004 - Apresentação Cabos Coaxiais 2020

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS – PUC-MG
IPUC - CURSO DE ENGENHARIA ELETRÔNICA E DE TELECOMUNICAÇÂO
Linhas de Transmissão em Altas Frequências
Cabos Coaxiais
Referência: Notas de aula – Prof. Luciano Bossi
SMO – Prof. Luciano Bossi - 2020

Premissa: Linha de transmissão construída de forma uniforme, mantendo

materiais e dimensões transversais ao longo de todo seu comprimento.
Ela pode ser representada pelos seus parâmetros primários, por unidade
de comprimento (já que ela é homogênea em todo seu comprimento):
R  Resistência por unidade de comprimento (Ohm/m)
L  Indutância por unidade de comprimento (H/m)
C  Capacitância por unidade de comprimento (F/m)
G  Condutância por unidade de comprimento (S/m)


Exemplo: Cabo coaxial.
Dimensões “a” e “b”
Características do
dielétrico:  e ε
(F/m)
(H/m)

Constantes para uma LT, a partir dos parâmetros primários
Impedância Característica da LT :
Constante de Propagação na LT :
 = constante de atenuação e  = constante de fase

Aproximações em altas frequências
Em altas frequências, temos que:

w = 2  f w L >> R e w C >> G
Então podemos fazer aproximações:
Impedância
característica (real pura)
Velocidade de propagação
 1
 v  v
 LC

Velocidade de propagação da onda no cabo coaxial
Considerando as expressões da capacitância e da indutância no cabo

coaxial, temos:
A velocidade de propagação depende somente do dielétrico utilizado

entre os 2 condutores.

Tipos de cabos coaxial
São fabricados cabos coaxiais de várias bitolas e com diferentes constituições

físicas. O parâmetro mais significativo no cabo é sua impedância característica,
pois influencia no comportamento do circuito onde ele será instalado.
Dois padrões de impedância característica têm sido prevalecentes:

cabos de 50 Ohms e cabos de 75 Ohms.
Os cabos também podem ter características mecânicas bem distintas:

cabos superflexíveis , cabos flexíveis, cabos semiflexíveis e cabos rígidos.
Outros 2 parâmetros são muito importantes na escolha do cabo coaxial:

sua capacidade de potência e a atenuação que ele proporciona na frequência de
trabalho.

Cabos flexíveis
Cabo RG6 com
malha dupla
Cabo RG 59 com
malha simples
Fonte: catálogo RFS

Cabos Semi Flexíveis
Cabo com dielétrico sólido (foam) e com

dielétrico “ar”.
Fonte: catálogo Andrew

Cabos Rígidos

Diferentes bitolas no Cabo Coaxial

O aumento da bitola de um cabo coaxial, mantendo sua impedância
característica, visa atingir dois objetivos:
• Diminuir a atenuação no cabo;
• Aumentar sua capacidade de potência;
Além disso, devem ser observados outros três itens:
• A atenuação no cabo aumenta com a frequência (principalmente
devido ao efeito pelicular) ;
• A capacidade de potência diminui com a frequência;
• Frequência máxima de utilização

Exemplo: Cabo 1 5/8”

Semi flexível
Frequência máxima: 2500 MHz
Ref.: Catálogo Andrew cabo LDF7
Observe que a atenuação aumenta

com a frequência e a capacidade de
potência diminui com a frequência.
Veja que a atenuação é dada em dB

por 100 pés (cerca de 30 metros) ou
por 100 metros

Exemplo: Cabos RG58 e RG213

(ref.: catálogo RFS)
Os dois cabos são de 50 Ohms de

impedância característica, são flexíveis,
usam o mesmo dielétrico e malha
simples.
A diferença é que o cabo RG58 tem
diâmetro externo de 5,0 mm e o cabo
RG213 tem 10,3 mm (bitola maior).
Observem que a atenuação nas

frequências mais altas são bem
diferentes.

Atenuação no Cabo Coaxial
A taxa de atenuação  informada nos catálogos de cabo é dada em

dB/m. O cálculo da atenuação total em um trecho de cabo é facilmente
obtida:
P1 é a potência de entrada e P2 é a potência de saída. A atenuação é dada

em dB.
OBS.: Em alguns catálogos a atenuação é dada em dB/100m ou em
dB/100ft.

Atenuação no Cabo Coaxial
Veja que a atenuação total depende da constante de atenuação do cabo

e também do comprimento do cabo. Posso usar um cabo com  grande
em comprimentos pequenos. Para comprimentos grandes devo usar um
cabo com  pequeno.
Uma atenuação de 3 dB significa que a potência na saída é a metade da

potência na entrada do cabo, ou seja, metade da potência é dissipada
por calor no cabo.
Uma atenuação de 10 dB significa que a potência na saída é um décimo
da potência na entrada do cabo, ou seja, é muito alta.

Medições em cabos coaxiais
A fim de avaliar o comportamento de um cabo coaxial em um circuito

são utilizadas medições de:
• Atenuação no cabo;
Medições que dependem da terminação do cabo (carga):

• Coeficiente de reflexão;
• Razão de onda estacionária (SWR);
• Perda de retorno (Return Loss);

EXPRESSÕES MAIS UTILIZADAS
Considerando a distância l , contada a partir da carga em direção ao

gerador, temos as expressões da corrente e da tensão ao longo da linha
de transmissão: ( l = 0 está em cima da carga)
Tensão ao longo da LT:
Corrente ao longo da LT:

Coeficiente de Reflexão
Dizemos que podem existir 2 ondas de tensão e corrente:

• Uma no sentido do gerador para a carga V+ (onda direta);
• Uma no sentido da carga para o gerador V- (onda refletida).
A onda refletida aparece se a impedância da carga (ZL) é diferente da

impedância característica da linha (Zc). Como é muito difícil as duas
serem exatamente iguais, sempre teremos alguma onda refletida
presente na linha.
Para avaliar se a quantidade de onda refletida é preocupante ou não,
fazemos uma primeira avaliação pelo “Coeficiente de Reflexão”.

Coeficiente de reflexão sobre a carga (em l = 0):
melhor valor 0  |L|  1 pior valor

(sem reflexão) (reflexão total)

Como o coeficiente de reflexão não é fácil de ser medido diretamente,

outras duas maneiras foram desenvolvidas para avaliar se a quantidade
de onda refletida é preocupante ou não:
• A razão de onda estacionária ROE (em inglês SWR);
• A perda de retorno (em inglês “Return Loss - RL”).
A primeira se baseia na avaliação das tensões máximas e mínimas que
ocorrem ao longo da linha devido a combinação da onda direta com a
onda refletida, que têm fases distintas em cada ponto da linha.
A segunda se baseia na medição da potência direta (incidente à carga) e
de potência refletida pela carga.

Razão de Onda Estacionária na LT (SWR)
Chamada de ROE ou SWR (Standing Wave Ratio), é a relação entre a

tensão máxima e a tensão mínima ao longo da LT
melhor valor 1  ROE   pior valor

Perda de Retorno (Return Loss – RL)
Considera a perda por reflexão de potência na carga, ou seja que parte da

potência que chega na carga é refletida devido ao descasamento de impedâncias
PL  Potência dissipada na carga

Pi  Potência incidente na carga
Pr  Potência refletida pela carga
PL = Pi – Pr = Pi ( 1 – Pr / Pi )
RL = 10 log ( Pr / Pi ) dB  Perda de Retorno
Observe que a parcela Pr/Pi é uma quantidade adimensional que mostra a

proporção de potência refletida pela carga. A Perda de Retorno é dada em dB.

Perda de Retorno (Return Loss – RL)

Sabendo que:
Pr = |Vo-|2 / Zc e Pi = |Vo+|2 / Zc e que |Vo-| = |L| |Vo+|
RL = 10 log ( Pr / Pi ) = 20 log |L| dB

Como o módulo do coeficiente de reflexão |L| deve estar entre 0 (sem reflexão)
e 1 (reflexão total). A perda de retorno RL vai estar entre -  e 0.
melhor valor -   RL  0 pior valor

Comparação entre: ROE , RL, e Pr/Pi

|Γ| ROE RL (dB) % Pr/Pi
0,0 1,00 - 0%
0,1 1,22 - 20 1%
0,2 1,50 - 14 4%
0,3 1,86 - 10,5 9%
0,4 2,33 - 8,0 16 %
0,5 3,00 - 6,0 25 %
0,6 4,00 - 4,4 36 %
0,7 5,67 - 3,1 49 %
0,8 9,00 - 1,9 64 %
0,9 19,0 - 0,9 81 %
1,0  0,0 100 %

Comparação entre: ROE , RL, e Pr/Pi
A tabela foi construída aumentando linearmente o valor do |L| de 0 (melhor

valor) até 1 (pior valor).
Observe que o valor do ROE (SWR) pode ir de 1 até + , mas quando estamos
na metade da tabela o valor do ROE ainda está em 3. Ou seja, bons valores de
ROE devem estar entre 1 e 2 somente.
A perda de retorno vai de -  até 0 dB, mas bons valores de perda de retorno
vão ser menores que -10 dB (lembre que o número é negativo). Uma perda de
retorno de -30 dB é considerada excelente.
melhor valor -   RL  0 pior valor
melhor valor 1  ROE   pior valor

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Referência: Notas de aula – Prof. Luciano Bossi

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R  Resistência por unidade de comprimento (Ohm/m)

L  Indutância por unidade de comprimento (H/m)

C  Capacitância por unidade de comprimento (F/m)

G  Condutância por unidade de comprimento (S/m)

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Exemplo: Cabo coaxial.

Dimensões “a” e “b”

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Constantes para uma LT, a partir dos parâmetros primários

 = constante de atenuação e  = constante de fase

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Aproximações em altas frequências

Em altas frequências, temos que:

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Velocidade de propagação da onda no cabo coaxial

Considerando as expressões da capacitância e da indutância no cabo

A velocidade de propagação depende somente do dielétrico utilizado

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Tipos de cabos coaxial

São fabricados cabos coaxiais de várias bitolas e com diferentes constituições

Dois padrões de impedância característica têm sido prevalecentes:

Os cabos também podem ter características mecânicas bem distintas:

Outros 2 parâmetros são muito importantes na escolha do cabo coaxial:

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Fonte: catálogo RFS

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Cabos Semi Flexíveis

Cabo com dielétrico sólido (foam) e com

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Diferentes bitolas no Cabo Coaxial

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Exemplo: Cabo 1 5/8”

Ref.: Catálogo Andrew cabo LDF7

Observe que a atenuação aumenta

Veja que a atenuação é dada em dB

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Exemplo: Cabos RG58 e RG213

Os dois cabos são de 50 Ohms de

Observem que a atenuação nas

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