Você está na página 1de 4

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ


CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ANANINDEUA
FACULDADE DE ENGENHARIA DE MATERIAIS

FÍSICO QUÍMICA DOS MATERIAIS

GERALDO SILVA

KEVIN ROBERT

Belém– PA

2021
REDAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DOS MATERIAIS

“MEDIDAS DE TENSÃO INTERFACIAL EM ALTAS PRESSÕES PARA O


SISTEMA CO2 – PETRÓLEO BRASILEIRO”

 
O presente artigo traz como conteúdo principal os fenômenos que ocorrem no
petróleo, fluido formado por matéria orgânica decomposta ao longo de milhares de anos
dentro de bacias sedimentares sob forte pressão e temperatura. É de suma importância o
conhecimento dos fenômenos que ocorrem nesse sistema em alta pressão durante os processos
de recuperação, tais como simulação de reservatórios, captura e aprisionamento de carbono, e
principalmente o processo de recuperação avançada de óleo, (EOR, do inglês Enhanced Oil
Recovery) o qual é utilizado na produção global de óleo. 
O EOR está dividido em 3 (três) categorias, sendo elas; térmicos, químicos e
miscíveis, dependendo de qual característica do óleo é alterada no processo, durante o
desenvolvimento deste trabalho, foi dado atenção no processo miscível, o qual consiste na
injeção de fluidos no reservatório, a fim de restabelecer a pressão interna da jazida,
favorecendo a extração do óleo por conta do arraste mecânico juntamente com alterações na
densidade e viscosidade do óleo. Neste contexto, o emprego de fluidos condensados ou
supercríticos estão sendo bastante utilizados nestes processos de EOR devido a sua facilidade
de separação e sua peculiaridade de diminuir os efeitos de capilaridade, fenômeno associado à
tensão superficial resultando em uma ascensão ou depressão do líquido, do óleo nos poros da
rocha.
Entre os fluidos utilizados nesse processo, o dióxido de carbono (CO ) tem ganhado
2

bastante destaque no cenário nacional devido a abundância do gás, contribuindo de forma


econômica e também ambiental, uma vez que, com a reinserção do gás colabora para a
diminuição do efeito estufa. 
As interações interfaciais que ocorrem nesse processo são do tipo gás-líquido, visto
que o gás de CO2  é injetado com o petróleo(líquido na forma viscosa) e por sua vez são
interações menos complexas de serem analisadas, assim ficando mais claros os fenômenos
interfaciais. As mútuas interações que ocorrem no processo dependem de forma significativa
da pressão mínima de miscibilidade, que é a capacidade de misturabilidade do líquido (MMP,
do inglês minimum miscibility pressure) e são de fundamental importância para o desempenho
global do processo. A MMP define a menor pressão em que um gás pode miscibilizar após
múltiplos contatos com um determinado óleo. Sendo assim, é de extrema relevância nos
processos de recuperação avançada de óleo, já que, essa é a pressão que deve ser empregada
no reservatório, pois qualquer mudança abaixo do MMP prejudica a recuperação, por outro
lado, mudanças para acima do MMP torna o processo mais eficiente.
Existem vários métodos possíveis para que possa ser determinado a MMP, entre elas
a VIT (vanishing interfacial tension), que é um método usado recentemente e mais rápido,
que propôs o uso das tensões interfaciais em função da pressão.  Tecnicamente o VIT, usa a
pressão de miscibilidade para conseguir determinar o ponto em que as tensões interfaciais
tendem a zero, porém sabe-se que é impossível medir as tensões interfaciais quando chegam a
zero, todavia é possível utilizar medidas de TIF, entre o CO e o petróleo em pontos que
2

tendem a zero dentro das limitações dos equipamentos disponíveis e por fim extrapolalos para
TIF igual a zero.  

Figura 1 - Diagrama esquemático do tensiômetro.

Para obtenção de resultados, foi utilizado o tensiômetro


de gota pendente de alta pressão. O aparato consiste
basicamente de duas células de alta pressão. A primeira
saturando o petróleo com o CO, e a segunda célula é
equipada com uma janela de safira frontal e duas laterais.
Com ajuda de uma fita de aquecimento e um controlador
de temperatura é feito o controle de temperatura.
Fonte: Medidas de tensão interfacial em altas
pressões para o sistema co2 – petróleo brasileiro

Após os procedimentos práticos e análises teóricas constatou-se que a tensão


interfacial de equilíbrio para esse sistema é reduzida de forma quase que linear com a pressão
independente da temperatura que esteja agindo sobre, constatando assim a importância do
estudo dos fenômenos interfaciais para indústrias petroquímicas, sendo assim  é
imprescindível que o engenheiro de materiais tenha um excelente domínio sobre os
fenômenos físico químicos que cercam os mais diversos materiais, desde cerâmicos até
petroquímicos, e, desse modo, tendo uma vasta gama de conhecimento que possa ser utilizado
em diversos setores industriais. 

Você também pode gostar