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Procedimento Administrativo - modo de formação das decisões administrativas,

bem como da sua manifestação e execução, traduzindo-se numa sucessão


ordenada de formalidades, actos e factos funcionalmente ligados com vista à
produção de um efeito/resultado único.

Tipos de Procedimento

Primeiro Grau, visam a prática de um ato primário,e , Segundo Grau, destinam-se


à prática de atos secundários.

Formais/Necessários, elaborados quase na íntegra do princípio ao fim, e,


Informais/Facultativos, a lei regula apenas os grandes momentos, não se
preocupando em fixar o que a Administração deve fazer passo a passo.

Simples, tendem à prática de um ato administrativo, e, Complexos, que integram,


por sua vez: os sub-procedimentos, integrados num procedimento principal e que
não terminam necessariamente com um ato administrativo (o ato principal destes
procedimentos integra a fase preparatória da eficácia de um outro procedimento);
os escalonados/faseados, que são atos prévios que decidem definitivamente
certas condições da decisão global, ou, decisões parciais, relativamente à decisão
final; os coligados/conexos, quando está em causa uma atividade que se encontra
sujeita a vários actos administrativos autónomos, apresentando-se os respectivos
procedimentos, contudo, unidos por um resultado comum em termos materiais,
paralela ou sucessivamente.

Fases do Procedimento

Fase Preparatória, na qual se incluem todos os trâmites destinados a preparar o


ato principal do procedimento, o ato administrativo. Os atos preparatórios visam
criar uma situação juridicamente relevante, por forma a que o acto desejado
possa surgir em termos tais que a sua conformidade com a ordem jurídica seja
assegurada, podendo só assim o ato administrativo ao qual tende o
procedimento, ser válido e legítimo. Embora estes atos por si só não produzirem
efeitos externos, criam uma situação jurídica que é condição de validade do ato
principal. Pelo facto de não produzirem por si só efeitos jurídicos externos, é
importante distinguir dos atos preparatórios os com autonomia
funcional/fundamentalmente autónomos, os quais, não obstante ocorrerem antes
do ato principal, por si só produzem efeitos jurídicos externos.
Em face da sistemática do CPA, verificamos a existência de três fases do
procedimento

*Fase da Iniciativa - englobam-se nesta fase os atos e formalidades responsáveis


pelo "arranque" do procedimento, e é regulada no CPA pelos arts. 53º e 102º a
109º. Os procedimentos podem ser classificados quanto à iniciativa em:
particulares, se a iniciativa for dos interessados, e quanto a estes, oficiosos,
quando iniciados pelo próprio que tem a competência para a prática do ato
principal, ou não oficiosos, quando iniciados por outro órgão que não é o
competente para a prática do ato principal.
Após os início do procedimento o interessado adquire uma posição jurídica
constituída por um conjunto de direitos e deveres. No que concerne aos direitos:
- à decisão e à sua notificação: arts. 13º, 114º ss
- à participação: 12º
- à informação: 82º a 85º
- de ser ouvido antes da decisão final: 121º ss
- de desistência e renúncia: 131º
- conhecer as razões de uma eventual denegação da sua pretensão: 152º
- de reclamar e de recorrer administrativamente da decisão: 184º ss
No que concene aos deveres:
- de cooperação: 60º
- de prestar informações e de apresentar provas: art. 116º
- provar factos, quando for caso disso: 115º
- pagamento de taxas ou despesas que estiverem legalmente fixadas: 113º a
contrario sensu

*Fase Instrutória - visa apresentar ao agente responsável os diversos interesses


envolvidos na decisão que vai tomar, por forma a permitir a avaliação da sua
importância. A instrução permite, na prática, criar as condições para que o agente
possa determinar o conteúdo do ato principal do procedimento da melhor forma,
em ordem à prossecução do interesse público concreto. De forma mais reduzida,
pode dizer-se que ela fornece os elementos que determinarão a formação da
vontade da Administração. É regulada pelos seguintes arts: Arts relevantes: 58º,
65º 2/, 66º, 91º e 92º (pareceres), e, 115º a 120º.
O parecer é uma modalidade de atos instrumentais, pertencente à categoria das
avaliações, podendo ser definido como a apreciação de carácter jurídico ou
relativo à conveniência administrativa, emitida por um órgão consultivo, a
propósito de um ato em preparação ou de realização eventual. Podem ser
facultativos, em que o órgão que vai decidir não é obrigado a pedi-los, e
obrigatórios, aqules que são considerados formalidades de cumprimento
obrigatório na preparação do ato (91º 1/). Estes últimos podem ainda ser
vinculativos, além de serem pedidos têm de ser seguidos, isto é, as respetivas
conclusões têm de ser aceites e seguidas pelo órgão competente para a decisão,
e, não vinculativos, apesar de serem pedidos, não têm necessariamente de ser
seguidos, podendo o órgão decidir em sentido diferente ao do parecer. Existem
ainda os pareceres conformes, que aconcetecem quando uma decisão num dado
sentido só pode ser tomada se for apoiada num parecer, embora o apoio do
parecer nesse sentido não impeça o administrador de decidir contrariamente.
Podem ainda ser favoráveis, uma decisão positiva só é possível se o parecer for
dado no sentido positivo) e desfavoráveis, em que a recusa, ou seja a decisão
negativa do órgão administrativo, só é possível com o apoio de um parecer
negativo.

*Audiência dos Interessados - o fim que tende faz sentido depois da compilação
de todos os factos que interessam à decisão final, porquanto apenas após esta
averiguação está a Administração Pública em condições de entregar aos
interessados na relação jurídica procedimental um projecto de decisão
devidamente fundamentado (121º a 125º).

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