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Nome: Hernani Lopes Pires Delgado

Ano de frequência: 3º ano /Terceiro ano do curso de História, ISCED-L

Sala: 15

Período: Tarde

Disciplina: Seminário Especializado I

Tópico:
Resumo e uma a análise socio-histórica da obra “ O Ministro “.

Perfil do autor:

Uanhenga Xitu, pseudónimo literário de Agostinho André Mendes de Carvalho, nasceu no


dia 29 de Agosto de 1924, em Kalomboloca,  Icolo e Bengo, Angola, pautando sempre a
sua vida pela luta na defesa dos ideais nacionalistas e desde muito novo se confrontou com
a perseguição do regime salazarista.

Em consequência desta postura ideológica, foi preso, em 1959, pela polícia política do
Estado colonial-fascista (PIDE/DGS), acusado de participar em actividades políticas
revolucionárias, consideradas subversivas e atentatórias à integridade do regime colonial
português.

Cumpriu parte desta pena de prisão, no período entre 1962 e 1970, no campo de
concentração do Tarrafal, em Cabo Verde. Colaborou na página cultural do jornal A
Província de Angola, página de feição nacionalista.

Depois da Independência, foi eleito membro do Comité Central do MPLA (Movimento


Popular para a Libertação de Angola). Foi ainda Comissário Provincial de Luanda, Ministro
da Saúde e Embaixador de Angola na ex-República Democrática Alemã.

Interessou-se pela arte da escrita em finais da década de 60, e nos anos 70, ainda na prisão,
dedicou-se a escrever, embora a sua obra incida numa experiência vivencial de épocas
anteriores, em especial das décadas de 40 e 50.
Uanhenga Xitu é um dos membros fundadores da União de Escritores Angolanos (UEA),
da qual foi Presidente da Comissão Directiva. Escritor prestigiado em Angola e no
estrangeiro, as suas obras encontram-se traduzidas em várias línguas.

“O ministro”, obra com uma forte componente de crítica política e social, essa obra literária
vem critica desvios políticos, económicos no MPLA e no Estado nos primeiros anos da
independência de Angola, o Ministro é uma obra da literatura angolana do período pós
independente, que descreve factos vividos, outros frutos da imaginação do autor, e vividos
por outras pessoas, sobre alguns factos que ocorreram nos anos 70 e 80 fazendo críticas
sociopolíticas subtis. «Há momento em que o narrador intervém, portanto produz-se ai a
ficção, mas há dum momento ao outro a intromissão do próprio autor, como ministro,
“governante” a dizer aquilo que tinha realmente acontecido citando inclusive textos
governamentais», disse o investigar acrescentando por outro lado ter “caçado” «ponto a
ponto estes textos para confirmar se o que diz Uahenga Xitu como autor pode ser
comprovado.

O autor começa debruçando sobre a suposta liberbade de expressão que se goza


nesse perído a par da opressão que se viveu no perído colonial e vai descorrendo sobre os
muitos problemas que a sociedade enfrentava, retatando a vida misserável do povo nas
áreas rurais (pág 48), a luta pela sobrevivência que as mulheres enfrentavam destacando
suas tarefas, e denunciando injustiças nos processos judicias

Unhenga Xitu trouxe à luz que um povo colonizado queria apenas libertadade a
todo custo, não importava à que preço, ideologia que teriam que abraçar ainda que ferisse
sua cultura e ou religião

O autor trás a tona problemas relacionadaos ao sector da educação ainda no seio do


do MPLA, destacando controvérsia por admitirem como membros elementos analfabetos
que mal sabiam falar português, porém o que era inconcebível para uns era compreensível
para outros que os consideravam como sentinelas da revolução e, mais que se subistituir os
chamados analfabetos por elementos com habilitações literárias seria um erro histórico,
visto que, para além de constituirem a força da revolução substituí-los logo de entrada por
intelectuais de última hora, que apesar de doutores podem ser analfabetos políticos seria um
desastre. Contudo essa subistituição devia ser feita de maneira gradual

Outro problema que se levanta é a desiqualdade social, em pleno perído pós


independente o governo não atendeu (esqueceu) as necessidades básicas da polulação dos
bairros, sanzalas e Kimbos - a vida continuava precária, sem qualidade, sem água potável,
luz, buracos nas estradas, valas que transbordavam, saniamento nulo o que resultava em um
índice elevado de mortes nas enxovias de bairros sem higiene (pág 109-116). Por outro
lado, havia músicos e cantores que no passado através de suas músicas despertaram a
consciência do pova á emancipação, denunciando o fascimo, imperialismo e colonoalismo,
também foram esquecidos pelo governo no período pós independente.

O autor destaca ainda o medo da feitiçaria ou envenenamento pela magia megra que
alguns dirigentes sentiam, quando eram nomeados a ocupar cargos de responsabilidades,
rejeitavam o convite que o povo de sua região fazia para que os visitassem a fim de matar
saudades e receber bençãos tradicionais. Alguns dirigentes aceitavam o convite e outros
não, visto que, já estavam desenraizados do meio, perdidos ao ponto de sentirem vergonha
de falar a língua da região, e por outro lado óbiviamente por medo de serem enfeitiçados

Questões como a fome também mereceram a apreciação do autor, que destacou


desta consequências como a doenças, mortes e prostituição. E por outro lado destacou
outos problemas que o povo vivia - fiscais que procuravam cumprir a lei, confiscando a
mercadoria de um povo esfomeado, sem meios criados para que os mesmos cumprissem a
lei.

O racismo também é apontado pelo autor como um problema social que afectou
Angola no período pós independência, sendo como heranças do processo de colonização e
escravatura ou como circunstância de um processo histórico, esses fenomeno para Unhanga
Xitu, não era apenas estético, adaptou-se às circunstâncias, ao meio, aos fins políticos,
económicos e socias, deixanto à tona ressentimentos seculares entre pretos e mulatos de um
lado e entre brancos e pretos. Na narrativa Uahenga Xitu critica a forma como se tratavam
os brancos em Angola após o alcance da independência, a 11 de Novembro de 1975.

Sector da saúde - debilitado, sem quadros, visto que, muitos médicos, enfermeiros e
técnicos estrangeiros e angolanos haviam deixado o país e alguns que ficaram, deixados
pelo governo de transição não eram simpatizantes do partido no poder. Esse cenário
reflectia o óbvio - problemas no sector da saúde.

Sobre o Socialismo e o Cristianismo - ideias da justiça social que entravam em


choque com as ideias religiosas.

Finalizando o autor descorre sobre a questão que se assemelha com o Saudosismo -


pondo em causa a confusão gerada nalguns meios a quando das mudanças ou subistituição
dos nomes de pessoas, das ruas, ruelas, becos e musseques por outros à "moda africana",
com tendência a volorização do passado, enaltecendo as línguas nacionais e, os
nacionalistas angolanos. Facto que desencadeiou o preconceito em relação aos que por
exemplo não mudavam os seus nomes à moda aficana e vice-versa.

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