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GUIA

S Ã O B E R N A R D O D O C A M P O
Paraíso em meio
à Mata
Atlântica
1973

Em meio ao processo de verticaliza-


ção das cidades, a escassez de áreas livres
para diversão, práticas esportivas e des-
canso da população tornou-se desafio
para as administrações, sejam elas mu-
nicipais, estaduais ou federal. E a Pre- aproximadamente 250 animais de 70
feitura de São Bernardo do Campo fez a espécies – entre répteis, aves e mamíferos
sua parte ao transformar o Parque Natu- –, muitas delas ameaçadas de extinção,
ral Municipal Estoril Virgílio Simionato, como jaguatirica, cachorro-vinagre,
mais conhecido como Parque Estoril, em arara-azul e tamanduá-mirim.
um dos principais pontos de lazer – e As atrações, no entanto, não param
também aprendizado – do Estado. por aí. O museu de arte ao ar livre reúne
Em seus 373 mil metros quadrados, o obras de vários artistas brasileiros, entre
popular Estoril agrega a biodiversidade os quais João Loureiro, Regina Silveira,
da Mata Atlântica, em trecho de Serra do Sandra Cinto, Guto Lacaz, Cadu, Laura
Mar, ao manancial da Represa Billings. Vinci, Marcius Galan, Saint Clair Cemin e
Abriga ainda a Escola Livre de Susten- Ricardo Ribenboim.
tabilidade e o Zoológico Municipal, com O Jardim Sensorial, o Viveiro Escola,

1975

1985

2 GUIA ESTORIL
1994

do Campo – exceção à Praça da Matriz –,


a Prefeitura fez acordo amigável com a
Light Company, empresa de eletricidade, e
2018 adquiriu área de 60 mil metros quadrados,
onde deu início à construção do mesmo.
o Jardim das Borboletas e a Capela São O espaço ganhou quiosques, sanitários e
Bartolomeo são complementos em espa- poço para abastecimento. A inauguração
ço que ainda oferece a oportunidade de ocorreu em 1º de maio de 1955.
caminhar em trilhas, andar de pedalinho Nos anos seguintes o parque recebeu
ou de caiaque, praticar stand up paddle, melhoramentos. Foram construídos
fazer ginástica nos aparelhos e, após mais sanitários, vestiários, sede admi-
tanto esforço, tomar um banho ou fazer nistrativa, ruas, brinquedos, além da
um piquenique. Quem preferir pode sa- incorporação de 313 mil metros quadra-
ciar a fome em uma das lanchonetes. dos à sua área original. Um completo
A completa infraestrutura contrasta polo de lazer e conhecimento à popu-
com o período de criação do Estoril, na lação de São Bernardo do Campo, das
década de 1950. Diante da inexistência de demais cidades do Grande ABC e outras
parques, praças e jardins em São Bernardo regiões do País.

1986

1993

GUIA ESTORIL 3
Zoológico ao pé da letra
Engana-se quem pensa que zoológico
é local destinado apenas à visitação de
animais. A origem grega da palavra se re-
fere aos estudos dos animais e o ZooSBC,
integrante do Parque Estoril, leva ao pé
da letra. O local se preocupa em resgatar,
cuidar, recuperar e devolver os bichos à
natureza, com uma preocupação a mais:
dar maior atenção aos nativos da Mata
Atlântica. Sendo assim, o espaço de 10
mil m², fundado em 5 de outubro de
1985, foi se adaptando com o tempo.
No início, o Zoológico do Estoril conta-
va com animais de todos os biomas, ou
seja, que se desenvolvem e estão adapta-
dos a determinadas regiões. Entretanto,
atualmente a preferência é para os indiví- as irmãs de onças-pardas resgatadas em
duos da fauna local. “A gente vem traba- Rio Grande da Serra há três anos e que ti-
lhando para ser um zoológico de animais veram recinto construído especialmente
da Mata Atlântica, principalmente de São para elas.
Bernardo. Hoje, na visitação, (esta popula- “Acreditamos que um caçador tenha
ção específica) é representada em quase matado a mãe. Fazem grande sucesso”,
90% por eles”, explica a bióloga do conta a bióloga. “Temos um recinto de
ZooSBC, Jeniffer Novaes. “Fazemos tra- visitação interna de psitacídeos que as
balho de educação ambiental e mostramos pessoas entram e dá a sensação de que os
a importância desses animais. Damos animais estão soltos. Temos arara-
valor aos do nosso quintal, que estão aqui canindé, arara-azul, arara-vermelha,
e as pessoas não conhecem.” maitaca-bronzeada, periquito-rico, papa-
Atualmente, conta com 35 recintos de gaio-chauá. Contamos também com
exposição e outros 12 em setor separado macacos-prego, lontras e a jaguatirica
que, no total, abrigam 70 espécies e apro- Bob Dylan, que, inclusive, é o símbolo e
ximadamente 250 animais. mascote do zoo”, informa.
“Muitas vezes as crianças querem ver
tigre, leão, girafa, rinoceronte e ficam um
pouco decepcionadas, mas quando a gente
explica que aqui só tem animais da nossa
mata, ou do Estado, elas ficam maravi-
lhadas em ver a diversidade. São animais
que, talvez, elas nunca tenham visto em
livro infantil ou didático, como irara, mão-
pelada (parente do guaxinim norte-ameri-
cano), furão, anta. Esses bichos são nossos
e temos de preservá-los”, diz Jeniffer.
Além dos pré-citados, o ZooSBC tem
alguns animais considerados xodós tanto
dos cuidadores quanto do público, como

GUIA ESTORIL 5
‘Fauna’ Atlântica
A média de resgate e recepção anual do
ZooSBC, entre 2014 e 2017, foi de 461 ani-
mais, superior a um por dia. Deste mon-
tante, cerca de 40% chegaram muito
debilitados e morreram; 30% tiveram
condições de serem devolvidos à natureza
– de preferência o mesmo local onde
foram encontrados –; e os outros 30% se-
guiram no zoológico ou foram para locais
reconhecidos pelo Ibama (Instituto Bra-
sileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis).
“Não tem nenhum centro de recepção
de animal silvestre no Grande ABC. Todos
os que são encontrados têm que ser man-
dados ao Ibama, ou ao Parque Ecológico
do Tietê ou Depave (Departamento de
Parques e Áreas Verdes), que são insti-
tuições mais distantes daqui. Aqui rece-
bemos bichos das sete cidades: Mauá,
Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, São
Bernardo do Campo, São Caetano, Santo
André e Diadema”, conta a bióloga do
ZooSBC, Jeniffer Novaes. “Esses bichos
são encontrados nas cidades, cada vez
mais nas casas das pessoas e ambientes
onde vivem, porque estamos habitando
cada dia mais as áreas de mata e silvestre,
e esses animais muitas vezes não têm
saída”, comenta.
De acordo com Jeniffer, aproximada-
mente 80% dos animais que chegam são
aves que, entre outros motivos, “bateram
no vidro, que foram encontradas em tetos
ou telhados de casas, machucadas com
linha de cerol”. Neste último caso, por
exemplo, há um falcão peregrino que teve
de amputar a perna esquerda e não pode
ser solto. “Animais com amputações,
cegos, sem membro, nunca vão ter 100%
da capacidade de caça. Então, por exem-
plo, um gavião cego não vai sobreviver na
natureza, porque não tem a mesma capa-
cidade que um gavião 100% que, mesmo
assim, está sob risco de morte iminente.
Como é na natureza, existe um ciclo, tem
as necessidades. Quando não tem 100%
da capacidade pode ser presa fácil.”

GUIA ESTORIL
Mas são diversos os casos. “Temos duas
quatis que chegaram neste ano (2018) e ENCONTROU UM ANIMAL SILVESTRE?
foram alvo de operação de inteligência da SAIBA O QUE FAZER:
Polícia Militar Ambiental do Estado (por Jeniffer Novaes, bióloga)
porque estavam sendo vendidas no “A instrução para alguém que se deparar com
Facebook por R$ 700”, conta Jeniffer. Já a algum animal silvestre, como uma cobra dentro
irara e o jacaré-de-papo-amarelo foram de casa ou um gambá atropelado, é entrar
em contato com o departamento responsável
apreendidos por criação irregular em casa do município – aqui em São Bernardo é a
e enviados ao ZooSBC. O gato-maracajá, Guarda Civil Municipal Ambiental.
por sua vez, foi entregue com menos de Porque vai ser feito (o resgate) de forma
0,5 kg, após a antiga tutora tê-lo comprado oficial, vai vir com boletim de ocorrência.
acreditando ser um gato doméstico de Mas nunca (indica-se) trazer direto ao
zoológico. Muitas pessoas têm essa visão,
raça. Entretanto, era mais uma vítima do
sabe que a gente recebe e vem bater na
tráfico de animais silvestres. nossa porta, mas é complicado.
Até junho, foram 222 entradas. Vindo pelo órgão responsável é mais
“Acredito que, neste ano, a gente atinja ou tranquilo e se é emergência vai chegar
supere (a média), porque esta é a época aqui de qualquer maneira.”
(primavera) que a gente mais recebe”.

GUIA ESTORIL 7
Ameaçados de extinção tê

O Brasil tem somente 15% de Mata


Atlântica, um dos biomas que integram o
País e que abrange São Bernardo do
Campo. Habitat natural das mais variadas
espécies, inclusive alguns endêmicos –
que se desenvolvem somente neste tipo de
ambiente. E o ZooSBC, no Parque Estoril,
tem grande preocupação em preservar
estes animais.
“Por isso temos cuidado tão árduo.
Porque nosso bioma tem de ser preserva-
do. Cada vez mais o homem está invadin-
do o ambiente silvestre e roubando o
lugar desses animais, que sofrem com esse
impacto. Temos de minimizar isso o má-
ximo possível. Estamos no quintal deles.
Na medida do possível tentamos entrar
em programas nacionais e fazer permuta
de animais visando a conservação da
espécie”, diz a bióloga Jeniffer Novaes.
Um dos exemplos deste tipo de
parceria ocorreu com uma arara-azul
que fazia parte dos moradores do
ZooSBC. “Ela fazia muito sucesso no
nosso viveiro de visitação e acabamos
transferindo para outro mantenedouro
de fauna, porque tinha uma fêmea em
idade de reprodução. Belo recinto, que

8 GUIA EDUCAÇÃO ESTORIL


ão têm atenção especial

seria muito mais interessante mandar


ele para lá se reproduzir, em termos de
conservação, do que ser zoológico egoís-
ta que quer ficar com o bicho aqui para
expor”, justifica a especialista.
Esta é apenas uma amostra do objetivo
principal do zoológico são-bernardense.
“Em nenhum momento a gente tem a vi-
são que aqui é uma vitrine para as pessoas
virem ver. ‘Ah, não temos onça-pintada,
quero construir um recinto para receber
onça-pintada’. Não. Querer ter um bicho
por ele ser belo e vistoso é grande egoísmo
e não temos essa visão. Quanto mais a
gente conseguir reintroduzir melhor e
com a melhor qualidade, com chances de
reproduzir, vamos respeitar.”
Alguns dos exemplos de animais ex-
postos e que estão nessa condição de
ameaça de exposição são o tucano-de-
bico-preto (ou tucano-de-ariel), o papa-
gaio-de-peito-roxo, o papagaio-de-cara-
roxa – “os quais a gente ainda não co-
meçou, mas seria interessante programa
de recuperação em cativeiro por serem
mais ameaçados”, diz Jeniffer –, o gato-
maracajá, entre muitos outros.

GUIA ESTORIL 9
Por dentro do ParqueEstoril

Moderna portaria dá boas-vindas aos visitantes

Pontos de
Interesse
ao visitante
1 Portaria/Administração
2 Centro de Educação Ambiental
3 Calçada da Fauna
4 Mesas para lanche
5 Sanitários
6 Lanchonete
7 Deck
8 Pier
9 Caminhada da represa
Esportes náuticos são praticados na Billings
10 Capela de São Bartolomeu
11 Teleférico Localização do Parque Esto
em São Bernardo do Camp
12 Bebedouro
13 Zoológico
14 Cozinha do zoológico
15 Estacionamento
16 Gramado central
17 Área para banhistas
18 Área proibida para banhistas
19 Jardim Sensorial
20 Viveiro Escola
21 Centro de vivência – área
coberta para lanche
22 Acesso para área de
restauração florestal
Espécies típicas da Mata Atlântica estão no zoológico

10 GUIA ESTORIL
COMO CHEGAR AO PARQUE ESTORIAL
DE ÔNIBUS
A partir do Centro de São Bernardo do Campo há as
linhas 165 (Ribeirão Pires x Terminal Rod. Ribeirão
Pires) e 165EX1 (Rio Grande da Serra x Centro).
Desça no ponto do Caminho do Mar (SP-148). Após,
caminhar por 1,3 quilômetro (16 min) na Avenida
Portugal até a entrada no parque. Usando a Linha 62
(Riacho x Estoril), que sai do Terminal Tereza Suster
(São Bernardo do Campo), há um ponto distante
cerca de 500 m (sete minutos caminhando) do par-
que.
CARRO
1 – Saída km 29 Anchieta, siga pela Rodovia
Caminho do Mar, na rotatória pegue a Rua
Mafra até a Rua Portugal, siga até o
número 1.100.
2 – Rodoanel-Sul Mário Covas – saída km 76,
até Via Anchieta e seguir como opção 1.
3 – Rodovia Índio Tibiriça sentido Riacho
Grande até Caminho do Mar, entre na Rua
Mafra e siga conforme a opção 1.

calização do Parque Estoril,


m São Bernardo do Campo

GUIA ESTORIL 11
Viveiro Escola já atendeu 3.000 em
educação ambiental

Berçário de plantas e local de apren- do Molina, que participou da implantação


dizado. As duas expressões definem bem o do equipamento e ministra as oficinas, se
Viveiro Escola, que funciona desde 2014 prepara para as atividades, que aumentam
no Parque Estoril, em São Bernardo do na primavera. “Estamos trabalhando em
Campo. Em quatro anos de atividades, uma oficina de terráreos que será feita em
mais de 3.000 pessoas foram atendidas em breve”, explicou.
oficinas de plantas ornamentais, oficinas O viveiro funciona de quarta-feira a
de hortas, de jardinagem, entre outras ati- sexta-feira e as oficinas devem ser agen-
vidades. Inicialmente, o atendimento era dadas de acordo com a disponibilidade da
feito diretamente com os alunos da rede Secretaria de Meio Ambiente e Proteção
municipal, mas, desde 2017, as aulas têm Animal. Nas monitorias, que também são
como foco os professores da rede, que pos- marcadas previamente, a visita ao espaço
teriormente atuam como multiplicadores. faz parte do passeio e lá é possível ver mu-
O espaço conta com aproximadamente das de palmito-juçara (espécie ameaçada
300 m², e o engenheiro agrônomo Eduar- de extinção), de cambuci (árvore típica da
Mata Atlântica da região), plantas carnívo-
ras e as Pancs (Plantas Alimentícias Não
Convencionais). “As crianças gostam mui-
to, especialmente quando fazemos dinâ-
micas com cheiros, aromas, que desper-
tam a memória olfativa”, explicou o enge-
nheiro. Entre os professores, principal-
mente os mais velhos, o interesse maior é
pelas ervas que normalmente são utiliza-
das para chás, como hortelã e erva-doce.
“Faz parte de um saber que essas pessoas já
trazem”, completou.
No local também existem as hortas uti-
lizadas para a prática nas oficinas, com ce-
bolinha e alface, cujos produtos servem de
alimento para alguns dos animais que
vivem no zoológico do parque.
Todas as mudas produzidas no Viveiro
Escola são plantadas no próprio parque
ou em equipamentos municipais. O es-
paço também abriga mudas que são des-
tinadas à compensação ambiental, que
ocorre quando existe a construção de
empreendimento na cidade, por exemplo,
ou quando a vegetação de algum lugar
precisa ser suprimida para obras ou ou-
tras intervenções.
Monitorias podem ser marcadas pelo
e-mail expediente.estoril@saobernardo.
sp.gov.br ou no (11) 2630-8035. Infor-
mações sobre as oficinas podem ser obti-
das na SMA, no (11) 2630-4510.

12 GUIA ESTORIL
Borboletas:
estímulo para O Parque Estoril tem por característica a
preocupação com a preservação da Mata
Atlântica, bioma no qual o Grande ABC está

interação natural
inserido. E tal situação não se restringe apenas
aos animais resgatados ou acolhidos que pas-
sam a integrar o grupo de indivíduos perten-
centes ao zoológico, como as plantas que, con-
sequentemente, também acabam atraindo
outros animais. Este é o caso das borboletas e,
de acordo com o engenheiro agrônomo da
Prefeitura de São Bernardo do Campo, Eduar-
do José Molina, diversas plantas são espalha-
das propositadamente pela área e despertam
interesse nestes insetos, que embelezam ainda
mais o ambiente.
Desta maneira, enquanto o visitante explora
o espaço de lazer são-bernardense é possível se
deparar com o colorido das frenéticas asas
destes pequenos animais em busca de alimento.
“Foram feitos diversos canteiros com plantas
que atraem borboletas. Elas são atraídas pelo
néctar contido nas plantas que florescem o ano
todo”, explica o especialista. “Plantamos lan-
tanas, camarão-vermelho-e-amarelo, penta-
filas, russélias, lavanda, cosmo, capuchinha,
maracujá e outras.”
Não existe no Estoril, entretanto, um borbo-
letário propriamente dito. Isso porque não há
um recinto limitado a estes insetos que os man-
tenha presos. A ida e vinda deles são totalmente
naturais, mas entre os meses de setembro e
dezembro a primavera os atrai ainda mais –
assim sendo, a visualização é facilitada, apesar
de a aproximação e o contato serem um tanto
quanto difíceis.
Não só atrás das flores vêm as borboletas,
mas também em busca dos mais adequados
locais para desenvolvimento – lembrando que
passam por metamorfose de quatro estágios:
ovo, larga (lagarta), pupa (crisálida) e adulto.
“Na primavera, como muitas plantas flo-
rescem, a quantidade de borboletas de dife-
rentes espécies aumenta. No parque há uma
quantidade grande de manacá-de-cheiro,
pequena árvore originária da Mata Atlântica,
e durante todo o ano é possível ver na sua pro-
ximidade a borboleta-do-manacá, que deposi-
ta seus ovos apenas nas folhas dessa planta –
único alimento de suas larvas”, destaca
Eduardo José Molina.
Calçada da Fauna
O Parque Estoril, às margens da
Represa Billings, tem área de 373 mil
metros quadrados. Mais de 90% são
ocupados por fragmentos da Mata
Atlântica preservada. No local dá para
contemplar a preservação da fauna e
da flora, a biodiversidade da Mata
Atlântica e parte do reservatório em
trecho da Serra do Mar, e que serve de
refúgio a diversas espécies.
Caminhar por suas trilhas e pistas e
observar a vegetação local, trechos da
represa e esculturas ao ar livre de diver-
sos artistas brasileiros são programas
imperdíveis. E um dos espaços mais
Jardim Sensorial
charmosos do parque é a Calçada da Planejado para despertar sentidos, com
Fauna. A estrutura apresenta ao públi- a ideia de tocar, cheirar e ouvir a natureza, o
co visitante os formatos de pegadas de Jardim Sensorial do Parque Estoril não é tão
alguns dos animais habitantes desse colorido como os tradicionais, mas tem
bioma, como, por exemplo, tamanduá- muitas outras atrações irresistíveis, como
bandeira, saruê, jaguatirica, anta, jabu- ervas aromáticas, entre temperos e espécies
ti, veado-catingueiro, capivara e tatu- medicinais, flores de intenso perfume e
galinha. plantas de tato agradável, o que permite
Localizada próxima ao CEA (Centro vivência diferenciada, não só pela visão, mas
de Educação Ambiental), foi idealizada pelo olfato e até paladar. Para conhecer um
inspirada na Calçada da Fama de pouco mais e ser seduzido pelo Jardim
Hollywood, distrito da cidade de Los Sensorial, localizado ao lado do Viveiro
Angeles, nos Estados Unidos. A visi- Escola, no Estoril, basta comparecer ao par-
tação é aberta ao público durante o que durante o horário de funcionamento.
horário de funcionamento do parque.

14 GUIA ESTORIL
Oásis
no meio da cidade
Atrativos Náuticos
Em meio ao caos urbano diário, a cal- riscar no stand up paddle. A modalidade
maria da natureza em plena São Ber- esportiva, que é uma forma antiga do
nardo do Campo. O Parque Estoril fun- surfe e se popularizou no Brasil, consiste
ciona como uma ponte para a natureza. em se equilibrar em uma prancha um
Às margens da Represa Billings, o espaço pouco maior que a convencional e utilizar
une a beleza e o verde da Mata Atlântica um remo para deslizar sobre as águas.
às diversões dos atrativos aquáticos. Há também o caiaque, que leva até
Quem é amante das águas tem à dis- duas pessoas. Por meio de remos, os
posição os esportes náuticos, que funcio- usuários conseguem navegar pela Bil-
nam nos dias em que o parque estiver lings e admirar a beleza da natureza den-
aberto, faça sol ou faça chuva. O pedali- tro da calmaria da represa.
nho, com capacidade para dois adultos e Todas as atividades podem ser feitas
uma criança, e o pedalão, que comporta por crianças, desde que sejam maiores de
quatro adultos e duas crianças, são for- 5 anos. Quem nunca se arriscou em ne-
mas de unir a família para que a diversão nhum destes esportes tem no Estoril uma
– e também o esforço nos pedais – seja oportunidade para começar. “Os usuários
compartilhada. recebem instruções básicas suficientes
Os mais aventureiros podem se ar- para que possam se divertir”, conta o
Remando
para a vida
Nos mananciais do Parque Estoril é rea-
instrutor de remo Leandro Ferraz. A segu- lizado o programa Remando para a Vida,
rança não fica em segundo plano. “A uti- ação da Prefeitura de São Bernardo do
lização de coletes salva-vidas é obrigatória Campo que atende crianças e adultos com
para todos os participantes e, além disso, transtornos mentais e dependentes químicos
os instrutores são formados no curso de assistidos pelos Caps (Centros de Atenção
salva-vidas.” Psicossocial) do município.
Quem ficar cansado pelo esforço As canoas havaianas, caiaques e stand up
exigido pelos esportes náuticos pode paddle se transformam em consultórios sobre
ainda descansar na área específica para as águas. “O ambiente do Caps é necessário,
banho. Com espaço delimitado para ba- mas sair dali e ficar em contato com a
nhistas longe da área das atividades natureza ao ar livre faz muito bem. Sem con-
aquáticas para evitar qualquer tipo de tar que estimulamos também o convívio
acidente, neste local é permitido entrar social”, explica o coordenador Ricardo
na água e se divertir. Para a hora da fome Augusto da Costa.
é possível recorrer às áreas de piquenique O programa faz tanto sucesso que, muitas
e aos quiosques e barracas de alimen- vezes, os participantes não querem aban-
tação dentro do parque. donar os remos. “A cada seis meses fazemos
uma avaliação para saber quem deve ou não
continuar. Já tivemos diversos casos de
pacientes que receberam alta, mas queriam
seguir no programa. Em casos assim, expli-
camos que o grupo precisa ser renovado para
dar espaço para o outro”, conta Costa.
Cerca de 250 pessoas são atendidas men-
salmente pelo programa, que também rea-
liza o mutirão Clean Up, no qual os usuários
da rede de saúde mental fazem, todo mês, a
coleta de resíduos das margens da represa
dentro do parque com o objetivo de
despoluir o meio ambiente e estimular a
atividade física.
Visitas monitoradas na busca pelo

conhecimento
Com objetivo de oferecer formação so- no Parque Natural Municipal Estoril, com
cioambiental a multiplicadores – principal- informações essenciais para auxiliá-los
mente professores –, o Parque Estoril durante o passeio.
disponibiliza visitas monitoradas às suas As visitas monitoradas são realizadas
atrações. A meta é que, após a monitoria, os para grupos de, no mínimo, dez participan-
responsáveis – neste caso, os docentes – pos- tes e, no máximo, 30. Como a programação
sam levar as suas turmas ao local, com auto- é realizada ao ar livre, será cancelada em
nomia para organizar as programações, de caso de chuva. Sugere-se utilizar roupas e
acordo com os projetos pedagógicos desen- calçados confortáveis para caminhada
volvidos nas unidades escolares. É necessário agendar pelo fone (11)
Para facilitar o trabalho dos professores, 2630-4510. Os passeios podem ser feitos
as secretarias de Meio Ambiente e Proteção pela manhã (9h às 11h30) ou à tarde (14h
Ambiental e de Educação elaboraram o às 16h30). São quatro tipos à disposição dos
Guia de Atividades de Educação Ambiental visitantes – veja no quadro abaixo.

VISITA MONITORADA – FAUNA E FLORA DA MATA ATLÂNTICA


Atividade guiada por alguns atrativos do Parque Natural Municipal Estoril:
Zoológico Municipal, Viveiro Escola e Jardim Sensorial.
DINÂMICAS DE SENSIBILIZAÇÃO – A IMPORTÂNCIA DA ÁGUA
Conjunto de atividades que têm como objetivo sensibilizar e informar
sobre a importância da água e o histórico da Represa Billings.
Obs: A atividade ocorre com apoio do Centro de Educação Ambiental.
Não inclui visita ao Zoológico, Viveiro Escola ou Jardim Sensorial
VIVÊNCIAS NA NATUREZA
Trata-se de conjunto de atividades que têm como objetivo promover conexão com a natureza.
São realizadas dinâmicas baseadas na metodologia Aprendizado Sequencial, de Joseph Cornell.
Obs: A atividade inclui caminhada em trilha. Não inclui visita ao Zoológico, Viveiro Escola ou Jardim Sensorial
OFICINA PRÁTICA SOBRE HORTA NA ESCOLA
Atividade prática no Viveiro Escola, que demonstra quais são as principais etapas para o cultivo e
manutenção de uma horta. Recomendada para escolas e grupos que têm ou pretendem ter uma horta

18 GUIA ESTORIL
Parque
FUNCIONAMENTO
Quarta a domingo, das 9h às 17h.
Entrada: R$ 3 (pedestre e por pessoa no veículo);
gratuito para moradores da cidade com carteirinha.

Estoril
Telefone (11) 2630-8035.

VALORES DO ESTACIONAMENTO:
R$ 15 (quinze reais) para carro de passeio;
R$ 10 (dez reais) para moto;
R$ 30 (trinta reais) para van;
R$ 35 (trinta e cinco reais) para micro-ônibus;
R$ 200 (duzentos reais) para ônibus.

ATRAÇÕES DO PARQUE:
Teleférico - Em manutenção.
Pedalinhos – R$ 20 por 20 minutos 2 adultos e 1 criança
Pedalão – R$ 40 por 20 minutos 4 adultos e 2 crianças
StandUp – R$ 50 por hora de passeio
Caiaque – R$ 15 por 40 minutos de passeio
Zoológico – grátis para os moradores da cidade
Alimentação – quiosques e barracas de alimentação

Inaugurado em 1º de maio de 1955, o Parque


Estoril foi transformado em unidade de conser-
vação, o que garante a preservação da fauna e da
flora locais, bem como a dos recursos na-
turais. Às margens da Represa Billings, une
Mata Atlântica, o reservatório, fauna e
flora. Em mais de 373 mil metros quadra-
dos, oferece diversas atrações, como
Zoológico, Escola Livre de Sustentabili-
dade, Pedalinho, Jardim Sensorial, Viveiro
Escola, stand up paddle, caiaques, área de
piquenique e de banho, museu de arte ao ar
livre, além de trilhas para caminhadas e
estacionamento.
Localizado à Rua Portugal, 1.100, no
Riacho Grande, o parque dispõe de visitas
monitoradas para escolas e grupos. A en-
trada é gratuita para moradores com
carteirinha, que pode ser feita na adminis-
tração do local. Para isso, basta estar de
posse de documento com foto, foto 3x4 e
comprovante de residência. O horário de
funcionamento é de quarta-feira a domin-
go, das 9h às 17h.

GUIA ESTORIL 19

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