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MENOPAUSA

TRATAMENTO HORMONAL SUBSTITUIÇÃO


OSTEOPOROSE
MENOPAUSA
 Designa a última menstruação, confirmada retrospetivamente após 12 meses de amenorreia, sem outra causa suspeitada e
demonstrável
 Resultante do esgotamento do património folicular funcionante do ovário.

 Habitualmente ocorre entre os 45 e 55 anos

PERIMENOPAUSA

 Período de tempo variável, entre 4 a 8 anos, que engloba até um ano após a menopausa, e durante o qual, quando
presente, é mais florido o quadro clínico
ALTERAÇÕES HORMONAIS DA PERIMENOPAUSA
STRAW: STAGES OF REPRODUCTIVE AGING WORKSHOP

 Baseado em:
 Padrões mentruais
 Achados endocrinológicos
 Sintomas
DIAGNÓSTICO
Idade superior a 45 anos Idade >40 e <50 anos Idade <40 anos
Perimenopausa Perimenopausa Presença de alteração do
 Alteração intervalo  Alteração intervalo intervalo intermenstrual
intermenstrual intermenstrual
 Associado ou não a sintomas  Associado ou não a sintomas E/OU
menopausicos menopausicos
Menopausa Menopausa Sintomas menopausicos
 12 meses de amenorreia na  12 meses de amenorreia na
ausência de causas biologicas ausência de causas biologicas ou
ou fisiologicas fisiologicas
Insuficiência ovárica precoce
Exames complementares Exames complementares
 NÃO são necessários  HCG Estudo complementar deverá
 Prolactia ser realizado
 TSH
DIAGNÓSTICO – CASOS ESPECIAIS

Alterações prévias do ciclo menstrual Mulheres sobre contracetivos orais Pós-histerectomia/ablação


endométrio
Estudos sugerem que mulheres com Medição de FSH após 2-4 semanas de Sintomas
SOP podem desenvolver ciclos reguares suspensão da pilúla
nos últimos anos reprodutivos +
Estudo analítico
 FSH (≥ 25 IU/L )

FSH ≥ 25 IU/L sugere


perimenopausa
SINTOMAS

Sintomas vasomotores –calores e Alterações do ritmo do sono Síndrome genitourinário da


afrontamentos menopausa
 Sintoma mais comum da menopausa  Associadas, maioritariamente, aos  Associada ao
 Sensação súbita de calor que se inicia no sintomas vasomotores de hipoestrogenismo
peito e face e se generaliza aparecimento noturno  Queixas de secura vaginal,
 Duração de 2-4min  Relacionadas com ansiedade e coceira e dispareunia
 Associada a transpiração profusa e depressão  Diminuição lubrificação e
ocasionalmente palpitações disfunção sexual
 Mais comuns a noite  Sintomas são progressivos e
pioram com o tempo

Depressão Alterações cognitivas Dor articular


 Risco 2.5x superior do que noutra fase  Perda de memória  Mais comum nesta fase
 Dificuldade concentração
CONSEQUÊNCIAS A LONO PRAZO DO HIPOESTROGENISMO

Osteoporose Doença cardivascular


 Demência
 Maior perda de densidade mineral óssea  Aumento do risco de síndrome  Osteoartrite
ocorre desde um ano antes da última metabólico  Alterações da pele
menstruação até dois anos depois  Alterações equilíbrio
TERAPÊUTICA HORMONAL DA MENOPAUSA
ESTROGÉNIOS E PROGESTATIVOS
TERAPÊUTICA HORMONAL DA MENOPAUSA
ESTROGÉNIOS

Estrogénio Via administração Padrão Baixa dose Ultrabaixa Dose

17b-estradiol oral Oral; vaginal; intranasal* 1 mg 0,5 mg

17b-estradiol 0,025 mg (25


Transdérmico 0,05mg (50 µg) 0,014 mg (14 µg)
transdérmico µg)

Valerato estradiol Oral 2 mg 1 mg

Estrogénios
equinoconjugados Oral e vaginal 0,625 mg 0,45 mg
(EEC)*

Etinilestradiol Oral 15 µg

* Não comercializado em Portugal


TERAPÊUTICA HORMONAL DA MENOPAUSA
ESTROGÉNIOS

EFEITOS DESEJADOS EFEITOS ADVERSOS

 Melhoria dos sintomas vasomotores  Aumento do risco de hiperplasia e de cancro do endométrio


com estrogénios isolados (dependendo da duração e da dose
 Melhoria do perfil lipídico utilizada)
 Melhoria da função endotelial  Aumento dos triglicerídeos (via oral)
 Melhoria da sensibilidade à insulina  Aumento risco de coledocolitíase e litíase da vesícula biliar
 Efeito inibidor da reabsorção óssea  Aumento do risco de TEV

 Aumenta níveis de T4 e cortisol


TERAPÊUTICA HORMONAL DA MENOPAUSA
PROGESTATIVOS

Retroprogesteron Derivados da 17a- Derivados da 19- Derivados


Progesterona
a hidroxiprogesterona nortestosterona espironolactona
Progesterona natural Acetato de
Didrogesterona Estranos Gonanos Drospirenona
(micronizada) medroxiprogesterona (AMP)

Acetato de ciproterona Noretisterona* Levonorgestrel

Acetato de cloromadinona Dienogeste Gestodeno

* Com efeito sobre os recetores de estrogénios, pode ser utilizada no controlo da sintomatologia vasomotora isoladamente

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO

Via Transdérmica Oral Vaginal


Inúmeras vantagens
Levonorgestrel e noretisterona Progesterona micronizada
Baixa concentração plasmática
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PROGESTATIVOS

EFEITOS DESEJADOS EFEITOS ADVERSOS

 Ansiedade, depressão, diminuição da libido

 Aumento de peso, distensão abdominal, mastalgia


 Proteção do endométrio contra o efeito hiperplásico
 Promovem o hiperinsulinismo e o aumento do colesterol
da terapêutica com estrogénios
LDL (progestativos com efeitos androgénicos)
 Aumento do risco de cancro da mama associado com à
Terapia Hormonal (Ação dos progestativos sobre os recetores
com a isoformas RP-B)
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REGIMES TERAPÊUTICOS

REGIME CÍCLICO REGIME CONTÍNUO

 Associa à terapêutica com estrogénios um  Associação do progestativo ao estrogénio desde o início de


progestativo durante 10 a 14 dias por mês de tratamento de forma simultânea e contínua.
tratamento.  A grande maioria das utilizadoras mantém-se em
 Hemorragia de privação ocorre em cerca de 80% das amenorreia
mulheres  Dose de progesterona micronizada é de 100mg/ dia (para
 Dose de progesterona micronizada é de 200mg/ dia doses de estradiol ≤2mg/50µg )

durante 10-14 dias (para doses de estradiol ≤2mg/50µg )


TERAPÊUTICA HORMONAL DA MENOPAUSA
VIAS ADMINISTRAÇÃO

VIA TRANSDÉRMICA VIA ORAL


 Preferência da mulher (nomeadamente por intolerância ou má
 TH em geral e preferência da mulher
adesividade da via transdérmica)
 Recomendado em mulheres com HTA, DM, litíase
 Hipercolesterolémia
vesicular e hipertrigliceridémia
 Primeira escolha nas mulheres com risco aumentado
de tromboembolismo, hipocoaguladas, epilepsia, VIA TÓPICA/VAGINAL
cefaleias e polimedicadas  Tratamento do Síndrome Genito-Urinário da Menopausa

ALTERNATIVAS TERAPÊUTICAS
 Utilização do SIU de levonorgestrel associado a estrogénio oral, transdérmico ou percutâneo

 Vantagem: controlo de menorragias e contraceção na perimenopausa


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BENEFÍCIOS E RISCOS
SINTOMAS VASOMOTORES

Nível Evidência Recomendações Grau


A TH deve ser recomendada a mulheres menopáusicas com
I A
sintomas vasomotores
Os riscos e benefícios a curto e longo prazo devem ser
discutidos individualmente

 Indicação mais comum para uso de estrogénios na menopausa


TERAPÊUTICA HORMONAL DA MENOPAUSA
BENEFÍCIOS E RISCOS
OSTEOARTICULAR

Nível Evidência Recomendações Grau


A TH diminui a incidência de todas as fraturas, mesmo em mulheres
I A
sem risco elevado
A TH é a terapêutica mais apropriada para prevenção de fraturas em
I A
mulheres na fase inicial da pós-menopausa

I A TH pode reduzir a necessidade de cirurgias ortopédicas articulares A

Os riscos e benefícios devem ser individualizados com a introdução da


I A
TH aos 60-70 anos considerando outras drogas disponíveis

 Não é, atualmente, indicação a utilização de TH para prevenção de osteoporose


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BENEFÍCIOS E RISCOS
CARDIOVASCULAR

Nível Evidência Recomendações Grau

I Não se recomenda o início de TH para a prevenção primária de DCV A

Em mulheres com <60 anos, com menopausa recente e sem doença


I cardiovascular, o início da TH com E isolados pode reduzir a doença A
coronária e todas as causas de mortalidade
Em mulheres com idade inferior a 60 anos ou com menos de 10 anos
de menopausa que consideram TH para alívio sintomático recomenda-
se a avaliação do risco cardiovascular basal
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BENEFÍCIOS E RISCOS
DIABETES

Nível Evidência Recomendações Grau

I A TH diminui a incidência de diabetes mellitus de novo A


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BENEFÍCIOS E RISCOS
DOENÇA CEREBROVASCULAR

Nível Evidência Recomendações Grau


A TH iniciada antes dos 60 anos e/ou <10 anos da menopausa não tem
I A
efeito no risco de AVC
O risco de AVC pode apenas estar associado com a via oral, as doses
II mais baixas associam-se a menor risco e a terapêutica transdérmica B
não demonstrou risco significativo
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BENEFÍCIOS E RISCOS
EVENTOS TROMBOEMBÓLICOS

Nível Evidência Recomendações Grau


A TH duplica o risco de eventos tromboembólicos e fatores como a idade, IMC,
I A
trombofilias, cirurgias e imobilização elevam esse risco

II O estrogénio transdérmico não aumenta o risco tromboembólico C

A estrogenioterapia transdérmica deve ser a primeira escolha em mulheres obesas


II B
com sintomas climatéricos
Alguns progestagénios, tais como MPA, derivados norpregnanos e regimes contínuos
I C
combinados, podem associar-se a maior risco de TEV na TH oral

I Não está recomendado o rastreio de trombofilias sistemático para instituir a TH C

 O NICE aconselha as mulheres a parar a TH quatro semanas antes de uma cirurgia; contudo, também adverte que tal não é imprescindível desde
que se faça profilaxia da doença tromboembólica
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BENEFÍCIOS E RISCOS
MAMA

Nível Evidência Recomendações Grau

I Os E isolados não aumentam o risco de cancro da mama A

O aumento do risco de cancro da mama está primariamente


II relacionado à associação de progestativos sintéticos na terapêutica B
combinada e em relação com a duração do seu uso
As medidas preventivas, como a prática de atividade física, o controlo
II do peso corporal e do consumo de álcool podem minorar o risco de B
cancro da mama associado à TH
O risco basal de cancro da mama deve ser avaliado em todas as
mulheres que contemplam o uso de TH e usado na ponderação de TH,
seu tipo, dose e via de administração
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BENEFÍCIOS E RISCOS
ENDOMÉTRIO

Nível Evidência Recomendações Grau


A terapêutica com E isolados está associada a hiperplasia endometrial
I e cancro do endométrio de forma dependente da dose e da duração da A
terapêutica
A proteção endometrial necessita de tratamento com
I A
progestativo/bazedoxifeno em dose e duração adequadas
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BENEFÍCIOS E RISCOS
DOENÇA NEOPLÁSICA

Nível Evidência Recomendações Grau


A TH não influencia o risco de cancro do colo do útero, ovário e
I A
pulmão
A TH com EP reduz o risco de cancro colorretal, no entanto não deve
I A
ser utilizada apenas com este intuito
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BENEFÍCIOS E RISCOS
SISTEMA URINÁRIO

Nível Evidência Recomendações Grau


A TH sistémica isolada pode não ser suficiente para tratamento da
I A
SGUM

II A TH sistémica isoladamente não previne a incontinência urinária B


TERAPÊUTICA HORMONAL DA MENOPAUSA

INDICAÇÕES

 Sintomas vasomotores moderados a graves – redução dos sintomas em 75%

 Síndrome Genito-Urinário da Menopausa – estrogénios vaginais em baixa dose, indefinidamente

 Dores musculares e articulares

 Alterações de humor/depressão
Podem melhorar com a
 Perturbações do sono terapêutica hormonal
 Disfunção sexual
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NÃO SÃO MAIS INDICAÇÃO

 Prevenção de doenças crónicas


 Doença coronária
 Osteoporose
 Alterações cognitivas
 Demência
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CONTRAINDICAÇÕES

ABSOLUTAS

 Hemorragia genital não esclarecida


 Antecedentes ou história atual de doença tromboembólica
 Suspeita de gravidez arterial, como acidente isquémico transitório (AIT),
 Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um enfarte agudo do miocárdio (EAM) e AVC
dos excipientes  Doença hepática aguda ou alteração da função hepática
 Antecedentes ou história atual de cancro da mama ou  Deficiência da Proteina C, da Proteina S ou da
de outra neoplasia hormonodependente Antitrombina, ou qualquer outra trombofilia conhecida
 Antecedentes ou história atual de TEV, incluíndo  Hipertensão arterial não controlada
trombose venosa profunda, embolia pulmonar ou
 Doença neuro-oftalmológica vascular
trombose das veias retinianas
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CONTRAINDICAÇÕES

RELATIVAS

 Diabetes
 Meningioma benigno (específico do progestativo)
 Hipertrigliceridémia (>400mg/d) – contraindicação à
 Risco intermédio ou elevado de carcinoma da mama
estrogenioterapia oral
 Risco elevado de doença cardiovascular
 Doença da vesícula biliar – contraindicação à
estrogenioterapia oral  Porfiria

 Enxaqueca com aura – contraindicação à  Imobilização (contraindicação para estrogenioterapia oral,


estrogenioterapia oral não para via transdérmica)
 Hipoparatiroidismo (risco de hipocalcémia)  Insuficiência hepática
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INDICAÇÕES – ANTES DE INICIAR

 Terapêutica deve ser individualizada, tendo em conta:


 Idade paciente Iniciar até aos 60 anos ou até 10 anos após
 Severidade sintomas menopausa

 Risco Cardiovascular
Sociedade de Endocrinologia sugere o
 Risco de Cancro da Mama
uso de calculadoras de risco

 A dose, duração e via de administração, deve ser uma decisão partilhada entre o médico e a mulher

 A dose a adotar deve ser a mais baixa possível com eficácia terapêutica e a duração do tratamento vai depender dos
objetivos e do perfil de risco/benefício, que deve ser reavaliado anualmente
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REGIMES TERAPÊUTICOS

TRANSIÇÃO MENOPÁUSICA TARDIA OU PÓSMENOPAUSA PRECOCE

 Regime combinado cíclico


 Sintomas moderados  estradiol transdérmico 0,025mg 2x/sem ou estradiol oral 0,5mg/dia + progesterona micronizada 200mg/dia 1os dias
 Sintomas severos  estradiol transdérmico 0,1mg 2x/sem ou estradiol oral 1mg/dia + progesterona micronizada 200mg/dia 1os dias

 80-90% das mulheres irá ter hemorragia de privação mensalmente (normalmente após término do progestativo)
 Maioria das mulheres, eventualmente, preferem mudança para regime contínuo
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REGIMES TERAPÊUTICOS

TRANSIÇÃO MENOPÁUSICA TARDIA OU PÓSMENOPAUSA PRECOCE

 Alterações do humor
 Mais comuns na perimenopaus, decrescendo a incidência na pósmenopausa
 Risco de 30% para depressão de novo.
 Se história de depressão prévia, risco de novo surgimento  60%

 Regimes dependentes da severidade sintomas


 Se depressão é sintoma major e sintomas vasomotores não severos  iniciar com SSRI
 Se sintomas vasomotores são os sintomas major e alterações do humor não severas  iniciar com estrogénio
 Se ambos os sintomas são severos  iniciar com estrogénios e SSRI
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REGIMES TERAPÊUTICOS

> 2-3 ANOS APÓS ÚLTIMA MENSTRUAÇÃO

 Regime combinado contínuo


 Estradiol transdérmico 0.05mg 2x/sem ou estradiol oral 1mg/dia

+
 Progesterona micronizada 100mg/dia ou Acetato de medroxiprogesterona 2,5mg/dia

 Maioria das mulheres ficam amenorreicas, mas há uma minoria que se mantem com spotting irregular e persistente
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REGIMES TERAPÊUTICOS

MENOPAUSA CIRÚRGICA

 Histerectomia  Regime único com estradiol

 Ooferectomia bilateral  Queda na concentração de estrogénio sérico  Sintomas vasomotores severos


 Necessidade acrescida de estrogénios  estradiol transdérmico 0,1mg 2x/sem ou estradiol oral 2mg/sem
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REGIMES TERAPÊUTICOS

USO DE CONTRACETIVOS ORAIS DURANTE A TRANSIÇÃO MENOPÁUSICA

 Contracetivo oral com baixa dose de estrogénio  alívia sintomas menopausa + contraceção + controlo da hemorragia

 Contraindicações:
 Fumadoras
 Hipertensas
 Obesas
 Enxaquecas
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FOLLOW-UP E MONITORIZAÇÃO

AJUSTE DE DOSE

 Iniciar com menor dose possível  ajustar até alívio sintomático

 Se sintomas vasomotores completamente aliviados  manter dose durante alguns anos  tentar ajuste 3-4 anos após controlo
sintomático (dependendo da paciente)

 Se início de terapêutica aos 40 anos e sintomas muito severos  esperar 5 anos até primeiro ajuste (não para parar)

 Factores que influenciam metabolismo estrogénio oral


 Anticonvulsivantes  Aumentar dose de estrogenio. Ponderar transdérmico
 Hormonas tiróideas  Aumento nível T4L  Fazer monitrização TSH
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FOLLOW-UP E MONITORIZAÇÃO

MONITORIZAÇÃO DO ENDOMÉTRIO

 Mulheres pósmenopausicas com HUA  Biópsia endometrial para descartar hiperplasia endometrial ou carcinoma

 Mulheres na perimenopausa com intervalos intermenstruais mais longos ou mais curtos  Não é necessário estudo prévio

 Se após 6 meses de regime hemorragia uterina se mantiver  Biópsia endometrial

 Não está recomendada ecografia endovaginal de rotina para monitorização do endométrio


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FOLLOW-UP E MONITORIZAÇÃO

MAMOGRAFIA

 Segundo rastreio

 As recomendações do IMS para mulheres sobre TH com alta densidade mamária sugerem mamografia com ecografia mamária
anual
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DURAÇÃO DE UTILIZAÇÃO

 5 anos ou menos e, idealmente, não após os 60 anos

 Se mantiverem sintomas severos  sugerir terapias não hormonais  se insastisfatório  retomar terapêutica hormonal

 Cessação abrupta dos estrogénios  reoma de sintomas vasomotores e outros associados à menopausa

 Reduzir gradualmente a TH pode limitar a recorrência dos sintomas a curto prazo.

 A redução gradual ou a suspensão súbita da terapêutica  indiferentes na recorrência dos sintomas a longo prazo.
TERAPÊUTICA HORMONAL DA MENOPAUSA
OUTRAS TERAPÊUTICAS
TERAPÊUTICA HORMONAL DA MENOPAUSA
OUTRAS TERAPÊUTICAS
HORMONAS BIOIDÊNTICAS

Nível Evidência Recomendações Grau


Não é recomendada a prescrição de HB pela ausência de controlo de
II qualidade e regulação inexistente associado à falta de evidência da sua B
segurança e eficácia
Os doseamentos séricos ou salivares hormonais não têm interesse na
II seleção inicial da dose da medicação ou na monitorização da sua B
eficácia
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OUTRAS TERAPÊUTICAS

TIBOLONA

 Tem ação estrogénica, progestagénica ou androgénica, consoante o tecido em causa.


 No osso e tecido vaginal tem um efeito agonista estrogénico
 Ao nível do endométrio atua como um progestativo
 No cérebro e fígado apresenta efeitos androgénicos
 Na disfunção sexual apresenta efeito benéfico

 As contraindicações são as mesmas da TH com estoprogestativo

 Idealmente deve iniciar-se em mulheres após 12 meses de amenorreia


TERAPÊUTICA HORMONAL DA MENOPAUSA
OUTRAS TERAPÊUTICAS
TIBOLONA

Nível Evidência Recomendações Grau


A tibolona é eficaz no tratamento da sintomatologia vasomotora da
II A
menopausa
A tibolona aumenta a densidade mineral óssea e reduz o risco de
I A
fraturas vertebrais e não vertebrais.
A tibolona apresenta um efeito benéfico na disfunção sexual na pós-
I A
menopausa
A tibolona está contraindicada nas mulheres com antecedentes de
II B
cancro da mama

II Pode associar-se a um aumento do risco de AVC após os 60 anos B


TERAPÊUTICA HORMONAL DA MENOPAUSA
OUTRAS TERAPÊUTICAS

MODULADORES SELETIVOS DOS RECEPTORES DE ESTROGÉNIO

 As contraindicações ao uso dos SERMs são idênticas às do uso de TH com estrogénios, com exceção do cancro da mama

 Raloxifeno
 Pode induzir o aparecimento ou agravamento da sintomatologia vasomotora pelo seu efeito antagonista nos RE no cérebro
 A sua principal indicação é a prevenção e tratamento da osteoporose na pós-menopausa.
TERAPÊUTICA HORMONAL DA MENOPAUSA
OUTRAS TERAPÊUTICAS
MODULADORES SELETIVOS DOS RECEPTORES DE ESTROGÉNIO

Nível Evidência Recomendações Grau


O Raloxifeno aumenta a DMO e reduz as fraturas vertebrais em
I A
mulheres pós-menopáusicas

I O Raloxifeno reduz o risco de cancro invasor da mama A

I O Raloxifeno aumenta a incidência de eventos tromboembólicos A


TERAPÊUTICA HORMONAL DA MENOPAUSA
OUTRAS TERAPÊUTICAS

ANDROGÉNIOS

 Os androgénios podem estar indicados em situações ginecológicas específicas, nomeadamente na área da medicina
sexual

 Podem ainda ser usados em combinação com estrogénios na terapia da pós- -menopausa para eliminar a hemorragia
endometrial e/ou aumentar a líbido

 A administração de mais de 200-300mg de testosterona por mês está associada a hirsutismo, acne, amenorreia,
clitoromegália e diminuição da frequência vocal
TERAPÊUTICA HORMONAL DA MENOPAUSA
OUTRAS TERAPÊUTICAS

ANDROGÉNIOS

Nível Evidência Recomendações Grau


Os níveis de androgénios diminuem com a idade, mas não
I condicionam per si alterações significativas nas mulheres com A
menopausa espontânea
Devem ser excluídas outras causas tratáveis de perturbação do desejo
I A
sexual, antes de ser considerada a terapêutica com testosterona
O tratamento com testosterona não deve ser mantido se não houver
I A
benefícios significativos num período de 6 meses
TERAPÊUTICA HORMONAL DA MENOPAUSA
TERAPÊUTICA LOCAL
TERAPÊUTICA HORMONAL DA MENOPAUSA
TERAPÊUTICA LOCAL

 A Síndrome Genito-Urinária da Menopausa (SGUM) é uma das consequências da carência estrogénica que resulta da
falência ovárica associada à menopausa
 Os sintomas mais frequentes são:
 Secura vaginal
 Irritação e prurido
 Dispareunia
 Infeções urinárias de repetição

 Sintomas evoluem de forma persistente e progressiva, NÃO regredindo espontaneamente

 Não é necessária vigilância do endométrio


TERAPÊUTICA HORMONAL DA MENOPAUSA
TERAPÊUTICA LOCAL

 Androgénios (intravaginais)
 Podem constituir alternativa ao tratamento da SGUM
 Melhoria dos sinais e sintomas de atrofia vaginal sem os potenciais riscos associados com o aumento dos níveis de estradiol
TERAPÊUTICA HORMONAL DA MENOPAUSA
TERAPÊUTICA LOCAL

Nível Evidência Recomendações Grau


Os estrogénios vaginais são eficazes no tratamento da SGUM e devem
I ser recomendados em mulheres que tenham sintomas de atrofia A
urogenital quer utilizem ou não TH sistémica
Embora possa ocorrer absorção sistémica dos estrogénios
administrados localmente a mesma não é suficiente para proliferar o
III C
endométrio pelo que não se recomenda o uso concomitante de
progestativo nem vigilância do endométrio.
Os estrogénios locais melhoram os sintomas de urgência miccional e
II podem ser utilizados na prevenção das infeções urinárias recorrentes B
na pós-menopausa
OSTEOPOROSE
OSTEOPOROSE
DEFINIÇÃO

 Doença esquelética sistémica caracterizada por:



Aumento:
Diminuição da massa óssea e
- fragilidade óssea
 Deterioração da microarquitectura tecidular - risco de fratura
OSTEOPOROSE
DIAGNÓSTICO

 Critérios de diagnóstico:
 Determinação da Densidade Mineral Óssea avaliada por densitometria óssea, com valor de T-score ≤ -2,5 SD
 Presença de fratura de fragilidade/baixo impacto

 Fracture Risk Assessment Tool (FRAX) – Versão Portuguesa (FRAX® Port)


 Valores <7% para fraturas major e < 2% para as fraturas da anca  NÃO tratar com agentes farmacológicos  medidas preventivas gerais
 Valores >11% para fraturas major e > 3% para fratura da anca  INICIAR tratamento farmacológico
OSTEOPOROSE
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
OSTEOPOROSE
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO

BIFOSFONATOS

 Inibidores da reabsorção óssea  imobilizam os osteoclastos.

 Eficácia na redução do risco de fraturas


 Vertebrais  redução do risco de 40 a 70%
 Fraturas da anca  redução do risco de 20 a 50%
 Fraturas não vertebrais  redução do risco de 15 a 39%

 Alendronato, Risedronato, Ibandronato, Ácido Zoledrónico

 Drug-holiday: pausa realizada na toma de bifosfonatos para diminuir os seus efeitos secundários
OSTEOPOROSE
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO

TERAPÊUTICA HORMONAL DA MENOPAUSA

 É a única terapêutica disponível com eficácia demonstrada na redução de fraturas em pacientes com osteopenia

 Efeito protetor na DMO declina com a paragem da terapêutica

 Efeito protetor no risco de fratura parece manter-se com a paragem da terapêutica (só provado com EEC e AMP)
OSTEOPOROSE
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO

VITAMINA D E CÁLCIO

 Uma dieta rica em cálcio e uma exposição solar adequada são fundamentais para manter a homeostasia da remodelação
óssea
 Países com boa exposição solar apresentam genericamente défices de Vitamina D consideráveis

 Necessidades diárias:
 Vitamina D  600 e as 800 IU Suplementar todas as mulheres
Raramente satisfeitas
 Cálcio após os 50 anos de idade  1200mg/dia pós-menopausicas
OSTEOPOROSE
TERAPÊUTICA FARMACOLÓGICA

VITAMINA D E CÁLCIO

Nível Evidência Recomendações Grau


A suplementação com Cálcio e Vitamina D é obrigatória no tratamento
I A
da osteopororose

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