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Direito Penal
Crimes contra a pessoa - contra a vida (121 - 128)
Apresentação
Olá aluno,
Sumário
Homicídio..................................................................................................................................................... 3
Homicídio
Homicídio simples
Art. 121. Matar alguém:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Bem jurídico tutelado (objeto jurídico): vida humana extrauterina.
Crime material: exige a produção de resultado naturalístico.
Caso de diminuição de pena
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de
violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto
a um terço.
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I. mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II. por motivo fútil;
III. com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa
resultar perigo comum;
IV. à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossivel a
defesa do ofendido;
V. para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
O §2º do artigo 121 descreve qualificadoras, sendo que umas estão ligadas aos motivos determinantes do
crime, indicativos de depravação espiritual do agente (incisos I, II, V, VI e VII – circunstâncias subjetivas),
e outras com o modo perverso que acompanham o ato ou fato em prática (incisos III e IV – circunstâncias
objetivas).
Obs: todos os crimes qualificados são hediondos.
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§7º Feminicídio:
A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado:
I. durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto.
II. contra pessoa menor de 14 anos, maior de 60 anos, com deficiência ou portadora de doenças degenera-
tivas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental; (Redação dada pela Lei nº
13.771, de 2018)
III. na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima; (Redação dada pela Lei nº 13.771,
de 2018)
IV. em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 22
da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. (Incluído pela Lei nº 13.771, de 2018)
Perdão judicial
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração
atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.
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necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resis-
tência, responde o agente pelo crime descrito no § 2º do art. 129 deste Código.
§ 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem
não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode
oferecer resistência, responde o agente pelo crime de homicídio, nos termos do art. 121 deste Código.
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
Sujeito ativo: apenas a mãe parturiente sob influência do estado puerperal (crime próprio).
Obs: Estado puerperal “é aquele que envolve a parturiente durante a expulsão da criança do ventre ma-
terno. Neste momento, há intensas alterações psíquicas e físicas, que chegam a transformar a mãe,
deixando-a sem plenas condições de entender o que está fazendo, razão pela qual se trata de situação
de semi-imputabilidade.
Sujeito passivo: deve ser o ser humano logo após o parto, ou seja, o nascente ou recém-nascido
(crime próprio).
A morte pode ser causada de forma livre (ação ou omissão).
A circunstância de tempo (durante ou logo após) deve ser compreendida como todo o período em que
perdurar o estado puerperal.
Obs: não basta a presença do estado puerperal. É preciso que haja relação de causalidade entre tal
estado e o crime, pois nem sempre o estado puerperal produz perturbações psíquicas na parturiente.
Aborto
Conceito: trata-se da interrupção da gravidez com a destruição do produto da concepção.
Bem jurídico tutelado (objeto material): a vida intrauterina.
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Nessa hipótese do parágrafo único, o terceiro provocador responderá pelo crime do art. 125,
ficando a gestante isenta de sanção penal por não ter responsabilidade.
Aborto majorado pelo resultado:
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência
do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são
duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
Crime preterdoloso: dolo no aborto e culpa na conduta posterior mais grave.
Aborto legal – causas especiais de exclusão da ilicitude.
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:
Aborto necessário
I. se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
II. se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz,
de seu representante legal.
Causas de exclusão da culpabilidade.
I. Aborto necessário:
Para a presente modalidade, indispensável o preenchimento de três requisitos:
a. Aborto praticado por médico.
Obs: se não for médico, estaremos diante de hipótese de estado de necessidade.
b. Perigo de vida da gestante;
c. Impossibilidade do uso de outro meio para salvar a gestante.
Prevalece na doutrina que não é necessário o consentimento da gestante para realizar o aborto
necessário.
II. Aborto sentimental:
Ao contrário da modalidade anterior que protege a vida da gestante, nesta o motivo consiste na
falta de justificativa em impor à vítima de estupro, ofendida em sua honra, uma maternidade que
talvez lhe fosse odiosa e sempre lhe trouxesse à memória o triste acontecimento da violência sexual.
Depende de três requisitos:
a. Que o aborto seja praticado por médico;
b. Que a gravidez seja proveniente de estupro;
c. Prévio consentimento da gestante ou seu representante legal.
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