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Para Bosi não existe um formato único que seja capaz de sintetizar a pluralidade de formas e temas do
Romantismo.
[...] faz-se mister, acima de tudo, renunciar a reduzir o espírito romântico a uma
fórmula, como tentaram inúmeros críticos e historiadores, e procurar caracterizá-
lo antes como um conjunto de traços, uma constelação de qualidades oposta ao
clássico ou ao realista
Coutinho concorda e explica que essa impossibilidade de definir o movimento romântico deriva do
fato de que este se propôs a ir contra a rigidez da forma que era predominante no arcadismo. Para ele,
o conteúdo, a individualidade e as emoções dos autores definem o Romantismo.
Coutinho coloca a origem do nome do movimento nos antigos romances medievais, mas não faz
nenhum julgamento quanto a escolha do tema ou sobre a ordem social a qual pertenciam seus
escritores.
Bosi vê no Romantismo um movimento de origem nas classes mais abastadas que diante da queda de
várias monarquias e a ascensão da burguesia, pensam em um passado glorioso que já não mais existe.
No Brasil, ele aponta que são raros os casos de escritores romantismo com origens humildes e mostra
a grande influencia europeia no movimento, que busca um passado fantástico para seu país.
Coutinho discorda de Bosi neste ponto. Ele entende a desconexão com a realidade do movimento
como uma qualidade: imaginação. Para ele a imaginação e a criatividade são pontos chaves para
definir o Romantismo. Além disso, o que Bosi chama de narcisismo ele irá chamar de manifestação da
individualidade do poeta, fator que era posto de lado no movimento arcade.
Bosi entendia a criação de mundos imaginários como uma forma de evasão da realidade. Ele afirma
que essa vontade de escapar da realidade era tão intensa que seus escritores criavam suas obras não
apenas em lugares distante, mas também em tempos distantes.
Se por um lado Bosi não entende o movimento romântico como algo que importante para que a
sociedade se auto analise e busque melhorar, Coutinho aponta que a capacidade imaginativa do poeta
romântico demonstrava não apenas a capacidade de imaginar um mundo melhor, mas também a
vontade de se viver em tempos melhores.