.~rição;
momento da prática da infracção. 4. Constitui causa de suspensão da prescrição a pendência do procedimento após a
3. Como decorre do disposro no arcigo 28.•, n.• 3, do l~gime Geral do llíciro de notificação do despacho que procede ao exame preliminar do recurso da decisão da auto-
Mera Ordenação Sociai/RGIMOS, na rcdaoção que lhe foi conferida pela Lei n.• 109/2001 ridade administrativa que aplica acoimai
de 24-12, "A prescrição do procedimento tem sempre Iugo r quando, desde o seu inkio e 5. Nessa siruação, o período máximo de suspensão é de seis meses, lindo o qual o
rc=lv:odo o rempo de suspcnsio, tiver decorrido o praw da prescrição acrc:s.:ido de prazo de prescrição n:tomaci o seu curso. Ac. do TCAN, Scc. 2.• Secção- Contencioso
metade". Tributário, proc. o u nt06.6BEPR'f, de 28-1-2010.
4. Em sede de aplicação deste regime no tempo, a rdevancia do mesmo era ante-
riormente (ao inicio da vigência desta lei de alternção) defcns:lvcl pela aplicação subsidi- Contra-ordenação. P razo de P"'-'Crição. Recurso para melhoria da aplicação
~ria, ao direim (sancionatório) e especificamente ao regime prescricionaJ do procedimento, do direito. Recurso para uniformr<ação de jmisprudê.n.cia. Pagamento especial por
contra-ordenaciona(. do regime previsto no artigo 121.•, n.• 3, do C6d. Penal, que, ino- conta.
v:odoramcntc, a partir de 1-10- 1995, passou a prever a existência de um praw máximo
de prescrição, mesmo havendo actos imerruprivos - cfr. Ac. STA de 22-9-2004, rcc. I - Justifica-se a admissão do recurso jurisdicional ao abrigo do artigo 73.•, n.• 2,
0570104 c Jurisprudência n.• 612001 (do STJ) de 8-3. in DR, I Série-A, de 30-3-2001. do R.G.C.O., aplicável subsidiariamentc ao R.G.I.T. por força da alrnea b) do seu
5. Na ceneza de que a infracção versada neste processo c imputada 1í arguida, arugo 3.•. por ser cmanjfesramenrc nccesdrio ~ melhoria da aplicação do ditciro ou à
reportando-se, embora, ao m~s-1-1995. foi consumada com a não entrega, até 31-3-1995 promoção do uniformidade da jurispru~nciv, se • questão comrovenida no recurso se
("lermo do prazo para o cumprimento da obrigação"), da pertinente declaroção periódica prende com • interpretação e aplicação de uma norma e tal quesrão :ISSume, apesar de
(de IVA) e do respectivo meio de pagamento, nesta dara ocorreu o cometimento de nunca rer sido :mceriormcnre apreciada pelos tribunais superiores, contornos gerais e não
infracção ao disposto nos artigos 26.o, n.o I, e 40.o, n.o l, nUn~' r1), CIVA e, concomi.. meramente pontuais, sendo provável que se venha a repetir noucros casos.
tanrcmeme, iniciou-se o decurso do prazo de prescrição do respectivo procedimento por TI - O attigo 33.• do R.G.I .T., além de institui r um praw geral de prescrição de
contrawo rdcnaçâo. Assim. conmbilb·.ando sere anos c seis meses (prazo prescricional apli- cinco anos, csrabclece, ainda, um prazo especial idêntico ao prazo de caducidade do direito
c:lvel de 5 anos, acrescido de metade) sobre esse dia 31-3-1995, conferimos, como data 1í liquidaç§o da prestação tributária para todos aquelcs casos em que a infmcção depende
de consumação da prescrição do procedimento em causa, o j;l pret~rito dia 31·9-2002. dessa liquidoção.
6. Para ser incontestável esta conclusão, rest2 consignar que se, por um lado, como III - A infracção dcpeode d• liquidação sempre que a dcrerminação do tipo de
resuha da própria F..ctualidade adirada, podemos dcsconinar e afirmar a ocorrência c infraoção ou da sanção que lhe é aplicável depende da prévia determinação do valor
operôncia de várias causas de interrupção da prc:s.:rição do procedimento por comra- prestação cribur~ria devida.
330 Coimbra Editora• 331
[Anigo 34.•)

IV - Sendo nplic~vel o pra7.0 gernl previsto no n.0 I do at•rigo 33 .•, o procedi- Suspensão d o procc:dímento por contra - ordeuação. Fixaçio de jurisprudwcia.
mento extingue-se Jogo que sobre a pdtica do f.1c1o sejam decorridos cinco anos. J~
se for aplicável o pruo esp<:eial prévisro no n." 2, o procedimento extingue-se: J~go que A suspensão do procedimento por contra - ordenação cuja causa .está prevista na
decorrid o o prazo de caducidade do direiro ii liquid•çio da resp<:eciva prc:scação cribu- allne> <)do n.o I do arrigo 27.•-A do DL n.• 433/82, de 27-10, inicia-se com a notifi-
c.íria. C"Çâo do despacho que ptocede ao exome preliminar da impugnação judicial da decisão
V - Por força do disposto no anigo 11 4.•, n.•• l , 2 e 5, nltucaj), do RGIT. da autotidade administr.Jtiva c ces<:t, sem prejuf7.0 da d uraçio m:lxima imposta pelo n.• 2
coima aplic:lvel à infracção por f:tlt:L de pagamento da prestação tributária devida a do mesmo artigo, com a (Jirima decisão judicial que vier a ser proibida na rnsc prevista
drulo de: pag>menro esp<:eial por c:onu varia em função do monrante da prcst•ção no capítulo TV da porte II do Regime Geral das Contra - Ordenações. Ac. STJ
que devia ter sid~ a~to-liquidad• pe.lo. sujeito pauivo por coma do imposro e que, n.• 4/2011, Processo n.• 401/07.3cbsr - a.cl -A.Sl, public. DR série I, n.• 30,
na sua f.1lra, fot llqLudada pela Administração Tribut:iria, pelo que o prato de ptC$· de 11-2.
crição eLo rcspecrivo procedimento comra·ordenacional é o praw de caducidade do
direito à liquidação desse imposto, de quatro anos contados a pa nir do termo do ano Arúgo }4.•
em que se verificou o facto rribut:irio (artigo 45.•, n.• 4, da LGT). Ae. do STA,
proc:. 0777/09, de 28-4-2010. />rucrifiío das Sa"fÓI!S &Otltra-ordenat:iotutis

As sanções por contl'a-ordcnação uibutá.ria prescrevem no prazo d e: cinco


Prescrição do procedimento por c:ontra·ordenação. Infracção omissíva.
anos a contar da data da sua aplicação, sem prejuízo das causas de interrup-
ção e d e suspensão previstas na lci geral.
. I.. Oeper~endo a in~ra'?o da liquidação da presução tribut:lri• e não distinguindo
a la a lrquidaçao da autOIKJutdação, o praw de prescrição do procedimento por contra-
-ordenação é de 4 anos (cfr. n.• 2 do artigo 33.• do RG!T c arrigo 45.•, n.• 1, dal.CT) . REMISSÕES
. 2. A não efec~ivnção do pagamento especial por coma eonsrillli uma infmcção
om!sSiva q~e se con.s1dcra prat.icad:1 na d:ua em que termina o prazo para 0 cumprimenro - Ver anigo 62.• (Extinção da coima) do RGl'J:
do CC$peet.tvo dever rribut:irio c é a parcir dessa data que se inicia o prazo de prescrição - Ver artigos 122.o c sc:gs. (Prescrição das penas c das medidas de segurança I sus-
do proecdrmenro por contra-ordenação. Ac. TCAS, p roe. 03942/10, Scc. Cf-2.• Jul:to, pensão c interrupção) do CP.
de 25·5-2010. - Ver artigo 31.• (prescriç5o das $:!liÇões acessórias), da LQCO.
- Acerca da prescrição vejam~se notas ao :tnigo anterior.
Processo de contra-ordenação. falta de liquidação de IVA. !'rescrição obriga·
ção tribut:úia. NOTAS

l - As infr-Jcçõe.< fiscais decorrentes do facro de a reconeme n~o ter liquidado e l - Corresponde ao artigo 120.• da LGT e j:l resultava do artigo 36. 0 do CPT,
entregue os montantes de IVA nas datas devidas, con.;riruem infracções o missivas. mantendo-se o pr;~zo alargado de 5 anos naquela previs10. A exccpç:ío resulta do meto
n- ês.tando-se perante uma infracção omissiva, esta considera-se pl-aticada na data de agora se futer referência a "coJJtrtl ordenação tributdría" quando anteriormente de t'Cfe·
em que cermmou o praw para o cumprimento do respectivo dever rribut:irio. ria "rontrll ordmaçiio fucal~ O f.octo resulta da maior abrangência do RG!T por nele se
. Ill - Depe~de~do a infmcção da liquidação da presração tributária e não dis· aglutinarem ranro o regime conrra ordenacional fiseal propriamente ditO como adua·
ungumdo a lc• a ltqu•dação da autoliquidação, o prazo de prescrição do procedimento neiro.
por con•ra-ordenação é de 4 anos (cfr. n.• 2 do anigo 33.• do RG lT e anigo 45.•.
n. • I , da LGT). 2-,- E.ste preceito contempla cão somente urnn das causas de extinção d as sanções
_ IV - ~ matéri> de direito sancionatório vale o principio constitucional da aplí· corltra-ordenacion.U. !'ara além do decurso do prazo prcscricional, obvíamenrc, consricui
açao do regrme globalmente mais f•vor:lvcl ao infractor que, embora apenas previsto desde logo eausa de extinção das sanç6es, a mone do infractor, a amnisci> e o perdão.
cxpressan•em~ para •s infmcções crimin:tis- cfr. artigo 29.o, n.• 4, da CRP- é de
aphcar analog•cameme aos ourros direitos sancionarórios. Ac. TCAS, proc. 03469/09, 3 - A. causas de interrupção c de suspensão das comra ordenações fiscais e adua-
Scc. CT-2.• }uiw, de 8 -6-2010. neir.ts náo cojnc.idiarn oué a.qui inreiramenrc. Agora, tais caus;a.s fora1n objecro de regu ..
332 333
(Artigo 34.•] Dispqsições apliráveiJ às comrn~ordemt(Õet Difp()siçóe~ t'Omtttlt (Artigo 34.•]

lamencaç.ão unic~ria u niformizando~se o respeccivo regime. Este consta do artigo 21.0 Suspensão da presc,ri~ão - tem o efeito de sustc.r a contagem do tempo da pres-
deste RGIT para cujo regime subsr•ntivo e respectivas nota.s se remete. crição, não se incluindo no prazo desta o espaço de tempo du•·ante o qual ocorreu a
4 - Sobre os conceicos de "prt1criçíío"' e de "suspensão" vcjam~sc as noras aos arti- suspensão. O vencimento do prazo é, a..'\Sim, prorrogado pelo tempo cm que a prescrição
gos 21.• c 33.• deste RGIT. Sem preju(zo destas, alinham-se alguns conceitos relevantes esteve suspensa (MOTA PINTO, Ytor. G(T. Dir. Civil, 3.' ed., pág. 375.).
sobre o instituco da presc.rição:
5-O legislador no preceito em anotação vem regular a prescrição das sanções por
Prescri~o - é a atribuição a uma pessoa, em lúor da qual correu um decurso de conrra..ordenação> quedando-se o intérprete por descortinar se se trata das sanções prin-
tempo de ina~o do seu credor, ou de posse do bem. do direiro de invocar a seu favor cipais, ou das sanções principais e acessó ri:lS. A propósito da prescrição das sanções
esse dcc<L!SO para considerar extinta a divida ou transformada a posse cm propriedade acessórias vem estabelecer o artigo 31.Q da LQCO 'luc as mesmas seguem o regime previsto
(CASTRO MENDES, Dir. Civi4 Teoria Gerttf. 1979, vol. III, pág. 794). para a prescrição da coima. Tendo em conta que o preceiro em anocação não fitz qualquer
Prescrição - é a forma de extinção de direitos subjecrivos que opera quando não referência a umas ou oucras. entendemos que será de aplicar o prazo de prescrição de 5
sejam actuados durante determinado lapso de tempo ftxado por lei (A. MENEZES CoR- anos quer às sanções principais quer às sanções acessórias (por força do disposto no
DEIRO, [)irátos Reais, 1979, pág. 789). artigo 3.•, alínea b), deste RGlT).
Prescrição presuntiva- esta expressão indica que a prescrição se funda na presun-
ção de cumprimento; destina-se no fundo a proteger o devedor conrra o risco de satisfa- JURISPRUDilNCIA
zer duas vezes dívidas de que não é usual exigir recibo ou guardá-lo durante muito tempo
(P. LIMA E A. VARELA, Gild. Civ. Anotado, nota ao artigo 312.•; A. VARELA, Rl.j, Interrupção de prescrição
103.•-254).
Prescrição extintiva ou negativa- era a designação que era dada no Código Civil O regime da imerrupção do procedimento criminal previsto no n .., .3 do artigo 121.0
de Seabra ~ actual "Prescrição". do Código Penal aplica-se subsidiariameme às contra-ordenações, o mesmo não aconre·
Prcs«ição - é o instituto por virtude do qual a parte contrária se pode opor ao cendo quanto ao regime da suspensão, fitce ao disposro no artigo 27.• do DL n." 433/82,
exercício de um direito. qu:mdo este não seja exerdtado durante o tempo fixado na lei que, nos termos desta norma, está limitado às situações aí previstas. Ac. da Rei. de
(ALMEIDA COSTA, Dir. Obrigações, 4.• ed. pág. 789). Lisboa de 3-3-1998 (Rcc. 574/98}, Boi. do Min. da Just., 475, 764.
Presctifão - diz-se que há prescrição quando alguém se pode opor ao exercício
dum direico pelo simples fitcto de esre não ter sido exercido duram·e determinado prazo Prescrição I Contra-ordenações
ftxado na lei. Para que haja prescrição é necessário a verificação dos seguinres requisitos:
I -O artigo 121.•, n.• 3, do Código Penal aplica-se ~s contra-ordenações. Jt- Em
a) um direito não indisponlvel; processo contra--ordenacional, não é obrigat6ria a conscicuiçáo formal de arguido. Ac. da
b) que possa ser exercido; RC de 28-4-1999 (Rec. 209/99), CoL de Jur., 1999, 2, 55.
c) mas que o não seja durante certo lapso de tempo escabelecido na lei;
d) e que não esteja isento de prescrição. Contra-ordenações aduaneiras
(A. MENEZES CORDEIRO, Dir. Obrigaçõa, 1980, 2.0 vol., p:lgs. 155 e 157).
I- O procedimento por concra-otdenação aduaneira extingue-se po•· efeico da
Prescrição positiva ou aquisitiva- era a denominação dada. antes da entrada cm prescrição> logo que sobre a prática da mesma sejam decorridos dois anos, quando se trate
vigor do Código Civil de 1966, à "Usucapião". de co1ma-ordenação punida com coima superior a 100 000$00, nos termos do disposro
Prescrições prcs<wtivas - são presunções de pagamenro, hondando-se em que as no artigo 20. •, n.• I, alínea a), do Regime Juridico das Infracções f iscais Aduaneiras (DL
obrigações a que se referem costumam ser pagas em prazo bastante curro e que não é n.• 376-A/1$9, de 25-10). l i - E o n.• 4 do referido normativo legal dit que a conragem
COStume exigir quitação do seu pagamento (VKL SERRA, RL]. 109.•, pág. 246). do prazo de prescrição, do procedime nto ou das coimas c as circunstâncias cm que os
Suspensão da prescrição- supõe que exi..'tte uma caus:< que obsta ao curso da prescri- mesmos se suspe•\dem ou interrompem são reguladas pelo disposto no DL n.• 433/82,
çáo. Havendo suspensão, a prescrição não corre enquanto ela não cessar, mas. cessada a causa de 27-1 O. l i i - Deste modo, a prescrição do procedimento contravcQcional terá sempre
da suspcns5o. volta a correr. somando-se ao tempo ulterior o que decorrerá ante.~ d.a suspensão lugar quando, desde o seu início e •·essalvado o rempo de suspensão, tiver decorrido o
(Vta SE\\RA, Pmcriçiio e Caducidade, n.• 58; M. BRITO, C C Anotaáo, J.• pág. 41O). prazo normal de prescrição, acrescido de metade, nos termos do disposto no artigo 121.•.
334 335
(Artigo }4.•] _D..;
iiJ>
!..•;;.•;:.
iP r•c.."_'u_m_ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ __ _ [Arti~,oo }4.•]
;;".:...:.:

n.• 3, do Código Penal, aqui apliclvd por forç;~ do artigo 32.• do DL n.• 433/82, retirad~ das a!Sndegas sem despacho ou mcdianre despacho com F.tlsas declarações, pua
de 27-10. e do artigo 4.•, alínea b), do Regime Jurídico das lnfracç6cs FiS<:ais Aduaneirns. evitar o pagamento total ou parcial dos direitos ou demais imposiçócs, o ageme limita-se
IV - Assim, tendo o recorrellte sido condenado pela prárica da contravenção prevista e a praticar uma con tra-ordenação. Jl -Os rádios :m1plificadores e os ddios gira-discos
punida pelo artigo .35.•. n."' l c 2, allneagl, do DL n.'' .376-N89, de 25-10, punida com não são mercadorias de im po rtação proibid:t. Hl - A degradação de crimes em con·
a coima de 500 000$00, a qual foi cometida em 19-1 0-1989, encontra-se prescrito o tra-ordenaçóes, operada pela lei, torna esra mais favodvel em matéria de aplicação da lei
res-pectivo proccdimcnro c-Ontravencional, por terem decorrido mais de três anos sobre no tempo. cabendo a respectiva convolação nos poderes dos tribunais judicüisJ como,
aquda clara. Ac. do TI. de 2.• Inst. de 27-5-97 (Rcc. 61 190), Boi. do Min. da Just., ali:is, o refere expressamenrc o artigo 77.•, n.• I. do OL n.• 433/82, de 27-10. N-Em
467.654. confronto com o artigo 27.• do Contencioso Aduaneiro, a lei nova é rambém mais f.tvo-
r~vel cm matéria de prescrição do procedimcnro (artigos 27.• c 28.• do DL n.• 433/82,
Conua-ordenaç5o aplidveis por força do artigo L.• do DL n.• 187/8.3, de 13-5}. V - Decorridos mais de
3 anos sobre a dara da consum~•ção do crime de dcscaminho sem que, anccs, haja ocorrido
A notificação da "cus.tção ao arguido níio suspende a prescrição uma vez que o qualquer acro suspensivo p1·cvisto no artigo 119.• do Código Penal, deve considerar-se
anigo !20.•, n.• I, aUnca b), do Código Penal revisto não é de aplicar ~s conrra-ordcna· prescrito o procedimento pelas infracções dos artigos 22.•, n.• !, e 2.3.0 do DL n.• 187/83.
çõcs, nem ral siruação se enquadra no aClUal anigo 27.•-A da Lei Quadro das Conrrn· em que se transmudou aquele crime. Ac. do S.T.J. de 26-11-1986 (P. 38 635), Boi.
-Ondenações. Ac. da RL de 15-10-19?7 (Rcc. 5279/97), Boi. do Min. da Just., 470, do Min. da Just., 361, 296.
668.
Swpensão (da peno)
Contra-ordenações fiscais/Prescrição
O regime de suspens§o da pl·na, no essencial, nfto difere do anterior, e, as.-.im. embora
A norma do a.r tigo .35.•. n.• I, do Código de Processo Tribuc:irio, ao e<eabelcccr um o artigo 48.• do novo Código Penal não aluda exp•·essamcme ao comportamenro moral
pra1.o prcscricion•l p•ra as contra-ordenações fiscais mais longo do que o estatuldo para do dclinquenre, ral como acontecia no artigo 88.• do Código de 1886, não pode consi-
as contra-ordenações cm geral, não encerra uma desigualdade de traramento arbitclrio, derar-se indiferente o comportamento anterior do agente Aç, S.T.J., de 15-6-83, B MJ
sem fun<larnenro razo~vcl ou material bastante dos o.~guidos em processos de conrra- 328.•-332.
-ordenaç.âo fiscal em oomparaçâo com os arguidos em outros processos de contra-orde·
nação, pelo que não infringe o principio da igualdade plasmado no artigo 13.•, n.• I, da ESTUDOS
Consrimição. Ac. do TC n.• 302/97, de 16-4-97 (P. 275/96), llol. do Mio. da Just.,
466, 110. jose SERAFIM F~RREII\A RITA, Prescríriío do Proudimmso dtts Contra..qrdmtlfÕ.s, in
Rev. do Min. Público, 19, 75, 139.
Suspensão de prescrição

No processo de cooma-ordenação, o despacho que, aceitando a impugnação judicial,


designe dia pata a audiência ele julgamemo, ou no qual se considere posslvd decidir, por
simple< despacho confo1·me se permite nos anigos 64.• c 65. 0 do DL n.• 433/82, de
27-10, equivale ao de pronúncia, pelo que a sua notificação tem a mesm" eficácia sus·
pensiva da prescrição do proce-dimento contra-ordenadonal. Ac. da RL de 5-2-1997
(Rcc. 558/96), Col. de Jur., 1997, I , 156.

Descaminho de direitos

I - Nos rermos do artigo 12.• do DL n.0 187/83, de 13-5, só h~ crime de desca·


minho a respeito de mercadorias de impoo·mção ou exportação proibidas ou que foram
transportadas ao abrigo de convenções internacionais de crânsirot nos demais casos de
336 CombA Editora• ;: Coimbf• (dwtcwa • 337

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