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Um passado produtivo faz presente e futuro melhores

F
eito o balanço do ano que
passou, ao que tudo indi-
ca o Brasil tem à sua fren-
te uma década preciosa em que
deverá crescer e consolidar sua
Na reportagem “Marfinite e Volkswagen: a meta
é a excelência. Sempre e mais” ela está ao lado de
plantas industriais brasileiras, de conhecida im-
portância, na tarefa de promover o binômio “qua-
lidade-produtividade” cada vez mais dentro do dia-
posição de país que dá um rumo a-dia de suas fábricas e, nas páginas de “O des-
promissor para os interessados gaste de ferramentas na usinagem de FoFo cin-
na América do Sul, um pólo onde zento a alta velocidade”, dá à pesquisa brasileira a
seus investimentos serão mais dimensão que ela tem e merece. Indo além, na
Maria Carolina Bottura
bem-sucedidos se aplicados em matéria “Se a dúvida são os cermets, a certeza pode
produção. Esta edição de O estar aqui”, deixa claro que a complicação destes
Mundo da Usinagem mostra que, indiferente a este materiais de ferramentas agora é apenas aparente:
ou aquele indicador sobre as economias dos países seus especialistas dominaram todos os processos
em que mantém fábricas, o Grupo Sandvik segue in- envolvidos em sua fabricação e aplicaram este conhe-
vestindo no desenvolvimento de tecnologias. Isso salta cimento no desenvolvimento de pastilhas que aten-
aos olhos quando se lê a matéria “Esqueça a ale- dem às necessidades das indústrias. Assim, equa-
gação de que o aço inoxidável é difícil de usinar” cionando antigas questões de usinagem com o lança-
dando conta de que recentemente, ao lançar uma nova mento de soluções completamente novas, a Sandvik
geração de fresas, a Sandvik Coromant elevou o fre- Coromant oferece aos usuários de suas ferramen-
samento deste material a uma condição tão boa quan- tas e dispositivos os meios para também aperfeiçoa-
to a dos processos contínuos. rem seus processos e produtos.

REPORTAGEM
Marfinite e Volkswagen: a meta é a excelência. Sempre e mais --------------------- 13

ARTIGOS TÉCNICOS
Se a dúvida são os cermets, a certeza pode estar aqui ---------------------------------- 8
Esqueça a alegação de que o aço inoxidável é difícil de usinar --------------------- 19
O desgaste de ferramentas na usinagem de FoFo cinzento a alta
velocidade ---------------------------------------------------------------------------------------------- 27

SEÇÕES 8 – Classes de última


geração tornam mais
Página do Presidente ....................... 3
fácil a escolha da
Carta do Leitor .................................. 4
aplicação de pastilhas
Notas & Novas .................................. 5
de cermet na usinagem
Destaques ....................................... 32
Entre em Contato ............................ 33

27 – Uma comparação entre 19 – Novas ferramentas dão ao


pastilhas de cerâmica e de metal fresamento condições de
duro revestidas na produção de operação equiparáveis às de
volantes para motores em FoFo processos contínuos

2 • O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 1. 2001


O Mundo da
Usinagem Saindo do muito bom para o excelente
Publicação trimestral da Divisão Coromant da
Sandvik do Brasil S.A. - ISSN 1518-6091
e-mail:
omundo.dausinagem@sandvik.com

C
onjugando vários fatores
positivos, o Brasil fechou
SANDVIK DO BRASIL bem o ano 2000 e entrou
Diretor-Presidente: José Viudes Parra melhor ainda em 2001.
DIVISÃO COROMANT
Já no segundo semestre do ano
Diretor: José Viudes Parra passado, havia uma combi-
nação de crescimento econômi-
Gerente de Negócios: Claudio José co, inflação baixa e estabilidade
Camacho das contas públicas e abria-se
Gerente de Marketing e Treinamento:
um novo tempo em que o segmento industrial dava mostras de estar
Francisco Carlos Marcondes
Coordenadora de Marketing: Heloísa
caminhando muito mais confortavelmente dentro de uma economia
Helena Pais Giraldes atraente para os investimentos estrangeiros, que passaram longe das
Assistente de Marketing: Cibele bolsas e se dirigiram para a aquisição do controle de empresas. Em
Aparecida Rodrigues dos Santos outras palavras, o Brasil tem sido visto como um país que atrai as atenções
Coordenadora da publicação e internacionais por ser o endereço dentro da América do Sul para onde
tradutora: Vera Lúcia Natale devem se dirigir investimentos em produção. E assim tem sido.
Editora: Maria Carolina Bottura A Sandvik Coromant do Brasil permaneceu alinhada com estes resulta-
Editoração Eletrônica: Adilson A.
Barbosa
dos positivos e saiu de um ano muito bom para um que, a persistir a
Fotografias: Izilda França Moreira e estabilidade deste início de 2001, será excelente. O Grupo Sandvik sempre
Studio Amat segue o bom caminho e jamais desviou o foco que colocou aqui há mais de
Fotolito: Studio Quatro Fotolito Digital 50 anos. Uma vez instalada a base operacional de sua subsidiária brasilei-
Gráfica: Fotoline Gráfica e Fotolito ra, manteve o ritmo de crescimento que lhe é peculiar em todo o mundo e,
na passagem de um ano para outro, valendo-se da confiança que tem no
CORPO TÉCNICO
(DIVISÃO COROMANT)
seu potencial tecnológico e humano para cuidar da adaptação da orga-
Gerente Regional do Departamento nização a um ambiente externo de contínuas mudanças, pode manter-se
Técnico: José Roberto Gamarra em crescimento mesmo em períodos menos favoráveis.
Especialista em Fresamento: Marcos Em um cenário globalizado é muito difícil prever o que pode
Antonio Oliveira acontecer às economias emergentes, tão dependentes de investimentos
Especialista em Capto & CoroCut:
Francisco de Assis Cavichiolli
e eventos econômicos externos que fogem ao controle dos dirigentes
Especialista em Torneamento: Domenico industriais. Mas é certo que a eficácia no desenvolvimento de produtos
Carmino Landi e serviços, mais a manutenção de um sistema de informações preciso e
Especialista em Furação: Dorival atualizado e a rapidez para se adpatar ao caótico, garantem no míni-
Aparecido da Silveira mo uma posição adequada de sustentabilidade a qualquer empresa,
Especialista em Torneamento: Antonio
José Giovanetti
independentemente dos revezes que possam ocorrer no mercado. Como
Especialista em Die & Making: Sílvio o prazer da bonança é ainda maior quando se está preparado para a
Antonio Bauco tempestade, a Sandvik Coromant saúda um início de ano com mercado
aquecido no qual respalda a certeza de que poderá continuar in-
SAC (Departamento Comercial): vestindo para que seus clientes cheguem ao fim de 2001 também
(11) 5525-2743
Atendimento ao Cliente:
com crescimento e sucesso.
0800 55 9698

José Viudes Parra


Av. das Nações Unidas, 21.732 – Santo Amaro
– São Paulo – SP – CEP 04795-914
Diretor-Presidente

O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 1. 2001 • 3


Você é fluente em “fabriquês e usinês”?

N
os tempos do Fusca, do Corcel, do 147, eu saí (de preferência bem gelado) e cavaco (autografado por
da escola pública e fui para o Senai. Tudo era Zeca Pagodinho) estará tudo pronto para a festinha? A
novidade para mim naquele mundo. Especial- enfermaria tem todos os dados de corte? Deve ser uma
mente o linguajar, recheado de frases e ex- porcaria aquela tal de fresa abacaxi, não é mesmo? E o
pressões “técnicas”, mas que à vezes me traziam macho alargador? Sem comentários.
emoções fortes também. Logo no início ouvi um Em geral as indústrias metal-mecânicas têm uma seção
colega mais adiantado do curso dizer “essa peça já era, de armas onde podem ser encontradas, por exemplo, bro-
está morta”.Pensei em confortá-lo dizendo que a vida tem cas-canhão e brocas espada (estas últimas não são fabri-
dessas coisas — vez ou outra temos de cuidar dos prepa- cadas pelo Zorro) — não me pergunte o que faz uma bro-
rativos de um velório. Mas ele emendou, mais ríspido: ca trepanadora. Ao entrar na seção, não tente prevenir-se
“Matei a peça!”. E eu preferi ficar quieto. Sabia-se lá se o levando um barramento, porque mesmo com este nome
sujeito era mesmo capaz de cometer um assassinato... ele não costuma servir de escudo. E se é que alguém não
Ainda aprendiz, eu brincava um bocado enquanto tentava sabe, paquímetro não é um estacionamento de pacas, onde
clarear minhas idéias. O que seria um graminho? Filhote os mais aventureiros possam querer abater os pobres ani-
de grama? E quem eram os pais da lima bastarda? Ou de mais mais facilmente.
sua irmã mais delicada, a murça? Será que a namorada Agora que trabalho no Departamento de Treinamento da
de alguém reagia tranqüilamente à notícia de que ele pas- Sandvik Coromant, estou tendo muito prazer em enrique-
sou o dia todo fazendo uma rosca trapezoidal para substi- cer meu vocabulário com expressões que ouço no interior
tuir o fuso da fresadora? E aquele papo de ferramenteiro de São Paulo e em outros Estados. No Espírito Santo,
de bancada? “Fui fazer um ensaio no balancim e o macho uma superfície áspera é “caracachenta”, traduzida para
engripou. Daí, só no maçarico, mas depois de muito es- “ruspiosa” em Piracicaba (SP) e “cabeluda” em outros
forço para salvá-lo, veio a notícia: o estampo morreu!”. lugares. Em São José do Rio Preto (SP), porta-ferramen-
Quando fui para a prática na indústria, tomei contato com tas é chamado de “porta-gavião”.
as conhecidas “gambiarras”. E como tem gambiarra por Os economistas falam o “economês” para complicar o
aí! De todos os tipos e para todos os gostos. E também raciocínio de simples cidadãos. Mas nós, da área de usi-
passei a ter que “picar o ponto” ou “ bater o cartão”. O nagem, empregamos o “usinês” ou “fabriquês” para escla-
que será que passa pela cabeça do filho quando ouve o recer bem as coisas. Faça um teste com a sua esposa du-
pai dizer: “Ih, hoje esqueci de picar o ponto!”. Na época rante o café da manhã: “Hoje vai ser um dia duro. Preciso
das primeiras e grandes greves, quando a repressão era descascar um tarugo. Vou precisar da talha para fixá-lo à
brava, falava-se muito dos “pelegos”, dos “nós cegos” e placa e não posso esquecer do furo de centro para o con-
de uma terrível “lista do facão”. Mas havia o direito ao traponto... e é importante que o cavaco saia quebrado para
lazer, como ainda há, e na primeira vez que eu tirei um não gerar fita e encher a caçamba muito rápido. Depois,
tempinho para jogar dominó no horário do almoço, o tor- tranqüilo, é só facear e fazer o chanfro”. Ela vai entender
neiro — que tinham acabado de me apresentar — dispa- tudinho!
rou: “Vou matar sua carroça, essa tá morta e vai ser lam-
breta!”. Quase ao mesmo tempo veio da mesa de ping-
pong ao lado um sonoro “fiz família, desce um!”.
Para quem não está habituado ao dia-a-dia da indústria, a
confusão pode ser grande. Para que serve uma placa de Aldeci Vieira Santos
castanha mole? Para alimentar banguelas? Ou para fazer Instrutor Técnico
docinhos de aniversário? Juntando com óleo refrigerante Sandvik do Brasil S.A.— Divisão Coromant

4 • O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 1. 2001


A Nenê de Vila Matilde
levou a Sandvik Coromant
para a avenida

N
uma viagem pelos povos e alegórico sobre a arte bar-
ritmos africanos em pleno roca, invocando a beleza de
sambódromo de São Paulo, cada entalhe colocado em
a Nenê de Vila Matilde fez estátuas esculpidas pelas
o povo cair no samba neste car- mãos sofridas do mestre
naval. A alegria e a beleza da esco- mineiro Aleijadinho. As ré-
la contagiaram até quem aparente- plicas das estátuas foram
mente não tem nada a ver com a feitas pelo artista plástico
folia. “Se você dissesse que car- José Teixeira Gonçalves
naval é apenas folia, eu diria que a para o estande da Sandvik
Sandvik Coromant realmente é na Feimafe - Feira Interna-
avesso a ele, mas a verdade é que cional de Máquinas-Ferra-
esta é uma das expressões cultu- mentas e Sistemas Integra-
rais brasileiras mais significativas dos de Manufatura de 1999.
e nossa empresa faz questão de Para o carnaval de 2001,
estar presente nas manifestações Augusto César de Oliveira,
culturais populares”. Esta frase foi carnavalesco da Nenê da
O carro alegórico sendo preparado....
dita pelo gerente de marketing e Vila Matilde, contratou o
treinamento da divisão Coromant mesmo artista plástico para centemente, ela apoiou um ritual
da Sandvik do Brasil, Francisco produzir as alegorias que seriam de integrantes de seis tribos indí-
Carlos Marcondes, imediatamente levadas para a avenida. “Empres- genas durante a festa dos 500 anos
após a Nenê ter sido proclamada tamos as estátuas para a escola e do descobrimento do Brasil (leia
campeã do desfile deste ano, em- acabamos sendo campeões também sobre isso na matéria da página 4
patada com a Vai-Vai. do carnaval”, festeja Marcondes. da edição 3. 2000 de O Mundo da
Explica-se: a Sandvik Coro- Foram várias as vezes em que a Usinagem). E antes já se envol-
mant atravessou a passarela do Sandvik Coromant se envolveu vera com o carnaval: Joãozinho
samba paulista em um carro com um movimento popular. Re- Trinta, o carnavalesco que costu-
ma impressionar pela paixão e
pelo arrojo com que desenvolve
enredos para escolas de samba
principalmente do Rio de Janeiro,
foi o responsável pelo tema de seu
estande na Feimafe de 1997. Coin-
cidência ou não, naquele ano a
Unidos do Viradouro, à época a
escola para a qual Joãozinho tra-
balhava, também foi a campeã ca-
rioca depois de muitos carnavais.
Agora foi a vez da Nenê de Vila
Matilde, que há 16 anos não chega-
va em primeiro lugar no carnaval de
São Paulo. E de novo a Sandvik
Coromant estava junto.
... para a Nenê de Vila Matilde ser a campeã do carnaval paulista de 2001

O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 1. 2001 • 5


Quem sabe ensina, como o faz a
Sandvik Coromant

Q
uer aumentar seus conheci- mente em torneamento e fresa- de monitoramento, sensores apli-
mentos sobre usinagem e mento, e é desenvolvido com a cados em usinagem, controle do
ferramentas? Então conte participação de conceituados pro- processo e sistemas especialistas.
com cursos avançados que fessores desta área, além, é claro, QUAL – Qualidade — Paulo
estarão sendo realizados ago- dos especialistas da Sandvik. Augusto Cauchick Miguel. Os
ra em 2001na Sandvik Coromant. Veja, abaixo, quais são os cur- conceitos de qualidade e seus des-
A iniciativa partiu da empresa, que sos do segundo programa e quem dobramentos e influências sobre as
já vinha oferecendo várias opor- os ministram. Para outras infor- organizações. Tópicos: Funda-
tunidades de treinamento ao públi- mações sobre todos os cursos, mentos da qualidade, planejamen-
co. “A Sandvik Coromant pratica- ligue para (11) 5525-2716 ou to da qualidade (QFD), melhoria
mente nasceu no Brasil também 5525-2663. contínua, controle e garantia da
com o propósito de atuar na for- HSM – High Speed Machi- qualidade, análise dos custos da
mação e informação técnica e tec- ning — Klaus Shützer, Carlos Ce- qualidade. Exemplos de aplicação.
nológica de pessoas”, diz Fran- sar Castro Deonísio e Adriano Fa- GFA – Gerenciamento da
cisco Carlos Marcondes, gerente gali de Souza. Apresenta carac- Fábrica — Armando Garcia Oper-
de marketing e treinamento do bra- terísticas, vantagens e aplicações man e Antonio Batocchio. Uma in-
ço brasileiro da Divisão Coromant dos processos de usinagem com trodução aos conceitos de geren-
do Grupo sueco. “Como ela se ins- altíssimas velocidades de corte ciamento da fábrica. Tópicos:
talou aqui há 50 anos, pode-se abordando tópicos como: o que é Métodos de gerenciamento de
avaliar as proporções desta atua- usinagem HSM, suas aplicações, fábrica, melhoria de produtivida-
ção”, emenda, comentando que o estratégias de corte e critérios de de, performance de entrega e
número de pessoas que já assisti- seleção de máquinas e ferramen- redução de inventário, análise dos
ram às palestras e aos cursos da tas. conceitos da Lean Manufacturing,
empresa ultrapassou 90 mil desde CUSTOS - Custos industriais Toyota e teoria das restrições.
1986. Ele mesmo apresenta uma e aplicados à usinagem — Felipe LMPU – Lean Manufactur-
das palestras, cujo tema é “Moti- Araújo Calarge e Nivaldo Lemos ing Aplicado aos Processos de
vação para a Competitividade”. Coppini. Sobre temas como siste- Usinagem — Nelson Carvalho
Neste momento, estão em evi- mas de custeio tradicionais e por Maestrelli. Introdução aos con-
dência o Programa de Cursos atividades, gerenciamento baseado ceitos de “manufatura enxuta” (ou
Tradicionais (tabela 1) e o Progra- em custos e custos em usinagem. lean manufacturing). Tópicos:
ma de Cursos Avançados (tabela Tópicos: Apresentação de sistemas Fundamentos da manufatura de
2). Este último é a novidade — o de custeio; Custeio baseado em classe mundial, componentes do
primeiro, cujos cursos foram de- atividades (ABC); Gestão total de lean enterprise, procedimento
nominados “tradicionais”, existe custos (TCM); Melhoria contínua; para implantação de sistemas (es-
há muitos anos, apesar de vir sen- Custos em usinagem. Aplicações toque mínimo, troca rápida de fer-
do seguidamente inovado. Com na prática. ramentas e manufatura celular),
ênfase no treinamento em usina- SAPU – Sistema de Apoio aos metodologia SMED (ou single
gem e in company, o programa de Processos de Usinagem — João minute exchange of die) e padroni-
cursos avançados aborda aspectos Fernando Gomes de Oliveira, Mil- zação de ferramental, projeto de
de abrangência técnica e gerencial ton Vieira Junior, Nivaldo Lemos sistemas celulares — análise de
no contexto da indústria metal- Coppini e Elesandro Antonio Bap- agrupamentos (cluster analysis) e
mecânica, sendo um complemen- tista. Sobre como se pode moni- sistemas de codificação (SCC), di-
to ao programa de cursos tradicio- torar e adquirir dados e controlar mensionamento e balanceamento
nais, que enfatiza o treinamento o processo de usinagem. Tópicos: de células (takt time, cycle time e
em usinagem, mais especifica- Parâmetros monitoráveis, técnicas eficiência de projeto). Normas
6 • O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 1. 2001
Tabela 1 — Programa de cursos tradicionais
Mês EAFT EAFF OUT OUF
Fevereiro 19 a 21
Março 26 a 28
(SAEJ4000) – Im- colhas pessoais e
Abril 23 a 25
plantação e certifi- profissionais a fazer,
cação de empresas. Maio 14 a 16 promovendo uma me-
ASPU – Análise e Junho 04 a 07 lhor orientação para a
Soluções de Proble- Julho 02 a 05 harmonia e a objetivi-
mas em Usinagem — Agosto 27 a 29 dade de ações. Tópi-
Nelson Car valho Setembro 24 a 26 17 a 20 cos: Instrumentos in-
Maestrelli. Análise de Outubro 22 a 24 01 a 04 dividuais, a ação indi-
problemas típicos de Novembro 19 a 21 vidual IOTA (inten-
Notas: EAFT = Escolha e Aplicação de Ferramentas para Torneamento; EAFF = Escolha e Aplicação de
usinagem dos metais. Ferramentas para Fresamento; OUT = Otimização da Usinagem em Torneamento; OUF = Otimização da ção, objetivo, tática e
Tópicos: Ferramentas Usinagem em Fresamento ação), definição e re-
e técnicas para análise e solução cos: Origem e histórico do progra- conhecimento da harmonia, apren-
de problemas, formas de represen- ma, conceitos principais, objetivos, dendo o conceito de “Like attracts
tação e registro de atividades estrutura básica para implantação like” (a harmonia em situações in-
(tempos e operações), MASP (ou (master black belts, black belts e dividuais e grupais).

Tabela 2 — Programa de cursos avançados


Mês HSM CUSTOS SAPU QUAL GFA LMPU ASPU 6SIGMA TLHP
Março 26 a 28
Abril 09 a 11 23 a 25
Maio 07 a 09 28 a 30
Junho 18 a 20 25 a 27
Julho 16 a 18 30 a 01
Agosto 13 a 15 27 a 29
Setembro 10 a 12 24 a 26
Outubro 08 a 10
Novembro 12 a 14
Dezembro 03 a 05

metodologia de análise e solução green belts), principais resultados


de problemas), análise e engenha- obtidos, ferramentas de apoio e São Leopoldo e a GC 1005
ria do valor (AV/EV), medidas e metodologia KISS, metodologia Errata — Na matéria com o
indicadores de desempenho (efi- DMAIC (ou define, measure, ana-
título “No último Coropak, novi-
ciência, utilização e produtivida- lyse, improve, control), aplicação
de), programas de melhorias —
dades em fresamento e tornea-
do M/PCp S (ou machine/process
princípios do Kaizen, TPM (ou to- characterization studies) para pro- mento, na página 6 da edição
tal productive maintenance) e cessos produtivos, indicadores uti- número 4 de 2000 de O Mundo
benchmarking. lizados para processos produtivos da Usinagem, a redação da re-
6SIGMA - Programa 6SIG- e administrativos. vista não citou a cidade de São
MA — Nelson Carvalho Maestrelli TLHP - Tópicos sobre o lado Leopoldo (RS) entre as que fo-
e Paulo Augusto Cauchick Miguel. humano da produtividade — ram abrangidas pelo evento.
Introdução aos conceitos do pro- Roberto Cacuro. Aprimorar as fa- Além disso, onde se lê “a nova
grama 6Sigma visando à identifi- culdades de percepção de cada par-
classe GC 2005”, leia-se “a nova
cação de oportunidades de melho- ticipante para incrementar seu po-
classe GC 1005”.
rias em produtos e processos. Tópi- der de discernimento sobre as es-

O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 1. 2001 • 7


Se a dúvida são os
cermets, a certeza
pode estar aqui
Ainda há pouco tempo a escolha da pastilha correta
para operações de acabamento tendia a fazer
parte de uma área incerta quando as
alternativas eram os cermets e as pastilhas
de metal duro convencionais. Algumas
operações são claramente adequadas
para apenas um destes materiais de
ferramentas, mas outras se dão bem com
os dois. Os resultados de testes práticos
ainda são muito freqüentemente o fator decisivo entre
um e outro, mas já não há mais como negar que as
classes de cermet de última geração têm mais
capacidade. Palavra de quem entende disso.

P
or que os cermets têm que ser cação resultou em um profundo co- ção para qualquer metal duro e este
tão complicados, com tantos nhecimento da função dos compo- foi o motivo de a empresa ter di-
componentes? É simples: nentes e dos estágios de processo rigido grandes esforços para definí-
basta lembrar que no passa- deste material de ferramentas. lo e controlá-lo — nada escapou à
do as soluções para as aplicações Com sua geração de classes de análise completa feita por seus es-
eram encontradas por meio do cermet mais recente à base de Ti, pecialistas. Paralelamente ao de-
método de tentativa e erro, não se W, C, N e Co, bem diferente da an- senvolvimento dos cermets, o de-
baseando, portanto, em dados tiga composição que continha Ti, partamento de P&D apresentou as
científicos sólidos. Esta história Ta, V, Nb, Mo, W, C, N, Ni e Co e classes 4000 de metal duro à base
começou a mudar depois que a da metodologia de combinar mate- de carboneto de tungstênio/cobal-
Sandvik Coromant passou a anali- riais e processos até que se alcan- to para usinagem de aço, onde a
sar o papel de cada ingrediente dos çassem resultados satisfatórios, mas sinterização gradiente também era
cermets na década de 1980 forman- sem grande flexibilidade, a empre- de fundamental importância. Ou
do, mais tarde, suas próprias com- sa mostra que chegou a um pro- seja, dois diferentes tipos de ma-
binações de materiaias para as clas- fundo entendimento de quais ingre- teriais de metal duro tornaram-se
ses. Isso mais pesados investimen- dientes são necessários, em quais cada vez mais parecidos, tanto no
tos humanos e materiais no desen- quantidades e, acima de tudo, como que se refere à matéria-prima quan-
volvimento de processos de fabri- estabelecer os processos. to a processo e propriedades. Foi
Este artigo foi produzido pela equipe técnica da AB
É fundamental que se tenha o a fusão daquilo que os dois mun-
Sandvik (Suécia), Divisão Coromant. domínio do processo de sinteriza- dos tinham de melhor.
8 • O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 1. 2001
ao desgaste — porém frágil —
e uma classe muito tenaz, mas
com uma baixa capacidade de
performance (no máximo esta
capacidade atingia um nível inter-
mediário). Com certeza a solução
moderna é bem superior a isso.
Muitas das operações de aca-
bamento envolvem somente os
cortes contínuos, adequados aos
cermets. Entretanto, os cortes in-
termitentes também ocorrem com
freqüencia e já não representam
mais “o fim do mundo” para este
Estas não são as peças típicas para as quais as
pastilhas de cermet são tradicionalmente usadas,
mas são alguns dos componentes de peças usadas no teste das novas
classes GC1525 e CT5015, mais tenazes e mais amplas, para
torneamento de acabamento em aço, aço inoxidável e ferro fundido.
Muitas das peças envolveram numerosos cortes com intermitência
mecânica e, com isso, foi possível comprovar a capacidade e segurança
da nova geração de cermets

Novos resultados — Embora o • maior segurança de usinagem


cermet possa parecer mais com- • área de aplicação mais ampla
plexo que o metal duro convencio- • melhor capacidade de manter o
nal, como material de ferramenta acabamento superficial e a precisão
ele possui certas propriedades que Resultados de um teste de tenacidade
• melhor capacidade para realizar realizado para comparar o antigo e o
são muito vantajosas para algumas operações intermitentes novo tipo de classes de cermet
operações de acabamento. O efeito GC1525 e CT5015. A usinagem incluiu
de reavivação da aresta de corte na A otimização do equilíbrio en- cortes interrompidos em material
Scr420H usando-se uma ferramenta de
medida em que ela se desgasta uni- tre resistência à deformação plás- torneamento com pastilha TNMG
formemente é uma; a estabilidade tica e tenacidade, o desenvolvi- 160408 na geometria PF a uma
química é outra; não se pode falar mento de uma linha de arestas de velocidade de corte 400 m/min, avanço
em efeito de abrasão sobre as pas- 1 mm/rot e profundidade de corte de
corte mais vivas e mais duradou-
0,5 mm. O eixo vertical indica o
tilhas; a transferência de material ras e o aumento da resistência a número de peças antes da quebra da
da ferramenta para o cavaco é in- trincas térmicas foram fatores que aresta de corte. O resultado de 17
significante. A Sandvik Coromant contribuíram muito para que se peças (número 1) foi obtido com a
lançou recentemente uma nova ge- antiga classe CT5015. A nova classe
obtivessem estas propriedades. No CT5015 usinou 85 peças (resultado 2).
ração de classes de cermet onde o passado os cermets tinham a fama Quanto ao cermet com cobertura, o
cobalto puro age como metal aglu- de quebrar-se repentinamente du- resultado 3 indica que 46 peças foram
tinante, em vez de uma mistura de rante a usinagem, mas a te- torneadas com a antiga classe
GC1525, enquanto que 97 peças foram
níquel e cobalto. À parte o fato dis- nacidade melhorada tem minimi- torneadas com a nova classe GC1525
so ser mais favorável ao meio am- zado esse risco e proporcionado (resultado 4). O teste é um exemplo de
biente, esta geração proporciona melhor segurança. Antes, as alter- como a resistência e a segurança dos
vantagens “emprestadas” do met- novos cermets mais tenazes foram
nativas de alguns fornecedores
melhoradas, tornando-os adequados
al duro convencional. As principais para contornar esse fenômeno para operações mais exigentes e, entre
melhorias são: eram uma classe muito resistente elas, os cortes intermitentes

O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 1. 2001 • 9


cobertura dá à pastilha de cermet riores e de sua capacidade de man-
moderna e mais tenaz a ca- ter uma firme estabilidade dimen-
pacidade de usinar a uma ve- sional e de acabamento superficial.
locidade de corte 100 m/min mais A recomendação é de que este seja
alta. Além disso, a compatibili- o fator-chave na escolha entre pas-
dade entre o substrato da pastilha tilhas à base destes dois materiais.
e a cobertura é ideal do ponto de
vista do material. Para um exce- Atenção com as cargas apli-
lente acabamento superficial, cadas — Embora a abrangência
porém, a aresta de corte sem de aplicação dos cermets atuais
No quesito resistência ao desgaste,
cobertura ainda é a melhor opção. seja consideravelmente mais am-
que é, aliás, uma das principais A escolha entre as classes de pla e tenha maior segurança, este
propriedades das classes de cermet, metal duro à base de carboneto de material continua sendo suscetí-
as melhorias também foram tungstênio e as de cermet conti- vel a cargas sobre a aresta de
altamente significativas, como se
comprovou em um teste de usinagem nua sendo uma questão sobre a corte, e as principais são as gera-
de aço de rolamento de esferas com o qual há conflitos, mas os cermets das por altos valores de profun-
mesmo tipo de ferramenta usado no permanecem no posto de melhor didade de corte e altas taxas de
teste de tenacidade usando-se
material de pastilhas para ope- avanço. Assim, principalmente a
velocidades de corte de 500 m/min,
avanço de 0,15 mm/rot e rações de acabamento, principal- seção transversal do cavaco deter-
profundidade de corte de 1 mm. mente quando se pode tirar van- mina se os cermets devem ser con-
Os resultados 1 e 2 permitem uma boa tagem de suas propriedades supe- siderados. Nas operações em que
comparação entre a classe GC1525
com cobertura, mais tenaz, nova (1), e
a profundidade de corte é peque-
as classes antigas (2). Talvez seja na, as possibilidades de também
mais interessante ainda a melhoria se aplicarem taxas de avanço
substancial obtida com a nova classe mais altas são maiores, propor-
CT5015 sem cobertura (3) em relação
à antiga classe (4). O eixo vertical cionando uma produtividade
mostra a quantidade de desgaste do muito boa.
flanco desenvolvida; o horizontal, a As variações em carga também
duração do tempo de corte são originárias dos materiais das
material, que, efetivamente, tem peças — a diferença entre o aço
inclusive sido visto como um so- de baixo carbono e o aço de alta
lucionador de problemas até nes- liga é considerável. Os cermets
tas operações. A deformação plástica da aresta de oferecem sua melhor vantagem
corte ocorre a altas temperaturas e,
quando aplicados aos aços
Por que usar
portanto, a altíssimas velocidades de
corte. Os cermets foram testados maleáveis, de cavacos longos e
classes de cermet quanto a isso utilizando-se a mesma abrasivos, mas também podem
com cobertura? ferramenta de torneamento em ser usados para usinar ferro fun-
material SS 2541, nas várias
velocidades de corte, com um avanço
dido e aço inoxidável. As pasti-
A GC1525 é uma classe reves- de 0,3 mm/rot e profundidade de lhas de cermet, inclusive, têm
tida por PVD porque a superfície corte igual a 1 mm. A nova classe sido muito vantajosas em peças
criada por este processo é muito GC1525 (1) desenvolveu uma do tipo duplex, em que um aço
deformação plástica substancial a
vantajosa para os cermets, permi- velocidades de corte inferiores a 400 doce tenha sido soldado a um aço
tindo que os substratos das pasti- m/min, enquanto a antiga apresentou inoxidável e depois precise pas-
lhas sejam mais tenazes porque o um desenvolvimento mais gradativo a sar por torneamento.
velocidades de corte mais altas. A
desgaste e a resistência à defor- As operações intermitentes e
nova classe CT5015 (3) desenvolveu
mação plástica são impulsionados uma deformação plástica um tanto as que envolvem cópias internas,
por ela. Só para se ter uma idéia, a maior que o tipo antigo (4) onde a profundidade de corte au-

10 • O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 1. 2001


ainda melhores se, ao se preparar
a operação de desbaste, o acaba-
mento já for levado em conside-
ração — um maneira de se fazer
isso é deixar uma pequena quan-
tidade de tolerância de trabalho
por meio da qual a profundidade
de corte possa ser limitada.
A geometria da pastilha
desempenha um papel importante
em relação ao material da ferra-
menta de corte e exerce um efeito
importante sobre a segurança da
usinagem e a vida útil da ferra-
menta. As geometrias variam
consideravelmente quanto à re-
sistência e a mudança de uma
geometria para outra, com a mes-
A abrangência da área de aplicação é outra característica que vem melhorando ma classe, freqüentemente influi
com os novos tipos de classes de cermet. Na figura, o eixo vertical é a na performance mais que a
resistência ao desgaste e o horizontal é a resistência à deformação plástica à mudança de uma classe para ou-
esquerda e a tenacidade à direita. A nova classe GC1525 (1), cuja abrangência tra. A maioria das pastilhas nas
é ampla, estende-se mais para dentro da área P15, que exige tenacidade, em
comparação com o tipo antigo (2). A nova classe CT5015 (3) também tem uma classes de cermet é, atualmente,
área mais ampla e se estende mais para dentro da área que exige mais do tipo positivo, o que
tenacidade que o tipo antigo (4) significa menor re-
sistência.
menta, podem ser As geome-
realizadas com êxi- trias Wiper são
to por meio de uma hoje o que há
redução da taxa de de melhor para
avanço. E as opera- se chegar a um
ções de acabamento nível máximo em
com cermet podem ser termos de segurança

Um resumo de como aplicar as pastilhas de cermet modernas


• O cermet é um material de ferra- • A profundidade de corte deve ser • Considere as pastilhas de cermet
menta para operações de acabamento, minimizada para permitir a maximização para operações que envolvem cortes in-
onde a estabilidade dimensional e de da taxa de avanço para se obter melhor termitentes. A atual abrangência de sua
acabamento superficial são as principais produtividade e mais segurança aplicação é consideravelmente mais
exigências • Prepare-se para a operação de ampla
• Os cermets são projetados para acabamento com cermets realizando a • As pastilhas Wiper são quase sem-
aços maleáveis, como os de baixo car- operação de desbaste ou de semi-acaba- pre a melhor opção para operações de
bono, que formam cavacos longos e têm mento de forma a deixar a mínima tole- acabamento, onde oferecem taxas de
tendência à formação de aresta postiça, rância de trabalho admissível desde o avanço duas vezes maiores e, ao mes-
e para ferro fundido e aço inoxidável início até o fim mo tempo, geram o mesmo acabamen-
• A carga de cavacos, expressa como • Escolha a pastilha mais resistente to superficial que quaisquer outras. Além
o produto da profundidade de corte mul- possível, sem criar tendências à vi- disso, suas arestas de corte são resis-
tiplicado pela taxa de avanço, é o fator bração, quanto ao que se refere a for- tentes e a quebra de cavacos para ma-
limitante para as pastilhas de cermet mato, raio de ponta e geometria teriais de cavacos longos é boa

O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 1. 2001 • 11


De onde vem a história da impresibilidade dos cermets
Suscetíveis a repentinas e impre- componentes duros duplex. O cresci- nologia de processo, o que propiciou
visíveis falhas, as pastilhas de cermet de mento da usinagem próxima do perfil principalmente o aumento da te-
antigamente deram a este material de fer- final, o uso de baixos dados de corte e nacidade das novas classes, e a
ramentas a condição de algo cuja apli- trajetórias de ferramentas adequada- CT5015 e a GC1525 com cobertura
cação era difícil de compreender. As re- mente adaptadas, e, ainda, o
comendações dos fornecedores ainda objetivo de poder substituir
são, muito freqüentemente, contraditórias: matérias-primas estratégicas
uns especificam seu uso somente se os como tungstênio e cobalto
fatores operativos do torneamento de por outras mais disponíveis,
acabamento estiverem estritamente cor- entre elas o titânio e o níquel,
retos e outros indicam uma área mais motivaram o aperfeiçomento
ampla, onde se inclui o semi-acabamen- dos cermets a ponto de hoje
to. E, além disso, os cermets não só são eles serem responsáveis por
muito usados no fresamento de peças de cerca de um terço das ven-
materiais duros como também aí têm ob- das de metais duros no
tido sucesso. Parece, então, que não há Japão. Outras adições deram
diretrizes bem definidas sobre a sua área às classes deste material
de aplicação em usinagem. propriedades que aumen-
Uma análise dos fatos torna eviden- taram a resistência das pas-
tes as causas desta aparente in- tilhas à deformação plástica.
definição. Quase tão antigo quanto o Durante os anos oitenta, o
metal duro à base de tungstênio/cobal- resto do mundo da manufatu-
to, o cermet é um metal duro à base de ra, impressionado pela locomo-
titânio. Durante a década de 1930 sur- tiva manufatureira japonesa, Alguns padrões de desgaste típicos das
giram os primeiros cermets (Ti/Ni), começou a questionar se o uso pastilhas de cermet das duas últimas décadas
muito frágeis e incapazes de apresen- mais amplo das classes de cer-
tar muita resistência à deformação plás- met seria realmente um dos muitos fato- são excelentes exemplos disso.
tica. Entre os anos quarenta e cinqüen- res de tal sucesso. Com isso houve um A tenacidade, aliás, é a propriedade
ta, o metal duro WC/Co já havia se de- crescimento da demanda de cermets e mais enfaticamente buscada para que os
senvolvido consideravelmente, com uma mais progressos na sua performance devi- cermets estendam sempre e mais o seu
grande melhoria de performance, e os dos ao desenvolvimento de novas clas- campo de aplicação. Isto abriu o caminho
cermets avançaram marginalmente com ses com granulações menores e, conse- para que atualmente operações que in-
a adição de materiais, o que provavel- qüentemente, melhor confiabilidade. cluem usinagem intermitente sejam rea-
mente era realizado pelo método de ten- A década de noventa foi marcada lizadas com ferramentas deste material
tativa e erro, e com o aprimoramento da por composições mais complexas, com com alto grau de segurança. As possibili-
tecnologia de sinterização. a inclusão de mais materiais, o que re- dades de realização de operações de tor-
O Japão passou a usar os cermets sultou em padrões de desgaste das neamento de acabamento estão au-
no início dos anos setenta em ampla pastilhas mais equilibrados, e aprimo- mentando na medida em que o aprimora-
escala e em seu desenvolvimento in- ramentos que envolveram tanto os mento dos materiais das peças e da tec-
cluiu a adição de mais materiais com componentes do material quanto a tec- nologia das máquinas também avança.

e produtividade que os novos


As novas classes para torneamento
desenvolvimentos proporcio-
A atual geração de classes de cermet incluem as CT5015 e as GC1525, que substituem as nam. Elas têm raios de ponta
três classes existentes até então — a CT525, a 5015 e a 1525 existente — e proporcionam um
nível de performance mais alto que elas. modificados, com uma aresta
A CT5015 é uma classe de cermet sem cobertura para a de corte relativamente mais re-
área de aplicação de torneamento em aço ISO P01 – 20. É dura, sistente, e permitem o aumen-
resistente ao desgaste e com tenacidade melhorada para uma to drástico da taxa de avanço
ampla área onde as exigências sobre o acabamento são maiores
durante toda a vida útil previsível. e (ou) que o acabamento su-
Também de cermet, mas com cobertura por PVD, a GC1525 perficial seja melhorado (leia
atende à área de aplicação de torneamento em aço ISO P05 – mais na página 32). Elas são a
25, igualmente ampla. É uma classe mais tenaz, que resiste a
combinação perfeita para as
operações mais exigentes, ainda assim mantendo uma alta segurança da aresta de corte.
classes de cermet.

12 • O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 1. 2001


Marfinite e Volkswagen: a
meta é a excelência.
Sempre e mais
Nascidas de iniciativas arrojadas, para não dizer ousadas, Volkswagen, Marfinite e Sandvik
estão sempre juntas quando o objetivo é alcançar padrões de excelência na manufatura. A
Marfinite já surgiu dando o que falar por eliminar radicalmente o que até então era normal: na
produção de bolas de bilhar, substituiu o marfim, cuja fonte natural são as presas de elefantes,
pelo plástico. Daí para a frente, a obstinação e a criatividade de seus fundadores e dos que hoje
formam sua base gerencial e operacional aumentaram sua linha de produtos, que atendem a
vários setores da economia brasileira e de outros países. Da Volkswagen não é necessário falar
muito para que uma história onde a tecnologia é a palavra de ordem venha à lembrança de todos
sob a forma de veículos automotivos que servem às mais diversas e imprescindíveis necessidades.
Ambas as empresas também se apóiam no binômio “qualidade-produtividade” para ir sempre
além. E é aí que entra a Sandvik Coromant.

Moldes, máquinas, ferramentas e


flores, lazer... Sim, é a Marfinite

N a praia, jogando bilhar, no tra-


balho, em casa ou à frente de
um belo buquê de flores você
pode estar lidando com algo que tem
muito a ver com a Marfinite. Ela
tária sobre sua linha
de móveis de plás-
tico. Foi aí que a
Marfinite ratificou
seu nome, inscrito já
mesmo, a empresa que nasceu em há muito tempo na
1961 como produtora de bolas de história industrial do
bilhar de resina sintética, em substi- Brasil não só como
tuição ao marfim, e que com uma uma indústria que
sucessão de tacadas certeiras de Vi- pela iniciativa de
tal Raiola e Giulio Frascari, seus seus criadores foi
fundadores, se popularizou nos anos tida à época, por muita gente, como como também por sua
80, quando a tevê levou aos lares “visionária” por inventar o uso de ousadia em colocar
brasileiros o ator Paulo Autran pro- uma matéria-prima que permitia a esta mesma matéria-
tagonizando uma campanha publici- preservação das presas de elefantes, prima como material-

O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 1. 2001 • 13


mentícia, bolas de Ferramentaria excelente — A
boliche e caixas para ferramentaria própria é considerada
armazenagem e trans- um dos pontos fortes da empresa tan-
porte de produtos, con- to quanto seu pioneirismo e seu ar-
tainers e pallets. Com rojado design de móveis e dá conta
sede em Itaquaquecetu- da construção de 99% dos moldes
ba (SP), em terreno de usados em sua fábrica. “Alguns de
230 mil metros qua- nossos moldes são de grande porte,
drados e área construí- pesando até 28 toneladas, e consegui-
da de 25 mil metros mos produzi-los internamente com
Protótipo da grade de uma caixa de flores quadrados, a Marfinite alta qualidade e a um custo bem com-
fabricada para a Fazenda Holambra e o respectivo
molde sendo avaliados por Natalino Favaro,
Produtos Sintéticos petitivo”, justifica Natalino Favaro,
encarregado da ferramentaria (em pé) e Ivacir Ltda. tem 600 funcio- encarregado da ferramentaria da em-
Luis de Almeida, fresador-ferramenteiro, ambos nários e capacidade ins- presa, acrescentando que a Sandvik
da Marfinite, e por Valter Rodrigues, diretor da talada para produzir Coromant, por meio de seu distri-
Comed, distribuidora autorizada de ferramentas
Sandvik Coromant 12 mil toneladas/ano. buidor Comed, tem sido uma grande
Em 2000, seu fatura- parceira nisso.
base na fabricação de móveis em mento atingiu US$ 18 milhões, Desde 1991, quando assumiu o
substituição à madeira — olha aí a com crescimento de 10% sobre o cargo de encarregado, Natalino tem
preservação da natureza de novo. exercício anterior. contado com o apoio de Valter Rodri-
É uma história interessante, sem No segmento de caixas para ar- gues, diretor da Comed, e do vende-
dúvida, porque seus fatos estão pre- mazenagem e transporte, a empresa dor-técnico Renato Takeo Owa.
sentes no dia-a-dia de qualquer cida- é líder de mercado e se lhe faltassem “Sempre que temos dificuldade para
dão que em geral não se dá conta motivos para chegar onde chegou, a executar um novo molde, entro em
disso. Quem há de olhar para flores culpa jamais poderia ser atribuída à contato com eles e sou orientado
lindas, com todo o seu frescor e per- sua ferramentaria, que se hoje se sobre o que há de melhor para execu-
feição cheirando a uma colheita re- aproveita da modernidade que o tar ou otimizar aquela operação, além
centíssima, e sequer imaginar que século XXI proporciona, há 40 anos de ser informado do surgimento de
elas estiveram armazenadas em cai- já contava com o mesmo pionei- ferramentas mais modernas”, diz,
xas plásticas antes de chegar ali, ao rismo de agora,
alcance de suas mãos? Ou, então, que concretizado pelas
o escritório e a fábrica onde cumpre figuras de Giulio
sua rotina de trabalho e onde passa a Frascari e de Vital
maior parte de seu tempo, digamos, Raiola armados de
“útil”, teria um aspecto bem diferente talhadeira e lixadei-
se não existissem os móveis da ra, vencendo a re-
Marfinite? E por aí vai. Vai muito sistência de uma
longe, por sinal. peça fundida para
Os produtos da Marfinite, hoje, chegar ao molde de
incluem mais de 120 itens dentro uma cadeira plásti-
da linha de utensílios domésticos, ca com o formato de
móveis para exteriores (piscina, concha que levou a
jardim, praia e campo) e interiores Marfinite para todos
(indústria, comércio e residências), os cantos — praia,
A tecnologia disponível na ferramentaria da Marfinite
caixas d’água para construção civil, campo, empresas, inclui o uso de robôs para a retirada das peças
embalagens para a indústria ali- fazendas... injetadas em plástico de dentro dos moldes

14 • O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 1. 2001


Comed é uma extensão taria desta última tem obtido segui-
da Sandvik Coromant, dos aumentos de produtividade. Um
assim como todos os único exemplo comprova este fato:
seus outros distri- em 2000 foram produzidos 29
buidores autorizados no moldes, contra uma média de 20 a
22 nos anos anteriores.
“Sem aumentar o número
de funcionários e de má-
quinas, alcançamos um ga-
A grade para caixa de flores e a
nho substancial com o uso
base do macho usado na sua de ferramentas, suportes e
produção: muito bom resultados pastilhas mais eficientes e
eficazes e, claro, com a de-
Aqui, a base do macho usinada dicação do nosso pessoal”,
com uma fresa R 200 da Sandvik alegra-se Natalino, que há
Coromant cerca de 10 anos vem fa-
zendo a substituição grada-
frisando que 98% das ferramentas de Brasill”, diz Valter, se referindo ao tiva das ferramentas tradicionais,
metal duro utilizadas na fábrica são fato de que a fabricante da linha de principalmente as de aço rápido, por
da Sandvik Coromant. ferramentas Coromant dá todo o fresas com pastilhas intercambiáveis
Assim que foi fundada, também apoio que seus distribuidores possam de metal duro.
em 1990, para atuar como distri- necessitar, incluindo treinamentos, Este processo foi acelerado espe-
buidora da linha de ferramentas da cursos e eventos para a reciclagem cialmente no ano passado, quando se
Sandvik Coromant que atende parte de conhecimentos, “para atender adotaram as fresas CoroMill 331, a
das zonas Leste e Norte da capital com o máximo de eficiência e eficá- família Q-Cutter, a R 200 e as Ball
paulista e os municípios de Guaru- cia aos seus clientes”. Nose, o que explica o aumento da
lhos, Suzano, Poá, Arujá, Santa Isa- A estratégia firmada entre as três produtividade. “Conseguimos re-
bel, Mairiporã e Ferraz de Vascon- empresas — a Comed, a Sandvik duzir em média 40% do tempo de
celos, a Comed começou sua história Coromant e a Marfinite — tem sido produção dos moldes com estas fer-
com a ferramentaria da Marfinite e tão boa que, apesar de não ter reali- ramentas”, garante Natalino, ressal-
hoje, passados 10 anos, conta com zado investimentos pesados em má- tando que em alguns casos a econo-
cerca de 200 clientes ativos. “A quinas nos últimos anos, a ferramen- mia de tempo ultrapassou os 60%.
O fresador-ferramenteiro José Aparecido da Silva “No caso do ferramental de pallet,
observa o trabalho de uma fresa de disco por exemplo, o ga-
de três cortes Slitting Cutter 330-20... nho superou 60%
em parte devido ao
seu formato com
quase 80% de ra-
nhuras, e a Slitting
Cutter foi desen-
volvida especifica-
mente para isso”.
Junto com esta
maior produtividade
... que também é usada na está a melhor quali-
usinagem de matrizes de pallets dade de acabamen-

O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 1. 2001 • 15


mento comercial é testemunha de seja, até fugimos um pouco das carac-
que temos conseguido ganhar con- terísticas da ferramenta”, explica.
corrências graças à eficiência que a
ferramentaria atingiu”, acrescenta o Criatividade, sim — Valter diz
encarregado. Além da linha própria, que este é um dos bons exemplos da
a Marfinite também desenvolve pa- combinação das qualidades das fer-
cotes completos, que incluem desde ramentas Sandvik Coromant com a
o projeto e a confecção do molde até criatividade e o conhecimento técni-
a injeção do produto final, para os co do pessoal da ferramentaria da
seus clientes. Marfinite. Um outro é a utilização da
Neste segmento, a ferramentaria Slitting Cutter, da família Q-Cutter,
da Marfinite produziu, por exemplo, voltada para canais estreitos: a Marfi-
a matriz de uma caixa para transpor- nite utiliza hastes prolongadoras de
tar flores encomendada pela Holam- 400 ou 500 mm — construídas inter-
bra, e a fresa R 200 teve um papel namente —, levando as ferramentas
Junto com outras tecnologias
avançadas, as ferramentas Sandvik fundamental no sucesso deste traba- a trabalhar com grande balanço, em
Coromant permitiram que a lho. Conhecida pela versatilidade, ela condições críticas, mas que, com uma
ferramentaria da Marfinite desse um também oferece excelente desempe- redução dos dados de corte, estão
salto fantástico em produtividade
nho na abertura de cavidades. A peça produzindo excelentes resultados.
to produzida pelas ferramentas de me- que levava 120 dias para ser produzi- Já as fresas Ball Nose (Ponta Es-
tal duro em comparação com as de aço da foi concluída em
rápido, e Natalino diz que o emprego 80 dias. “Antes usá-
das ferramentas da linha da Sandvik vamos fresas de aço
Coromant “contribuiu bastante para rápido, que têm ve-
que os nossos produtos atingissem locidade inferior, pro-
qualidade de nível mundial”. fundidade de passo
As comparações são possíveis e muito menor e baixo
bastante precisas na Marfinite porque rendimento”, resume
lá há uma razoável duplicidade de Natalino, “e a R 200
moldes. “Vários deles foram cons- permitiu um ganho
truídos com ferramentas tradicionais extraordinário, pois o
e posteriormente os refizemos com investimento foi rela- A CoroMill 200 também está no grupo de ferramentas
as novas ferramentas, o que permite tivamente pequeno Coromant usadas pela Marfinite
a afirmação de que a economia de perto do retorno que
tempo é grande e indubitável”, con- tem dado”. férica) são utilizadas na fresadora-co-
ta Natalino, que vai mais longe ao Quando os moldes têm nervuras, piadora da ferramentaria da Marfi-
dizer que “moldes que antes levavam entra em cena a família de fresas nite. “O destaque desta ferramenta é
seis meses para serem usinados com Q-Cutter, que fazem cortes parale- a durabilidade da pastilha”, conta
ferramentas tradicionais foram los. “As ranhuras geralmente reque- Valter, “e o aumento da produtivi-
refeitos em quatro meses e até em rem conicidade e para isso inclina- dade se deve basicamente ao fato de
menos tempo com as ferramentas mos a peça no grau indicado no de- que há menos paradas de máquina
modernas, mesmo sendo, em alguns senho. Após abrir o canal paralelo, para a troca de ferramenta, o que
casos, de grande porte”. conseguimos fazer a conicidade que equivale a dizer que ela tem duração
Com a ferramentaria produzindo queremos na parede deste canal, e, maior e custa menos que a anterior,
moldes em prazo mais curto, a Marfi- em seguida, com a peça inclinada que também era da linha Sandvik
nite coloca seus produtos mais rápi- para o outro lado, repetimos a opera- Coromant”. É a Sandvik superando
do no mercado. “O nosso departa- ção com a mesma ferramenta, ou a sua própria tecnologia.

16 • O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 1. 2001


VW Brasil dá a largada para o
Prêmio Nacional da Qualidade
Volkswagen do

A
de Resende, Taubaté, São
Brasil está ajustan- Carlos, Anchieta e Curiti-
do melhor ainda as ba”, diz Giudice, lembran-
suas fábricas para do que antes dela a monta-
candidatar-se ao Prêmio dora já promovia mensal-
Nacional da Qualidade mente um Dia da Qualidade.
promovido anualmente “Aliás, a Semana da Quali-
pela Fundação para o Prê- dade, da forma como foi idea-
mio Nacional da Quali- lizada, é inédita no grupo
dade. Depois da tomada Volkswagen”, ressalta. E
desta decisão no início do emenda, com um quê de en-
ano passado, a empresa tusiasmo na fisionomia: “O
apertou o ritmo de várias Brasil está sendo pioneiro”.
ações para chegar à con- Abertura oficial do evento — Funcionários da Volkswagen “O objetivo principal foi
quista do prêmio em um (planta Anchieta) e expositores causar um impacto expres-
futuro próximo. Só para sivo no que gera a qualidade
dar uma pequena idéia do que se está bola”, mas Giudice deixa no ar algo em produtos, serviços e atitudes”,
realizando para alcançar este objeti- que tem motivos de sobra para indi- concorda Ângela Costa, coordena-
vo, basta dizer que neste momento, car uma hipótese bastante plausível. dora de Agregados, “associado à
e a um só tempo, a empresa está em “O ano de 2002 seria perfeito para parceria com RH, manufatura e
pleno processo de implementação da os planos da montadora, pois a con- fornecedores”, ressalta. “Foi um ver-
versão 2000 da ISO 9000 e das nor- quista do prêmio coincidiria com o dadeiro sucesso”.
mas alemãs VDA 6.1 e 6.3, além da lançamento do carro mundial (pro- Durante uma semana, de 27 a
implantação do Sistema de Produção jeto PQ 24), que será produzido na 30 de novembro de 2000, a unidade
Volkswagen. Sem dúvida é muita planta Anchieta”. Segundo ele, esta Anchieta teve todas as alas de sua
coisa. Mas ainda tem bem mais. fábrica, a mais antiga do grupo no planta tomadas pelo tema quali-
Os muitos programas que com- Brasil, será totalmente reformulada dade. “Nosso objetivo era este
põem a estratégia para atingir este visando à produção PQ 24. “Fare- mesmo: envolver toda a fábrica
objetivo têm como símbolo uma mos da Anchieta uma nova fábrica, neste tema”, conta Giudice. E para
bola de futebol. “Cada gomo desta mais moderna, enxuta e dentro dos isso a montadora investiu em pa-
bola é um programa ou um sistema padrões globais de qualidade para lestras sobre a qualidade em si,
de qualidade em implementação e, atender a este projeto de carro mun- gestão, meio ambiente, condições
como em um quebra-cabeças, quan- dial”. Só que as atividades em curso de trabalho e outros assuntos per-
do todos eles estiverem implemen- não se referem apenas a ela. tinentes, peças teatrais apresenta-
tados e interligados teremos uma Um exemplo disso é a 1ª Semana das por seus funcionários e atores
bola completa e estaremos prontos da Qualidade, realizada em novem- contratados, e estandes onde al-
para ganhar o jogo”, explica Ro- bro de 2000 — uma dentre as várias guns de seus parceiros, como a
berto Giudice, gerente da Qualidade ações criadas para divulgar, fomen- Usiminas, Atlas Copco, CSN,
de Agregados das plantas da Volks- tar e motivar os funcionários visan- Bosch, Siemens, 3M e Basf, ex-
wagen Anchieta e de São Carlos. do ao programa de qualidade total. puseram produtos e tecnologias.
Não há uma data-limite pré- “Trata-se de uma semana corporati- As empresas que estiveram na 1ª
definida, rígida, para “completar a va, ou seja, realizada nas unidades Semana da Qualidade colaboraram

O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 1. 2001 • 17


lá e como se não bastasse um estande que a partir de agora todos os even-
montou dois — um na Ala 3 e outro tos relativos à qualidade serão rea-
na Ala 5 — e seus profissionais pro- lizados junto às linhas de montagem.
feriram palestras sobre temas como Sobre a Sandvik Coromant? Giudice
técnicas de aplicação, cuidados e encerra dizendo que “é um fornece-
manuseio de ferramentas para o au-
mento da produtividade. Nos estandes
foi apresentada parte da vasta linha
de ferramentas Coromant e também
a linha Titex Plus, que inclui brocas,
machos e fresas de topo, segundo
Nelson dos Santos, vendedor-técni-
co que atende à Volkswagen.
“Pró-atividade, qualidade, rela-
cionamento e pronto atendimento
foram decisivos para a definição
dos fornecedores que participaram
Roberto Giudice, gerente da do evento”, disse Giudice, expli-
Qualidade de Agregados da
Volkswagen Anchieta e de São cando que com isso a montadora
Carlos: “Na verdade este evento é pôde levar ao nível operacional in- A equipe da Sandvik Coromant e
corporativo e está sendo realizado formações técnicas e também apre- Ângela Costa, coordenadora da
também nas plantas de Resende, sentar as melhorias internas reali- Semana da Qualidade.PTO Anchieta
Taubaté e Curitiba” e São Carlos
zadas em conjunto com esses par-
com a iniciativa da Volkswagen e ao ceiros. “Muitas vezes essas melho- dor com nível de qualidade exce-
mesmo tempo divulgaram suas tec- rias são feitas em um determinado lente, uma empresa pró-ativa que
nologias, alternativas para melhorias grupo de trabalho e nem sempre a sempre atendeu nossas necessidades
em qualidade e conhecimento profis- fábrica como um todo fica ciente no que se refere a ferramentas de
sional. A Sandvik Coromant estava deste fato”, justificou, informando corte e usinagem”.

18 • O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 1. 2001


Esqueça a alegação de
que o aço inoxidável
é difícil de usinar
A maioria dos aços inoxidáveis tem tradicionalmente sido associada à
noção de que este é um material “viscoso” cuja usinagem é um tanto
problemática, gerando muito calor e proporcionando uma condução
térmica ruim. Este raciocínio, no entanto, em geral está fundamentado no
corte de metais com um processo contínuo — torneamento ou furação —,
pois quando o processo é intermitente, como o fresamento, a usinagem do
aço inoxidável é realizada em condições muito melhores. Com os avanços
recentes na tecnologia de fresas, o argumento de que este material é de
difícil usinabilidade e acarreta produtividade e vida útil da ferramenta
insatisfatórias foi definitivamente banido das indústrias.

A
ço de alta liga, o inoxidá-
vel tem como materiais de
ligação mais importantes o
cromo (Cr) e o níquel (Ni),
juntamente com pequenas quan-
tidades de carbono e adições tam-
bém de pequenas quantidades de
outros materiais para a obtenção de
propriedades específicas. Um fato
comum a todos os aços inoxidáveis
é que eles têm grande resistência
ao ataque químico, uma pro-
priedade que, às vezes, é definida
como “passividade” e que é obtida
com a adição de 11%-13% de cro-
mo — uma camada contínua, fina
e impermeável, que consiste prin-
cipalmente de óxido crômico, for-
ma-se na superfície do aço e pro-
Este artigo foi produzido pela equipe técnica da AB
Sandvik (Suécia), Divisão Coromant.

O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 1. 2001 • 19


Supere os problemas tradicionais de usinagem
Há alguns equívocos na forma pela qual tradicionalmente se usinam os aços inoxi-
dáveis:
• escolher uma classe mais tenaz para lidar melhor com a formação de arestas
postiças
• reduzir a temperatura com a redução da velocidade de corte mas continuar usando
refrigerante
A que se deve isso? Uma explicação para esta técnica é que ela pode estar baseada
na experiência em corte contínuo de metais, como, por exemplo, o torneamento, mesmo
que não se possa transferir todo o conhecimento adquirido no torneamento para o fresa-
mento porque as condições dos dois processos de usinagem são diferentes. O fresamen-
to em aço inoxidável pode, em certos casos, ser mais vantajoso que o torneamento, o
que possibilita a adoção de outras soluções que não as tradicionais.

Uma recomendação geral da Sandvik Coromant é o uso dos produtos recentemente


tege o material subjacente contra desenvolvidos para o fresamento de aços inoxidáveis a uma velocidade de corte de apro-
o ataque. ximadamente 200 m/min e sem o uso de refrigerante. Há uma série de fatores que tornam
Classificados de acordo com isso perfeitamente possível:
suas microestruturas — o que afe-
1) Conceitos de ferramentas positivas, como os diferentes conceitos CoroMill
ta bastante a sua usinabilidade —, 2) Geometrias de pastilhas positivas que proporcionam um bom fluxo de cavacos,
os aços inoxidáveis formam os baixas forças de corte e arestas vivas que cortam facilmente até materiais viscosos e
seguintes grupos principais: endurecidos por tensão
3) Classes capazes de suportar temperaturas mais elevadas por terem um substrato
• Martensíticos duro ou, alternativamente, uma camada termoprotetora
• Austeníticos
Tabela 1
Tipos de aço Aresta postiça Temperatura Endurecimento por Rebarba Desgaste abrasivo
inoxidável tensão

Austeníco/Duplex Alta Alta Alto Alta Baixo

Ferrítico/
Martensítico e aço Baixa Alta Baixo Baixa Alto
PH

• Ferrita-austeníticos (Duplex) tante que a escolha do procedi-


• Endurecidos por precipi- mento para melhorar as pro-
tação (PH) priedades da usinabilidade
As propriedades mais im- seja a mais criteriosa possí-
portantes do aço inoxidável vel, como o fez a Sandvik no
são a resistência à corrosão e caso do aço inoxidável SAN-
a resistência à tração e os ma- MAC, em cujo desenvolvi-
teriais de ligação que pro- mento deu-se grande ênfase
duzem essas propriedades
freqüentemente afetam a usina-
bilidade de forma negativa.
Seria fácil melhorar a usina-
bilidade adicionando-se enxo- A tendência à viscosidade
fre ao aço, o que de fato é feito pode levar à formação de
aresta postiça (BUE)
em certos aços de corte livre,
mas ao custo de uma pior re-
sistência à corrosão. nais na melhoria
As normas dos materiais são da usinabilidade.
responsáveis por limitações adicio- Portanto, é impor-

20 • O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 1. 2001


proporcionam boa formação de
cavacos e têm efeito lubrificante
a altas velocidades de corte.

Sim, existem
problemas. Mas
nenhum sem
solução

As dificuldades que podem


surgir na usinagem do aço inoxi-
dável normalmente são bem
conhecidas, mas é sempre bom
rever as informações sobre elas
e, melhor ainda, sobre as
soluções que podem minimizá-
las ou eliminá-las:

• Formação de aresta
aos aspectos relacionados à versões convencionais de classes postiça (BUE) — Muito comum
produção. A otimização da quan- de aços semelhantes. As inclusões na usinagem do aço inoxidável,
tidade de materiais de ligação den- não-metálicas têm um efeito im- particularmente dos aços austeníti-
tro da respectiva norma de mate- portante sobre a usinabilidade do cos ou duplex, trata-se da tendên-
riais proporcionou uma considerá- aço inoxidável. Além de quan- cia dos cavacos se soldarem sobre
vel melhoria da usinabilidade sem tidades e distribuição otimizadas a aresta de corte e sobre a peça.
perda das resistências à corrosão e de sulfetos, o SANMAC contém Inevitavelmente isso leva à redução
à tração em comparação com as inclusões de óxido maleável que da vida da ferramenta, pois os ca-

O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 1. 2001 • 21


vacos assim soldados desgastam mentada para que se obtenha uma dos cavacos sobre a aresta.
camadas da cobertura e até partes temperatura superior à da área de • Temperatura — A capacidade
do substrato quando se soltam da formação desta aresta indesejável de condução térmica desempenha
aresta de corte, ou, então, provo- e que seja usada uma aresta de um papel importante no corte de
cam um acabamento superficial ina- corte viva juntamente com uma metais: quanto maior for a parte do
ceitável da peça. Recomenda-se classe com cobertura PVD. Isso calor originário da zona de corte
que a velocidade de corte seja au- reduzirá a tendência de soldagem eliminado junto com os cavacos,

As soluções para o moderno fresamento do aço inoxidável são as novas geometrias e classes de pastilhas, uma
família de fresas realmente mais capaz e velocidade de corte mais alta

22 • O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 1. 2001


GC2030 (por meio de dureza no
substrato) ou a classe GC2040, que
é coberta com uma camada isolan-
te de óxido de alumínio (Al2O 3),
esse material pode ser fresado com
ótimas produtividade e vida útil da
ferramenta.
• Efeito do refrigerante —
Quando as pastilhas entram em
ação, a temperatura aumenta muito
rapidamente, de maneira que o re-
frigerante tem muito pouco efeito:
é “impossível” introduzi-lo na
zona de corte porque os cavacos
bloqueiam a passagem. Mas ele
VELOCIDADES MAIS ALTAS NO FRESAMENTO atinge a aresta de corte e a refri-
Em alguns tipos de materiais, particularmente nos difíceis de usinar (certos gera com eficácia particularmente
aços de liga muito alta, chamados de “aços superduplex”), a aresta postiça
pode ser incontrolável mesmo em operações de fresamento porque surge o
na superfície da pastilha assim que
problema de deformação plástica (DP) da aresta de corte. ela sai da ação. A cada giro da fre-
sa aumenta a diferença de tempera-
No torneamento/furação, a quantidade de calor acumulada na pastilha é maior tura entre a superfície e o centro
e a deformação plástica ocorre geralmente a velocidades de corte mais baixas
(item 1 na figura) que no fresamento (item 2), pois a ferramenta nunca está em da pastilha, gerando grandes es-
ação por mais de 50% do tempo de fresamento (em geral muito menos). Isto forços térmicos que levam a trin-
significa que as pastilhas têm uma temperatura mais baixa quando o ar as cas finíssimas na aresta de corte em
resfria durante o tempo em que não estão em ação.
curto espaço de tempo. O diagra-
Conseqüentemente, é possível usar velocidades de corte mais altas sem ma 1 mostra isso e no diagrama 2
acarretar DP e, além disso, há a possibilidade de se aumentar há exemplos da diferença em quan-
substancialmente a produtividade e, na maioria dos casos, obter uma vida útil tidade produzida a diferentes ve-
significativamente mais confiável e mais longa da ferramenta
locidades de corte (VC) entre usina-
melhor é o processo. O aço inoxi- nas geometrias de pastilhas adapta- gem sem e com refrigerante.
dável, porém, tem uma capacidade das para usinar materiais inoxi- • Velocidade de corte e usina-
de condução térmica ruim, deixan- dáveis (ML, por exemplo), pode- gem sem refrigerante — A ma-
do mais calor na zona de corte, se reduzir substancialmente a tem- neira tradicional de evitar a aderên-
aumentando a tendência a um peratura. cia tem sido reduzir a velocidade
maior desgaste da ferramenta e o Além do mais, se for escolhida de corte e aplicar refrigerante para
risco de haver deformação plásti- uma classe de pastilhas que possa reduzir a temperatura na área de
ca das arestas de corte, particular- resistir aos efeitos de altas tempera- aresta postiça. Isto está fundamen-
mente em processos de corte turas, como, por exemplo, a classe tado na obtenção de aresta postiça
contínuo.
A limitação das forças de
corte pode reduzir as altas tem-
peraturas que freqüentemente
surgem quando o aço inoxidável
é fresado. Usando-se um conceito
CoroMill com ângulos posi-
tivos, em combinação com os
ângulos de saída muito positivos Endurecimento por tensão
O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 1. 2001 • 23
za da sua superfície, e, então, há um
aumento do desgaste da aresta de
corte na profundidade de corte
Este efeito nocivo do endureci-
mento por tensão pode ser reduzi-
do tanto pelo reforço da aresta de
corte principal quanto pela varia-
ção da profundidade de corte, de
modo que o desgaste seja distribuí-
do sobre uma proporção maior da
aresta principal. Normalmente, é
mais vantajoso escolher uma pro-
fundidade de corte e um avanço
que garantam que a aresta de corte
em questão seja guiada para den-
tro do material, abaixo da zona
endurecida. A velocidade de corte
também pode ser reduzida, pois as
zonas endurecidas por tensão ge-
ram temperaturas consideravel-
mente mais elevadas.
• Formação de rebarbas —
Em geral as rebarbas são o resulta-
do de ângulos de pastilhas negati-
em torneamento ou furação com apresentam tendência a endurecer vos no chanfro de reforço e im-
corte contínuo, onde o risco de de- por tensão com bastante freqüência põem dificuldades ao processo de
formação plástica nas arestas de (os tipos austeníticos e superauste- corte, mas elas podem ser reduzi-
corte freqüentemente impossibili- níticos são muito críticos, seguidos das e até eliminadas quando a ares-
ta um aumento acima da área de pelos duplex), acarretando mu- ta de corte é positiva, mais viva e
aresta postiça. Não é o caso do fre- danças na estrutura do material e mais adequada para esta gama de
samento, onde os testes sugerem aumentando notavelmente a dure- materiais. É por isso que as geome-
que “a velocidade de corte deve ser
aumentada acima da área de aresta
postiça e deve-se realizar a usina-
gem sem refrigerante para obter
uma vida útil confiável e econômi-
ca” (diagrama 3). Se, ao contrário,
a velocidade de corte for aumenta-
da e também se aplicar refrige-
rante, a vida útil da ferramenta é
consideravelmente reduzida devi-
do às trincas que rapidamente são
formadas em função das grandes
cargas térmicas surgidas.
• Endurecimento por tensão
da superfície usinada — Os aços
inoxidáveis altamente austeníticos
24 • O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 1. 2001
Geometrias ISO M para fresamento de aço inoxidável
Alguns requisitos gerais são aplicáveis à usinagem de materiais inoxidáveis. As geometrias têm de ser mais positivas que as usadas
na usinagem simplesmente “de aço”, o que significa:

• mínima formação de rebarbas


• reduzida tendência à formação de arestas postiças
• menos desenvolvimento de calor
• menos risco de endurecimento da peça por tensão
Quebra-cavacos abertos:
• geram menos calor
• facilitam o escoamento de cavacos
Pastilhas retificadas na periferia (ML para todas as fresas CoroMill e MM para a CoroMill 245) proporcionam:
• boas tolerâncias
• mínimo batimento
• arestas de corte vivas com mínimo ER
Há duas diferentes geometrias para a usinagem de materiais inoxidáveis, dependendo do tipo de operação a ser realizada. As geome-
trias ML são a primeira opção para:
• aço endurecido por precipitação (PH)
• aços ferríticos/martensíticos
• fresamento em acabamento de todos os tipos de aços inoxidáveis pré-tratados
As geometrias MM atendem melhor a:
• fresamento de aços austeníticos em desbaste
• fresamento em desbaste de todos os aços inoxidáveis fundidos
• operações que requerem uma aresta de corte tenaz, como, por exemplo, usinagem de peças com uma casca de fundição ou peças
cortadas a gás

trias substancialmente mais resis- Resolvido: há duas por outro lado, o material se des-
tentes, desenvolvidas para fresa- classes para cortar gasta abrasivamente, como o ferríti-
mento em aço, freqüentemente são bem os inoxidáveis co martensítico endurecido por pre-
inadequadas para o fresamento do cipitação, ou possui uma casca de
aço inoxidável. Simplificando, pode-se dizer fundição, uma classe com núcleo
No caso daqueles aços inoxi- que se o material é viscoso como tenaz e cobertura resistente ao des-
dáveis que apresentam grande pro- o austenítico, o superduplex e o gaste apresenta nítidas vantagens.
pensão ao endurecimento por ten- duplex deve-se dar preferência a Além desses dois casos extre-
são, parâmetros como o batimento uma classe de pastilhas com subs- mos existem, naturalmente, áreas
do corpo da fresa são muito sig- trato de granulação fina e cober- sobrepostas onde os dois tipos de
nificativos e podem ser muito des- tura PVD. A granulação fina pos- classes podem ser usados, como,
vantajosos. Se houver um avanço sibilita a obtenção de uma aresta por exemplo, o aço inoxidável aus-
por dente igual a 0,15-0,20 mm/ viva e a cobertura a mantém, sem tenítico fundido e o estabilizado
dente e um batimento no corpo da contar que com esses tipos de ma- por titânio.
fresa igual a 0,1 mm (em certas teriais uma camada de PVD tem a • As GC2030 — As pastilhas da
ferramentas, muito mais), isso sig- vantagem de reduzir a tendência à classe GC2030 têm substrato de
nifica que algumas pastilhas não formação de arestas e, naqueles ca- dureza média e granulação muito
cortarão de forma alguma, mas, ao sos em que as arestas são forma- fina e são coberturas com TiAlN +
contrário, friccionarão contra a das e eliminadas, o substrato de TiN pelo processo PVD. É possí-
superfície e produzirão calor. Isso granulação fina é mais resistente vel retificar essa classe para formar
aumentará o endurecimento por que os de granulação grossa porque arestas vivas, dando às pastilhas um
tensão na peça. a aresta não fica tão danificada. Se, corte leve e, portanto, tornando-as
O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 1. 2001 • 25
A experiência mostra os bons caminhos arredondadas antes da cobertura
para evitar descascamento. O subs-
O raciocínio seguido neste artigo se formou levando-se em consideração principal- trato das pastilhas desta classe foi
mente a usinagem de desbaste no material AISI 316, onde uma possível profundidade de
corte (ap) é igual a 2-4 mm, o avanço por dente é de aproximadamente 0,2 mm/dente e a desenvolvido para suportar apli-
superfície pode ser não-usinada, como uma peça com casca de fundição, por exemplo. cações que requerem tenacidade
Em usinagem de acabamento, onde a profundidade de corte é menor ou igual a 1 mm, o desde o seu núcleo — por exem-
avanço por dente é de aproximadamente 0,1 mm/dente e a superfície é pré-tratada, tem-
plo, componentes com casca de
se um excesso de calor consideravelmente menor e, portanto, pode-se usar refrigerante
sem perder demais em termos de vida útil da ferramenta se o acabamento superficial fundição, peças com partículas du-
assim o exigir. ras que se desgastam abrasivamente
Os aços inoxidáveis austeníticos, principalmente a classe AISI 316, são, de longe, o nas arestas de corte e operações em
grupo mais comum de aços inoxidáveis e respondem por aproximadamente 60% de todo
o aço inoxidável que é usinado pelas indústrias. O aço austenítico é superior aos outros que ocorre vibração.
no quesito “resistência à corrosão”. O tipo mais comum de aço inoxidável austenítico é o Seja ousado e acerte — A im-
tipo 18/8 (18% Cr – 8% Ni) — ele representa um nível básico de resistência à corrosão portância de se levar em conta a
dentro do grupo austenítico. interação entre o conceito da fer-
ramenta, a classe, a geometria da
adequadas para materiais viscosos. significa que a classe retém sua pastilha e os dados de corte para
As ferramentas cobertas por PVD dureza mesmo a altas temperaturas. se obter um bom resultado não
geralmente levam vantagem sobre As pastilhas CVD são cobertas com pode ser enfatizada demais na usi-
as cobertas por CVD, o que pode Ti(C,N) + Al2O3 + TiN, sendo que nagem do aço inoxidável. Por esse
ser muito vantajoso em certos tipos a camada de Ti(C,N) proporciona motivo, é necessário ter a “ousa-
de operações que exigem te- resistência ao desgaste abrasivo e o dia” de seguir as recomendações
nacidade, como, por exemplo, fre- Al2O3 age como uma barreira con- acima e ir até o fim, caso contrário
samento a 90º do aço inoxidável. tra o calor na cobertura. A classe corre-se o risco de parar no meio
• As GC2040 — Aqui as pasti- GC2040 tem uma granulação de da área de aresta postiça, como foi
lhas têm sua tenacidade aumentada média para grande no substrato e é descrito aqui, ou de se ter uma vida
no substrato devido à relativamente usada particularmente com pasti- útil encurtada por trincas térmicas
alta proporção de aglutinante (Co) lhas que não tenham nenhuma ne- causadas pelo aumento da ve-
presente e à cobertuta resistente ao cessidade de arestas de corte vivas, locidade de corte junto com o uso
desgaste e que rejeita calor, o que uma vez que as arestas precisam ser de refrigerante.

Tabela 2 - Medidas para um fresamento de aços inoxidáveis bem-sucedido


Problema Classe da pastilha Geometria da pastilha Fresa CoroMill Dados de corte

Temperatura GC2030 - dureza ML - Ângulo de saída Ângulos de usinagem


GC2040 - barreira positivo positivos
térmica de Al2O3

Desgaste abrasivo GC2040 - Revestida


por CVD

Aresta postiça GC2030 - Revestida ML/MM - Arestas vivas Alta velocidade de


por PVD corte

Endurecimento por ML - Aresta viva com Mínimo batimento Ap > 1 mm


tensão ângulo de saída Aumenta o
positivo avanço/dente

Formação de rebarba ML - Aresta viva com Ângulos de usinagem Reduz o avanço/dente


ângulo de saída positivos
positivo

26 • O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 1. 2001


O desgaste de
ferramentas na usinagem
de FoFo cinzento a alta
velocidade
Volantes empregados em motores de 1.000 cc, ferramentas de
metal duro revestidas e de cerâmica e muitos ensaios. Estes
foram alguns dos ingredientes de um trabalho de investigação
sobre o torneamento de uma autopeça. E as conclusões dos
pesquisadores são indicadores bastante interessantes de como
as indústrias podem atingir uma melhor qualidade superficial e
mais eficiência e eficácia na usinagem de peças em ferro
fundido cinzento.

A
tualmente ainda se utiliza teceu exatamente o oposto porque do mercado de produtos industriais
muito o ferro fundido na a retificação é uma operação con- são diversificadas e o ciclo de vida
fabricação de peças, prin- fusa e inflexível. Por outro lado, desses produtos é cada vez mais
cipalmente na indústria au- as máquinas-ferramentas podem curto, a indústria está desenvolven-
tomobilística, apesar da existência manter tolerâncias mais apertadas do o sistema de manufatura ágil,
de uma grande variedade de mate- a velocidades de corte mais eleva- fabricando somente o produto so-
riais metálicos e não-metálicos no das que no passado e as ferramen- licitado e na quantidade necessária,
mercado. O processo de tornea- tas de corte acompanharam essa de acordo com a demanda(6). A usi-
mento pode ser aplicado até mes- evolução, tornando-se mais robus- nagem altamente eficiente é a chave
mo em ultraprecisão, especial- tas e precisas”. para a obtenção de resultados bem-
mente pela facilidade de se contro- Devido à qualidade das ferra- sucedidos do sistema de manufatu-
lar uma ferramenta com uma ares- mentas de corte, hoje é possível ra ágil, com melhoria da flexibili-
ta de corte. Como bem disse aplicar velocidades de corte altíssi- dade até seu limite sem reduzir a
Koelsch(3), “há 20 anos todos es- mas e avanços excepcionais em produtividade.
tavam convencidos de que a retifi- diferentes processos de usinagem,
cação iria substituir o fresamento, ao que se chama de HSM (high A alta velocidade
o torneamento e a furação. Acon- speed machining, ou usinagem a e a usinagem de
alta velocidade) e UHSM (ultra FoFo cinzento
Tadeu Tomio Sudo, Aldo Braghini Jr. e Reginaldo
Teixeira Coelho, autores deste artigo, são mestrando, high speed machining, ou ve-
doutorando e professor de Engenharia Mecânica, locidade a ultra-alta velocidade)(4). É comum a usinagem com
respectivamente, na Escola de Engenharia de São
Carlos (EESC – USP), São Carlos, SP. Além disso, como as necessidades grande taxa de remoção de cava-

O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 1. 2001 • 27


cos para atender ao aumento da dido cinzento é
produtividade, que é uma exigên- o principal in-
cia oriunda do desenvolvimento dicador de sua
da automação. Nos EUA gastam- usinabilidade. A
se anualmente mais de US$ 100 perlita aumenta
bilhões para remoção de material a resistência me-
metálico, sendo 75% atribuídos a cânica do ferro
somente quatro processos conven- fundido e dimi-
cionais: torneamento, fresamento, nui a sua usina-
furação e retificação. Fica então bilidade(2). Além
evidente que os custos podem ser da influência da
significativamente reduzidos ape- própria matriz
nas determinando-se maneiras de ou da porcenta-
aumentar as taxas de remoção de gem relativa de
material. Dentre os parâmetros de ferrita e perlita,
usinagem, o aumento da ve- os veios de gra-
locidade de corte é a técnica fita (quantidade, distribuição e te e do material da pastilha. Em to-
preferida, uma vez que os outros tamanho) também são fatores im- dos os gráficos, com exceção do
aumentam as forças de corte e, portantes na usinabilidade do ma- metal duro com VC 1.700 m/min
conseqüentemente, requerem o terial. Os veios de grafita intro- (sem refrigerante), há linhas de
emprego de equipamentos mais duzem descontinuidades na matriz tendência que servem apenas para
rígidos. Mas altas velocidades de do metal e agem como um quebra- orientação.
corte geram altas temperaturas, cavacos, formando cavacos de rup- No torneamento com metal
exigindo materiais com boas pro- tura. A grafita é um lubrificante duro usando-se MQL nota-se que
priedades mecânicas, estabilidade natural. com o aumento da velocidade de
química em alta temperatura e boa Os autores deste artigo realizaram corte ocorre também o aumento
resistência às tensões induzidas um trabalho experimental de inves- do desgaste de flanco V B. Para um
termicamente. tigação do desgaste de ferramen- aumento de V C de 26% (de 1.350
A microestrutura do ferro fun- tas em torneamento com alta velo- para 1.700 m/min), o aumento de
cidade aplicado a fer- V B é bem mais significativo (no
ro fundido cinzento mínimo de 74%). Já no tornea-
(veja os dados do ex- mento com ferramenta de cerâmi-
perimento no box da ca verifica-se que existe uma re-
página 31) cujos re- lação ideal óleo/ar que melhora
sultados estão repre- o desempenho da pastilha. Nos ca-
sentados nos gráficos sos em que esta relação não favo-
das figuras 1, 2 e 3, rece o corte, o desempenho da ce-
que mostram curvas râmica é semelhante ao do tor-
de evolução de des- neamento sem refrigerante (é im-
gaste de flanco VB se- portante ressaltar que com vazão
melhantes para o tor- constante de ar, o aumento da va-
neamento sem refri- zão de óleo lubrificante diminui
geração e com ape- o desgaste de flanco VB e que, do-
nas MQL (ou mínima brando-se as vazões de ar e óleo,
quantidade de lubrifi- o desgaste de V B é uniforme, o que
cante), independente significa que uma maior vazão de
da velocidade de cor- óleo nunca é desvantajosa).

28 • O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 1. 2001


corte de 1.700 m/min, verifica-se
que com o aumento do percurso de
avanço e um pequeno aumento do
desgaste de flanco os valores da
rugosidade superficial Ra aumen-
tam (figuras 6 e 7). A maior vazão
de óleo sempre melhora a ru-
gosidade superficial e esta melho-
ria pode ser ainda maior, depen-
dendo da relação óleo/ar. Isto sig-
nifica, portanto, que existe uma
relação ideal óleo/ar que influen-
cia sensível e positivamente a quali-
Uma análise dos dados revela MQL, independentemente da re- dade superficial da peça.
que o torneamento de ferro fundi- lação óleo/ar (figura 6). Para vazão O desgaste de flanco é domi-
do cinzento a alta velocidade é mais de ar constante, o aumento da nante em todas as condições de usi-
vantajoso com pastilha de metal vazão de óleo lubrificante diminui nagem, independente da velocidade
duro e lubrificação MQL, mas com tanto o desgaste de flanco VB quan- de corte, da lubrificação e do mate-
pastilha de cerâmica depende-se da to a rugosidade superficial Ra, e, rial da pastilha. Com relação à lubri-
relação óleo/ar. Isso se deve ao fato dobrando-se a vazão de ar e de ficação, o sistema MQL é muito efi-
de que a cerâmica tem estabilidade óleo, há desgaste uniforme de VB ciente na redução do desgaste de
química, resistência à abrasão e du- e uma melhor qualidade superficial flanco, provavelmente pela di-
reza a quente melhores que o metal da peça. Portanto, a vazão de óleo minuição da temperatura de corte
duro, além de ter uma menor condu- pouco influi para pouca vazão de através da refrigeração.
tividade térmica. Adicionalmente, ar, mas para vazão maior de ar ela Notam-se mecanismos de
verifica-se que o aumento do avanço é importante. A vazão de ar influi delaminação(8) principalmente em
diminui o desgaste de flanco VB da pouco quando a vazão de óleo é pe- altas velocidades de corte e tornea-
pastilha de cerâmica. quena. mento sem lubrificação, provavel-
Nos gráficos de Ra em função Nos ensaios com velocidade de mente devido às altas temperatu-
de Lf, nota-se muita dispersão dos
valores e principalmente variações
elevadas, marcadas por meio das
“barras de erros” nos gráficos (figu-
ras 4 e 5). Tais variações podem
ser motivadas principalmente pela
presença de grafita na estrutura da
matriz do ferro fundido cinzento ou
pela adesão de material da peça em
altas velocidades (figura 4).
No torneamento com MQL
usando-se pastilha de metal duro,
a lubrificação MQL reduz os va-
lores de rugosidade superficial Ra
(figura 5).
No caso da pastilha de cerâmi-
ca, a rugosidade superficial sem-
pre diminui com a lubrificação

O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 1. 2001 • 29


co foi inferior ao do metal duro com
revestimento (TiCN/Al2O 3/TiN).
• O tipo de desgaste predomi-
nante nas ferramentas testadas foi
o de flanco. Os mecanismos de
desgaste que predominam são a
abrasão mecânica e a delaminação.
• Com o aumento da velocidade
de corte agrava-se o processo de
delaminação e também o de abra-
são mecânica.
• A lubrificação MQL reduz os
processos de delaminação e abra-
são mecânica, ambos dependentes
ras de corte na aresta durante a usi- mento de ferro fundido cinzento da temperatura na região de corte.
nagem, tanto em pastilhas de me- com alta velocidade e com base na O aumento da velocidade de corte
tal duro com revestimento como nas literatura técnica revisada, os au- influencia bem mais que o aumen-
de cerâmica. Nos ensaios com lu- tores do trabalho experimental con- to do percurso de avanço Lf no des-
brificação MQL, houve menor cluíram que: gaste de flanco. O aumento do
delaminação, o que comprova a avanço mostra uma redução no
vantagem do sistema MQL. Em al- • O sistema de lubrificação desgaste de flanco.
tas velocidades de corte (1.700 m/ MQL diminui o desgaste da ferra- • A alta variação nos valores de
min) no torneamento sem lubrifi- menta. No caso de ferramenta Ra pode ser devido à presença de
cação houve indícios de abrasão cerâmica mista, existe uma relação veios de grafita na estrutura da
mecânica devido, principalmente, MQL óleo/ar ideal para sua maior matriz do ferro fundido cinzento.
às altas temperaturas de corte, que eficiência. • Nos ensaios com velocidade
reduzem a dureza do material da • O menor desgaste foi demons- de corte de 1.700 m/min, os va-
pastilha, e, em segundo lugar, pela trado pela cerâmica mista (ou seja, lores da rugosidade superficial Ra
presença de partículas duras, como Al2O 3-TiC), cujo desgaste de flan- aumentam com o aumento do per-
carbonetos (cementita), por exem-
plo, na matriz do ferro fundido cin-
zento. No torneamento sem lubri-
ficação com velocidades de corte
menores não houve indícios fortes
de abrasão mecânica e também não
foram observados desgaste de cra-
tera, lascamento ou trincas. Portan-
to, os mecanismos de desgaste pre-
dominantes no torneamento de fer-
ro fundido cinzento com altas ve-
locidades são a delaminação e a
abrasão mecânica.

CONCLUSÕES

A partir da análise dos resulta-


dos obtidos nos ensaios de tornea-

30 • O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 1. 2001


tas de carbeto... o estado-da-arte.
Máquinas e Metais, n° 415, p. 186-
201, ago.
4) Machado, Á. R. (1988) — A
evolução dos materiais para ferra-
mentas de corte. Máquinas e Metais,
n° 265, p. 92-97, jan.-fev.
5) Nakagawa, H. (2000) — Mínima
quantidade de lubrificação não
agride o meio ambiente. Máquinas e
Metais, n° 415, p. 40-49, ago.
6) Tomita, K. (1999) — O atual está-
gio da HSM e dos materiais de ferra-
mentas de corte. Máquinas e Metais,
n° 405, p. 20-39, out.
curso de avanço e com um peque- zação posta à prova. Máquinas e 7) Trent, E. M. (1991) — Metal Cut-
no aumento de desgaste de flanco. Metais, n° 405, p. 64-69, out. ting. 3 rd ed. England, Butterworth
2) Heath, P. J. (1989) — Ultra- Heinemann.
REFERÊNCIAS hard tool materials. In: Metals 8) Vleugels, J.; Van Der Biest, O.
Handbook. American Society for (1998) — Chemical interaction be-
BIBLIOGRÁFICAS
Metals. 9 th ed. Metals Park, Ohio. tween sialon ceramics and iron-based
1) Centre Technique des Industries vol. 16, p. 105-117. alloys. Key Engineering Materials,
Mecaniques (1999) — A micropulveri- 3) Koelsch, J. R. (2000) — Ferramen- vol. 138-140, p. 127-176.

Um experimento, mas com resultados definitivos


O estudo realizado na Escola de Na aplicação das pastilhas de metal duro
Engenharia de São Carlos envolveu vo- as velocidades de corte foram até 457%
lantes de ferro fundido cinzento GG25 superiores ao máximo recomendado. No
com dureza (226 ± 14) HB fabricados caso das cerâmicas as velocidades de
pela empresa Auto Pira S.A. Indústria e corte foram até 143% superiores ao máxi-
Comércio de Peças e empregados em mo recomendado.
motores de 1.000 cc. Na figura A obser- O aplicador Accu-Lube® de MQL ope-
va-se, pela microestrutura típica do ma- rou com as seguintes condições de tra-
terial dos volantes, que a matriz é balho: vazão de óleo a 10, 12 e 20 ml/h;
predominantemente perlítica, contendo vazão de entrada de ar de 9 e 18 m3/h e
pouquíssima ferrita e com apenas alguns pressão no manômetro de entrada de ar
pontos de cementita e steadita. variando entre 5,8 a 6,0 kgf/cm2 (figura B).
A operação de torneamento foi reali- Figura A — Microestrutura de uma Para a obtenção de um valor médio
zada em um torno automático horizon- matriz perlítica do ferro fundido cinzento de rugosidade que representasse toda a
tal CNC Index, modelo GU 600, com ro- GG25 mostrando perlita e veios de superfície usinada, os pesquisadores exe-
tação máxima da árvore de 5.000 rpm. grafita. Ataque: nital 2% (aumento 500x) cutaram medições em três regiões dife-
Para os ensaios com lubrificação MQL rentes nas peças.
utilizaram-se um compressor de ar Wet-
zel, modelo WT-10/200, com pressão
máxima de 8,3 bar (120 psi ou 8,5 kgf/
cm2); um rotâmetro Digiflow, modelo K-
12-V, com pressão máxima de 8 bar e ar
como fluido (21ºC e densidade de 1.298);
e um aplicador Accu-Lube® de microlu-
brificação com dois bocais aplicadores.
As ferramentas utilizadas eram de
metal duro com revestimento CVD TiCN/
Al 2O 3/TiN (GC 3015 código SNMA
(a) Set-up (b) Detalhe do bocal
120408-KR) e de cerâmica mista Al2O3-
TiC (CC 650 código SNGA 120408T01020). Figura B — Set-up do ensaio experimental com MQL (um bocal)

O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 1. 2001 • 31


Agora as pastilhas Wiper também são de cerâmica e CBN

A Sandvik Coromant estendeu neamento de ferros fundidos


a tecnologia das pastilhas Wiper de — com as mesmas vantagens
metal duro para torneamento tam- das versões em cerâmica
bém para cerâmica e nitreto cúbi- porém com uma vida útil
co de boro. Nas versões em cerâmi- superior — como para o tor-
ca, elas são aplicadas no tornea- neamento de peças endure-
mento de ferros fundidos com al- cidas acima de 50 RC, subs-
tos avanços e mantêm o mesmo tituindo com sucesso as ope-
acabamento superficial ou melhor, rações de retificação por
podendo trabalhar com velocidades apresentarem custos meno-
de corte até três vezes superiores res, rapidez e versatilidade e
quando comparadas com as de proporcionarem um ambiente de ta. As rugosidades obtidas com
metal duro o que, portanto, reduz trabalho mais limpo por não gera- elas atingem até 0,3 µm Ra, o que
drasticamente o tempo de usina- rem os resíduos poluentes tão co- abrange a maior parte das opera-
gem. As alisadoras de cerâmica são muns à retificação. O torneamento ções de retificação. Vale ressaltar
ideais para peças como discos e de peças duras com as Wiper de que as alisadoras de CBN da
tambores de freio, cujas longas CBN pode ser executado com ou Sandvik Coromant têm até oito
superfícies necessitam de um bom sem refrigerante e diferentes su- arestas de corte (pastilhas com for-
acabamento superficial. Já as Wiper perfícies e diâmetros podem ser mato S), seis arestas (formatos W
de CBN destinam-se tanto ao tor- produzidos com uma só ferramen- e T) e quatro arestas (formato C).

Novas fresas e brocas inteiriças de metal duro

As famílias de fresas
CoroMill Plura e as brocas
CoroDrill Delta C da Sandvik
Coromant são inteiriças de
metal duro e foram desen-
volvidas desde a matéria-
prima com o objetivo de riais. Tan-
propiciarem melhores re- to as fresas
sultados quanto a produtivi- CoroMill Plura como
dade, rentabilidade e segu- as brocas CoroDrill Delta C
rança. Suas características têm aplicação em indústrias da ca-
fundamentais são as geome- deia automotiva, geradoras de
trias otimizadas bem como energia, aeroespaciais e de moldes
as novas classes e cobertu- e matrizes, entre outras, para a usi-
ras, possibilitando um au- nagem de peças em tempos meno-
mento das velocidades de res apresentando benefícios como
corte e faixas de avanço na maior vida útil e melhor acaba-
usinagem de diversos mate- mento superficial.

32 • O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 1. 2001


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O leitor de O Mundo da Usinagem pode en- Se preferir, o leitor também pode se comunicar
trar em contato com a revista para falar so- com a Sandvik Coromant através de telefone,
bre tudo o que nela é veiculado, apresentar entrando em contato com:
sugestões e (ou) críticas e fazer consultas so-
bre eventuais problemas técnicos de usina- Dep ar
arttament
Depar amentoo Comer cial
Comercial
gem que vem enfrentando em sua empresa ✆ (011) 5525-2743.
para que eles sejam avaliados e, se for o caso,
solucionados pelo Corpo Técnico da Sandvik
Atendimento ao Cliente
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Coromant. Para isso, basta recorrer a:
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!"e-mail da rrevista:
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Brigadeiro Faria Lima, 160 – sala 1A – Guarulhos — Rua Sérgio Tomás, 53 – Bom Retiro – São Paulo
– SP. Tel.: (11) 209-1440. Fax.: (11) 209 4126. – SP. Tel. (11) 220-7314
e-mail: comed.sp@bol.com.br
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Mar fintite Produtos Sintéticos Ltda. — Estrada de
Marfintite Km 23,5 – 09823-990 – São Bernardo do
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– SP. Tel.: (11) 775-1388. Fax.: (11) 775-1797 753-2575

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O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 1. 2001 • 33


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_____ Centros de usinagem CNC _____ Brochadeiras CNC _____ Afiadoras CNC
_____ Tornos CNC _____ Rosqueadeiras CNC _____ Outras máquinas CNC
_____ Fresadoras CNC _____ Mandriladoras CNC de usinagem de metais
_____ Furadeiras CNC _____ Brunidoras CNC (desbaste/acabamento)

Quais assuntos você gostaria que também fossem abordados por “O Mundo da Usinagem”?
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O que você achou da nova apresentação da revista (reportagens, capa, layout, etc…)?
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❏ Boa (atende à sua necessidade)
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Qual(ais) a(s) reportagem(ns) ou artigo(s) que mais lhe agradou(aram) ? Por quê?
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Além das seções “Artigo” e “Reportagem”, temos ainda as seções: “Página do Presidente”,
“Notas & Novas” e “Entre em Contato”. Dentre elas, de qual(is) você mais gostou?
❏ Página do Presidente ❏ Carta do Leitor ❏ Notas & Novas ❏ Destaques ❏ Entre em Contato ❏ Todas

Você acrescentaria alguma seção à revista? Qual seria seu conteúdo?


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Este espaço é seu. Por favor, faça seu comentário sobre “O Mundo da Usinagem”. Aceitamos sugestões,
críticas e — por que não? — também elogios. Obrigado!
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Fortaleza Fax 85 217-1558 F.S. Tel 51 342-2366
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Agora o programa de treinamento da Sandvik Coromant também contém cursos avançados


abordando aspectos de abrangência técnica e gerencial no contexto da indústria metal-mecânica.
Todos os cursos, inclusive os tradicionais “Escolha e Aplicação de Ferramentas para
Torneamento/Fresamento” e “Otimização da Usinagem em Torneamento/Fresamento”, foram
desenvolvidos e são ministrados por especialistas da Sandvik Coromant em conjunto com
professores de universidades brasileiras.

Cursos tradicionais
26 a 28 de março EAFF – Escolha e Aplicação de Ferramentas para Fresamento
23 a 25 de abril EAFT – Escolha e Aplicação de Ferramentas para Torneamento
14 a 16 de maio EAFF – Escolha e Aplicação de Ferramentas para Fresamento
04 a 07 de junho OUT – Otimização da Usinagem em Torneamento
02 a 05 de julho OUF – Otimização da Usinagem em Fresamento
27 a 29 de agosto EAFF – Escolha e Aplicação de Ferramentas para Fresamento
24 a 26 de setembro EAFT – Escolha e Aplicação de Ferramentas para Torneamento
17 a 20 de setembro OUT – Otimização da Usinagem em Torneamento
01 a 04 de outubro OUF – Otimização da Usinagem em Fresamento
22 a 24 de outubro EAFT – Escolha e Aplicação de Ferramentas para Torneamento
19 a 21 de novembro EAFT – Escolha e Aplicação de Ferramentas para Torneamento

Cursos avançados
26 a 28 de março LMPU – Lean Manufacturing Aplicado aos Processos de Usinagem (primeira turma)
09 a 11 de abril GFA – Gerenciamento da Fábrica (primeira turma)
23 a 25 de abril ASPU – Análises e Soluções de Problemas em Usinagem (primeira turma)
07 a 09 de maio HSM – High Speed Machining (primeira turma)
28 a 30 de maio CUSTOS – Custos Industriais Aplicados à Usinagem (primeira turma)
18 a 20 de junho QUAL – Qualidade (primeira turma)
25 a 27 de junho TLHP – Tópicos sobre o Lado Humano da Produtividade (primeira turma)
16 a 18 de julho SAPU – Sistema de Apoio aos Processos de Usinagem (primeira turma)
30 a 01 de agosto 6SIGMA – Programa 6Sigma (primeira turma)
13 a 15 de agosto GFA – Gerenciamento da Fábrica (segunda turma)
27 a 29 de agosto ASPU – Análises e Soluções de Problemas em Usinagem (segunda turma)
10 a 12 de setembro CUSTOS – Custos Industriais Aplicados à Usinagem (segunda turma)
24 a 26 de setembro LMPU – Lean Manufacturing Aplicado aos Processos de Usinagem (segunda turma)
08 a 10 de outubro HSM – High Speed Machining (segunda turma)
12 a 14 de novembro SAPU – Sistema de Apoio aos Processos de Usinagem (segunda turma)
03 a 05 de dezembro QUAL – Qualidade (segunda turma)

Sinônimo de Produtividade Máxima

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